O Globo
Bolsonaro tirou Moro da lista de indicados para o STF e passou a citá-lo como um vice ideal para a chapa de reeleição
O presidente Jair Bolsonaro vai montando seu quebra-cabeças com vista à
reeleição presidencial nas respostas sobre as indicações que poderá
fazer para o Supremo Tribunal Federal (STF). Já anunciou dois candidatos para as duas vagas, e nenhum deles é o
ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, a quem a primeira
vaga estava prometida. Em novembro de 2020 o ministro Celso de Mello se
aposenta compulsoriamente por ter chegado aos 75 anos, e Bolsonaro
colocou ontem o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge
Oliveira, na disputa, dizendo que ele “é um bom nome para o STF”.
Oliveira trabalha com Bolsonaro há cerca de 10 anos, e é filho de um seu
antigo colaborador. O presidente reafirmou que o ministro da Advocacia
Geral da União, André Luiz Mendonça, “terrivelmente evangélico”, é um
bom nome para a outra vaga no Supremo, que se abrirá no meio de 2021,
com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello.
Com isso, Bolsonaro tirou Moro da lista, e passou a citá-lo como um
vice-presidente ideal para a chapa de reeleição em 2022. “Seria
imbatível essa chapa”, é o pensamento generalizado entre os principais
assessores do presidente no Palácio do Planalto, embora Moro em nenhum
momento tenha indicado que gostaria de trocar uma vaga certa no STF pela
possibilidade incerta de vir a ser candidato a vice-presidente. Ao mesmo tempo em que especula em voz alta sobre essa escolha, o
presidente Bolsonaro vê-se às voltas com outras vertentes de seus
auxiliares que querem esvaziar o papel do ministro Sérgio Moro, mais
popular que o próprio presidente, e volta e meia apontado como possível
candidato ele mesmo.
Surgiu recentemente a proposta de dividir o ministério de Moro em dois,
dando a parte de Segurança Pública para o ex-deputado Alberto Fraga, da
chamada “bancada da bala”. Bolsonaro demorou alguns dias para desmentir o
boato, e só o fez depois que Sérgio Moro deu uma declaração pública de
que não acreditava nessa divisão, apontando os avanços alcançados no
combate à corrupção e à melhoria da segurança pública.
A queda dos índices de criminalidade é argumento indesmentível sobre a
eficiência do novo ministério que ocupa. Além disso, o projeto anticrime
está no Palácio do Planalto para sanção do presidente Bolsonaro, e
precisará ser retomado mais adiante para voltar a ter a cara que Moro
gostaria. Sem a segurança pública, Moro ficaria em um ministério da Justiça
esvaziado, pois na atual estrutura ministerial a costura política não é
feita lá, e nem Moro seria a pessoa indicada para exercer essa função.
A simples possibilidade de Alberto Fraga assumir a segurança pública,
porém, já é uma indicação de que qualquer mudança seria para radicalizar
a atuação do governo. Assim como acontece com o ministro da Economia
Paulo Guedes, embora continuem sendo superministros, os dois já tiveram
que se adaptar à presidência imperial de Bolsonaro, e engoliram muitos
sapos.
Se a crise econômica for mesmo sendo superada, e o crescimento se
confirmar nos próximos anos, o perigo é que ocorra com Bolsonaro o mesmo
que aconteceu com Lula. O ministro da Fazenda Antonio Palocci tendo que
deixar o governo ainda no primeiro mandato, por conta de denúncias de
negociatas com seus amigos da República de Ribeirão Preto, foi
substituído por Guido Mantega, que começou a mudar a política econômica,
tornando-a mais ao gosto de Lula e do PT. Bolsonaro, que nunca foi um liberal, pode ser tentado a colocar no lugar
de seus superministros pessoas ligadas a ele, com o mesmo pensamento.
Mas isso só acontecerá se recuperar a popularidade perdida, o que
depende paradoxalmente do desempenho dos dois.
As indicações dos candidatos às vagas do Supremo mostram essa tendência
de valorizar a proximidade pessoal e a supremacia dos valores
conservadores, inclusive religiosos. O ministro Moro já deu uma indireta
ao declarar que a religião não diz muito da pessoa escolhida para o
STF.
[o ministro Moro errou feio, quando disse tal indireta:
- a religião é importante em qualquer aspecto, incluindo na política.
Para o Brasil, em que assassinos cruéis estão na espreita de uma oportunidade para retirar de seres humanos inocentes e indefesos (ainda abrigados no ambiente em que deveriam contar com total segurança = a barriga da mãe) o mais sagrado dos direitos: DIREITO à VIDA.
Sabemos que alguns dos supremos ministros se julgam deuses - e de deuses em minúsculas nunca passarão - e que na primeira oportunidade votarão a favor do aborto e estão com pressa, visto que não são eternos como só DEUS e a alma do ser humano é.]
Se não lhe for oferecida a primeira vaga ano que vem, Moro terá que se manter no cargo até o meio de 2021, para ver para onde o vento sopra. Para isso terá que conservar a popularidade atual, que o torna um ministro quase indemissível e um companheiro de chapa desejável.
[o ministro Moro errou feio, quando disse tal indireta:
- a religião é importante em qualquer aspecto, incluindo na política.
Para o Brasil, em que assassinos cruéis estão na espreita de uma oportunidade para retirar de seres humanos inocentes e indefesos (ainda abrigados no ambiente em que deveriam contar com total segurança = a barriga da mãe) o mais sagrado dos direitos: DIREITO à VIDA.
Sabemos que alguns dos supremos ministros se julgam deuses - e de deuses em minúsculas nunca passarão - e que na primeira oportunidade votarão a favor do aborto e estão com pressa, visto que não são eternos como só DEUS e a alma do ser humano é.]
Se não lhe for oferecida a primeira vaga ano que vem, Moro terá que se manter no cargo até o meio de 2021, para ver para onde o vento sopra. Para isso terá que conservar a popularidade atual, que o torna um ministro quase indemissível e um companheiro de chapa desejável.
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