O secretário de Segurança Pública do Estado de Goiás,
Ricardo Balestreri, disse na manhã desta sexta-feira, 5, que o governo
federal nunca forneceu recursos suficientes para a segurança pública e
para o sistema penitenciário. “Não é querer jogar o abacaxi nos outros. É
colocar na mesa as responsabilidades”, afirmou. O discurso foi feito durante a apresentação
da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária, cuja criação foi
publicada em Diário Oficial do Estado nesta semana, após rebelião na
Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no município de Aparecida
de Goiânia. Na ocasião, nove detentos foram mortos e 14 ficaram feridos.
Após o acontecimento, que teve grande repercussão, o
governador Marconi Perillo (PSDB) criticou a participação do governo
federal na Segurança Pública dos Estados. Durante apresentação,
Balestreri voltou a frisar o discurso, dizendo que mesmo no período em
que esteve à frente da Secretaria Nacional de Segurança Pública, os
recursos fornecidos aos Estados para a área não eram suficientes. “Foi o período de maior ajuda, mas ainda
assim insuficiente”, disse. De acordo com o secretário, os presos
envolvidos com o narcotráfico deveriam ser detentos da União. “Nós que
arcamos com o ônus desses presos”, disse.
Nesta semana, o Ministério da Justiça e
Segurança Pública divulgou nota dizendo que Goiás recebeu R$ 32 milhões
do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para a área de administração
penitenciária, e que o Estado só executou, até dezembro do ano passado,
18% do total repassado. Balestreri rebateu a informação, dizendo que
as obras com a verba foram iniciadas em julho e que estão mais
adiantadas do que o dito pelo ministério, com 23% já executado. “Na
nossa gestão nós não temos permitido a devolução de recurso. Mas R$ 32
milhões é insuficiente para resolver qualquer problema”, disse. O
secretário pontuou que não está “fugindo da raia”, mas que é preciso
analisar de forma profunda o que significa a crise penitenciária no
Brasil.
Balestreri afirmou que as prisões são o
“calcanhar de Aquiles” do Sistema de Segurança Pública do Brasil
inteiro. De acordo com ele, Goiás é tido como importante para as
atividades do crime organizado, pela sua posição geográfica que facilita
a distribuição de drogas e armas, e pela proximidade com o Distrito
Federal. Para ele, as rebeliões dentro dos presídios
são uma luta dessas facções por negócios, e são uma tentativa de agirem
contra dois inimigos: um grupo oponente que disputa o mercado e o
Estado, que atrapalha os negócios. “E quero, com muito orgulho, dizer que o Estado que mais atrapalha os negócios do crime organizado é Goiás”, afirmou.
O secretário disse que desde quando assumiu a pasta, no
início do ano passado, luta para separar a administração prisional da
Segurança Pública, algo que, segundo ele, é recomendado pela Organização
das Nações Unidas (ONU). Ele afirmou que ao longo do período fez três
tentativas para fazer esta separação, e só obteve êxito na terceira,
quando a criação da diretoria no lugar da Superintendência Executiva de
Administração Penitenciária (Seap) foi aprovada na Assembleia
Legislativa do Estado de Goiás, em dezembro do ano passado.
A diretoria foi anunciada como tendo
autonomia administrativa, financeira e orçamentária, permitindo ainda ao
Executivo a gestão da vaga prisional, exercida até então pelo Poder
Judiciário. O ex-superintendente executivo de Segurança Pública, coronel
Edson Costa, é o novo diretor. Durante apresentação, Costa discursou
dizendo que a competência para a gestão do preso é algo fundamental.
Caso seja necessário, conforme o coronel, um detento poderá cumprir pena
fora de seu local de domicílio, distante da família.
“Isso não é uma ameaça. Nós queremos um sistema carcerário
pacificado. É nossa obrigação cuidar dos Direitos Humanos, mas queremos
um preso submetido às leis”, disse. De acordo com ele, é preciso colocar
o direito da população em primeiro lugar. “O preso é obrigado a ficar com o ônus do
seu desvio de conduta”, afirmou. E completou: “temos que colocar o
Brasil nos trilhos corretos. Essa inversão de valores vai levar o Brasil
ao buraco”.
IstoÉ
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
sábado, 6 de janeiro de 2018
Secretário de Segurança Pública de Goiás critica participação do governo federal
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