Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Policiais
e militares mandaram o aviso: comunidades dominadas por traficantes do
CV e do PCC seriam asfixiadas enquanto armas não aparecessem; duas
brigadas estão de sobreaviso
A
tática é uma velha conhecida nos meios policiais: o bandido entregar o
que a polícia deseja para tentar evitar uma reação que atrapalhe em
demasia os negócios das organizações criminosas.
Foi assim que Erickson David da Silva – acusado de matar o policial da Rota Patrick Bastos Reis
– se entregou à polícia.
A facção criminosa queria evitar o que veio
depois: a Operação Escudo, que deixou um rastro de 28 mortes no Guarujá,
em 30 dias de ações na Baixada Santista.
Logo
que o furto das 13 metralhadoras Browning .50 e oito MAG, de calibre
7,62 mm, no Arsenal de Guerra, em Barueri, na Grande São Paulo, se
tornou público, policiais civis do Departamento Estadual de
Investigações Criminais (Deic), de São Paulo, começaram a usar seus
contatos para tentar localizar quem estava por trás do crime.
Também
mandaram um recado a bandidos do Primeiro Comando da Capital (PCC): as armas tinham de aparecer. Enquanto isso não ocorresse, não iriam sossegar.
Um
agente do Deic soube que o armamento estava enterrado na região oeste
da Grande São Paulo. Um homem que já havia sido preso por roubo a banco
estava em contato com os bandidos responsáveis pela guarda das
metralhadoras. As investigações do Departamento, comandadas pelo
delegado Fabio Pinheiro Lopes, mostravam que os criminosos estavam negociando a venda do armamento ao PCC.
Lopes manteve durante toda a semana contatos com o general Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste (CMSE).
A Polícia Civil carioca obteve ainda um vídeo no qual quatro
metralhadoras .50 e outras quatro MAG eram oferecidas a traficantes de
drogas, cada uma por R$ 180 mil.
Foi quando militares e policiais fizeram chegar à cúpula doComando Vermelho (CV)que a Força Terrestre não ia descansar enquanto o armamento não fosse
recuperado.
Na gíria policial, os bandidos teriam de “vomitar” as
metralhadoras.
Isso significava que o Exército estava disposto a cercar
comunidades, como fizera em março de 2006 quando, após 12 dias de
atuação em 16 favelas cariocas, as tropas recuperaram os dez fuzis e a
pistola roubados do Estabelecimento Central de Transportes do Exército.
Controlaram
as vias de acesso, verificando documentação e revistando carros.
Com
isso, os consumidores de drogas não puderam chegar a seus fornecedores.
Calculou-se que a ação fez o faturamento dos traficantes cair 70%.
A
ameaça de uma nova asfixia fez com que na quinta-feira o CV abandonasse
em um carro quatro metralhadoras .50 e quatro calibre 7,62 mm, na Gardênia Azul,
na zona oeste do Rio, onde foram recuperadas pela Polícia Civil. Em São
Paulo, enquanto o Exército apurava responsabilidades administrativas e
criminais de seu pessoal no caso, o mesmo recado foi dado aos bandidos:
“Devolvam as armas”.
Falta
agora encontrar quatro metralhadoras de calibre .50. “Os interessados
na compra desse armamento são ligados à facção criminosa (PCC)”, afirmou
o delegado Julio Guebert, diretor do Departamento de
Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro). Para ele, essas armas
viraram uma “batata quente” nas mãos dos bandidos. “Nós vamos até o fim.
Vamos identificar os envolvidos na compra e na venda dessas armas e
trabalhar para recuperar as armas que faltam.”
Não só. O CMSE pôs de sobreaviso todo o efetivo da11ª Brigada de Infantaria Mecanizada e da 12ª Brigada de Infantaria Leve
(Aeromóvel). Ou seja, quem estiver em casa deve se manter em condições
de se apresentar ao quartel a qualquer momento.
Entre as unidades que
podem cumprir buscas e apreensões no âmbito do Inquérito Policial
Militar (IPM) do caso, estão o 4.º Batalhão de Infantaria Mecanizada
(4.º BI Mec) e o 8.º Batalhão de Polícia do Exército.
O
general Maurício passara a madrugada de sábado e a tarde organizando as
ações para recuperar as armas.
O Exército se sente ultrajado diante do
maior furto de armas em um quartel desde que o capitão Carlos Lamarca deixou o 4.º Regimento de Infantaria com 63 fuzis,
três submetralhadoras e uma pistola, em 13 de fevereiro de 1969. [lembrando que o traidor Lamarca, andou dando uma de guerrilheiro esquerdista, praticou atrocidades - todas no estilo esquerdista de combater = covardes e cruéis = mas terminou abatido a tiros no interior da Bahia.]
É
difícil para oficiais acreditarem que a retirada das 21 metralhadoras
tenha sido possível.
Uma reserva de armas não é um depósito de
virabrequins.
Já quinta-feira, Tomás determinou o afastamento do
tenente-coronel Rivelino Barata Batista de Sousa. Engenheiro militar, ele foi recriminado por deixar que acontecesse tamanha falta de segurança no arsenal. E foi só o começo.
As primeiras prisões decretadas pela Justiça Militar
em razão do delito devem sair ainda nesta semana. Além disso, 20
oficiais e praças podem ser punidos disciplinarmente. Eles tiveram de
apresentar suas defesas e estão sujeitos a prisão de até 30 dias.”Esses
militares não cometeram crime, mas foram negligentes”, disse o general.
Ele disse ter certeza de que, sem o interesse de bandidos de fora do
quartel, os militares envolvidos no crime não teriam furtado as
metralhadoras.
Ou seja, elas tinham defeitos tão complexos que não compensava
financeiramente consertá-las.
De fato, só os casos graves são
encaminhados aos arsenais de guerra do Exército – armas com defeitos
menores são consertadas nos batalhões de logísticas.
Isso dificultou a
venda das metralhadoras para as facções criminosas, pois seria
necessário gastar mais dinheiro – e também expertise – para
consertá-las.[apesar de ser uma tática antiga e 'asfixia' é conhecida e empregada em diversas unidades das FF AA do brasil e até policiais.
É comum e eficiente que quando os bandidos se atrevem a roubar armas e outros equipamentos militares das FF AA estas ergam pontos de verificação em vias de acesso a favelas, bocas de fumo e param todos os carros, e também pedestres, que se dirijam àqueles locais e procedam longas e minuciosas buscas, inviabilizando o comércio de drogas e outros ilícitos.
É mais demorado, não é tão espalhafatoso quanto invadir favelas, mas é bem mais eficiente e seguro até mesmo para os moradores da região. As FF AA tem efetivo e tempo para manter uma operação estilo asfixia, por meses - dificil é o tráfico e demais criminosos aguentarem. Considerando que os locais de verificação são escolhidos pela forças militares ou policiais, os bandidos perdem o fator surpresa e torna-se praticamente impossível que inocente sejam mortos.Óbvio que todo o COMANDO deve ficar com as forças policiais e/ou militares e, vez ou outra, o uso da força e de métodos enérgicos de interrogatório serão necessários.
Aos poucos, ele se espalhou pelo sistema
prisional e, depois, pelas ruas de São Paulo. O Estado negou sua
existência durante anos.
Quando despertou para o problema, era tarde: os
seis homens se haviam transformado em milhares.
Hoje, só com o tráfico
internacional de drogas, a facção fatura mais de R$ 1 bilhão por ano,
dinheiro que mantém o seu poder, corrompe agentes públicos e compra
armas.
Comando Militar do Sudeste aponta envolvimento de sete integrantes do quartel de Barueri, na Grande São Paulo, além de dois civis
O Comando Militar do Sudeste (CMSE) pediu à Justiça Militar a decretação da prisão preventiva
dos militares acusados de participação no furto de 21 metralhadoras do
Arsenal de Guerra, em Barueri, na Grande São Paulo. A Justiça pode
decidir ainda nesta quinta-feira, 26, se decreta ou não as prisões
diante da gravidade do caso. O número de acusados não foi divulgado, mas
o CMSE suspeitava do envolvimento de sete militares no crime e de dois
civis.
Além disso, 17 militares foram punidos disciplinarmente – a maioria oficiais – na apuração administrativa aberta pelo comando por falha de conduta ou erro de procedimentos nos processos de fiscalização e controle do armamento.
Outros cinco militares podem receber sanções. Neste caso, a punição
mais severa aplicada foi de 20 dias de prisão disciplinar – as punições
administrativas podiam ir de advertência à prisão por 30 dias. Todos
estão cumprindo a punição no Arsenal de Guerra.
No contexto da apuração criminal,
os possíveis crimes cometidos, conforme o Código Penal Militar, são:
furto; peculato; receptação; e desaparecimento, consunção ou extravio. A
qualificação dos crimes compete ao Ministério Público Militar.
8 metralhadoras foram encontradas pela Polícia Civil do Rio (foto à
esquerda); e 9 armas acabaram achadas pela polícia de Carapicuíba,
Grande São Paulo. Todas as 17 foram furtadas do quartel do Exército em
Barueri, região metropolitana — Foto: Leslie Leitão/TV Globo e Polícia
Civil/Divulgação
As investigações do Exército e
das Polícias Civis do Rio e de São Paulo levaram à recuperação de nove
Browning e das oito MAGs – oito das metralhadoras haviam sido oferecidas
ao Comando Vermelho e foram encontradas no Rio e outras nove estavam
sendo negociadas com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e foram
localizadas em São Roque, em São Paulo.
Desde a ausência constatada durante inspeção, o Comando Militar do Sudeste chegou a manter quase 500 militares aquartelados para
identificar dados relevantes para ajudar a desvendar os fatos
envolvidos no sumiço do armamento. Além disso, comando do Exército trocou do diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista. Para o posto foi nomeado o coronel Mário Victor Vargas Júnior.
Como mostrou o Estadão,
de acordo com o general Maurício Gama, as armas furtadas estavam
danificadas, sem condições de uso para o Exército e passariam pelo
processo de “desfazimento”. As metralhadoras têm alto poder de fogo: a
.50 pode disparar 550 munições por minuto e provocar a queda de
helicópteros.
Em São Paulo,
a Polícia Civil encontrou 9 metralhadoras furtadas na Estrada Municipal
Emil Scaff, em São Roque, município paulista a cerca de 35 km de
Barueri. As armas estavam em uma área de lamaçal.
O
Supremo Tribunal Federal agiu mais uma vez como Poder Executivo, mais
exatamente como Ministério da Segurança Pública, ao estabelecer uma
série de regras para operações policiais em favelas do Rio de Janeiro.
Os ministros decidiram sobre uma ação movida pelo Partido Socialista
Brasileiro (PSB) em julgamento nesta quinta-feira (3). A polícia do Rio
Janeiro já estava proibida pelo STF de subir o morro, por causa da
pandemia.
Supremo Operação policiais em comunidades do Rio de janeiro precisam seguir algumas regras estabelecidas pelo STF. - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Pois agora, os ministros decidiram dar ao governo do Rio um prazo de 90 diaspara adotar as tais medidas a fim de que a polícia mate menos nessas operações.Vocês notaram a inversão de valores?
Porque o povo é que deveria exigir do governo que tomasse medidas para que os bandidos, assaltantes e traficantes matassem menos. Mas não, as regras valem para a polícia.
A polícia não vai poder fazer diligências à noitepara não perturbar o sono dos bandidos e o uso da força policial deve obedecer a proporcionalidade.
Mas já está desproporcional, porque o tráfico usa armamentos pesados, como granadas e metralhadoras ponto 50, com meia polegada de calibre e alto poder de fogo, maior que as armas usadas pelos policiais. Ou seja, o Supremo deveria era pedir que os bandidos obedeçam a proporcionalidade no uso da força.
Depois dessa a gente tem que convidar os ministros do Supremo para irem morar no Rio de Janeiro.
Militares seguem sem resposta
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou as Forças Armadas em dezembro para participar do conselho que vai monitorar a eficácia das urnas eletrônicas e a segurança da apuração nas eleições de outubro. Os militares então pediram informações sobre procedimentos técnicos, transparência, segurança das urnas, entre outros, só que se passaram quase dois meses já e não houve nenhuma resposta. [o silêncio do TSE deixa a impressão que o convite aos militares foi uma forma de comprometer as FF AA, levando-as a se comprometerem com a tão defendida inviolabilidade das urnas eletrônicas; entendemos que o convite deve ser dirigido, com força de requerimento, ao presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas.]
Esse tipo de informação é importante para as Forças Armadas porque elas se preparam também para o enfrentamento de guerras cibernéticas. Aliás, eu conheço a sala de controle responsável por esse tipo de operação, já estive lá. Inclusive, tive que deixar o meu celular do lado de fora. As três forças trabalham juntas nisso porque isso é guerra moderna. Só que os militares não tiveram resposta até agora.
E a propósito dessa história, ouço falarem por aí que o Bolsonaro contou como foi que os hackers entraram nos computadores da Justiça Eleitoral em 2018 e ele não podia ter feito isso.
Ah, não podia?
Querem me explicar, eu como eleitor, por que eu não posso saber se o meu voto será contado com segurança ou não?
Eu não posso saber das fragilidades do sistema eleitoral? [vale destacar que os hackers continuam invadindo sistemas de informática com elevado grau de segurança - o que mostra que TODOS os sistemas podem ser invadidos.
Exceto o do TSE. Aliás, o Brasil é o único país do planeta Terra em que colocar em dúvida a segurança do sistema de urnas eletrônicas pode até dar cadeia. Ainda que seja apenas uma dúvida, fundamentada nas várias invasões que ocorrem por todo o mundo.]
Eu tenho que saber, sou eleitor e tenho esse direito. Todo eleitor tem o direito de saber se o seu voto será tratado com segurança ou não. Tem que haver transparência – aliás, é o que diz a Constituição. A administração pública é caracterizada entre outras coisas pela publicidade, ou seja, as coisas têm que ser tornadas públicas.
Não ao passaporte da vacina A Câmara de Vereadores de Garopaba (SC) está votando um projeto de lei que não só proíbe o passaporte da vacina como multa quem exigir o comprovante. Proíbe em todo o município. A medida foi tomada agora em preocupação com o início das aulas. A Constituição diz que todos devem ser tratados igualmente, sem diferença alguma, no acesso ao ensino. É o que a primeira alínea do artigo 206 diz. Está lá para quem quiser conferir.
Agora, na contramão, em Gurupi (TO), estão exigindo o passaporte. Meu Deus, mas a Constituição garante liberdade de locomoção, acesso ao trabalho, acesso às escolas...
Qual é o argumento a favor disso? Por favor, digam.
Tem algum argumento que é sustentado pela razão e pelos fatos?
Sabotaram o Pacheco? O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), postou no Twitter um frase de todo o discurso feito na reabertura dos trabalhos no Congresso que diz o seguinte: "É inconcebível que pessoas passem fome no Brasil".
Eu não sei como ele não achou outra frase melhor, menos lugar comum. Acho que não foi ele. Foi algum sabotador que está colocando esse tipo de frase para deixá-lo passar por um momento risível.
Ministro
considerou justificada a liberação de André do Rap, que requereu habeas corpus
baseado em excesso de prisão
Embate oferece controvérsia, mas STF marchou de mãos dadas contra Marco Aurélio
A
indiferença da classe privilegiada pelo que se passa abaixo dela recebeu do
próprio Supremo
Tribunal Federal, instância quase divina da “Justiça”, mais uma
autenticação. É o destino histórico, deliberado por quem pode, para a imensa
maioria dos brasileiros. Com
intenção fora das exigências vigentes, o Congresso alterou o tal pacote anticrimecom
uma medida para reduzir o número indecente de mais de 250 mil detentos em
prisão nominalmente provisória, mas de fato sem prazo. Uma população
abandonada, inúmeros sem culpa constatada, resultado da falta de meios para
pagar advogados eficientes. Em vigor desde o final de dezembro último, a nova
medida determina o reexame da prisão a cada 90 dias, para verificação da
necessidade de mantê-la ou não. É claro que os reexames não são comuns.
O
ministro Marco Aurélio considerou justificada a liberação
de um detento provisório, que requereu habeas corpus baseado em excesso de
prisão, mais do que os 90 dias legais e sem o reexame que a avaliasse.
Recém-empossado na presidência do STF, Luiz Fux atribuiu-se o inexistente poder
de invalidar
a decisão do colega. E o fez com o forte argumento de ser o detento
um chefe
de milícia que, solto, ameaçaria a sociedade.
Um
embate, portanto, que oferece controvérsia para muito tempo, entre defensores
de que a lei é igual para todos, e aplicá-la é a função do juiz; de outra
parte, os que sobrepõem à lei, ao decidir, presumidas decorrências de sua
aplicação —ou, não raras vezes, suas inclinações pessoais. Controvérsia, mas
não para o plenário do STF, que logo marchava de mãos dadas contra Marco
Aurélio Mello, como sempre. E o fez com originalidade: abraçou a opinião
aplicada por Luiz Fux, mas não que a aplicasse.
Para
Luiz Fux, que lembra o Fernando Henrique das exógenas e endógenas para dizer
externas e internas, o tribunal nada decidiu sobre o prazo de 90 dias: tratou
do “prazo nonagesimal”. Que, conforme a resolução adotada, “não implica automática
revogação da prisão preventiva, devendo o juiz competente ser instado a
reavaliar a legalidade e a atualidade de seus fundamentos”.
Em
que prazo? A rigor, deveria fazê-lo antes do dia “nonagesimal”, pois já no dia
seguinte a prisão entra em excesso de prazo. Na lei, o prazo é tanto para o
detento como para o juiz do caso. O Supremo cuidou, no entanto, de dar-lhes
sentidos opostos. O do preso é fechado e dependente. O do juiz é livre, à
vontade, a menos que haja intervenção do advogado nunca presente para a imensa
maioria dos detidos provisórios sem meios de tê-lo.
Novo
fogo
A emboscada
policial que matou 12 de uma “narcomilícia” apreendeu, entre as armas
que carregavam, três metralhadoras. É uma novidade. Um passo a mais.
Metralhadoras
eram consideradas menos convenientes pela dificuldade de dirigir tiros mais
precisos, nos confrontos. Sua utilidade estaria em ataques do tipo militar, os
chamados assaltos. Se é isso que sua chegada prenuncia, não se sabe. Mas que
trazem novidade, e para pior, é certo.
Nostalgias
As
restrições às armas de brinquedo, o fim dos quintais e os síndicos extinguiram,
ou quase, os empolgantes enfrentamentos de mocinho e bandido. Agora as críticas
se voltam para os sobreviventes enfrentamentos de azuis e vermelhos, os
mocinhos e bandidos dos falsos tiroteios do pessoal do Exército. Mas saíram
todos contentes: os combates vencidos pelos azuis na Amazônia correram muito
bem, como nos velhos tempos.
O metal de que é feita, a empunhadura, a
mira, o peso, o equilíbrio, tudo é planejado para permitir que o usuário
atinja com ela um único objetivo – a morte. O argentino Jorge Luis
Borges é autor d“O Punhal”, miniconto de 21 linhas incluído na
“Nova Antologia Pessoal” que parece ter sido escrito sob encomenda para
comentar o decreto que facilitou a posse de armas no país. “Os que o vêem (o punhal) têm de brincar um pouco com
ele; percebe-se que há muito o buscavam; a mão se apressa em apertar o
punho que a espera; a lâmina obediente e poderosa folga com precisão na
bainha”.
Desde
sempre as armas exercem enorme fascínio sobre as pessoas. Meninos se
divertem com facas, espadas, revólveres, rifles e metralhadoras de
brinquedo. Adultos acreditam que as armas os tornam poderosos e
invencíveis. Matar é ato instintivo de sobrevivência. Está no DNA do
homem desde o primeiro neanderthal. Por isso os que olham uma arma não se
contentam em vê-la: querem tocá-la, empunhá-la. Se possível,
experimentá-la.
Armas querem “derramar brusco sangue” “O punhal outra coisa quer. É mais que uma estrutura feita de
metais; os homens o pensaram e o formaram para um fim muito preciso; é,
de algum modo, eterno, o punhal que na noite passada matou um homem em
Tacuarembó, e os punhais que mataram César. Quer matar, quer derramar
brusco sangue”.
Armas buscam, desejam e existem para a morte.
Querem “derramar
brusco sangue”. Não são inofensivas. São letais porque para matar
existem. “Numa gaveta da secretária, entre borradores e cartas,
interminavelmente sonha o punhal seu singelo sonho de tigre, e a mão se
anima quando o dirige porque o metal se anima, o metal que em cada
contato pressente o homicida para quem os homens o criaram”.
A existência de uma arma “pressente o homicida”
A facilitação da posse – e futuramente do porte – de armas segue a mesma lógica. A simples existência de
uma arma “pressente o homicida” para a qual ela foi fabricada.
Exatamente por isso a cada chacina de um desses lunáticos que invadem
escolas e saem atirando e matando todo mundo, o governo norte-americano é
pressionado a dificultar sua liberal legislação sobre a posse e porte
de armas. Já outras instituições de lá como o Clube do Rifle usam
o argumento de Bolsonaro, segundo o qual “os cidadãos precisam de armas
para se defender”. No duro, facilitar ao cidadão a posse é uma safadeza
do governo. Como se dissesse ao cidadão: “agora que nós te demos a
chance de ter tua arma, te vira! Não precisamos mais nos preocupar com
isso, agora é problema teu”.
Sensação de segurança é uma coisa. Garantia é outra
Posse e porte de armas dão apenas uma sensação de
segurança, nunca sua garantia. Na ampla maioria das vezes o dono da arma
não sabe como usá-la numa emergência. Mesmo o treinamento oferecido nos
clubes de tiro não garante essa aptidão. No máximo, melhora a pontaria.
Deste ponto de vista os marginais estão mais preparados, pela prática
diária no uso de armas. E se o argumento do direito de se defender for
levado às últimas consequências então vamos liberar às crianças o
direito de dirigir carros, em respeito ao preceito constitucional que
garante a TODOS o direito de ir e vir. Ora, se para tirar uma carteira
de motorista é exigido um curso e uma série de provas e testes teóricos e
práticos, porque com armas deve ser diferente? A menos que se acredite
que manejar uma arma seja o mesmo que ligar um liquidificador, como diz
aquele ministro com nome de chuveiro.
A ocasião faz o ladrão. E também o assassino e o suicida [A Human Righs Watch está colhendo assinaturas para apresentação de projeto de lei de iniciativa popular, proibindo em todo o território nacional a construção de viadutos e pontes - e os existentes serão destruídos. Todos os edificios deverão ter grades de proteção a partir do primeiro andar e com isso haverá substancial redução no número de suicídios.]
Segundo o último relatório doHuman Righs Watch, “O
Brasil bateu recorde de mortes violentas em 2017, com 63.880 casos”.
Mesmo que seja doloroso admitir, nós moramos num país homicida. E daqui
pra frente, com mais armas nas ruas e nas casas, será que se pode
esperar uma redução? O raciocínio é muito simples: mais armas, mais
mortes. Em parte alguma do mundo essa afirmação foi algum vez
desmentida.[FALÁCIA:LEIA E COMPROVE - Segundo dados do site GunPolicy.Org estima-se que
existam entre 2 milhões e 3 milhões de armas de fogo em mãos civis na
Suíça, cuja população é de pouco mais de 8 milhões de pessoas. Proporcionalmente, esse país é um dos cinco mais armados do mundo. Pois
bem, em 2015 a Suíça registrou apenas 18 homicídios por arma de fogo.
No caso do Paraguai, país vizinho, os números são igualmente
importantes. O país tem quase 7 milhões de pessoas e mais de 1 milhão de
armas de fogo em mãos civis. Em 2014 o Paraguai registrou 318 mortes
por armas de fogo.
Proporcionalmente, há mais armas de fogo em mãos
civis no Paraguai do que no Brasil, porém há muito mais mortes por armas
de fogo no Brasil do que no Paraguai.]
“Às vezes dá-me pena. Tanta dureza, tanta fé, tanta impassível ou inocente soberba, e os anos passam, inúteis”.
Assim termina o miniconto de Borges. Uma lamentação irônica, pois,
se o punhal está esquecido por aí e não cumpre sua finalidade - que é
matar – torna-se um objeto inútil. Tal como a frustração de alguns
militares pela falta das guerras para as quais foram treinados. A
liberação da posse e uso de armas, é óbvio, só pode implicar em
crescimento da taxa de homicídios, suicídios, latrocínios e
feminicídios, e não na sua redução. Seres humanos são tentados a usar
armas pela curiosidade e atração natural que elas exercem. Tal como a
ocasião faz o ladrão, a disponibilidade de armas faz o assassino e o
suicida.
Vamos brincar de duelo?
Quanto ao argumento de que o povo condenou o Estatuto do
Desarmamento no referendo de 2005, vale lembrar que toda vez que ocorre
um crime hediondo o povo exige a instituição da pena de morte, desejo
expresso em pesquisas de opinião. Nem por isso ela chegou a ser
implantada. Mas, no ritmo em que as coisas andam, não demora e
avançaremos (ou retrocederemos?) até lá. Enquanto isso, que tal brincar
de duelo e ver quem saca primeiro? Só que agora com armas de verdade,
balas de verdade, e mortes de verdade.
Armas foram encontradas durante operação contra comércio de drogas na Austrália
A polícia de Queensland, na Austrália, prendeu cinco pessoas durante
uma operação contra o comércio ilegal de drogas no subúrbio de Nerang,
em Gold Coast. Mas o que chamou a atenção dos agentes foi a descoberta
de quatro submetralhadoras que haviam sido produzidas no local, com
auxílio de computadores e impressoras 3D.
Metralhadoras ainda passarão por exame de balística
- DIVULGAÇÃO/POLÍCIA DE QUEENSLAND
A operação foi realizada na última sexta-feira, em dois endereços,
mas divulgada apenas nesta semana. Em entrevista à rede local ABC, o
detetive Jon Wacker afirmou que foi a primeira vez que metralhadoras
produzidas em Queensland foram descobertas. Além das armas, os policiais
encontraram peças, carregadores, silenciadores e todo o equipamento
para a fabricação. — Essas armas ainda passarão por análise balística — disse Wacker,
destacando que elas eram semelhantes com a submetralhadora israelense
Uzi.— A metralhadora Uzi pode disparar entre 500 e 600 tiros por
minuto, então é muito preocupante pensar que essas armas estão sendo
fabricadas aqui em Queensland.
A Operação Oscar Quantum apreendeu os armamentos num endereço em
Lawrence Drive. Num outro local, em Hilldon Court, os policiais
localizaram um grande laboratório clandestino capaz de produzir
quantidades em escala comercial de metanfetamina. — Parte do motivo de termos realizado as incursões na sexta-feira foi
porque a polícia queria interromper a distribuição de drogas antes das
festas de formatura — disse Wacker.
Para
cada tentativa de defesa armada bem-sucedida contra ataque armado, 32 outras
acabaram com a morte da vítima que reage
O massacre em Orlando trouxe ao debate público o
uso de armas para autodefesa. O Partido Republicano logo lançou mão do slogan da
National Rifle Association: “Armas não matam. Quem mata são as pessoas.” Esse é um sofisma
fácil de desmontar, pois a realidade mostra que, por si só, armas não matam,
nem pessoas matam. Quem mata são pessoas
armadas, obviamente.
Em
seguida, o candidato da NRA, Donald
Trump, afirmou que“pessoas armadas
na boate poderiam ter diminuído um pouco a tragédia”. Ao contrário, não teria havido tantos mortos se civis não pudessem comprar
fuzis AR-15 ou se houvesse controle na entrada da boate. [detalhe: a partir do momento em que um indivíduo decide realizar uma
matança indiscriminada, seja qual for a sua motivação, o fato de armas serem
vendidas no comércio ou não, deixa de ter influência.
A proibição de venda de armas não
impede que o indivíduo adquira a arma ou armas por outros meios.] Alega-se que quem quer matar, se
não tiver arma de fogo, recorrerá a faca ou outro instrumento. É uma comparação descabida.Tentativas de homicídio com arma de fogo têm 75% de chances
de sucesso, enquanto tentativas com arma branca, de apenas 36%. Por
isso, atentados em escolas no Japão e China redundaram em vários feridos, e
raríssimos mortos, uma vez que lá civis não têm acesso a armas de fogo.
Na boate de Orlando
havia um segurança armado, que pouco pôde fazer frente ao terrorista armado de
fuzil, além de pistola 9mm.Nos EUA, nos últimos cinco anos, foram
vendidos para civis 1,5 milhão de fuzis de guerra AR-15 (versão para civis),que são armas semiautomáticas, quase metralhadoras.