Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador TIRANIA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador TIRANIA. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 13 de junho de 2022

A TIRANIA E AS MORDOMIAS DA TOGA - Sérgio Alves de Oliveira

Os absurdos que se passam no Supremo

A maior de todas as mentiras das escritas na constituição é a de que “todos são iguais perante a lei” (CF,art.5º).

Na prática essa regra constitucional não funciona bem assim. Uns podem mais. Outros menos.

Mas de todos os privilégios absurdos que possam ser gozados no Brasil, sem dúvida o maior deles é aquele que garante um emprego “vitalício”, durante 40 anos, se for o caso,até a aposentadoria, aos 75 anos de idade  ( PEC da “Bengala”),  e uma remuneração que equivale ao teto pago no serviço público, a maior de todas, considerando a totalidade dos Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário (CF,art.37,XI).

Para o sujeito ser o beneficiário dessa “loteria”, basta ser “cidadão”, ter um mínimo 35 anos de idade, ilibada reputação e notório saber jurídico (CF art.101), sem que os responsáveis pela escolha tenham necessariamente qualquer tipo de formação ou capacitação para escolher, indicar, aprovar,  esses “privilegiados”.

Mas essa escolha de cargo de confiança “constitucional” corrompe totalmente a ideia da divisão dos Três Poderes Constitucionais,  concebida desde Platão e Aristóteles,na Antiguidade,e por Montesquieu, que a desenvolveu e ordenou cientificamente,no século 17 d/C, os quais deveriam funcionar entre eles com HARMONIA e INDEPENDÊNCIA, numa espécie de balança de freios e contrapesos.

Mas as “adaptações” constitucionais feitas no Brasil acabaram deixando o Poder Judiciário totalmente refém dos políticos eleitos, exigindo requisitos mínimos e altamente subjetivos, de maneira que o nome do candidato seja escolhido livremente pelo Presidente da República, Chefe do Poder Executivo Federal, e homologado pelo Senado Federal, sem que haja necessariamente “habilitação”do escolhido para o cargo, de quem indica, e dos que aprovam a escolha.

Mas especialmente a partir de 1985, após o término do Regime Militar instaurado pela revolução cívico-militar de 31 março de 1964, com e devolução do poder aos políticos, muitos de má-formação, as indicações e escolhas para os Tribunais Superiores, inclusive para o STF, passaram a ser norteadas muito mais por “ideologizações”políticas ou partidárias do que por qualquer outro pré-requisito exigido para tal fim,ou seja, ser “cidadão”, ter idade mínima de 35 anos,ilibada reputação e notório saber jurídico.

A partir de 1985, portanto, com o retorno da nação às mãos da esquerda,os tribunais superiores brasileiros passaram a ser meros “aparelhos” da esquerda. Dos onze componentes do STF, por exemplo, nove deles foram nomeados por essa facção ideológica, esquerdista, marxista,progressista,socialista,e seja lá o que mais for.

O resultado de toda essa “bagunça” é que a esquerda governou de 1985 até 2018, perdeu a eleição presidencial, para uma candidatura considerada conservadora, Jair Bolsonaro, porém CONTINUOU GOVERNANDO mediante boicotes e sabotagens “jurisdicionais”contra o novo governo.

Instalou-se, portanto,uma típica intervenção ditatorial do Poder Judiciário, através da sua instância maior,o Supremo Tribunal Federal.   Portanto, a melhor forma de manter o poder político, mesmo perdendo a eleição, é ter uma “equipe” de “togados” no Supremo, preferencialmente nomeados com a idade mínima, 35 anos, com identidade de ideologia, e que se aposentarão somente aos 70 anos de idade, por consequência,exercendo um mandato de até 40 anos.

Esse poder “remanescente” de quem deixa o governo,que “rouba” o poder do candidato eleito, funcionaria à semelhança do “rastro”,da “esteira”, de um corpo celeste, de uma estrela, com longa duração, podendo chegar aos 40 anos,mais de um terço de século. E nesse “rastro”,o Supremo governa. Não deixando governar!!!

Mas não é só. Mais grave ainda é o desrespeito do STF à “Carta” da qual ele deveria ser o “guardião”. Segundo disposto no art.5º,II,da CF, ”ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”. É verdade,Senhores Ministros?

Mas que princípio da “legalidade” seria esse, onde a constituição e a lei são totalmente desprezadas, dando lugar aos regulamentos e regimentos internos do STF, escritos, interpretados e aplicados por Vossas Excelências?   
Onde estaria o princípio “legal”,e não regimental,ou regulamentar, do inquérito das “Fake News”,do “fim do mundo”? 

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


sábado, 5 de março de 2022

O Fim da Beleza vira alvo de esquerdistas radicais, mas já foi visto por mais de 1 milhão - Cristina Graeml - VOZES

Gazeta do Povo

O Fim da Beleza, documentário recém-lançado da Brasil Paralelo, é o mais novo alvo das milícias digitais travestidas de "censores do bem". Depois de um dia inteiro de ataques nas redes sociais, sem querer a militância trouxe à tona, de novo, a hipocrisia do discurso da esquerda, que acusa os outros do que ela própria faz.

>> >> Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram

Quem é retrógrado e autoritário? Quem se propõe a valorizar o que é belo e construir um pensamento crítico acerca da poluição visual das cidades, por exemplo, ou da feiúra hoje tratada como arte? Ou quem sequer aceita o debate e tenta até impedir que ele exista?

Ao promover mais uma uma campanha de cancelamento contra quem pensa diferente, a militância de extrema esquerda deixa claro que é ela quem adora tirania e censura.

A vítima da vez foi uma trilogia que propõe um novo olhar sobre o que estamos vendo e o que nos está sendo empurrado como arte. Aparentemente a esquerda não quer assistir, nem discutir o assunto, mas também não quer permitir que os outros assistam ou discutam.

Prefere propor o banimento do filme para que as pessoas fiquem presas à ideia de que bonito é o só o que os ditos “progressistas” criam ou apreciam.

Brasil Paralelo e “O Fim da Beleza”
O Fim da Beleza
é uma série documental de três episódios, que estão disponíveis de graça no YouTube da Brasil Paralelo, como todos os outros filmes da produtora, que surgiu em 2016 se propondo a ampliar o acesso à cultura e tratar de temas ignorados pela maior parte dos cineastas e produtores de filmes nacionais.

A linha condutora dos roteiros é conservadora, pautada em valores que são os mesmos da maior parte dos brasileiros, conforme já ficou provado em pesquisas. Não à toa as dezenas de documentários já lançados nesses 5 anos de atuação da empresa tiveram milhões de visualizações. O público tem aprovado a qualidade do material produzido e provado que existe demanda por conteúdo que fuja do massacre midiático imposto pela esquerda.

Campanhas de cancelamento e censura
Desde que surgiu a Brasil Paralelo vem sendo alvo de críticas e campanhas de difamação promovidas pela militância de esquerda, que não aceita ver produções questionando o “politicamente correto”, levando o público a reflexões que não vinham sendo feitas nas últimas décadas, onde um pensamento único dominou o meio artístico e acadêmico.

Nessa trilogia, especificamente, a Brasil Paralelo convida o público a questionar o lado estético da arte contemporânea e até a arquitetura das cidades, levantando um debate sobre o que é belo, afinal, nesses tempos em que museus exibem telas em branco ou com qualquer rabisco, sem moldura ou assinatura.

A série de documentários mostra obras de arte consagradas contrastando com a feiúra e o vazio criativo explicitados em performances com gente nua, disponível até para ser tocada pelo público (incluindo crianças), como se isso fosse uma grande expressão artística.[RELEMBRE: 'queermuseu' é uma aberração com apologia à pedofilia, à zoofilia, vilipendio à religião e consiste de tudo mais que for reprovável, repugnante.]

É claro que os “inteligentinhos”, como bem definiu o filósofo e escritor Luís Felipe Pondé (um dos entrevistados, aliás, no documentário o Fim da Beleza), não gostaram de ver a “arte” que eles tanto valorizam questionada.  Partiram para o ataque, chamando a Brasil Paralelo de "produtora de extrema direita" e lançando uma campanha contra a exibição do documentário.

Acontece que a triologia já estava lançada e fazendo muito sucesso. Somados, os três episódios já tinham ultrapassado a marca de um milhão de visualizações no YouTube quando a esquerda descobriu o filme.  E só descobriu, porque a produtora lançou um convite para estudantes organizarem exibições do documentário nas universidades e, assim, promoverem um debate saudável e necessário sobre um tema sobre o qual professores não costumam se debruçar. Muitos, de fato, fizeram sessões de cinema seguidas de discussões sobre arte e beleza.


Tentativa de censura na UFPR
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), um grupo de alunos ousou agendar a exibição do primeiro episódio do filme para uma sala da faculdade de Direito. Tão logo souberam do evento, professores e alunos de esquerda começaram a pressionar a coordenação do curso de Direito e até a reitoria, para tentar impedir que a sessão de cinema ocorresse, alegando ser incompatível com um espaço de universidade pública.

Um perfil no Twitter, criado só para difamar e lançar campanhas de ódio contra os fundadores da Brasil Paralelo, foi pela mesma linha e propôs censura ao filme.

“O Fim da Beleza da BP [Brasil Paralelo] tem uma exibição marcada amanhã [dia 3] na faculdade de direito (sic) da @UFPR. É inadmissível este tipo de conteúdo sendo propagado em universidades PÚBLICAS. Conto com vocês para compartilhar e pressionar para impedir essa exibição. Os perfis são @DireitoUFPR e @UFPR”

Publicação do perfil Brasil para lerdos, no Twitter

A partir desse perfil, universitários e jornalistas militantes de esquerda fomentaram a campanha de censura, sugerindo inclusive que todas as produções da Brasil Paralelo fossem consideradas criminosas.  Agiram, mais uma vez, como um verdadeiro gabinete de ódio ou milícia digital, expressões que tanto usam para adjetivar os outros.

Os adeptos da cultura do “cancelamento” foram rápidos. Uma das  primeiras respostas ao post propondo censura sugeriu que marcassem o perfil do reitor da UFPR, para aumentar a pressão. No comentário seguinte o reitor já estava sendo marcado e cobrado. “É aceitável a propagação desse tipo de conteúdo dentro da Universidade Pública, senhor reitor?”, perguntou um militante, sem especificar o que há de errado com o filme.

Provavelmente nem sabia. É típico da esquerda falar do que não sabe, atacar um conteúdo só porque não gosta de quem produziu. Fingem que lutam contra a censura e promovem campanhas de censura; fingem defender a liberdade e tentam impedir a livre expressão do pensamento e o livre acesso a produções culturais sempre que o viés for diferente daquelas ideologias que defendem.

Este parece ser, aliás, o modus operandi da esquerda. Por que não criticaram o conteúdo, apresentando falhas, trazendo uma contra-argumentação? Quando não conseguem debater com argumentos tentam desqualificar o interlocutor.

Tentativa de criminalizar a produção de conteúdo conservador
Vários perfis, inclusive de jornalistas de esquerda, entraram na campanha de difamação do documentário, aparentemente sem sequer assistir. Teve militante de redação, que se diz liberal, promovendo enquete no Twitter para tentar associar o trabalho da Brasil Paralelo a crime. “Você seria a favor da proibição legal de documentários da Brasil Paralelo? E acha que produzi-los e veiculá-los deveria ser crime?”, perguntou o militante sem a menor vergonha de revelar-se autoritário. Tomou uma lavada! Quase 90% dos que responderam disseram NÃO.

O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, também não se rendeu à pressão. Ele defendeu a liberdade de expressão dos estudantes e o direito de usarem as dependências da universidade para exibir o filme.

Tiro saiu pela culatra
O Fim da Beleza
nada mais é do que uma retrospectiva de cem anos de manifestações artísticas, desde o fim da Primeira Guerra Mundial, quando as máquinas da revolução industrial começaram a inspirar até a arquiteura e as formas artísticas foram deixando de se inspirar no homem e na natureza para seguir o maquinário industrial.

Professores, críticos de arte, arquitetos, filósofos e psicólogos entrevistados defendem que a decadência estética interferiu negativamente na sociedade, mudando nosso jeito de ver a beleza. É uma tese até que pode ser contestada, mas por que precisaria ser abolida do debate? Este não foi o primeiro documentário da Brasil Paralelo que sofreu campanha de difamação por pessoas que claramente sequer conheciam o conteúdo.

A turma que sempre exige empatia, respeito às diferenças, que se diz contra a censura, mas ataca a liberdade de expressão dos outros, já tinha promovido ataques de ódio e desinformação contra a produtora de filmes na época do documentário de estreia - 1964, Brasil Entre Armas e Livros.  O filme aborda o período do regime militar no Brasil, apresentando depoimentos e documentos inéditos levantados até no exterior, que trazem novos elementos para entender aqueles anos da história política brasileira.

Aqui vale um parênteses: jornais que difamaram a empresa Brasil Paralelo e o filme 1964, antes mesmo do lançamento, foram condenados pela Justiça a se retratar, abrindo espaço para direito de resposta. Tiveram que admitir que tinham falado mal do filme sem sequer conhecer o conteúdo e que os artigos publicados não condiziam com a realidade.

Liberdade de expressão
Não adianta quererem cancelar pessoas e produções só por serem conservadoras.
Ser conservador não é crime. Ainda que na pandemia a gente tenha visto até as redes sociais entrarem na onda da censura, impedindo médicos, cientistas, parlamentares e jornalistas conservadores e questionadores de falar, a liberdade de expressão está garantida na Constituição brasileira.

Quase todos que tiveram vídeo derrubado ou perfil bloqueado, e entraram na Justiça, conseguiram resgatar o acesso a posts apagados e contas banidas. No caso específico da tentativa de censura ao filme O Fim da Beleza, o feitiço virou contra o feiticeiro, como diz o ditado popular.

A sessão de cinema na Universidade Federal do Paraná foi mantida. O documentário foi assistido por um grupo pequeno de estudantes, como estava previsto, mas agora tem muito mais visibilidade, graças à repercussão feita pelos militantes raivosos que queriam, porque queriam censurar.  A Brasil Paralelo inclusive aproveitou que os fãs dos documentários da produtora estavam contestando os difamadores nas redes sociais e escancarou a hipocrisia. Primeiro compartilhou o post de um seguidor que fez um apanhado de fotos de “performances artísticas” bastante questionáveis, exibidas dentro de universidades federais.

“O Fim da Beleza” nas universidades não pode, mas…”, diz a legenda para o repost de fotos dos “artistas” nus se acariciando em público ou em poses obscenas para causar constrangimento a quem assistia. No texto, junto da publicação, o perfil da Brasil Paralelo publicou um resumo do ataque que sofreu.

"Quando criticados (nunca censurados) por suas "performances artísticas", alegam que as universidades são território de livre expressão. Mesmo o corpo humano é exposto e explorado publicamente. Nossa primeira produção de 2022 aborda um problema silencioso, pouco discutido no país, mas que afeta todos nós."

Post da Brasil Paralelo no Instagram.

"Viajamos pela Europa, EUA e Brasil para entrevistar grandes especialistas no assunto. Para o documentário O Fim Da Beleza ganhar vida, não investimos apenas dinheiro. Nossa equipe também investiu incontáveis horas de trabalho para chegar no cerne da questão e explicá-lo de modo simples. Debates, análises e investigações…"

"O longo processo criativo resultou na trilogia disponibilizada gratuitamente. Em poucos dias, a exibição voluntária de O Fim da Beleza em escolas e universidades começou a ocorrer. Ao compreenderem a profundidade da questão, alunos e professores enxergaram a necessidade de discutir o conteúdo dos episódios."

"Mesmo com todo esse esforço, há quem queira censurar o documentário. Não querem o livre debate em universidades. Influenciadores se manifestaram contra nossa liberdade de expressão. Universitários pediram boicote. Parecem estar fazendo de tudo para que apenas um lado do debate seja ouvido."

"Por que não nos deixam introduzir novas ideias no debate público? Após anos batalhando pela liberdade de expressão, não podemos aceitar a censura. O Fim da Beleza precisa circular livremente. Ajude-nos assistindo e divulgando o documentário."

A produtora também compartilhou no Instagram uma reportagem do jornal Folha de São Paulo que alimentava a polêmica. E escreveu: “O Fim da Beleza, mais novo documentário da Brasil Paralelo, segue incomodando quem estava acostumado a um discurso único, hegemônico, nas universidades”.

"Bastou confirmarmos a exibição do filme na Universidade Federal do Paraná e os censores de Twitter já começaram a se mobilizar, ganhando mesmo destaque na grande imprensa. Ironicamente, um filme que critica o autoritarismo está sofrendo tentativa de censura. É um documentário com a presença de acadêmicos nacionais e internacionais, de reputação consolidada e com extensa bibliografia."

"Logicamente estamos abertos a críticas, mas a universidade brasileira precisa aprender a dialogar em vez de tentar proibir. Eles podem defender um mictório como arte, crianças tocando em um homem nu como arte, mas não podemos defender as obras de Florença, Veneza e Michelangelo?"

Post da Brasil Paralelo no Instagram.

Para finalizar, vale dizer que o documentário O Fim da Beleza parte de uma pergunta: “Se a beleza está nos olhos de quem vê, como estamos enxergando o mundo”?

É uma boa provocação. Olhe ao seu redor, pense nas pichações, chamadas por muitos de “arte urbana”. Pense no que se vê nas bienais de arte e no que se produziu antes, por gerações passadas, que deixaram um legado de muita beleza para a humanidade.

Ao me deparar com notícia a notícia de que estavam querendo calar uma reflexão profunda como essa, sobre a morte do belo, lembrei da famosa frase de um de nossos maiores poetas e compositores. Vinícius de Moraes não foi cancelado ao dizer: “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”.

E como sua obra sobrevive até hoje, acho que continua valendo o recado que, penso eu, ele quis passar: olhe e aprecie o que é belo, porque a beleza é inspiradora.

Se ainda não tiver assistido, assista ao documentário O Fim da Beleza. Não se deixe manipular. Comente só depois de assistir. Se não gostar do que viu, argumente. Assim você não paga o mico de ficar dando uma de rebelde sem causa, como esses que tentaram censurar o filme e acabaram virando motivo de chacota.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

HÁ ESPELHOS NESSES GABINETES? - Percival Puggina

“Eu não acredito que as Forças Armadas se coloquem a serviço de um discurso inaceitável de um capitão”, diz Barroso sobre Bolsonaro.

Nem o balé Bolshoi consegue montar uma cenografia tão perfeita e coordenar seus elementos tão sincronicamente quanto o conjunto formado pela militância do STF e o mau jornalismo dos grandes grupos de comunicação. Funcionam tão bem que já há quem fale em união estável.


 

O Portal Alta Definição transcreveu o seguinte trecho da entrevista que o ministro concedeu à Globo News no último dia 16:

“O mau perdedor não reconhecer a vitória do vencedor pode ocorrer em qualquer parte do mundo, como aliás, ocorreu nos EUA, o presidente Trump jamais admitiu a derrota mesmo perdendo por muitos votos de delegados e teve 7 milhões de votos a menos que o presidente Biden. Ele não aceitou a derrota e ficou por isso mesmo, ele continuou não aceitando e o presidente vencedor tomou posse. O mesmo se passará aqui. Não há remédio na farmacologia jurídica contra maus perdedores”.

O TSE é formado por sete membros, sendo três do STF. Mesmo com a saída do ministro Barroso, cujo mandato se encerra dia 22 vindouro, a animosidade em relação ao governo como se sabe, não se altera com o ingresso do ministro Lewandowski. O atual colegiado do Supremo não vê as consequências junto à sociedade das decisões que toma, nem mesmo quando há uma eleição nacional em disputa. Para a democracia, o real desalinhamento da balança é mais ameaçador que uma imaginária linha de canhões.

Nesse sentido, a aprovação, o aplauso e a conivência dos grandes grupos de comunicação e do jornalismo militante muito contribuem para que se aprofunde a tirania. Não se deixe seduzir pela aparência benigna e generosa com que tais condutas costumam fantasiar todas as suas manifestações na História.

No entanto, é com preocupação que vejo esse ânimo tendo presença assegurada na composição do TSE que administrará e atuará com funções judiciais durante o pleito de outubro. Os três ministros do STF com assento no tribunal eleitoral são inimigos assumidos do presidente da República. 
Nem em atos públicos de posse dissimulam esse estado de espírito suficientemente impeditivo. 
 Mas estamos no Brasil e aqui ministros do Supremo falam mais que locutor de futebol em emissora de rádio.

Aliás, falam mais e com mais liberdade do que concedem a quem deles diverge. Mantêm, para estes, um inquérito permanente, um inquérito topa tudo, tamanho único, finis mundi (como o denominou o ex-ministro Marco Aurélio), com mil e uma utilidades, a exemplo do velho e prestativo Bombril. 

Enquanto falam como falam e agem como agem, reclamam de polarização, do clima da eleição e conclamam à pacificação! Existem espelhos nesses gabinetes?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Tirania X Liberdade - Cristina Graeml

VOZES -Gazeta do Povo 

Tirania da vacina desperta batalhas judiciais por liberdade

Tirania e liberdade são palavras que jamais deveriam aparecer juntas, mas infelizmente rondam os noticiários no mundo inteiro quase sempre coladinhas uma à outra. O Brasil, infelizmente, está na lista dos países em que governantes, no nosso caso locais, parecem ter gostado de brincar de controlar o ir e vir das pessoas ignorando o direito básico à liberdade, garantido na Constituição.

Embora críticos do presidente da República tenham passado anos tentando imputar a ele a aura de autoritário, são prefeitos, governadores, juízes, promotores de justiça e até diretores de escola que vêm demonstrando apreço pelo autoritarismo.

Com declarações, notas técnicas e até decretos fazem pressão, causam constrangimento e promovem perseguição a pessoas que optaram por não se vacinar contra Covid por temer os efeitos adversos das vacinas, ainda experimentais. Assim, tentam impor quase que à força uma vacina que não é obrigatória, conforme esclarece o próprio ministério da Saúde.

Tão estarrecedor quanto isso é ver parte da população aplaudindo os tiranos de plantão e dando combustível para o escalonamento do autoritarismo. Em janeiro, praticamente todos os dias alguma autoridade surgiu no noticiário anunciando medida controversa ou até ilegal.

Tirania e liberdade
A lista dos atentados às liberdades individuais em janeiro é tamanha que para não me alongar demais peço que assista à versão deste artigo em vídeo clicando no play da imagem que ilustra a página.  No vídeo trago não só essa lista, escancarando os maiores absurdos das últimas semanas (como proibição até de acesso a supermercado para quem não se vacinou, em Lauro de Freitas, na Bahia), mas informações também sobre como a população tem se defendido da tirania para garantir seu direito à liberdade.

Direitos humanos de crianças não vacinadas são desrespeitados por autoridades
Direitos humanos de criminosos, presos, índios, quilombolas, gays, lésbicas, transexuais e bissexuais, estão sempre na boca de militantes da esquerda. Apesar de se apresentarem como defensores do que chamam de "minorias", são os mesmos que agora promovem ataques à parcela mais frágil e indefesa da população, as crianças.

Faça parte do canal de Vida e Cidadania no Telegram

Nas últimas semanas temos visto uma campanha desenfreada de menosprezo a crianças não vacinadas e estímulo à segregação delas, como se fossem um perigo à sociedade e precisassem ser isoladas das demais. São crianças! E saudáveis.

Estão sendo discriminadas porque seus pais,
legitimamente, preferem esperar por mais garantias de segurança quanto a eventuais efeitos adversos dessas vacinas, algo que a farmacêutica Pfizer, primeira a ter o produto autorizado para uso em crianças no Brasil, promete para maio de 2026, conforme descrito no estudo feito pela própria farmacêutica em crianças, disponível na plataforma ClinicalTrials.gov do governo americano.

Há uma gritaria sem sentido nas redes sociais e, pior, também por parte de autoridades. Por isso achei oportuno ouvir um representante do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, justamente o responsável por políticas públicas de defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens. Na entrevista em vídeo, que você pode assistir clicando no play da imagem no topo da página, o secretário Maurício Cunha relata as denúncias que tem recebido e comenta sobre as providências que vêm sendo tomadas pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Maurício Cunha também explica que o caminho para reportar abusos aos direitos humanos é ligar para o Disque 100. Denúncias também podem ser feitas pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil. Ambos os serviços são administrados pela equipe da ministra Damares Alves.

Ataques explícitos aos direitos humanos das crianças
As redes sociais estão infestadas de gente que planta ódio e discriminação contra famílias que estão em dúvida sobre a necessidade de vacinar crianças agora e têm medo dos possíveis efeitos adversos graves já descritos nas bulas pelas próprias farmacêuticas. Nada espalha mais revolta e pânico, porém, do que declarações equivocadas de autoridades afirmando que a vacina contra Covid é obrigatória e ameaçando pais que não levarem seus filhos para vacinar de multa e até perda da guarda das crianças.

Entre inúmeros casos de abuso e desinformação, dois chamaram atenção recentemente por envolverem um juiz de direito e um prefeito, ambos da região da grande São Paulo. Em falas equivocadas, as autoridades promovem bullying e estimulam a intimidação, perseguição e até segregação escolar de crianças não vacinadas.
 
Juiz de direito erra sobre obrigatoriedade da vacina
Em entrevista a uma emissora de televisão semanas atrás, o juiz Iberê Dias, titular da Vara de Infância e Juventude de Guarulhos (SP), ignorou que as vacinas de Covid estão incluídas no Plano Nacional de Operacionalização do Combate à Covid (PNO). Durante a entrevista disse que fazia parte do calendário vacinal regular previsto no Plano Nacional de Imunização (PNI).

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, as vacinas do PNI são consideradas obrigatórias e, caso recusadas pelos pais, podem resultar em multa e, em casos mais graves, de exposição dos filhos a doenças infecciosas, até perda da guarda.

Além de afirmar, categoricamente, que a vacina de Covid é obrigatória (o que foi desmentido pelo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga), Iberê Dias espalhou pânico ao ser instigado pela repórter e aderir ao discurso de caça às bruxas. Em sua fala o juiz estimulou as pessoas que souberem de algum caso de criança não vacinada a formalizar denúncia junto ao conselho tutelar, para que essas crianças, eventualmente, sejam retiradas das famílias.
 
Prefeito promove bullying e sugere apartheid escolar
Outro que atacou os direitos humanos das crianças de forma explícita foi o prefeito Orlando Morando (PSDB), de São Bernardo do Campo, também na grande São Paulo. Em vídeo que viralizou nas redes sociais, ele diz que vai preparar uma lista de alunos não vacinados das escolas municipais para encaminhar ao Ministério Público com pedido de providências.

E ainda revela estar estudando, junto com a secretária de Educação, uma segregação formal entre crianças vacinadas e não vacinadas, como se as primeiras fossem necessariamente transmissoras de Covid e as demais necessariamente não fossem, teoria já desmentida pela Ciência, pelos fatos e pelas próprias farmacêuticas, que não garantem 100% de eficácia das vacinas e alertam que vacinados podem se contaminar e transmitir a doença.

Exemplo clássico foram os cruzeiros exclusivos para vacinados, que sofreram surto de Covid a bordo na costa brasileira neste início de 2022. A nova onda da pandemia, provocada pela variante ômicron, também tem mostrado que há vacinados com uma, duas e até três doses lotando as unidades de saúde e hospitais junto com pessoas não vacinadas.

Como fica a questão dos direitos humanos diante de tantas ameaças, campanhas de ódio, pressão e constrangimento a crianças e jovens? Como os pais que se sentirem coagidos, ameaçados ou perceberam discriminação contra seus filhos devem proceder? 
Na entrevista, o secretário traz respostas e um recado direto aos pais.

    "A criança pertence à família. Ela não pertence ao Estado. O Estado entra quando há graves violações dos direitos dessa criança no seio da família. A criança é da família."
    Maurício Cunha, Secr. Nac. de Defesa da Criança e Juventude


Assista à entrevista completa com o secretário Nacional de Defesa da Criança e Juventude, Maurício Cunha, clicando no play na imagem no topo da página. Depois deixe sua impressão e comentário sobre esse assunto para contribuir com o debate.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


Estão tornando a tirania cada vez mais cômoda para os tiranos - Gazeta do Povo

J. R. Guzzo

Um dos aspectos mais destrutivos no crescente arsenal de medidas de repressão contra a Covid, talvez o mais venenoso de todos eles, seja o entusiasmo com que o Judiciário, as “autoridades locais” e a máquina pública brasileira em geral vêm atacando as liberdades públicas e os direitos individuais neste país.

Não se trata mais de surtos individuais de pequena tirania. Parece, cada vez mais, ser uma guerracomo fica comprovado, agora, com as decisões do Supremo Tribunal Federal e do Ministério Público de retirarem dos pais a guarda dos filhos que não tomarem vacina. Nem na “ditadura militar de 1964”, que até hoje deixa a esquerda brasileira fora de si, alguém pensou em fazer um negócio desses; se pensasse, seria posto para fora do governo e internado num hospital de doenças mentais.

Mas qualquer coisa feita “contra a covid” no Brasil de 2022, ou “para salvar vidas”, se transformou em virtude cívica superior. É a “nova sociedade” que estão construindo na cara de todo mundo, aqui e lá fora: o cidadão, em tudo o que diga respeito à “pandemia”, precisa esquecer à sua própria liberdade constitucional, conforme estabelecida em lei, e obedecer à autoridade. É essa a função central de sua vida: obedecer. Obedecer ao governador, ao prefeito, ao fiscal e a quem mais aparecer pela frente com um “protocolo” dizendo que é essa, agora, a sua obrigação legal.

Que a esquerda brasileira e mundial tenham aderido automaticamente ao pacote de pressão à covid não é nenhuma surpresa

A esquerda está sempre contra a liberdade, por princípio, em qualquer causa; se não estivesse, não haveria no mundo lugares como Cuba ou Venezuela, e nem Lula teria como uma das principais metas do seu eventual governo o “controle social dos meios de comunicação”.

Também não chega a ser um espanto que a governadorzada e a prefeitada que estão aí tenham se convertido tão rapidamente à religião da covid; foi oferecida a eles todos a possibilidade de serem pequenos ditadores em seus espaços, sem risco pessoal para ninguém, e é claro que gostaram muito. Além do imenso atrativo de autorizar gastos sem licitação, um prefeito, hoje, pode segregar crianças que não tomaram vacina; pode fazer uma penca de disparates como esse. É claro que não resiste.

Pior que isso tudo, porém, é a crescente cumplicidade de tanta gente, a começar pela maioria dos meios de comunicação, com a supressão dos próprios direitos. Estão tornando a tirania cada vez mais cômoda para os tiranos.

J. R. Guzzo, colunista  - Gazeta do Povo - VOZES 

 

domingo, 4 de julho de 2021

Ditadores, saiam do armário - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza

O governador do Rio Grande do Sul foi um dos líderes dos trancamentos por suposta segurança sanitária. Saiu fechando tudo, assim como seu colega e correligionário de São Pauloambos se apresentando como presidenciáveis, ambos dizendo seguir a ciência contra um presidente negacionista, ou seja, ambos fazendo política.  
Se essa política servisse para cacifá-los à Presidência e também para proteger as pessoas da pandemia, ótimo. 
Infelizmente, não serviu para nenhuma das duas coisas. Não serviu para nada. Ou melhor (pior): serviu para piorar a vida das pessoas.

Com quase um ano e meio de pandemia, o governador do Rio Grande do Sul resolve dar uma entrevista confessional. Para falar de tudo. Qualquer um teria o direito de esperar que ele finalmente fosse explicar por que fez os gaúchos passarem a se sentir como se vivessem na Coreia do Norte. Mas ele não falou disso. Depois de quase um ano e meio de tirania, o governador revelou que é gay.

LEIA TAMBÉM: A lição japonesa e as prioridades na educação

Na condição em que está, com a quantidade de explicações que tem a dar, com a quantidade de contas que tem a prestar, o governadorzinho de estilo soviético autoriza você, a partir dessa revelação, a uma série de conjecturas. 
O que esse personagem quis dizer? 
Que a opção sexual dele lhe dá poderes supraconstitucionais
Que ser gay é credencial para subjugar a população por um ato de vontade?

"Não”, responde você. “Ele só quis contar que é homossexual”. Ok. Então vamos responder a ele com a mesa singeleza: companheiro, com quem você dorme é problema seu. Poderia até ser saudável o compartilhamento da sua experiência se você tivesse algum exemplo para dar no terreno da liberdade – mas você não tem nenhum. Você é um ditador que não saiu do armário – e quer posar de humano. Não cola. Saia do armário primeiro. Assuma o seu autoritarismo covarde, fantasiado de empatia. Depois disso pode ser até que valha a pena conversar com você – mas autoritário não é chegado a conversar. É chegado a prender.

Onde estão os laudos comprovando a eficácia das suas medidas extremas que prenderam a população e lhe roubaram direitos básicos de cidadania?  
Onde está a comprovação das suas ações brutais que chegaram ao nível fascista de lacrar gôndolas de supermercado com o pretexto de diminuir o contágio? 
Onde estão os estudos anteriores e posteriores a essa barbaridade atestando seu resultado no controle ou mitigação da pandemia? Companheiro: você tem OBRIGAÇÃO de demonstrar cientificamente isso, porque se a sociedade não desistiu para sempre do estado de direito, você vai ter que responder pelo que fez.
Uma dica sobre algo que você já sabe: você nunca vai demonstrar tecnicamente a eficácia do seu surto trancador. 
Porque não há no Rio Grande do Sul, nem na América do Sul, nem no Hemisfério Sul, nem no Hemisfério Norte, nem no mundo inteiro estudo algum comprovando que bloquear alas de supermercados – enquanto o transporte público, por exemplo, continuou levando as pessoas de lá para cá em ambientes fechados e frequentemente aglomerados tem alguma serventia para bloqueio ou redução de contágio.

Ao contrário. Há estudos e ensaios (ver John Ioannidis, Michael Levitt e outros pesquisadores laureados) mostrando que as áreas com lockdown mais severo não alcançaram vantagem sobre as que não restringiram tanto em termos de enfrentamento à pandemia. Não vale fazer como o seu correligionário de São Paulo, que botou o Instituto Butantã para soltar panfletos com número exato de vidas supostamente salvas por esse trancamento burro e grosseiro. O nome disso é fraude.

Governador, pode falar à vontade sobre a sua vida sexual aos que se interessarem por ela, que isso não o redimirá da sua fraude. Você não tem ciência nenhuma. Você tem um slogan. E ele não salvou ninguém. Mas os prejudicados pelo seu espetáculo prepotente, destrutivo e mórbido são seus credores. Não adianta se esconder em propaganda politicamente correta que não ajuda minoria alguma. A sua única chance é a liberdade, contra a qual você atentou, morrer de vez. Do contrário, você terá de pagar pelo que fez.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES



sábado, 5 de junho de 2021

TIRANIA E COVARDIA - Percival Puggina

A grosseria na CPI é termômetro da covardia
Aproveitar-se do poder conferido pelo mandato para ofender os depoentes é atitude reprovável, típica de tiranos e de abusadores. 
Senadores cobram dos interrogados um respeito que não lhes concedem. Quantas vezes os trabalhos da CPI me fizeram lembrar as assembleias estudantis do início dos anos 60! 
 
Militantes da esquerda de então, ensaiavam os mesmos artifícios, a mesma gritaria, os mesmos recursos regimentais para fazer calar a divergência. Mas eram adolescentes e lá havia o recurso da hombridade: “Te espero na saída!”.[pouco a pouco, os inimigos do Brasil vão criando as condições dos anos 60, especialmente as situações vividas a  partir de 68;
Quanto ao abusivo, deseducado e desrespeitoso comportamento dos senadores que integram a CPI - não de todos e sim dos que se julgam os donos do Circo Parlamentar de Inquérito, que são: senador Omar - quando governador do Amazonas teve mulher e filho presos por corrupção na área de Saúde; 
o relator Calheiros, respondendo a vários processos por corrupção;  
o senador petista, Humberto Costa, vulgo 'Drácula' = alcunha que recebeu quando ministro da Saúde do condenado Lula, por envolvimento em crimes envolvendo bancos de sangue, investigados na operação 'sanguessuga'; 
o senador Jader Barbalho, senador com experiência no uso de  algemas, é pai  do governador do Pará - que comprou respiradores emuma loja de vinho;
o senador Rodrigues, especializado em encrencas que sempre perde; e, fechando, aquele senador médico - nos parece que seu nome é Otto Alencar - que a TV Funerária tem o cuidado de destacar ser ele médico - ressalva usada, talvez, por ele ser dos tempos em que as sanguessugas eram utilizadas como remédio. 
Fazemos questão de declarar não ser do nosso conhecimento  nenhum fato que desabone os senadores Rodrigues e Otto - apesar de andarem em más companhias. Os quatro primeiros deixamos por conta dos nossos dois leitores concluírem, após rápida pesquisa, sobre o histórico do trio parada dura.]

Nem naqueles tempos, contudo, o desrespeito da militância esquerdista se voltava contra as colegas. Impensável então, tanto quanto hoje, fazer o que alguns senadores fazem ao interrogar mulheres nas sessões de tortura da CPI. E tudo perante o silêncio complacente da mídia e do feminismo militantes, que só zelam pelas mulheres de esquerda.

Disse bem o Simers em nota de repúdio:

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul manifesta indignação ao tratamento de senadores às médicas Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi, na CPI da Pandemia. A entidade repudia veementemente constrangimentos submetidos às respeitadas cidadãs, mulheres experientes, profissionais com qualificados currículos e respeito profissional. 

O ambiente de hostilidade e absoluto demérito a posicionamentos contrários aos dos questionadores que se direcionaram às médicas, além de expostos preconceitos, denota profundo desrespeito ao ato médico. O fato ataca profundamente toda a categoria, independentemente da atuação de cada profissional. 

Mais contundente ainda falou o presidente do Conselho Federal de Medicina, órgão máximo da categoria, em manifestação cuja íntegra pode ser assistida aqui. Afirma o Dr. Mauro Ribeiro:

Infelizmente, aquilo que nós temos visto nessa CPI da Covid é inaceitável, é intolerável, principalmente quando nós vemos médicas, como no caso das doutoras Nise Yamagushi  e a Mayra Pinheiro, que estiveram lá recentemente, sendo completamente destratadas por alguns senadores que fazem parte daquela Comissão Parlamentar de Inquérito. Isso, para o CFM, instituição maior da medicina brasileira, é intolerável, é inaceitável sob todos os pontos de vista.

Antes de encerrar lamentando o ambiente tóxico da CPI, o presidente do CFM, dirigindo-se ao senador Otto Alencar por sua conduta em relação à colega doutora Nise Yamaguchi quando depondo à CPI, disse:

O senhor é um médico e deveria refletir sobre aquilo que o senhor fez, a deslealdade que o senhor teve com uma médica mulher. Sua atitude como senador da República poderia, até, ser caracterizada como um ato de misoginia, tamanha a agressividade que o senhor teve naquele momento e a desqualificação que o senhor fez com uma mulher que estava ali convidada.[Doutor Mauro Ribeiro: por favor, tenha presente que a CPI Covidão está sendo a única forma do médico Otto se tornar conhecido - os holofotes o deixaram sem noção.
A fama é efêmera, mas costuma causar males permanentes nos que não estão preparados para desfrutá-la.]

Creio estar minha opinião suficientemente respaldada, seja por minha observação pessoal, seja pelos depoimentos transcritos, aos quais se somaram protestos de outras senadoras e senadores presentes às sessões da Comissão. Essa CPI faz mal a si mesma e mostra ao Brasil a face sinistra de políticos e partidos que, exatamente por serem como são e agirem como agem, têm que ser mantidos, por opção democrática da sociedade brasileira, longe de posições de mando. São tiranetes em busca de mais poder.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Ditadura da toga - Ditadura não começa só com golpe, pode surgir de ataques à liberdade de expressão - Vozes - Gazeta do Povo

Cristina Graeml

Ditaduras nem sempre começam com golpe como costumeiramente se pensa. Nem sempre partem de uma ação orquestrada por grupos poderosos com apoio das Forças Armadas e às vezes até da população. Há tiranos eleitos disfarçados de democratas, que depois não abrem mão do poder e nele se perpetuam corrompendo os demais poderes e promovendo eleições fraudulentas. E há tiranias veladas, infiltradas em democracias, que se firmam conforme vão minando as liberdades individuais e depois avançam sobre o poder.

Trago para a coluna de hoje, com versão em vídeo, parte da história de um imigrante venezuelano no Brasil que já contei nesta coluna em artigo publicado nesta quinta (18). Ela me fez ver semelhanças entre a tirania praticada pelo governo de Nicolás Maduro e o cada vez mais claro autoritarismo de parte do Judiciário brasileiro.

Essa história traz lições importantes sobre o que pode acontecer a uma nação sem liberdade sequer para se manifestar. E justamente na semana em que vimos os ministros do Supremo Tribunal Federal avançarem sobre a liberdade de expressão e a imunidade parlamentar, num claro desrespeito à Constituição.

Ditadura na Venezuela
Se você leu a entrevista com o professor universitário Pedro Pérez (nome fictício por questões de segurança) sugiro que avance no texto, mas trago um pequeno resumo aqui, com a recomendação a quem não leu para que volte à coluna e conheça melhor a história.

“Venezuela não é socialista, aquilo é comunismo”, diz professor que fugiu de Maduro

Na Venezuela, onde morou até novembro de 2018, o professor tinha um segundo emprego como agente penitenciário. Com a recessão, que trouxe fome e miséria extrema, as manifestações contra o governo se tornaram comuns e Maduro decidiu resolver o problema com seguranças armados.  Foi assim que agentes penitenciários foram convocados a trabalhar na rua, usando a força contra quem protestasse e atuando junto às milícias armadas, os chamados coletivos - formados por criminosos que foram soltos sob a promessa de combater ataques ao governo.

Como recusou-se, Pedro foi acusado de traição à Pátria, crime com pena prevista de 30 anos de prisão. E passou a ser perseguido. Decidiu fugir às pressas em direção à fronteira mais próxima (Roraima) no dia em que teve a casa incendiada pelas milícias. Veio acompanhado apenas dos filhos. Não houve tempo sequer de encontrar a esposa ou outros parentes. Há dois anos vive escondido, trabalhando em subempregos, já que é impossível tirar a 2ª via dos diplomas universitários para tentar validação no Brasil.

É apenas uma entre centenas de milhares de histórias de dor e injustiça. Segundo a ONU pelo menos 3 milhões de venezuelanos, o equivalente a 10% da população, deixaram o país nos últimos anos. Nem todos por causa de perseguição política; mas todos, sem exceção, fugindo da fome e da miséria nesse lugar que alguns ainda tentam vender como paraíso socialista.

Mentiras e verdade
Muitos brasileiros não entendem a dimensão da tragédia da Venezuela, porque são enganados por narrativas mentirosas de políticos de esquerda aqui do Brasil, que apoiam o ditador venezuelano. É gente que se deixa doutrinar por uma alucinação ideológica e parece perder por completo a empatia; fica incapaz de se colocar no lugar de uma população que corre atrás dos caminhões de lixo para procurar o que comer. A fome chegou a esse ponto na Venezuela!

É um país onde nem os necrotérios funcionam mais por falta de energia para manter as câmaras frigoríficas ligadas; onde o salário mínimo é equivalente a 60 centavos de dólar, mais ou menos uns 3 reais. E onde um quilo de frango custa 10 dólares, mais de 50 reais. O salário de um ano inteiro não é suficiente pra comprar um quilo de frango. A situação de miséria do povo deixa claro que esse socialismo dos discursos da esquerda é uma mentira: não socializa nada, só a pobreza. E na Venezuela é tirano, violento, usurpador de direitos da maioria em proveito de poucos.

A Venezuela segue nas mãos de milícias comandadas por um ditador que não tem qualquer respeito pelo Estado Democrático de Direito. Maduro é acusado de corromper generais para ter o controle do Exército e de fraudar eleições. Ele tomou conta da Assembleia Nacional e sabe-se lá a que custo, conseguiu o apoio da Suprema Corte.  
Não à toa ninguém mais confia no Judiciário venezuelano, que manda soltar presos condenados ao mesmo tempo em que faz vista grossa para prisões arbitrárias de adversários políticos, cada vez mais comuns.

Viu alguma semelhança aí com o Brasil?

Ameaças às liberdades e à democracia
A essa altura todos sabemos que a vida na Venezuela virou um inferno. Quem se informa não se deixa enganar pelos discursos da esquerda, que tentam amenizar o estrago feito pelo populismo de Hugo Chávez, depois transformado em ditadura pelo sucessor Nicolás Maduro. Mesmo com o fechamento de jornais e emissoras de rádio e TV e todas as tentativas de esconder o óbvio, há muita fonte de informação disponível: de vídeos no YouTube a relatos nas redes sociais, quase todos publicados pela imprensa estrangeira ou por venezuelanos que fugiram do país.

Não há mais imprensa livre na Venezuela e ainda que a cobertura da mídia estrangeira seja esporádica, é impossível não entender no que deram os ataques às liberdades de expressão, manifestação e de imprensa. Está tudo descrito nos relatórios produzidos pelos observadores da ONU: perseguições, prisões arbitrárias, desemprego e fome estão por trás da fuga em massa da população.

Aqui cabe um parênteses. A situação parece distante, por isso pouca gente se dá conta, mas a imigração de 3 milhões de pessoas num país em que a população era de cerca de 30 milhões é algo assombroso. É como se 20 milhões de brasileiros saíssem do Brasil, caso vivêssemos uma crise de proporções venezuelanas. O Brasil já enfrentou períodos de hiperinflação, falta de emprego, de segurança e saúde. Mas mesmo com crises econômicas severas, a maior delas bem recentemente (da qual ainda nem conseguimos nos livrar, porque a pandemia segurou o crescimento que vinha sendo registrado), nunca tivemos uma fuga em massa.

Olhando as atuais ameaças às nossas liberdades, porém, não é difícil pensar no que o Brasil pode se transformar, não por força de um governante tirano, mas de um Judiciário autoritário. Na Venezuela a deterioração da democracia não aconteceu de uma hora para a outra. Foi resultado de várias políticas erradas, que no início eram aceitas pela população. Escolheram governantes que fizeram o Estado ficar gigante, estatizaram as empresas para que o governo fosse “dono” da maior parte dos empregos e assim ficasse com a população na mão. É praxe governos populistas se apoderarem de tudo, transformarem estatais em cabides de emprego e, com isso, ganharem legiões de militantes cegos. Depois vem a fase de sugar as riquezas do país com uma gestão corrupta e irresponsável. De repente estão tomando até a liberdade das pessoas. Sem liberdade ninguém tem força ou voz para reclamar de nada.

Semelhanças com o Brasil
Agora pense no Brasil deste início de 2021 e lembre das atitudes arbitrárias do Judiciário, especialmente no caso mais recente, do deputado que falou demais e foi calado à força. Não vou entrar no mérito do que ele disse, mas no que o STF fez, fingindo não saber que deputados têm imunidade parlamentar e decretando uma prisão inconstitucional.

Não foi a primeira vez que ministros do Supremo Tribunal Federal rasgaram a Constituição. Em 2016, presidindo o julgamento do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Lewandowski decidiu manter os direitos políticos dela, ignorando o que está previsto na lei como punição para políticos que cometem crime de responsabilidade fiscal.

Foi um agrado para o grupo político que pôs no STF a maior parte dos atuais ministros; o mesmo grupo que quase transformou o Brasil numa Venezuela, com corrupção em órgãos e empresas públicas, inflando e endividando o Estado, afundando o país numa crise econômica sem precedentes e gerando desemprego recorde. Ao perder o poder esse grupo passou a chamar os adversários políticos e todos os seus apoiadores de fascistas e tiranos. É sempre a mesma ladainha. 
E o engraçado (se é que dá para usar essa palavra numa situação assim) é que de repente começamos mesmo a ver algo parecido com tirania e fascismo, mas não vindo de quem eles acusam de ser tirano e fascista e sim, da Suprema Corte.

Não à toa falam hoje em ditadura da toga, aquela que solta bandidos condenados e perigosos ao mesmo tempo em que persegue e manda prender quem cometeu o "crime hediondo" de falar demais, mesmo que tenha imunidade parlamentar. Para isso existem outras punições, até perda de mandato por falta de decoro, mas prisão por crime de opinião só existe em ditaduras. Viu como as coisas começam? Na Venezuela as primeiras perseguições também foram por crime de opinião "cometidos" por adversários políticos. A diferença é que lá o Judiciário decretava prisões de adversários políticos do governo e não de partidários do governo, como está acontecendo no Brasil.

Ditadura de direita?
Estranhamente os adeptos da tirania por aqui agora tentam confundir a população com um discurso novo sobre a Venezuela, dizendo que o país está sim sob um regime ditatorial, mas é uma “ditadura de direita”. A declaração, feita pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso nem chegou a surpreender. Sim, esta é a pior parte: a gente nem se surpreende mais quando ouve uma declaração desse tipo vinda de um ministro do Supremo. Surpreendente é alguém defender essa ideia.

Como pode ser de direita um ditador que comemora publicamente o aniversário de nascimento de Karl Marx? 
Maduro fez isso no Twitter. 
Como pode ser de direita alguém que faz parte do Foro de São Paulo, a aliança dos esquerdistas radicais da América do Sul? 
Ou que tem fotos com todos os líderes esquerdistas dos países vizinhos?

O ministro Barroso tentou associar o fracasso da Venezuela à forma
de governar da direita, mas não conseguiu.
A esquerda brasileira vive declarando apoio ao regime tirânico da Venezuela, justamente por ser de esquerda. A declaração do ministro Barroso foi tão absurda que os deputados do PT não tinham como concordar, preferiram o silêncio mesmo. A pergunta que ficou no ar é: se o PT apoia abertamente o governo Maduro, que é uma ditadura (o próprio ministro Barroso reconheceu), mas de direita, então o PT apoia a direita desde que seja uma ditadura?

Como vimos, de novo sem nenhuma surpresa, petistas e demais representantes da esquerda ficaram calados. Só voltaram a gritar para apoiar a atitude autoritária, sem sentido e inconstitucional dos ministros do STF contra o deputado que abusou das palavras e foi preso por emitir opinião sobre a politização dos ministros da Suprema Corte.
 
[o mais constrangedor, assustador, imobilizador e outras definições adequadas, que quase sempre terminam em dor, é que toda a matéria, expressa a verdade e mesmo assim não temos a quem reclamar.
 
Quem está acima do Supremo?
 
Uma hipótese: se a prisão da da autora da matéria fosse decretada por crime contra a Lei de Segurança Nacional (afinal ela ousa criticar o Supremo) a quem poderíamos recorrer? ao próprio Supremo?] 

Isso num momento em que estão soltos o deputado flagrado com dinheiro na cueca e a deputada acusada de mandar matar o próprio

 marido, amparados pela imunidade parlamentar que não serviu ao colega sem papas na língua.  Está cada vez mais claro o que é uma tirania de verdade (e não um fascismo imaginário). E como começa uma ditadura: com ataques à liberdade de expressão, depois à liberdade de manifestação, de ir e vir, de estudar ou trabalhar. Não fique calado. Fale enquanto é possível. Ou vamos deixar o Brasil virar uma Venezuela?

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo  - VOZES