Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador rico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador rico. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Só falta combinar com os companheiros - Opinião - O Estado de S. Paulo

Alckmin diz que o País precisa reduzir o custo Brasil e melhorar a produtividade aprofundando reformas – as mesmas às quais o PT sempre se opôs e tenta, quando pode, reverter

“O Brasil ficou caro antes de ficar rico”, constatou o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. “É um país caro, e é caro exportar, tem dificuldade para exportar, a não ser produto primário. Tem de reduzir o Custo Brasil, melhorar a produtividade e a competitividade. Não tem bala de prata. É fazer a lição todo dia: reforma trabalhista, tributária, previdenciária, administrativa.”

Com efeito, segundo levantamento do Movimento Brasil Competitivo, em comparação com a média de custos dos países da OCDE – um grupo das democracias ricas –, as empresas brasileiras desembolsam todos os anos, em despesas adicionais, algo em torno de R$ 1,7 trilhão, cerca de 20% do PIB
As causas são várias: mão de obra pouco qualificada, excesso de encargos trabalhistas, tributação complexa e onerosa, infraestrutura precária, crédito escasso e caro, complexidade regulatória e insegurança jurídica.
 
Muita coisa foi feita nos últimos anos. A reforma da Previdência aliviou a pressão fiscal e reduziu a discriminação entre servidores públicos e trabalhadores privados. O marco do saneamento está viabilizando investimentos privados. A autonomia do Banco Central foi um avanço no controle da inflação. A reforma trabalhista colaborou com a queda no desemprego. A reforma tributária, ainda que desfigurada e desidratada, eliminará distorções competitivas e simplificará procedimentos custosos. O elemento comum dessas reformas foi reduzir o peso e as arbitrariedades do Estado que freavam o potencial de crescimento e perpetuavam desigualdades de renda e de oportunidades.

Além de aprofundar essas reformas, outras medidas nesse sentido seriam importantes para aliviar o custo Brasil, como a redução de tarifas de máquinas e insumos ou mais privatizações para acabar com feudos políticos. É a “lição de casa de todo dia” a que Alckmin se refere. Só tem um problema: faltou combinar com os companheiros.

Como se sabe, o lulopetismo foi ferrenho opositor de medidas como essas, da autonomia do BC e do marco do saneamento às reformas trabalhista e da Previdência. 
Se a atual gestão não as revogou, não foi por falta de vontade, e sim de base parlamentar. 
Mas brechas foram abertas aqui e ali, muitas vezes com a ajuda de uma caneta companheira no Judiciário, como a flexibilização das regras que restringiam indicações políticas a cargos em autarquias e empresas estatais ou de economia mista. 
Agora mesmo o governo tenta reverter na Justiça a privatização da Eletrobras, e busca interferir nela e noutras empresas privadas nas quais tem participação, como a Vale. A política de preços da Petrobras voltou a ser opaca, e a intenção de utilizá-la como instrumento de políticas públicas é manifesta. Sobre a segurança jurídica, a lição de casa ficou para as calendas.

De quando em vez um ministro ou secretário faz jogo de cena anunciando “estudos” para uma reforma administrativa, mas quem se lembra da última vez em que o presidente da República tocou no assunto? Ao invés de reformas, o governo anuncia com fanfarra “novas” políticas industriais com toda sorte de estímulos de curto prazo, isenções, subsídios e reservas de mercado que fazem grupos de pressão oligopolistas salivarem.

Quanto à redução dos juros, a principal política do governo é demonizar o Banco Central. No mais, flerta com o desrespeito às metas fiscais que ele mesmo estabeleceu e contrata despesas permanentes com receitas provisórias. “O único item para controlar a inflação são os juros. Não pode ser assim. Tem de ter melhor política fiscal”, disse Alckmin – em 2005. 

À época, ele recriminou o “modo petista de governar” por arrecadar muito e gastar mal – “é o custo PT” –, deixando no ar uma pergunta retórica que continua a ecoar: “Qual medida o governo tomou para fechar a torneira do desperdício de dinheiro público?”
Será que, em 2024, o neossocialista Geraldo Alckmin, alçado a vice-presidente e ministro do Desenvolvimento do governo lulopetista, tem uma resposta?
 
 
Opinião - O Estado de S. Paulo 

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Escolas cívico-militares e os três inimigos históricos de Lula - Percival Puggina

         Não resta dúvida de que o PT foi trazido de volta ao poder para cumprir seu destino histórico e destruir o país
Eu sabia – já escrevi tanto a respeito! – mas era consequência do que podia ler nos fatos; agora, Lula verbalizou tudo, audível e claramente, aos amigos da sua Pátria Grande reunidos no Foro de São Paulo. Disse ele:Aqui no Brasil nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo, ou seja, o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”.
 
Qual a principal trincheira desse combate? 
Onde a frente ampla da desgraça nacional avança sem encontrar resistência alguma? 
Onde, num total desequilíbrio de forças se estabelece o domínio dos corações e das mentes
É nas salas de aula do país, convertidas em crematório do futuro ao longo de toda a cadeia produtiva do ensino.
 
Não surpreende o entendimento entre o MEC e o Ministério da Defesasim, você leu certo que acabou com as escolas cívico-militares criadas em 2019
Afinal, os três inimigos contra os quais a liderança esquerdista do continente “aprendeu historicamente, etc., etc” estão presentes nesses educandários: 
1º) as famílias, que junto com os professores, em assembleia e por votação decidem adotar esse modelo; 
2º) os bons costumes, porque traficantes, malfeitores e desordeiros mantêm distância e os alunos são orientados para condutas civilizadas voltadas ao aprendizado
3º) o patriotismo, porque nessas escolas, o sadio e produtivo amor à pátria não é reprovado, mas estimulado.
 
De um modo gradual, elas serão absorvidas pela mesmice de um sistema cujos péssimos resultados gritam nas aferições internas e rankings internacionais que avaliam o desempenho escolar em todos os níveis de ensino. “É que não se faz Educação sem dinheiro!”, exclamarão em coro as salas de professores. 
No entanto, em 2019, o Brasil ocupava o 6º lugar no investimento em Educação, medido na proporção com o PIB, perdendo apenas para os países nórdicos e para a Bélgica.
 
Mas é só isso que a esquerda no poder combate historicamente e põe as escolas cívico-militares de joelhos com a nuca exposta? Não, tem muito mais. 
Ela substitui o moralmente correto pelo “politicamente correto”, a História por um elenco de narrativas capciosas, a solidariedade pelo antagonismo, o amor ao pobre pelo ódio ao rico.
 
Essa esquerda combate a estrutura familiar pela condenação do suposto patriarcado, como se a paternidade fosse apenas poder e não amor, responsabilidade, serviço e sacrifício.  
A sala de aula não pode ser o vertedouro das frustrações de quem detém o toco de giz.
 
Ela desrespeita a inocência das crianças. Contra a vontade unânime dos parlamentos do país, introduz pela janela a ideologia de gênero nas salas de aula enquanto os valores saem pela porta.  
Como alavanca ideológica, não estimula o respeito à propriedade privada, nem o empreendedorismo, nem o valor econômico do conhecimento e das competências individuais.  
 
Poderia prosseguir pois nada há de meu apreço que não seja combatido pela esquerda em sua guerra cultural ou contra o Ocidente, ou por uma nova ordem mundial. O desejado pluralismo de ideias é substituído pela exclusão da divergência
O Estado que deveria servir a sociedade põe a sociedade a seu serviço. 
O Estado e a política que os camaradas da Pátria Grande querem precisa dos necessitados de seu auxílio, sem os quais desaparecem politicamente.
 
Vejam o quanto essa esquerda é dependente de um sistema de ensino que não ensine, cujo foco não esteja no aluno e sua aprendizagem, mas em difusos e sinistros objetivos político-ideológicos. 
Tal sistema, quando fala em escola de tempo integral, mais me assusta do que me alegra!

PS – Os muitos bons e valiosos professores têm meu louvor e sabem contra o que também se empenham.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 12 de junho de 2023

Estranho país, onde governar é emendar a Constituição. - Percival Puggina

         De início, vi a Constituição de 1988 com os olhos da suspeita, posteriormente, com repulsa e, mais recentemente, a tenho chamado em tom jocoso “queridinha do vovô”.  Esta última atitude, porém, é motivada pela observação do pouco caso que dela fazem as atuais composições dos tribunais superiores. 
Estaríamos melhor se ela fosse menos manipulada por casuísmos e consequencialismos não autorizados por quem tenha voto para os conceder.
 
Por outro lado, hoje, governar é emendar a Constituição. União e Estados estão sempre às voltas com a contagem de votos nas bases parlamentares de apoio de seus governos para emendar constituições. 
É uma demanda da vida real, que agrava a dificuldade de comporem, os governos, suas bases de apoio. 
O que normalmente seria obtido com metade mais um, se eleva para os três quintos sem os quais a Constituição é “imexível”, como o ex-ministro Magri disse ser o Plano Collor de 1990. Nossos constituintes de 1988 tinham certeza de haver realizado a obra prima do moderno constitucionalismo...
 
Nos longos anos de petismo, o Brasil pobre se tornou ainda mais metido a besta
Quis a Copa, as obras da Copa, e foi fazendo muito mais estádios do que necessário. 
Enterrou bilhões (do dinheiro de todos) no Rio de Janeiro dos Jogos Olímpicos. E jogou muitos outros bilhões de dinheiro bom em empresas trambiqueiras e governos ainda mais trambiqueiros para alimentar a corrupção no Brasil e no bas fond internacional. Agora, retomamos a gastança do dinheiro que não temos, como se a necessidade criasse dinheiro.
 
Pode ser rico um país com 214 milhões de habitantes que gera um PIB de apenas dois trilhões de dólares? 
Rico com um PIB per capita que não chega a 10 mil dólares e nos coloca na lista do FMI entre Tunísia e Azerbaijão? 
Rico com um PIB 10% inferior ao do Canadá, que tem uma população seis vezes menor?  
Pode ser rico um país cuja economia produz tanto quanto a cidade de Tóquio? 
Pode ser rico um país cujo déficit fiscal cresce na batida do relógio?
 
Claro que não é só a Constituição a travar o desenvolvimento econômico do Brasil. 
Há um amplo conjunto de fatores que se foram habilmente articulando para produzir o mesmo efeito. Instituições irracionalmente concebidas geram crises, insegurança jurídica e instabilidade política
A atração dos ditos “progressistas” por tudo que possa ser ideologicamente aparelhado e atrasado dá causa a graves danos educacionais, culturais, científicos e tecnológicos.

É pouco provável que o Estado brasileiro deixe de ser metido a besta. O atraso cultural, afinal, dá força ao populismo que vive em união estável com o corporativismo. 

E ambos lambem a mão do Estado.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


sábado, 16 de abril de 2022

Como o Brasil pode ficar rico? - Carlos Alberto Sardenberg

“Na origem de nossa incapacidade de retomar o crescimento está uma avassaladora captura do Estado por interesses privados, em detrimento do bem comum. Falhamos em aprimorar as instituições inclusivas, alargando o espaço para o crescimento de instituições extrativistas. No lugar de cumprir seu papel essencial de oferecer serviços públicos de qualidade à população, o Estado passou a servir a interesses e privilégios de grupos que dele se apropriaram”.

Assim começa o denso e oportuno documento intitulado “Desenvolvimento Inclusivo, Sustentável e Ético”, de autoria de Affonso Pastore, Cristina Pinotti e Renato Fragelli. Trata-se, acredito, da mais importante contribuição recente para um debate que pode ser assim reduzido: como o Brasil pode escapar da armadilha da renda média e se tornar um país rico?

Tendo em vista uma questão crucial  – um Estado a serviço do público – destaca-se a importância das “instituições contratuais (verticais) que regulam o direito de propriedade, incluindo as que protegem os cidadãos contra o poder abusivo das elites, políticos e grupos de privilégio corruptos”.Renato Fragelli.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE – deveria ser uma dessas instituições. Sua missão é zelar pela livre concorrência no mercado.

Pois o CADE está no noticiário desta semana. Mas não exatamente nessa missão. O que saiu foi o áudio de uma conversa entre Joesley Batista, um dos donos da J&F, e o então senador Ciro Nogueira, em 17 de março de 2017. Joesley gravou a conversa quando estava em busca de provas para basear sua delação premiada.

A empresa de Joesley tinha um  caso no CADE. Ele procurou a conversa com Ciro Nogueira sabendo que este tinha influência no órgão. E tinha mesmo. Como diz o próprio Nogueira, ele havia colocado lá seu chefe de gabinete, Alexandre Cordeiro, chamando-o de “meu menino”. Como relatam repórteres do Estadão, Cordeiro protagonizou decisões polêmicas, como o voto a favor da da venda da Oi para Vivo, Tim e Claro – que concentrou o mercado e a manifestação favorável à venda da Transfederal , empresa de serviços do ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira, para a espanhola Prosegur. Técnicos do CADE haviam reprovado a operação.

Hoje, Ciro é o ministro da Casa Civil, um dos mais poderosos do governo Bolsonaro, Cordeiro é o presidente do CADE. Aliás, outro ex-chefe de gabinete de Ciro Nogueira, Marcelo Lopes da Ponte, ocupa o importante posto de presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – sim, aquele enrolado na história dos pastores. Temos ou não temos aí uma “avassaladora captura do Estado por interesses privados”?

O documento de Pastore, Pinotti e Fragelli ocupa-se também de reforma tributária. Propõe, entre outros pontos, a “unificação dos cinco impostos sobre bens e serviços – ICMS, IPI, PIS, COFINS e ISS – em um IVA nacional, com alíquota única, cobrado no destino, e com rápida recuperação dos créditos acumulados”. [essa solução de unificação de impostos, sempre apresentada pelos políticos que a inventam e apoiada pela mídia militante, já é velha conhecida do povo; vem dos tempos do Itamar Franco e o resultado é sempre MAIS UM IMPOSTO.]

Isso também esteve no noticiário nesta semana. Havia uma proposta parecida no Senado, em tramitação há quase 20 anos, e que chegou perto de uma votação. Mas foi jogada no lixo. Acharam que não era hora de tratar desse assunto.

Depois de 20 anos de debate! [tramitação nem sempre é debate.] E quando se sabe que a carga tributária é elevada, penaliza os mais pobres e o sistema é um inferno para empresas e pessoas. O documento propõe mudanças importantes no imposto de renda de empresas e pessoas, demonstrando que se pode obter mais justiça tributária. [com sinceridade: se depender do povão esse documento produzido por um trio encabeçado por um ex-presidente do BC, terá o mesmo destino do proposta descartada pelo Senado. Misturar eleições com planos mirabolantes, já testados e reprovados, é o que no popular chamam de enrolação.]

Há uma veemente defesa do teto de gastos, a âncora fiscal, e a necessidade de se produzir seguidos superávits primários nas contas públicas de modo a reduzir o endividamento. Menor endividamento é igual a juros menores, que o facilita o investimento privado. É este, na opinião dos autores, e na nossa também, o motor do crescimento.

Mas cabe ao Estado papel essencial na educação, no combate à pobreza, nas políticas de emprego e compromisso com o meio ambiente.

Voltaremos ao assunto. Há muito o que falar e pensar.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 16 de abril de 2022


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Judiciário brasileiro: o maior programa de redistribuição de renda da galáxia - Gazeta do Povo

Madeleine Lacsko

Privilégios
Embora as más línguas critique nossos programas de redistribuição de renda, somos os melhores em tirar do pobre para dar ao rico.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Muita gente reclama que o Brasil não consegue resolver a questão crônica da pobreza e redistribuição de renda. Programas como o Bolsa Família, por exemplo, têm resultados positivos mas recebem menos dinheiro do que o Bolsa Empresário Amigo de Governo, algo criado conjuntamente. No entanto, considero injusto dizer que não temos um programa de redistribuição de renda que funcione. Temos sim.

Talvez por falta de patriotismo você não saiba, mas o Brasil tem o mais eficiente programa de redistribuição de renda da galáxia. 
Redistribui do pobre para o rico e o rico ainda ganha o direito de chorar miséria e se dizer injustiçado. 
Chama-se Carreiras Jurídicas no Judiciário, MP e Defensoria. 
Nem deputado ganhou tanto benefício a mais na pandemia quanto estes bravos guerreiros.
 
Outro dia li a notícia de que os nobres desembargadores do Judiciário do meu estado querem aumento salarial porque estão trabalhando demais.  
Vocês sabem que eu já trabalhei no STF, assessorei associações de juízes e de promotores. 
Salvo raras e honrosas exceções, anônimas e lotadas no interior em sua maioria, difícil alguém que realmente pegue no pesado.

Fico pensando se resolvessem descontar das horas trabalhadas aquelas gastas em congressos nas cidades praianas ou dando entrevistas. 
Tem gente que, no final, iria ter trabalhado de verdade umas 4 horas por mês. O pessoal reclama da agenda do presidente, que tem menos compromisso do que minhas tias dondocas. Ficam xingando deputado que trabalha só de terça a quinta. Todo mundo aí tá trabalhando mais do que nossos bravos guerreiros da Justiça brasileira.

Obviamente é um privilégio para a casta da casta. Quem é trouxa dedicado acaba trabalhando em cidade pequena cheia de pobre e com ausência de outros órgãos do Estado.                                                      Daí, seja juiz ou promotor, vira uma espécie de faz-tudo.  Aliás, nesses casos nem ter a formação em Direito basta, o sujeito tem de ter CRM, CRO, CREA e, principalmente, CRP.     Vai resolver problema de todo mundo o tempo todo e ficar só com o salário mesmo, nada de penduricalhos mil nem folgas.

Anos atrás, o então presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo defendeu de forma enérgica a necessidade de aumento de salários. Os juízes estariam até mesmo sem dinheiro para ir comprar terno em Miami. Absurdo! Um amigo que pegou uma comarca trabalhista tumultuadíssima no ABC me disse, talvez com inveja: "veja que esse deveria ser meu tipo de problema e eu pego só enrosco". Adivinha quem está pedindo aumento? O pessoal do terno em Miami, claro.

O amigo do ABC vive muito bem e vive agradecendo a Deus ter passado no concurso. Mas não chegou ao nível espiritual do terno em Miami nem de poder se ausentar do trabalho em função de dar entrevistas ou participar de convescotes. Durante a pandemia, o que ele ganhou foi processo disciplinar no CNJ. Saiu do sério numa audiência ao perceber que o empregado e o preposto da empresa estavam na mesma sala, escondendo do Judiciário que haviam feito acordo.

A renda do brasileiro caiu em torno de 10% durante a pandemia. Isso não quer dizer que cada um ganha 10% a menos, significa que tem gente absolutamente quebrada a ponto de gerar esse impacto na massa total de trabalhadores. Enquanto isso, viralizaram durante toda a pandemia as listas de quem recebeu salários de mais de R$ 100 mil na casta do Judiciário. Mas eles estão trabalhando demais e precisam de aumento. Será pago obviamente pelo pessoal que ficou mais pobre. Redistribuição de renda.

Esse gráfico é do Boletim Desigualdade das Metrópoles, da PUC/RS e mostra a variação da renda dos trabalhadores. Nada animador. Mas o dado mais interessante talvez seja o quanto é essa renda. Eu li em vários lugares que o baque econômico atingiu primeiro os pobres mas chegou já na classe média alta. Isso significa que a família ganha mais de R$ 3.100,00 per capita e está nos 10% mais ricos da população. Talvez você já esteja no clube dos bilionários sem saber.

Aqui está a prova cabal de que realmente temos, com as Carreiras Jurídicas do Judiciário e MP, o melhor programa de redistribuição de renda da Via Láctea. O vale-refeição dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Amapá é de R$ 3.500,00. 
Só isso já é R$ 400,00 a mais que a renda necessária para integrar a classe-média-alta brasileira, os 10% mais ricos. 
Leia essa coluna do Lucio Vaz e entenda por que eu luto tanto por uma nomeação no Judiciário brasileiro.

Obviamente não é em todos os tribunais que se tem tanto sucesso na redistribuição de renda. Os juízes do Tribunal de Justiça de Pernambuco recebem apenas R$ 1.561,80 de vale-refeição, o que deixa as refeições deles distantes da classe média alta. E veja a injustiça: só chegou nesse valor porque eles conseguiram um aumento de 46% no último mês de junho, em plena pandemia.

A coluna do Lucio Vaz traz os casos em que você é bem mais generoso com nossos bravos guerreiros da Justiça. Tem uma juíza que foi removida de um estado a outro e ganhou R$ 100 mil de auxílio-mudança. Eu achei que tinham aberto uma comarca na Lua quando vi o valor. 
De repente abriram mesmo, mas quem está lá é o desembargador do Rio de Janeiro que recebeu R$ 72.400,00 de indenização de transporte.       Por isso você teve de pagar a conta de celular de R$ 17.300,00 de um desembargador de Goiás, ligou para a nova comarca na Lua.

Mas eu estou preocupada mesmo é com a saúde de diversos desembargadores pelo Brasil
No Amapá, um deles recebeu R$ 163.000,00 de auxílio-refeição. 
Avalie o quando a Excelência precisou comer para chegar nesse valor, um perigo para a saúde. 
É por essas e outras que, no Maranhão, nós precisamos pagar R$ 334.000,00 de auxílio saúde para uma desembargadora. Ambiente insalubre o deles.

Em dezembro, 20 dos 26 desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas receberam salários de mais de R$ 100.000,00. O que recebeu mais teve rendimentos de R$ 237.067,45. Mas não é tudo salário.                                                                                                            São R$ 35.462,22 de salário, R$ 9.960,26 de indenizações, R$ 4.964,71 de direitos pessoais e R$ 186.680,26 de direitos eventuais. Eu não sei o que são direitos eventuais mas, se quiserem me pagar, também aceito.

Você pode achar os salários nababescos. Mas são cargos importantíssimos e que exigem muito preparo e estudo. Na verdade, o que o pessoal do Amazonas ganha não é suficiente para muitas coisas. Por mim, eles adotariam o auxílio-livro, à semelhança do Tribunal de Justiça do Mato Grosso. São dois salários extras por ano, cerca de R$ 70.000,00. Como não têm a verba, os desembargadores do Amazonas passam perrengues como o da queda da estante de livros falsa na audiência virtual.

Tomara que o desembargador não ouça a jornalista porque é bem capaz de querer processar o vendedor do cenário por danos morais de verdade. As juízas que foram para o aeroporto errado e perderam o voo por isso processaram a companhia aérea e ganharam uma bolada, por que não? Quem vive nesse mundo é que julga os eventuais conflitos e disputa do país em que rico ganha menos que vale-refeição de juiz. É um sistema que definitivamente não tem como dar certo.
 

Madeleine Lacsko, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 31 de outubro de 2021

O buraco na defesa - Alon Feuerwerker

Análise Política

A hipótese de haver uma maioria centrista que rejeita os “extremos” não se vem comprovando. Desde a estreia, na disputa presidencial de 2018. Mas continua um sucesso de crítica, apesar do até agora insucesso de público. Uma pista pode ajudar a explicar a dificuldade na decolagem. O centrismo é tanto mais capaz de hegemonizar quanto mais inclusivo dá a impressão de ser. A ideia de construir consensos excluindo leva jeito de contradição em termos.

Não se deve subestimar, porém, o potencial de outra espécie de “centrismo”, que mais corretamente deveria levar o nome de “solucionismo”. Talvez haja um amplo contingente de eleitores em busca antes de tudo de soluções práticas para problemas idem, e é bem provável que essa turma venha a decidir a eleição. Trata-se então de encontrar a necessidade e preenchê-la, seguindo o conselho de Norman Vincent Peale.

Se bem que de vez em quando vale também criar a necessidade, ainda que artificialmente. O marketing está aí para isso.

Faz sentido que Luiz Inácio Lula da Silva e mais recentemente Jair Bolsonaro estejam voltados a lapidar a imagem de resolvedores de problemas. O primeiro vem ancorado nas percepções positivas sobre seu governo em temas como a fome. [baseado no preceito MANTER A FOME para manter o eleitorado.] O segundo busca bandeiras sociais. Tem lógica. A pandemia vem deixando um rastro de dificuldades econômicas, e a sobrevivência material ocupa o centro das preocupações desde que casos e mortes despencaram.

O Brasil traz uma peculiaridade no assunto que modernamente leva o nome de inclusão social. O foco gira invariavelmente em torno do papel redistributivo do Estado. Agora mesmo, um bordão de Lula é “incluir o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”.[e os ladrões a serviço do condenado petista e do perda total na Petrobras e outras estatais.]  E a luta toda de Bolsonaro é pelo Auxílio Brasil de 400 reais. Ambos estão deixando um buraco na defesa, para alguém que diga a real: só crescimento econômico resolve.

Não se está dizendo aqui que crescimento sozinho resolve, mas que sem crescimento não tem solução. Os exemplos históricos são abundantes. Qual é o problema, então? “Desenvolvimento” virou palavra proibida. Um desafio mais complicado para os países que ficaram para trás, e cuja ascensão econômica agora é combatida pelos que hoje andam na frente como um risco à sobrevivência da humanidade.

Bolsonaro está colhendo os frutos amargos por ter subestimado a necessidade de encaixar a demanda brasileira de desenvolvimento no mindset da hora em escala global. [Não podemos esquecer que Bolsonaro não teve tempo para governar = em 2019, além das dificuldades inerentes a um inicio de governo, tendo que administrar a 'herança maldita' que recebeu, Bolsonaro sofreu sistemático boicote e a partir de 2020 teve que enfrentar a maldita pandemia.
Só agora, com a pandemia sob controle, surgem condições para iniciar seu governo e cujo programa inicial será convalidado em 2022, pelo eleitorado ao efetivar sua reeleição.] Lula corre o risco de ficar preso na tentação do discurso fácil, na lógica do determinante de matriz nula. Ele é sempre zero. A conhecida interpretação lato sensu do princípio da precaução. Ou seja, se algo representa risco, não faça, até reduzir esse risco a zero, ou perto de zero.

E se tanto Bolsonaro quanto Lula tentarem contornar o desafio, em vez de enfrentar? E se preferirem fixar o discurso na rejeição ao antípoda? Costuma funcionar em países como os Estados Unidos, onde só tem espaço para dois candidatos viáveis. Mas no Brasil isso acabaria deixando o citado buraco na defesa, para alguém que diga que em vez de ficar brigando vai se concentrar em fazer a economia crescer e gerar os urgentes milhões de empregos. [em nosso modesto entendimento não existe nenhum candidato com pretensões a enfrentar Bolsonaro (os fatos mostram que o condenado petista inexiste como candidato, portanto 2022 será Bolsonaro contra o resto) que consiga programa melhor de governo do que pregar rejeição ao capitão.]

Alon Feuerwerker, jornalista e analista político


sábado, 26 de setembro de 2020

Os 300 de morte e o voto de cabresto - IstoÉ

Na terra do calango, da casa de taipa e da pouca água extraída do mandacaru o cacto pestilento e espinhoso do agreste —, trezentos reais é fortuna na vendinha do seu Zé do vilarejo, que aceita fiado, mas apenas “rico” com dinheiro pode comprar. Ninguém tem nem R$ 1 para ir lá. Boa parte vive à base do que planta e caça de bicho do mato. Quem consegue emprego na plantação de cana do usineiro, como cortador da lavoura, leva R$ 1,90 por dia pesado de trabalho. Do nada com coisa alguma, no semiárido nordestino ou nos rincões onde a pobreza espreita como sina, 300 reais é fortuna e muda a vida de muita gente. Quem dá, vira deus. Quem recebe, venera o mito. Pode ser quem for, transforma-se naquele “deus e o diabo na terra do sol”, recordando a obra clássica do cineasta Glauber Rocha. É a realidade nua e crua da parcela setentrional desse País imenso, só bonito por natureza. 

[dois comentários: 
- de voto de cabresto o infeliz do demiurgo de Garanhuns e seus asseclas;
- quanto a defesa de posturas que o presidente Bolsonaro efetua, vale o antigo ditado: tem males que são necessários.]

O demiurgo do sertão – pode ser de esquerda, de direita, quem se importa? Não vem ao caso – ganha licença para delinquir, falar baboseiras, perseguir, destruir o meio ambiente, ser arrogante, até roubar se quiser. O que der na telha. Terá mesmo assim, e garantido, o voto do açoitado pelo destino. Humildes lavradores, incrédulos sofredores, dão a dimensão real da miséria extrema desse Brasil grande. Ali a ignorância graça com fervor. Por falta de educação e informação mesmo, artigos raros e inalcançáveis a essa parcela da população. Ali, qualquer redentor é bem-vindo, aclamado, celebrado como “salvador”. Carregue o chapéu de coco, de palha, de cangaceiro, suba no jegue da região, use e abuse de qualquer pantomima. Trouxe a ajuda? É o que importa. Será saudado e serão feitas as suas vontades. O voto de cabresto está à disposição de quem pode pagar mais, regateado a granel. 

E assim se repetirá por décadas e séculos, até que a chaga da brutal desigualdade social seja curada. Não irá, todos sabem! É do interesse da elite manter tamanha injustiça no recorte do bolo. A extraordinária obra “Casa Grande & Senzala”, do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, retrata à perfeição a natureza dos contrastes que prevalecem nessas paragens tropicais desde o Descobrimento. A obra do “Mestre de Apipucos” escancara os meandros de como o regime econômico patriarcal e assistencialista foi danoso, causando ao mesmo tempo o atraso endêmico e a degeneração das relações sociais e do caráter político brasileiro. Sem o fim da desigualdade, resta o aliciamento. Imoral, covarde, enganoso, torpe. Bolsonaro é o redentor da vez. Ganhou quase 10 pontos percentuais nas pesquisas com o auxílio emergencial. 

Eram 600 reais. Viraram 300. Ainda tá de bom tamanho. Maior do que o de Lula, decerto. E assim venceu a pendenga dos indecisos ou arredios por lá. Prorrogou o benefício. O mandatário se afia agora ao donativo não por compaixão ou caridade, mas como boia eleitoreira. Um e outro não podem mais se desprender. Do contrário, a turba some. Pobres sedentos e esfomeados precisam do assistencialismo que faz a diferença entre vida e morte. Quem mora nas grandes capitais não entende o drama. Não nessa dimensão. Ter dinheiro nos sertões é raridade. 10 reais? Nem em um mês bom. E a iniquidade dos oportunistas de plantão avança e cria raízes nesse ambiente. Bolsonaro, que classificava o “Bolsa Família” de mero instrumento para “comprar o voto do idiota”, alegando ser uma maneira de “tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda”, tomou a fórmula para si. Curiosa metamorfose. Vale até a confraternização com aqueles a quem antes se referia, jocosamente, como “paraíbas”. 

Eis a transmutação débil e obscena: De um degenerado radical do “golden shower”, que defende a tortura e a morte de 30 mil, no populista de ocasião. Quem há de resistir e não atender ao chamado providencial dos 300? No pináculo do populismo, o drama dos necessitados é a argamassa. Nele se montam as retumbantes promessas de que “tudo vai melhorar”, sem que nada nesse sentido efetivamente seja feito. 

A narrativa enganosa comove o rebanho, malgrado as infâmias sobre uma revolução social que nunca chega. Jair Messias Bolsonaro foi tomado por um súbito e despudorado interesse pelos necessitados, enxergando neles mera massa de manobra. Não quer transformar ou remodelar a dura rotina local ou ajudar aquela gente a superar a realidade. Ao contrário. Caso assim pensasse, implementaria mudanças estruturais capazes de prover, de maneira sustentável, carências elementares como saneamento básico, transporte, saúde, luz, água, ensino. Afinal, é ele o governo. Não mero candidato. Poderia fazer, ao invés de prometer. Não está no escopo. Para que? Demora e não rende voto no prazo até às urnas. Com menos da metade do mandato, Messias traçou uma cruzada de peregrinações de campanha na qual o que valem são os aplausos, discursos vazios e encenações. Tudo em troca dos 300. Tá bem pago. É vida e morte errante, Severina, que segue. Meus conterrâneos um dia, rogo e suplico, poderão ter sina melhor.

IstoÉ - Carlos José Marques - Diretor Editorial


terça-feira, 26 de maio de 2015

ATÉ QUANDO…?



Quem é você? Sambista, carnavalesco, gay, lésbica, preto ou negro, branco, funkeiro, índio, quilombola, favelado, abonado, pobre, rico, ou simplesmente brasileiro?
Foi um dos porcos domesticados? Ou era um javali selvagem? Foi cercado como na velha estória, e ficou preso numa gaiola recebendo migalhas para não morrer de fome? Quantas bolsas você recebe? Tem cotas?  E sem qualquer iniciativa vegeta o resto de sua vida? Nesta situação, perdeu a sua dignidade, a sua honestidade e a sua coragem?

Talvez você seja o vizinho daquele que teve o seu jardim invadido, ou um idiota que viu arrancarem as flores de um quintal qualquer, porém sempre dos outros? Para você era sempre na terra dos outros, que os acólitos do desgoverno faziam qualquer coisa? Na sua não.  Você não reclamava, não lutava, não denunciava, e por isso pensava, estou livre.

Até que um dia você lembrou que no passado você era como um porco selvagem, e se provocado reagia, mas não agora. Lembrou que viu muitas perseguições aos seus amigos e aos seus conhecidos. Você calado, como uma pústula, escapava.  Ultimamente, você assistiu ao astronômico avanço das arrecadações do Tesouro Nacional, mas como os demais idiotas, não viu nenhuma melhoria no País.  Infraestrutura capenga, educação deprimente e caótica, saúde sucumbindo e os políticos e juristas com altos salários e muitas mordomias. 

 Você sentiu que o seu salário cada vez mais acabava antes do fim do mês. Era no dia 20, depois no dia 15, e, atualmente, nem chega no dia 10.  Sim, você não foi porco domesticado ou selvagem, não teve seu quintal invadido, nem suas flores colhidas na marra, mas concluiu que seu bolso era roubado, legalmente, todos os meses.

Lá se foi sua aposentadoria, o FGTS e o seu emprego. Se você é funcionário do PT no desgoverno, basta pagar o dízimo do partido e você está tranquilo. Se não é, acautele – se.  Hoje, esperamos que você medite sobre até quando você irá aguentar o espólio.  Em passado recente, manifestantes sem fim definido saíram às ruas, e você leu que eles estavam indignados com os rumos da Nação. Alguns afirmavam que a guerra estava chegando. Não chegou.  A força guerrilheira do MST está mais forte e mais adestrada. Agora, há até um “exército” do Lula, comandado pelo “general” Pedro Stédile…    

Atualmente, a situação ficou muito pior. É difícil acreditar que afundamos uma barbaridade. O que era péssimo ficou muito pior, e, certamente, ainda, ficará mais degradante.  Atingimos o fundo do poço. O duro é que, como eles cavoucam o fundo, ele ficará mais profundo e mal cheiroso, e a cada hora mais difícil de um dia sairmos do buracão.
O triste é que você tem ajudado a enfiar a sua pá no fundo do poço, e participa ativamente de nossa miséria.  Somos um zero à esquerda e aplaudimos o BBB, o Lula, o Dirceu, o Foro de São Paulo, o BNDES e tantos quantos canalhas aparecerem. Infortunadamente, mergulhamos na dúvida, e com tristeza indagamos, até quando…?

Brasília, DF, 24 de maio de 2015.

Por: Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira