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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Ataque hacker ao sistema do CNJ faz Moraes determinar a sua própria prisão

No documento, Alexandre de Moraes pede, supostamente, sua própria prisão, para que ele seja punido 'exemplarmente'; texto ainda consta a frase 'Faz o L' 

No sistema oficial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) consta que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, pediu a sua própria prisão.
 

O Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) recebeu o documento fraudulento que, supostamente, teria sido expedido pelo magistrado. As informações são do jornal O Globo, que ressaltou que o texto contém uma série de ironias em relação à atuação de Moraes frente ao Judiciário brasileiro, o que deixou mais evidente que se trata de uma invasão de hackers.

O CNJ, então, solicitou à Polícia Federal (PF) que investigasse o possível ataque hacker no sistema do Conselho. O pedido foi atendido e o suposto pedido de prisão contra Moraes já foi retirado do BNMP. 
Um trecho da decisão falsa, além de pontuar a prisão do magistrado, consta a frase “Faz o L”, que é utilizada por bolsonaristas para criticar os feitos de Lula e do seu novo governo.

DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L., diz trecho do documento.

Política - Correio Braziliense 

 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Alexandre de Moraes está cumprindo a ameaça sobre “muita gente para prender” - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

O deputado estadual Capitão Assumção publicou uma foto nas redes sociais amordaçado na frente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo por ter sido alvo da operação da PF nesta quinta (15).| Foto: Reprodução/Twitter

Na quinta-feira um caminhão de mudanças foi visto no Palácio do Alvorada. Consta que o presidente Bolsonaro vai ficar morando em Brasília, exercendo um cargo no Partido Liberal. O senador Randolfe Rodrigues, que adora ir direto ao Supremo, passando por cima do Ministério Público, [que se omite quando o senador "o estridente" ignora a competência, ou mesmo a existência do MP.] já falou em pedir o despejo do presidente. O que não vai acontecer, porque provavelmente Bolsonaro tomou a iniciativa de sair. Ele não vai dar esse gostinho à esquerda, talvez esteja pensando nisso também, até porque o que estamos vendo é algo que não tem limites.
 
PT quer ver Bolsonaro preso e enfraquecer oposição no Congresso
Há um pedido da coligação de Lula nas mãos do ministro Benedito Gonçalves, do TSE, aquele dos tapinhas, que disse que “missão dada é missão cumprida”.
O objetivo é tentar prender o presidente, alegando que ele se excedeu, cometeu abuso, uso indevido dos meios de comunicação – isso porque ele só usa as redes sociais – e abuso de poder político, que é algo muito subjetivo. Mas tudo é possível a essa altura. 
Estão incluídos no mesmo pedido parlamentares que foram muito bem votados nessa última eleição: Bia Kicis, Carla Zambelli, Magno Malta, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, gente que faria uma oposição muito firme, e por isso o PT tentará anular os votos recebidos por eles.

De repente o STF lembrou que a transparência é importante
Enquanto isso, o Supremo está lá examinando a transparência do tal “orçamento secreto”, que é a forma como apelidaram as emendas do relator.
Engraçado que, enquanto se discutia a eleição e a apuração, ninguém falava de transparência.
Mas agora, nessas discussões no Supremo, a transparência virou a coisa mais importante de todas aquelas listadas no artigo 37 da Constituição...

Para sufocar manifestações, STF continua interferindo em outros poderes
E não há como não registrar que Alexandre de Moraes está cumprindo os seus desejos. 
Rindo, ele disse numa palestra que ainda vai prender e multar muita gente. Pois fez isso na quinta-feira, com 81 mandados de busca e apreensão para a Polícia Federal cumprir, ligados a bloqueios de rodovias e outras manifestações
Houve o bloqueio de contas bancárias de 43 pessoas que estariam fornecendo sustentação para as manifestações deve ser água mineral, comida, barraca
No Espírito Santo, Moraes proibiu dois deputados estaduais Capitão Assumção e Carlos Vonde dar entrevistas e usar as redes sociais; eles vão ter de usar tornozeleira, ou seja, estão presos.  
E, se não cumprirem a ordem, vão ter as contas bloqueadas e serão multados. Além disso, foram presos também o presidente eleito da Câmara de Vereadores de Vitória, Armandinho Fontoura; um pastor, Fabiano Oliveira; um radialista, Max Pitangui; e um jornalista, Jackson Rangel Vieira. Tiraram os computadores e os celulares tanto do vereador quanto dos deputados estaduais.
 
Vamos ver o que dirão o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, deputado Erick Musso, e a Câmara Municipal de Vitória, diante dessa interferência sobre a imunidade parlamentar.  
Nem vou dizer que o artigo 2.º da Constituição será aplicado agora, porque ele já foi anulado há bastante tempo, desde que Alexandre Ramagem foi proibido de ser diretor da Polícia Federal e o presidente Bolsonaro não reagiu; [foi a omissão do presidente Bolsonaro, ao não reagir diante da medida do ministro Moraes cassando uma das competências atribuídas pela Constituição Federal ao  presidente da República que gerou o empoderamento do STF.] isso foi em abril de 2020
E não há como não lembrar de dezembro de 2016, quando o Supremo fez o mesmo com Renan Calheiros, tirando-o da presidência do Senado, ele disse que de lá não sairia, e o Supremo teve de engolir Calheiros. Lembro disso para vermos como cresceu exponencialmente o avanço sobre outros poderes.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


O novo acerto de Alexandre de Moraes

O balanço da operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta, 15, contra bolsonaristas envolvidos nos protestos antidemocráticos mostra que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estava certo mais uma vez.

Por ordem de Moraes, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em oito estados e no Distrito Federal. Em um dos endereços de Santa Catarina, foram encontradas onze armas, entre elas uma submetralhadora e um fuzil. A operação da PF pode ter evitado o pior. A decisão de Moraes desarma extremistas e dá um novo recado de que a democracia vai ser preservada. [chega a ser cômico, até hilariante e também irresponsável,  a forma como esse repórter, Matheus Leitão, faz seus comentários = deixa a impressão de não ler o que escreve. Na sua militante ótica ele considera a apreensão de onze armas como uma ação que salvou a democracia no Brasil.
Uma  assertiva que só se sustenta pelo SIMPLES FATO de que a DEMOCRACIA no Brasil não corre nenhum risco, não tem do que ser salva, preservada = exceto, quando alguma ação executada a pretexto de preservá-la, viola alguns dos seus preceitos.
Para ele o que importa é cumprir a pauta =  manter o emprego = transformar o comentário em uma narrativa. A lógica, a sustentação do que deduz, para ele nada valem.]

No Espírito Santo, o deputado estadual Capitão Assumção (PL) é acusado de incitar os protestos e a violência. Por ordem de Moraes, o parlamentar terá que usar uma tornozeleira e está proibido de sair do estado. O deputado estaria usando seu mandato e a prerrogativa de seu cargo para atacar as instituições, numa atitude típica dos bolsonaristas.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro insistem em dizer que Moraes está abusando de seu poder. No entanto, a apreensão das armas e as provas que a PF está colhendo deixam claro que o ministro precisa continuar o seu trabalho. Empoderado pela toga do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Moraes parece ser a esperança de manutenção da ordem no país.

Os extremistas que se reúnem em frente aos quartéis cometem crime político ao defender golpe de Estado, fechamento do STF e intervenção das Forças Armadas. [ops ...senhor repórter:  se os comandantes militares,   em Nota Oficial conjunta permitiram - até garantiram a integridade dos manifestantes que exercem o direito constitucional de manifestação ordeira, pacífica - então eles também estão cometendo crimes.] Inconformados com a vitória de Lula nas eleições, querem a todo custo atacar a democracia.

O que Moraes está fazendo é fundamental. Os criminosos precisam ser tratados com o rigor da lei para que o movimento não ganhe força. 
Até o dia 1º de janeiro, quando Lula subirá a rampa, é preciso atenção redobrada aos movimentos dos extremistas. 
Após o início do mandato, o Brasil terá um presidente que discorda desses absurdos e, naturalmente, essas forças contrárias terão que se adequar, pelo bom senso ou pelo rigor da lei, que a democracia venceu.
 
Matheus Leitão, coluna Revista VEJA
 

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

PESQUISA: O ex-presidiário ou o ministro? Quem é mais nocivo para o país? Gazeta do Povo

Vozes - Paulo Polzonoff Jr

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Dilemas conjugais

LULA ALEXANDRE DE MORAES
Depois de uma discussão com minha mulher, pergunto aos leitores quem é o maior vilão do Brasil: Lula ou Alexandre de Moraes?

Para minha mulher.
Nem todo texto tem história, mas o de ontem tem. Depois de ler “É preciso amar Alexandre de Moraes”, minha mulher comentou daquele jeitão lá dela: “Ó, tudo bem que você precisava falar do amor misericordioso e tal. Mas chega de Alexandre de Moraes, tá? Dá um tempo porque esse cara é esquisito e você tá parecendo obcecado. Fala do Lula que é melhor”.

A tudo escutei com a devida atenção e parcimônia, para só então responder que não, benzinho, não estou obcecado por Alexandre de Moraes. “É só porque ele tá na boca do povo. Todo dia aprontando. Se bem que eu considero ele mais nocivo para o país do que o Lula”, emendei, usando pronome reto como se fosse oblíquo, só para provocar minha mulher.

A isso se seguiu uma longa discussão que mais uma vez (até quando?!) foi vencida pelo patriarcado com este argumento axiomático: “Os ímpetos autoritários do Lula, a estupidez econômica do PT e o furor progressista do PSOL poderiam ser contidos se a gente tivesse um STF minimamente decente. Um STF que não aceitasse a presença, muito menos a liderança, de alguém como Alexandre de Moraes”.

O fato de o argumento ser irrefutável não impediu minha mulher de tentar refutá-lo. Sem sucesso. Depois de umas três horas de conversa, ela finalmente soltou o rolo de abrir massa que brandia para, digamos, dar ênfase a seus argumentos, se jogou numa poltrona e, a muito custo, a contragosto, como se parisse um alien!, aceitou a derrota. “Ok, você venceu, batata frita”, rendeu-se, rindo. Algo me diz que vou pagar caro por isso mais tarde.

E ponto final!
Não deu outra.
Eis-me aqui no sofá, me preparando para uma longa noite de desconforto e dor nas costas. Mas tudo bem. Pelo menos ela me deixou dormir em casa. Já é um começo. Amanhã eu acordo cedinho, preparo um café na cama para ela e tudo volta ao normal. Espero.

O castigo me obriga a pensar no que minha mulher disse ao me mandar dormir na sala: “O Lula é pior do que o Alexandre de Moraes e ponto final!”. Pois é. Talvez ela tenha razão. Até porque Lula já confessou ter se transformado em ideia. E não há nada mais nocivo do que um líder que abandona a sua humanidade para, pretensamente, se transformar em ideia. Isto é, naquilo que alimenta o coração dos homens sem fé.

Diante dessa epifania, não me resta alternativa senão implorar: “Benhê, você estava certa. Lula é mais prejudicial ao Brasil do que o Alexandre de Moraes. Agora posso dormir na cama?”. Do outro lado da porta, silêncio. Meia hora depois e se sentindo culpada, ela abre a porta e eu posso me deitar num cantinho da cama para dormir ao som das doces e incessantes reclamações conjugais. “Você é isso! Você é aquilo! Blá-blá-blá. Mimimi. Por que você não pergunta para os seus queridos leitores quem eles consideram mais nocivo para o país?!” - é a última coisa que ouço antes de pegar no sono.

[é dificil, mas já que é apenas uma pesquisa, não é uma conclusão, a resposta é: OS DOIS - empatam,  em nocividade o ministro leva uma pequena vantagem, já em vilania o Lula tem uns pontos a mais. Portanto, OS DOIS.]

PS.: Ao ter o privilégio de ser a primeira leitora desta crônica, minha mulher (real) me pediu carinhosamente para explicar ao leitor que minha mulher (personagem) não tem nada a ver com minha mulher (real). “Se você disser que fui eu que mandei esclarecer isso, você vai ver só!”, aconselhou ela. Mas não adianta, Dani. Eu gosto de viver perigosamente.

Paulo Polzonoff Jr.
, colunista  - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

‘Convocação’ de Alexandre de Moraes a PMs é ‘artificial’ e visa ‘criar confusão’ - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Ministro não quer protestos em frente a quartéis, mas a lei não lhe permite chamar a polícia para dissolver manifestações públicas e perfeitamente lícitas

É cada vez mais difícil, hoje, o ministro Alexandre de Moraes aparecer no noticiário sem que esteja provocando algum tumulto, ou se metendo em questões que legalmente não lhe dizem respeito ou, simplesmente, violando a Constituição e o restante das leis em vigor no País. Seu último surto é a “convocação” de todos os comandantes das PMs estaduais para o seu gabinete em Brasília, com o propósito oficial de fazer “um balanço” de suas ações na última eleição, que acabaram há vinte dias, e discutir “as próximas”, que só vão acontecer daqui a dois anos.  
Trata-se de pura e simples produção artificial, e deliberada, de confusão. Em primeiro lugar, não cabe a um ministro do STF, em nenhuma hipótese legal, chamar as PMs do Brasil inteiro para tratar de assuntos operacionais; não faz parte de suas funções, nem de seus direitos como membro da corte suprema. Além disso, é uma encenação flagrante: não pode sair disso nenhuma decisão que venha a beneficiar os cidadãos, nem melhorar a sua segurança, mas apenas tensão inútil, animosidade e desordem.

O que o ministro e o STF estão realmente querendo que as PMs façam? Um dos projetos atuais de Moraes, pelo que ele tem dito em público, é proibir as repetidas manifestações populares que vêm sendo feitas diante de quartéis do Exército - e que ele já excomungou como “atos antidemocráticos”, além de potencialmente “criminosos”

O ministro não quer, ao que parece, nem a presença de gente “nas calçadas” próximas às guarnições. Mas e se as pessoas continuarem a se reunir nos quartéis e suas vizinhanças o que ele vai fazer?  
A lei não lhe permite chamar a polícia para dissolver manifestações públicas, e muito menos manifestações perfeitamente lícitas.  
Mas os textos legais, até agora, nunca foram obstáculo para Moraes e o STF fazer o que bem entendem; ele pode, se lhe der na telha, mandar que sejam evacuadas as áreas próximas a instalações militares. O problema é como executar isso na prática

Comandantes de quartéis diante dos quais se fazem os protestos já afirmaram, com todas as letras, que não vão tirar os manifestantes de onde estiverem; houve, a propósito, discursos de chefes militares dizendo que a população tinha o direito legal de se manifestar pacificamente onde quer que fosse, inclusive na frente das casernas. E então? 

O ministro Moraes vai mandar a tropa de choque das PMs enfrentar a tropa do Exército para tirar as pessoas de lá? 
 Vão jogar gás lacrimogêneo e espancar a população na frente dos militares
Vão abrir fogo, talvez? 
É algo que ele deveria esclarecer nesta sua reunião com os comandantes das PMs. 
Para executar o que decidiu, Moraes tem de dar ordens para a força policial reprimir os manifestantes, e isso, além de ilegal, é complicado de se fazer. 
E se as PMs não obedecerem a essas ordens? 
Um comandante já disse que não viu nenhum delito nas manifestações em sua área de atuação, e que não iria fazer nada a respeito. 
Outros dois nem foram à reunião que o ministro convocou. [respeitosamente, sugiro que alguém oriente o ministro que preside o TSE sobre ÁREA MILITAR; além das peculiaridades inerentes ao  local, nenhuma força policial vai entrar = invadir = ÁREA MILITAR, cumprindo ordem de autoridade sem competência legal para tanto; além da certeza do confronto, existe o respeito recíproco entre as forças.  Tem outro detalhe importantíssimo e que parece estar sendo esquecido: existe legislação sobre o assunto, tudo devidamente regulamentado, não havendo espaço para 'arroubo' de autoridades.]
 
O mais simples, para o STF, seria não se meter nessa história; bastaria não tocar mais no assunto e deixar quieto, esperando que as pessoas se cansem com o tempo e parem, por conta própria, de se manifestar diante dos quartéis. [ironicamente, a sugestão do Guzzo já foi seguida pelo próprio Moraes e foi a melhor coisa que ele fez; lembram quando ele invocou que o Presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, fosse depor em uma delegacia da PF? (Aliás, confusão decorrente de uma decisão atabalhoada de um outro ministro do STF, hoje curtindo o ostracismo dos que aposentam após por um longo período em que se achavam insubstituíveis. 
Na decisão o ministro determinou que oficiais generais  "fossem depor  conduzidos, se necessário, debaixo de vara  - ninguém foi, a ordem foi esquecida.). 
Voltando ao depoimento: Bolsonaro decidiu não ir, não avisou para ninguém, o ministro reiterou a ordem, novamente o capitão ignorou o assunto e tudo continuou como estava.  Guzzo comentou com brilhantismo o incidente.] se conque queria que oficiais generais fossem depor 'debaixo de vara').
O problema é que este tipo de atitude não gera conflito, tensão ou tensão ou desordem, e nem serve como exibição de força por parte do ministro Moraes e de seus colegas. 
 
Não é, em geral, o que tem interessado ao Supremo.
 
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Alexandre de Moraes continua perseguição contra manifestações legítimas - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - Vozes

Supremo



Imagem feita em 9 de novembro mostra caminhões parados nas proximidades do quartel do Exército em Brasília.| Foto: EFE / Joédson Alves / Arquivo

O ministro Alexandre de Moraes bloqueou as contas bancárias de 43 pessoas físicas e jurídicas, em geral do agro, os que produzem a riqueza do país, que garantem o equilíbrio do balanço de pagamentos e a segurança alimentar.  
O bloqueio ocorreu porque eles supostamente participaram ou estão participando das manifestações, que são garantidas por uma cláusula pétrea da Constituição: o inciso XVI do artigo 5.º, que diz que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização. 
A ironia é que esses bloqueados vão ficar sem dinheiro para pagar seus funcionários no fim do mês. E, no entanto, eles pagam os impostos que sustentam as folhas de pagamento do poder público inclusive do Supremo.
 
Agora eu vejo uma parte da mídia e me envergonha dizer isso que voltou à segunda metade dos anos 1960, quando havia o dedo-duro, que entregava quem falasse mal do governo. 
Isso voltou, e nem foi agora: voltou já durante a pandemia, porque eu vi repórter de televisão dizendo que Fulano estava na praia, que não podia... meu Deus, que vergonha! São direitos consagrados pela Constituição, a liberdade de locomoção, a liberdade de reunião, a livre expressão do pensamento. [em nossa opinião, o ministro Moraes é daqueles que quando recebe uma missão, parte para execução no estilo 'prende e arrebenta' - parecido com o do general Figueiredo, só que Figueiredo era general; 
O ministro recebeu a missão do inquérito das fake news, começou firme, prendendo peixes pequenos, indo em frente mas chamando muita atenção, especialmente por emitir certas ordens consideradas,  por alguns juristas,  arbitrárias e que se revelaram de dificil execução.
Foi despertando antipatia e medo coletivo, algumas das suas determinações foram descumpridas - e nada foi possível fazer contra os desobedientes e agora se avolumam diversas situações que se mostram de dificil superação, mesmo por ele.
Recentemente, as 3 Forças Singulares emitiram uma Nota Oficial Conjunta que agiu como 'freio de arrumação' - mostrando a necessidade de direitos da população serem respeitados pelos poderes constituídos e suas demandas respondidas de pronto.
A quadro tão desfavorável se juntaram questionamentos e reações  contra o eleito e a decisões do TSE que estão sendo criticadas pela população e não são devidamente sanadas.]
 
Com gastança, Lula quer colocar o Brasil no caminho da Argentina 
O futuro presidente Lula está com problemas. Mostraram um rombo de quase R$ 200 bilhões no teto de gastos. A bolsa despencou, o dólar subiu, os investidores puseram o pé no freio; perguntaram para Lula a esse respeito, e ele simplesmente respondeu: “paciência, não cai por conta de pessoas sérias, mas de especuladores”. 
Só que as pessoas sérias que estavam ajudando a equipe econômica estão quietas e de cara no chão. Pérsio Arida, André Lara Resende, Henrique Meirelles – que já caiu fora, já deu tchauzinho.  
Esse é o caminho da Argentina: a gastança que dá 100% de inflação. O Banco Central estava conseguindo conter a inflação, mas vai tudo por água abaixo com o excesso de gastos. Infelizmente é isso o que está acontecendo.
 
O jatinho nada ecológico que levou Lula ao Egito 
Já que outro dia eu falei de Lula no Egito, o Poder 360 fez o cálculo do jatinho: a ida e a volta dão 25 horas de emissão de gás carbônico.  
Um cidadão brasileiro normal vai levar 16 anos para emitir esse mesmo carbono. 
 Lula, lembre-se, está usando o jatinho de um empresário que foi preso em julho de 2020, envolvido em um escândalo de milhões de campanha de José Serra.
 
Identitarismo reclama, mas é a população que rejeita suas pautas Militantes LGBT, feministas e movimento negro estão reclamando que têm dificuldade de avançar pautas da extrema-esquerda no futuro governo. Mas não é o governo, é a população brasileira. Não são apenas os 58 milhões de eleitores de Bolsonaro que não têm essa pauta. No mínimo metade dos 60 milhões de eleitores de Lula também não têm essa pauta. 
Votaram em Lula sem saber em que estavam votando. 
Perguntem-lhes se eles aprovam o aborto ou a ideologia de gênero para as crianças nas escolas; certamente não aprovam. 
Além disso, todo mundo que conhece o presidente eleito sabe das piadinhas homofóbicas dele. [pessoal, vocês precisam entender que o POVO é quem manda - tanto que até a posse do ídolo de vocês pode não ocorrer.]

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Fora, Alexandre de Moraes! - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.

"Minhas férias"

Alexandre de Moraes piscada
Depois de ler a crônica “Fora, Alexandre de Moraes!”, ele e os demais ministros do STF botaram a mão na consciência, como se diz.- Foto: EFE


Ai, palavras, ai, palavras
Que estranha potência a vossa!
- Cecília Meireles

Depois de quinze dias de férias, ele estava em crise. “Para que servem todas as minhas palavras? Quaisquer palavras. Inclusive estas?”, perguntava o autor para o escritório vazio, para a Catota e até para os estranhos na rua. Nunca, never-ever, jamé (sic) um artigo de jornal foi capaz de fazer um déspota mudar de ideia. Nem o J’Accuse. Quanto mais uma crônica! Por que agora seria diferente? E, no entanto, ele perseverou. Vai quê.

Era uma questão até de respeito com o leitor. Afinal, havia pessoas indignadas nas ruas.  
Pessoas transbordando impotência e medo diante da injustiça e da arrogância.  
Pessoas tratadas como golpistas e antidemocráticas apenas por questionarem ou discordarem. 
Pessoas engolindo humilhação atrás de humilhação, escárnio atrás de escárnio, menosprezo atrás de - adivinha! - menosprezo.
 
“Fora, Alexandre de Moraes!”, escreveu ele. Só por diversão. Só para ter certeza de que ainda podia. Posso, né?  
E ficou olhando para a tela do computador como se esperasse um aviso do Grande Irmão o alertando para o pecado imperdoável: você está sendo antidemocrático, seu fascista! 
Como nada disso acontecesse, porém, ele se pôs a escrever. E foi então que o milagre começou a ganhar forma:

Aqui é preciso interromper o fluxo natural da narrativa para dizer que os leitores daquele tempo ficaram boquiabertos com os dois pontos que pairavam auspiciosamente no céu azul de primavera. Afinal, o autor falava em milagre, e não em maldição. O que, pensando bem, até fosse um defeito da crônica-que-mudou tudo. De qualquer modo, os leitores ficaram ali admirando o suspense que não tardou a se dissipar.

Assim que os dois pontos cruzaram o lábaro estrelado, o texto prosseguiu como que por encanto. A lógica impecável, as citações cuidadosamente garimpadas (inclusive a epígrafe), os argumentos lapidados, as contextualizações precisas, as análises abissalmente profundas da psique suprema, as metáforas de causar inveja a Shakespeare e, no fim, aquela exortação ao autossacrifício: fora, Alexandre de Moraes! Tudo havia se encaixado mais-do-que-perfeitamente. “Nasceu uma obra-prima!”, disse, na ocasião, um anjo desses que se empolgam demais e depois ficam com as bochechas vermelhas.

A obra-prima, porém, ainda não era milagre. Porque de nada adiantariam aquelas palavras todas se elas caíssem em ouvidos moucos ou, pior!, fossem sugadas pelo grande redemoinho de indiferença das redes sociais. Por sorte, para quem não acredita, ou pela Graça, para quem crê, eis que a crônica chamou a atenção de um assessor do Supremo.  
Que tomou o cuidado de imprimir as palavras e colocá-las cuidadosamente sobre a mesa do déspota, com um bilhetinho no qual, com algum esforço (ê letrinha feia, hein!), lia-se: “Quem esse cara pensa que é?! PRENDE ELE, ALEXANDRE!”.
 
A julgar pelo título, Alexandre de Moraes já estava até assinando o mandado de prisão. 
Mas lhe chamou a atenção a epígrafe com aquela poetisa que o minissenador Randolfe Rodrigues disse que era boa. 
E só por isso o déspota começou a ler. E, caramba!, não é que o cronista tinha razão mesmo? Quando percebeu, Alexandre de Moraes estava na última linha - e em prantos. “Data venia, eu só queria salvar a democracia”, repetia entre soluços, numa última e desesperada tentativa de se convencer disso.

Neste ponto os estudiosos divergem e até se pegam no tapa. Eu, que sou o autor desta joça, digo que o milagre estava na epifania de Alexandre de Moraes. Mas agora uns chatos inventaram de dizer que o milagre se estendeu pelos dias seguintes, abrangendo tudo o que entrou para a história com o nome meio cafona de Primavera Brasileira:

(Olha os dois pontos cruzando a abóboda celeste aí de novo, incréu!).
Alexandre de Moraes fez circular a crônica entre os demais ministros que, tocados por todas as qualidades literárias aqui já mencionadas, convocaram uma coletiva de imprensa para reconhecer os muitos erros cometidos nos últimos anos, pedir desculpas e, já que estavam ali mesmo, anunciar novas eleições. “Mas dessa vez sem candidato ex-presidiário!”, ressaltou um brincalhão Edson Fachin que, não pude deixar de perceber, até raspou o bigode. “E, daqui para frente, sem censura. Mesmo!”, acrescentou Cármen Lúcia, visivelmente constrangida, tadinha.

Assim a paz se fez no Brasil. É bem verdade que um ou outro petista cínico ainda tentou emplacar a narrativa de que tudo não passava de uma fantasia mequetrefe de um cronista de província voltando de férias. Mas de nada adiantou. No final das contas, prevaleceram não só os argumentos, citações, figuras de linguagem e até um ou outro afago pouco sincero que o autor incluiu no texto para apaziguar a ira suprema; prevaleceu sobretudo a exortação final que, apesar da cara jacobina, tinha um quê mesmo de sábio conselho maternal: fora, Alexandre de Moraes!

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

A nova postura de Alexandre de Moraes contra os radicais bolsonaristas

Além do discurso contundente em que deu vários recados ao presidente Jair Bolsonaro e aos seus apoiadores radicais, Alexandre de Moraes resolveu mudar sua postura em relação às ofensas e ataques que recebeu no exterior.

Nesta terça, 15, ao deixar o hotel em Nova York, o magistrado foi novamente hostilizado por bolsonaristas. Enquanto ouvia gritos de “safado”, “ladrão” e xingamentos, Moraes apenas sorriu, acenou e entrou numa van que o aguardava. Depois, fez questão de sorrir de novo, ironicamente, dando um novo tchauzinho.

Atrás dele, também hostilizados, entraram no carro Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e João Doria.

A atitude é bem diferente da que Moraes teve dentro de um restaurante no dia anterior, quando ficou nervoso com um manifestante e chegou a se levantar para falar com o homem que o insultava. “Vejam quem está aqui. Gastando o dinheiro do povo brasileiro. Venha aqui fora”, disse o homem em um inglês bem mequetrefe.

Ao ver Moraes se levantar e caminhar em sua direção, ele disse em português para alguém ao seu lado: “não deixe ele encostar em você”. Em inglês novamente, afirmou  “se tocar você terá um problema”. As palavras irritaram Moraes, que aparece sério na gravação que circula nas redes sociais.

Em seu Twitter nesta segunda, o ministro deixou uma mensagem igualmente forte aos extremistas: “o povo se manifestou livremente e a Democracia venceu!!! O Brasil merece paz, serenidade, desenvolvimento e igualdade social. E os extremistas antidemocráticos merecem e terão a aplicação da lei penal”, escreveu.

Moraes decidiu manter a firmeza – e agir de forma irônica – contra aqueles que o insultam após perderem as eleições. Não se espantem. Esse deve ser a nova estratégia do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para lidar com os extremistas de direita enquanto Bolsonaro vai, aos poucos, saindo do poder.[mais uma vez o jornalista tenta transformar em realidade, via narrativas fantasiosas, coisas que ele deseja que aconteçam. Para tanto, se vale da omissão. Exemplos:
- omite que houve intervenção policial - polícia americana chamada por cidadão americano - para averiguar incidente  havido entre o ministro Moraes e cidadã americana = uma menor de 17 anos = e o jornalista militante omite a informação da existência no Youtube de vídeo sobre o ocorrido; 
-  o povo brasileiro ontem, 15 nov, se manifestou, contra as eleições e hoje continua se manifestando, sem que haja repressão policial = as manifestações ocorrem, em sua maioria, em ÁREA MILITAR;
- Nota Oficial Conjunta das Forças Armadas estabeleceu - mais lembrou - o que o Brasil e seu POVO espera das instituições.  
- omitiu também incidentes havidos nos EUA entre o ministro Barroso e cidadãos, e  com o ministro Gilmar Mendes que teve que responder com um NÃO SEI,  enfático e constrangido, ao questionamento de uma cidadã se no Brasil "o CRIME COMPENSA?"; 
Ia esquecendo: ontem, as manifestações foram de tal monta que até a TV Globo, que sonegava da sua audiência informações sobre ocorrência de manifestações - teve que  reconhecer no JN que as mesmas estão presentes em diversos pontos do Brasil = DENTRO DA LEGALIDADE, ORDEIRAS e PACÍFICAS.]
 
Matheus Leitão - Blog Revista VEJA
 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Brasileiro chama a polícia em Nova Iorque contra Alexandre de Moraes

Ministro é acusado de ameaçar menor de idade

Um cidadão brasileiro morador de Nova Iorque anunciou pelo Twitter que chamou a polícia local para fazer uma queixa contra o ministro Alexandre de Moraes por ter ameaçado sua filha, que tem 17 anos e é cidadã norte-americana.  O brasileiro, que não se identificou, disse que estava numa live dentro de um restaurante e “o senhor Alexandre de Moraes, junto com sua esposa, estava numa mesa e veio para cima da minha filha. Nós acabamos de chamar uma  viatura da polícia, que está chegando aqui para fazer um report (queixa). Ela é cidadã norte-americana, tem 17 anos de idade e está sendo ameaçada por um ministro da Suprema Corte do Brasil”.


A cena a que ele se refere também foi divulgada no Twitter:

 [Ministro Moraes nos Estados Unidos o senhor tem os mesmos direitos, privilégios e obrigações do cidadão brasileiro Alan dos Santos; o senhor não possui imunidade diplomática, não é chefe de governo ou de estado. Com uma agravante: o desgaste internacional de sua imagem.]

Redação - Revista Oeste 

 Foto: reprodução de redes sociais

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes foi xingado no domingo (13.nov.2022) por brasileiros em Nova York (EUA). Foi abordado em 2 momentos: dentro de um restaurante e depois, ao deixar o estabelecimento. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, Moraes é abordado dentro de um restaurante. O brasileiro que está gravando fala frases em inglês e em português. Acusa o ministro de “gastar dinheiro do povo brasileiro”. Ao deixar o local, ele comemora com outras pessoas do lado de fora do prédio e xinga o magistrado: “Vagabundo”. No 2º momento, Moraes é filmado saindo escoltado do restaurante e entrando em um carro preto. Um grupo de brasileiros já o espera. O ministro é xingado de “vagabundo” e “ladrão”.

 


terça-feira, 27 de setembro de 2022

Até o New York Times percebeu a encrenca em que o STF nos meteu - Gazeta do Povo

Vozes -  Paulo Polzonoff Jr.

Um artigo surpreendentemente honesto no New York Times pergunta se o STF não foi longe demais em sua cruzada “em defesa da democracia”, perseguindo empresários, acabando com a imunidade parlamentar e prendendo pessoas por postagens em redes sociais.  

Há quem diga que tudo não passa de um disfarce para chancelar a narrativa de que contra Jair Bolsonaro vale tudo. Mas talvez a esquerda e os progressistas tenham começado a perceber que… deram asas a cobras.

New York Times detona Alexandre de Moraes (INCRÍVEL!)
 
Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Quem são os católicos ultraconservadores que vão às ruas por Bolsonaro

Monarquistas, anti comunistas e radicais, eles são pouco numerosos, mas mobilizam um eleitorado fiel ao presidente da República 

 católicos conservadores

Conservadorismo em alta: apoio a Bolsonaro e contra a pauta progressista Evandro Éboli/VEJA

O radicalismo religioso segue como uma anomalia que resiste aos ventos modernizantes do século XXI, freando as liberdades individuais onde germina e revelando seu lado mais sombrio quando desemboca na política. Ele se pronuncia em diversos pontos do globo com as nuances de cada cenário. No Brasil, grupos radicais de variadas vertentes religiosas, que andavam num segundo plano desde os anos de 1980, pós-ditadura militar, despertaram com renovada capacidade de articulação quando o então candidato à presidência Jair Bolsonaro surgiu no cenário, abraçando a pauta conservadora posta à mesa por essas lideranças. Aglutinadas dentro e fora da igreja neste caso, em torno de organizações e institutos -, elas são adversárias da agenda progressista, rechaçando educação sexual nas escolas e direito ao aborto, entre outros tópicos.

Bolsonaro elegeu-se impulsionado por esta mescla de política e religião, tendo aí os evangélicos proeminência incomparável e ascendente. Mas outra força menos vistosa vem avançando a passos largos, ganhando ousadia e é essencial para embalar Bolsonaro nas eleições de 2022: são os chamados católicos fundamentalistas (terminologia adotada na academia). “Esse estrato do catolicismo tem enorme capacidade para orientar e fidelizar o voto, e o presidente o quer por perto”, avalia o especialista Victor Gama, da PUC-MG. Neste sete de setembro, eles estão nas ruas organizando atos públicos, como rezas, e gritando palavras de ordem contra o progressismo que consideram “marxismo cultural”.

VEJA identificou 43 desses grupos, alguns constituídos antes, outros bem recentemente, durante a era Bolsonaro – todos fora das igrejas, embora com laços umbilicais com elas e contando com a crescente inclusão de quadros religiosos que recrutam nos seminários. No passado nem tão distante assim, funcionava cada um por si, mas agora formam uma rede que extrapola até as fronteiras nacionais, dão cursos aos montes e tem canais no YouTube com milhões de seguidores e visualizações, onde disparam com verve raivosa sua visão ultra conservadora e francamente bolsonarista, com direito a pitadas de fake news.

Os vídeos, de linguagem didática, se manifestam a favor do voto impresso e disseminam a inaceitável balela antivacina, engrossando as milícias digitais do bolsonarismo, com as quais mantêm proximidade. Um dos porta-vozes desta corrente que exerce maior magnetismo é o padre Paulo Ricardo, da paróquia Cristo Rei, no Mato Grosso: ele é a favor de armar a população e já posou empunhando um fuzil ao lado de Olavo de Carvalho (astrólogo e guru do bolsonarismo a quem outros da turma são chegados). Eles começaram a aparecer na internet depois dos protestos de 2013, mas foi no atual governo que ganharam envergadura”, diz o historiador Rodrigo Coppe.

O alvo dos ataques são sempre figuras avessas ao seu ideário, parte delas egressa de hostes mais progressistas da própria igreja católica. Após recomendar a seus fieis o livro Teologia e os LGBT+, do jesuíta Luís Oliveira Lima, o padre Júlio Lancelotti conheceu a fúria fundamentalista em uma enxurrada de mensagens que o classificavam de comunista, herege e clamavam por sua expulsão da igreja. [Respeitosamente, recomendamos ao padre Julio Lancelotti a leitura da Carta de São Paulo aos Romanos, (cf. 1, 24-32), (cf. 1, 26-28), 1Cor 5, 11.13),  (1Cor 6, 9-10),  e de   (Mt 5, 28) (Mt 25, 11-13;25, 27-29;  25, 41-46) ( Mt 15, 19-20 Mc 17, 21-22;), (Lc 18, 11), e fechando com CHAVE DE OURO esta Catequese, por favor leiam: Estes seis pecados ficaram “fora de moda”...]

Há pouco mais de um mês, representantes desses grupos escalaram um novo e perigoso degrau, fora das redes. Descontentes com a pregação de um padre de Fortaleza, Lino Allegri, que durante a missa cutucou a gestão bolsonarista da pandemia, decidiram comparecer à paróquia de camiseta da Seleção Brasileira, interrompendo a homília aos gritos de “comunista!”. “Eles são incapazes de conviver com a diversidade de pensamento”, lamenta o padre Lino. em seguida, policiais militares foram convocados para garantir a segurança na porta da igreja.

Faróis do conservadorismo católico, o Centro Dom Bosco (CDB), baseado no Rio de Janeiro, e o Instituto Plinio Correia de Oliveira, a antiga TFP, em São Paulo, formam gente e lançam livros para divulgar seu pensamento país afora. No Dia da Consciência Negra, o Dom Bosco mobilizou sua tropa para encerrar uma missa de tradições africanas em uma paróquia do Rio. “Por definição, não existe catolicismo moderno ou progressista, ele é sempre conservador. Essas vertentes atuais não passam de falsificações”, desfia sua filosofia o presidente do CDB, Pedro Affonseca.

Monarquistas, os católicos radicais vêm se enfronhando nos gabinetes. Apoiaram com sucesso a eleição de dois deputados do PSL fluminense (Márcio Gualberto, estadual, e Chris Tonietto, federal) e se fazem ouvir por meio da Frente Parlamentar Católica Apostólica Romana, que costuma conduzir padres ao Planalto para benzer o presidente da República. A maioria se opõe ao Concílio Vaticano II, instituído na década de 60 com o objetivo de atualizar e aproximar a Igreja Católica de um mundo em transformação. Para os radicais, a cátedra de Pedro está vazia desde Pio XII, o último dos papas antes do Concílio, e não é bem representada por Francisco.

O recrutamento de novos adeptos tem se profissionalizado nos últimos tempos, com alto poder de atração sobretudo entre jovens seminaristas. “Eles atuam como uma espécie de escola subterrânea”, define Dom Joaquim Mol, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “Os seminaristas se submetem ao processo formativo normal, enquanto deixam-se moldar por esse pessoal para, depois de ordenados, aplicarem o tradicionalismo e o fundamentalismo”. Esses grupos em geral orbitam em torno de uma mesma organização conservadora internacional, a Leadership Internacional, nos Estados Unidos, e têm laços com Steve Bannon, o enrolado ex-estrategista chefe da Casa Branca de Donald Trump que transformou um mosteiro fincado em uma gigantesca propriedade em Trisulti, perto de Roma, em quartel-general e escola de formação da extrema direita católica.

Acolhe ali ordens conservadoras como a de Malta e a do Santo Sepulcro. Dia desses, Bannon, que apelidou o presidente brasileiro de “Trump dos trópicos”, encontrou, em uma conferência conservadora no Texas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), seu fã de carteirinha, aproveitando a oportunidade para desancar as urnas eletrônicas. No pleito perdido por Trump, aliás, católicos integrantes do grupo católico se plantaram em frente à embaixada americana em Brasília para rezar por sua reeleição, que não vingou. Religião e política, tudo junto e perigosamente misturado.

Política - Revista VEJA