O Estado de S.Paulo
Em 2019, Brasil avançou devagar na economia e recuou velozmente no resto
[o governo Bolsonaro tem sido vítima constante de ações de boicote, que podem ser chamadas até de sabotagem, e isto tem impedido o seu progresso nos aspectos positivos = a turma do 'quanto pior, melhor' faz muito barulho e compensa sua condição de minoria (a democracia brasileira é exercida através da DITADURA das minorias) - o lema da turma é: qualquer coisa do governo Bolsonaro, temos que ser contra.]
Último dia do ano, hora de discutir o que deu certo, o que deu errado, o
que poderia ser melhor. No governo Jair Bolsonaro, a economia andou
devagar, mas andou. O problema foi o resto, que andou rápido, mas em
marcha a ré. Uma coleção de retrocessos.
A reforma da Previdência foi o grande marco político e econômico de
2019. O grande mérito do governo foi enviar o projeto e o do Congresso
foi ter encaminhado, debatido e votado com razoável rapidez e com a
menor desidratação possível. Bolsonaro jogou o pacote no Congresso e
lavou as mãos, deixando a condução, a negociação, os ajustes e os votos
por conta de dois personagens-chave no seu primeiro ano de governo:
Rodrigo Maia, do Legislativo, e Paulo Guedes, do Executivo. Com a
reforma da Previdência aprovada, abriu-se uma avenida de oportunidades
para novas reformas e a própria economia.
A previsão do PIB foi ao fundo do poço em meados do ano, mas
recuperou-se e é otimista neste 31 de dezembro. A inflação e os juros
estão baixos como nunca e o desemprego continua dolorosamente alto, mas
caindo. Logo, as condições são boas. O preço da carne precisa baixar e
Bolsonaro tem de parar de atrapalhar. [o Brasil precisa aumentar sua área destina à agropecuária agricultável, o que é uma situação urgente e que trará excelentes resultados para o Brasil = a urgência e os bons resultados impõe que revista a política irresponsável de reservas indígenas gigantescas para poucos índios, enquanto grande parte da população passa fome, mesmo tendo o Brasil imensas áreas de terras a serem exploradas e sem prejudicar o meio ambiente.]
Quando se fala (ou reclama) em recuos, pensa-se logo em Meio Ambiente,
que jogou o Brasil na imprensa internacional e abriu atritos
desnecessários com parceiros como França, Alemanha, Suécia. E Bolsonaro
também bateu de frente com China, Argentina, Chile, o mundo árabe, além
de chegar no Paraguai elogiando Stroessner. [o presidente Bolsonaro cometeu alguns enganos no inicio do governo - muitos esquecem que apesar de ser conhecido como 'mito' o presidente é HUMANO = errar é humano, permanecer no erro é diabólico, e o presidente tem a grandeza de recuar quando é preciso.] Houve ainda recuos assustadores na Cultura, até na última semana do ano,
com o veto ao projeto de incentivo ao audiovisual, e na Educação, que
saiu de um ministro inútil para outro que só vê “balbúrdia” nas
universidades. Cultura e Educação não são inimigas, presidente! Nem a
mídia e os jornalistas.
De tudo isso, fica o histórico de manifestações do presidente da
República, ora machistas, ora homofóbicas, ora pró-ditadores
sanguinários, ora acusando Paulo Freire de “energúmeno”. Para que?
Ninguém sabe, mas o fato é que os filhos vão atrás. Sem citar hienas e
“golden shower”, ambas de péssima lembrança. [sobre Paulo Freire e Weintraub,sugerimos ler: NO PÉ DE ABRAHAM WEINTRAUB - Percival Puggina. Escrito por quem realmente sabe do assunto.] já realizou
este ano, 87 viagens “a serviço” em jatinhos da FAB, na companhia de um
total de 1.091 ‘caroneiros’.
Por falar nisso, a ida do deputado Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do
Brasil em Washington foi um sonho de verão para ele e um pesadelo para
muita gente, dentro e fora do Itamaraty. E o ano termina deixando em
aberto a situação do senador Flávio Bolsonaro, alvo do Ministério
Público do Rio de Janeiro e com muitas histórias mal contadas a explicar
à opinião pública brasileira. Carlos Bolsonaro? Esse continua lá,
tuitando. Se as pesquisas registram a baixa popularidade do presidente, não
captaram o esforço do Legislativo, que trabalhou muito e bem ao longo de
2019. Motivo: continua “dando Ibope” falar mal do Congresso. Faz parte. [ a pesquisa que apontou empate (considerando a margem de erro) entre o Executivo = 36% de reprovação = e o Judiciário = 39% de ruim ou péssimo = apurou 45% de rejeição para o Congresso.
O que o Congresso ganha de lavagem é no número de viagens do 'primeiro-ministro' Maia, usando aviões da FAB 229 voos, com carona a 2.131 caroneiros e Alcolumbre, presidente do Senado, 43 viagens e 743 caroneiros.
- o presidente do STF, já realizou
este ano, 87 viagens “a serviço” também em jatinhos da FAB, na companhia de um
total de 1.091 ‘caroneiros’. CONFIRA AQUI, Maia, o senhor das mordomias. ...]
Quanto ao Judiciário, esteve no centro da suspeita de um cerco
institucional à Lava Jato. Vamos combinar que o fim da prisão em segunda
instância e os meses de interrupção de investigações pautadas pelo Coaf
foram ataques frontais à maior operação de corrupção, talvez, do mundo.
E ambos conduzidos pelo Supremo. No foco, o presidente Dias Toffoli, determinado a derrubar a prisão em
segunda instância e autor da canetada que feriu gravemente a atuação do
Coaf e suspendeu as investigações com base na inteligência financeira. O
discurso “em javanês” do ministro é um dos destaques de 2019. Cada um
conclua o que quiser. No mais, o governo abriu tudo para os EUA, mas, até agora, ninguém sabe,
ninguém viu, no que isso conta a favor dos interesses do Brasil. A olho
nu, não se vê pragmatismo, muito menos reciprocidade. Só Trump ri. Não
tem graça nenhuma.
Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo
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