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terça-feira, 6 de junho de 2023

Lula quer se reinventar como salvador do planeta porque no Brasil é um desastre - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

O presidente Lula não está nem um pouco satisfeito com o que chama de “governança” do Brasil, e de outros países pelo mundo afora. Pior: pelo que dá para entender da discurseira que faz em seu inédito programa de turismo internacional já foi a uma dezena de países diferentes em apenas cinco meses de governo; passou mais tempo viajando no exterior do que no Brasil – quer uma “governança global” para nós e para o resto da humanidade.

Lula falou especificamente sobre a “questão do clima”, mas juntando-se sua súbita paixão pela ecologia e pela “salvação do planeta” a outras coisas que vem dizendo aqui dentro e lá fora, o que fica é um ataque generalizado ao Congresso Nacional
 Isso mesmo – um ataque ao Parlamento deste país. 
O tema central das queixas de Lula é mais ou menos o seguinte: não adianta nada aprovar acordos internacionais de altíssima qualidade se, depois, o Congresso brasileiro não aceita. Resumo da ópera: Câmara de Deputados e Senado Federal estão atrapalhando.

Se o presidente tem minoria na Câmara, é porque o cidadão brasileiro decidiu que ele deve ter minoria na Câmara.

“Governança global” – que diabo seria isso? Basicamente, é a entrega a outros países e a organizações internacionais de decisões que devem ser tomadas pelo governo do Brasil, por via dos seus Três Poderes. Burocratas que desenham como o mundo deveria ser em Nova York, Bruxelas e nos outros biomas que habitam, passam a dar as ordens: você tem de fazer isso, você tem de fazer aquilo, porque seu país não tem capacidade para governar a si próprio.

Não é a primeira vez que Lula fala disso. Há pouco, disse que “a Amazônia não é só nossa” – e se não é só dos brasileiros, é de mais gente. De quem, então? Da “governança global”. Antigamente, se chamava a isso de “entreguismo”. 
Lula é o primeiro presidente brasileiro a defender em público posições entreguistas tão claras – ouviu dizer que a esquerda mundial, hoje em dia, trocou o nacionalismo peloglobalismo, e começou a ir atrás, na sua miragem de tornar-se um “líder mundial”. 
Como seu governo aqui dentro é um desastre sem esperança de melhora, Lula quer se reinventar como salvador do “planeta” nada deixa um holandês ou um sueco, por exemplo, tão excitados quanto ouvirem falar que a Amazônia pode ser governada também por eles. É aí que o presidente está pescando.

Lula e seu governo jamais fizeram o mínimo sinal de conciliação aos adversários políticos; não houve, em nenhum momento, a mão estendida.

Não é a primeira vez, igualmente, que Lula se queixa do Congresso. É deles, dos deputados, a culpa pelos fracassos do governo até agora, e por sua extraordinária capacidade de não fazer nada de útil – segundo o lamento do presidente, o Congresso não deixa ele “fazer nada”, da mesma forma como atribui tudo o que existe de errado no Brasil aos juros do Banco Central e a “herança maldita” que recebeu do governo anterior.

Não lhe passa pela cabeça, naturalmente, que o Congresso se recusa a aprovar os seus acordos internacionais porque a maioria do povo brasileiro, de quem a Câmara e o Senado são os únicos representantes legítimos para a adoção de leis, não quer esses acordos. Fazer o quê? O único Congresso que existe no Brasil é esse – e a solução é esperar as próximas eleições, daqui a quatro anos, para ganhar ali a maioria que ele não tem hoje
Fora isso, só recorrendo ao STF para fechar Câmara e Senado.
 
Lula parece revoltado como fato da esquerda ter pouco mais que um quarto da Câmara dos Deputados – 136 dos votos, segundo as suas contas, num total de 513, o que realmente não dá para aprovar nada. Não dá, sobretudo, para aprovar a salada extremista que seu governo propõe para o país. 
E de quem é a culpa pelo fato da esquerda só ter 136 cadeiras na Câmara? 
A culpa é dele mesmo, Lula, do PT e dos seus satélites, que não conseguiram eleger mais que isso. 
Se o presidente tem minoria na Câmara, é porque o cidadão brasileiro decidiu que ele deve ter minoria na Câmara – ao votar nas últimas eleições de 2022. 
Ele não pode se queixar dessas eleições, não é mesmo? Vivem dizendo, ele e o PT, que foram as eleições “mais limpas” da história universal.
 
Lula e seu governo jamais fizeram o mínimo sinal de conciliação aos adversários políticos; não houve, em nenhum momento, a mão estendida. Ao contrário, eles só ameaçam, prometem vingança, querem cassar, punir, prender, censurar e multar.  
Governam como se tivessem obtido 90% dos votos para a presidência e outros 90% para o Congresso. 
É óbvio que estão com problemas para gerir o Brasil.
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 
 
 



quinta-feira, 27 de abril de 2023

Dividir para subjugar - Brasil copia o pior do racialismo americano - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia


“A batalha dos Guararapes”, de Victor Meirelles: Em 1648, portugueses, africanos e índios se uniram para expulsar os holandeses do Brasil.| Foto: Wikimedia Commons/Domínio público

Antes de viajar, o presidente Lula sancionou uma lei aprovada pelos nossos representantes e publicada no Diário Oficial de segunda-feira, dia 24; portanto, já está em vigor. 
Ela altera o chamado Estatuto da Igualdade Racial, mas é exatamente o contrário, ela nos divide. Isso porque faz o IBGE gravar qual é a nossa raça e qual é a nossa etnia, e as empresas têm de colocar na ficha do empregado qual é a raça dele, por exemplo.
 
Eu não sei como é que vão descobrir isso, porque os exames que têm sido feitos aleatoriamente no Brasil, com sangue de brasileiros, mostram que nós somos uma mistura insuspeitada. 
Há quem ache ser sueco, mas é asiático, é africano... 
Nós somos uma grande mistura, uma bendita mistura que deu certo, que pegou o melhor de todas as genéticas sanguíneas da África, da Ásia, da Europa, do Oriente Médio, do continente brasileiro, da América do Sul... mas agora vamos ter de escrever de que raça nós somos. Isso é racismo, é cópia dos americanos, é papagaiada que adoramos copiar do neomarxismo americano.
 
E para que isso? Para dividir, muito simples. Divide et impera – “divide e subjuga”, porque a divisão enfraquece uma nação unida, acaba com a união de todos, como a união que tivemos para expulsar os holandeses. Índios, africanos e portugueses se uniram em brasileiros para expulsar os holandeses, formaram o exército brasileiro em 1648, e assim tem sido. 
Eu passei toda a minha mocidade sem notar que tínhamos cores diferentes, mas agora não, estão impondo isso. 
E, com toda essa ênfase nas aparências, esquecem o verdadeiro valor, que é o caráter da pessoa, o seu conhecimento, a sua capacidade de agir, os seus méritos em tudo, e não a aparência. 
A aparência é só a casquinha, o mínimo. 
É incrível, mas foi a lei que nossos representantes fizeram.
 
Lula termina uma passagem muito esquisita por Portugal
O presidente da República está saindo de Portugal para a Espanha.  
A passagem dele por aqui foi muito estranha, nas entrevistas que deu atrapalhou-se na língua, fingia até que não entendia português quando não queria responder, e tiveram de criar uma série de agendas, como troca de condecorações e prêmios, para justificar essa permanência dele aqui em Lisboa.

As duas nações têm de viver muito próximas. Portugal é a porta aberta da Europa para o Brasil e está sendo uma grande porta aberta para brasileiros que vêm trabalhar por aqui, mas também houve a reação do partido Chega, que não quis saber de alguém com a biografia de Lula em Portugal e se manifestou com toda a força contra a presença do presidente do Brasil.

Também por aqui repercutem as imagens do Palácio do Planalto que foram pouco a pouco reveladas no Brasil, e que deixaram todo mundo intrigado para saber o que foi que realmente aconteceu, aumentando a necessidade de deputados e senadores investigarem.  Foi algo grande demais para se deixar nas mãos de uma delegacia de polícia ou da Procuradoria-Geral da República.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Os sabotadores do agronegócio - Branca Nunes

Ataques sucessivos envolvem ONGs, jornalistas, governos estrangeiros e as chamadas revistas especializadas

Secas prolongadas e chuvas em excesso. Pragas e ervas daninhas, além de muita saúva. Foi-se o tempo em que esses eram os grandes inimigos do agronegócio brasileiro. Hoje, no Brasil, os sabotadores da agricultura e da pecuária são igualmente nocivos, mas combatê-los é bem mais difícil. Eles nascem em organizações não governamentais, brotam em redações jornalísticas, desenvolvem-se em agências de publicidade, crescem em gabinetes de Brasília, proliferam em governos estrangeiros e se camuflam nas chamadas “revistas especializadas”.

Em outubro de 2017, por exemplo, um artigo publicado pelo Psol qualificou de “ecocida” o agronegócio brasileiro, acusado de ter provocado um incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Fernando Tatagiba, então diretor do parque, também tentou envolver na fogueira os fazendeiros da região, mesmo confessando que não existiam elementos suficientes para identificar culpados. “O fato de o incêndio ter surgido no interior do aceiro (espécie de trilha aberta no meio da vegetação ou próximo a estradas para tentar conter o avanço do fogo) me leva a crer que alguém adentrou no parque e botou fogo”, disse Tatagiba. “Não temos elementos para dizer quem é o responsável, mas podemos dizer, com certeza, que é criminoso.”

Uma reportagem do Estadão mostrou que a resposta não era tão singela. Os fazendeiros classificaram de absurda a acusação. “Estão politizando o incêndio, querendo criminalizar os produtores, quando o responsável por isso é o tempo seco”, disse Pedro Sérgio Beskow, produtor rural em Cavalcante e presidente da Associação Cidadania, Transparência e Participação, entidade que reúne pequenos e médios ruralistas da região. O texto não descartava a hipótese de o fogo ter-se originado de causas naturais.

Em outubro de 2021, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram a sede da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), em Brasília, depredaram o local e picharam frases como “Agro é morte”, “Agro é fome” e “Soja não mata a fome”. O surto de vandalismo teve repercussão internacional — traduzida em manifestações de apoio aos baderneiros.

Em março passado, a fabricante de cervejas Heineken aderiu ao Dia Mundial sem Carne. “Que tal comer e beber mais verde?”, propunha uma postagem nas redes sociais da marca. “A cerveja feita com água, malte, lúpulo e nada mais é a opção perfeita para o acompanhamento de hoje.” Nove meses depois, o Bradesco teve uma ideia parecida. Num informe publicitário, o banco resolveu relacionar o aquecimento global à pecuária brasileira. No vídeo, três influenciadoras de YouTube sugeriam uma versão nacional da Segunda-Feira sem Carne, com o objetivo de preservar o meio ambiente.

As ofensivas também vêm do outro lado do Atlântico. “Depender da soja do Brasil é endossar o desmatamento da Amazônia”, delirou Emmanuel Macron, em janeiro de 2021.[o gênio francês é também o autor de plantar em segundo andar no território do país que preside.] O presidente da França conclamava os países europeus a produzir e consumir sua própria soja, para evitar a compra do grão que, na sua cabeça, “era feito a partir da floresta destruída”.  
 
Também essa declaração ecoou na imprensa historicamente desinformada. 
Além de não serem grandes produtoras de soja, as propriedades rurais localizadas na Amazônia são obrigadas a preservar 80% de sua área. 
“É como se você tivesse um carro, mas só pudesse usar o banco do motorista”, compara Michel Muniz, assessor do projeto Farmun, que estimula pesquisas científicas ligadas ao agronegócio em escolas de Mato Grosso. “Ou como uma casa de cinco cômodos, em que só um pode ser ocupado. Os outros devem ser arrumados e mantidos em ordem, mas ninguém pode usá-los.”

Entre os incontáveis sabotadores do agro brasileiro, os engajados em ONGs talvez sejam os mais agressivos. Em outubro do ano passado, a organização austríaca AllRise chegou à estratosfera: denunciou o presidente Jair Bolsonaro ao Tribunal de Haia por crime ambiental, em razão dos desmatamentos na Amazônia. Numa reportagem da BBC, a ONG afirmou que “as emissões de gases do efeito estufa advindas de queimadas e da pecuária em escala industrial na floresta são agora maiores que o total de emissões anuais da Itália ou da Espanha e estão levando a Amazônia em direção ao ponto de desequilíbrio, para além do qual a floresta entraria em estado de seca”. Para justificar o “crime contra a humanidade”, a ONG atribui ao desmatamento no Brasil “as ondas de calor e os incêndios florestais que se repetem no sul da Europa, em regiões do Oceano Pacífico da América do Norte e na Austrália, além de enchentes e outros problemas climáticos na Alemanha, Estados Unidos e China”.

Ciclo vicioso
“Em 2009, durante a convenção do clima, foi pactuado que os países ricos iriam mobilizar US$ 100 bilhões por ano para serem investidos nos países em desenvolvimento e pobres, para que eles pudessem fazer transformações tecnológicas”, lembra Eduardo Lunardelli, produtor rural e ex-secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente na gestão de Ricardo Salles. Estamos falando de R$ 1,2 trilhão. Só que eles não aportaram até agora nem sequer US$ 12 bilhões. Ou seja, 1% do prometido.” 
(...)

Essa dinheirama, contudo, acaba nas mãos de meia dúzia de ONGs. “Em muitos casos, é vetada a doação do dinheiro para a iniciativa privada, seja para pequenas empresas, cooperativas, tribos indígenas e outros agentes econômicos que não sejam ONGs”, diz Lunardelli. “Dessa forma, não há cooperação, inovação, inclusão, fomento ao empreendedorismo e à livre-iniciativa. Isso não beneficia quem está na ponta, não é usado contra o desmatamento nem para socorrer índios ou proteger a fauna e a flora silvestres. Os recursos são consumidos em estudos, workshops e viagens”.

Lunardelli acusa também a existência de um grande esquema envolvendo forças à esquerda.
“Se eu tivesse sido secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente no governo do PT, hoje estaria na FAO”, exemplifica. “Receberia o dinheiro para a locação, ficaria lá dois ou três anos, depois montaria uma ONG e iria para a ponta recebedora. Ou alguém realmente acredita que esses países estão doando dinheiro a fundo perdido para resolver um problema climático, ambiental?” 
 
Golpe baixo

Entre os beneficiários dessas doações, Lunardelli inclui dois dos 12 signatários de um artigo que configurou o mais recente golpe baixo contra o agronegócio brasileiro: Raoni Rajão, professor da UFMG, e o climatologista Carlos Nobre. Rajão é fundador do Laboratório de Gestão de Recursos Ambientais (Lagesa), integrado ao Departamento de Engenharia de Produção da Escola de Engenharia (Laesa, da UFMG), que tem estreitas relações com o Observatório do Código Florestal e com instituições ligadas aos governos da Noruega, dos Estados Unidos, da Alemanha. O Observatório é composto das ONGs WWF, Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA), SOS Mata Atlântica, The Nature Conservancy e Kanindé. JP Morgan, Intel e Ford são algumas das empresas envolvidas nessa rede.



Publicado na revista Biological Conservation, vinculada à empresa holandesa Elsevier, o artigo procura alvejar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e um de seus mais respeitados membros: Evaristo de Miranda. 
Doutor em Ecologia e chefe-geral da Embrapa Territorial até dezembro do ano passado, Miranda é um dos mais respeitados especialistas em meio ambiente e agronegócio.
(...)
Para tentar desqualificar Miranda, que colaborou com todos os governos desde o presidido por José Sarney, o artigo começa por referir-se a ele como “guru ambiental de Bolsonaro”. A expressão foi usada pela revista Piauí em março de 2021. O conteúdo dos dois textos sugere que seus autores trocaram ideias intensamente.
 
Ficção e realidade
Entre as acusações infundadas a Miranda, está a de que sua influência contribuiu para o “afrouxamento de normas ambientais”. Outra crítica mira o novo Código Florestal, considerado pelo mundo inteiro — com exceção dos autores da Biological Conservation — o mais rigoroso do planeta. “O Código Florestal foi uma tentativa bem-sucedida de proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, garantir segurança jurídica aos agricultores”, resumiu Aldo Rebelo, relator do código e ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff. “Ele é extremamente severo com os agricultores. É só pesquisar o tamanho da reserva legal que um proprietário sueco, por exemplo, destinada ao meio ambiente. No Brasil, são em média 50%.”

A Embrapa contribuiu para que o Brasil, importador de alimentos na década de 1970, se transformasse num dos maiores exportadores de produtos agrícolas

Para Gustavo Spadotti, chefe da Embrapa Territorial, uma das provas do sucesso do código é que nem ambientalistas nem produtores rurais ficaram totalmente satisfeitos. “Talvez tenha sido a lei mais debatida da história”, observa. “Foram cerca de 200 audiências públicas até se atingir o equilíbrio entre produção e preservação.” Nesta quinta-feira, 10, a Embrapa soltou uma nota em que divulga as mais de 15 manifestações de apoio que recebeu das principais entidades agropecuárias do país desde a publicação do artigo.

O currículo de Miranda mostra que é possível conciliar o agro com a preservação ambiental. “Existe o agro antes e depois do livro Tons de Verde”, conta Lunardelli. “Escrito por Miranda, a publicação comprova que somos muito melhores do ponto de vista ambiental do que qualquer outro produtor rural do mundo. Podemos falar com orgulho que, para cada metro quadrado que o brasileiro planta, outro é dedicado à conservação.”

Essa realidade ajuda a entender a fúria de governos estrangeiros: os fatos desmontam a falácia que responsabiliza o agronegócio pelo desmatamento no Brasil. Lunardelli registra que o Brasil possui a maior reserva de água potável, terras agricultáveis não exploradas, biodiversidade e jazidas de minério do planeta. “Para os países desenvolvidos, sempre foi interessante articular estratégias para impedir a ocupação territorial do Brasil, que é basicamente uma reserva global”, diz. “Se um dia faltar minério no mundo, haverá na Amazônia. Se acabar água, a Amazônia terá de sobra. Especialista em análise de uso e ocupação territorial, Miranda provou que dois terços do território nacional são cobertos por vegetação nativa — e que 50% dessas áreas estão dentro dos imóveis rurais. A verdade é que ninguém quer salvar o planeta. Tudo é 100% interesse econômico.”
 
O país que alimenta o mundo

A Embrapa contribuiu para que o Brasil, importador de alimentos na década de 1970, se transformasse num dos maiores exportadores de produtos agrícolas. Projeções feitas por Elisio Contini e Adalberto Aragão, pesquisadores da Embrapa, atestam que o país alimentou, só com grãos, cerca de 800 milhões de terráqueos em 2020 — quase 10% da população mundial. Somente em grãos, foram 31 quilos de comida por habitante da Terra. Campos de soja, girassol e milho | Foto: Shutterstock

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os frangos existentes no país somaram 1,5 bilhão de cabeças em 2020. Em segundo lugar aparecem os 220 milhões de bovinos. O terceiro lugar fica com os mais de 40 milhões de suínos. Essa trinca gerou 30 milhões de toneladas de carnes, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Caso fosse consumido exclusivamente em hambúrgueres, esse colosso abasteceria 500 bilhões de sanduíches — 65 por habitante no planeta. O Brasil também é o maior fornecedor mundial de açúcar, soja, café e suco de laranja. 

Produção com preservação

Paralelamente a essas cifras superlativas, o país preserva quase 67% do seu território: 10% desse total são unidades de conservação. Outros 14% são terras indígenas e outros 10%, “terras devolutas e não cadastradas”. Mais de 33% — ou seja, um terço do país — de áreas dedicadas à preservação da vegetação nativa estão em propriedades rurais, em terras privadas. Estudos da Embrapa revelam que fazendas e sítios brasileiros preservam uma área de floresta equivalente à soma de dez países europeus: Irlanda, Reino Unido, Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Áustria e Itália.



O agronegócio utiliza menos de 30% das terras brasileiras (250 milhões de hectares). Desse total, pouco mais de 21% são ocupados por pastagens. As lavouras não chegam a 8% do território brasileiro. O 1% restante são florestas plantadas, sobretudo eucalipto. Nos Estados Unidos, quase 75% do território é destinado à agropecuária. Os agricultores brasileiros sabem explorar a terra como poucos: em 2022, enquanto a média mundial alcança menos de 3 toneladas de soja por hectare, a brasileira atinge incríveis 3,5 toneladas colhidas por hectare.

Não é surpreendente que esses números atrapalhem o sono de dezenas de países incapazes de competir com o Brasil. O que lhes resta é o jogo sujo. Para reduzir a pujança do agro brasileiro, no entanto, será preciso muito mais que manifestos publicados na Biological Conservation. Ou na revista Piauí. 

Leia também “Agricultura lidera a preservação ambiental”

Com reportagem de Artur Piva
 
 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O melhor presente de Natal: vacina pronta, testada, em produção - Vilma Gryzinski

Mundialista - VEJA

Os pesquisadores “pulam de alegria”, as bolsas bombam e o mundo comemora os bons resultados da vacina da Pfizer, pronta para ser distribuída

Ela não vai ser a única, mas tem chances de ser a primeira, se for descontada a vacina russa, até agora com pouco sucesso no mercado. A vacina da Pfizer usa uma nova tecnologia para dar “uma pancada dupla” no vírus da Covid-19, ativando  simultaneamente anticorpos e as células de defesa do organismo, segundo descreveu o chefe de pesquisas do laboratório, o sueco Mikael Dolsten.

A imunização demanda duas doses e não sai barata. Em julho, o governo americano “encomendou” 100 milhões de doses da vacina, ainda em fase inicial de testes, por 1,95 bilhão de dólares. Ou seja, 19,50 dólares cada.  Depois do acordo, a Pfizer começou a produção da vacina num laboratório em Puurs, na Bélgica. Todas as grandes farmacêuticas estão usado o mesmo método de fabricação simultânea aos testes, para acelerar os processos.

A Grã-Bretanha também já reservou 40 milhões de doses da vacina da Pfizer, sendo a primeira leva de 10 milhões antes do fim do ano. A explosão de otimismo, medida, entre outros índices, pela reação das bolsas, foi tamanha que o primeiro-ministro Boris Johnson, um dos vários políticos cujo destino está atrelado à pandemia, precisou lembrar dos “obstáculos” ainda no caminho da aprovação final.

 A perspectiva de que o horrível ano de 2020 termine com uma vacina começando a chegar na época de Natal, como nos filmes, desafia qualquer advertência de cautela.

A parte principal do anúncio da Pfizer, que desenvolveu a vacina em conjunto com o laboratório alemão de biotecnologia BioNTech, é que os testes indicaram 90% de eficácia sete dias depois da segunda dose. Vacinas com até 70% ou menos de eficácia já são consideradas factíveis num caso como a pandemia que matou até agora 1,25 milhão de pessoas.

O resultado da vacina da Pfizer vem da primeira análise dos testes com 43 538 participantes. A metade recebeu placebo. O processo de imunização demora ao todo 28 dias. “Hoje é um grande dia para a ciência e para a humanidade”, comemorou o presidente da Pfizer, Albert Bourla. Nascido numa família judia de Tessalônica, na Grécia, ele começou como veterinário, e estava exultante, obviamente, com a boa notícia.

É sempre recomendável que as expectativas otimistas não ultrapassem os dados da realidade. Mas  se a perspectiva de que a imunização em massa seja alcançada já no começo do segundo semestre do ano que vem tirou os cientistas dia Pfizer do sério e deixou os envolvidos “pulando de alegria”, segundo Mikael Dolsten, o resto da humanidade também tem o direito a sonhar com um presentão de Natal.

Blog Mundialista -  Vilma Gryzinski - VEJA

 

sexta-feira, 22 de março de 2019

Privilégio militar

Proposta de reforma da Previdência das Forças inclui vantagens não oferecidas a outros

A reforma previdenciária das Forças Armadas se tornou uma questão politicamente sensível no governo Jair Bolsonaro (PSL), dadas as suspeitas de que os militares, sobrerrepresentados no primeiro escalão do Executivo, tentariam esquivar-se de sacrifícios a serem impostos a toda a população. A apresentação da proposta, enfim levada a cabo na quarta-feira (20), evidenciou que tais temores tinham pleno fundamento.

No projeto, até existem providências para reduzir benesses excessivas hoje concedidas à inatividade de membros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. De mais importante, aumenta-se de 30 para 35 anos o tempo mínimo de serviço para a obtenção do benefício. Sobe também, de 7,5% para 10,5%, a alíquota de contribuição para quem está na ativa —pensionistas também serão tributados. Somando-se o valor descontado para o sistema de saúde da corporação, chega-se aos 14%.

Com essas e outras medidas, os cálculos oficiais apontam uma economia orçamentária de R$ 97,3 bilhões ao longo de dez anosum acréscimo razoável ao pouco mais de R$ 1 trilhão que se espera poupar, no período, nos regimes que atendem aos demais brasileiros. Porém o governo decidiu juntar ao texto, claramente para torná-lo mais palatável à caserna, uma reestruturação de carreiras —eufemismo brasiliense para a concessão de novas vantagens salariais e previdenciárias a servidores. Criam-se benesses variadas, que contemplam até uma descabida paridade de vencimentos entre ativos e inativos. Com tudo isso, o ganho efetivo com a reforma nas Forças Armadas cai a meros R$ 10,45 bilhões em uma década. [comentário: em linguagem popular: quem está na inatividade tem menor despesa com alimentação? transporte? e em outras despesas comuns as duas categorias?
A realidade é que os que estão na inatividade tem os gastos com assistência a saúde - incluindo, sem limitar, médicos e remédios - aumentados.
Portanto, o justo é manter a paridade - ou gastar mais para manter um sistema sueco de saúde, que, por óbvio, tem que atender a todos os brasileiros, visto que todos tem direito a saúde.]

As compensações respondem a antigos queixumes quanto a defasagens em relação aos salários do funcionalismo civil. Sendo assim, caberia, primeiro, trazer ao debate dados completos sobre a remuneração dos militares, nunca tratada com a devida transparência. Se de fato existem distorções, a correção deve se dar em reforma administrativa, incluindo as carreiras civis. Há estudos, por exemplo, para reduzir os vencimentos de entrada no serviço público. Não resta dúvida de que a Previdência das Forças, ao custo de mais de R$ 40 bilhões ao ano para os demais contribuintes, representa um encargo injusto e disfuncional.Admita-se que os militares mereçam um regime à parte, dadas as peculiaridades da carreira. É inconcebível, entretanto, que sejam poupados de ajustes proporcionais a seus privilégios.
 
Editorial - Folha de S. Paulo
 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Algo mais, Flávio Bolsonaro?

“A crise viajou”. A frase foi cunhada pelo então senador Fernando Henrique Cardoso, durante a Constituinte, na esteira de uma viagem do presidente Sarney ao exterior. No episódio envolvendo as transações financeiras de Flávio Bolsonaro seguido pelas revelações do elo de seu gabinete com milicianos do Rio aconteceu o inverso: o presidente viajou, a crise ficou. A piada em Brasília é que a maioria dos eleitores segue depositando esperanças no governo. Em 48 prestações de R$ 2 mil. A verve humorística do brasileiro é implacável e constitui forte indicativo de que a espada de Dâmocles passou a pender sobre a cabeça do “01” de Bolsonaro.

Para além das movimentações nada ortodoxas nas contas do primogênito do presidente da República, ainda carente de esclarecimentos plausíveis, [e também de fatos que transformem as até agora movimentações atípicas em atos ilegais] o que foi revelado até agora sobre os laços do gabinete de Flávio Bolsonaro com as milícias cariocas nada tem de pilhéria. O potencial explosivo é tamanho que seus estilhaços, se não contidos, podem atingir em cheio o Palácio do Planalto. Talvez, por isso, Bolsonaro já tenha lançado o antídoto: “Se ele errou, e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar”, asseverou o presidente. Não é preciso esgarçar muito o fio do novelo para enxergar a gravidade do problema. Descobriu-se nesta semana que a mãe e a mulher de Adriano da Nóbrega, miliciano foragido e apontado pela polícia como um dos chefes do “Escritório do Crime”, organização suspeita de envolvimento na execução de Marielle Franco, estavam lotadas no escritório do filho de Bolsonaro. [até agora tudo que foi descoberto, ou alguns órgãos da imprensa diz ter sido, são situações que não representam atos criminosos - no máximo são atos não politicamente corretos (destacando que foi em nome do politicamente correto que a gang lulopetista e outras gangues assaltaram em milhões de dólares os cofres públicos).

pode ser não recomendável, pode ser altamente negativo para o político, que ele empregue parentes de pessoas  que são acusadas, ou suspeitas, de atos criminosos, mas NÃO É CRIME.

Ainda que exagerando no rigor da aplicação do provérbio  'a mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta', não se encontra nada concreto que comprometa o presidente da República JAIR BOLSONARO - é público e notório que o alvo é JAIR BOLSONARO, Eduardo,Michelle e outros entram apenas para pavimentar o caminho até o presidente de República.]

Dados do COAF adicionaram ainda mais pimenta ao caldeirão da crise ao revelarem que Raimunda Veras Magalhães, mãe do miliciano, chegou a depositar R$ 4,6 mil na conta de Fabrício Queiroz [devido longos anos de profissão sempre me deixei pautar por provas, por fatos, ou por indícios consistentes que devidamente investigados levassem a provas = este comentário é uma pequena justificativa da insistência em pedir provas, fatos, indícios, se comenta, ouvi dizer, não saciam minha curiosidade.] o mesmo assessor enrolado de Flávio Bolsonaro, cujas contas foram abastecidas com repasses sistemáticos de colegas de gabinete, e que foi responsável pela emissão de cheques no total de R$ 24 mil para a primeira-dama Michele Bolsonaro — montante este fruto, segundo o próprio presidente da República, de um acerto de parte de um empréstimo que o mesmo teria feito a Queiroz sem declarar à Receita.

Quer dizer, se restar comprovado que Fabrício Queiroz operava um esquema ilegal envolvendo milicianos e servidores da Alerj, Flávio Bolsonaro terá no mínimo — de assumir o custo político de ter dado guarida a ele. E o mandatário do País será um destinatário confesso de dinheiro proveniente de um operador das milícias. [com todas as vênias ao ilustre autor da matéria, talvez por uma falha neuronal, me parece confuso quem é o mandatário? mandatário do País remete ao presidente Bolsonaro, embora o mais usual seja se referir a primeiro mandatário.???  
Em qual parte do folhetim,  editado por parte da imprensa desde final de dezembro passado, consta que sendo Bolsonaro o mandatário acima citado, ele foi destinatário confesso de dinheiro proveniente de um operador das milícias?
Será os R$ 24 mil passados por Fabricio para Michelle? 
Mas, se tratando de pagamento de uma dívida - versão até agora não contestada - o que prova que Michelle sabia que estava recebendo dinheiro proveniente de fonte escusa? e sendo sabedora informou ao mandatário - considerando este ser Bolsonaro.] A dúvida é: em que medida Flávio sabia das traficâncias e das relações nada republicanas do ex-assessor?

A barafunda em que se meteu o senador eleito poderia ter sido evitada caso o clã se mirasse no exemplo do ex-ministro da Justiça sueco Thomas Bodström. Quem conta é Claudia Wallin, autora do livro “Suécia, um país sem excelências e mordomias”. Em outubro de 2000, tão logo fora anunciado pelo primeiro-ministro Göran Persson para integrar o ministério recém-formado, Bodström, profundo conhecedor do ímpeto investigativo da imprensa local, resolveu se antecipar. Admitiu a jornalistas ter fumado haxixe quando jovem e contratado diaristas “por fora”, ou seja, sem pagar imposto. A notícia já se espalhava como rastilho de pólvora quando o telefone tocou. Era o primeiro-ministro: “Algo mais?”, questionou, deixando implícito o complemento “de desabonador” na pergunta. O ministro da Justiça entrou em parafuso. Dias antes, ele havia garantido ao superior uma ficha translúcida de tão limpa.

Começava aí o seu calvário particular. O coração do novo integrante do primeiro-escalão sueco parecia trotar descompassado. “A verdade é que eu não tinha mais certeza absoluta de nada”, confessou Thomas Bodström em sua biografia. “Todas as noites, eu acordava no meio da madrugada e fitava a janela escura do quarto, enquanto revirava a memória. Aquela briga feia na juventude seria um esqueleto no armário? Será que nos meus tempos de estudante o meu salário como jogador de futebol não era alto demais, para que ao mesmo tempo eu recebesse o subsídio estatal para estudar na universidade?”, conjecturou o ex-ministro. Até que, como num átimo de tempo, uma lembrança o fez saltar subitamente da cama.

Antes de seguir carreira como advogado, Bodström havia arriscado a vida nas quatro linhas. Penduradas as chuteiras, recebeu pequenas quantias pelo pagamento da aposentadoria, mas não tinha certeza se havia pago os impostos sobre o benefício. “É isso! A aposentadoria como jogador de futebol !”, disse em voz alta a si mesmo. E lá estava o ministro da Justiça da Suécia, às três horas da manhã de uma madrugada fria, de pijamas, a vasculhar gavetas e folhear documentos num esforço de Sísifo para encontrar recibos, um que fosse, capaz de livrá-lo daquele tormento. Para o seu desespero, a faina foi inútil. Acabou tendo que quitar as obrigações pretéritas com o Fisco — cerca de R$ 24 mil. Uma semana depois, o primeiro-ministro o convocou para saber se o assunto ainda estava pendente. “Desde aquele dia, o premier nunca mais tocou no assunto. Mas aquela pergunta “Algo mais?” até hoje me provoca calafrios”, admitiu.

Sérgio Pardellas - IstoÉ



domingo, 23 de dezembro de 2018

O ‘Posto Ipiranga’ de Bolsonaro piscou

Faltando menos de um mês para a abertura da quitanda de Jair Bolsonaro, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda não equilibrou o estoque de berinjelas e a caixa para o troco. No dia 2 de janeiro terminará o mundo das promessas eleitorais e dos sonhos da formação da equipe. Quem lembra, sabe que Bolsonaro prometeu enxugar o número de ministérios, e Guedes falava em “dez ou doze”. Foram 34, são 29 e serão 22 [se espera que nos primeiros dias do Governo Bolsonaro, alguns dos 22 ministérios previstos, sejam reduzidos a secretarias (alguns merecem, se muito, o  'status' de subsecretaria) e o número fique caixa para os 15 prometidos.
Tem muito ministério cuja razão de ter 'sobrevivido' à primeira limpeza foi o maldito 'politicamente correto.]
Na segunda-feira o doutor disse que “o Brasil virou o paraíso dos burocratas”. Àquela altura ele pretendia indicar Marcelo de Siqueira, diretor do BNDES, para o comando da Procuradoria da Fazenda. Funcionários da repartição ameaçaram deixar centenas de cargos em comissão caso não fosse escolhido um servidor da carreira. [uma mancada do Paulo Guedes - deveria ter ignorado a ameaça dos comissionados e as centenas passariam a dezenas.
Se Bolsonaro, Guedes ou qualquer outra autoridade for recuar diante de ameaças, ficará difícil ou mesmo impossível,  combater os abusos.
E substituir comissionado sempre melhora a qualidade do serviço.] Na quarta, Guedes mudou de ideia e indicou um procurador com 18 anos na carreira e currículo robusto na administração federal. Noutro lance, o doutor informou que criará um conselho para discutir o projeto de reforma da Previdência. Entre os futuros conselheiros estariam os economistas Paulo Tafner e Armínio Fraga. Mesmo assim, ganha um fim de semana em Caracas quem souber qualquer coisa que foi resolvida num conselho.
Quando não tinham o que fazer, Lula, Dilma e Michel Temer reuniam o Conselho de Desenvolvimento, conhecido como “Conselhão” e formado por ministros, empresários e celebridades. [os Conselhos tem um grave inconveniente que é reunir muitas pessoas para decidir sobre um assunto que apenas dois dos participantes tem poder para decidir.
Falam, falam e no final a única decisão é a de adiar a decisão.
Uma hora Bolsonaro se aporrinha e sem 'conselho' ou 'conselhão' ou sem aceitar palpites, descobre que tem pessoas melhores que o 'posto Ipiranga' e  manda o Guedes para casa.]

Spektor procura e acha
Um dia depois da divulgação pelo Departamento de Estado do governo americano de 1.085 páginas de documentos diplomáticos, o professor Matias Spektor já estava debruçado sobre o volume. Nele estão centenas de papéis relacionados com a América do Sul entre 1977 e 1980. Mostram as pressões americanas em defesa dos direitos humanos na Argentina, Chile, Uruguai, Brasil e Paraguai. Alguns documentos expõem parte do que os Estados Unidos sabiam sobre a Operação Condor. Os textos relacionados com o Brasil são 28. Entre eles estão as notas das conversas dos Geisel e Jimmy Carter.
 
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CARNAVAL
Um sueco veio ao Brasil para as festas de fim de ano e leu as notícias do dia:
1) Num início da tarde o ministro Marco Aurélio de Mello mandou soltar os presos condenados na segunda instância. No início da noite o presidente do Supremo mandou que eles continuassem presos.
2) O deputado Rodrigo Maia, no exercício da Presidência da República, autorizou o esburacamento da Lei de Responsabilidade Fiscal.
3) O ministro Ricardo Lewandowski determinou que a União pague o aumento dos servidores já em 2019.
O sueco telefonou para seu agente de viagens reclamando porque ele o trouxe ao Brasil no Carnaval.
LULA PRESO
Quando o ministro Dias Toffoli marcou para 10 de abril a discussão do encarceramento dos réus condenados na segunda instância, sinalizou uma má notícia para Lula. Antes de 10 de abril Lula poderá ter sua condenação confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça . Neste caso, mesmo que a segunda instância caia, ele continuará em Curitiba. A menos que peça para cumprir a pena em regime domiciliar. [inexiste amparo legal para que o condenado Lula tenha direito a prisão domiciliar.
 
Sua eficiente equipe de advogados, a genial corja lulopetista e familiares, estupidamente, alegam - não sabemos com base em qual legislação - que o presidiário Lula pode pedir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.
O criminoso petista não cumpriu sequer um sexto da sua pena;
 
- alegam que ele tem mais de 70 anos - lei nenhum garante que bandidos com mais de 70 anos tenham regalias na execução de pena privativa de liberdade (tem uma colher de chá na redução do tempo de prescrição, o que não se aplica a bandido condenado - e após completar 80 anos o celerado petista pode receber uma graça, fundamentada em principios humanitários, permitindo que ele cumpra o que lhe restar de pena privativa de liberdade em casa e usando tornozeleira eletrônica);
não pode ser olvidado que pela legislação em vigor após cumprir um sexto da pena o condenado pode PLEITEAR algum benefício -  o que não se aplicará a Lula, visto que,  antes de completar dois anos da cana atual,  Lula terá recebido mais uma ou duas condenações - ele ainda responde a sete processos criminais.

- argumentam alegam também que Lula foi tratado de um câncer (respeitamos toda e qualquer doença em todo e qualquer ser humano, o que inclui bandidos condenados) mas, a bem da verdade, estando curado, não existe fundamentação legal para qualquer regalia para o presidiário petista
 - o câncer, uma das doenças mais terríveis, apresenta elevado risco de recidiva, o que não é suficiente para justificar regalias, visto que até a mais saudável pessoa está sujeita a de repente ser acometida pelo câncer.] 

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Elio Gaspari, jornalista - Folha de S. Paulo