O governo
corre contra o tempo. A AGU recorreu da decisão que suspende os estudos
preparativos para a privatização da Eletrobras. A expectativa no Ministério é
que a decisão saia rapidamente para não atrasar o cronograma, que prevê a saída
do governo do controle já no segundo semestre. A corrida é para cumprir com o
Orçamento deste ano e evitar perdas para a empresa. Além dos R$ 12,2 bi que o
governo estima levantar com a concessão das usinas da companhia, cálculos
estimam que, sem as mudanças, a Eletrobras terá uma necessidade de caixa de R$
8 bi ao ano — ao menos até 2023 — para cobrir os rombos das distribuidoras e de
outras controladas.
A
ineficiência provoca as perdas. Nessa conta pesa, principalmente, o resultado
de seis distribuidoras no Norte e Nordeste. Elas acumularam prejuízo de R$ 30
bi desde 2013. A intenção é vendê-las durante o processo de privatização. Se
não forem vendidas, vão continuar sugando o caixa da Eletrobras. A estatal
também perde R$ 1 bi ao ano na transmissão; isso porque o custo dela é maior
que a remuneração estabelecida em contrato. A equipe do Ministério tem
argumentado que a empresa não consegue ser competitiva nem cumpre os
investimentos que precisam ser feitos na rede. Atrasos no processo só pioram a
situação.
Coluna da Miriam Leitão, com Marcelo Loureiro
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