O desespero bateu nas hostes petistas. Os sequazes do lulopestimo
querem partir para a briga de rua pura e simples, na base do chute na
canela e murro abaixo da cintura. Apelação é o nome da tática. Pouco
interessa o veredicto da Justiça, salvo um claro pronunciamento de
inocência cabal de seu líder honorável – aquele para quem a lei não
importa e juízes merecem ser xingados com epítetos de “mentiroso”,
“surdo”, “ilegítimo” e muito mais, tal qual costuma fazer quando trata
das acusações. Lula extrapola a paciência de qualquer cidadão honesto
que paga imposto e zela pela decência. Turvou o conceito de certo e
errado nas mentes e corações dos seguidores. Um desvio de caráter social
que só a lei pode restaurar. Do contrário, será o salve-se quem puder
institucional. A lenha da fogueira já está posta e acesa pelos arautos
da agremiação. Tome-se o que disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann,
em tom de ameaça, diante da possibilidade de prisão de Lula: “Vai ter
que matar gente”.
E o seu comparsa de agitação, o senador Lindbergh Farias, foi na
mesma linha: “Não é hora de uma esquerda frouxa, ela tem que estar
preparada para o enfrentamento, para as lutas de rua”. Se isso não é
incitação à violência – crime previsto na Constituição – nada mais será.
O juiz federal Marcelo Bretas reclamou do congressista acusando-o de
“conclamar grupos para atos de violência”. Mas seria preciso muito mais.
Os dois, Gleisi e Lindbergh, já deveriam ter ido parar atrás das grades
por esse e por uma penca de outros delitos. Não foram. O Brasil vive
dias de libertinagem explícita e indulgência demasiada. Os magistrados,
em boa parte, estão sendo condescendentes com os malfeitores de
colarinho branco. O julgamento da próxima quarta, 24, pode representar
um divisor de águas, colocando ordem onde reina o azougue. A questão que
ainda segue em aberto é por que cargas d’água os tribunais hesitam
tanto em mandar para a cadeia alguns notórios personagens denunciados
por delinquir? No caso de Lula, por exemplo, o réu é tratado quase como
entidade. Requer cuidados especiais na abordagem.
Politizaram até o limite do impensável um julgamento que é meramente
técnico. Ficou evidente que etapas foram puladas. Muitos discutem agora o
“direito” a candidatura ou não do acusado, postulante a ocupar a
presidência do País de novo, quando a questão essencial é o crime
praticado de corrupção e a sentença decorrente. Esses aspectos ficaram
em segundo plano. Já condenado em primeira instância por uma das
inúmeras práticas ilegais de sua extensa folha corrida, Lula trata o
assunto como fraude eleitoral e tentativa de excluí-lo da disputa. O
mais bizarro é que muitos concordam. Inclusive adversários. O tecido
moral de uma Nação precisa estar bastante amarrotado para se alcançar
tamanha tolerância com o ilícito. Não se pode atravessar a fronteira do
legal impunemente e cabe aos tribunais mostrar isso de maneira
indiscutível. Crime não é mero detalhe. Que virada na ordem das coisas é
essa? O que difere Lula de qualquer um que tenha de ir às barras de uma
Corte para responder por seus erros? Petistas encaram o evento de Porto
Alegre como carnaval fora de hora. Querem fazer uma algazarra com
direito a caravana de ônibus, palanque e discursos inflamados. Algo
completamente sem propósito. Se desenha na mobilização um rotundo
fracasso. O partido e as organizações ditas sociais não conseguem mais
arregimentar senão um punhado de militantes engajados em troca de alguns
trocados, pão e mortadela. Rareiam dia a dia os apoiadores naturais. [desde quando foi descoberta o assalto que o PT, os petistas e toda a corja lulopetista efetuavam aos cofres públicos, que a grana disponível para patrocinar manifestações caiu drasticamente, com isso o cardápio ficou menos apetitoso, já que a mortadela foi substituída por margarina, o suco passou a ser água da torneira e antes além dos R$ 100 de bônus, as passagens eram pagas pelos movimentos sociais ou iam em ônibus fretado.
Agora passou a ser R$ 50, para pagar as passagens e o troco passou a ser o valor do bônus.
Em Brasília tem militonto profissional do PT voltando para o Nordeste.]
De todo modo, será barulho por nada, inútil para barrar os desígnios do
TRF-4. Beirando a insanidade, alguns mais extremistas chegaram a ameaçar
os juízes, como relatou o presidente do tribunal, Thompson Flores. Eis o
que o banditismo legou ao Partido dos Trabalhadores. Choca notar que a
agremiação virou antro de sabotadores. Advogando apenas em causa
própria, a despeito do interesse geral, o PT achou correta a absolvição
do tesoureiro petista Vacari, concedida pelo mesmo Tribunal que julgará
Lula. Se na próxima quarta o entendimento da Corte for diferente, terá
havido golpe. Ao menos na ótica muito peculiar de lisura que move as
interpretações petistas. Dois pesos, duas medidas: só se faz justiça
quando os correligionários da sigla são inocentados, mesmo que cometam
infrações penais. O leitor (leitora) acha crível que assuma o posto de
mandatário alguém acusado de formação de quadrilha, malversação de
dinheiro público e tráfico de influência para esquemas de propina?
Certamente, se isso ocorrer, será melhor desistir de tudo e refundar a
República. Algo, aliás, que não está fora dos planos de Lula. Diz ele
que, caso assuma, fará uma constituinte. Historicamente, em qualquer
lugar do mundo, constituintes só são convocadas com o rompimento da
ordem. Do contrário, a Carta Magna vira instrumento de tiranos
totalitários, como aconteceu na Venezuela. Que o Brasil não tenha o
mesmo destino. [o mais cômico é que planejam que um bandido condenado por corrupção, assalto aos cofres públicos, lavagem de dinheiro e outros ilícitos capitulados no Código Penal, seja candidato a presidente da República.
E nenhum magistrado alega falta de moral ao condenado/candidato.
Mas, uma deputada federal, em pleno exercício do mandato e, consequentemente, dos direitos políticos e nomeada ministra de Estado pelo presidente da República, conforme ditames da Constituição Federal, não pode assumir o cargo, por ter sido condenada em duas ações trabalhistas, nenhuma delas tipificada como ilícito penal.]
Carlos José Marques é diretor editorial da Editora Três
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