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terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Supremo “ministério da segurança” agora dita regras para polícia subir o morro - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Julgamento

 O Supremo Tribunal Federal agiu mais uma vez como Poder Executivo, mais exatamente como Ministério da Segurança Pública, ao estabelecer uma série de regras para operações policiais em favelas do Rio de Janeiro. Os ministros decidiram sobre uma ação movida pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) em julgamento nesta quinta-feira (3). A polícia do Rio Janeiro já estava proibida pelo STF de subir o morro, por causa da pandemia.

Supremo
Operação policiais em comunidades do Rio de janeiro precisam seguir algumas regras estabelecidas pelo STF. -  Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pois agora, os ministros decidiram dar ao governo do Rio um prazo de 90 dias para adotar as tais medidas a fim de que a polícia mate menos nessas operações. Vocês notaram a inversão de valores? 
Porque o povo é que deveria exigir do governo que tomasse medidas para que os bandidos, assaltantes e traficantes matassem menos. Mas não, as regras valem para a polícia.
 
A polícia não vai poder fazer diligências à noite para não perturbar o sono dos bandidos e o uso da força policial deve obedecer a proporcionalidade. 
 Mas já está desproporcional, porque o tráfico usa armamentos pesados, como granadas e metralhadoras ponto 50, com meia polegada de calibre e alto poder de fogo, maior que as armas usadas pelos policiais. Ou seja, o Supremo deveria era pedir que os bandidos obedeçam a proporcionalidade no uso da força.

Depois dessa a gente tem que convidar os ministros do Supremo para irem morar no Rio de Janeiro.

Militares seguem sem resposta

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convidou as Forças Armadas em dezembro para participar do conselho que vai monitorar a eficácia das urnas eletrônicas e a segurança da apuração nas eleições de outubro. Os militares então pediram informações sobre procedimentos técnicos, transparência, segurança das urnas, entre outros, só que se passaram quase dois meses já e não houve nenhuma resposta. [o silêncio do TSE deixa a impressão que o convite aos militares foi uma forma de comprometer as FF AA, levando-as a se comprometerem com a tão defendida inviolabilidade das urnas eletrônicas; entendemos que  o convite deve ser dirigido, com força de requerimento, ao presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas.]


Esse tipo de informação é importante para as Forças Armadas porque elas se preparam também para o enfrentamento de guerras cibernéticas. Aliás, eu conheço a sala de controle responsável por esse tipo de operação, já estive lá. Inclusive, tive que deixar o meu celular do lado de fora. As três forças trabalham juntas nisso porque isso é guerra moderna. Só que os militares não tiveram resposta até agora.

E a propósito dessa história, ouço falarem por aí que o Bolsonaro contou como foi que os hackers entraram nos computadores da Justiça Eleitoral em 2018 e ele não podia ter feito isso. 
Ah, não podia? 
Querem me explicar, eu como eleitor, por que eu não posso saber se o meu voto será contado com segurança ou não? 
Eu não posso saber das fragilidades do sistema eleitoral? [vale destacar que os hackers continuam invadindo sistemas de informática com elevado grau de segurança - o que mostra que TODOS os sistemas podem ser invadidos.
Exceto o do TSE. Aliás, o Brasil é o único país do planeta Terra em que colocar em dúvida a segurança do sistema de urnas eletrônicas pode até dar cadeia.  Ainda que seja apenas uma dúvida, fundamentada nas várias invasões que ocorrem por todo o mundo.]

Eu tenho que saber, sou eleitor e tenho esse direito. Todo eleitor tem o direito de saber se o seu voto será tratado com segurança ou não. Tem que haver transparência – aliás, é o que diz a Constituição. A administração pública é caracterizada entre outras coisas pela publicidade, ou seja, as coisas têm que ser tornadas públicas.

Partidos devem R$ 84 milhões aos cofres públicos; PT é disparado o maior devedor

Não ao passaporte da vacina
A Câmara de Vereadores de Garopaba (SC) está votando um projeto de lei que não só proíbe o passaporte da vacina como multa quem exigir o comprovante. Proíbe em todo o município. A medida foi tomada agora em preocupação com o início das aulas. A Constituição diz que todos devem ser tratados igualmente, sem diferença alguma, no acesso ao ensino. É o que a primeira alínea do artigo 206 diz. Está lá para quem quiser conferir.

Agora, na contramão, em Gurupi (TO), estão exigindo o passaporte. Meu Deus, mas a Constituição garante liberdade de locomoção, acesso ao trabalho, acesso às escolas.. 
Qual é o argumento a favor disso? Por favor, digam. 
Tem algum argumento que é sustentado pela razão e pelos fatos?

Sabotaram o Pacheco?
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), postou no Twitter um frase de todo o discurso feito na reabertura dos trabalhos no Congresso que diz o seguinte: "É inconcebível que pessoas passem fome no Brasil".

Eu não sei como ele não achou outra frase melhor, menos lugar comum. Acho que não foi ele. Foi algum sabotador que está colocando esse tipo de frase para deixá-lo passar por um momento risível.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

A casa cai - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Se alguém está precisando responder rápido qual é a safadeza número um do Brasil, dificilmente vai errar se disser: ‘É a hipocrisia’

Se alguém está precisando responder rápido qual é a safadeza número um do Brasil dos dias de hoje, dentro da calamidade permanente que marca o dia a dia da nossa vida pública, dificilmente vai errar se disser: “É a hipocrisia”. Sempre foi, é claro, mas em certas horas fica pior; acaba de ficar pior, mais uma vez. Dias atrás, num espetáculo que há 50 anos, ou mais, se repete com a regularidade da troca do dia pela noite, desabaram dezenas de casas num dos muitos purgatórios sem esperança que compõem a periferia de São Paulo. Muita gente perdeu o pouquíssimo que tinha. Podem ter morrido mais de trinta pessoas. Foi uma tragédia. 

Nessas horas sempre querem dizer ao público, em cinco segundos, o que aconteceu – e, principalmente, quem é o culpado.  
Já disseram, é claro. O culpado, segundo a sabedoria em vigor na praça, foi o presidente da República. Ele não tem “políticas sociais” corretas, dizem – e sem isso as pessoas morrem quando o tempo fica ruim. Outros, mais agitados, jogaram a culpa também no governador do Estado. Pois então: eis aí, com todos os seus holofotes, a hipocrisia fundamental, automática e histérica da elitezinha que quer pensar por todos neste país, o tempo todo e em todos os assuntos. 
As casas do fim de mundo paulistano não caíram por falta de uma política social. 
Caíram porque foram construídas em terrenos de morro onde não se pode construir uma casa. 
Estão dentro de ângulos em que nenhuma construção fica de pé. Carregam um peso que o solo não aguenta. Seus materiais são de quinta categoria. É impossível que não venham abaixo.

A Grande São Paulo, pelo que se informou, tem no momento 750.000 casas em situação de risco, e quase 1.000 áreas onde moradias correm perigo de desabar – uma vergonha que não foi construída em 15 minutos, e por nenhum governo individualmente, mas que o Brasil civilizado nem vê. De que jeito a culpa poderia ser só de um, ou de dois? Basta olhar os números. Os jornalistas, urbanistas e peritos em “questões habitacionais”, diante dessa demência, se lançam a discursos contra “a política social” do presidente. Faz bem para eles, mas é a melhor garantia de que jamais haverá solução real para o problema.

Há duas leis no Brasil. Da classe média para cima, as pessoas precisam de licença da Prefeitura, alvará, “habite-se” e sabe lá Deus mais o que para construir um metro de parede;  
daí para baixo a autoridade pública não toma conhecimento. Nem poderia: se abrisse a boca, a esquerda, o MP e o padre iam sair gritando “inimigo do pobre”, “higienista”, e daí para pior. Fica assim, então.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Corujão: Terror ataca cidades brasileiras no alto da noite Tiros, pessoas feito reféns, agências bancárias assaltadas - Blog do Noblat

Tiros, pessoas feito reféns, agências bancárias assaltadas

Em linha reta, 3.630 quilômetros separam Criciúma, em Santa Catarina, de Cametá, no Pará, às margens do Rio Tocantins. A distância levaria pelo menos 50 horas para ser vencida. No curto período de 24 horas, o terror se abateu sobre as duas cidades e sua face foi a mesma: homens mascarados, pessoas feitas reféns, armamento pesado e fuzilaria intensa. 

[as principais causas das ações do 'novo cangaço' - nada a ver com 'nova república', exceto aquele ser consequência desta - são:
- a política de priorizar os 'direitos dos manos' = 'direitos dos bandidos' em relação aos direitos humanos dos humanos direitos;
- a política orquestrada de desmoralização da autoridade policial -  qualquer crime, qualquer manifestação, que resulte ou decorra de uma  ação policial os policiais são apresentados como os culpados. Não perdem tempo, investigando, ouvindo testemunhas. Antes de qualquer apuração grande parte da imprensa sentencia: violência policial, violência de agentes de forças privadas de segurança e sempre buscam maximizar aspectos que possam sustentar, ainda que por horas, tal versão = o lema: a primeira impressão é que fica, passa a ter força de decreto.

Os policiais ficam temerosos de executar o seu dever, cumprir a missão primeira da força policial: segurança para a população. 
Abordar um veículo suspeito é uma ação que além dos riscos inerentes a sua execução, pode resultar - basta um bandido morrer na operação - em acusações infundadas contra os policiais participantes, que quase sempre são vítimas de prisões precipitadas, inquéritos e punições = quando inocentados, a notícia da absolvição não é publicada ou quando publicam, em um canto de página.
 
O bandido, ou bandidos, tem a certeza de que sempre terão a simpatia das notícias de primeira hora.]

O alvo: agências bancárias destruídas com o uso de explosivos para a remoção de caixas eletrônicos. Uma agência em Criciúma na madrugada de ontem. As quatro de Cametá nesta madrugada. A polícia dormia quando os assaltantes chegaram em Criciúma e Cametá. Quando foram embora, jogaram do alto dos carros cerca de 800 mil reais recolhidos por moradores de Criciúma.

Em Cametá não foram tão generosos. Deixaram um morto estirado à beira da calçada às portas do quartel da Polícia Militar. A ação de guerra em Criciúma foi executada por 30 bandidos em 10 carros. Com essas proporções, foi a maior da história de Santa Catarina. Não se sabe ainda quantos bandidos invadiram a área central de Cametá. Sabe-se que fugiram em carros e em lanchas pelo rio.

Um grupo de homens assistia em um aparelho de televisão da praça de Cametá ao jogo que tirou o Flamengo da Libertadores quando foi surpreendido com a chegada dos bandidos. Ali, e em outros pontos ainda acordados da cidade, os bandidos capturam mais de 30 pessoas para as utilizarem como escudos de maneira a impedir a reação da polícia.

No caso de Criciúma, os bandidos foram ainda mais audaciosos. Dispararam contra o quartel da polícia, estacionaram um caminhão gigante à sua saída para bloqueá-la e tocaram fogo nele.  Ninguém foi preso em Criciúma e em Cametá. Ou melhor: em Criciúma foram presas quatro pessoas que recolhiam o dinheiro que voou pelas ruas. Uma delas depois de dizer: “Fiquei rico”. A noite em Macapá, capital do Amapá, a 1.697 quilômetros de distância de Cametá por estradas, não foi menos infernal. Faltou luz E o carapanã, mosquito sugador de sangue, atacou em bando.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA

Correio Braziliense, saiba mais:  Ataques em Criciúma: truculência e armas são típicas do crime de 'Novo Cangaço',

 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

A onda acabou - William Waack

O Estado de S. Paulo 

Presidente é, agora, a perfeita expressão do sistema que diz desprezar

A causa do fracasso eleitoral [sic]  de Jair Bolsonaro nas eleições municipais é simples de ser resumida. Ele interpretou de maneira equivocada a onda disruptiva que o levou ao Palácio do Planalto em 2018. Achou que tinha sido o criador desse fenômeno político quando, na verdade, apenas surfava a onda.

O fato é que essa onda, depois de arrebentar o alvo primordial (as forças políticas ao redor do PT), se espraiou, perdeu sentido e direção, dividiu-se entre seus vários componentes antagônicos. Esvaziou-se, com Bolsonaro achando que apenas falando, apenas no gogó, manteria o ímpeto de uma onda dessas – um fenômeno político raro.

Na verdade, a principal lição oferecida a Bolsonaro pelas eleições do último domingo é a do primado da organização, capilaridade e peso das agremiações partidárias no horizonte político mais extenso. Pode-se adjetivar como se quiser o conjunto de partidos que elegeu o maior número de prefeitos e vereadores ou colocá-los onde se preferir no espectro político. O denominador comum entre eles é a existência de estruturas profissionais voltadas para a política.

É exatamente o que Bolsonaro desprezou logo que assumiu. Trata-se de um dos aspectos mais relevantes para ilustrar o fato de o presidente eleito com 57 milhões de votos há apenas dois anos ter um desempenho tão pífio como cabo eleitoral. Todo dirigente populista, não importa a coloração política, cuida de criar um movimento para chamar de seu – com seus emblemas, palavras de ordem (ou “narrativa”), mitos e, sobretudo, uma estrutura razoavelmente hierárquica e definida, com sede e endereço.

Embora tivesse à disposição da noite para o dia um grande número de deputados federais e seus correspondentes recursos públicos, o surfista da onda política atuou para implodir o partido pelo qual se elegeu e não conseguiu colocar de pé nada parecido a uma agremiação consolidada com um mínimo de coesão. É bem provável que Bolsonaro tenha sido vítima do mito que criou para si mesmo (e dá provas quase diárias de acreditar nisso piamente): a de ter sido escolhido por Deus e beneficiado por um milagre (sobreviver à facada) para conduzir o povo do Brasil.

Com tal ajuda “de cima”, é só esperar as coisas acontecerem. Ocorre que mesmo os homens tornados mitos por desígnio divino precisam, como dizem os alemães, do Wasserträger”, aquele que vai trazer a água. E isto não se consegue apenas com redes sociais. Foi outro aspecto interessante das eleições de domingo: a demonstração dos limites de atuação das ferramentas digitais, que adquiriram relevância permanente como instrumentos de mobilização, sem serem capazes por si só de garantir predominância na luta política.

Passada a onda disruptiva (alívio para alguns, desperdício de oportunidade histórica para outros), o que se pode prever para as próximas eleições, em relação às quais Bolsonaro sacrificou qualquer outro plano? Se ele foi capaz, em 2018, de vencer o “establishment” e o jeito convencional de fazer política, ainda por cima dispondo de menos recursos que seus adversários “tradicionais”, em 2022 Bolsonaro só tem chances dentro do que ele mesmo chamou de “sistema”. 

Do qual, ironicamente, o “outsider” acabou se tornando uma perfeita expressão: vivendo para o próximo ciclo frenético de manchetes, sem um plano ou estratégia de longo prazo, cuidando em primeiro lugar de seus interesses familiares e paroquiais, cultivando popularidade com programas assistenciais e preocupado acima de tudo em ficar onde está. É onde a onda nos deixou.

William Waack, colunista - O Estado de S. Paulo

 

sábado, 31 de março de 2018

O dia que inventou a noite



Foi exatamente há 54 anos que começou a noite de 21 anos sobre o Brasil. Hoje, mais de meio século depois, o país que guarda mal sua memória é vulnerável aos falsificadores de passado e vai se espalhando a ideia de que foi um tempo sem corrupção, com segurança e com crescimento econômico. Não é verdade, na ditadura houve corrupção sem apuração e crise econômica. [o Governo Militar, caluniosamente chamado de ditadura, cometeu alguns erros, mas todos que viveram aqueles tempos sabem que o Brasil era bem melhor do que antes e mais ainda do que o depois = tempos atuais.]

É triste ter que recontar os ocorridos daqueles anos do regime militar como se fosse preciso ainda convencer de que houve o que houve. Tortura, morte, desaparecimentos políticos, exílio, censura, cassação de mandatos de parlamentares pelo crime de opinião, aposentadoria forçada de ministros do Supremo e catedráticos, proibição de que estudantes frequentassem a universidade, suspensão do direito de reunião e manifestação, anulação do habeas corpus e de outros direitos constitucionais, fim das eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos das principais cidades. [os interrogatórios enérgicos, erroneamente chamados de tortura, eram necessários; os terroristas dispunham de uma série de medidas que possibilitavam a tomada imediata de conhecimento de quando um guerrilheiro era preso, ou usando o jargão 'caía'; 
Se valiam de recursos como hora-teto, terrorista ia a um ponto e era vigiado, justiçamentos - que tinham efeito intimidatório sobre os próprios guerrilheiros e tudo isto fazia com que ao prender um terrorista as forças de segurança necessitassem obter informações rápidas e precisas o que impedia a possibilidade de perder tempo conversando com guerrilheiro para obtenção de dados que permitissem a prisão de outros porcos traidores.

quanto as demais medidas, uma simples leitura do elenco acima, de forma isenta, imparcial, permite a conclusão irrefutável que eram em sua maioria indispensáveis.
A intervenção no Rio está sendo boicotada por instrumentos como 'habeas corpus', uso abusivo  por parte de suspeitos de ligações com o narcotráfico do direito de ir e vir; 
inviolabilidade de domicílios,  que na maior parte das vezes é impossível até identificar quem é domiciliado naquele local;

eleições diretas envolvendo eleitores que sequer sabiam votar - situação que ainda persiste e torna a famosa frase proferida pelo rei Pelé  'o povo brasileiro não sabe votar', ainda atual; existe prova maior do acerto daquela frade do que o fato de um Lula e uma Dilma conseguirem ser reeleitos presidente da República?

a total impunidade dos ministros do Supremo, mesmo quando violam a Constituição que deveriam guardar, torna absurda a necessidade da existência de instrumentos que permitam aposentar compulsoriamente alguns 'supremos ministros'?]  
Hoje há um esforço deliberado de se reescrever esse passado com mentiras para convencer os jovens de que aquele foi um tempo de paz interna, contestada apenas por alguns poucos “comunistas”. Há um grupo que inclusive escolheu como seu líder o torturador símbolo Brilhante Ustra, proclamado herói de certo candidato. 
[o Coronel CARLOS ALBERTO BRILHANTE USTRA foi acusado por muitos de ser torturador e assim, respondeu vários processos na Justiça;
em primeiro grau, ocorreram condenações parciais e que foram reformadas em segunda instância; uma pesquisa rápida permite assegurar que o coronel USTRA - merecedor de ocupar o PANTEÃO DOS HERÓIS DA PÁTRIA, não foi condenado uma única vez que seja, em segunda instância, sempre sendo declarado INOCENTE por falta de provas.
Qualquer ato praticado deixa provas; quando inexiste provas, por óbvio, não existiu o ato que motivou a denúncia, no caso falsa, caluniosa.]   

Houve recentemente até um assessor do candidato que propôs que as versões do torturador e de seus torturados são equivalentes. Qual dos dois lados falou a verdade? Perguntou. Ora, ora. É preciso poupar-se de todos os fatos ocorridos para ter essa dúvida, inclusive a evidência de que 40 dos torturados morreram no Doi-Codi de São Paulo comandado por Ustra. Se morreram, não foi por bons tratos. 

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Supremo, a serviço do PT, humilha Congresso

Olhem aí, senadores, a que humilhação oito ministros do Supremo submetem o Congresso a serviço, queiram ou não, do PT!

Com todas as vênias, aquilo a que se assistiu no Supremo nesta quinta foi a consolidação de uma vergonha que começou em 2010, quando a OAB escolheu Roberto Barroso, então apenas advogado, para ser seu relator de um projeto de reforma política. 

Barroso não se fez de rogado e consolidou aquela que já era a proposta do PT:
– proibição do financiamento de campanha por empresas;
– financiamento público de campanha; – voto em lista fechada.

O PT havia colocado isso no papel já em 2009, no, imaginem vocês, Plano Nacional de Direitos Humanos — que deveria ser do estado brasileiro, não do partido. Mas pudor nunca foi o problema dessa gente.

Em 2011, a OAB resolveu, então, entrar com a ADI no Supremo contra a doação de empresas privadas. Como já deixei claro num texto nesta manhã, a petição da OAB nada mais fazia do que repetir a proposta de Barroso, que repetia a do… Partido dos Trabalhadores!

Mais escandaloso: quando o PT, com todas essas colaborações, tentava impedir os demais partidos de ter acesso ao financiamento legal das empresas, ele próprio comandava o petrolão, o esquema que arrecadava uma porcentagem de 1% a 3% de contratos bilionários. Ninguém sabe quanto a máquina corrupta somou de 2003 para cá. Se um simples gerentezinho, como Pedro Barusco, aceita devolver quase meio bilhão de reais, vocês podem imaginar o resto. De novo pergunto: alguém acredita que esse dinheiro era dele?

Se prevalecer mesmo essa estupidez — há uma chance de o Senado fazer a coisa certa —, intuo que só uma legenda não terá dificuldades para se financiar nas eleições futuras. Acertou quem chutou “PT”. Às outras, restará ficar à mingua ou apelar ao caixa dois, metendo-se com gente criminosa. É o que determinaram oito ministros do Supremo.

A Operação Lava-Jato tem múltiplos aspectos virtuosos e está servindo para evidenciar que o estado brasileiro está infiltrado por gangues. Mas tem um lado vicioso: aquele que demoniza empresas privadas — e isso subjazia ao discurso dos ministros que deram seu voto depois da explosão do escândalo. É evidente que corruptos ativos e passivos se estreitaram num abraço insano, mas cumpre indagar: quem tomava as decisões?

Os oito ministros que se opuseram ao financiamento privado de resto, baseados no puro opinionismo, já que nada na Carta o determina; trata-se de uma aberração — partem do princípio de que o capital naturalmente corrompe. Sem contar que não há nada mais estúpido do que vetar as doações legais quando o problema, obviamente, está principalmente nas doações ilegais.

A decisão é autoritária, vergonhosa e desrespeita a independência entre os Poderes. É impressionante que sete ministros tenham seguido Roberto Barroso, que, ainda advogado, recomendou que se fizesse essa mudança pela via do Judiciário, porque, disse ele, o Parlamento não faria por conta. Eis o “novo constitucionalismo” de Barroso: – se o Parlamento não faz o que ele quer, ele se mobiliza, então, para lhe tomar as prerrogativas;
– vota durante o dia em causas que patrocina à noite.

A Câmara, na legislação infraconstitucional, havia aprovado a doação de empresas até o limite de R$ 20 milhões, desde que não ultrapassasse 2% do faturamento. O Senado, ao contrário, opôs-se à doação de pessoas jurídicas. Os deputados restauraram o que haviam aprovado antes. Agora, por enquanto, isso está sem efeito.

Ocorre que os deputados já haviam aprovado uma PEC que torna constitucional a doação de empresas. Agora o texto está no Senado. Se os senhores senadores recusarem a proposta, fica valendo a decisão do Supremo, e já as eleições de 2016, para prefeitos e vereadores, mergulha no escuro.

Ora, entre outras coisas, será preciso dizer de onde vai sair o dinheiro. Alguém se lembrará de dizer que tem de ser público. Mas será distribuído segundo qual critério? Ora, deve obedecer ao número de deputados ou ao número de votos obtidos na eleição passada.

Ou seja: o critério vai beneficiar necessariamente o PT, que é um dos patrocinadores da ideia. Assim, a irresponsabilidade togada está querendo que se deem mais recursos justamente ao partido que a esmagadora maioria dos brasileiros gostaria de banir da vida pública.

É um acinte. Oito ministros do Supremo decidiram fazer pelo PT o que o PT não pode fazer por si mesmo. Podem anotar! Se prevalecer a decisão do Supremo, 1: o PT será o partido com mais dinheiro para campanha; 2: todas as legendas terão de mergulhar no caixa dois; 3: haverá ainda mais dinheiro do crime organizado nas eleições; 4: empresas serão chantageadas como nunca; 5: a política mergulhará na clandestinidade.
É o presente que oito ministros do Supremo têm para nós. 

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
 

sábado, 9 de maio de 2015

Haja panelas! Qual a razão do PSDB ser tão covarde?: não podemos, nem devemos, esquecer que foi FHC quem salvou Lula em 2005

"O PT certamente dirá que só houve panelaço porque as pessoas, agora, podem ter panelas". Ricardo Noblat
Será que o Lula já percebeu que neste país ele já não manda? Que dona Dilma notou que a vaca, de tanto tossir, engasgou? Ou será que eles ainda se acham detentores do poder?

Quando pararem de culpar os suspeitos de sempre (que, segundo o PT, são os jornalistas) quem sabe conseguirão ver, através da poeira levantada por suas manobras desajeitadas, que o labirinto em que estamos metidos pode não ter saída? Que me desculpem os economistas, mas tenho sempre um pé atrás com planos econômicos. Fiquei traumatizada com o maldito Plano Collor e tenho a maior dificuldade em acreditar que alguém, por mais brilhante que seja, possa sentir-se suficientemente seguro para mexer com a vida de todos nós.

Estamos numa fase negra. Basta uma voltinha em cidade grande como o Rio para ver que o desemprego aumenta, que a fome cresce e que os sem-teto invadem as calçadas ao cair da noite. E, no entanto, foi agora que resolveram mexer com o seguro-desemprego e com o abono salarial, parte do ajuste fiscal. Se há necessidade de ajuste tão severo é porque houve uma esbórnia tremenda no governo Dilma I. Difícil para um leigo compreender: estava certo o ex-ministro Guido Mantega ou está certo o ministro Joaquim Levy? O mal é que, como sempre, o país só tomará conhecimento do acerto ou desacerto dos novos ajustes quando tudo isso já for passado.

Ate lá, percorreremos às cegas o labirinto. E entregues a quem? Ao PMDB! Você votou no PMDB para que ele envergasse a faixa presidencial? Não? Nem eu. Mas é sob essa batuta que o país marchará até 2018, pelo menos.  Não precisa ser vidente para enxergar o ego de Eduardo Cunha (PMDB/RJ) quando disse ontem, em plenário: “Houve uma vitória política de conseguir aprovar uma medida importante e que era simbólica. Eu não diria que o governo está com a base sólida para qualquer votação. Eu diria que se construiu uma maioria que passa a passar (sic) a mensagem de equilíbrio das contas públicas, uma maioria que ficou sensibilizada com o risco que o país teria se perdesse uma votação dessas”. O Globo, 7/5/2015

E do Senado, não veio nada? Veio, sim. O intrépido Renan Calheiros (PMDB/AL) declarou, a respeito do adiamento da aposentadoria dos juízes do Supremo Tribunal Federal de 70 para 75 anos, que pretende regulamentar o tema. “Sua intenção é submeter os ministros a nova sabatina, já que terão mandato adicional”. Ilimar Franco, O Globo, 7/5/2015.

Não é sensacional? Quanto á tão badalada reforma política, parece que morreu de inanição. Precisamos consultar o senador Sibá Machado para saber se ele suspeita que a CIA foi contra. Como vocês bem sabem, Sibá Machado tem um intelecto exuberante e sua cultura política é notável.
Do PSDB não falo. Esse desfaleceu. Sem panelaço que abafasse o ruído de seu desmoronamento...

Por: Maria Helena Rubinato,   professora e tradutora, escreve semanalmente para o Blog do Noblat 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Congresso Nacional "trabalhando"

Uma noite no Congresso

Uma noite no Congresso


O senador Paulo Paim (PT-MG) boceja ao lado de parlamentar que cochila, durante sessão do Congresso Nacional que aprovou nesta madrugada, o texto principal da proposta que muda a meta Fiscal de 2014, no Plenário da Câmara

Foi nesta sessão em que 240 deputados e 40 senadores concordaram com o preço estabelecido por Dilma pelo voto deles aprovando a "Lei da IRRESPONSABILIDADE Fiscal'.

Parlamentar joga joga no celular enquanto espera pelo final da votação no Congresso, na qual seus companheiros decidem o preço do voto de cada membro do Congresso Nacional que foi comprado por Dilma

Clique aqui para ver galeria completa  das fotos da sessão em que a maioria dos parlamentares se vendeu- por tão cansativa atividade, os parlamentares passam a ganhar a partir de FEVEREIRO/2015, quase R$35.000,00 mensais.