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sábado, 19 de novembro de 2022

Amolem manés. Vocês ainda vão ganhar! - Gilberto Simões Pires.

NEO DITADURA

A expressão -PERDEU, MANÉ. NÃO AMOLA-, empregada -intencionalmente- em NY, pelo tirano-ministro Luis Barroso, do STF- para se ver livre de um brasileiro -PATRIOTA- que perguntou ao MALCRIADO MAGISTRADO se ele “VAI RESPONDER ÀS FFAA" e se “VAI DEIXAR O CÓDIGO-FONTE SER EXPOSTO", numa referência às urnas eletrônicas, serve como MOLDURA do RETRATO da NEO DITADURA que o Brasil está experimentando.

HOMENAGEM

Como Barroso se tornou ministro do STF por indicação da filósofa contemporânea Dilma Rousseff, não se pode descartar que a expressão - PERDEU, MANÉ- tenha sido utilizada pelo tirano-ministro como forma de homenagear a célebre frase cunhada pela petista: - NÃO ACHO QUE QUEM GANHAR OU QUEM PERDER, NEM QUEM GANHAR OU PERDER, VAI GANHAR OU PERDER. VAI TODO MUNDO PERDER. Que tal?

MINISTRO LULISTA

Entretanto, deixando fora as ironias, o fato é que a grosseria de Luis Barroso espelha o seu lado MILITANTE POLÍTICO. O mais nojento nisso tudo é que a MÍDIA ABUTRE, de forma uníssona, imediatamente rotulou o BRASILEIRO -PATRIOTA- como -BOLSONARISTA-. Ora mesmo que isto seja verdade, este posicionamento deve ser visto e interpretado como algo plenamente aceitável dentro daquilo que se entende como DEMOCRACIA. Já o comportamento do ministro do STF é criminoso, pois age, escancaradamente, como MILITANTE LULISTA. Isto, infelizmente, não é notícia para a MÍDIA ABUTRE. Pode? 

VAMOS AMOLAR SEM PARAR

Pois, no meu entender, meus caros MANÉS BRASILEIROS, a hora é de AMOLAR bastante. SEM PARAR. Isto significa que VAMOS GANHAR!   [já ganhamos; os adversários do Brasil e que nos chamam de BOLSONARISTAS - definição que nos orgulha - já perderam; estão perdendo o rumo e a guerra (que eles arranjaram) de tal forma, que ontem, um conhecido jornal, ex-líder de audiência se autocensurou e não fez menção, ao que sabemos, a uma quase tragédia ocorrida na rede de TV que o transmite.]

 Gilberto Simões Pires - PONTO CRÍTICO


quarta-feira, 22 de junho de 2022

Educação pública é assaltada por quadrilhas de corruptos - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

É uma tragédia; o Brasil está produzindo analfabetos, quando necessita desesperadamente fazer o exato contrário - dar à população ensino de melhor qualidade

 A educação pública no Brasil vive possivelmente os piores momentos que já teve em muitos anos; está entre as mais infames do mundo e, além disso, como se vê agora, é assaltada por quadrilhas de corruptos. A polícia investiga a exigência e o pagamento de propinas, numa operação de tráfico de influência na distribuição de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação para as escolas municipais. O ex-ministro Milton Ribeiro foi preso, por suspeitas de envolvimento no esquema. Treze mandados judiciais de busca e apreensão estão sendo cumpridos, em quatro Estados. Pastores evangélicos são denunciados por sua participação no roubo. É um fundo de poço – se fosse possível saber se este poço tem fundo.

 Tudo o que o Brasil não precisa neste momento é exatamente isso que está acontecendo. Com as escolas fechadas durante dois anos, por conta dos “lockdown” anti-covid, o número de crianças de seis e sete anos de idade que não sabem ler nem escrever aumentou de 1,4 milhão, em 2019, para 2,4 milhões em 2021. É uma tragédia. O Brasil está produzindo analfabetos, quando necessita desesperadamente fazer o exato contrário: dar à população ensino de melhor qualidade, com a transmissão dos conhecimentos hoje indispensáveis para que os jovens possam aspirar à uma vida profissional mais digna e contribuir com o bem-estar da sociedade. O país está imensamente atrasado nesta área - fica, a cada pesquisa internacional sobre situação do ensino, entre os piores do planeta.

Que esperança de progresso real se pode ter, em pleno século XXI, quando o número de analfabetos aumenta? Não se trata, aí, dos casos já perdidos - adultos que não aprenderam o suficiente e agora não tem condições de recuperar o conhecimento perdido. Trata-se, isto sim, de fabricar crianças analfabetas, uma garantia de que nunca estarão qualificadas para a execução dos trabalhos melhor remunerados, menos primitivos e mais promissores profissionalmente. É uma agressão direta à cidadania  - e uma das atitudes mais eficazes que uma sociedade poderia tomar para aumentar a concentração de renda, agravar as dificuldades e produzir pobreza.

 O Brasil já tem as escolas fechadas por conta da covid – dois anos de pura perda, que não pode mais ser “reposta”. Tem professores sem capacidade para ensinar. Tem uma distribuição insana dos recursos públicos destinados à educação, com bilhões de reais desviados para um ensino superior de péssima qualidade, aparelhado por professores, políticos e funcionários, e inútil na transmissão de conhecimentos capazes de ajudar a uma sociedade moderna. Em cima disso tudo, agora, vem a corrupção. É uma situação de xeque-mate. Não há como dar certo.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 29 de maio de 2022

Até quando? - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

O que aconteceu nesta semana em Uvalde, no Texas, e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate “mais armas ou menos armas" 

Cruzes com os nomes das vítimas do tiroteio em Uvalde, no Texas, são colocadas do lado de fora da escola Robb Elementary | Foto: Jae C. Hong/AP/Shutterstock
Cruzes com os nomes das vítimas do tiroteio em Uvalde, no Texas, são colocadas do lado de fora da escola Robb Elementary | Foto: Jae C. Hong/AP/Shutterstock

Qualquer tragédia que arrebata vidas humanas é devastadora. Mas uma tragédia que ceifa vidas de crianças inocentes é algo tão avassalador que deixa marcas profundas em todos nós. É difícil sequer imaginar o que os pais e os familiares das 19 crianças mortas nesta semana por um atirador em uma escola no Texas podem estar passando. Como alguém pode cometer uma atrocidade dessa magnitude? E aqui, antes de seguirmos com a nossa conversa semanal, peço, por gentileza, que fechem os olhos por alguns segundos e façam uma prece para essas famílias.

Como sempre fazem, as almas vazias do mundo aproveitaram a tragédia para empurrar suas agendas políticas. Durante uma coletiva de imprensa das autoridades do Texas, com a presença de policiais, do prefeito da cidade de Uvalde e do governador, Gregory Abbott, todos visivelmente abalados pelo terrível evento, o candidato democrata ao governo do Estado, Beto O’Rourke, um dos que participaram das primárias democratas em 2020, resolveu se levantar e ir até a mesa “cobrar” uma resposta do governo sobre o banimento de armas, pauta de seu partido. De maneira desprezível e oportunista, O’Rourke usou a tragédia para impulsionar sua candidatura ao governo do Estado e continuar sob os holofotes.

Enquanto as autoridades do Texas identificavam as vítimas do massacre, avaliavam suas consequências e tentavam, dentro do humanamente possível, cuidar dos familiares das vítimas do massacre, o ex-presidente Barack Obama divulgou uma mensagem no Twitter invocando a morte de George Floyd, assassinado pelo policial Derek Chauvin, em Minneapolis, durante uma prisão, em 25 de maio de 2020. Em um malabarismo insensível e bizarro, Obama conectou o tiroteio da escola em Uvalde ao segundo aniversário do assassinato de Floyd: “Enquanto lamentamos os filhos de Uvalde hoje, devemos ter tempo para reconhecer que dois anos se passaram desde o assassinato de George Floyd sob o joelho de um policial. Sua morte permanece com todos nós até hoje, especialmente aqueles que o amavam”, tuitou o ex-presidente. Narcisismo e psicopatia em estado puro.

Mais armas X menos armas
Longe das abjetas tentativas de usar a inimaginável dor de pais e mães para as agendas políticas, é preciso abordar de maneira honesta e com maior profundidade alguns pontos importantes que podem estar mudando os perfis da sociedade norte-americana, principalmente dos adolescentes. O que aconteceu nesta semana em Uvalde e em outras ocasiões semelhantes na história norte-americana vai além do raso debate “mais armas ou menos armas”. A própria expressão “tiroteio em massa” (mass shooting), usada em eventos como esse, já carrega em si uma ansiedade difícil de ser controlada. Nos Estados Unidos, existem várias definições diferentes, mas comuns, de “tiroteios em massa”.

O Serviço de Pesquisa do Congresso define tiroteios em massa como incidentes múltiplos, com arma de fogo e homicídio envolvendo quatro ou mais vítimas em um ou mais locais próximos uns dos outros. A definição do Federal Bureau of Investigation (FBI) é essencialmente a mesma. Muitas vezes há uma distinção entre tiroteios em massa privados e públicos, como uma escola, um local de culto ou um estabelecimento comercial. Os tiroteios em massa realizados por terroristas estrangeiros não estão incluídos, não importa quantas pessoas morram ou onde o tiroteio ocorra. Essas formulações são certamente viáveis, mas o limite de quatro ou mais mortes é arbitrário. Há também exclusões importantes. Por exemplo, se 20 pessoas são baleadas, mas apenas duas morrem, o incidente não é um tiroteio em massa. Mas nada disso importa quando essas tragédias acontecem. O fato é que, em menos de duas semanas, Salvador Ramos, 18 anos, matou 19 crianças e dois professores em uma escola primária no Texas, e Payton Gendron, também de 18 anos, assassinou dez pessoas em um supermercado em Buffalo, Nova Iorque.

Ambos, Gendron e Ramos, tinham sérios distúrbios mentais. As pessoas ao seu redor sabiam disso. Família, amigos, escolas. Ambos os assassinos disseram a outras pessoas que planejavam cometer um tiroteio em massa e então o fizeram. O atual sistema de alerta em vigor não está funcionando. O que, de fato, está acontecendo com muitos jovens? 
Uma pessoa que tem a intenção de cometer violência é muito difícil de ser parada em qualquer circunstância. 
Um ato do Congresso norte-americano não vai fazer isso, nem o controle de armas, nem a extinção da Segunda Emenda. 
Há mais armas nos Estados Unidos do que pessoas, cerca de 400 milhões. Sempre houve. 
Seja qual for sua opinião sobre esse fato, os norte-americanos nunca se disporão de suas armas. 
A Constituição proíbe isso e uma nova guerra civil provavelmente seria desencadeada se a proposta fosse adiante.
 
Sobre controle de armas, quer você concorde com ele ou não, isso não impedirá o próximo Payton Gendron ou Salvador Ramos de agirem, e toda pessoa racional sabe disso. 
Quem puxa o gatilho, esfaqueia, queima, atropela são pessoas, e a única maneira de parar muitos desses assassinatos é descobrir por que a sociedade norte-americana (assim como a brasileira) está produzindo tantos jovens violentos. 
Há uma razão pela qual eles estão agindo dessa maneira. Qual é esse motivo? 
E não são apenas atiradores em massa na América, esses que aparecem diabolicamente de tempos em tempos na televisão. 
Nos Estados Unidos e também no Brasil, são bandidos armados com armas ilegais, ladrões de carro, de estabelecimentos e residências. 
Por que estão agindo assim? 
Essa deveria ser uma das principais perguntas em todo esse contexto. Obviamente, é um dos pontos que democratas odeiam abordar, porque cavar soluções dentro de problemas complexos acabaria por enterrar as agendas políticas.

Armas, big techs e big pharmas
Poucas horas depois de 19 crianças terem sido assassinadas, o presidente dos Estados Unidos fez um pronunciamento na televisão e o tom não foi de união ou elevação do espírito de uma nação profundamente ferida e em agonia.  
Em vez disso, ele aproveitou a oportunidade para mais uma vez discutir com quem não votou nele, e o fez, como sempre, de maneira vergonhosa. Biden disse: “Como nação, temos de perguntar: ‘Quando, em nome de Deus, vamos enfrentar o lobby das armas? Quando, em nome de Deus, saberemos dentro de nós o que precisa ser feito? Para que, em nome de Deus, você precisa de armas, exceto para matar alguém?’ É simplesmente doente e os fabricantes de armas passaram duas décadas comercializando agressivamente armas, o que os torna maiores e com maior lucro. Pelo amor de Deus, temos de ter a coragem de enfrentar a indústria”.
 
As crianças estão morrendo porque o lobby das armas está lucrando. A desonestidade chega a ser inacreditável. E irracional também. Logo após o terrível tiroteio, o New York Times publicou a mesma ideia sobre o lobby das armas. Só não contaram que a National Rifle Association (NRA) declarou falência no ano passado, enquanto as big techs gastaram mais de US$ 70 milhões fazendo lobby no Congresso. 
As big pharmas gastaram US$ 92 milhões também fazendo lobby em Washington apenas no primeiro trimestre de 2021, enquanto a NRA gastou US$ 2,2 milhões em todo o ano de 2020, ano de eleições presidenciais. Seja qual for o problema, não é o lobby das armas que está matando pessoas inocentes. Este é um assunto muito sério para bobagens como essa, empurrada pela assessoria do Partido Democrata, ou a velha imprensa norte-americana, como preferirem.
 
Segundo uma pesquisa feita pela ABC News, “cerca de 11% dos crimes violentos na cidade de Los Angeles envolveram um sem-teto em 2018, 13% em 2019 e 15% em 2020”
Tenha em mente que os moradores de rua representam cerca de 1% da população total de Los Angeles, mas estão envolvidos em quase um quinto de todos os crimes violentos na cidade. 
Ah, mas não há nada para ver aqui. Circulando, circulando. 
Todos aqui em Los Angeles sabem que isso está acontecendo porque esses números aumentam a cada ano. 
E o que está acontecendo nas ruas também acontece nas escolas.

O que mudou?
O diretor-executivo da Associação Nacional de Oficiais de Recursos Escolares, Mo Canady, disse recentemente em uma entrevista que as escolas estão “vendo mais agressão em termos de brigas e roubos”. Segundo Canady, isso não costumava acontecer, mas está acontecendo agora em grande intensidade. Por quê? Não são armas. Não é sobre o lobby de armas
Mais famílias norte-americanas tinham armas em casa há 50 anos do que agora. De acordo com a Rand Corporation, 45% dos lares norte-americanos tinham uma arma em 1980. Em 2016, isso caiu para 32%. Então o problema não é que estamos mais armados do que estávamos. O problema é que as pessoas mudaram. Os jovens mudaram e estão mais violentos. Por quê?

Essa deveria ser a conversa bipartidária aqui nos Estados Unidos e a que deveria unir políticos de todos os espectros no Brasil. Mas ela vem sendo abafada por lunáticos que buscam atenção e que esperam apenas ganhar a próxima e a próxima e a próxima eleição, sem se preocupar, de fato, com as raízes profundas de problemas que não são simples.

Mais de 107 mil norte-americanos morreram de overdose de drogas em 2021. Esse é o maior número anual de mortes já registrado e um aumento de 15% em relação ao ano anterior

Provavelmente existem muitas causas para essas dificuldades e transtornos em adultos e adolescentes. O uso de antidepressivos nos Estados Unidos — como no Brasil — está aumentando dramaticamente. Entre 1991 e 2018, o consumo total de Selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs), ou inibidores seletivos da recaptação de serotonina, aumentou nos EUA em mais de 3.000%. Esses inibidores deveriam reduzir doenças mentais, mas algo não está indo na direção correta. No Canadá, as prescrições de antidepressivos financiadas pelo Estado para jovens dobraram na última década
Durante os lockdowns da pandemia, as prescrições dos inibidores aumentaram ainda mais. Um grupo de farmácias chamado “Express Scripts” relatou que as prescrições de antidepressivos aumentaram mais de 20% durante a pandemia de covid. De acordo com os números mais recentes, mais de 40 milhões de norte-americanos estão tomando drogas psicoativas. Isso é aproximadamente uma em cada dez pessoas!

Mostrei esses dados a uma amiga médica que está no campo da psiquiatria há quase 30 anos, e ela relatou que está assustada com o movimento dos antidepressivos na América. O objetivo dessas drogas é tornar o indivíduo mentalmente mais saudável, reduzir o suicídio e a violência, mas, ainda assim, as taxas de suicídio e violência estão aumentando. Não sabemos se isso é causalidade, mas precisamos encarar esse assunto com profissionalismo e preocupação. Novos números divulgados nesta semana pelo Centers for Disease Control and Prevention, o hoje famoso CDC, mostram como as overdoses de drogas aumentaram durante a pandemia. Mais de 107 mil norte-americanos morreram de overdose de drogas em 2021. Esse é o maior número anual de mortes já registrado e um aumento de 15% em relação ao ano anterior.

O isolamento humano através das telas digitais
Mas, então, as pessoas estão usando mais drogas, estão mais instáveis, estão se matando com maior frequência e, em outros casos, matando outras pessoas. O problema é tentar encontrar a raiz da mentalidade de quem mata crianças em uma escola primária! A pessoa deve estar tão terrível e profundamente desconectada de outros seres humanos que isso pode parecer normal, como uma regra que se aplicaria a todos nós. O que poderia estar aumentando o sentimento de desconexão que temos um do outro? Pesquisando alguns dados na internet, encontrei que, em 2020, os adultos nos Estados Unidos passavam em média oito horas todos os dias nas mídias e nas plataformas digitais olhando para uma tela. Os lockdowns eternos pioraram, e muito, essa situação. É claro que não estou apontando para uma, duas ou qualquer causa certa para insanos possuídos matarem pessoas, não acredito que haja uma única causa, mas não é difícil ver que esse isolamento humano através das telas digitais pode estar pesando mais do que imaginamos. Em relação a 2019, esse aumento foi de 20%.

Charles Krauthammer, proeminente escritor norte-americano, comentarista político, médico psiquiatra por Harvard e colaborador-chefe do terceiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (falecido em 2018), disse, após um tiroteio em massa no Washington Navy Yard, em setembro de 2013, que há muitos doentes mentais em nossa sociedade e que precisamos parar de ignorá-los, especialmente quando políticos travestem esse isolamento covarde e vil com vestes de falso amor e cuidado. Krauthammer, vencedor do Prêmio Pulitzer em 1987, disse: “Ele (o atirador) precisava de ajuda. Há 30 anos, os policiais o teriam levado para uma sala de emergência psiquiátrica. Ele provavelmente teria recebido antipsicóticos e provavelmente teria sido hospitalizado por algumas semanas. Era assim que se fazia nos anos 1970, quando eu exercia a psiquiatria, mas hoje isso não acontece. Os policiais foram embora e ele foi deixado sozinho. Ele era um homem que não deveria estar sozinho. Ele deveria ter o Estado cuidando dele e acabou matando pessoas. Olha, você quer respeitar as liberdades civis de todos, mas há um ponto em que, se você não assumir o controle de pessoas que estão claramente fora da realidade, você está prejudicando essas pessoas, expondo-as e, claro, expondo tragicamente muitos inocentes ao seu redor”.

No rescaldo de tragédias como a desta semana no Texas, e outras como Columbine, Parkland, Sandy Hook, os norte-americanos ouvem as características compartilhadas dos atiradores: normalmente são jovens do sexo masculino que obtiveram uma arma normalmente de maneira ilegal, usaram drogas ou estão fazendo uso de antidepressivos pesados, abandonaram a escola e cometeram ou planejaram suicídio como o grand finale para seus assassinatos, além de sérios problemas familiares com lares sem pais.

A mente humana é complicada. Fato. Mas paramos de falar de pessoas para dar lugar ao coletivismo macabro que ignora o indivíduo, seus problemas e as consequências muitas vezes diabólicas de seus atos. O que esses assassinos têm em comum? A resposta aos tiroteios em massa nos Estados Unidos ou à criminalidade no Brasil não pode ser a sempre fácil e rasa retórica de confisco universal de armas. A falsa bondade em ignorar doentes mentais ou viciados em drogas, sejam as ilícitas, sejam as com prescrição médica, pode ter um preço alto demais e sem volta. Foi assim que, nesta semana, a pequena cidade de Uvalde, no Texas, mudou para sempre.

Leia também “O ativismo judicial e a barbárie”

Ana Paula Henkel, colunista - Revista Oeste


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

APESAR DE VOCÊ, AMANHÃ É O POVO QUE DECIDE. - Valterlucio Bessa Campelo

Recebi nesta quarta-feira um pequeno vídeo, enviado por um amigo, no qual a bancada de jornalistas da ex-TV trata da tragédia de Petrópolis e, num esforço grotesco de jornalice politicamente engajada, praticamente atribui ao Governo Bolsonaro a culpa pelo desastre.

Tem horas que o gorgomilo não suporta a calhordice “jornalística”. A lógica do analista de araque é de que as inundações são causadas pelas mudanças climáticas e, sendo o Bolsonaro um “negacionista” climático, a culpa é dele. A imprensa putrefata consegue, desse modo, empilhar mais um tijolo no muro de mentiras que ergue desde que seus aliados e mantenedores obscuros deixaram o poder.

Em primeiro lugar, a premissa é falsa. As chuvas que resultaram na enchente em Petrópolis não são devidas às mudanças climáticas, elas são um evento climático, ou seja, a própria mudança climática e, obviamente, nenhum ser na terra pode ser responsabilizado por algo que acontece – a mudança climática, desde que o mundo é mundo. O que, em tese, poderia ser evitado ou minimizado é o estrago humano e material feito pela enchente se, por acaso, a linda cidade de Petrópolis não tivesse crescido morro acima e espremido a drenagem natural das águas pluviais. Planejamento urbano e investimentos ao longo do tempo certamente teriam mitigado as conseqüências da enxurrada que assistimos.

Em segundo lugar, como a esquerda apropriou o termo “negacionista”, dele se serve para qualquer negócio. Neste caso, o zumbi da Globo reforça-o como selo e atribui ao governo um “negacionismo ambiental” fantasioso, que não resiste a qualquer análise objetiva. O que o governo Bolsonaro nega não é a mudança climática, nem poderia, dado que é evidente e eterna, mas os meios financeiros de sustentação da canalhice que se nutria em volta do tema sem qualquer benefício para o Brasil, pelo contrário, ratificando a superação da soberania nacional sobre a Amazônia, e marchando rumo ao globalismo totalitário que não se efetivará sem uma correspondente tirania ambiental.

Com premissas falsas, a conclusão, nos ensina a lógica elementar, só pode ser falsa. É o caso. A tragédia de Petrópolis, considerada como os efeitos terríveis em mortes e perda de patrimônio público e privado, deve-se única e exclusivamente a quem, tendo mandato para tal, não cuidou de proteger a cidade contra essa possibilidade, o que, aliás, já aconteceu ali pertinho, em Teresópolis, no ano de 2011.

A rigor, neste caso, a canalhice da imprensa defunta apenas cumpre um rito que vem sendo adotado desde 2019, sem trégua nem descanso. Criaram um espantalho em torno do Bolsonaro e batem nele permanentemente como se fosse o próprio. O filósofo alemão Arthur Schopenhauer explica isso como técnica da ampliação indevida para ganhar um debate.

Paralelamente,
cuidaram de criar uma espiral do silêncio, contando para isso com a minimização ou supressão rasa de qualquer notícia favorável ao governo, com a justiça através de decisões esdrúxulas e ativismo judicial impróprio, para dizer o mínimo, e, ultimamente, com a investida sobre as redes sociais.

Em resumo, apenas o lado progressista tem voz, o outro é sempre “negacionista” de alguma coisa (selo de más lembranças) e emissor de fakenews. A justiça garante a operação tendo à mão as longas caudas de excelências importantes no Senado e na Câmara dos Deputados. Não bastasse o ataque diário ao governo, inclusive promovidos por ministros fascinados por microfones, e a espiral do silêncio imposta à sociedade, o Sistema possui o controle do processo eleitoral, diga-se, do TSE. Como se vê, o circo está armado para uma supostamente inescapável derrota do Bolsonaro.

Ao vermos, em declarações públicas, três ministros do STF juntarem-se como um triunvirato para proferir esquisitices contra a Rússia, ameaçar a liberdade de expressão e amedrontar a nação, é de se perguntar quais os limites da república.  
Basta ouvir as barrosidades proferidas nesta quinta-feira durante a posse do coleguinha no TSE, para perceber o ataque panfletário antibolsonarista de quem deveria guardar uma independência mínima, para se apresentar isento e merecer respeito. A militância política no nível do STF não é apenas indecente, é inaceitável.

Em absoluto, o que causa estranhamento não é a alternância do poder. É do jogo democrático que assim seja, que o poder político seja móvel em todas as direções. A questão que se apresenta é que da forma como está sendo tramada, essa possível alternância resultará da destruição de elementos básicos de uma democracia, a saber, a liberdade de informação, da qual decorre a livre escolha e a igualdade de tratamento entre os competidores.

Esperemos que não avance mais ainda a marcha da insensatez. Há limites que não podem ser ultrapassados sob pena de quebra dos laços que amarram as pontas desse tecido social.   
Toda vitória precisa ser limpa para SER. 
Do contrário, NÃO É e, não sendo, saindo por qualquer modo enlameada das urnas, não pode ser reconhecida.

Valterlucio Bessa Campelo escreve ensaios, crônicas e contos eventualmente em seu BLOG e é colaborador do site Conservadores e Liberais.


domingo, 14 de fevereiro de 2021

Oposição se mobiliza para derrubar decretos que facilitam compra de armas

Os atos do chefe do Executivo fazem parte da chamada "pauta de costumes"

[oposição? existe isso no Brasil?. O que temos no Brasil são sobras, restolhos, que não aceitam a derrota de 2018 e tentam fazer oposição - quando conseguem algum êxito,  prejudicam o Brasil.]
 
Parlamentares de oposição ao governo prometem trabalhar para derrubar as mudanças promovidas pelo presidente Jair Bolsonaro para facilitar o acesso a armamentos. O Planalto publicou, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na sexta-feira, quatro decretos que flexibilizam os limites para aquisição e estoque de armas e munições por pessoas autorizadas por lei. Uma das alterações amplia de quatro para seis o número de armas que podem ser adquiridas por membros das Forças Armadas, das polícias, da magistratura e do Ministério Público. Os atos do chefe do Executivo fazem parte da chamada “pauta de costumes”.

As novas regras autorizam que atiradores adquiram até 60 armas, e caçadores, 30, só sendo exigida permissão do Exército quando a quantidade desejada superar esses limites. Outra mudança trata do limite anual de insumo para recarga de cartuchos que um desportista pode utilizar — 2 mil nos casos de armas de uso restrito e 5 mil para as de uso permitido, quando o armamento for registrado no nome do atirador. “A justificativa para este aumento é que os calibres restritos ainda são muito utilizados pelos atiradores e caçadores nas competições com armas longas raiadas, assim como nas atividades de caça. Um competidor facilmente realiza 500 tiros por mês, somente em treinamentos, de modo que as 1.000 unidades de munição e insumos para recarga, atualmente previstos, não são suficientes nem para participar do Campeonato Brasileiro, que são 10 etapas ao longo do ano”, argumenta o governo, por meio de nota.

[esse amontoado de derrotados, que se autodenomina oposição,  tenta impedir que o Presidente da República Federativa do Brasil, JAIR MESSIAS BOLSONARO, eleito com quase 60.000.000 de votos,  GOVERNE. 
Tudo que o presidente tenta realizar em prol do Brasil e dos brasileiros do BEM, é alvo de críticas e tentativas de boicote -  algumas exitosas, infelizmente
É bom ter presente que no inicio do seu Governo o presidente Bolsonaro sofreu algumas derrotas - que não foram consequência da ação dos opositores, entre eles aquele parlamentar que presidia a Câmara dos Deputados. Tais derrotas ocorreram mais em função da incompetência de assessores jurídicos da PR, que induziram Bolsonaro a assinar decretos que modificavam leis. Agora, felizmente, temos decretos que modificam decretos e/ou regulamentam pontos do tal Estatuto. Tudo rigorosamente dentro das leis.
Não causa surpresa que esses partidecos sem noção, sem programa de governo, sem votos, tenham livre acesso ao STF para contestar atos do presidente da República - a Constituição Federal permite que assim procedam. 
Fora da curva é esses institutos, associações disso e daquilo que só existem no papel ou em entrevistas na mídia (quando os contadores de cadáveres ficam sem afazeres e surge espaço para tais institutos aparecerem) possam ocupar o tempo de um Poder Judiciário sobrecarregado, para questionamentos incabíveis dentro do ordenamento legal vigente.]

A medida também tira de alguns armamentos a classificação de Produtos Controlados pelo Exército (PCEs), dispensando a exigência de registro na Força para comerciantes de armas de pressão (como as de chumbinho); a regulamentação da atividade dos praticantes de tiro recreativo; e a necessidade de solicitação de autorização para importação de armas de fogo e munição pela Receita Federal e pelos CACs — sigla usada para denominar caçadores, atiradores e colecionadores registrados.

O comunicado do governo informa que “o pacote de alterações dos decretos de armas compreende um conjunto de medidas que, em última análise, visam materializar o direito que as pessoas autorizadas por lei têm à aquisição e ao porte de armas de fogo e ao exercício da atividade de colecionador, atirador e caçador, nos espaços e limites permitidos por lei”. Também afirma que “a medida desburocratiza procedimentos, aumenta clareza sobre regulamentação, reduz discricionariedade de autoridades e dá garantia de contraditório e ampla defesa”.

As mudanças, no entanto, encontrarão resistências no Congresso. A deputada Talíria Petrone (PSol-RJ) anunciou que apresentará um projeto para sustá-las. “Bolsonaro editou mais quatro decretos facilitando acesso a armas e munições. Ao menos 500 mil pessoas foram mortas por armas de fogo na última década. Isso significa 70% dos homicídios. O PSol vai apresentar projeto para sustar os decretos”, disse a parlamentar, pelas redes sociais. Do mesmo partido da parlamentar, o deputado Marcelo Freixo (RJ) afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). “O presidente não pode legislar sobre armas via decreto”, afirmou.

Já a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) destacou que “as milícias comemoram” os decretos do presidente. “As milícias comemoram! Bolsonaro assina + decretos p/ facilitar o acesso a armas e munições: retira o poder de fiscalização do Exército; 1 atirador pode adquirir até 60 armas”, escreveu a parlamentar.

Promessa
A flexibilização do Estatuto do Armamento [Estatuto do Desarmamento] foi uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro em 2018. Em 11 de janeiro deste ano, ele anunciou que ia publicar novos decretos para facilitar o acesso a armas de fogo para os CACs. Foi durante uma conversa com apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, quando o presidente disse que houve um aumento recorde na venda de armamentos no país, mas frisou que o crescimento precisaria ser mais robusto.“Nós batemos recorde no ano passado em relação a 2019. Mais de 90% na venda de armas. Está pouco ainda, tem de aumentar mais. O cidadão de bem, há muito tempo, foi desarmado”, declarou o chefe do governo. De acordo com a Polícia Federal, 179.771 novas armas foram registradas no Brasil no ano passado, o que equivale a um aumento de 91% na comparação com 2019.

Bolsonaro voltou a manifestar a intenção de publicar esses decretos após a vitória do deputado Arthur Lira (PP-AL), seu aliado, na eleição para a presidência da Câmara. Quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) comandava a Casa, as “pautas de costumes” pouco avançaram, já que a prioridade era para temas econômicos. Na manhã de ontem, o chefe do Planalto usou as redes sociais para falar sobre os decretos que publicou, voltando a defender o direito das pessoas de terem armamento. “Em 2005, via referendo, o povo decidiu pelo direito às armas e pela legítima defesa”, justificou.

Entidades repudiam decretos
O Instituto Sou da Paz divulgou nota criticando as medidas que ampliam o acesso a armas de fogo e munições, definidas pelo presidente Jair Bolsonaro. “Com esses decretos, já são mais de 30 atos normativos, publicados nos dois últimos anos, que levaram ao aumento recorde de armas em circulação no ano passado — contrariando todos os cientistas que dizem que mais armas em circulação no Brasil nos levarão a uma tragédia em perda de vidas e deterioração democrática”, diz um trecho.  

(.....)

Por sua vez, o Instituto Igarapé destacou, também por nota, que “novos decretos de armas colocam população em grave risco, podem favorecer criminosos e ameaçar a democracia do Brasil”. 

(.....)

A organização frisou, ainda, “que não há qualquer justificativa ou conhecimento técnico que embase as perigosas mudanças” e anunciou que vai questionar os atos presidenciais no Supremo Tribunal Federal.

Correio Braziliense - leia MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

O império dos sem-voto - Revista Oeste

J.R. Guzzo
 
Há cada vez mais pessoas que nunca receberam um único voto na vida, e não têm mandato nenhum, dizendo o que o cidadão deve ou não deve fazer

Nos jogos do campeonato brasileiro de futebol tornou-se praticamente obrigatória a observação de um minuto de silêncio antes de cada partida, em homenagem aos mortos da covid-19. É um hábito mundial; na última rodada da Premier League, por exemplo, houve até música fúnebre, executada por orquestra e dramatizada por soldados com uniforme tipo “guarda real”, em posição de sentido. É uma prova a mais de que governos em geral e o seu exército de burocratas, médicos assustados e um público ansioso por receber ordens de cima transformaram a tragédia trazida pela epidemia numa espécie de ato de heroísmo. Os mortos pela covid, pelo que se pode deduzir, estão valendo mais que os mortos por outras doenças; têm direito a minuto de silencio e banda marcial, enquanto os demais não têm direito a nada além do próprio enterro.

Neste ano de 2020, do dia 1º de janeiro até as 15 horas em ponto do dia 12 de novembro, as doenças cardíacas mataram no Brasil mais de 350.000 pessoas 350.122, para ficar nos números exatos, contra os 160.000 que morreram até agora de covid.  
Não se trata de informação vinda de nenhum desses Condomínios de Administração da Verdade que se multiplicam por aí. 
São os números oficiais do “Cardiômetro” da Sociedade Brasileira de Cardiologia, que registra em tempo real, segundo a segundo, as mortes causadas por moléstias cardiovasculares no país. 
São cerca de 1.000 mortes por dia, ou uma a cada 90 segundos. É simplesmente o dobro das mortes motivadas por todos os tipos de câncer; nenhuma outra doença mata mais gente, no Brasil ou no mundo.

Você não vai ouvir um minuto de silêncio em homenagem a essas 350.000 vítimas (o total vai bater em quase 400.000 até o fim do ano), nem qualquer outra demonstração de simpatia oficial, particular ou científica. Da mesma forma, não é motivo de nenhum interesse o número de mortos por câncer, por problemas respiratórios ou outras causas. É como se nada disso existisse, ou importasse, ou pudesse merecer algum tipo de consideração. Na cabeça dos que governam os jogos de futebol — e em qualquer outra atividade deste mundo na qual uma autoridade possa mandar hoje em dia só se morre de covid. O resto é o resto. Não faz o menor sentido — mas as sociedades, cada vez mais, estão se acostumando a engolir decisões sem nexo por parte dos que mandam. É covid? Então vale tudo, aceita-se tudo e, mais ainda, se obedece a tudo.

Quem obrigará os brasileiros a tomar uma vacina genérica quando a Pfizer tem a sua?
É assim que muita gente está se acostumando a aceitar comportamentos irracionais, alguns já na fronteira da histeria, que se multiplicam na vida cotidiana. Dias atrás uma médica, de avental branco e tudo, foi vista no elevador de um edifício de consultórios de São Paulo apertando o botão do elevador com o cotovelo. 
 
Rapazes e moças de 25 anos de idade andam de bicicleta, ao ar livre e debaixo do sol do meio-dia, com máscaras último tipo; já se viu gente que, ainda por cima, usa viseira de plástico. Bares e restaurantes (mais um mundo de outros lugares) continuam tirando a temperatura dos clientes que chegam — como se fosse a coisa mais comum desta vida alguém sair de casa para tomar um chopinho com 40 graus de febre. Chegar perto de um outro ser humano é considerado um grave risco. Há pessoas que chamam a si próprias de “vetor” — e por aí vamos.

O governador Doria, com o apoio de seu companheiro de partido Aécio Neves — hoje refugiado na Câmara dos Deputados para escapar de acusações penais por crime de extorsão — quer socar na veia de todo mundo uma substância de origem chinesa que ele (além do laboratório “privado” da China com o qual o governo paulista se associou) define como uma vacina contra o coronavírus — a “vachina. (Aécio e outros deputados propõem, inclusive, punições legais para quem não se vacinar — com essa ou com alguma outra vacina, que eles não dizem qual será.) Nenhum país sério do mundo aceitou até agora esse negócio; no Brasil, inclusive, a Anvisa chegou a suspender (e depois permitiu de novo), os testes que vinham sendo feitos com a vacina chinesa, ou “do Butantã”. Qual é o nexo?

Isso ainda não é o pior. A Pfizer, indústria farmacêutica americana fundada em 1849, presente em 150 países e com indiscutível reputação científica em todo o mundo, acabou de anunciar que obteve êxito na sua vacina que, obviamente, é muito mais respeitada do que a tentativa de um laboratório chinês que nunca foi capaz de produzir com sucesso um único comprimido de Melhoral em toda a sua existência. E agora: vai continuar a guerra para obrigar os brasileiros, por lei, a tomarem a “vachina do governador Doria, ou qualquer vacina genérica, quando a Pfizer tem a sua — e outros laboratórios que desfrutam de imenso prestígio internacional vão pelo mesmo caminho?  
O que vai se fazer com os milhões de doses da droga chinesa a ser fabricada no Instituto Butantã, em São Paulo? Você vai pagar cada centavo disso tudo, é claro — e se, no fim das contas, a vacina Doria-China não rolar?
 
Eis aí, em toda a sua pureza, mais um absurdo dessa covid-19 — como a decisão, tomada pelos gestores da cidade de Los Angeles, de proibir que as pessoas cantem em suas próprias casas na próxima festa de réveillon. (Além do mais, só podem comemorar a passagem do ano durante 2 horas; depois disso, cama.) Aqui, em relação à vacina, temos uma situação de estupidez perfeita. A autoridade pública diz ao cidadão: 
“Você será obrigado a tomar a vacina”. 
O cidadão pergunta: “Qual vacina?” 
A autoridade responde: “Não sei.” 
O Brasil tido como “pensante”, esse Brasil que sabe das coisas melhor do que o Brasil que você vê em sua volta, acha que não há nada demais com isso. 
E daí que o sujeito tenha de tomar uma vacina que não existe? Qual é o problema? 
Está querendo que as pessoas morram? Está sendo “negacionista”?  Votou no Trump?

O debate, em suma, tornou-se não-compreensível dentro das categorias normais da lógica. Esse fenômeno acontece, sem dúvida, na sequência de uma crescente passividade de grande parte da população diante da postura cada vez menos racional, e cada vez mais autoritária, de quem nomeia a si próprio patrulheiro do bem comum e do movimento mundial contra a epidemia. 

A apatia com que se aceita os fatos descritos acima tem sido incentivada de maneira agressiva pelo complexo formado pela mídia, a politicalha, as classes intelectuais e o resto do sopão liberal-democrático-equilibrado-centrista-progressista-europeu-civilizado que sempre sabe o que é melhor para você — muito mais do que você próprio sabe. É tudo o que a vasta multidão de gente que se espalha por aí, com a alma de pequeno ditador, de inspetor de quarteirão e de guarda-da-esquina pediu a Deus e aos Doze Apóstolos.

Como escreve Theodore Dalrymple, articulista da revista inglesa Spiked e colaborador da OESTE, há pelo mundo afora cada vez mais gente obedecendo às ordens de pessoas que não foram eleitas para nada. Há cada vez mais pessoas que nunca receberam um único voto na vida, e não têm mandato nenhum, dizendo o que o cidadão deve ou não deve fazer, o que pode e o que não pode. Estão nas burocracias, nos organismos internacionais, na mídia, nas universidades, nas ONGs e nas fábricas de especialistas-técnicos-cientistas que se multiplicam por aí, e que querem decidir sobre tudo, do aquecimento global à definição do que é um queijo da Serra da Estrela. Estão sempre vigiando você, com um “protocolo” na mão. São, hoje, a pior ameaça à democracia que existe no mundo. Contam, sem dúvida, com o apoio de boa parte do público — são pessoas que querem obedecer, esperam o tempo todo que alguma autoridade (bem ou mal intencionada) lhes diga o que fazer, e se sentem mais confortáveis sempre que topam com uma nova regra para cumprir.

É curioso. Causa grande alarme nas classes intelectuais, nas elites de todas as naturezas e na imprensa em geral o “papel inferior” em que, na sua opinião, a política tradicional e as “instituições” se viram atiradas pelo “populismo” desses últimos tempos. Os políticos eleitos, dizem eles todos, podem ser muito ruins, mas receberam votos para exercer os seus cargos; é melhor conviver com eles do que com a “democracia direta” e “sem intermediários” que vem da multidão irracional e que é defendida pelos “populistas”. Pode ser. Mas o populismo, pelo menos, tem algo a ver com a ideia de povo — é algo popular, digamos assim. E os burocratas que fecham escolas, dizem a que horas você pode voltar para casa e têm direito de vida ou morte sobre o seu emprego foram eleitos por quem?

Leia também o artigo de Brendan O’Neill nesta edição, “A verdadeira resistência”

Revista Oeste - Transcrito em 20 novembro 2020


domingo, 9 de agosto de 2020

Tocar a vida? - Vera Magalhães

O Estado de S.Paulo


Única forma de seguir o conselho de Bolsonaro é punir responsáveis por nossa tragédia

Tá chegando em 100 mil (talvez hoje). Mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se safar disso daí.” A frase, já inscrita na Enciclopédia Geral da Infâmia que Jair Bolsonaro resolveu compor durante a pandemia do novo coronavírus, foi dita por um presidente serelepe ao lado de um ministro interino da Saúde bonachão na última quinta-feira, numa das lives que ele insiste em impingir a um País traumatizado. O número que ele previu como quem joga no bicho, depois de com a mesma sem-cerimônia dizer, lá no início da pandemia, que os mortos não chegariam a 800, não chegou naquele dia, mas o vaticínio nefasto se cumpriu neste fim de semana. 

A única maneira aceitável de “tocar a vida” para que o Brasil não saia dessa tragédia ainda mais dilacerado em todas as suas dimensões é apontar as omissões, as ações criminosas, os ardis políticos e autoritários e o cinismo que nos jogaram nesse buraco, e apontar e punir em todos os fóruns cabíveis os responsáveis por ela. A começar por esse presidente que insiste em cuspir na cara daqueles que deveria governar perdigotos de imbecilidade com relação a uma situação que não faz a menor ideia de como ao menos tentar mitigar. Ele olha para a cara de uma Nação em que mais de 3 milhões foram oficialmente infectados e 100 mil perderam a vida e dá de ombros, como se esses números num intervalo de menos de seis meses fossem toleráveis.
[atualizando: 
o número de 100 mil, oficialmente, mortos pela covid-19, foi alcançado ontem e lembrado das mais variadas formas - houve até memória antecipada: o número foi alcançado no final da tarde de sábado, 8, e na praia de Copacabana houve 'lembrança' pela manhã.
Foi decretado luto oficial nos Poderes Legislativo e Judiciário, ex-ministro aproveitou a ocasião, buscando ser lembrado na tentativa inútil de adiar seu ocaso político. (o que conseguiu foi fornecer à SECOM-PR um 'gancho' para informar o muito que o Poder Executivo da União obteve de êxitos no combate à pandemia.
Esqueceram o Alcolumbre, que também lembrou do infausto acontecimento, fingindo esquecer que quando um juiz autorizou que os recursos dos inúteis Fundos Eleitoral e Partidário fossem utilizados no combate ao coronavírus, foi ele que na condição de presidente do Senado recorreu a instância superior e conseguiu a revogação da autorização.
Quanto ao presidente Bolsonaro só resta aconselhar para que os responsáveis pela tragédia sejam punidos - ele é chefe apenas do Poder Executivo e os culpados estão nos dois outros Poderes (que são, ou deveriam ser, harmônicos e independentes entre si), nos municípios e nos estados.] 

Nenhum governante do Brasil, dos mais nocivos que já passaram por aquela cadeira eleitos ou usurpando-a, teve em relação aos problemas que enfrentou ou provocou a desídia de Bolsonaro. Ele nem sequer finge que está tomando qualquer providência. Jair Messias Bolsonaro mente diariamente ao dizer que o Supremo Tribunal Federal impede o governo federal de coordenar a resposta à pandemia. Deveria ser advertido ou punido pelo próprio STF por isso, pois esta não foi a decisão da Corte. Em um País sério um presidente jamais repetiria essa empulhação sem que fosse admoestado, sequer.

Jair Messias Bolsonaro mente diariamente ao dizer que cloroquina e hidroxicloroquina têm efeito para tratar covid-19. Ele atenta contra a saúde pública ao impor ao Ministério da Saúde acéfalo um protocolo sem nenhum amparo científico indicando esses remédios para casos leves e moderados. Ninguém responsabiliza o presidente e o ministro, o Conselho Federal de Medicina não vai à Justiça, e o tal protocolo anticientífico está em vigor há mais de 3 meses. O STF, o Ministério Público e o Congresso apenas assistem. [se o presidente Bolsonaro dá um espirro mais forte e seus inimigos vêem possibilidade de acusá-lo, a acusação ocorre imediatamente; 
o silêncio dos órgãos citados pode ter como causa que o protocolo não é criminoso;
Crime ocorrerá, quando uma vacina, comprovadamente, eficaz  for fabricada e alguma autoridade - incluindo o presidente da República - proibir o seu uso, compelindo ao uso de outro produto.
Até o presente momento o tratamento da covid-19 tem sido feito via adaptação de várias drogas medicamentosas.]
Jair Messias Bolsonaro promoveu aglomerações, cumprimentou pessoas depois de tossir e assoar o nariz com a mão, anunciou que estava coronado diante de repórteres e câmeras e tirou a máscara para isso, cumprimentou garis sem máscara já doente. Ele comete essas nojeiras diante de um País enlutado, traumatizado, desamparado. É aplaudido por um grupo de celerados e não é impedido por algum dos muitos encarregados pela Constituição de contê-lo e lembrá-lo de que ele tem de governar, e não mostrar cloroquina para a ema.

Jair Messias Bolsonaro não decretou luto oficial quando os mortos foram mil, cinco mil, dez mil, vinte mil, cinquenta mil, cem mil. Ele assiste a esse número de vítimas, pessoas que tinham vidas, sonhos, famílias e planos como quem acompanha entediado uma partida de futebol comezinha com uma daquelas camisas de time falsificadas que adora envergar.

Jair Messias Bolsonaro condena o Brasil a ser um dos piores países do mundo na chaga da covid-19 e se fia na conta cínica de que os pobres coitados socorridos com auxílio emergencial vão lhe reeleger em 2022, sua única preocupação genuína. E quem deveria responsabilizá-lo assiste a todas essas atrocidades com cara de paisagem.
[uma vida importa, isto não se discute. 
Só que decretar luto oficial, fazer pronunciamento, emitir nota oficial em nada vai alterar a tragédia. 
Sem ser motivo de regozijo, mas, em prol da notícia, apresentamos alguns dados sobre número de mortos:
"A taxa de óbitos no país (48 por 100 mil) é, no momento, menor que as registradas na Bélgica (86), Reino Unido (70), Peru (64), Espanha (61), Itália (58) ou Suécia (57). 
Na faixa brasileira estão o Chile (53), os EUA (49) e o México (40). 
Por razões aleatórias, algumas áreas de elevada urbanização, na Espanha, na Itália, na França, na Bélgica, na Suécia e nos EUA, sofreram extensivos contágios na etapa oculta da pandemia. No Brasil, isso parece ter ocorrido com São Paulo, Rio, Fortaleza, Recife e Manaus. Depois desse impacto, com lockdown (Itália, Espanha, França) ou sem ele (Suécia)o gráfico de óbitos já estava traçado, ao menos em linhas gerais." (CONFIRA, CLICANDO AQUI)
ou
Fonte: Demétrio Magnolli - Folha de S.Paulo.]

Vera Magalhães, colunista - O Estado de S. Paulo





segunda-feira, 29 de junho de 2020

"A praga que a ditadura do Partido Comunista Chinês espalhou pelo mundo foi para eliminar pessoas idosas?" - Sérgio Alves de Oliveira


Não deve ser por mera “coincidência” que um dos pouquíssimos laboratórios do mundo especializados em “guerra biológica” situa-se  exatamente   em Whuan, República Popular da China, localidade onde “nasceu” o novo coronavirus (Covid-19), e dali se espalhou pelo mundo . Essa historinha que andam contando por aí que o maldito vírus tivesse se originado num “mercado” local, onde vendem cobras, ratos, morcegos e “otras cositas más”, certamente não passa de disfarce para enganar bobo.

Tenho para mim que acabaram colocando em prática  um  diabólico plano para  diminuir a população do mundo, que realmente cresceu numa estupenda progressão, passando de 2,5 bilhões de pessoas ,em 1950, para 7,9 bilhões no corrente ano de 2020, ou seja, após somente  70 anos, num extraordinário salto populacional. Essa informação jamais  foi divulgada ao público, mas sabe-se que o tema da redução da humanidade  já teria sido tratado, secretamente, sem qualquer registro, por algumas importantes organizações mundiais, dizem alguns, inclusive pelo “Grupo”(ou “Clube”) de Bilderberg”,uma sociedade secreta  composta pelas pessoas mais poderosas do mundo, que se reúne anualmente para traçar os destinos do mundo, e que teria “parido” do seu meio quase  TODOS os Presidentes dos Estados Unidos, a partir da segunda metade do Século 20.

Mas considerando que o mundo não dá um só passo  sem que grandes interesses econômicos entrem em jogo, em reforço à  tese  de que o Covid-19 tenha sido “construído” em laboratório para diminuir a humanidade, é evidente  que as vítimas “preferenciais” teriam que ser os idosos que já estavam aposentados, ou em vias de se aposentar, considerados, na “filosofia” pragmático-utilitarista, ou “mercenária”,que hoje domina o mundo, uns “inúteis ” para a economia, pouco ou nada produzindo, mais “consumindo”.  Por isso também não deve ser por mera “coincidência” que dos cerca de 9 milhões de infetados pelo Covid-19, e das 480 mil mortes, no mundo, a grande maioria dos óbitos seja da população de idosos que já ultrapassaram a idade de 60 anos.                                             
Valendo como referência o Estado de São Paulo ,por  exemplo, dos mortos por essa maldita doença,o exorbitante percentual de 73,1%  dos óbitos se refere a pessoas com mais de 60 anos de idade. Essa informação certamente vale para o mundo inteiro, em relação ao percentual de idosos com mais de 60 anos mortos, comparativamente   aos que ainda não chegaram a essa idade. Isso significa  que, de cada (quase) 4  mortes pelo novo coronavírus,(quase) 3 serão de idosos. E essas mortes abalarão a distribuição dos quadros das populações dos países por idade, diminuindo os idosos em relação aos não-idosos.
Tenho plena convicção que o impacto mundial pelo novo coronavirus tenha sido previamente  calculado, mediante  as informações dos laboratórios de guerra biológica,no caso, de Whuan,  “trabalhados” nos  computadores. Se “nós” fomos pegos de surpresa,certamente “eles”,não.  E também deve ter sido considerado que esse  vírus mataria muito mais os idosos do que os jovens, esses últimos  mais úteis aos interesses econômicos. Resumidamente:  “fabricaram” um vírus para matar velhos.

O certo é que muita gente, organizações, e até “países”, sairão beneficiados  com a tragédia mortal do novo coronavírus, que feriu tantos corações,algo porém  considerado absolutamente irrelevante aos grandes interesses econômicos que dominam os países e o mundo. A China, por exemplo, que tem 1,4  bilhões de habitantes, nem “estaria aí” se perdesse 100 ou 200 milhões da sua população mais “velha” ,em face do Covid-19. Certamente  o “resto” sairia “lucrando”,e  além disso  ganharia   mais espaço   geográfico para viver. Sem “apertos”. E se ela pensa isso em relação ao seu povo, seria de se esperar que pensasse outra coisa  relativamente  aos demais  povos do mundo?

A pergunta que eu gostaria que todos me ajudassem a responder é se houve, ou não, planejamento proposital dos efeitos do Covid-19 ;  se por trás de tudo teria havido interesse em diminuir a população “inútil”da China e do mundo e; finalmente,se houve interesse econômico envolvido no Covid-19 , dentro do objetivo declarado da China de dominar o mundo.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo



quinta-feira, 14 de março de 2019

Massacre em Suzano reacende polêmica sobre posse de armas, dizem especialistas

Advogados divergem: uns consideram que o massacre foi ‘um fato isolado’, para outros, se tratou de um alerta

[Destacamos as sábias palavras do advogado Fabrício Rebelo, do Centro de Pesquisa em Direito e Segurança:

o caso não está vinculado à maior ou menor circulação de armas, e sim à segurança dos estabelecimentos de ensino. "Se não tivermos mecanismos de controle de acesso, nada que se pense a respeito de evitar casos assim vai surtir efeito", ressaltou. 

"Uma coisa que deve se ter sempre em mente é que, por mais mecanismos de controle que se tenha, quando alguém já está predisposto a cometer um ato desses, chegando ao extremo de tirar a própria vida, é muito pouco eficaz qualquer medida de controle que não seja a eliminação desse agente."   

Palavras que devem ser memorizadas e orientar as autoridades de segurança.]

[os defensores da tese -  BANDIDOS ARMADOS, PESSOAS DE BEM, DESARMADAS - querem aproveitar uma tragédia,  que foi um fato isolado, na qual foram utilizadas uma arma antiga, machados, besta, arco e flecha, para retirar a liberdade das PESSOAS DE BEM se defenderem.

Uma tragédia igual a de Suzano, ocorreria de qualquer forma, ainda que até portar uma lâmina de barbear fosse proibido; eles estavam decididos a matar e conseguiriam armas.

O que faltou foi segurança na escola, que poderia ter contido os assassinos.

A militarização das escolas defendida pelo presidente Bolsonaro e iniciada, em uma de suas modalidades, no DF impedirá que fatos dessa natureza se repitam. 

e os defensores do desarmamento - das PESSOAS DE BEM, os bandidos continuarão armados - deveriam ter a honestidade de reconhecer que os massacres ocorridos no Brasil, teriam ocorrido  independentemente de mais ou menos restrições à posse e porte de armas.]

O massacre em Suzano, que deixou 10 mortos e 11 feridos, divide opiniões sobre como esse capítulo de sangue pode influenciar na política de flexibilização do porte e posse de armas. Para alguns advogados, professores de Direito e especialistas em gestão pública e segurança, a lição que fica é que "é um passo perigoso". Para outros, chacinas como a de Suzano são “fatos isolados” sem qualquer relação causal com o fato de a legislação brasileira ser mais ou menos permissiva. 

Acompanhe  em tempo real as notícias e novas informações sobre o ataque a tiros na Escola Estadual Raul Brasil
 
"A tragédia dialoga diretamente com o posicionamento dos organismos internacionais e dos especialistas em segurança pública: quanto menos armas circularem na sociedade mais segura ela será", afirma Mônica Sapucaia Machado, advogada, cientista política e coordenadora de pós-graduação em Administração Pública da Escola de Direito do Brasil (EDB). Para ela, à luz do Direito e da política de segurança, a restrição de acesso às armas deve ser a regra, não a exceção. A posição do criminalista e constitucionalista Adib Abdouni é diametralmente oposta. Para ele, a "tragédia repugnável ocorrida em Suzano não se enquadra como evento típico resultante da escalada irrefreável do crime no País". "É um ato isolado que não deveria influenciar nem na questão da posse de armas nem no pacote anticrime recentemente lançado pelo ministro Sergio Moro." 

Para o criminalista João Paulo Martinelli, da EDB, o grande problema de facilitar a posse é a dificuldade de fiscalizar o comportamento de quem possui a arma, para evitar que ela seja levada para além dos limites da residência. "O novo decreto facilitou a posse, não o porte", observa Martinelli. "Mas o Estado não possui estrutura para assegurar que o possuidor não saia de casa com a arma. Em outros termos, o limite entre a posse e o porte depende de efetiva fiscalização do Estado." 

O diretor do Instituto Sou da Paz e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Ivan Marques, concorda que o maior problema em relação ao novo decreto do presidente Bolsonaro é que ele não resolve a ineficácia do Estado no rastreamento de armas desviadas para o mercado ilegal. "São as armas legais que acabam abastecendo a criminalidade. Isso só tem um resultado: o aumento da violência, com o uso da arma de fogo no crime."

Segurança de escolas
"De tudo que eu conheço dos estudos dessa área (segurança pública), os melhores resultados ocorrem em sociedades onde há, por um lado, rígido controle da posse de armas e, por outro, um sistema de segurança e Justiça eficientes", observa o coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), Sérgio Adorno. Mas ele destaca que o número reduzido de atentados a escolas no Brasil nas duas últimas décadas dificulta a análise. "É um número muito pequeno de casos para sabermos se há um padrão, em termos do perfil de agressor, das armas utilizadas, do contexto em que isso acontece." [felizmente são poucos e militarizar as escolas e até mesmo armar alguns professores podem reduzir mais ainda;
e os defensores do desarmamento - das PESSOAS DE BEM, os bandidos continuarão armados - deveriam ter a honestidade de reconhecer que os massacres ocorridos no Brasil, teriam ocorrido  independentemente de mais ou menos restrições à posse e porte de armas.]
 
Já o advogado Fabrício Rebelo, do Centro de Pesquisa em Direito e Segurança, o caso não está vinculado à maior ou menor circulação de armas, e sim à segurança dos estabelecimentos de ensino. "Se não tivermos mecanismos de controle de acesso, nada que se pense a respeito de evitar casos assim vai surtir efeito", ressaltou. "Uma coisa que deve se ter sempre em mente é que, por mais mecanismos de controle que se tenha, quando alguém já está predisposto a cometer um ato desses, chegando ao extremo de tirar a própria vida, é muito pouco eficaz qualquer medida de controle que não seja a eliminação desse agente."