Lula aposta na possibilidade de ‘gerar uma comoção nacional’, caso venha a ser condenado em segunda instância [alguém já parou para pensar que primeiro a corja lulopetista, o presidente da CUT latindo à frente, ameaçou pegar em armas se a escarrada fosse detonada da presidência; foi e nada fizeram.
Ameaçaram queimar o Brasil se Lula fosse denunciado; foi e a reação da corja foi latir e calar;
foi condenado em primeira instância, em um dos processos e novas condenações virão e nada fizeram nem farão.
Lula, em breve será encarcerado e fora alguns latidos, os militontos nada farão - tenham em conta o fiasco da caravana de Lula em seu curral eleitoral - confiram aqui.]
Ao cabo de intermináveis 160 dias, a crise política deflagrada em 17
de maio parece ter chegado ao fim, na semana passada. É hora de avaliar
danos e verificar em que medida a travessia de 2018 ficou mais difícil.
Com o país já a 11 meses das eleições, a sucessão presidencial passa a
ser agora a questão crucial. Boa parte do ano foi consumida em manobras para bloquear denúncias da
Procuradoria- Geral da República contra o presidente. No final das
contas, além de passar incólume pelo julgamento do Tribunal Superior
Eleitoral, Temer conseguiu que a Câmara preservasse seu mandato. O que
não é pouco.
Mas a preservação do mandato lhe saiu muito cara. A janela de
oportunidade para aprovação da reforma previdenciária parece ter sido
perdida. O capital político com que contava Temer no Congresso foi, em
boa parte, dilapidado. A bancada governista encolheu, tornou- se menos
confiável, mais conflagrada e incomparavelmente mais voraz. O vale- tudo
para reforçar o apoio ao bloqueio das denúncias contribuiu para corroer
ainda mais a imagem do presidente.
Como a travessia dos próximos 12 meses poderá ser afetada? As metas
fiscais tiveram de ser relaxadas. E é quase certo que a reforma
previdenciária terá de ser adiada. O governo ainda parece acreditar que,
até dezembro, terá tempo para melhorar em alguma medida as perspectivas
do quadro fiscal. Mas, com a proximidade do ano eleitoral, já não
parece haver, no Congresso, disposição para aprovar medidas que possam
contrariar o eleitorado. É bem verdade que inflação abaixo da meta, taxa real de juros prestes
a cair a menos de 3% e a perspectiva de uma retomada relativamente
vigorosa da economia, em 2018, podem compensar, em alguma medida, as
apreensões com o quadro fiscal mais adverso e ajudar a travessia.
Mas o destravamento de decisões de investimento ainda depende de um
desfecho favorável na disputa presidencial do ano que vem. Ainda há
muita água para passar debaixo da ponte. Mas, em meio a poucas certezas e
muitas dúvidas, a configuração da disputa começa a tomar forma. Enredado em sérias dificuldades com a Justiça, Lula parece empenhado
em ser candidato a qualquer custo. E aposta na possibilidade de “gerar
uma comoção nacional”, caso venha a ser condenado em segunda instância. O
PT continua alegando não ter plano B. E vem tentando se eximir de
qualquer culpa pelo desastre em que meteu o país. Seu último programa
veiculado na televisão é um primor de mistificação. Atribui o descalabro
deixado por Dilma Rousseff à “crise internacional de 2015”, ano em que a
economia mundial cresceu 3,1%, e as economias emergentes, nada menos
que 4%!
No lado oposto do espectro, o discurso extremado de Bolsonaro
continua lhe assegurando bom desempenho nas pesquisas de intenção de
votos. Ainda há quem acredite que sua candidatura poderá vir a ser
sufocada por falta de recursos. Mas o mais provável, por ora, é que
Bolsonaro tenha votação expressiva, que candidatos de centro terão de
levar em conta, caso queiram chegar ao segundo turno. O que mais importa, no momento, é como o centro do espectro de forças
políticas deverá se apresentar na disputa presidencial. Por sorte, já
há sinais de que os principais pré- candidatos de centro perceberam,
afinal, que o mais prudente, tendo em vista o que lhes espera, à
esquerda e à direita, é unir forças e tentar construir uma ampla
coalizão, multipartidária, em torno de um deles.
Não se pode subestimar as enormes dificuldades envolvidas nesse
desafio. Mas não há como deixar de enfrenta-las. E parece a cada dia
mais claro que a única argamassa que pode dar solidez a uma coalizão tão
ampla e heterogênea — que vá de tucanos “cabeças pretas”, de um lado, à
tropa de choque de Temer, do outro — é o compromisso comum com a
manutenção, no próximo mandato presidencial, da política que vem sendo
levada à frente pela equipe econômica do atual governo. Política que
Lula vem prometendo, país afora, desmantelar.
É isso que estará em jogo em 2018. E não há tempo a perder.
Por: Rogério Furquim Werneck, economista e professor da PUC- Rio
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