Prepare-se, caro leitor: estamos prestes a entrar em um
disputado campeonato de mentiras. No plano político, naturalmente. Não
bastassem os caudalosos esquemas de enganação com desvios bilionários,
na surdina, do dinheiro público que foi parar no bolso de corjas de
larápios partidários. Não fossem suficientes as promessas de campanha de
2014, jamais cumpridas e edulcoradas por filmes que mostravam o paraíso
para depois entregar o inferno. Não sobrassem demonstrações de que
alguns malfeitores do passado tentarão tudo de novo. Teremos agora
talvez a maior e mais perigosa temporada eleitoral movida a “fake news”
da história do País. A notícia falsa será desta vez uma arma letal, sem
dúvida, e talvez determinante.
Tal qual ocorreram nos EUA que produziram
Trump e no Brexit da Inglaterra. Espalhar falsas informações para
colher simpatizantes não é exatamente um expediente inédito. Mas deverá
assumir proporções gigantescas e assustadoras nesta que já é chamada de
“A era da pós-verdade”. Com o agravante de que, por aqui, ainda não
entrou em vigor qualquer marco legal para coibir diretamente o fenômeno –
verificado com maior frequência nas redes sociais. As fake news viraram
uma praga.
Autoridades tentam controlar a moléstia a qualquer custo. Na
Alemanha passou a valer, desde o início do ano, uma lei que obriga
mídias digitais a retirarem imediatamente de seu ambiente conteúdos que
pregam o ódio e trazem falsas informações, sob pena de multas pesadas. A
França quer ir além. O presidente Emmanuel Macron fala inclusive em
prisão daqueles que difundirem as chamadas fake news. Projeto de lei
nesse sentido entrou no Parlamento e almeja também maior agilidade e
eficiência no julgamento dos casos. No Brasil o faroeste da lorota segue
em franca expansão. O ministro Luiz Fux, que assume o Tribunal Superior
Eleitoral no mês que vem, tenta colocar ordem na casa. É favorável ao
bloqueio de bens e a detenção dos infratores que propagam inverdades
para angariar vantagens nas urnas. Medida que prevê cadeia por mais de
dois anos aos autores de fake news chegou ao Congresso, mas ali se
arrasta, sem votação, por motivo óbvio: falta disposição parlamentar
para legislar contra o próprio interesse. Seria “prejudicial” a muitas
campanhas dos políticos nativos um controle firme das fake news.
A despeito da resistência, a Polícia Federal arma uma
força-tarefa com esse intuito. Já mobilizou um grupo comandado por três
delegados e um perito que vai atrás de quem sucumbir ao crime. A
erradicação total do problema só deverá ocorrer, de verdade, quando cada
um dos internautas se precaver. Mudar hábitos. Para começar, é preciso
ficar atento à cartilha de procedimentos: não aceitar e não disseminar a
primeira notícia que lhe chegar às mãos de origem duvidosa. Mesmo que
ela atenda a seus interesses ou desejos. Não se faz valer uma ideia
dessa maneira, ludibriando. No plano da desinformação só existem
equívocos. Erros que cobrarão seu preço lá na frente.
No geral,
diferentes pontos de vista não podem significar diferentes fatos. Viram
versões. Evoluem para deturpações. É preciso consultar. Fazer checagem.
Buscar fontes seguras. Tais cuidados terão de se tornar rotina. Do
contrário iremos assistir mais e mais vítimas caindo no grande conto do
vigário. Inclusive você. Nunca é demais lembrar que as eleições
americanas ficaram seriamente comprometidas quando mais de 100 sites a
favor de Trump foram criados na Macedônia, de onde eram disparados
diariamente vídeos e notícias inventadas para dar corpo a sua
candidatura. Na mais célebre das mentiras plantadas ali, veiculou-se que
o Papa Francisco e o Vaticano apoiavam Trump. Foi o bastante para que
uma penca de republicanos conservadores ainda hesitantes logo tomasse
partido a favor do empresário. [fato é que a eleição de Trump foi menos danosa do que seria a vitória de Hillary.] Deu no que deu. As fake news estão no ar e
todo o cuidado é pouco.
Carlos José Marques - Diretor Editorial - Editora Três
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
sábado, 13 de janeiro de 2018
O ano das grandes mentiras
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