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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Wilson Witzel: ‘A polícia vai mirar na cabecinha e… fogo’ - incompetência ou malandragem da defesa de Lula? Gleisi, arrogante e aloprada

Wilson Witzel: ‘A polícia vai mirar na cabecinha e… fogo’

Governador eleito do estado, ex-juiz federal reafirma plano de ter atiradores prontos para 'abater' quem esteja portando fuzil nas ruas do Rio

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), voltou a defender a sua proposta de orientar a polícia do estado a atirar em todo e qualquer potencial criminoso que esteja nas ruas da cidade portando um fuzil, durante entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo publicada na manhã desta quinta-feira 1º.

Para Witzel, não é necessário que a pessoa esteja mirando ou ensejando alguma ameaça com a arma para que os policiais atirem. “O correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e… fogo! Para não ter erro”, disse.
Ex-juiz federal, ele foi eleito no segundo turno para o comando do Rio de Janeiro, com 4.675.355 votos, o equivalente a 59,87% do total, derrotando o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM).

Questionado sobre casos já ocorridos no estado, sobre pessoas que assassinadas enquanto portavam furadeiras ou guarda-chuvas, confundidos com fuzis, o governador eleito afirmou que “quem atirou é um incompetente” e que vai preparar os agentes para agir em situações como essas. “Não estava preparado. Se fizer um curso de “sniper”, vai estar preparado para identificar quem está de guarda-chuva”.

Witzel defende a adoção de tecnologias de reconhecimento facial, com o uso de drones e câmeras de monitoramento no estado, espera a aprovação de uma legislação que flexibilize o Estatuto do Desarmamento e facilite o porte de armas, e quer mudar a orientação oficial sobre assaltos, que comenda que a vítima não reaja. “Mas ele deixa vivo? Será? Eles hoje estão atirando na cabeça. O bandido está impiedoso. Ele pega e mata”, criticou.

‘Só Jesus na causa’
O ex-juiz falou sobre a crise econômica do estado, que ele atribui não a um excesso de gastos, mas sim a falta de receita, que se resolverá com a retomada da economia local com base em “credibilidade”. “Tudo o que o estado tem de fazer é melhorar o desempenho de sua economia. Vem perdendo essa capacidade em razão de escândalos, por falta de interesse das empresas”.

Ele definiu seus antecessores no cargo como uma “constelação de pilantras”. “O Pezão ficou marcado por causa dos governos anteriores. Perdeu credibilidade. Eu não tenho relação com eles. Isso já é uma sinalização positiva para os investidores. Não sou ladrão, minha vida mostra. Os últimos governadores, só Jesus na causa…”

Revista Veja
 

Lula já usa ‘Moro ministro’ para apontar perda de imparcialidade em julgamento 

[Defesa de Lula 'esquece' que Moro já declarou em nota oficial que vai se afastar dos processos - só que a juíza que vai substituí-lo condena e já manda prender [fez isso com Dirceu, só que Toffoli, de ofício,  mandou soltar o ex-ministro.]

Na defesa final de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo processo em que será julgado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, a defesa do ex-presidente usa as negociações do juiz federal Sérgio Moro para apontar a perda da “imparcialidade” do magistrado. No documento apresentado nesta quarta-feira, 31, à Justiça Federal, o petista alega ser inocente e vítima de perseguição política. Sérgio Moro aceitou nesta quinta-feira, dia 1º, o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para comandar o superministério da Justiça. O documento foi apresentado antes da decisão do magistrado.

Preso e condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso triplex, Lula será julgado por receber propina de cerca de R$ 12 milhões da Odebrecht, na compra de um terreno pela empreiteira para o Instituto Lula e de um apartamento usado pelo ex-presidente em São Bernardo do Campo (SP). “Em alegações finais apresentadas hoje (31/10/2018) reforçamos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é vítima de lawfare – que consiste no abuso e mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política – e que não cometeu os ilícitos que lhe foram atribuídos pelo Ministério Público Federal”, informa nota divulgada pelo advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o ex-presidente.

Na nota, a defesa diz que a “prática de atos por este Juízo (Moro), antes e após o oferecimento da denúncia, que indicam a impossibilidade de o defendente obter julgamento justo, imparcial e independente”.  “Participação atual do magistrado em processo de formação do governo do Presidente eleito a partir de sufrágio que impediu a participação do Defendente – até então líder nas pesquisas de opinião – a partir de atos concatenados praticados ou com origem em ações praticadas pelo mesmo juiz; aceite do juiz, por meio de nota oficial, para discutir participação em governo do Presidente eleito que afirmou que iria ‘fuzilar petralhada’, que o Defendente deve ‘apodrecer na cadeia’ e que seus aliados têm a opção de ‘deixar o País ou cadeia’.”

Para a defesa, os fatos reforçam a prática do “lawfare” e a “ausência de imparcialidade do julgador”. No documento, Lula pede a nulidade do processo, aponta a “ausência de prova de culpa” e a “presença inequívoca de prova de inocência”.

IstoÉ
 



A última de Gleisi


A velha arrogância de sempre




Aliviada com a derrota de Fernando Haddad, satisfeita por voltar à boca do palco da política, a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, surpreendeu seus colegas com mais um anúncio desbaratado e politicamente desastroso.

Sem que sequer tenha consultado o próprio Haddad, ela o nomeou para coordenar a formação de uma frente de resistência ao governo de Jair Bolsonaro a ser integrada também pelos demais partidos de oposição – PC do B, PSB, PDT e PSOL.

Ou não quis ou se esqueceu de combinar com Haddad e os partidos. Deu mais uma prova da arrogância do PT que tanto incomoda seus aliados, além de torpedear  qualquer chance de sucesso da tal frente de resistência.  PC do B, PSB e PDT não querem mais ser tratados como puxadinhos do PT. Parecem dispostos a atuar de comum acordo e a deixar o PT de lado.
 

Blog do Noblat  - Veja

 

'É um superministério da Justiça', diz Bolsonaro sobre pasta entregue a Moro

Juiz da Lava-Jato vai escolher diretor da Polícia Federal e assumirá COAF

 O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira que o juiz federal Sergio Moro comandará um 'superministério da Justiça' . Ele confirmou, em entrevista a emissoras de televisão, que o magistrado também terá nas mãos "parte" do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atualmente vinculado ao Ministério da Fazenda.  A ida do órgão para o Ministério da Justiça teria sido um pedido do próprio Moro.  O juiz da Lava-Jato poderá indicar todo o primeiro escalão da Ministério da Justiça, incluindo o diretor-geral da Polícia Federal. Atualmente, cabe ao presidente da República apontar o comandante da instituição.  - Ele vai indicar todos que virão compor o primeiro escalão (do ministério), inclusive o chefe da Polícia Federal - disse Bolsonaro, confirmando a extinção do ministério da Segurança Pública, que também será subordinada a Moro. 

Há a expectativa que o "superministério" da Justiça abarque as atribuições do Ministério da Transparência e a Controladoria-Geral da União. A informação, porém, não foi confirmada e Bolsonaro citou apenas a incorporação do Coaf à pasta. - É um 'Superministério da Justiça'. Teremos uma parte do Coaf dentro do Ministério da Justiça para que ele tenha em tempo real todas as informações para  combater efetivamente, mais do que a corrupção, o crime organizado que tem levado o terror em todo o Brasil - disse o presidente eleito às emissoras de televisão católica. 

Bolsonaro em entrevista a Record TV reafirmou que Moro terá "total liberdade" e não vai interferir no combate à corrupção, mesmo que porventura envolvesse integrantes de sua família.- Eu não vou interferir em absolutamente nada que venha a ocorrer dentro da Justiça no tocante a esse combate à corrupção. Mesmo que viesse a mexer com alguém da minha família no futuro. Não importa. Eu disse a ele: é liberdade total pra trabalhar pelo Brasil - disse Bolsonaro à RecordTV. 

A conversa ocorreu na sala da casa de Bolsonaro. Nos 20 primeiros minutos, a reunião teve a participação de Paulo Guedes, anunciado como futuro ministro da Economia, que fez a interlocução entre Bolsonaro e Moro ainda durante a campanha eleitoral. Em seguida, a conversa seguiu apenas entre o juiz e o presidente eleito. Bolsonaro e Moro encerraram o encontro como amigos de longa data e riram juntos quando o presidente eleito repetiu uma velha piada: "É uma honra se encontrar com Moro em qualquer lugar que não seja Curitiba." 

O Globo
 

Moro aceita convite para ser ministro e anuncia que vai implementar 'forte agenda anticorrupção e anticrime'

Juiz aceitou convite para assumir Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro

O juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, aceitou na manhã desta quinta-feira, 1°, o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério da Justiça. Ele disse ter sido motivado pela perspectiva de "implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado".  


Veja a nota oficial:  próxima gestão
"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a pespectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. 
 
Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juizes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes". 
 
Curitiba, 01 de novembro de 2018. Sergio Fernando Moro

[o título do cargo,  usado na nota oficial pelo juiz Sérgio Moro, não deixa dúvidas que dois ministérios - Justiça e Segurança Pública - serão unificados, o   que livra o Brasil da atual ministro da Segurança Pública.]

Política - O Estado de S. Paulo

 

Chances e riscos do superministro

Superministério da economia pode dar certo, mas submeter ao ruralismo as questões ambientais e climáticas é sair do século XXI

A união de ministérios da área econômica pode dar certo, a dos ministérios da agricultura e meio ambiente não tem essa chance. O superministério da Economia exigirá de Paulo Guedes capacidade administrativa no setor público. Ele só tem experiência no setor privado. Guedes defende Banco Central independente e ao mesmo tempo está falando sobre assuntos privativos do Banco Central. A briga com a indústria pode levar à modernização da economia brasileira, mas só se for bem feita.

O futuro ministro Paulo Guedes precisará de bons quadros nas áreas satélites, capacidade de gestão, foco nas principais tarefas e inteligência na comunicação. Terá que ter habilidade para desarmar as bombas do campo minado que é a administração pública. Além das muitas funções da Fazenda, estarão sob o controle dele orçamento, gestão, planejamento, indústria, comércio internacional. Pode agir como um bom maestro ou ser engolido pela máquina.  Houve duas experiências de superpoderes. Delfim Netto foi o czar da economia e os ministros setoriais se submeteram a ele, com alguns atritos. Na democracia, o mandonismo czarista não funciona. O que dá certo é liderança eficiente. No governo Collor houve a única experiência semelhante à que será tentada agora. Deu paralisia administrativa e uma gestão caótica. Tudo vai depender de como será feito.

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, superou durante a campanha momentos de estresse no câmbio com operações de swaps cambiais e não se ouviu uma palavra sobre o assunto do ministro Guardia. E isso porque, apesar de não ser independente de fato, o BC tem tido autonomia. O futuro ministro fala que sempre defendeu o BC independente, mas ao mesmo tempo deu entrevistas explicando como administraria as reservas em caso de crise cambial. Essa decisão caberia ao presidente do BC que não pode ficar sob a tutela do ministro, se for mesmo independente.

Paulo Guedes está correto quando fala que a indústria brasileira tema tendência de defender protecionismo e subsídios. Isso é mesmo uma agenda velha e persistente no Brasil. Atravessou incólume períodos autoritários e democráticos. Aqui neste espaço critiquei várias vezes as ideias de proteção e favorecimento de grupos. De fato, como diz Paulo Guedes, a ordem agora é a integração competitiva comas cadeias globais de suprimento. Isso é mais fácil falar do que fazer.  Produzir no Brasil tem um custo alto demais, por causa de impostos, burocracia, custos de capital e de trabalho. Ele tem prometido mudar tudo isso também, mas o que os industriais estão dizendo é que se forem tiradas todas as barreiras abruptamente as empresas podem não aguentar. Da mesma forma, os regimes especiais da tributação. A indústria diz que o risco é ficar sem eles e não ter uma ampla reforma tributária que reduza custos. No caso do velho lobby industrial brasileiro é preciso separar o que é choro do que vale ser avaliado.

Paulo Guedes terá que ter capacidade de separar o que é a trincheira da primeira guerra mundial e o que é reclamação procedente do setor produtivo. O potencial de conflito é enorme, a resistência dos lobbies é imensa. O governo. Temeres tá lutando há um ano para reduzir o subsídio ao xarope de refrigerante na Zona Franca de Manaus. Juntar os ministérios da agricultura e meio ambiente, contudo, é de um risco extremo e pode ter efeito bumerangue. O país que for visto como desmatador, e atrasado na área ambiental, perderá mercado internacional. Por isso, submeter ao ruralismo as complexas questões ambientais e climática sé pedir para sair do século XXI. Mas essa transição está meio confusa. A bancada ruralista chegou a indica rum deputado do PP, deputado Jeronimo Goergen (PP-RS), para a pasta. Ele já chamou de “terrorismo” as multas do Ibama sobre agricultores e teve forte atuação para que o Congresso perdoasse dívidas do agronegócio no Funrural. O ideal seria a conciliação entre o agronegócio e o ambientalismo.

Mas durante a campanha o que foi dito pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, e os seus assessores sobre o assunto não deixaram margem a dúvidas de que não se quer a conciliação, mas a submissão. Isso sem falar que parte da agenda ambiental é urbana. No início da noite, a informação era que a ideia de junção estava sendo abandonada.  A primeira lição que o governo Bolsonaro terá que aprender, em qualquer área, é quais são os limites legais para a vontade do administrador público. O poder ilimitado ficou, felizmente, no passado.

Miriam Leitão - O Globo  

Com saída de Moro, juíza que mandou prender Dirceu assumiria Lava Jato

Gabriela Hardt seria responsável por julgamentos relacionados à operação interinamente até que fosse escolhido novo titular da 13ª Vara Federal de Curitiba


Caso o juiz Sergio Moro aceite o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, quem deve responder interinamente pelos processos da Lava Jato é a juíza substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

A magistrada já substituiu Moro em outras ocasiões. Em uma delas, quando o juiz viajou para fora do país em maio, ela mandou prender o ex-ministro José Dirceu — que, na sequência, conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Gabriela, porém, não poderia assumir os processos da Lava Jato em definitivo por ser juíza substituta. Na hipótese de exoneração de Moro, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Thompson Flores, abrirá um procedimento interno e consulta a todos os juízes titulares vinculados à corte que tenham interesse em assumir a 13ª Vara. Nesse caso, o juiz que ocuparia a cadeira de Moro seria aquele que tivesse maior tempo de carreira na magistratura.

Veja

Bolsonaro, o ‘mito’, derrotou a ‘ideia’ Lula

O presidente eleito fez da megalomania do ex-presidente presidiário sua força



José Nêumanne (publicado no Estadão)

Desde 2013 que o demos (povo, em grego) bate à porta da kratia (governo), tentando fazer valer o preceito constitucional segundo o qual “todo poder emana do povo” (artigo 1.º, parágrafo único), mas só dá com madeira na cara. Então, em manifestações gigantescas na rua, a classe média exigiu ser ouvida e o poste de Lula, de plantão no palácio, fez de conta que a atendia com falsos “pactos” com que ganhou tempo. No ano seguinte, na eleição, ao custo de R$ 800 milhões (apud Palocci), parte dessa dinheirama em propinas, ela recorreu a um marketing rasteiro para manter a força.

Na dicotomia da época, o PSDB, que tivera dois mandatos, viu o PT chegar ao quarto, mas numa eleição que foi apertada, em que o derrotado obtivera 50 milhões de votos. Seu líder, então incontestado, Aécio Neves, não repetiu o vexame dos correligionários derrotados antesSerra, Alckmin e novamente Serra ─ e voltou ao Senado como alternativa confiável aos desgovernos petistas. Mas jogou-a literalmente no lixo, dedicando-se à vadiagem no cumprimento do que lhe restava do mandato. O neto do fundador da Nova República, Tancredo Neves, deixou de ser a esperança de opção viável aos desmandos do PT de Lula e passou a figurar na galeria do opróbrio ao ser pilhado numa delação premiada de corruptores, acusado de se vender para fazer o papel de oposição de fancaria. O impeachment interrompeu a desatinada gestão de Dilma, substituída pelo vice escolhido pelo demiurgo de Garanhuns, Temer, do MDB, que assumiu e impediu o salto no abismo, ficando, porém, atolado na própria lama.


Foi aí que o demos resolveu exercer a kratia e, donas do poder, as organizações partidárias apelaram para a força que tinham. Garantidas pelo veto à candidatura avulsa, substituídas as propinas privadas pelo suado dinheiro público contado em bilhões do fundo eleitoral, no controle do horário político obrigatório e impunes por mercê do Judiciário de compadritos, elas obstruíram o acesso do povo ao palácio.  Em janeiro, de volta pra casa outra vez, o cidadão sem mandato sonhou com o “não reeleja ninguém” para entrar nos aposentos de rei pelas urnas. Chefões partidários embolsaram bilhões, apostaram no velho voto de cabresto do neocoronelismo e pactuaram pela impunidade geral para se blindarem. Mas, ocupados em só enxergar seus umbigos, deixaram que o PSL, partido de um deputado só, registrasse a candidatura do capitão Jair Bolsonaro para conduzir a massa contra a autossuficiência de Lula, ladrão conforme processo julgado em segunda instância com pena de 12 anos e 1 mês a cumprir. O oficial, esfaqueado e expulso da campanha, teve 10 milhões de votos a mais do que o preboste do preso.

Na cela “de estado-maior” da Polícia Federal em Curitiba, limitado à visão da própria cara hirsuta, este exerceu o culto à personalidade com requintes sadomasoquistas e desprezo pela sorte e dignidade de seus devotos fiéis. Desafiou a Lei da Ficha Limpa, iniciativa popular que ele sancionara, transformou um ex-prefeito da maior cidade do País em capacho, porta-voz, pau-mandado, preposto, poste e, por fim, portador da própria identidade, codinome, como Estela foi de Dilma na guerra suja contra a ditadura. Essa empáfia escravizou a esquerda Rouanet ao absurdo de insultar 57 milhões, 796 mil e 986 brasileiros que haviam decidido livrar-se dele de nazistas, súditos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que não se perca pelo nome, da Alemanha de Weimar: a ignorância apregoada pela arrogância.

Com R$ 1,2 milhão, 800 vezes menos do que Palocci disse que Dilma gastara há quatro anos, oito segundos da exposição obrigatória contra 6 minutos e 3 segundos de Alckmin na TV, carregando as fezes na bolsa de colostomia e se ausentando dos debates, Bolsonaro fez da megalomania de Lula sua força, em redes sociais em que falou o que o povo exigia ouvir.  A apoteose triunfal do “mito” que derrotou a “ideia” produziu efeitos colaterais. Inspirou a renovação de 52% da Câmara; elegeu governadores nos três maiores colégios eleitorais; anulou a rasura na Constituição com que Lewandowski, Calheiros e Kátia permitiram a Dilma disputar e perder a eleição; e forçou o intervalo na carreira longeva de coveiros da república podre.

O nostálgico da ditadura, que votou na Vila Militar, tem missões espinhosas a cumprir: debelar a violência, coibir o furto em repartições públicas e estatais, estancar a sangria do erário em privilégios da casta de políticos e marajás e seguir os exemplos impressos nos livros postos à mesa para figurar no primeiro pronunciamento público após a vitória, por live. Ali, repousavam a Constituição e um livro de Churchill, o maior estadista do século 20.

Não lhe será fácil cumprir as promessas de reformas, liberdade e democracia, citadas na manchete do Estado anteontem. Vai enfrentar a oposição irresponsável, impatriótica e egocêntrica do presidiário mais famoso do Brasil, que perdurará até cem anos depois de sua morte. E não poderá fazê-lo com truculência nem terá boa inspiração nos ditadores que ornam a parede do gabinete que ocupou. Sobre Jânio e Collor, dois antecessores que prometeram à cidadania varrer a corrupção e acabar com os marajás, tem a vantagem de aprender com os erros que levaram o primeiro à renúncia e o outro ao impeachment.

Talvez o ajude recorrer a boas cabeças da economia que trabalharam para candidatos rivais, como os autores do Plano Real e a equipe do governo Temer, para travarem o bom combate ocupando o “posto Ipiranga” sob a batuta de Paulo Guedes. Poderá ainda atender à cidadania se nomear bons ministros para o Supremo Tribunal Federal e levar o Congresso a promover uma reforma política que ponha fim a Fundo Partidário, horário obrigatório e outros entulhos da ditadura dos partidos, de que o povo também quer se livrar em favor da sonhada igualdade.


Blog do Augusto Nunes - Veja

Superministério que Moro poderá ocupar vai colocar na mão de titular membros de todos os Poderes, especialmente os do Congresso

Nesta quinta, o presidente eleito oferece ao juiz poderes que nenhum outro humano teve no Brasil. A ideia é juntar as atribuições de Ministério da Justiça, Transparência e Controladoria-Geral da União, Segurança pública e o Coaf — Conselho de Controle de Atividades Financeiras, hoje subordinado ao Ministério da Fazenda. Nem Paulo Guedes, czar da economia, terá tanta influência. 

Se aceitar, Moro, o Mandarim, terá na palma da mão a vida de qualquer indivíduo da República, incluindo os digníssimos parlamentares. E, por óbvio, todos os juízes. E ainda tem a favor do seu mandarinato a intimidade com os próceres lava-jatistas do Ministério Público federal. Um poder realmente incontrastável. Até Jair Bolsonaro deverá ter cuidado. [detalhe que não pode ser olvidado: com todos os poderes cantados em prosa e verso que Moro terá, ele continuará sendo demissível 'ad nutum'.]

Continua aqui

Democratas pró-Bolsonaro, uni-vos!

Democratas pró-Bolsonaro precisam chamar o líder à razão

São vocês que precisam – aqui e agora – chamar à razão o líder que elegeram, cobrando dele uma ação vigorosa para desencorajar e reprimir abusos de seus seguidores

Sem brincadeira nem ironia, este é um apelo às pessoas – especialmente lideranças políticas e sociais – que se aliaram à campanha de Jair Bolsonaro e ajudaram a conduzi-lo à Presidência da República. É lugar-comum dizer que, terminada a eleição, chegou a hora de esfriar os ânimos, pacificar o país e olhar para o futuro, visando um governo pelo bem de todos brasileiros e brasileiras. Em suas entrevistas pós-eleição, Bolsonaro já afirmou e reafirmou seu compromisso com a Constituição e com o império da lei, independentemente de cor política, ideologia ou qualquer outro atributo pessoal. Mesmo não sendo nada além do que se poderia esperar do futuro presidente de nosso país, essa é uma posição muito bem-vinda, tendo em conta os discursos e atitudes que pavimentaram seu caminho até o triunfo eleitoral. No Brasil de hoje, isso, porém, não basta.

O que elegeu Bolsonaro não foram programas de TV ou entrevistas bem-comportadas, mas sim, como todos sabem, as redes sociais, onde fervilham as vozes de seus milhões de seguidores, dos mais variados matizes. Entre eles, com especial estridência e visibilidade, grupos abertamente homofóbicos, intolerantes e avessos a qualquer contradição ou diversidade. Mais que isso, portadores de um discurso violento que, legitimado pela eleição de seu líder, já transborda pelo mundo real sob a forma de ameaças, intimidações e, inclusive, atos violentos. Não é preciso dizer que essa situação inflama e alimenta reação igual em sentido contrário, ensejando a violência também de grupos do lado que perdeu nas urnas. Tanto faz quem atirou a primeira pedra: o que importa agora é baixar as armas, antes que comecemos a contar vítimas à esquerda, à direita e, principalmente, ao centro, onde está a maioria que deseja tão somente um país livre e democrático. 

O problema imediato não é só o Bolsonaro institucional, que monta seu ministério, articula com políticos e fala com a grande imprensa. Ainda mais grave, hoje, é o incêndio que continua a grassar nos porões das redes sociais. E só quem pode agora tentar controlá-lo é Capitão Bolsonaro, o mito das redes, que ateou fogo aos instintos primários de brucutus e fundamentalistas que ameaçam não as instituições, mas seus vizinhos, colegas, professores e incautos transeuntes que por algum motivo lhes pareçam portadores de inaceitáveis diferenças.

Não foram poucos os que apoiaram Bolsonaro acreditando que esses grupos são minoritários, e que mais latem do que mordem. Pessoas que sinceramente acreditam na democracia mas que – enojadas pelos reais ou supostos malfeitos do PT, cansadas dos políticos de plantão ou apenas mais afeitas ao discurso da ordem – deram ao presidente eleito seu voto de confiança. 

É a vocês, democratas pró-Bolsonaro, que se dirige este chamado: apareçam! Unam-se! Articulem-se! São vocês que precisam – aqui e agora – chamar à razão o líder que elegeram, cobrando dele e de seu Estado-Maior uma ação imediata e vigorosa para desencorajar e reprimir abusos de seus seguidores. E que façam isso não só na superfície da mídia tradicional, mas também nas torrentes das redes sociais, onde se formou e habita o mito que elegeram.

Aron Belinky é pesquisador e professor, especialista em sustentabilidade  

General Heleno defende direitos humanos para ‘humanos direitos’

[O general Heleno está certo, certíssimo, quando diz que 'Direitos humanos são, basicamente, para humanos direitos'.

Enquanto vigorar no Brasil a situação atual em que os 'Direitos humanos são para os bandidos, para os MANOS',  a criminalidade só vai aumentar.

Tem sentido valer o entendimento de que em um confronto polícias x bandido, em que o bandido morre, as investigações já começaram acusando os policiais?: é isso que a turma dos direitos humanos - denominação correta: turma dos direitos dos manos - tem imposto.

Bandido tem que ser tratado como bandido e policial tem que ter o direito prioritário de voltar para casa vivo.

Já o bandido tem que ser convencido, na prática, com fatos,  que  quando sai para cometer crimes terá poucas chances de voltar para casa.

Por isso o entendimento do futuro governador do Rio é valido - Witzel quer atuação de atiradores de elite no Rio de Janeiro
  ver aqui.

Indicado como futuro ministro da Defesa no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Augusto Heleno afirmou nesta quarta-feira, 31, que a transição já começou, que o País está “deixando a desejar” no combate à criminalidade e que, atualmente, há uma certa “inversão” na discussão sobre direitos humanos no Brasil.  “Direitos humanos são, basicamente, para humanos direitos. Essa percepção, muitas vezes, não tem acontecido. Estamos deixando a desejar nesse combate à criminalidade”, disse o general Heleno durante entrevista à Rádio Eldorado.

O aliado de Bolsonaro declarou ainda que, no Brasil, não há um progresso na redução da criminalidade nem na contenção do crime organizado. Para o general, é fundamental respeitar os direitos humanos na resolução desses problemas, mas, segundo ele, existe uma “inversão de valores nessa história”. Heleno afirmou que o tema dos direitos humanos é de “alta relevância”, mas que a necessidade de existir um ministério para o assunto é algo discutível. “Se mudar a estrutura, não vai mudar sua importância.”  Segundo o general, é preciso mudar a visão estratégica do problema da segurança. Questionado sobre a manutenção da intervenção federal no Rio, Heleno disse que a decisão cabe ao presidente eleito. “É um assunto a ser discutido. Vai ser objetivo de conversa entre o novo governador (Wilson Witzel, do PSC) e o presidente.”

‘Exceção’
O general da reserva avaliou que, com o uso das tropas federais, a situação se converteu em um problema de segurança nacional. “Não podemos aceitar que caminhemos pouco a pouco para virar um ‘narcopaís’ – o número de homicídios que temos no Brasil, o maior consumidor de crack do mundo, o segundo de cocaína, o maior local de passagem de droga do mundo. É uma série de títulos que não orgulha um povo. É um absurdo tratar isso como situação normal. É situação de exceção que merece tratamento de exceção”, afirmou.

Para ele, o Brasil vive hoje uma crise moral, ética, econômica e social, e está à beira do abismo, com a economia “caótica”, e que, para sair dessa situação, é preciso que os governantes também deem bons exemplos. “O governo tem que se pautar em três pilares: honestidade, transparência e austeridade. E esses precisam se apoiar no exemplo.”
Sobre a possibilidade de assumir o Ministério da Defesa, Heleno disse que seria uma honra e uma realização profissional, mas afirmou que prefere que a confirmação seja feita por meio de decreto no Diário Oficial da União. “Já tenho idade para não ficar alimentando nada que não seja concretizado.”

O general Heleno disse ainda que a pasta tem estrutura sólida e foi uma das menos afetadas pelas gestões dos últimos governos, as quais qualificou como “catastróficas”. Segundo ele, a influência político-partidária não foi capaz de modificar as diretrizes do Ministério da Defesa. Entre os desafios do novo ministro, o aliado de Bolsonaro citou o aumento da integração entre as Forças e a luta por orçamento, “tendo consciência das restrições”.  

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gleisi alopra de vez, rebate críticas de Ciro ao PT e defende o ex-presidente Lula e poste petista é condenado a pagar R$ 200 mil por danos morais

Gleisi rebate críticas de Ciro ao PT e defende o ex-presidente Lula

A entrevista de Ciro Gomes, candidato a presidência derrotado no primeiro turno, ao jornal Folha de S.Paulo continua repercutindo. Entre as muitas críticas, o político do PDT atacou o PT, dizendo que foi traído pelo ex-presidente Lula e seus ‘asseclas’, inclusive citando Gleisi Hoffmann, atualmente presidente petista. “Lamento que Ciro Gomes esteja tão irritado com seu resultado eleitoral insatisfatório, mas entendemos suas dores e somos solidários. O que importa é a unidade contra o fascismo e o ataque aos direitos do povo”, disse Hoffmann ao jornal Folha de S.Paulo.

A atual presidente do PT defendeu Lula e também Frei Betto e Leonardo Boff, chamados de bajuladores por Ciro durante a entrevista. “Temos orgulho de Lula, o maior líder político popular da história do Brasil, assim como de Leonardo Boff e Frei Betto, que emprestam suas vidas a causa do povo”, completou a deputada.

Haddad é condenado a pagar R$ 200 mil por danos morais

 O juiz Fabio Fresca, da 4ª Vara Cível de São Paulo, condenou o ex-prefeito e candidato derrotado à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, a pagar indenização de R$ 200 mil em danos morais ao promotor Sergio Milani. A decisão é de primeira instância e cabe recurso.  A ação foi encaminhada com base em uma entrevista concedida pelo petista a uma revista em 2017 na qual ele afirma que Milani teria solicitado, quando Haddad era prefeito de São Paulo, propina de R$ 1 milhão para não ajuizar uma ação civil pública envolvendo irregularidades no



Em nota, a defesa de Haddad disse que ainda não foi intimada sobre a decisão e que vai apresentar os recursos cabíveis. Ela ainda disse que o ex-prefeito, na ocasião, “se restringiu a comunicar supostas irregularidades às autoridades cabíveis, sob pena de ser conivente com a situação”. As acusações contra Milani chegaram a ser investigadas, mas foram arquivadas por falta de comprovação. “Não há dúvidas de que o comportamento do requerido teve o condão de caracterizar dano moral, pois, impôs ao autor passar por situações vexatórias e delicadas, nos âmbitos profissional, familiar e social, tendo que enfrentar o descrédito da sociedade e de seus pares diante da séria acusação de corrupção passiva e prevaricação”, escreveu Fresca.

 

Bolsonaro prepara um 'superministério' para oferecer a Sérgio Moro

Ministério da Justiça deve ser o responsável pela gestão da Polícia Federal e da Secretaria de Combate à Corrupção

[Juiz Sérgio Moro, diz a sabedoria popular que se 'conselho fosse bom, não seria dado e sim vendido', assim eu não estaria postando um conselho em um POST que certamente não será visto pelo senhor;

mas, mesmo assim, aqui vai o 'conselho' de um que pode ser chamado de BOLSONARISTA de primeira hora, ou de raiz: NÃO ACEITE O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA - as intenções do presidente Bolsonaro podem ser as melhores e as do senhor, idem.

Só que ser ministro de qualquer ministério é ocupar um cargo cujo titular pode ser demitido 'ad nutum' - condição que me parece não ser adequada  para um magistrado, que goza de ampla independência no Poder Judiciário.

Sugira ao presidente esperar que surja uma vaga no Supremo - óbvio que o STF pode sofrer modificações via PEC (cláusula pétrea só a separação dos poderes, alterações outras podem ser efetuadas por PEC  e Bolsonaro tem os votos suficientes para aprovar PEC's), mas, é bem mais seguro que ser ministro no Executivo.]

O presidente eleito Jair Bolsonaro vai oferecer ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, um Ministério da Justiça ampliado. De acordo com interlocutores de Bolsonaro, ele deve rever a separação realizada na gestão de Michel Temer, que criou o Ministério Extraordinário da Segurança Pública. [a extinção do Ministério da Segurança Pública talvez não seja aconselhável - um órgão para unificar todas as ações de combate ao crime organizado, com destaque para o tráfico e consumo de drogas, sem limitar, é essencial e claro a NÃO RECONDUÇÃO do atual ministro.]

A pasta que pode ficar sob o comando do magistrado de primeira instância contaria com a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, Controladoria-Geral da União (CGU), Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a reintegração da Segurança Pública. A intenção é reunir, em um só local, os órgãos de combate a corrupção que tiveram grande importância durante a Operação Lava-Jato.

Sérgio Moro deve se encontrar na manhã desta quinta-feira (1º/11) com Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Ele também está cotado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, o próximo ministro a se aposentar é o decano Celso de Mello, que deixará a Corte em 2020. A intenção de Bolsonaro é que Moro entre no governo nos primeiros dias após a posse.
 
 
 
 

Falta combinar com os eleitores

É prioritário buscar o equilíbrio das contas públicas, começando pela principal fonte de desequilíbrio, a Previdência

Há dois grandes obstáculos à expansão da economia brasileira. No macro, é o desajuste das contas públicas, com os déficits anuais e a dívida crescente. No micro, é o ambiente de negócios desfavorável à atividade das empresas. Dentro do primeiro, o maior problema está na previdência, pública e privada, que gera déficits e desigualdades. No segundo, o principal entrave está no sistema tributário. As empresas pagam impostos elevados e gastam muito tempo, energia e dinheiro para pagá-los corretamente.

Há provas. Hoje, de cada 100 reais que o governo federal gasta, 50 vão para pagamento de aposentadorias e pensões. Há sete anos, eram 32 reais, ou 32% da despesa geral. E o sistema previdenciário não arrecada o dinheiro necessário para o pagamento dos benefícios. Resultado: o governo gasta cada vez mais com aposentadorias (e, portanto, cada vez menos com todos os demais serviços e investimentos) e usa a receita de outros impostos para financiar as aposentadorias.  No lado micro, a prova cabal está no extraordinário estudo do Banco Mundial, Fazendo Negócios, cuja versão 2018 foi divulgada ontem. Trata-se de avaliar a facilidade (ou dificuldade) para fazer negócios honestamente.

O Brasil até que melhorou. No ano passado, entre 190 países, estava na posição 125º, ou seja, na parte baixa da tabela. Na última versão, subiu para 109º, tendo melhorado na maior parte dos quesitos, como mais facilidade para abrir empresas. Mas no item “Pagando impostos”, não houve qualquer avanço. O Brasil continua na posição 184ª. Considerando que os seis últimos são países sem relevância, pode-se dizer com todas as letras: o Brasil tem o pior sistema tributário do mundo. Mas o pior de tudo é que nada disso é novidade. Qualquer pessoa que lida com negócios sabe o inferno que é pagar impostos corretamente. Mais ainda, os temas, macro e micro, estão colocados há bastante tempo, de modo que as diversas soluções estão disponíveis.

Por exemplo, tem uma reforma da previdência prontinha para ser votada na Congresso. Não é a ideal, mas quebra um bom galho – garante uma economia de uns R$ 500 bilhões em dez anos. Está lá também um projeto de reforma tributária que simplifica bastante o sistema, reunindo vários impostos numa única guia.  Por que não se resolve?  Porque nos tem faltado um governo com clara maioria eleitoral e que tenha assumido essa agenda de reformas.

O governo Temer tentou boa parte dessa agenda e, de fato, avançou em pontos como o teto de gastos públicos e a reforma trabalhista. Mas faltaram votos e moral para continuar o serviço.  O futuro governo Bolsonaro tem os votos e promete colocar os corruptos à parte. Além disso, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, tem colocado uma agenda que faz inteiro sentido.  Primeiro de tudo, buscar o equilíbrio das contas públicas, começando pela principal fonte de desequilíbrio, o gasto previdenciário.

Tudo depende disso. Por exemplo: não adianta nada cortar todos os gastos se a previdência continua gerando déficits. Não adianta nada privatizar estatais e resgatar parte da dívida pública, o que permitiria reduzir juros, se a estrutura básica de gastos continuar gerando déficits. Seria matar uma dívida e começar outra.  Tem que ser tudo combinado. Por exemplo, começar o ajuste fiscal, com a reforma da previdência que está aí, e apoiar esse esforço com privatizações.  Tudo considerado, a agenda econômica do futuro governo está correta.

Porém, ah!, porém, essa agenda não foi claramente apresentada aos eleitores. Os milhões que votaram em Bolsonaro votaram pela reforma da previdência, essa que está no Congresso e que Paulo Guedes quer aprovada?  Ainda dá tempo. O presidente eleito tem a força das urnas. Mas ele precisa ir a público e dizer que tais e tais reformas são necessárias para a retomada do crescimento. Dizer claramente e convencer seus eleitores, e a sociedade, que esse é o caminho. Sem isso, não formará maioria no Congresso para votar as reformas. 

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo - Economia 1 de novembro de 2018