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terça-feira, 30 de agosto de 2022

Debate na Band: Bolso ganhou, Lula perdeu e mídia apelou - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo - VOZES

Aconteceu o tão esperado debate na Band entre os candidatos para a Presidência da República.  
Silvio Navarro perguntou: Bonner não participa do debate hoje na Band, né? E pelo que constou o PT decidiu mandar Lula mesmo. Big mistake!

Para encerrar o debate, bastava uma só pergunta, como apontou José Medeiros: se o ministro Fachin anular o processo do médico que estuprava gestante durante o parto por ter sido processado no foro errado, você levaria sua esposa para fazer parto com ele? [Por óbvio, a resposta dos que votam no Lua é: LEVARIA.]

Não foi esse o tom do debate, mas foi quaseBolsonaro teve a oportunidade de lembrar dos escândalos de corrupção do lulismo, e sem a ajuda dos apresentadores do JN, Lula não conseguiu se esquivar bem dos golpes.  
Quando Bolsonaro chamou Lula de ex-presidiário, quase desliguei a TV e fui dormir, satisfeito. Foi para isso que paguei meu ingresso!

A imprensa adorou Simone Tebet. Quem? Simone Tebet começou colocando a culpa da tensão entre os poderes no Bolsonaro. “Terceira via" sim, amiguinho. Ficamos na dúvida se no próximo debate ela já vai com o broche do PT ou ainda é cedo para isso. Mas seu papel foi só atacar o presidente, e não seduziu ninguém fora da bolha midiática.

Bolsonaro foi bem na primeira resposta ao deixar claro que não há harmonia entre os poderes pois alguns não toleram o fato de que seu governo é técnico.  
O tempo todo o presidente reforçou essa imagem de que ele é o único diferente ali, em meio a várias marionetes do sistema podre. 
Aliás, quem foi o único que não abriu sendo vaselina e politicamente correto com falsos agradecimentos?

Misoginia é o novo “genocídio”: hipocrisia e vitimismo na campanha eleitoral

Entenda as ilegalidades praticadas contra empresários apoiadores do Presidente
O resumo da narrativa lulista foi bem feito por Flávia Ferronato: "Lula combateu tanto a corrupção que até ele foi preso". É uma piada pronta! Após tantas mentiras deslavadas, estou seguro de que Lula tem mesmo um pé na psicopatia. E isso ficou evidente para a imensa maioria. “Fui absolvido em todos os processos”, disse Lula, espalhando Fake News na cara dura, sem qualquer reação do TSE. Em seguida, ele acrescentou: “Fui absolvido pela ONU”, outra mentira, e esquecendo quem cuida da Justiça no... Brasil. Lula jamais foi inocentado, eis o fato!

Já Ciro tentou bancar o "paz e amor", mas não convence. Aquele que xingava todo mundo tentou posar de conciliador, e tentou jogar cascas de banana para o presidente. Bolsonaro não caiu na armadilha, mostrou o que seu governo fez pelos pobres, lembrou que o PT votou contra tais medidas e trouxe à memória o “fique em casa” e a realidade dos países vizinhos. Golaço.

Ciro é um demagogo da pior espécie,
que finge que o Ceará é uma espécie de Miami. Engana cada vez menos gente com seu discurso desenvolvimentista. Mas ao menos teve dois bons momentos. “Lula é um encantador de serpentes”, disse Ciro, acertando finalmente! E quando Lula reclamou da "fuga" do pedetista para Paris, afirmando que ele ficou ao lado de Haddad, Ciro rebateu: "Você estava preso!"

Ciro perdeu a linha quando tentou lacrar para cima do presidente e Bolsonaro esfregou em sua cara de pau a hipocrisia do machista que disse que a função de sua mulher era dormir com ele na campanha. Ciro teve quase de pedir desculpas por ser homem criado em ambiente machista, tamanho o seu esforço de se mostrar um feminista. Ciro "pacifista" também atacou as armas. Então o “vou receber Moro à bala” era referência às famosas balas Juquinha?!

Sobre os demais candidatos nem vale a pena perder tempo. Eram figurantes. 
Ver um embate entre as duas senadoras era como ver um jogo de times de terceira divisão abrindo um campeonato importante. Foi uma disputa para ver quem lacrava mais, de forma um tanto patética. "Precisamos de uma mulher para arrumar a casa", disse a feminista Tebet, sem se dar conta da piada pronta.

Análise sobre as novas ordens inconstitucionais do ministro Alexandre de Moraes, que configuraram perseguição clara a empresários apoiadores do governo e ataques reais à democracia.

O grande irmão deixou de ser ficção

"Tem mulher que vira onça e eu sou uma delas", disse a tal da Soraya, que pediu reforço em sua segurança como se fosse ela quem tivesse levado a facada do simpatizante do PSOL. Ela estava achando que era teste para a novela Pantanal?! Vale lembrar como a "onça" foi eleita: colando sua imagem em Bolsonaro!

Mas o prêmio de postura mais ridícula ficou mesmo para a nossa imprensa. Nosso jornalismo “profissional”, melhorando muito, fica apenas medíocre. Alguns "jornalistas" foram com tanta sede ao pote para lacrar e detonar o presidente que suas perguntas já traziam premissas absurdas e ataques escancarados.

Uma militante disfarçada de jornalista quis defender cotas para mulher na política. Minha cara, a escolha deve ser por mérito, não cromossomos! Até Lula teve mais bom senso que a militante. 
Outra deu uma de Ciro e lançou números bizarros: um feminicídio a cada 7 minutos! Isso dá uns 75 mil por ano! Mas morrem algo como 45 mil pessoas por ano, a maioria homem jovem. Nenhuma agência de checagem se manifestou?


Lula foi massacrado, Bolsonaro se saiu bem. “O debate na Band parece um filme de bang bang em que vários bandidos querem eliminar o mocinho que está defendendo a população da cidade”, resumiu um leitor. Ao ver o que se passava, cantei a pedra: a militância midiática já prepara a cortina de fumaça para amanhã: só vão falar do “ataque” de Bolsonaro à militante esquerdista.

Como são previsíveis! O consórcio da imprensa destacou em suas manchetes nesta segunda: "Bolsonaro insulta mulher em debate" (Folha); "Bolsonaro vira alvo por ataques a mulheres" (Estadão); "Bolsonaro ataca mulheres" (Globo). 
Isso tudo só porque Bolsonaro afirmou, com toda razão do mundo, que Vera Magalhães é uma vergonha para o jornalismo brasileiro.

Não entendo as feministas. Vivem demandando igualdade de gênero, aí quando partem para o ataque verbal e um homem rebate com firmeza, puxam a cartada do gênero e bancam a vítima com o mimimi.

Claudia Wild resumiu bem o debate: "Lula desanimado por causa da ressaca; Ciro Gomes com a medicação em dia; 2 senadoras disputando o troféu Lacração 2022; o cara do novo fazendo propaganda de leite de soja desnatado e Bolsonaro jogando fatos, números e a realidade na cara de todos eles".

Nem a militância conseguiu esconder a frustração com a participação de Lula. Tentaram colocar Tebet como a vencedora, perguntando a umas 60 pessoas indecisas. Mas a pesquisa no quintal da própria esquerda não mente: quem se saiu melhor no debate?, quis saber o petista Ricardo Noblat. Com mais de 120 mil votos, deu quase 70% para Bolsonaro, e só 10% para Lula. Aceitem que dói menos...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


Lula fracassou em enterrar o tema da corrupção e seus adversários notaram - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo - VOZES

O primeiro debate entre os candidatos à presidência na Band teve pelo uma grande utilidade além, é claro, de ser um verdadeiro programa de jornalismo, em vez do interrogatório enfurecido feito contra um dos candidatos, o presidente da República, e o bondoso comercial de margarina feito a favor do outro, o ex-presidente Lula, na “sabatina” da Rede Globo. 
O assunto corrupção, essencial nesta campanha, e mantido como um segredo de Estado pela Globo, surgiu, enfim, aos olhos do público no debate. 
Na “sabatina”, o apresentador agiu como um assessor de imprensa ou o advogado criminal de Lula; em vez de perguntar sobre aquele que foi o maior surto de corrupção da história do Brasil, fez um manifesto a nação dizendo que “o senhor não deve nada à justiça”
Até Lula parece ter ficado surpreso. Mas no programa da Band não houve esta parceria. 
Lula, enfim, foi colocado diante da necessidade de falar sobre a incomparável roubalheira do seu governo – e deu-se muito mal, o que prenuncia problemas complicados para resto da campanha que tem ele frente.
 
Sem a indulgência plenária que ganhou na “sabatina”, Lula teve de responder sobre a desesperada, maciça e indiscutível corrupção na Petrobras ou nas delações premiadas, nas provas materiais da ladroagem, no dinheiro roubado que foi devolvido e por aí afora.  
Não explicou nada, é claro, pois é impossível explicar. Como faz automaticamente, em todas as ocasiões em que não pode dizer nada em seu favor, fugiu do assunto. 
Perguntavam de corrupção, e ele respondia dizendo que abriu “dezessete universidades”.  
Falavam na delação do seu ministro Antônio Palloci, e ele diz que “acabou com a fome” no Brasil etc. etc. 
À uma certa altura, disse que foi “absolvido até pela ONU”, como se isso valesse alguma coisa. É claro que garantiu, também, que foi “absolvido por todos os tribunais” deste país. Trata-se de uma dessas mentiras com teor de 100% de pureza – Lula não foi absolvido de absolutamente nada. Foi apenas “descondenado” na decisão mais desvairada da história da justiça brasileira, por um ministro que foi advogado do MST, militou na campanha presidencial de Dilma Rousseff e ganhou dela o seu cargo no STF.

Lula, enfim, foi colocado diante da necessidade de falar sobre a incomparável roubalheira do seu governo – e deu-se muito mal, o que prenuncia problemas complicados para resto da campanha que tem ele frente

Lula quer passar essa campanha sem falar de corrupção; fora umas moles e vagas tentativas de mencionar uma hipótese de propina levantada na CPI da Covid, e que não rendeu até hoje um único e miserável inquérito policial (nem Alexandre de Moraes se interessou pelo caso), o candidato do PT fala de outras coisas. 
Diz que o agronegócio é “fascista”, por exemplo, que a classe média “gasta demais” e que vai trazer de volta o imposto sindical – mas de ladroagem, mesmo, nem um pio. 
 Alguém já viu num candidato da oposição passar uma campanha inteira sem dizer o tempo todo que o candidato do governo é ladrão? Só mesmo no Brasil de hoje. 
Aqui a roubalheira não é problema da situação; quem quer enterrar o assunto é justamente o candidato que deveria estar deitando e rolando nas denúncias de corrupção. 
O problema, pelo que mostrou o debate na Band, é que ele pode ficar em silêncio – mas os outros vão falar.
Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
 
J R Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

A BOFETADA NA DEMOCRACIA SE CONFIRMA NO DEBATE DA BAND ENTRE OS PRESIDENCIÁVEIS - Sérgio Alves de Oliveira

Estou a cada dia que passa mais convencido de que o maior sábio de todos os tempos em matéria de democracia foi efetivamente o pensador brasileiro Nelson Rodrigues. E com essas conclusões:
(1) "A maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas,que são a maioria da humanidade",
(2)"Os idiotas vão tomar conta do mundo.Não pela capacidade,mas pela quantidade.Eles são muitos".
 
E não existe prova mais contundente que o pensador brasileiro estava certo, e que, lamentavelmente,o Brasil parece não escapar dessa sentença de "morte" (da democracia), que não (1) as entrevistas feitas no Jornal Nacional,da Rede Globo, por Willian Bonner, e Cristina Vasconcellos, com os candidatos presidenciais Jair Bolsonaro, e Lula da Silva, respectivamente, nos dias 22 e 25 de agosto,e (2) o debate entre os seis primeiros colocados nas pesquisas eleitorais, na Televisão Bandeirantes (Band), realizado em 28 de agosto.]
 
Todas as pesquisas eleitorais "Fake News" feitas pelos órgãos reconhecidos e devidamente cadastrados na Justiça Eleitoral, antes e após a abertura da propaganda eleitoral gratuita nos meios de comunicação, apontam na "polarização" da eleição presidencial de outubro próximo entre as candidaturas do atual Presidente, Jair Bolsonaro, e o ex-Presidente (e ex-presidiário) Lula da Silva, este último "liderando" as pesquisas (forjadas).
 
Essa "preferência" pelos  dois candidatos que polarizam a eleição, porém,de forma alguma  parte do "eu consciente" dos próprios eleitores,mas de forças "externas" que formam artificialmente esse "eu", de todo um "sistema" que penetra nos seus cérebros de maneira a conduzir o voto na urna, mesmo sem considerar a eventualidade de num "passe de mágica" do mundo dos computadores esse voto passe a ser "desviado" para  outro candidato.
 
Essas "forças ocultas" começam nas pesquisas eleitorais manipuladas, cujos resultados, invariavelmente, "corresponderão" à vontade do agente patrocinador da pesquisa,"paga" para obter  esse determinado resultado. Para tudo no mundo jurídico exige-se "prova", menos o que se relaciona à pesquisa eleitoral no momento do registro da preferência do eleitor. [tem mais um item no menos: quando a acusação é de atentado à democracia e contra um apoiador de Bolsonaro - prescinde de provas.] também não há nenhuma certeza de que o resultado apresentado pelo agente pesquisador irá refletir-se com fidelidade na pesquisa totalizada.Trocando em miúdos,não há provas da veracidade das pesquisas. E na quadra político-eleitoral ,que culminará com as eleições de outubro próximo,qual grupo político estaria com mais "musculatura" 
(financeira)para encomendar e pagar as pesquisas que lhe interessam? 
 
Mas não são só as pesquisas eleitorais que podem ser objeto de fraude. As "entrevistas" no rádio e na televisão também podem. A começar pelo fato de que os "entrevistados" podem ser selecionados pelas emissoras conforme estiverem à frente nas pesquisas que,como salientado, podem estar viciadas pela inverdade.Forma-se ,assim, um círculo vicioso.Um círculo vicioso da mentira.E são diversas as maneiras que também as entrevistas podem ser burladas. A primeira seria uma prévia combinação entre entrevistador e entrevistado, antes acertando "perguntas" e "respostas",e tudo depois jogado  na "cara" do telespectador desavisado. Outra maneira de fraudar entrevista  seria entregar previamente ao candidato o formulário com  as perguntas,já com as respostas,ou para que elas sejam estudadas e preparadas.
 
Mas o debate  entre os presidenciáveis na "Band",apesar da aparente isenção e imparcialidade na  apresentação,serviu para deixar muito claro que não são os melhores os candidatos que "polarizam" essa eleição,porém talvez os "piores". Isso ficou muito claro. E se toda  essa inversão de valores políticos têm o "aval" da Justiça Eleitoral, é porque o Brasil na verdade não tem nenhuma "justiça eleitoral",porém uma "(in)justiça eleitoral" ,que valida toda essa baderna para enganar os eleitores.
 
Mas se consideramos como verdadeira toda a lógica exposta no nosso raciocínio,e como  os brasileiros,politicamente,estão num irreversível dilema "político-eleitoral" ,tipo "se ficar o bicho pega,se correr o bicho come", ou seja,considerando o buraco político em que o povo brasileiro foi jogado pelo "sistema",*establishment",ou "mecanismo",certamente a melhor alternativa eleitoral de todas será a recondução do atual Presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro,que não lidera as pesquisas,porque o "sistema" certamente age na base da fraude, e não deseja a sua recondução, e por esse simples motivo ele deve ser o melhor entre os "dois". É preciso que o povo dê uma rasteira no "sistema".

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Fogo aumenta na Europa e diminui no Brasil - Revista Oeste

Evaristo de Miranda

Embora não seja noticiado na velha imprensa, o Brasil reduziu em cerca de 25% a incidência de incêndios e queimadas nos últimos dois anos

“Mês de agosto é tempo de queimada.
Eu vou pra roça preparar o aceiro.”

Quebra do Milho, Pena Branca e Xavantinho

 Floresta Amazônica vista do espaço | Foto: Shutterstock

Floresta Amazônica vista do espaço | Foto: Shutterstock 
 
Neste Ano da Graça de 2022, o Brasil apresentou uma expressiva diminuição na incidência de incêndios e queimadas. De 1° de janeiro a 15 de agosto, o país registrou 49.638 queimadas, contra 58.972 no mesmo período de 2021
As queimadas diminuíram 15% no Brasil e cresceram 19% no restante da América do Sul. Em 2021, a queda nas queimadas no Brasil já havia sido de 10% em relação a 2020. Nos últimos dois anos, o Brasil reduziu em cerca de 25% a incidência de incêndios e queimadas em seu território.

Os dados são do monitoramento das queimadas por satélite, realizado pela Nasa. Há décadas, qualquer fogo de alguma magnitude é detectado por diversos sistemas orbitais, em sua maioria norte-americanos. O sistema atual de referência internacional para monitorar queimadas e incêndios usa os dados do satélite AQUA M-T. A detecção dos pontos de calor ou fogos ativos pelo satélite é disponibilizada, em tempo quase real, num site conhecido como Fire Information for Resource Management System (FIRMS). No Brasil, esses dados, analisados neste artigo, são oferecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial no Programa Queimadas.

A redução das queimadas e dos incêndios no Brasil não se deve apenas ao clima ou a São Pedro fazendo chover na horta. 
Na vizinha Argentina, no mesmo período de janeiro a 15 de agosto de 2022, houve um aumento de 40% nas queimadas.  
Na Venezuela e na Colômbia, as queimadas cresceram 30%. 
O Equador registrou o recorde da América do Sul: 153%
Houve quem acompanhasse o Brasil na redução: menos 13% no Paraguai e no Chile.  
Ninguém na América do Sul apresentou valores absolutos e relativos de redução de queimadas comparáveis aos do Brasil, até agora. 
Descontado o Brasil, o número de queimadas e incêndios na América do Sul cresceu em 2022, e passou de 65.181 para 77.715 no período.

Quando totalizadas para cada bioma brasileiro, as queimadas e os incêndios entre janeiro e 15 de agosto indicam uma redução generalizada. As maiores reduções aconteceram nos biomas Pampa (-53%), Caatinga (-45%) e Mata Atlântica (-39%). A menor, de -2%, ocorreu no Cerrado. Os dados apontam uma diminuição de 14% na Amazônia e de 22% no Pantanal, em relação ao mesmo período em 2021.

É o segundo ano de redução significativa das queimadas e dos incêndios. No Pantanal, ao longo do ano passado, a queda já fora de 69%, em relação a 2020. Na Amazônia, o decréscimo foi de 26% em 2021. De 2019 a 2022, a incidência de incêndios e queimadas na Amazônia de janeiro a 15 de agosto diminuiu 44%, como atestam os dados do Inpe. Boas notícias para quem se preocupa com a Amazônia e o Pantanal. Pouco noticiadas. Aqui e no exterior. Silêncio geral.

Nascer do sol no Pantanal | Foto: Shutterstock

Queimadas não são incêndios. Fogo indesejável, o incêndio ocorre fora de hora e lugar. Destrói patrimônio público, privado e a biodiversidade. Mata pessoas. Ninguém responde por ele. Sua prevenção é fundamental. Uma vez iniciados, os incêndios são difíceis de controlar. A Europa, em particular França e Espanha, sabe disso.

Neste ano, a Europa atingiu o recorde de incêndios desde 2006, segundo dados atualizados em 13 de agosto pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). Desde 1º de janeiro foram incendiados quase 700.000 hectares de florestas, um recorde desde o início do monitoramento.

Em 2019, o fogo na Amazônia mobilizou a mídia nacional e internacional, as organizações não governamentais e gerou manifestações acérrimas do presidente francês. 
 Na França, os incêndios florestais fora de controle neste verão são os piores desde 2003. Dados do EFFIS apontam mais de 60.000 hectares de florestas calcinados até agosto. Seis vezes a média anual de florestas incendiadas na França entre 2006 e 2021
A França teve de recorrer à ajuda de bombeiros da Alemanha, da Polônia, da Áustria e da Itália. 
 Diante de situação tão crítica, seria o caso de propor-se a internacionalização das florestas francesas, como o mandatário gaulês sugeriu em 2019 em relação à Amazônia?

Esta catastrófica temporada de incêndios florestais na Europa tem consequências negativas para o meio ambiente, além da perda de vidas humanas, da biodiversidade e de patrimônios públicos e privados. Foram lançadas quantidades recordes de gás carbônico na atmosfera. E, a um tempo, foi reduzido o número de árvores, sorvedouros naturais do mesmo carbono.

Et attention, o carbono emitido pelos incêndios florestais europeus não será retirado da atmosfera no ano seguinte pelo crescimento sazonal de pastagens e cultivos, como ocorre em grande parte da agropecuária brasileira com as queimadas. 
Aqui as queimadas ocorrem em pastagens, sobre restos de cultivos e em formas de uso da terra com baixa densidade de vegetação (capoeiras). Os incêndios na Europa ocorrem em florestas de coníferas e de caducifólias, cuja fitomassa pode conter até centenas de toneladas de carbono por hectare.
Incêndio no cerrado, entre as regiões francesas de Aubais e 
Gallargues-le-Montueux, em junho de 2022 | Foto: Shutterstock

Segundo relatório do Serviço Europeu Copernicus de Monitoramento da Qualidade do Ar, os incêndios franceses entre junho e 11 de agosto emitiram cerca de 1 milhão de toneladas de carbono, igual à emissão anual de 790.000 carros. O recorde anterior, em 2003, com 1,3 milhão de toneladas, será superado até o fim do ano, segundo o relatório. Na Espanha, já foram superados. Entre 1º de junho e 17 de julho, os incêndios florestais causaram emissões superiores aos totais de junho a julho de 2003 a 2021. Olé!

Essas emissões dos incêndios serão totalizadas e incorporadas nos relatórios anuais sobre “emissões de gases de efeito estufa” da França e outros países europeus? Pouco provável. Mesmo se essa exigência tem sido colocada por europeus em relação às queimadas nos relatórios brasileiros. Os dados serão integrados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas?

Incêndio florestal em Moncayo, município da província de Saragoça,      
na Espanha, em agosto de 2022  | Foto: Shutterstock

Segundo a Agência Internacional de Energia, as emissões de CO2 ligadas à produção de eletricidade diminuem em todo o mundo, menos na Europa, devido ao uso crescente do carvão. Agregado ao enorme aumento no uso do carvão mineral e do gás na geração de energia, as emissões de gases de efeito estufa da Europa navegam por mares nunca dantes navegados e atingem o topo de picos nunca escalados.

Com ou sem noticiário, os anos de 2021 e 2022 passarão à história do Brasil como de redução nas queimadas

Além de monóxido e dióxido de carbono, os incêndios lançaram metano, óxidos de nitrogênio, aerossóis, fuligem e alcatrão. Essa poluição do ar é negativa à saúde humana, sobretudo para quem sofre de doenças respiratórias. Aqui, as queimadas ocorrem em áreas rurais de baixa demografia. Na Europa, densamente ocupada, os incêndios acontecem ao lado de áreas urbanas.

Ao contrário dos incêndios, a queimada é uma tecnologia agrícola primitiva. Tem local e hora para começar. Esse fogo desejado e conscientemente ateado tem um responsável. Agricultores não queimam por malvadeza. Essa prática do Neolítico foi herdada essencialmente dos índios (coivara). Povoadores europeus a adotaram na América Latina.  
Ela é tradicionalíssima na África, campeã planetária das queimadas, onde também é técnica de caça.
No Brasil, é sobretudo o produtor não tecnificado, descapitalizado e marginalizado do mercado quem emprega o fogo para renovar pastagens, combater carrapatos, eliminar resíduos vegetais acumulados, limpar áreas de pousio, etc. E esses agricultores são minoria. São mais de 6 milhões de produtores e cerca de 110.000 queimadas rurais por ano
Mais de 98% dos produtores não empregam o fogo. 
Não é uma prática generalizada, apesar de alguns acusarem toda a agropecuária de incendiária.

Com ou sem noticiário, os anos de 2021 e 2022 passarão à história do Brasil como de redução nas queimadas. O Poder Executivo, acusado pelo aumento do fogo na Amazônia e no Pantanal em 2020, receberá crédito pela redução do fenômeno por dois anos consecutivos?

É possível reduzir o uso do fogo a menos de 1% dos produtores, substituindo as queimadas por novas tecnologias nos sistemas de produção. Alternativas técnicas à pratica das queimadas existem, como demonstra a Embrapa. Para isso, é preciso paz na Terra pelos homens de boa vontade. Agosto não foi o mês do desgosto. Até a primavera ainda há um bocadinho de chão a caminhar. Todo cuidado é pouco. Faísca pula que nem burro brabo, adverte a música Quebra do Milho. Até lá, tanto as queimadas como a boa vontade ainda podem aumentar. Dum vita est, spes est (Enquanto há vida, há esperança).

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste

 

Bolsonaro venceu o debate na Band: o que isso significa? [Vídeo] - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr. - VOZES

O que se viu ontem (28), no primeiro debate entre os candidatos à Presidência, foi um Lula acuado, insistindo em narrativas velhas e já refutadas, e um Bolsonaro com sangue nos olhos, mas caindo nas armadilhas de sempre.

Veja vídeo comentário: 


Bolsonaro venceu debate na Band: o que isso significa?

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


Jovem Pan desmente boatos de que Bolsonaro ‘fugiu’ de sabatina da emissora

O produtor do programa Os Pingos nos Is, Clayton Ubinha, desmentiu boatos da imprensa de que o presidente Jair Bolsonaro “fugiu” da sabatina da Jovem Pan. “Já sabíamos previamente que, se o presidente fosse ao debate, uma nova data seria agendada. A sabatina está marcada para 5/9”, publicou Ubinha, no Twitter.

A publicação sobre a Jovem Pan chegou a ser compartilhada pelo próprio Bolsonaro.

Na noite do domingo 28, Bolsonaro participou de um debate da Band, que durou das 21 horas à meia-noite. Dessa forma, o compromisso do presidente na Jovem Pan precisou ser remarcado. Durante o debate na Band, o presidente mirou em Lula, relembrando os casos de corrupção que ocorreram nos governos do PT.

Os jornalistas Eduardo Oinegue, Adriana Araújo, Leão Serva e Fabíola Cidral apresentaram o programa, que contou com perguntas de jornalistas da emissora e dos veículos que formaram o pool do debate.

Enquanto o debate ocorria, o clima esquentava nos bastidores. Isso porque o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) discutiu com o deputado federal André Janones (Avante-MG), depois de Lula responder uma pergunta do presidente Jair Bolsonaro sobre corrupção.

Na sequência, Janones se desentendeu com o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo (PL-SP). Janones chamou Camargo de “capitão do mato”. [esse individuo, o tal de Janones, tem que ser proibido de ir a debates - o cara amarelou e desistiu de fazer companhia àquelas duas senadoras no time das fracassadas.] 

Revista Oeste

 

Moraes agenda nova reunião com ministro da Defesa

Primeiro encontro entre o presidente do TSE e Nogueira 

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, agendou para quarta-feira 31 outro encontro com o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira. 
O primeiro encontro entre o presidente do TSE e Nogueira ocorreu em 23 de agosto.

Conforme noticiou o portal CNN, durante a reunião, Nogueira deve insistir na necessidade de reforçar a segurança do sistema eleitoral. O ministro da Defesa também pediu para estar acompanhado de um técnico no encontro.

O intuito é chegar a alguma convergência quanto ao teste de integridade das urnas. Segundo os militares, esse teste é o que, de fato, pode aumentar a confiabilidade na exatidão dos resultados. Até o momento, os equipamentos são sorteados, testados e levados aos tribunais regionais.

No entanto, os militares que integram a Comissão de Transparência defendem a ideia de que os testes sejam realizados nas sessões eleitorais, com o uso da biometria dos eleitores.

O primeiro encontro entre Moraes e Nogueira ocorreu em 23 de agosto. No dia, ambos debateram a possibilidade de a Justiça Eleitoral (JE) considerar as sugestões dos militares em relação às mudanças no teste das urnas. Desde junho deste ano, a JE e a Defesa têm trocado ofícios sobre as perguntas feitas pelas Forças Armadas a respeito do sistema de votação brasileiro.

Revista Oeste 

 

Doce paredão - Gazeta do Povo

Guilherme Fiuza - VOZES


Lula no Jornal Nacional
Luiz Inácio Lula da Silva é entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcellos no Jornal Nacional| Foto: Marcos Serra Lima/G1/Divulgação


Lula foi sabatinado de forma rigorosa e implacável na TV. Melhores momentos:

- Candidato, o senhor não deve nada à Justiça.

- Gostei disso. Pode repetir?

- Claro: candidato, o senhor não deve nada à Justiça.

- Rapaz, me fez um bem danado ouvir isso. Se importa de repetir só mais uma vez?

- Imagina. Candidato, o senhor…

- Desculpe. Se não for pedir demais: será que você poderia falar olhando para aquela câmera? Acho que passa mais verdade.

- Sem problemas. Deixa só eu ajeitar minha cadeira pra não ficar torto.

- Claro, se ajeita aí. Capricha na postura, hein? Ahahaha.

- Ahahaha. Pode deixar. E vou te confessar que adorei o seu pedido.

- Por que?

- Porque eu fico lindo naquela câmera.

- Tá. Então chega de embromar e repete aquela coisa linda que você disse.

- Deixa comigo: candidato, o senhor não deve nada à Justiça.

- Ai, que delícia. Eu ficaria a noite inteira te ouvindo dizer isso, com essa voz macia. Será que vocês podem me mandar um DVD com essa gravação?

- Não trabalhamos mais com DVD. Mas com certeza a produção providencia o arquivo pro senhor.

- Agradeço a compreensão. Sofri muito com toda essa perseguição.

- Imagino. Vou até aproveitar esse gancho pra continuar a sabatina: o senhor se sente o Mandela brasileiro?

- Bem, eu…

- Candidato, o senhor é o Mandela brasileiro. E não deve nada à Justiça.

- O que eu estou achando legal nessa sabatina é o conhecimento que vocês têm das coisas.

- Nós nos preparamos muito para este momento.

- Eu notei. Jornalista que não tem conhecimento fica fazendo pergunta. Vocês vão logo afirmando, o que economiza um tempo enorme.

- Tempo na televisão vale ouro.

- Sei disso. Podem continuar assim então.

- Obrigado, candidato.

- De nada. Mas se quiserem que eu comente alguma coisa fiquem super à vontade. Só me avisem com antecedência que eu vou tirar uma soneca.

Veja Também: O que aconteceu com Cristiane Casagrande?

Festa no Tribunal Imperial

Viva o Gordo 

- Campanha cansa, né?

- Nem fala. Tô um caco. Pelo menos não ando mais na rua.

- Rua é horrível. Só tem povo e fascista.

- E eu descobri que fico bem nas pesquisas mesmo sem fazer nada. Então só fico encontrando os meus puxa-sacos. Mas não pensem que isso não cansa.

- Claro que cansa!

- Querido, pode falar mais baixo que estou tentando dormir?

- Desculpe, me empolguei.

- Não tem problema. Agora continua a sabatina por favor pra eu pegar no sono.

- Deixa com a gente.

- Mas continuem naquela linha do jornalismo esclarecido, tá? Vocês falam e depois eu assisto no DVD.

- Tranquilo.

- Então fala aí.


- Ok. Candidato, o senhor não deve nada à Justiça.

- Essa parte eu já ouvi.

- É que o senhor gostou tanto, achei que ajudaria a relaxar.

- Gostei, mas agora já está me enjoando. Tem outra frase boa aí?

- Várias.

- Então podem ir falando. Estou de olho fechado mas estou ouvindo.

- Ok. Prosseguindo com a sabatina: candidato, o triplex não era seu.

- Impressionante o conhecimento de vocês. Assim é muito fácil relaxar.

- Fique à vontade, candidato.

- Estou super à vontade. Já que vocês não perguntaram nada, posso perguntar?

- Claro. A casa é sua.

- Era sobre isso mesmo que eu queria perguntar. Será que eu posso morar aqui com vocês?

- Mas nós não moramos aqui, candidato.

- Ah, não? Eu vejo vocês sempre aqui, achei que morassem.

- Muita gente acha. Mas nós temos as nossas casas.

- Posso ir pra lá com vocês?


- Candidato, desculpe perguntar: o que houve com aqueles seus imóveis que não eram seus?

- Tá tudo bem, não precisam se preocupar. É que em nenhum deles eu me sinto tão bem quanto aqui com vocês.

- Que legal. Nós também estamos nos sentindo muito bem. Quem sabe a gente não combina um fim de semana no sítio de um amigo seu?

- Por que fim de semana? Podemos ir agora. A gente continua a sabatina lá.

- Pode ser. Mas e o público?

- Avisa que por uma questão de privacidade ele não vai poder acompanhar essa parte.

- Tá bom. Vou avisar agora.

- Então olha pra aquela câmera, pra passar mais credibilidade.

- Boa. Lá vai: comunicamos aos telespectadores que a partir desse momento a sabatina do candidato Lula ocorrerá no sítio dele que não é dele. Por uma questão de privacid…

- Calma! Melhor dizer que não vai dar pra transmitir essa parte porque a antena da Oi quebrou.

- Ok. Bem, como os caros telespectadores devem ter ouvido o candidato falar, daqui em diante a sabatina não poderá ser transmitida. Mas a nossa audiência pode confiar que continuaremos sendo rigorosos e implacáveis com o candidato. Nosso compromisso é com a isenção.

- Isso aí.

- Ficou bom?

- Se melhorar, estraga.

- Ótimo. Partiu?

- Partiu.

- Só vou dar uma passada em casa pra pegar o protetor solar. Parece que amanhã o tempo vai abrir.

- Não precisa. Tem lá.

- Protetor solar?

- Proteção de todos os tipos que você precisar.

Guilherme Fiuza, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

Quem venceu o debate na Band? - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.
 
Ontem (28), os candidatos à Presidência participaram de um debate realizado por um grupo de veículos de imprensa, doravante chamado de "debate na Band". Criou-se alguma expectativa em torno desse debate porque ele colocaria frente a frente, pela primeira vez, o presidente Jair Bolsonaro e Lula. Só de pensar isso, na minha cabeça já começa a tocar a música-tema de Rocky.
 
Debates eleitorais como o da Band são resquício do tempo em que as disputas políticas se baseavam no debate saudável de ideias. Se é que esse tempo existiu. -  Foto: Reprodução/ YouTube
 
Para quem acredita numa democracia elevada, a frustração é certa. Porque debate eleitoral, no Brasil, é aquela coisa toda engessada. 
Coisa de tecnocrata que se acha capaz de controlar o discurso. 
Trinta segundos para a pergunta, um minuto para a resposta, outro tanto para réplica. 
O pressuposto disso é o de que um debate “cientificamente organizado” ajuda a esclarecer o eleitor. É um pressuposto errado.
 
Primeiro porque num domingo, às 21 horas, o eleitor está interessado em qualquer outra coisa, menos num debate eleitoral. 
Ele está de cabeça cheia porque o seu time perdeu na rodada do Brasileirão. 
Ou está com a cara cheia porque o time perdeu ou ele, eleitor, se excedeu no churrasco. 
Ou está angustiado com o fim do descanso e o início de uma semana complicada, e não quer ficar assistindo a um bando de gente dizendo como ele deve viver sua vida ou em que teorias econômicas deve acreditar.

Se debates fossem realmente importantes para a democracia e seu filho problemático, o processo eleitoral, eles seriam realizados com mais frequência e exibidos às 16h do domingo, no lugar do futebol. [sic] Aliás, seriam realizados num estádio de futebol lotado. Se debates fossem realmente importantes e minimamente relevantes, teriam a participação de pessoas que dispensariam as regras tolamente rígidas.

O pressuposto de que um debate ajuda a esclarecer o eleitor também é errado porque, apesar de toda a propaganda do TSE e das autoridades eleitorais, uma eleição não é um confronto saudável de ideias. Longe disso. Depois de décadas de distorções de todo tipo, dá para dizer sem medo de errar que o processo eleitoral se transformou numa disputa de lealdades. Não tem mais nada a ver com projetos ou visões de mundo.

Não importa o que o candidato fale ou deixe de falar nas entrevistas, no horário eleitoral gratuito ou nos debates. Poucos são os eleitores capazes de mudar radicalmente de voto por conta do que é ou não dito pelo candidato que eles acreditam ser não só o melhor, mas principalmente a única saída para o país. Ninguém está disposto a se deixar convencer do contrário.

Sim, chegamos a este ponto. Se é que alguma fez não estivemos nele. Tendemos a romantizar os debates como se eles fossem representações de algum ideal grego. Como se o estúdio frio da emissora de TV fosse a ágora e aqueles homens de terno e gravata fossem filósofos discutindo ideias avançadas não só de administração da cidade-estado, mas também da melhor forma de se viver e alcançar a felicidade. Mas, se um dia os debates buscaram refletir esse ideal de democracia, esse projeto caiu por terra com o surgimento das redes sociais. Que nada mais são do que um debate interminável e sem vencedores. E não há nada de mau nisso. Tecnologias novas surgem e as formas de nos comunicarmos muda também.

(Logo mais, à tarde, comentarei em vídeo os pormenores do debate na Band. Que, na minha opinião, foi "vencido" por Jair Bolsonaro).

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

Alvo de críticas por operação da PF, Moraes ganha apoio de colegas no STF

'Eu, no lugar dele, faria o mesmo', disse um dos ministros ao Radar

Alvo de críticas por ter ordenado as busca contra oito empresários bolsonaristas na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes ganhou o apoio de colegas da Corte.

"Eu, no lugar dele, faria o mesmo”, disse um dos ministros ao Radar [COMENTÁRIO: o que sempre causa estranheza é que autoridades são citadas sempre com pronomes indefinidos - o que deixa a impressão de estar sustentando uma 'narrativa' e nunca é mencionado o tipo de apoio.]

Radar  - Coluna VEJA


AVULSAS

LEVI ALBERNAZ – ANÁPOLIS-GO

Caro Editor:

Existe um candidato à presidência que está sendo apontado como favorito nas “pesquisas” pelas redações esquerdistas da grande mídia do Brasil.

Vale a pena saber a opinião daqueles que conviveram com ele bem de perto.

São todos ex-líderes do PT que conhecem bem, muito bem!, o antigo companheiro.

Veja só:

 

A ENTREVISTADEIRA

A jornalista Ana Paula Henkel, que fez sucesso no vôlei e hoje bomba na TV, ironizou a apresentadora do Jornal Nacional Renata Vasconcelos.

Chamou-a de “levantadora” com suas perguntas de tiete para Lula.

* * *

De fato, a entrevistadeira, levantou a bola pro ladrão do começo ao fim da “entrevista”.

Além de tentar também levantar as bolas dele.


Só faltou mesmo ela levantar a saia.

Pra mostrar a bacurinha pro seu ídolo..

“Além de ser honesto, não ter condenações e só falar a verdade, o senhor é também um homem muito lindo, meu querido presidente. Uma fofura!!!”

É SIMPLESMENTE INACREDITÁVEL !!!

A decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, de proibir campanha dos 200 anos de independência do Brasil, por considerar o verde e amarelo como cores de uma ideologia política e não da Nação, trazia junto a sugestão de fazer a comemoração do 7 de Setembro só em novembro.

O ministro voltou atrás, mas lembrou muito governadores e prefeitos que mudaram datas festivas na pandemia.

Moraes foi arrebatado pelo bom senso e recuou nessa polêmica, autorizando as comemorações do bicentenário no dia correto.

* * *

A frase “autorizando as comemorações do bicentenário no dia correto“, contida no último parágrafo resume tudo.

O cabeça-de-ovo simplesmente “autorizou” a comemoração da data magna do nosso amado Brasil.

Considerar o verde-amarelo como “cores de uma ideologia política” é de lascar.

Só faltou ele proibir o verde e o amarelo nos semáforos, ficando apenas o vermelho.

É de fudê!!!

É pra arrombar a tabaca de Xolinha!!!

Não acho que ele foi “arrebatado pelo bom senso”, como diz a nota aí de cima.

Bom senso é uma qualidade que esse déspota, esse tiranete de décima terceira categoria não possui de modo algum.

Isto já está mais do que provado e comprovado.

Ele deve conhecer um princípio militar, ensinado nos quartéis, que diz assim: “Ordem absurda não se cumpre”

Vou parar por aqui. Não quero estragar o meu domingo.

E vamos todos pras ruas no próximo dia 7 de setembro!!!

O JORNALISTEIRISMO PETRALHA DA GLOBOSTA

 

Os ‘liberais’ de Lula - Revista Oeste

Pedro Henrique Alves

O esquizofrênico caso dos defensores da diminuição do Estado que votam em um tradicional estatista para subjugar o presidente que mais diminuiu a máquina pública nas últimas décadas 

Um dos pontos bons de ser um editor é poder participar de certos círculos intelectuais e jantares com pessoas importantes que naturalmente estariam fechados a mim se não fossem minha função e meus deveres de livreiro. Nesses jantares, regados a vinhos caros que vêm de algum superlugar de alguma supersafra, pautados por costumes degustativos que minha origem de classe média definitivamente não me preparou para abarcar, os debates políticos correm à solta na mesma velocidade com que os garçons passam para atender os engravatados. Depois da segunda taça, até mesmo o mais ermitão dos empresários tem opiniões políticas urgentes a serem expressas, acredite.  
A principal tribuna de um bom liberal quieto é uma garrafa de vinho. 
Em alguns desses jantares, parecia existir uma dúvida realmente recorrente entre alguns empreendedores sobre se Bolsonaro seria de fato o melhor candidato para um liberal votar no segundo turno.
 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Dividindo espaço na mesa com salmões e saladas tão caros que eu sinceramente me perguntava de que terra sagrada vinham aqueles alfaces e repolhos, os argumentos e as críticas ao governo vocalizados por aqueles senhores realmente me assustavam, não pelas críticas em si, mas porque geralmente giravam em torno dos subsídios de Bolsonaro aos caminhoneiros e suas caneladas morais e políticas no percurso de seu governo. Não sei se em decorrência da já terceira ou quarta taça de vinho, a amnésia política daqueles autodenominados liberais era evidente e agravante, ao ponto de esquecerem-se que Lula deu subsídios até para a Nicarágua e Cuba via BNDES sem nenhuma expectativa de retorno desse dinheiro, que a política monetária do governo petista partia, literalmente, dos cofres da União, e não de qualquer estratégia para o mercado, que favores a empreiteiras, conluios com bancos e caixas suspeitos foram a ortodoxia em seus anos áureos.

Até mesmo na Faria Lima, ao que tudo indica, o STF conseguiu extirpar das mentes populares as corrupções do ex-presidente petista, pois, ali, naquela mesa, falávamos de Lula tal como se estivéssemos falando de qualquer outro político sem nenhum histórico podre de corrupção, como se o petista fosse amigo dos empresários e do livre mercado. Ou, pior, como se já não o tivéssemos testado no poder e não soubéssemos no que deu.

É quase grotesco existirem dúvidas reais sobre se Bolsonaro seria ou não uma melhor opção que Lula, segundo os valores e os princípios liberais

Talvez por ser o único plenamente lúcido naquela mesa tomei Coca zero, em decorrência da minha nona tentativa de regime neste ano —, pude constatar com um espanto comedido que aqueles liberais realmente estavam em dúvida se, ante seus sempre imponentes valores e princípios, Bolsonaro de fato era mais liberal que o sindicalista de São Bernardo. E, vejam, não havia nenhum banqueiro na mesa, isto é, não se tratava dos já conhecidos “burgueses do Kremlin”. Falávamos com empreendedores e investidores comuns. Fato é que, excetuando o valor da minha parmegiana de frango, nada mais me assustou naquela noite do que aquele debate.

Ora, eu sei. Realmente seria muito iludido se chamasse Bolsonaro de “liberal” pura e simplesmente. Com quase toda certeza, Bolsonaro nunca leu nenhum clássico do liberalismo — aliás, se este texto chegar a ele, leia A Lei, de Bastiat —, sua labuta pró-mercado me parece ser mais uma crença baseada nas convicções daqueles que ele admira, como Paulo Guedes e sua equipe. 
No entanto, independentemente de onde uma arqueologia das ideias liberais de Bolsonaro nos levará, parece-me um tanto quanto indiscutível que seu governo talvez tenha sido o mais liberal e pró-mercado das últimas décadas neste país. O mercado, o melhor analista político de qualquer governo, nos mostra isso. E, caso sejamos inteligentes o suficiente para não acreditarmos que a mão invisível seja bolsonarista, temos de concordar que existe algum casamento de princípios entre o claudicante liberalismo do governo Bolsonaro e os princípios do livre mercado.

Em ritmo de “despiora”
Só para ilustrar um pouco este artigo: o agronegócio brasileiro cresceu como nunca nos últimos quatro anos, fazendo a OMC (Organização Mundial do Comércio) pedir encarecidamente que o país sustentasse e expandisse seus plantios como uma forma de humanismo em tempos de desabastecimentos alimentícios
Já somos o quarto maior país na produção de arroz, milho e cevada e o primeiro em exportação de café e soja; somente em 2021, exportamos mais de 80 milhões de toneladas em grãos de soja, e, no segundo semestre, foi o agronegócio que liderou a alta do PIB brasileiro
Em paralelo, a exportação de proteína animal jamais esteve tão grande, e, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os produtores ainda guardam fortes expectativas de abertura de novos mercados de carne suína com o Japão, a China e a Coreia do Sul. 
 
Ou seja, os dados de exportação de proteína animal da segunda metade deste ano podem melhorar ainda mais. Por sua vez, a construção civil, que puxou a derrocada brasileira em 2020 e 2021, vem aumentando suas expectativas de crescimento em 2022. Em fevereiro, a projeção girava em 2%, agora está no patamar de 3,5%, com possibilidade para novas revisões para cima. 
Até o mercado de biscoito, nos últimos seis meses, cresceu 40% em exportações. O desemprego vem caindo de forma acentuada e, somente em maio, o Brasil gerou mais de 280 mil vagas diretas de emprego. Em abril, foram 200 mil vagas. O FMI, em relatório divulgado na terça-feira 26 de julho, revisou o crescimento do Brasil de 0,8% para 1,7%, mostrando que o país está em ritmo de crescimento realmente forte e seguro.

Vejam, esses são apenas alguns dados expostos nos últimos 60 dias. Escolhi coletá-los só para ilustrar que, economicamente, apesar dos resquícios da pandemia, da guerra na Ucrânia, da inflação mundial, dos populismos recorrentes de certos setores governamentais, da torcida contrária da velha mídia e dos entraves da oposição, o país parece estar de fato sob uma agenda liberal de crescimento sustentável ou, como essa imprensa gosta de dizer, em forte ritmo de “despiora”. 

Mas ainda há aquela velha questão da liberdade para além dos termos econométricos e das tabelas de Excel, falo da liberdade enquanto respiro social. E por ser demasiado óbvio — até mesmo para os mais ingênuos — não me demorarei nesse aspecto, apenas reafirmarei que é inconcebível, desde os tempos estranhos dos protoliberais John Locke e Adam Smith, que algum dito liberal apoie alguém que abertamente defendesse a regulamentação da mídia, o financiamento de ditaduras e outras mil pautas parecidas. Sabe como chamamos um “liberal” que apoia tudo isso? Socialista.

Por fim, filosófica e economicamente falando, é quase grotesco existirem dúvidas reais sobre se Bolsonaro seria ou não uma melhor opção que Lula segundo os valores e os princípios liberais, mas, acredite, há aqueles que querem inventar uma isenção sofisticada a fim de votar em um candidato socialista e em sua bizarra agenda quase soviética. Por exemplo, segundo o dito “liberal” Pedro Menezes, é melhor votar no Chávez brasileiro do que em Bolsonaro, a fim de evitar um golpe. Olho para a atual Venezuela miserável e só consigo imaginar que, em outros tempos, liberais como Menezes facilmente encontrariam em Stálin bons motivos humanistas para defendê-lo ante os seus opositores

O esquizofrênico caso do defensor da diminuição do Estado que vota em um tradicional estatista para subjugar o presidente que mais diminuiu a máquina pública e promoveu a liberdade individual nas últimas décadas. 

Somente nós, brasileiros, conseguimos produzir espécimes liberais como essa, justificando-a sob um retalhado véu argumentativo de isenção e imparcialidade.

Eu mesmo não votei em Bolsonaro no primeiro turno de 2018, e como liberal tenho um baú lotado de críticas e “poréns” ao seu governo, mas a hipocrisia de coçar a nuca e fingir dúvida entre Bolsonaro e Lula, sinceramente essa desfaçatez não consigo ter. Não vou caçoar da racionalidade e do bom senso social para defender um ex-presidente que representa quase tudo aquilo que política e economicamente eu rechaço. É claro que não estou falando que empresários e demais liberais devam fazer campanha para Bolsonaro, poucas coisas são tão bregas atualmente quanto qualquer adoração política.

O que Russell Kirk realmente ensinou em seu livro A Política da Prudência foi isso: quando só temos nabos para o jantar, dormir sonhando com picanhas é burrice, por isso acordem, liberais de Lula, desçam, nem que seja por um instante, das suas nuvens ideárias e de seus castelos contratualistas a fim de observar o que temos para agora entre as opções que se apresentam. Percebam, meus caros, que os EUA não se tornaram o maior país capitalista do mundo somente debatendo no Salão Oval as curvas e as linhas de um calhamaço filosófico de Mises ou Friedman, mas, sim, optando pela melhor via que existia naquele instante. O famoso pragmatismo do Tio Sam fez daquele país a maior expressão de democracia e liberdade do Ocidente, e fez isso com fatos, e não com marshmallows de ideias.

Leia também “A seita da urna eletrônica”

Pedro Henrique Alves, colunista - Revista Oeste

 

Fique em casa se puder! - Adriano Alves-Marreiros

Se não puder: faremos você poder...

A economia a gente vê depois...

Chavão favorito dos modinhas...

Fique em casa se puder.  Se não puder: soldaremos suas portas.

Fique em casa se puder.  Se não puder: te prenderemos de biquíni...

Fique em casa se puder.  Se não puder: será presa na pracinha...

Fique em casa se puder.  Se não puder: multaremos sua vendinha.

Fique em casa se puder.  Se não puder: invadiremos sua Igreja.

Fique em casa se puder. Se não puder: aplaudiremos quem te impedir.

Fique em casa se puder. Se não puder: apoiaremos quem não te defender.

Fique em casa se puder. Mas se puder, mas... chamar amigos... invadiremos sua casa e te levaremos com sua filha.

Fique em casa se puder.  Preso, enquanto os presos são soltos

Fique em casa se puder.  Se não puder: o choro é livre... [conforme decreto da repórter Maju Coutinho.]

Só você não é...

Só você chora...

Só você não pode... 

Aliás, pode sim: ou incitaremos quem fará você poder...

Vi as pedras de tantas cláusulas constitucionais virarem areia por meio de malabarismos e magia circense, com escalafobéticas palavras mágicas: “não retrocesso”, “constituição viva”, “nenhum direito é absoluto (exceto se for de alguém da ideologia).  Aberrante...

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, depois que fura, aí prossegue de furadeira elétrica sem nem tentar disfarçar o barulho que serve, inclusive, para que as vozes de protesto não sejam ouvidas: e às vezes sejam caladas sem figuras de linguagem.  Silenciante...

Vi a Sociedade sem pai nem mãe quando mais precisou, aliás, pior, transformados na madrasta, qual Cinderela sem sapatinho ou baile: a não ser que fosse fanque...  Chocante

Vi criminosos colocados nas ruas e a liberdade colocada em prisões...  Encarcerante...[1]

Eu mesmo em 20/12/2021 (que coisa ridícula citar a si próprio..., digo, a mim mesmo...)

Que é uma pessoa livre: pra chorar! – segundo aquela vênus platinada que não deve ser nomeada.

P.S.: Compre o livro de crônicas aqui: < https://editoraarmada.com.br/produto/2020-d-c-esquerdistas-culposos-e-outras-assombracoes-colecao-tribuna-diaria-vol-iii/ >

P.S.2.:  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados: < https://open.spotify.com/playlist/49FDRIqsJdf4oxjnM2cpc3?si=SSCu339_T5afOSWjMkk9wA&utm_source=whatsapp >

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 

Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

[1] https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1269/que-o-natal-console-o-arrependimento-decepcao-e-dor.html

Adriano Alves-Marreiros