Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Fez uma visita relâmpago, de “médico”, evidentemente programada, e com
objetivos ilícitoscertos e
mal-intencionados,a Boa Vista, capital de Roraima,e que de lá se dirigiu à
“Terra Indígena Yanomani (TI),região que abriga uma população dessa nação
indígena,e lá constatou,com “surpresa” (igualmente programada), as condições
precárias de vida,saúde,alimentação,habitação e salubridade vivida por esse
povo.
Voltou no mesmo dia que foi,quase “atravessando” o pais,e
imediatamente convocou a “sua” imprensa domesticada para fazer uma espalhafato
nunca visto e mostrar essa “vergonheira” ao mundo,dizendo que a “culpa era do
Bolsonaro”,como tudo,inclusive o que eles mesmos antes fizeram,em vista do
abandono a que foram submetidas essas populações indígenas “durante o Governo
Bolsonaro”. E que o ex-Presidente deveria ser preso (como ele foi), e não poder
concorrer nas próximas eleições.
O quadro realmente é horripilante, com crianças magras de
aparência cadavérica, certamente escolhidas a “dedo”, mas que mais lembram os
cadáveres ainda vivos dos camposde
concentração nazistas. Se fosse qualquer um que espalhasse essa “notícia falsa”que
não pertencessse à “curriola” esquerdista,com certeza seria imediatamente
processado e preso a mando do Ministro do STF, Relator do “Inquérito das Fake News”,
Alexandre de Moraes.
Mas aí se aplica na íntegra o ditado de que “a mentira tem
pernas curtas”. A desavergonhada “Fake News” espalhada por Lula pelo mundo é
desmentida categoricamente tanto peloex-Ministro da Defesa do PT,Aldo Rebelo, quanto pelo “índio” venezuelano
Romel Guzanamia,que é deputado na Venezuela.e garante em postagem nas redes
sociais que “índios não têm fronteiras. Na Venezuela não têm sustento,alimentos
remédios. Muitos vieram ao Brasil em busca de sobrevivência”.
O deputado venezuelano continua afirmando que os indígenas
da etnia yanomami com sinais de desnutrição no Brasil são refugiados da fome
que cruzaram a fronteira,que para eles,indígenas,sequer existe. Se olhar-se o mapa da América do Sul, verificar-se-á que o
deputado indígena venezuelano está se referindo à população yanomamioriginária da região de Bolívar,uma ponta da
Venezuela que penetra o território doBrasil,com quem faz fronteira,como se fosse um dedo numa bacia comágua. E como a floresta predomina nessa
região ,a própria natureza se encarregou de abolir as fronteiras para essa
gente,cujo valor máximo,depois da vida,certamente é a liberdade.
Mas Lula é desmascarado da sua desavergonhada “Fake News”
pelo próprio ex-Ministro da Defesa do PT,Aldo Rebelo, homem digno que respeita e
é respeitado pelas Forças Armadas, em palestra dada no Centro Empresarial de
Altamira,Pará,em 26 de janeiro de 2023. Aldo Rebelo revelou que “testemunhou a
miséria yanomami ainda no ano de 2000, em Gurucucu,Roraima,onde foi acompanhado
do general Villas Boas,que naquela época era coronel e assistente parlamentar.
Sua impressão foi a de que “você entra nas ocas e vê a
fuligem,a fumaça,os índios e as costelas de fora,subnutridos e com
tuberculose”. E que “quando voltei de Curucucu ,os médicos disseram que seria
necessário fazer exames em mim,porque tinha muita gente contaminada com
tuberculose naquela área”.
Aldo rebelo aproveitou a oportunidade para fazer um
“comercial” do seu livro “O quinto movimento,propostas para uma construção
acabada”.
Quem merece ser preso? Bolsonaro ou o atual “Presidente ?“
Minúcias das declarações do deputado indígena venezuelano e
da palestra de Aldo Rebelo em Curucucu , podem ser obtidasnos links “Índios Yanomanis desnutridos
vieram da Venezuela para o Brasil,afirma deputado indígena venezuelano”,e
“Ex-ministro de Lula e Dilma desmente “farsa” do PT sobre tragédia dos yanomanis:Não
é verdade”.
Ex-deputado e ex-ministro relembra invasão da esquerda à Câmara em 2006
Em 2006, um grupo invadiu a Câmara dos Deputados, em Brasília, e deixou
rastro de destruição e vandalismo - Foto: Reprodução
Era 6 de junho de 2006.Um grupo de sem-terra, liderado por Bruno Maranhão, um dos fundadores do PT e amigo de Luiz Inácio Lula da Silva, invadiu a Câmara dos Deputados, em Brasília, e deixou um rastro de destruição.
Portões de vidros foram quebrados, terminais de autoatendimento danificados, computadores e câmeras de vídeo do circuito interno deteriorados.
Numa cena que chocou o país, um carro, que seria sorteado pela Associação dos Funcionários da Câmara entre servidores, foi arruinado — um prejuízo de R$ 150 mil.
Pelo menos 35 pessoas ficaram feridas, a maioria delas servidores públicos.
O deputado Aldo Rebelo era o presidente da Casa e, naquele dia, estava numa agenda com o presidente da Câmara do Paraguai, para tratar das relações bilaterais entre os países. Foi quando recebeu um telefonema do deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE) avisando que algo muito grave ocorria na Câmara.
Quase 17 anos depois,diante do vandalismo ocorrido nos prédios públicos no domingo, 8, em Brasília, o presidente Lula disse que a esquerda nunca praticou esse tipo de baderna.
Chamou, inclusive, com a ajuda da velha imprensa, os atos de violência de terrorismo. Mas a História narra que não é bem assim. Aldo Rebelo conversou com a reportagem de Oeste nesta semana para relembrar o dia em que a esquerda atacou a democracia.“Pedi para o segurança providenciar o carro para o meu deslocamento, e ele disse que a decisão deles era que eu não podia ir para a Câmara, porque não havia segurança. A situação estava muito difícil, porque a Câmara tinha sido invadida por um grupo de militantes sem-terra”, diz Aldo Rebelo. “Um segurança já estava ferido gravemente, atingido por um paralelepípedo na cabeça, já havia muita depredação, e não era seguro eu me deslocar. Eu disse: ‘Não, eu vou, e vou agora’”.
No caminho, o segurança sugeriu que Rebelo entrasse por uma via alternativa, para evitar a entrada tradicional, que estava ocupada pelos baderneiros. O grupo de Bruno Maranhão — morto em 2014 — fazia reivindicações sobre a reforma agrária.
“Eu disse: ‘Não, vamos entrar por onde entramos, e cheguei’. Os ocupantes estavam todos no Salão Verde. Passei por eles, fui até a sala da presidência, chegaram lá vários deputados: um grupo mais conservador querendo que eu convocasse o Exército e a polícia para tirar os manifestantes, eu descartei a hipótese; e os grupos de esquerda querendo que eu formasse uma mesa para discutir as reivindicações dos invasores”
Prisão O líder dos vândalos, Bruno Maranhão, foi levado até Aldo Rebelo, que lhe deu voz de prisão. “Eu disse: ‘Você teve toda a chance de discutir isso quando quisesse, porque a Câmara é aberta, você me conhece. Você queria fazer aqui um ato de desmoralização da Câmara, de promoção do seu movimento, não vai ter mesa. Você está preso’.”
Maranhão ficou detido numa sala, sob custódia de Rebelo, até a chegada da polícia.“Claro que eu não podia chamar nem a polícia, nem o Exército para dentro da Câmara, mas também não podia fazer mesa de negociação com essas pessoas, quando tinha servidor em estado grave na UTI e todo patrimônio depredado”, explica.
Em seguida, Aldo foi ao plenário, fez um relato do que estava acontecendo e deu voz de prisão aos cerca de 600 manifestantes. “Pedi que os presos, sob minha custódia, fossem recolhidos pela Secretaria de Segurança do Distrito Federal. O secretário disse que não tinha condições de efetuar as prisões, porque para cada preso tinha de ter, pelo menos, três soldados, e ele não tinha como mobilizar esse efetivo.”
Aldo retrucou, dizendo que o local era responsabilidade da Secretaria, e que ele ajudaria com o atendimento médico e a alimentação. Por fim, os militantes foram levados para o Ginásio de Esporte Nilson Nelson — idosos e mães com filhos foram todos liberados, e os demais foram autuados. Depois, pediu que o Ministério Público entrasse com ação de indenização da Câmara.
“Eles quebraram tudo o que tinha lá, uma estátua do busto do Mário Covas, eles quebraram a marretadas. O busto foi para um lado, e a cabeça para o outro.”
Manifestações de 2013 O ano de 2013 foi marcado por inúmeras mobilizações em todo o país. Milhares de pessoas foram às ruas, com diversas bandeiras. Desde críticas, o aumento das tarifas do transporte público, a falta de investimentos em serviços públicos, até posições contrárias aos gastos com megaeventos esportivos. Naquele ano, ocorria a Copa das Confederações, uma preparação para a Copa do Mundo, que seria realizada no país em 2014. O grito “Não vai ter Copa” rodou o mundo.
Uma série de manifestações nas seis cidades-sede da Copa (das Confederações)reuniu 900 mil pessoas, de acordo com balanço da Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos. Aldo Rebelo era o então ministro do Esporte do governo de Dilma Rousseff. Ele conta que os movimentos eram híbridos.
“Tinham os chamados manifestantes da oposição ao governo, mas também tinham os manifestantes organizados pelo PT. Houve queima de pneus, geralmente, em manifestação se usam pneus velhos, mas eles compraram novos, e foi muito fácil de localizar os compradores. A polícia descobriu que eram funcionários do Palácio do Planalto e que tinham ajudado a organizar essas manifestações, conhecidos de gente do primeiro escalão do governo, do PT”, declara Aldo
Rebelo afirma que havia um grupo de esquerda, liderado pelo Psol, disputando o espaço que era ocupado pelo PT. “Se o PT fracassasse, a direita ganhava o lugar do PT no governo, e o Psol ganhava o lugar do PT no que seria a oposição. E, como eu conhecia esse povo, sabia que eles tinham nascido no começo do governo Lula para fazer posição, para substituir.”
Num dos jogos em Belo Horizonte, 60 mil pessoas protestaram pelas principais ruas e seguiram em direção ao estádio do Mineirão. Naquele dia, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, acompanhava a partida. Ainda que a polícia tenha contido os manifestantes, Blatter ficou preocupado com a segurança no país e mandou cancelar da Copa das Confederações, recolher as delegações e deixar o Brasil.
“Se ele cancelasse a Copa das Confederações, que é um evento-teste, em que você prepara a área de segurança, mobilidade, aeroportos, hotelaria para o evento no ano seguinte, que é a Copa, e já havia rumores de que os Estados Unidos estavam interessados em acolher a Copa, caso ela fosse cancelada no Brasil, nessa mesma noite eu liguei para a presidente Dilma e falei: ‘Nossa Copa subiu no telhado’.”
No dia seguinte, Dilma fez um pronunciamento, dando garantias de segurança para a realização da Copa, e Blatter desistiu da ideia de suspender o evento. Apesar da derrota do Brasil, de 7 a 1, para a Alemanha, a organização da Copa foi elogiada, inclusive pela Fifa.
Aldo teve um papel importante para a concretização da Copa do Mundo de 2014. “O meu esforço era de garantir a segurança; imagina você receber Angela Merkel, a primeira-ministra da Alemanha. O Putin (Vladimir Putin), o presidente russo, veio ao Brasil; o príncipe Harry, representando a Família Real, ficou aqui o tempo todo, enquanto a Inglaterra permaneceu.”
Ele cita a visita de Joe Biden, à época vice-presidente dos Estados Unidos, para assistir a um jogo da seleção norte-americana. “Reservaram um restaurante à beira-mar para 200 pessoas, para todos os jogadores com seus familiares, com o vice-presidente e jornalistas. Você imagina a exposição ao risco, à noite, no Rio Grande do Norte. Tivemos de providenciar com a Marinha, para bloquear a área perto do restaurante, para evitar qualquer tipo de risco.”
O ex-ministro relembra que, nos protestos de 2013, houve episódios violência e depredação.
“Esse movimento chegou a matar um cinegrafista no Rio de Janeiro. Eu vi outra imagem no Rio, também, um PM ardendo em chamas, jogaram um rojão, você via o escudo e a figura do policial militar. A invasão do Itamaraty, em Brasília, a invasão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com a danificação de obras de arte, de quadros, relíquias da arte brasileira, tentativa de invasão aqui da Prefeitura de São Paulo”
Aldo perguntou a Antonio Anastasia, então governador de Minas Gerais, no dia da tentativa de invasão ao estádio, quem estava coordenando os atos. “Quem organizou esse povo, como que chegaram aqui? Ele disse: ‘A CUT’. Eu digo: ‘Mas o movimento da Copa é do PT’. Ele rebateu: ‘Eu sei… (risos)’.”
Tratamento da mídia O tratamento dado pela mídia tradicional foi diferente nas manifestações de 2013 e em 2023. Há dez anos, as manifestações receberam, abertamente, apoio da imprensa. “A Globo interrompia, inclusive, as novelas para transmitir diretamente aquelas manifestações, como se fosse uma coisa aceitável, legítima, e era o tratamento também dado internacionalmente.”
Agora é o contrário, a maioria dos jornalistas da imprensa tradicional repudia os atos. “Agora eu acho que a mídia, tanto a nacional quanto internacional, tem outro interesse. Está muito mais próxima do atual governo. Eu acho que é por essa razão que esses manifestantes de Brasília ofereceram pretexto muito conveniente para essa narrativa”, Aldo se refere, sobretudo, ao uso de palavras como terrorismo, golpismo e extremismo.
Ex-comunista Aldo Rebelo é um nacionalista assumido, defensor de um dos maiores patrimônios do Brasil, a Amazônia. Depois de 40 anos, deixou o PCdoB, por discordar de novos rumos que o partido estava tomando em relação a comportamentos e costumes. “Resolvi me afastar, sem brigas, sem confusão, buscar outro caminho e permanecer com as minhas opiniões. Sempre defendi a democracia e os interesses dos mais pobres.”
A união é a saída para a soberania do país. E, no momento, o Brasil está numa encruzilhada. “Olha, nós estamos aí vendo esses acontecimentos lamentáveis. Claro, você pode pensar em quem promoveu esses acontecimentos, você pode pensar no atual governo e você pode pensar em tudo isso, mas vamos pensar um momento no Brasil.”
“Nessa encruzilhada, você tem um caminho que é esse de domingo, do confronto, do enfrentamento, da violência. Esse é fácil, não precisa de muito trabalho para seguir. O outro caminho é mais difícil, é o caminho de unir e pacificar o país”, conclui.
Ex-ministro criticou ainda o Supremo Tribunal Federal
O ex-ministro da DefesaAldo Rebelo
afirmou que a linguagem neutra é um “atentado à sociedade nacional”.
Segundo ele, trata-se de uma tentativa de criar outra língua e inventar
palavras para impor à sociedade outra forma de cultura.
“É algo importado. Não é linguagem neutra, o que estão querendo impor
é outra língua”, disse, durante um seminário organizado pelo instituto
do ex-comandante do Exército Eduardo Villas-Boas, na sexta-feira 19. “O que estão querendo fazer não é o uso das palavras existentes. É a
criação de uma outra língua, de um outro idioma”, observou Rebelo. “Não é
o problema do gênero, é a tradição, a cultura”, acrescentou o
ex-ministro.
Rebelo
criticou ainda o Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, o
ministro Luiz Edson Fachin restabeleceu o uso do“dialeto não binário”
em escolas públicas e privadas de Rondônia. Para Rebelo, o STF age como“uma corte dos costumes, dos
comportamentos”. “Aqui no Brasil, essa agenda tomou conta do mercado,
pelas corporações que estão nisso, da mídia, de certa forma o
Legislativo vai entrando nisso e o Judiciário nem se fala.”
Comunista crítico da linguagem neutra Ex-PCdoB, PSB e Solidariedade, Rebelo disse que o país mergulhou em um processo de desorientação quando a agenda do crescimento perdeu sentido diante da “agenda identitária e da guerra cultural”.
Ex-ministro dos governos
Lula e Dilma Rousseff, ele afirma que ONGs usam a questão indígena com o
objetivo de atingir o agronegócio brasileiro
Ido Rebelo | Foto: Felipe Barra/MD
Poucas
lideranças políticas no Brasil têm a autoridade do ex-deputado Aldo
Rebelo para tratar de um dos assuntos que vêm mobilizando o Supremo
Tribunal Federal (STF) nesta semana: o marco temporal sobre as terras
indígenas no país. Autor do livro Raposa Serra do Sol: o Índio e a Questão Nacional,
coletânea de artigos publicada em 2010, Rebelo vai na contramão da
narrativa fomentada por setores da esquerda — e difundida por ONGs
internacionais — de que os indígenas seriam vítimas de produtores
rurais, que supostamente teriam “roubado” terras pertencentes aos
chamados “povos originários”. [o ex-deputado não se alinha entre os que gozam da nossa simpatia - além de comunista, serviu aos (des)governos petistas - mas por uma questão de integridade temos que reconhecer que o que nos leva a antipatiza-lo, nos obriga a tornar insuspeita sua opinião sobre o tema.]
Nas
discussões em torno do marco temporal, os ministros do STF terão de
interpretar o que parece já muito claro na Constituição: que os
indígenas têm direito à propriedade dos territórios que ocupavam na data
da promulgação do texto constitucional (5 de outubro de 1988), e não
antes disso. “Veja que o constituinte pôs o verbo no presente para
evitar reivindicações sobre terras ocupadas no passado, o que traria
grande confusão e insegurança jurídica para índios e não índios”,
afirmou Rebelo.
Ex-ministro
dos governos Lula e Dilma Rousseff, ex-presidente da Câmara e relator
do Código Florestal, Rebelo avalia que deveria caber ao Congresso
Nacional, e não ao STF, a definição sobre o marco temporal. “Na Câmara
dos Deputados todos seriam ouvidos, principalmente os indígenas,
geralmente excluídos de qualquer opinião, como foi o caso que
testemunhei da demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol”, contou.
Em
março de 2009, o STF decidiu pela demarcação contínua da reserva
indígena localizada em Roraima (na fronteira do Brasil com a Guiana e a
Venezuela), alvo de uma disputa entre indígenas e produtores de arroz,
que acabaram expulsos do local. A tese foi apoiada por dez dos 11
ministros da Corte — o único voto contrário foi o de Marco Aurélio
Mello. Na época, Rebelo escreveu: “Se prosperar esta doutrina de que os
índios têm direito à autodeterminação em seu território, como parece
estar prosperando, amplia-se uma vulnerabilidade que expõe larga faixa
do território brasileiro à influência de organismos internacionais e ao
manejo de organizações estrangeiras”.
Mais de uma década depois, a questão indígena retorna à pauta da mais alta Corte do país — e com direito ao pacote completo:lobby
de ONGs, gritaria da esquerda e demonização do agro. A seguir, Aldo
Rebelo destrincha o que está por trás desse intrincado tabuleiro
geopolítico, econômico e social.
Leia os principais trechos da entrevista.
A derrubada do marco temporal pelo STF poderia trazer insegurança jurídica para o país? O marco temporal já está na Constituição, no Artigo 231, que determina à União a proteção da organização social das línguas, tradições e direitos dos indígenas às terras que tradicionalmente ocupam. O constituinte pôs o verbo no presente para evitar reivindicações sobre terras ocupadas no passado, o que traria confusão e insegurança jurídica para índios e não índios.
Houve um caso que acompanhei no Maranhão em que indígenas reivindicaram a demarcação de pequenas propriedades de outros índios e seus descendentes, gerando um processo de litígio e violência entre conhecidos e familiares.
São Paulo, a maior cidade do Brasil, era, na sua origem, formada por aldeias indígenas cujos nomes permanecem nos bairros da cidade. Morumbi, Ibirapuera, Itaquera, Guaianases, Jabaquara, Tietê e Tucuruvi são denominações dadas a essas localidades pelos contemporâneos do cacique Tibiriçá, cujos descendentes ainda vivem hoje na cidade de São Paulo. Sem o marco temporal, nada impediria, por exemplo, que eles reivindicassem as posses de seus antepassados.
Há entidades nacionais e internacionais atuando pela derrubada do marco temporal. Qual é o papel das ONGs nesse processo? Há uma ameaça à soberania nacional? O Brasil sofre do que os especialistas chamam de “guerra híbrida”, e o alvo, além do pré-sal, é o nosso próspero agronegócio, que retira mercado dos concorrentes europeus e norte-americanos.
Além disso, o agro reduz o lucro da concorrência pela queda do preço internacional dos produtos e obriga o Tesouro dos Estados Unidos e dos países europeus a subsidiar cada vez mais sua agricultura quase estatal e de produtores que são praticamente funcionários públicos, pelo volume de dinheiro do Estado que recebem.
É claro que eles financiam essas ONGs para criar uma espécie de barreira não tarifária para os agricultores brasileiros.Se isso constitui uma ameaça à nossa soberania? Talvez seja um exagero afirmar que sim, a não ser no caso da Amazônia, onde há o objetivo de bloqueio das ações da sociedade brasileira e do Estado nacional na região.
O senhor entende, então, que há grupos econômicos ou mesmo governos estrangeiros interessados em atingir o agronegócio brasileiro? Quem tiver dúvida sobre os interesses internacionais na agricultura brasileira que vá à internet e consulte o documento “Farms here, forests there” (“Fazendas aqui, florestas lá”, em tradução livre), sobre fazendeiros norte-americanos. Ali se comprova que, se há uma teoria da conspiração sobre esse assunto, ela não surgiu por acaso.
Todas as negociações nos organismos multilaterais envolvendo o Brasil e a União Europeia encontram o seu ponto máximo de tensão na agenda da agricultura.
Partiu dos agricultores europeus a pressão para inviabilizar o acordo celebrado entre a União Europeia e o Mercosul exatamente pelo temor da competitividade dos agricultores e criadores brasileiros e argentinos. Lembremos que, na Segunda Guerra Mundial, a primeira grande batalha naval ocorreu entre as Marinhas da Inglaterra e da Alemanha no Atlântico Sul, quando os alemães tentavam evitar que navios mercantes ingleses abastecessem Londres com carne e trigo da Argentina e do Uruguai. (.........)
O STF é o foro adequado para definir a questão do marco temporal? A solução mais adequada seria o Supremo Tribunal Federal deixar a decisão da matéria controversa para o Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados todos seriam ouvidos, principalmente os indígenas, geralmente excluídos de qualquer opinião, como foi o caso que testemunhei da demarcação da Reserva Raposa Serra do Sol.
Muita gente
se pergunta o que são esses índios acampados em Brasília e que tocaram
fogo na frente do Palácio do Planalto, e que agora muitos estão se
retirando. O que é isso afinal?
Em primeiro
lugar, eu passei pelo acampamento dos índios na sexta-feira (27), no
dia que eles puseram fogo na frente do Palácio do Planalto e vi uma
quantidade enorme de ônibus estacionados. Não eram ônibus que
eventualmente parados lá, estavam à disposição dos índios.
As centenas
de barracas eram uniformes, como se tivessem feito uma licitação para
comprá-las; além disso, todo mundo se alimentou durante o período que
estiveram lá.
Fica a pergunta: quem está sustentando isso? Porque o pessoal não estava trabalhando e muitos ainda ficaram por lá. A segunda
pergunta é como eles conseguiram material para produzir aquela fumaça
preta ao pé da rampa do Palácio do Planalto? Aliás, num momento que o
presidente estava em Goiânia.
E terceiro:o que está sendo julgado no STF? Esse caso é
de Santa Catarina, de uma reserva que foi demarcada em 1965 de 14.000
hectares. De repente, estão aumentando a reserva para 37.000 hectares.
Isso iria desalojar 5 mil pessoas, cerca de mil famílias de pequenos
agricultores que tem escritura dos terrenos desde 1902. E qual é a
base para essa disputa? O artigo 231 da Constituição, que diz que as
terras são “indígenas”quando ocupadas tradicionalmente por eles,
ancestralmente. É óbvio que “ocupadas” a partir da data quando foi
promulgada a Constituição, em 5 de outubro de 1988.
Porque
senão os índios podem ocupar terra para o resto da vida,até expulsar
todo mundo para seus continentes de origem: África, Ásia e Europa. Nesse caso,
como lembrou o ex-deputado Aldo Rebelo,os descendentes de Tibiriçá e
Bartira vão exigir de volta o Parque do Ibirapuera, e coisas do gênero. O STF vai
votar nesta semana para decidir esse caso. Se a maioria do STF decidir
que as ocupações após o ano de 1988 valham, aí vai ser um horror.
Lá no Alto-Uruguai no Rio Grande do Sul, os pequenos agricultores estão desesperados.
Porque lá tem grupos de Caingangues, e Santa Catarina tem Guaranis e Caingangues.
No Mato Grosso, a área potencial para pegar 4 milhões e meio de hectares de soja, milho, algodão, pastagens para gado, e milhões depessoas. Já chega a maluquice que fizeram em Roraima. Só o STF não reconhece, porque não tem humildade para reconhecer o erro.
Aquilo foi um atentado a soberania nacional com a demarcação contínua de terras indígenas em plena fronteira com a Venezuela, num local onde índios e não-índios antes viviam em simbiose produtiva para ambos.
Depois,
ficaram os índios escanteados, muitos migraram para a periferia de Boa
Vista. Os arrozeiros de lá perderam os negócios. Uma maluquice que
poderia ter sido resolvida reservando uma pequena área para os índios.
Aldo
Rebelo, que era do PCdoB, e foi ministro em várias pastas durante o
governo do PT – ou seja, é insuspeito para opinar nesse assunto – falou
que isso é interesse das ONGs e não dos índios.
Essas ONGs disseminam
ódio entre índios e não índios, os dois lados igualmente brasileiros.
Isso é crime de lesa-pátria.
E alguém está financiando a manifestação
dos índios para tentar atemorizar o STF.
Contudo,
acaba o viés político e ideológico ao tacar fogo ao pé da rampa do
Palácio do Planalto, sendo que quem vai julgar o caso é o STF. Mas isso é
bem revelador do que está por trás desse movimento.
Livro
de Aldo Rebelo transforma releitura da história política em instantâneo da
atualidade.
No
capítulo 12 do seu livro O Quinto Movimento – propostas para uma construção
inacabada, a ser lançado nos próximos dias, o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo
transforma o que seria uma releitura da história política brasileira em um
instantâneo da atualidade. Sua visão sobre os desafios impostos à democracia
revela que não tem sido fácil mantê-la sob Jair Bolsonaro.
[a colunista não esclarece, o ex-ministro da Defesa não se alinha entre bons escritores, ou mesmo entre escritores, sua produção literária é a expressão do atraso, o que justifica perguntar:
- o livro O Quinto Movimento é aquele que Rebelo, quando ministro, propunha a venda dos computadores do Serviço Público e sua substituição por máquinas de datilografia (manuais) para gerar mais empregos? Não é fake, em algum lugar Aldo Rebelo escreveu tal asneira - até com o 'mouse' ele implicou.]
Pelo andar das negociações, o vice de Geraldo Alckmin tanto pode ser
o comunista Aldo Rebelo —
ex-PCdoB, hoje no Solidariedade —como o empresário Josué Gomes —
dono de 15 fábricas no Brasil, cinco nos EUA, uma na Argentina e outra no
México, líder da confecção de cama, mesa e banho nas Américas. Pode parecer
estranho, mas no meio político isso é dado como absolutamente normal. Tanto que
o empresário também é cogitado como vice na chapa do petista Fernando Pimentel,
governador candidato à reeleição em Minas.
O
mesmo empresário também esteve em conversas para compor chapa com Ciro Gomes, cujo objetivo é fisgar os votos da
esquerda, na ausência de Lula. E isso nem é novidade, pois o pai de Josué, José
Alencar, fundador do império têxtil, foi vice de Lula, e os dois se deram muito
bem. Os partidos do centrão negociaram com Ciro e Bolsonaro, antes
de fechar com Alckmin. Também cogitaram acertar com Henrique Meirelles. Aliás,
o comunista Aldo Rebelo, como membro do Solidariedade, integra o centrão, um
catado de populistas de direita ou de coisa nenhuma, com vários líderes
envolvidos na Lava-Jato.O deputado Jair Bolsonaro, com um histórico de
votos na linha estatizante e corporativa, chamou para seu economista o
ultraliberal Paulo Guedes. Marina, que fez campanha mais pelo lado liberal
na última eleição, dá uma guinada à esquerda, também de olho nos votos de Lula.
Se
o Brasil estivesse em um momento muito favorável, com economia e política
funcionando tudo certinho, essas incoerências poderiam até ser toleradas. Quer dizer, seriam negativas, mas se
não houvesse nada de importante a resolver, qual o problema? Um comunista e um capitalista podem se entender sobre,
digamos, os limites de velocidade nas estradas federais. Mas o
setor público está quebrado. Estão na pauta questões cruciais para o futuro
próximo do país, entre as quais: a reforma da Previdência, a privatização
(ou não) de estatais, a reforma tributária (quais setores da sociedade
serão mais tributados?), a legislação trabalhista, a derrubada da taxa de
juros, saúde mais estatal ou mais privada. São escolhas políticas de caráter
ideológico, que exigem definições firmes.
A
esquerda não quer privatizar a Eletrobras porque considera que integra um setor
estratégico, a ser gerido pelo Estado. Pessoal
do centrão é contra a privatização porque estatais são um paraíso para
nomeações e obras. Por essa via transversa, PT e centrão se entenderam muito
bem. Mas e se for eleito um presidente favorável à privatização, com o apoio do
centrão ou de esquerdistas ou dos dois grupos ao mesmo tempo? Candidatos,
individualmente, podem até manifestar posições mais ou menos claras, mas o
problema é como implementá-las no Congresso Nacional.
Tem
mais. Todos os candidatos falam em alguma mudança na
Constituição, o que exige o voto de 3/5 dos deputados (308) e senadores (49).
Nessa geleia política, como formar essa maioria com alguma coerência?
Eis o cenário: o país precisa de muitas respostas para questões que
apareceram justamente por falta de decisões firmes. Há quanto tempo estamos
enrolando com a reforma da Previdência ou com privatizações? E estamos muito
próximos de eleger governos — federal e estaduais — com um jeitão muito
parecido com o que tivemos recentemente.
Mais
leis?
Se
faltam escolhas firmes, sobram leis no país.
A Constituição tem 250 artigos, 114 disposições transitórias e 99
emendas.
Estão
em vigor 180 mil leis federais.Há 5,5 milhões de normas federais, estaduais e
municipais. No Congresso, há 25 mil projetos de lei em
andamento e nada menos que 1,1 mil propostas de emenda à Constituição.
Uma regra sagrada do Direito diz que ninguém pode alegar ignorância
da lei. Por aqui, bem
pode ser outra norma que não pegou.