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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Falar em garimpo é falar em descoberta de riquezas

Falar em garimpo, tão hostilizado por certos intelectuais da cidade, é falar em descoberta de riqueza, em soberania, em economia, em questão social

Antes de embarcar para Moscou, o presidente assinou decreto que instituiu um programa de apoio ao garimpo. No mesmo dia, recebi da região do Cripuri, que é um afluente do Tapajós, imagens de um helicóptero atacando com foguetes incendiários as instalações de um garimpo. Eram imagens que fazem lembrar napalm no Vietnã.

Isso no mesmo dia do anúncio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala. Um nome comprido para não confundir com atividade mineradora industrial. O objetivo do programa é tirar o garimpo da ilegalidade e, com isso, controlar as áreas, fiscalizar de forma transparente o meio ambiente, legalizar o comércio do ouro, prestar assistência de saúde e educação às famílias de garimpeiros. O decreto regulamenta o que ficou fora da lei de 1989, que tratou do assunto.

Já andei em garimpo, onde só se chega de avião em pista improvisada. A vida por lá é duríssima, e arriscados os resultados. Os ambientalistas e as forças policiais vêm batendo nos garimpeiros. [a maior parte dos ambientalistas e suas ONGs defendem,servem a interesses estrangeiros - são uns vendidos.] 
No entanto, a História mostra que devemos a eles a expansão do nosso território. A eles, aos bandeirantes e às patas do boi. 
Os Estados Unidos se tornaram potência por chegarem à costa do Pacífico por causa da corrida do ouro, a ponto de tirar a Califórnia dos mexicanos. E ficaram com poder no Atlântico e no Pacífico
No Brasil, além do boi, foi o ouro das Minas Gerais, as esmeraldas de Goiás, os bandeirantes que entraram por São Paulo e para o Sul, até as Missões jesuíticas espanholas
Os garimpeiros brasileiros, há séculos, marcam a nossa soberania na Amazônia.
 
Falar em garimpo, tão hostilizado por certos intelectuais da cidade, é falar em descoberta de riqueza, em soberania, em economia, em questão social. Em geral, são nordestinos, para realizar sonhos. Gente boa, trabalhadora, cumpridora de palavra
Enquanto fechamos os olhos para uma realidade como alerta o vice -presidente Mourão —, índios vendem diamantes via Bolívia, por exemplo. O ex-ministro Aldo Rebelo, que já foi do PCdoB, afirma que algumas das maiores jazidas do mundo em diamantes estão nas margens do rio Roosevelt, reserva dos Cintas-Largas, em Rondônia
E o Brasil nada ganha com isso. Todo mundo sabe que os garimpeiros que estão em reservas já fizeram sociedade com os indígenas, mas legalizar depende de lei. Enquanto isso, as pedras brasileiras são lapidadas nos Países Baixos.

Ironicamente, enquanto era anunciado o decreto, no mesmo dia garimpeiros eram atacados pelo fogo vindo do céu, destruindo suas casas, máquinas e sonhos, como se o Brasil oficial estivesse em guerra contra eles. O ataque não foi sequer em área indígena, mas na região conhecida como Galdeano. Uma reedição do que aconteceu com 61 balsas queimadas no Rio Madeira, onde os garimpeiros moravam com suas famílias. Isso no dia do anúncio do programa de apoio ao garimpo, confirmando a Constituição, que no art. 174, §3º e 4º, determina favorecer a organização da atividade garimpeira em cooperativas. Ficou estranha a violenta ofensiva no mesmo dia do anúncio do programa. Seria para queimá-lo?

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


sábado, 2 de outubro de 2021

Bolsonaro pode ser julgado em Haia? Caso das Filipinas indica que sim - O Estado de S. Paulo

A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, tem consultado juristas para evitar que a denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro que pretendem levar ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, nos Países Baixos, não tenha o mesmo destino de outras que já foram apresentadas, mas até agora nem sequer foram analisadas. Nas conversas, senadores ouviram que a abertura de investigação contra o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, pode servir de precedente para uma ação contra o brasileiro, mas para isso é preciso que os crimes estejam muito bem fundamentados.

O TPI costuma aceitar apenas o julgamento de crimes internacionais considerados muito graves, incluindo genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade. Seu tratado, o Estatuto de Roma, foi adotado a partir de julho de 1998 por mais de cem países, incluindo o Brasil.  Na prática, o Tribunal de Haia atua quando as cortes nacionais não conseguem ou não desejam realizar processos criminais. Sendo assim, a formação desse foro internacional geralmente se justifica como um último recurso e só atua se o processo não estiver sendo julgado por outro Estado. Desde 2019, a corte internacional recebeu três comunicações contra Bolsonaro. Uma delas já foi arquivada. Outra está em análise preliminar e uma terceira ainda não teve resposta.

O Estadão apurou que já há um entendimento no "G7" - grupo majoritário da CPI - para que o relatório final seja encaminhado a Haia assim que a comissão finalizar os trabalhos, o que está previsto para novembro. Para isso, os senadores tiveram duas rodadas de conversas nas últimas semanas com juristas especializados em diversas áreas do Direito, como Internacional e Sanitário.

Em entrevista ao Estadão, Sylvia Steiner, única juíza brasileira que já atuou na corte (2003-2016), disse acreditar que há “prova abundante” contra o chefe do Executivo. "As denúncias que foram encaminhadas ao TPI, foram três ou quatro, tratavam de um problema de má gestão da covid. Falava-se de incompetência, de um problema administrativo, de pessoas incompetentes que estavam gerindo mal uma crise sem precedentes", disse. " O que ficou demonstrado foi que o problema não era de má gestão. Porque má gestão e ignorância, infelizmente, não são crimes", completou ela. [essa senhora, provavelmente, por ser a discrição uma característica forte dos integrantes do TPI, se empolgou com o cerco da imprensa e falou de uma forma desconexa - chegando a     considerar crime  de responsabilidade passível de julgamento por aquela Corte; esquecendo que um dos requisitos para uma denúncia ser julgada pelo TPI  é quando as cortes nacionais não conseguem ou não desejam realizar processos criminais. Não existe nenhum processo criminal contra o presidente Bolsonaro - existe denúncias, que ainda não se tornaram processos e dificilmente se tornarão -  não há como se falar em inação das cortes brasileiras. 
O respeitado jurista Miguel Reale coordenou o impeachment da 'engarrafadora de vento' e teve êxito - para felicidade do Brasil - só que a situação da Dilma era bem diversa da que querem criar para o  presidente Bolsonaro. 
No caso do presidente das Filipinas,   houve notícia de atos que podem ser objeto da uma intervenção do TPI. No Brasil sequer ocorreu  genocídio  ou qualquer outro crime que justifique uma ação do Corte de Haia. No Brasil, FALTAM os crimes e os cadáveres.]    . 
 
A ex-juíza assina o relatório de juristas coordenado por Miguel Reale Jr. que aponta sete crimes cometidos por Bolsonaro na pandemia, incluindo contra a humanidade. "O desafio é fazer o tribunal olhar para um País que tem instituições democráticas, ainda que estejam sob ataque, como no atual momento", disse a advogada Eloísa Machado, professora da Fundação Getulio Vargas.
Na avaliação dos juristas consultados, porém, duas decisões recentes da corte internacional podem dar força à denúncia enviada pela CPI:  a) as autorizações para abertura de investigação por crimes contra a humanidade cometidos pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em 15 de setembro, 
b) e sobre a atuação de tropas americanas e britânicas no Afeganistão, por crimes de guerra e contra a humanidade, no ano passado. 
[prezados leitores: decidimos poupá-los  de elucubrações dos integrantes da covidão-19 e de alguns juristas que gostam de aparecer.
Conheçam a opinião fundamentada do jurista IVES GRANDA MARTINS.
Uma hora todos vão se convencer que falta apenas o presidente Bolsonaro cometer os crimes.] 
 
O Estado  de S. Paulo 
 
 

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Depoimento de Najila: delegacia paralisada, atraso e a única fã de Neymar - Empresário, amigo de Neymar é investigado por tráfico internacional

A modelo entrou na delegacia com uma blusa em cima de sua cabeça, impedindo fotógrafos e cinegrafistas de fazerem registros


Com 50 minutos de atraso, Najila Trindade Mendes de Souza chegou à Delegacia da Mulher de Santo Amaro, na manhã de sexta-feira, 7, para depor sobre o caso Neymar (na reportagem de capa da semana, confira detalhes da história). Ela entrou com uma blusa em cima de sua cabeça, impedindo fotógrafos e cinegrafistas de fazerem registros. Um circo midiático se forma na porta da delegacia, com 65 jornalistas de TVs, rádios, sites e jornais. Sete homens do Grupo de Operações Especiais fazem um cordão de isolamento na entrada do local, o que atrapalha outras mulheres de serem atendidas normalmente.

Duas mulheres e uma criança chegaram ao local para prestar queixa, mas foram orientadas a retornar no dia seguinte porque hoje, por causa do depoimento de Najila, os trâmites demorariam mais.  Uma única fã de Neymar apareceu à porta da delegacia segurando uma camiseta da seleção brasileira.

Empresário, amigo de Neymar é investigado por tráfico internacional

Dono de três empresas da Baixada Santista que frequentava o círculo social do jogador de futebol está preso sob suspeita de intermediar carga de cocaína


O vasto círculo social de Neymar, com amigos para tudo, os “parças”, agora inclui um acusado de tráfico internacional. O empresário Bruno Lamego Alves exibia nas redes sociais a sua proximidade com o jogador em viagens por Paris, em jogos da seleção e em duas festas de aniversário do craque — tanto na mais badalada como na reservada aos mais íntimos. Em um vídeo no Instagram de dezembro de 2018, ele aparece rindo ao levar um chute de Neymar como “castigo” por ter perdido no truco. Em 28 de maio, Alves foi surpreendido pela Polícia Federal batendo à sua porta. Foi preso por ter intermediado supostamente um carregamento de 760 quilos de cocaína que seria enviado à Bélgica pelo Porto de Santos.

A PF já está acostumada a flagrar contêineres repleto de drogas no porto, o maior da América Latina — só em 2019, já foram apreendidas mais de 10 toneladas. Mas o esquema que Alves é suspeito de ter montado chamou atenção pela engenhosidade. VEJA teve acesso a parte do inquérito. O documento relata que o empresário procurou, no início de 2017, uma grande produtora de milho do Paraná para exportar fubá para a Europa. Teria se passado por um holandês chamado Robert Nuur, representante de uma importadora gigante dos Países Baixos conhecida por comercializar café e cacau da América do Sul.

A proposta era sedutora — introduzir o então desconhecido fubá no mercado europeu —, e os executivos da empresa brasileira não parecem ter percebido as inconsistências do negócio. A carga deveria ser escoada por Santos e não pelos portos paranaenses, que ficavam bem mais perto; não houve contrato de câmbio e a estufagem do contêiner ficaria a encargo da importadora, o que não é comum conforme os padrões internacionais.

O holandês fajuto ainda pagou tudo segundo o combinado, 88 000 reais em nove depósitos em caixas eletrônicos. Antes de chegar ao porto, o caminhão que levava a mercadoria fez uma parada no Guarujá para encher o contêiner – ali a droga foi colocada entre os sacos de farelo de milho. No terminal portuário, a carga passou pelos scanners. Ao ver as imagens, os fiscais da Receita Federal desconfiaram do arranjo dos sacos, abriram o contêiner e acharam a droga.

A PF chegou a Alves porque os e-mails enviados à empresa de milho vieram do seu celular. Ele disse aos agentes que foi vítima de uma armadilha, montada por um estrangeiro que se chamava, de fato, Nuur. Em sua justificativa, contou que o gringo lhe deu a senha do próprio e-mail para entrar em contato com a exportadora, pois não sabia falar português. A PF não acreditou na sua versão. “Ele não conseguiu comprovar o encontro nem indicar quem era essa pessoa fictícia que teria o contratado para fazer o negócio. Ele inventou essas histórias e os e-mails eram falsos. Na verdade, ele era o Nuur”, disse a delegada Fabiana Lopes, responsável pelo caso.
As malas com 760 quilos de cocaína encontradas entre os sacos de fubá de milho (Receita Federal/.)

A Justiça viu indícios para mantê-lo preso preventivamente na Penitenciária 1 de São Vicente (SP). “A princípio, existem sérios indicativos da participação de Bruno Alves em organização criminosa voltada ao tráfico transfronteiriço de entorpecentes”, escreveu o juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos (SP).
A defesa de Lamego afirmou que ele trabalha há pelos menos 20 anos no ramo de comércio exterior – ele é sócio de três empresas, uma de importação e exportação, outra de consultoria logística e de um bar no Guarujá (SP) -, e frisou que ele não tem nenhum antecedente criminal. “O seu dia a dia é procurar pessoas que têm interesse em exportar e importar. Foi o que ele fez. A investigação foi iniciada em 2017 e, nesse tempo, não acharam nada de errado contra ele. Foi uma decisão absurda”, disse o advogado Ricardo Ponzetto. Ele entrou com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional da 3ª Região e espera uma decisão favorável até a próxima semana.

Após a prisão, as fotos nas redes sociais de Lamego, que também incluem outro esportista famoso, o surfista Gabriel Medina, foram apagadas. O advogado considera que elas são em parte a razão da prisão. “Meu cliente tem uma vida social intensa com personalidades. A prisão ocorreu para constrangê-lo. Isso é um ingrediente bombástico para dar repercussão”.
Na edição da semana, leia reportagem completa sobre a denúncia de estupro que pode arranhar por completo a imagem de Neymar.



sábado, 26 de janeiro de 2019

Bolsonaro tem de atacar os ladrões dos Correios

25 de janeiro é Dia do Carteiro. Festa para 57 mil profissionais que entregam mais de 6 bilhões de objetos postais em todos os cantos do Brasil. Nesta mesma data são comemorados os 356 anos de serviço postal no Brasil. Momento exato para refletir sobre os Correios – estatal que é alvo de bandidos (desde ladrões de cargas até corruptos da politicagem brasileira).
O ex-BBB e ex-deputado, o agora fujão Jean Wyllys está tentando fugir com o dinheiro que deve, devido sentença judicial, Deputada federal eleita Bia Kicis
 
O Presidente Jair Bolsonaro, que retorna do Fórum Econômico Mundial de Davos, poderia aproveitar para refletir sobre o futuro dos Correios – uma empresa que ainda corre risco de continuar sofrendo sabotagens de grupos políticos, como ocorreu nas gestões do PT e demais comparsas políticos na corrupção. Os Correios não dependem de recursos do Governo Federal. Estratégica, a estatal é independente do orçamento da União.

Privatizar por privatizar vale a pena? No caso dos Correios do Brasil a resposta é negativa. Os militares são a favor de manter a empresa estatal. Tanto que ela é comandada pelo General Juarez Cunha.[o coronel Adwaldo Cardoso Botto, presidiu os Correios, ECT, por onze anos e tornou uma das empresas mais lucrativas e um dos mais eficientes correios do mundo.] O vice Presidente Antônio Hamilton Mourão já advertiu que, por enquanto, não concorda com a desestatização da empresa. Mesmo pensamento do Coronel Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação.

Privatização de Correios é um assunto polêmico no mundo todo. Dos 192 correios vinculados à Universal Postal Union (UPU), 176 são totalmente estatais. Oito são privados (Aruba, Cingapura, Malásia, Malta, Países Baixos, Portugal, Líbano e Inglaterra). Oito têm participação de capital privado (Áustria, Bélgica, Alemanha, Grécia, China, Itália, Uzbequistão, Japão). Aliás, o correio de Portugal já estuda o retorno à categoria estatal, pois não deu certo privatizar.

Ao longo do último ano, os Correios tiveram um significativo crescimento nos índices de qualidade operacional, superando as metas mês a mês. A empresa saiu de um resultado de 83% de encomendas entregues no prazo em janeiro de 2018 para 99% em dezembro, um marco histórico. Os resultados podem melhorar com novos projetos e parcerias estratégicas. Os Correios são lucrativos em 324 municípios (que têm 92% do potencial de mercado). Os Correios exercem uma função de Integração Nacional.É o único braço do Estado presente em todos os municípios do País. Os Correios podem fornecer serviços à população onde ninguém consegue chegar, tipo emissão de CPF, RG, Passaporte, Carteira de Trabalho, entre outros. Ao contrário do que muita gente pensa, os Correios não têm monopólio sobre a entrega de encomendas.

Antes de pensar em privatizar, conforme furor manifestado publicamente pela equipe econômica, o Presidente Bolsonaro deveria tomar uma decisão que compete só a ele: livrar os Correios das influências políticas nefastas. Depois da limpeza – incluindo tudo que foi feito de errado pela ladroagem contra o fundo de pensão Postalis (cujo rombo é paga pelos 106 mil funcionários da empresa) -, aí sim basta firmar novas parcerias societárias para os Correios avançarem como uma empresa eficiente e lucrativa, cumprindo seu papel comercial e de universalização de serviços públicos.

Os militares querem limpeza nos Correios. O ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, também já se colocou à disposição para ajudar no processo de saneamento e combate à corrupção contra a empresa. O Presidente Bolsonaro só precisa apoiar essas iniciativas e barrar as ações da politicagem contra os Correios. Não é fácil... Porém é possível...

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
Membro do Comitê Executivo do
Movimento Avança Brasil



terça-feira, 28 de março de 2017

O fim da União Europeia

Crise financeira, alto fluxo migratório, líderes de direita e ameaça terrorista levam o bloco a um processo de desintegração. Sessenta anos depois de seu nascimento, a organização enfrenta o maior desafio com a iminente saída do Reino Unido

Era para ser um momento festivo a comemoração das seis décadas de existência da União Europeia. Em 1957, quando se reuniram em Roma para assinar o tratado que deu origem ao bloco, os representantes de Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Holanda entendiam que a derrubada de fronteiras comerciais entre os países europeus pudesse ser o primeiro passo para impedir que o continente fosse devastado novamente por guerras e conseguisse retomar sua importância no cenário mundial. Hoje, no entanto, o que se vê é uma Europa que caminha para a fragmentação, um processo em boa medida alimentado por sentimentos nacionalistas que envenenam as relações entre nações que durante séculos guerrearam entre si. Por isso, sessenta anos depois, o mundo se vê diante de duas questões: a União Europeia continuará a existir? Se sim, em que bases?


A procura pelas respostas será o objetivo principal dos líderes europeus que estarão reunidos no sábado 25, em Roma. Quatro dias depois, eles testemunharão a oficialização do primeiro grande golpe contra o bloco. Na quarta-feira 29, a primeira-ministra britânica, Theresa May, iniciará o processo oficial de retirada do Reino Unido da União Europeia – o Brexit -, após um plebiscito realizado em junho de 2016 ter decidido por esse caminho.

Para entender as razões que hoje ameaçam a existência do bloco europeu é preciso, antes, compreender o pensamento que norteou sua fundação. A ideia de união é convergente com o pensamento liberal que ganhou força no pós-guerra de que a cooperação comercial entre países diminuiria a propensão a conflitos. “A União Europeia simboliza até hoje a possibilidade de superar divergências por meio da cooperação”, afirma Paulo José Whitaker Wolf, professor de Relações Internacionais da Escola de Extensão da Universidade Estadual de Campinas. “Isso contradiz a visão da guerra.”

Deu certo enquanto o continente prosperou impulsionado pela ausência de cobranças aduaneiras nas trocas comerciais. Em 1973, o êxito atraiu a adesão de Dinamarca, Irlanda e Reino Unido. Foi também nesse período que ocorreu a primeira eleição direta ao Parlamento. Pouco tempo depois, já nos anos 1980, Grécia, Espanha e Portugal entraram no bloco e, com a Queda do Muro de Berlim, em 1989, o mercado único pôde, finalmente, ser colocado em prática. Em 2002, o euro unificou as moedas no continente.

A história mostrou, no entanto, que o preceito que esteve na base da formação do bloco só foi vitorioso enquanto a economia ia bem. Confrontados pelas oscilações nesse terreno, os países adotaram, pouco a pouco, uma postura de auto-proteção que começou a colocar em risco interesse comuns. Não é à toa que o processo de esfacelamento de uma Europa unida tem sua raiz na crise econômica de 2008, quando os integrantes do bloco voltaram-se mais à solução de seus próprios problemas. E aqueles que sofreram mais, como Espanha, Grécia e Portugal, foram nos anos seguintes alguns dos principais críticos ao bloco. Em especial, queixavam-se das exigências de austeridade colocadas por nações mais ricas e menos atingidas, como a Alemanha.

A ocorrência de outros fenômenos históricos ao longo dos últimos sessenta anos contribuiu para desenhar o contexto no qual hoje se discute o futuro da União Europeia. Um dos mais importantes foi a escalada do terrorismo em nível global, cujo início foi anunciado no ataque às Torres Gêmeas, em 2001, nos Estados Unidos. Daquele dia em diante, ficou claro ao mundo ocidental que todos os países estavam sob ameaça. A situação se agravou a partir de 2013, com a criação do Estado Islâmico e seus ataques ao coração da Europa. Ainda está viva na memória o terror do atentado ao Bataclan, em Paris, em 2015, e o choque com o último ataque, na semana passada, em Londres.


A sensação de vulnerabilidade trazida pelo terror fez germinar novamente a intolerância aos estrangeiros, um sentimento que só se agravou com o crescimento do fluxo migratório dos refugiados a partir de 2015. A reação de boa parte da população europeia foi a de repelir a presença de imigrantes, especialmente os de origem muçulmana. Praticamente seis décadas depois estava pronto o caldeirão certo para o surgimento de líderes populistas que têm suas principais posições baseadas na xenofobia e na defesa da volta de sistemas distintos de administração. “A polarização é um dos perigos mais amplos do populismo, que já ganhou força nos Estados Unidos de Donald Trump”, afirma Alexandre Afonso, professor de Políticas Públicas da Universidade de Leiden, na Holanda. “Devemos nos preocupar com os rumos que a Europa está tomando ao vermos a extrema-direita se tornar cada dia mais presente em países como a França, Alemanha e Suíça.

Contexto adverso
É essa combinação de fatores que coloca em risco um organização que surgiu com o objetivo de superar diferenças em nome de objetivos comuns. “Enquanto questões como a crise financeira, o alto fluxo imigratório e a ameaça terrorista estiverem no topo da agenda, o bloco terá sérias dificuldades para chegar a acordos e manter a integração”, afirma Antonios Kouroutakis, professor da Escola de Direito da Business School de Madrid, na Espanha.


Não se sabe o desfecho desses processo. O que se pode dizer certamente é que o esfacelamento da organização coloca em xeque a existência de blocos que nasceram sob sua inspiração, modificando novamente as bases das relações comerciais e institucionais entre os países. “A União Europeia sempre foi um modelo de integração por ser o bloco econômico regional mais desenvolvido, com parâmetros seguidos no mundo todo”, diz Cairo Gabriel Borges Junqueira, professor de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista. “O receio é o de que se a UE, no auge de sua maturidade, está apresentando sinais de enfraquecimento, consequentemente qualquer bloco pode passar por isso também.”

A União Europeia foi resultado de uma aspiração à reconciliação. Quando a Segunda Guerra Mundial deixou os países europeus em ruínas, o objetivo comum da integração fez um continente dividido se unir pela sobrevivência. Em 25 de março comemora-se o 60º aniversário da assinatura do Tratado de Roma (foto), que instituía a Comunidade Econômica Europeia e a Comunidade Europeia da Energia Atômica. As duas organizações eram fruto da união iniciada em 1950 com a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Bélgica, França, Alemanha, Itália, Luxemburgo e Países Baixos foram os primeiros signatários do documento, que curiosamente estava em branco. Apenas a primeira e a última folha encontravam-se prontas. O conteúdo foi preenchido depois da cerimônia oficial.

Fonte: Isto É
 

 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O Movimento Estudantil Popular Revolucionário



 Organização maoísta mantida com verbas obtidas sob a fachada de uma ONG; o MEPR dedica-se à preparação do terror revolucionário no Brasil. Seu site na Internet faz propaganda do grupo International League of Peoples Strugle-ILPS (Liga Internacional dos Povos em Luta), entidade que reúne organizações democráticas da Ásia, África, América Latina, América do Norte, Europa e Oceania.

Raquel Braga Scarlatelli Pimenta e Gerson Antonio Guedes Lima estiveram presentes no Congresso de fundação da Liga Internacional dos Povos em Luta, representando, respectivamente, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e a Liga Operária Camponesa.  Como se recorda, o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), foi constituído num Encontro realizado no período de 29 de abril a 1 de maio de 2001, por um grupo de militantes maoístas que havia rompido com o “reformismo” do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) no Congresso dessa entidade, realizado em 1995 em Goiânia. Esses estudantes decidiram não mais participar da UBES e da União Nacional de Estudantes (UNE).
Em 2000, no I Encontro Nacional dos Estudantes do Povo, em que foi constituído, o MEPR, em uma declaração, assinalou que se guia por dois princípios: “servir ao povo de todo o coração” e “ser tropa de choque da revolução”. 

(...) 

Ainda recordando: em março de 2003, no Rio de Janeiro, um grupo de cerca de 30 militantes do MEPR, com pedras e coquetéis molotov, protestou no centro da cidade contra a guerra no Iraque; quebraram vidros do Consulado dos EUA, apedrejaram carros da Polícia Militar e lançaram explosivos contra o prédio da representação diplomática. Agências bancárias, do Banco do Brasil e Banco Itaú, e uma lanchonete da rede McDonald’s também foram alvos de ataques. Quando da baderna, panfletos do MEPR com o título “Viva o heróico povo iraquiano. Morte às tropas assassinas norte-americanas”, foram distribuídos. 

Em setembro de 2003, atendendo ao convite da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas, militantes do MEPR compareceram ao 3º Congresso da Liga, realizado na cidade de Geba, Norte de Minas Gerais, no final de setembro, onde cerca de 4 mil famílias estavam em luta pela terra. Em julho de 2003, militantes do MEPR já haviam estado nas cidades de Jaíba e Manga, ambas em Minas Gerais, participando dos preparativos desse Congresso. Isso, sem dúvida, configura que o MEPR é o braço estudantil da Liga dos Camponeses Pobres, apenas mais um dos cerca de cem grupos organizados de sem-terras atuantes em todo o Brasil, defendendo abertamente uma revolução agrária.

 A Liga dos Camponeses Pobres é, por sua vez, o braço camponês da Liga Operária Camponesa-LOC (uma cisão da organização Ala Vermelha, que já era uma cisão do Partido Comunista do Brasil), uma organização de linha maoísta. Pode ser assinalada a existência da Liga dos Camponeses Pobres no Norte de Minas Gerais, no Centro-Oeste de Minas Gerais e a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia.

Todas essas organizações tiveram origem nas Comissões Camponesas de Luta (CCL) que começaram a surgir no ano 2000. Em 23 e 24 de novembro de 2003 foi a vez da LCP de Rondônia realizar seu III Congresso, na cidade de Jaru, com a presença de cerca de 700 pessoas, além de um movimento de mulheres denominado Movimento Feminino Popular, e de estudantes do Movimento Estudantil Popular.

 Logo depois, a ILPS, entidade que reúne organizações democráticas da Ásia, África, América Latina, América do Norte, Europa e Oceania, realizou um Congresso em Zutphen, Países Baixos, ao qual compareceram 336 delegados e convidados, representando 232 organizações maciças de 40 países: Afeganistão, Argentina, Austrália, Áustria, Bangladesh, Bélgica, Benin,Brasil (com representantes do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, Liga dos Camponeses Pobres e Liga Operária e Camponesa) Burma, Canadá, Congo, República Dominicana, Equador, Inglaterra, França, Alemanha, Grécia, Índia, Indonésia, Irã, Itália, Japão, Luxemburgo, Malásia, México, Nepal, Países Baixos, Nova Zelândia, Nigéria, Noruega, Paquistão, Peru, Filipinas, Escócia, Coréia do Sul, Espanha, Suíça, Tailândia, Turquia e EUA, reunindo forças progressistas de todo o mundo, para lutar pela independência nacional, pela democracia e pela libertação social de encontro ao imperialismo e à reação.

O Congresso elegeu um Comitê de Coordenação Internacional composto por 35 pessoas de diversos países. O Comitê é o órgão mais elevado de tomada de decisões, e elegeu, entre seus membros, um Grupo de Coordenação Internacional, composto por 10 pessoas. Esses órgãos ficarão sediados em Utrecht, nos Países Baixos.  Em novembro de 2008 (dias 22 e 29) os militantes do Movimento Estudantil Popular Revolucionário realizaram assembleias regionais em São Paulo, Goiânia e Alagoas. Essas assembleias foram direcionadas fundamentalmente à construção do MEPR nessas regiões e ao tema “como construir a greve geral para barrar as reformas do Banco Mundial”.

 Essa atividade, em São Paulo, teve a presença de estudantes da UNIFESP, USP, MACKENZIE e CEFET-SP, onde existem núcleos do MEPR.  Em Goiânia, a atividade foi realizada no mini-auditório da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. O tema abordado foi “Rebelar-se é Justo”. Essa assembléia contou com a presença de “companheiros” da Liga dos Camponeses Pobres, Núcleo da Liga Operária de Senador Canedo, Movimento Feminino Popular do Centro-Oeste, Liga Operária do DF, CA de Psicologia da UFG e ANDES (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior) Região do Planalto.  

As palestras foram centradas nas três principais tarefas do MEPR: agitar e propagandear a revolução, organizar a luta de massas nas escolas e universidades e combater o oportunismo, sendo a tropa de choque da revolução.

No início e no encerramento da assembléia foi cantado o Hino da Internacional.

Fonte: A Verdade Sufocada - Carlos I. S. Azambuja