Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador GLO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador GLO. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de julho de 2021

O Superfracasso do impeachment de Bolsonaro - Jorge Serrão

Já nasceu mortinho da silva aquilo que a marketagem da oposição perdida chamou de “superpedido” de impeachment de Jair Messias Bolsonaro. Não adianta atribuir 24 supostos crimes ao Presidente, misturando tudo que já foi apresentado em outros 123 pedidos de impedimento protocolados na Câmara dos Deputados. A proposta, com questionável base jurídica, não tem apoio político e muito menos popular. Bolsonaro deu ontem um recado duro aos inimigos (ops, adversários): “Não vai ser com pedido impeachment, nem CPI comandada por sete bandidos que vão nos tirar daqui”. As Forças Armadas, no silêncio obsequioso dos quartéis, rejeitam a intenção de tirar Bolsonaro antes do prazo constitucional previsto no mandato.

 

 

Renan não mudou - não se abandona o que se faz durante mais de 50 anos; será que o senador Rodrigues se alinhou ao alagoano?

O “superpedido” não é um ato de desespero. É uma jogada calculada dos opositores. A intenção é promover o desgaste contra Bolsonaro até a próxima eleição. Impeachment tem quase zero chance de avançar. Os inimigos sabem que existe um acordo consolidado de blindagem política entre Bolsonaro e o Presidente da Câmara dos Deputados - que tem a atribuição constitucional exclusiva de receber, considerar admissível e colocar na pauta de votação qualquer pedido de impedimento do chefe do Executivo nacional. O alagoano Arthur Lira já cansou de avisar que não colocará o assunto para deliberação no plenário, “porque não há materialidade”. Assim, a proposta não passa de mais um capítulo na inconclusiva e interminável guerra de narrativas.

 

Outro prova de que o “superpedido” de impeachment é meramente eleitoreiro. A oposição gostaria nada de destronar Bolsonaro da Presidência da República para colocar no lugar dele o Vice Antônio Hamilton Martins Mourão. Embora não pareça, o General é um “linha dura”, um homem convicto de “direita”. Além disso, apesar das intrigas internas no governo e de fofocas plantadas nas redes sociais, Mourão sempre demonstrou lealdade pública a Bolsonaro. Tanto que Mourão, em diversas entrevistas, advertiu que não romperia politicamente com Bolsonaro e, em hipótese alguma, “bateria chapa” contra ele na sucessão presidencial. Bolsonaro já sinalizou que, na reeleição, não repetirá a parceria com Mourão. Recentemente, o General admitiu que pode disputar o Senado - tudo indica pelo Rio Grande do Sul.

 

Mourão tem um papel estratégico fundamental no curto prazo. Como presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, ele vai coordenar toda a operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que o Ministério da Defesa vai promover na região. Tudo já foi autorizado pelo Presidente Bolsonaro com o Decreto 10.730, de 28 de junho. O objetivo é coibir os delitos ambientais, com ênfase para o desmatamento ilegal. Será uma atuação preventiva e repressiva das Forças Armadas, em conjunto com órgãos oficiais de proteção e fiscalização. Além das queimadas, da exploração inadequada de terras, com a extração ilegal de madeira, de minérios e de outros produtos da floresta, outro alvo importante será o avanço da criminalidade contra a navegação e transporte de carga.

 

A GLO na Amazônia pode cumprir um duplo objetivo político para o governo. Além de demonstrar, na prática, que o Brasil atua para conservar e defender a Amazônia - o que terá repercussão internacional -, o sucesso da operação também pode servir para uma reaproximação pessoal entre Bolsonaro e Mourão. Os dois não estão totalmente rompidos - apesar do sugerido nas intrigas palacianas. Mas o fato concreto é que o Presidente não tem convidado o Vice para participar de vários eventos importantes na agenda, inclusive aqueles relacionados à Amazônia. Agora, com a GLO, tudo pode mudar. A operação militar acontece em 26 municípios da Amazônia Legal, entre os dias 28 de junho até 31 de agosto.

serrao@alertatotal.net - @alertatotal

Alerta Total -  Jorge Serrão 

 

domingo, 1 de março de 2020

A força emergente - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

Governadores socorrem Ceará e se unem a STF e Congresso para exigir espírito republicano

[20 governadores estaduais, aliados a dois poderes constitucionais - Judiciário (STF) Legislativo (Congresso Nacional), contra o livre funcionamento do  Poder Executivo = GOLPE.
Permite que o Chefe do Poder agredido acione o artigo 142, caput,  da CF,em consonância com a LC 97.]
O que têm em comum o advogado e ex-juiz Wilson Witzel, do Rio, de direita e do PSC, e o engenheiro agrônomo e professor Camilo Santana, do Ceará, de esquerda e do PT? Os dois integram a nova força emergente, e de resistência, nessa tão emaranhada e preocupante política brasileira: a frente de governadores.

Bastou o presidente Jair Bolsonaro ameaçar não prorrogar o uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e lavar as mãos diante da crise no Ceará para Witzel e os governadores de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e de São Paulo, João Doria (PSDB), articularem o envio de tropas para socorrer o colega Santana e a população cearense. [uma palhaçada dos dois governadores é o que define a pretensão tão absurda e inútil - começa pelo efetivo ridículo - pouco mais de 100 homens.
Além da inutilidade do 'socorro' falta amparo legal para um contingente policial se deslocar entre estados e atuar em outro estado.
A GLO, executada por tropas federais - possuidoras da liberdade de deslocamento por todo o território brasileiro - é regulamentada por lei específica e só permite a utilização de forças federais.
O 'motim' do Ceará é problema do Ceará e do governador e do povo cearense  que elegeu um petista para governar o Estado.
A GLO tem duração limitada, não havendo obrigação do governo federal manter a garantia até as próximas eleições, ou mesmo além.] Doria se dispôs a enviar 100 homens, 20 viaturas e dois drones da PM paulista, enquanto fazia consultas à procuradoria sobre o seguro para os homens da operação em outro Estado. O importante, para os governadores, era dar o recado para Bolsonaro e não deixar o Ceará ilhado entre bandidos agindo à luz do dia e PMs amotinados.

Simultaneamente, Camilo Santana estudava entrar com recurso no Supremo para obrigar o presidente a manter o Exército no Estado, de acordo com a Constituição. Em live na internet, Bolsonaro referiu-se à “minha GLO”. A GLO não é dele, muito menos deve ficar ao sabor de disputas politicas, mas mesmo assim seria drástico jogar o Supremo na mais nova crise entre Planalto e governadores e mais lenha na fogueira entre os Poderes.  Foi pela dupla pressão, dos governadores e da possível interferência do Supremo, que Bolsonaro decidiu e finalmente anunciou a prorrogação da GLO no Ceará, onde as negociações entre o governador e os PMs rebelados empacaram numa palavra: anistia.

Bolsonaro parece tratar tudo isso na base do “bem feito!”. Não percebe que quem está contra a parede hoje é o petista Camilo Santana, mas quem poderá estar amanhã é o País todo. Se o Ceará ceder e anistiar facções de uma força armada que tomaram de assalto quartéis, fecharam o comércio, tomaram viaturas policiais, desfilaram encapuzados e miraram para matar num senador licenciado [senador cuja irresponsabilidade deveria ser considerada, no mínimo, falta de decoro - somos levados a pensar que se fosse o presidente Bolsonaro o autor do ato tresloucado, estúpido, provocador, todos estariam querendo o seu 'impeachment'.] isso será um pavio de pólvora. Bolsonaro não lucra nada com isso.

Em reunião no Ministério da Defesa, quinta-feira, ele ouviu um balanço da presença da Força Nacional e do Exército no Ceará e tomou para si a decisão de prorrogar ou não a GLO. 
    Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:....]

No caso dele, uma decisão envolvendo dados reais, a disputa ideológica e, digamos, o seu jeito de ser. A vontade irresistível de dar mais um tranco nos governadores. Eu sou presidente, eu posso... Como pano de fundo, há a complexa questão das PMs, que são militares, mas não são subordinadas às Forças Armadas e sim aos governos estaduais. [As polícias militares, da mesma forma que o Corpo de Bombeiros Militar, são forças auxiliares e reserva e o Exército.
É legalmente possível, até que o comando das Forças Auxiliares seja exercido por um oficial das Forças Armadas. 
Durante o Governo Militar era essa a forma empregada e havia ordem - motins, só em fugídios  pensamentos.]  Convivem com as regras políticas dos governadores e lembram que são militares quando, por exemplo, tentam absorver regras camaradas na reforma da Previdência.

O fato é que 20 dos 27 governadores unem-se ao Supremo e ao Congresso para defender o equilíbrio da República, a democracia, os bons modos e o velho princípio de que “respeito é bom e eu gosto”. Os de São Paulo e Rio dão voz à reação, os do Nordeste tratam de controlar as contas públicas, atrair investimentos e manter os ganhos sociais. Há muitas divergências entre eles, mas trabalham o que há de comum.


É isso que Bolsonaro deveria fazer: marcar posição no que há de divergente, mas atuar em conjunto no que é de interesse do País e da Nação. Aliás, como ocorre quando governo federal e governo de São Paulo somam esforços contra um inimigo de todos, o coronavírus. Essa, sim, é uma ação republicana, ninguém perde, todos ganham. Mas é preciso algo que parece em falta: postura de estadista, noção da importância e dos limites do cargo. Ou seja, grandeza política e pessoal.

Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo




sábado, 22 de fevereiro de 2020

Policiais criam nó para o governo - Míriam Leitão

O Globo

O movimento dos policiais nos estados é um grande nó fiscal, político e de segurança para o governo. Greve de policial é crime, mas o governo não a condena porque essa sempre foi uma de suas bases eleitorais. O presidente culpou apenas o senador Cid Gomes pelo dramático evento no Ceará, e os filhos do presidente falaram que os policiais atiraram “em legítima defesa”, o que é um sinal claro de cumplicidade. Os amotinados são agentes públicos armados, por isso a proibição da greve. Na área econômica, o conflito ocorrerá no caso do Distrito Federal. O governo federal terá que enviar um PLN autorizando o reajuste já prometido pelo governador. Quando fizer isso, será difícil ser rigoroso com os outros estados.

O fato de Minas Gerais, que está em situação calamitosa há muitos anos, ter dado aumento de 41% fortaleceu todos os outros protestos. No Ceará, o governo estadual havia oferecido 13%, no Espírito Santo, 30%. Nos dois casos, o argumento é que se Minas, que é o pior estado em termos fiscais, pode dar um reajuste no patamar dos 40% os outros também podem. No Espírito Santo, a tese dos policiais é que o estado tem a melhor nota em termos de contas públicas, e Minas, a pior, portanto o reajuste não pode ser menor do que o dos mineiros. 

Esse foi o precedente de risco que o governo de Romeu Zema (NOVO) detonou.
Minas deixou de pagar ao Tesouro Nacional e aos credores privados, por força de liminares na Justiça. No governo Fernando Pimentel, o estado suspendeu o repasse das participações do ICMS aos municípios, o que é ilegal. Zema prometeu regularizar os atrasados em 2020, mas não conseguirá. Está negociando a entrada no Regime de Recuperação Fiscal, que exigirá um ajuste de R$ 140 bilhões em seis anos, R$ 50 bilhões a mais do que foi pedido ao Rio de Janeiro. Mesmo assim, o governo concedeu o aumento de salário aos policiais de 41%. A Assembleia piorou tudo estendendo o reajuste a 70% dos servidores. No resto do país, Minas produziu um efeito cascata. Foi o gatilho, na visão da área econômica, e fortaleceu os outros movimentos de policiais nos estados.

Mas a própria equipe econômica agora está contra a parede com o caso do Distrito Federal. O governador Ibaneis Rocha (MDB) prometeu um aumento de 37%, mas para isso ser concretizado o governo federal terá de enviar um projeto de lei ao Congresso, porque é quem paga as despesas de saúde, educação e segurança do DF. Em 2001, foi criado um fundo para essa despesa e é de lá que sairão os recursos. Contudo, será um péssimo sinal fiscal. A pressão sobre a equipe está muito grande.

Na área política, essa crise bate no âmago das contradições do governo Bolsonaro. As forças de segurança sempre foram a grande alavanca do presidente e dos seus filhos. Por isso é que o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) cometeram a irresponsabilidade de chamar de legítima defesa policiais amotinados atirarem contra Cid Gomes. O ato do senador licenciado foi mesmo tresloucado, invadir um quartel sobre um retroescavadeira, mas isso não justifica a reação do governo, que não condena os que praticaram o crime.

Na aprovação da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para o Ceará, Bolsonaro fez declarações que aumentaram o grau de ambiguidade, dizendo que estava enviando “os meninos para a uma missão que se aproxima de uma guerra” e pediu mais uma vez o excludente de ilicitude. O presidente não condenou o motim, mas acha que as tropas estão quase indo para a guerra. Difícil entender a confusão criada pelo chefe do executivo e a sua incapacidade de abandonar o papel de presidente do sindicato de policiais e militares.

Os reajustes terão um impacto forte nas despesas dos estados e são um  péssimo sinal para um país em que todo o setor público precisa ajustar suas contas. A fala atravessada do presidente e de sua família estimula um movimento que é ilegal. As muitas anistias que já foram concedidas no passado informam aos policiais que essa lei — a que proíbe greve de quem porta uma arma dada pela sociedade — não é para valer. Principalmente no governo do presidente que sempre estimulou esses protestos. Esse é um nó difícil de desatar.

Míriam Leitão, colunista - O Globo


sábado, 21 de dezembro de 2019

Bolsonaro quer que indulto para policiais siga critério de excludente de ilicitude em GLO

Medida ainda passará por ajustes e deve ser anunciada na próxima semana
 
— Anteriormente previsto para ser publicado até esta sexta-feira, o decreto do indulto natalino, que incluirá regras específicas para policiais, ainda passará por ajustes na próxima semana. O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na noite desta sexta-feira, que fará uma nova reunião na segunda. Ele adiantou que deseja que a medida siga os mesmos critérios do projeto de lei de excludente de ilicitude para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
 
Leia: STF afasta deputado Wilson Santiago, e PF faz buscas em sua residência

Enviada ao Congresso no final de novembro, a proposta quer isentar agentes de segurança de punição durante operação do GLO. Passam a ser considerado legítima defesa quando o policial atirar em quem, por exemplo, estiver portando uma arma de fogo ou na iminência de um ato de terrorismo, lesão corporal ou conduta capaz de gerar morte.
— Vou dar uma dica: tem um projeto dizendo da excludente de ilicitude em GLO. O que eu determinei a SAJ (Subchefia de Assuntos Jurídicos), o que for possível enquadrar no meu projeto no decreto de indulto, enquadre  — disse Bolsonaro.

Em conversa com jornalistas na porta do Palácio do Alvorada,  Bolsonaro disse que gostaria de ter assinado o indulto nesta sexta-feira. Entretanto, sinalizou que quer evitar que o decreto seja alvo de uma ação do Supremo Tribunal Federal (STF). — Não quero ser contestado no Supremo. Não adianta  decreto bonito. Depois fica no Supremo — disse Bolsonaro. O presidente voltou a dizer que gostaria de beneficiar policiais que tenha sido condenados em casos de grande repercussão como agentes envolvidos no caso Amarildo e do Eldorado dos Carajás.

O texto do indulto natalino que vem sendo discutido deve liberar policiais que cometeram homicídio, mas pretende incluir, no decreto, outros crimes que vedariam a possibilidade de receber o benefício. Técnicos analisam estipular que os agentes de segurança condenados por delitos contra a dignidade sexual, pedofilia, corrupção e organização criminosa fiquem impedidos de receber o indulto, que é o perdão da pena.

O decreto também definirá que não estão aptos a receber o perdão da pena condenados incluindo policiais — por crimes hediondos, tortura, tráfico de drogas e terrorismo, conforme vedado pela Constituição. São considerados hediondos, pela legislação brasileira, alguns tipos de homicídio: como os praticados em atividade típica de grupo de extermínio e o delito na forma qualificada, como, por exemplo, quando cometido por motivo fútil ou mediante recompensa. Portanto, policiais condenados por homicídio que não se enquadrem na categoria de hediondos poderão ser beneficiados. O texto é costurado sob medida para atender à promessa de campanha de Bolsonaro de garantir “retaguarda jurídica” para policiais que matem em serviço.



O Globo - Brasil



sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Além do excludente de ilicitude - Bolsonaro eleva de quatro para cinco projetos do ''pacote de segurança''

O presidente Jair Bolsonaro vai enviar ao Congresso mais quatro projetos sobre segurança pública, além do projeto de excludente de ilicitude, que dispõe sobre a concessão de “salvaguardas jurídicas” para militares e agentes das forças auxiliares de segurança pública que matarem em serviço. A previsão inicial era encaminhar o texto do excludente e outros três. Apesar do anúncio feito nesta sexta-feira (29/11), na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo federal não deu maiores detalhamentos sobre o “pacote de segurança”. 

As informações ditas até agora pelo próprio presidente sobre os projetos de segurança são superficiais. Um dos textos tem por objetivo permitir que uma pessoa com arma possa fazer “tudo contra o invasor” dentro de sua residência, uma espécie de “salvaguarda” para proteção da propriedade privada. Outro texto, também sem detalhamentos, tem por objetivo permitir a edição de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em reintegrações de posse em áreas rurais. O conteúdo das outras duas redações ainda é desconhecido.

O objetivo de Bolsonaro em encaminhar assuntos distintos para os diferentes projetos é favorecer a aprovação das matérias. “Serão cinco projetos. Podia ser um projeto só, mas daí embaraça tudo, não sei como funciona no Parlamento. Melhor decidir particularizar os projetos, aí fica mais fácil você defender e buscar o entendimento de todos. Se não, há um embaralhamento e aí não aprova nada”, ponderou. 

Havia, inclusive, a previsão de o governo encaminhar ao Congresso um dos quatro projetos restantes ainda ontem. “Não tive tempo de encaminhar outro projeto, que está pronto, deve ir segunda-feira”, comentou, sem, também, se aprofundar sobre a matéria. Tão pouco garantiu qual dos textos seguirá adiante. “Pode mudar a ordem, eu não sei, só isso, mas está pronto”, comentou. “Seriam quatro no total, são cinco agora, e é decisão da Câmara, não tem que se preocupar com isso. O que eu quero é proteger a população, dar andamento para que a população exerça sua legitimidade (para se defender)”, destacou. 

Política - Correio Braziliense





quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Nação e Exército - Merval Pereira


Escolas militarizadas não são modelo para o Brasil

A relação entre os militares e o presidente Jair Bolsonaro foi mais uma vez colocada em xeque por interferência do guru Olavo de Carvalho, que foi ao Youtube  para criticar a edição do livro do sociólogo Gilberto Freyre “Nação e Exército” pela Biblioteca do Exército.   O lançamento será amanhã na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), para comemorar os 70 anos da edição do livro. Olavo de Carvalho estranhou, questionando se a decisão seria uma indicação de que militares estariam se unindo a comunistas para afrontar o presidente da República. A análise nesse sentido foi publicada no blog bolsonarista “Sociedade Militar”, interpretando que a publicação do livro marca “o fortalecimento de uma ala mais progressista da força terrestre” e um “gradual afastamento do presidente da República e do governo como um todo”. [uma obviedade óbvia: Olavo de Carvalho é uma pessoa, os filhos de Bolsonaro são pessoas diferentes entre si, diferentes do Olavo de Carvalho e do Presidente Bolsonaro e este é diferente de todos os citados e das demais pessoas.]

O que provocou a ira de Olavo de Carvalho, que normalmente é elogiado pelo blog bolsonarista. Olavo, no seu blog, disse não acreditar que essa análise representasse a visão do Exército. A informação de que Gilberto Freyre, em 1949, fazia parte da Aliança Nacional Libertadora, formada por comunistas, antifascistas e militares descontentes, e que, portanto, o livr representaria uma visão ideológica diferente da do Exército é rechaçada pelos militares responsáveis pela edição. Que, aliás, começou a ser pensada cerca de três anos atrás, sendo impossível atribuir a ideia a uma mensagem cifrada contra o governo Bolsonaro.

O neto de Gilberto Freyre, que é secretário de Cultura do governo de Pernambuco, aprovou a ideia e fará um lançamento também em Recife. No livro, Gilberto Freyre defende a tese de que o Exército não deve ser convocado pela sociedade para atuar em todos os momentos de crise. Debate que continua atual devido ao acionamento do Exército para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em vários pontos do país, além de atuações na área de infraestrutura. A mensagem de Freyre é de união entre civis e militares para enfrentar os desafios futuros, como está ressaltado no livro.  Os militares, na verdade, não querem ser confundidos como parte do governo Bolsonaro, como não quiseram em qualquer outro governo, pois fazem questão de serem reconhecidos como parte de instituições do Estado brasileiro.

A participação de militares no governo Bolsonaro não significa a presença das instituições militares no governo, fazem questão de afirmar. O Comandante do Exército, General Pujol, sempre acentua que o Exército é uma instituição do Estado brasileiro, e não de governos, que são eventuais e ligados a partidos políticos. Por isso, há uma preocupação, por exemplo, com a adoção de “escolas militarizadas”, que fazem parte do programa do ministério da Educação e foram prometidas na campanha por Bolsonaro como politica de governo, embora alguns Estados já estivessem colocando em prática a ideia.

Essa proposta não conta com o apoio do Exército, cujos líderes consideram que o que se busca com essa adjetivação das escolas é segurança e disciplina, que não são objetivos dos Colégios Militares, mas consequência de um programa mais amplo de preparação dos alunos para a vida na sociedade.  Tanto que eles não são restritos aos militares, havendo oficiais superiores que não cursaram um Colégio MIlitar, e civis que cursaram e não seguiram a carreira. Os colégios militares não fazem parte da formação da carreira, que tem três pilares: a Academia Militar de Agulhas Negras; a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (Esao) e a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). 

Os colégios militares são considerados educação assistencial, e são procurados por seus alunos, não impostos pelo governo. Não representam, portanto, uma filosofia educacional militar que possa ser transferida para o sistema nacional de educação.
Os militares como instituição consideram que muitas vezes são usados como válvula de escape de políticos, especialmente na segurança, e agora na educação, que os convocam quando a situação é grave, mas só assumem a responsabilidade quando as intervenções dão certo. Recaem sobre os militares as falhas, e seria da mesma maneira no caso de o programa educacional baseado nos colégios militares dar errado.

Merval Pereira, jornalista - O Globo

 

sábado, 26 de maio de 2018

Oposição deve ser ignorada - são adeptos do quanto pior, melhor



Oposição critica uso das Forças Armadas para desobstruir rodovias

 Homens da Polícia do Exército garantem saída de caminhão-tanque de refinaria da Petrobras, na Baixada Fluminense. - Vladimir Platonow/Agência Brasil



Líderes pediram retomada de negociações


Lideranças da oposição ao governo na Câmara criticaram neste sábado a decisão do presidente Michel Temer de convocar as Forças Armadas para desobstruir as rodovias bloqueadas por caminhoneiros. Em nota, os deputados classificaram a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o território nacional como “absurda”.

“Além de ser um absurdo usar da força para resolver um conflito que poderia ser resolvido com diálogo, o presidente mais uma vez nos coloca perigosamente no limiar de um regime de exceção. A GLO editada por ele não é específica e possibilita o uso da força contra qualquer cidadão”, diz a nota assinada por líderes do PT, PDT, PCdoB e PSB. [os líderes dos partidos citados querem é que os doentes que já morrem nos hospitais - devido a roubalheira feita por políticos da hoje oposição - passem a morrer por falta de remédios retidos nas estradas; as pessoas passem fome, com risco de até passar sede, devido produtos químicos necessários ao tratamento da água estarem presos nos bloqueios; o partido comunista e o partido 'perda total' deveriam ser proscritos.
Só que quebraram a cara e mais uma vez perdem.
Temer começou errado, primeiro deveria ter exigido que os caminhoneiros desocupassem as vias rodoviárias para depois negociar;
negociou antes e quase complica tudo - mas, graças a DEUS, Temer corrigiu com a edição da GLO sua mancada e as rodovias começam  a ser desbloqueadas.]
 
A nota afirma que a solução para a crise deveria ser resolvida por meio de negociação com os caminhoneiros.  “Como líderes partidários e de blocos partidários na Câmara dos Deputados não aceitamos a quebra do regime democrático de direito e pedimos a revogação da GLO e a retomada da negociação com os caminhoneiros”, finaliza o texto.

O Globo