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sexta-feira, 25 de março de 2022

O que Aristóteles diria sobre as atletas trans ameaçando o esporte feminino? - Gazeta do Povo

Atletas trans no esporte feminino é mais um caso de suposta "inclusão" que afronta a lógica, já que para incluir uns poucos, exclui todos os demais (no caso, todas, já que são as mulheres as prejudicadas).

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Em tempos de patrulhamento do pensamento alheio, de perseguição a quem pensa diferente, de campanhas de cancelamento, de intolerância extrema justamente por parte de quem se diz empático e altruísta, o assunto sequer pode ser mencionado publicamente.

Quem ousa discutir a injustiça que é permitir que homens biológicos disputem competições com as mulheres atletas é logo taxado de homofóbico. E assim o tema "atletas trans" vai sendo censurado e o esporte feminino, cada vez mais ameaçado.

Curioso é que a mesma turma que defende a igualdade entre homens e mulheres, finge não enxergar a extrema desigualdade que existe tanto em força, quanto em capacidade pulmonar, impulsão e resistência, entre as mulheres e as atletas trans. E finge tamanhas vantagens não são decisivas em competições esportivas.

Mulheres que dedicaram a infância, a adolescência e a juventude a treinos pesados, abriram mão de lazer, festas, convivência com amigos estão desistindo de competir, simplesmente porque não há mais estímulo. Quem tem vontade, afinal, de entrar em uma disputa sabendo que vai perder?

Corpos biologicamente masculinos, muito maiores e mais fortes, ainda que transformados na aparência por terapias hormonais ou até por cirurgias de mudança de sexo, invadiram os vestiários e todos os demais ambientes esportivos femininos.

As atletas trans estão em piscinas, quadras, campos, pistas de atletismo, ringues de boxe e, quase sempre, levam todos os títulos, medalhas, troféus, recordes, prêmios e até bolsas de estudo. Por que as feministas se calam diante de tamanha injustiça com as mulheres? O que a biologia e até a filosofia têm a dizer sobre isso?

Atletas trans e a filosofia
Convidei a Bruna Torlay, professora de Filosofia, para uma conversa sobre o tema em função do caso recente do ex-nadador americano William Thomas, que figurava na posição 462 do ranking masculino dos EUA, hoje Lia Thomas, após breve período de transição hormonal durante a pandemia.

A atleta trans, competindo com mulheres, levou o título numa das provas mais difíceis da principal liga universitária dos Estados Unidos. A injustiça com as demais nadadoras foi tamanha que, desta vez, gerou mais discussão na internet, ainda que o tema siga sendo um tabu.

Em publicação no Twitter o economista e influenciador digital Leandro Ruschel, comentarista do programa Hora do Strike, introduziu um debate filosófico, que aprofundei na entrevista com Bruna Torlay.

"Há milhares de anos, Aristóteles inventou o conceito de categoria para organizar o conhecimento. Através dele, surgiu a ciência propriamente dita... Uma pessoa com cromossomos XX tem órgãos sexuais e reprodutivos femininos e, portanto, é designada como do sexo feminino. Uma pessoa com cromossomos XY tem órgãos sexuais e reprodutivos masculinos e, portanto, é designada como do sexo masculino."

Leandro Ruschel, no Twitter

Ruschel discorre sobre o assunto numa longa sequência de comentários, dizendo que "o que a esquerda está fazendo é negar a realidade biológica e o próprio conceito aristotélico de categoria. Logo, um ser humano XY, que tem aparelho sexual masculino não pode mais ser chamado de homem, e nem mesmo de mulher transexual. Precisa ser tratado como mulher."

"Oecim objetivo disse tudo não é "proteger" as pessoas trans, mas sim destruir a própria ideia de conhento objetivo. Se até a natureza biológica do ser humano é negada, TUDO pode ser negado, o que representa o alvo maior do movimento revolucionário. e o silêncio das feministas."

Aproveitei os dois assuntos (a publicação de Ruschel e o caso recente da nadadora Lia Thomas) na conversa com Bruna Torlay. Bruna é professora de filosofia, dá aulas presenciais, tem cursos online, além de ser diretora de conteúdo da revista Esmeril, que trata de cultura.

Aposto que você vai gostar de ouvir tanto conhecimento categorizado no debate não só sobre atletas trans e ameaças de extinção do esporte feminino, mas também sobre o estranho silêncio das feministas. E sobre filosofia, claro! Clique no play da imagem no topo da página e assista.


segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

A AUTOPROCLAMADA CORAGEM DO STF - Percival Puggina

Ao longo do último ano esta Suprema Corte e o Poder Judiciário como um todo também enfrentaram ameaças retóricas, que foram combatidas com a união e a coesão dos ministros; e ameaças reais, enfrentadas com posições firmes e decisões corajosas desta Corte. (Ministro Luiz Fux no encerramento do ano

Pus-me a pensar sobre o que faz a virtude cardeal da Coragem nesse discurso. Não existe coragem, onde não existe o medo. Entre outras características, o ato corajoso representa, necessariamente, uma vitória sobre o medo.  Segundo Aristóteles, o ato de coragem envolve a aplicação da razão, a busca do bem e a disposição de superar o perigo presente na ação.

Tão nobre virtude, faz lembrar, isto sim, a professora Heley Abreu Batista, que em 5 de outubro de 2017 morreu queimada ao salvar as crianças de uma creche em chamas no município mineiro de Janaúba. Coragem teve o sargento Sílvio Delmar Hollenbach, que em agosto de 1977 pulou para a morte ao salvar um menino que caíra no poço das ariranhas. Coragem demonstraram os jovens que correram para a própria tragédia ao entrarem na boate Kiss em chamas para resgatar amigos que lá estavam caídos, pisoteados pelos que conseguiam escapar. Coragem tiveram todos os europeus que esconderam ou deram fuga a judeus na Europa tomada pelos nazistas. Coragem teve o padre Kolbe (São Maximiliano Kolbe), que se ofereceu para morrer por um chefe de família no campo de concentração de Auschwitz. E por aí segue um livro de muitas e nobres páginas.

Não vejo onde inscrever nelas os acontecimentos de 2021 no âmbito do STF. Não vejo coragem – e menos ainda motivos para coragem autoatribuída – por parte e arte de quem libertou corruptos e os devolveu à política nacional, efetuou insólitas prisões políticas, fechou meios de comunicação, inspirou medo, impôs censura, reivindicou para si mesmo uma fé religiosa e inibiu liberdades.

Que espécie de medo terá sido superado por quem assim procedeu? Em que dobras desse tempo se ocultaram a razão e o bem?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Os bárbaros contra-atacam - Revista Oeste

 Pedro Henrique Alves

É preciso ser heroico para defender a verdade quando todos decidiram que a verdade é mentira

Fachada do edifício-sede do Supremo Tribunal Federal - STF Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Fachada do edifício-sede do Supremo Tribunal Federal - STF Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Filha da filosofia grega com a cultura ocidental, a democracia moderna traz em seu bojo três valores primordiais: a liberdade individual, a tolerância social e o império das leis. Liberdade para falar o que se pensa, acreditar no que quer, ir para qualquer lugar — temperada com a mentalidade tolerante de suportar e até mesmo abrir espaço para ideias contrárias —, colocando em prática aquilo que o filósofo americano Jonah Goldberg chamou de “milagre ocidental”.

Foi a democraciamaturada em mil caldeirões argumentativos que gestou a mentalidade social que hoje possibilita a existência de uma sociedade em que católicos e protestantes, homens e mulheres, ricos e pobres, héteros e gays, progressistas e conservadores congreguem, produzam e batalhem lado a lado em busca de um país mais bem organizado. Não há outro exemplo na história humana em que pessoas que pensam, creem e defendam pontos de vista profundamente conflitantes tenham habitado os mesmos bares, as mesmas escolas e praças, sentados para tomar cerveja depois do trabalho, gritando e se abraçando em estádios de futebol após um gol. Muito menos que eles, unidos, conscientemente ou não, tenham prosperado juntos em busca de um bem comum, de avanços e melhorias. Parece milagre mesmo.

Mas devemos deixar claro que a democracia está fincada em um paradoxo absurdo entre necessidade de liberdade e necessidade de ordem. Ao mesmo tempo que é o regime político que mais deu liberdade, que unido embrionariamente ao livre mercado mais gestou prosperidade, ofertou tolerância política e religiosa, é simultaneamente o que mais possibilitou o livre advento de idiotas, alienados, déspotas, criminosos, religiosos e sindicalistas fanáticos, todos eles com acesso livre aos microfones políticos e às ágoras modernas — as redes sociais. A mesma democracia que oferece as janelas abertas ao frescor do avanço econômico e científico, é também a que não impede o salto da ordem social quando um louco politicamente sedutor ganha proeminência.

E é isso mesmo. Churchill estava certo quando disse que a democracia nem de longe é perfeita, mas que ainda assim era a melhor das opções. 
O fato é que não há como trancar as janelas sociais sem ferir a liberdade e a tolerância dos bons e dos sinceros que apenas desejam ares frescos.  
Cabe, no máximo, punir os transgressores das regras públicas, cercar de avisos e leis os impulsos e atos que maltratam o terreno comum da sociedade. Mas para por aí. A democracia parte do pressuposto da real liberdade dos indivíduos — e isso não é negociável. Por ser “demasiadamente humana”, também está inevitavelmente embebida das falhas inerentes aos homens.

Daniel Silveira foi proibido de dar entrevistas. Por quê? Porque Alexandre de Moraes não quer

Dessa forma, é bom lembrar a todos que a democracia não é uma força vital inatingível pelas tolices dos tiranos, muito menos uma utopia socialista perfeitamente esculpida pela “ciência” militante. Da mesma maneira que a democracia foi construída, ela pode ser destruída. Está suspensa por uma fina linha de sensatez, assegurada pela sempre madura mentalidade comum, por instituições sintéticas de Estado e pela coragem de alguns chamados a defendê-la em seus inúmeros fronts. E é disso que se trata tudo, os bárbaros voltaram, e agora não há invasões, eles já estão aqui.
A destruição dos pilares da democracia já está em curso, basta olhar com atenção e retirar a trave ideológica dos olhos.[e logo veremos que os destruidores da democracia não são os que estão presos sob o pretexto da prática de atos antidemocráticos = termo para designar as punições que sonegam às suas vítimas direitos que a democracia lhes assegura e usam para tanto o argumento de preservar a democracia.]
 
Os bárbaros voltaram em suas novas peles, em renovados invólucros sociais. A crescente onda de autoritarismo promovida pelo Supremo Tribunal Federal talvez seja o melhor exemplo disso. Estamos naquele sagrado limiar da análise social, o momento exato da transfiguração das impressões críticas em encarnações factíveis. As pedras estão se vertendo em Golem. Não podemos mais enfeitar os atos dos togados brasileiros com frases que buscam abrandar a crítica merecida. Dizer que o STF “flerta com o autoritarismo” não é mais ser prudente: é um erro.  
Um tribunal que prende jornalistas e deputados, cala grupos sociais inteiros, cria regras instantâneas a fim de silenciar críticas e opositores, que assume publicamente cartilhas ideológicas, que tem ministros que falam como chefes de Estado, um tribunal camaleão que deliberadamente assume funções de poderes republicanos independentes. Não se trata de “flertes autoritários”, mas de uma Corte que decidiu abertamente ser despótica, que vestiu deliberadamente as luvas do cesarismo.

Daniel Silveira — depois de ser liberto de uma prisão ilegal — foi proibido de dar entrevistas. Por quê? Porque Alexandre de Moraes não quer. Até o momento não se viu materialidade alguma na prisão de Oswaldo Eustáquio. Também não se enxergou motivo para prender Allan dos Santos, embora seu pedido de extradição tenha sido expedido. [e até o presente momento não deferido - os crimes imputados ao deputado não são crimes nos Estados Unidos da América.] Até o momento, a única possível explicação para os atos do Supremo Tribunal jaz na tirania da Corte.

Para que a democracia exista, precisamos ter uma concordância mínima de valores. Esquerda e direita, progressistas e conservadores que não habitam os extremos ditatoriais devem resguardar e defender as bases que possibilitam uma sociedade livre e tolerante. Os ataques às liberdades individuais e às estruturas jurídicas, antes mesmo de assumirem faces e cores ideológicas, devem ser rechaçados por serem ataques aos valores comuns da democracia.

As liberdades caçadas de Daniel Silveira e Allan dos Santos, mesmo que você os odeie, ferem também a sua liberdade. Não se conhece uma ditadura que tenha silenciado somente os opositores, bem como nunca se viu a gana autoritária de um homem ser plenamente saciada com a repressão de apenas alguns desafetos. O despotismo é uma porta que, depois de aberta, não se fecha de forma pacífica.

Talvez a pergunta fundamental tenha sido feita pela historiadora americana Gertrude Himmelfarb em seu livro Ao Sondar o Abismo: Pensamentos Intempestivos sobre Cultura e Sociedade: Como uma sociedade que louva as virtudes da liberdade, da individualidade, da variedade e da tolerância se sustenta quando tais virtudes, levadas ao extremo, ameaçam subverter aquela mesma sociedade liberal e, com isso, as próprias virtudes”?

A resposta está em uma constante vigilância temperada por um pontual heroísmo de cada um. É preciso ser heroico para defender a verdade quando todos decidiram que a verdade é mentira. É preciso ser nobre para defender os valores corretos quando estamos cercados de tribos que defendem a tirania como condição da liberdade.

Arremata Himmelfarb sobre o assunto: “É necessário um grande esforço de vontade e inteligência para o indivíduo decidir por si mesmo que algo é imoral, e para agir segundo essa crença, quando a lei e as instituições do Estado consideram a coisa permissível e até legal. É preciso um esforço ainda maior dos pais para inculcar tal crença nos filhos, e persuadi-los a agir com base nisso, quando as escolas públicas e as autoridades do governo contradizem tal crença e autorizam o comportamento que a viola”.

O escritor inglês G. K. Chesterton dizia que a história costumava ser sempre salva por um punhado de pessoas comuns que insistiam em não se adequar às sandices de seu tempo. Em O Homem Eterno, ele afirmou que é muito mais fácil ser galho seco na correnteza do que nadar contra ela a fim de defender valores. De fato, é preciso honra e brio para confrontar os bárbaros, quer eles vistam peles de caças ou togas pretas. Não consta nas bibliotecas que as benesses da civilização tenham sido construídas por covardes. Devemos decidir logo se somos galhos ou nadadores.

Leia também “Um deputado é o alvo predileto do carcereiro fora da lei” 

 Pedro Henrique Alves, colunista - Revista Oeste

 

terça-feira, 23 de novembro de 2021

ATAQUES À DEMOCRACIA? QUE DEMOCRACIA? - Sérgio Alves de Oliveira

A visão completamente deturpada que algumas de “Suas Excelências”, os ministros do Supremo Tribunal Federal, e a própria legislação infraconstitucional mais  recente, escrita pelos políticos, nada tem a ver com a democracia verdadeira, e resulta em  criminalizar fatos que podem ser qualquer “coisa”, menos democracia,na legítima acepção dessa palavra.

Para começo de conversa, esse tal de ”estado democrático de direito”previsto com todas as letras na Constituição, nas leis, e no entendimento dos “Supremos” Ministros, não é nem nunca foi  “democrático” verdadeiro, muito menos  (estado de) “direito”.

Não é nem nunca foi estado de “direito”, nem  “democrático”, porque as regras que essa “coisa” consagra provém muito mais do (anti)direito,ou seja, do direito “torto”, do que do direito propriamente dito. Melhor explicando: o direito em si tem diversas “fontes”,quais sejam, as (1) LEIS,a (2) ANALOGIA,os (3)COSTUMES,os (4)PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO,a (5) DOUTRINA,e  finalmente a(6)JURISPRUDÊNCIA.

A (1) LEI é a fonte principal do direito, seguida pelas demais,que consiste no preceito jurídico escrito,emanado do legislador e dotado de caráter obrigatório e geral. Segundo Del Vecchio,”é o pensamento jurídico deliberado e consciente,formulado por órgãos especiais,que representam a vontade dominante numa sociedade”. Por isso “representa”,ou “deveria”,representar a vontade do povo. Por sua vez a (2) ANALOGIA se trata da fonte imediata do direito,utilizada para integrar a lei,consistindo na aplicação dos mesmos dispositivos legais em casos análogos. Já os (3) COSTUMES são as normas aceitas como obrigatórias pela consciência popular. Por seu turno,a (4) DOUTRINA se trata das pesquisas e pareceres dos cientistas do direito,e  para Pompério, ” a doutrina é o acervo de soluções trazidas pelos trabalhos dos juristas”.  E a (5) JURISPRUDÊNCIA constitui o conjunto reiterado de decisões judiciais dos tribunais sobre determinado assunto. Finalmente,os (6) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO significam os postulados que se encontram num determinado sistema jurídico,contendo um conjunto de regras.

Ora, como a LEI é a principal fonte do direito, desde o momento em ela é aprovada a partir de um poder CORROMPIDO, evidentemente todas as demais fontes do direito serão necessariamente “contaminadas” pelo “vírus” original, contido nas leis aprovadas por um poder depravado nos seus costumes.

Tudo muito “bonitinho” na teoria,não? Mas e  na prática, como fica essa situação das “fontes do direitoquando os poderes constitucionais  do Estado, competentes para  aprovar e garantir as leis, que levam de “arrasto” todas as outras fontes do direito - porque é a principal delas - ficam à mercê da delinquência levada a fazer política e leis, e juízes de tribunais superiores escolhidos por essa escória para garantir a aplicação das  leis viciadas que aprovam, servindo de cão-e-guarda e garantia da sua aplicação?

Poder-se-ia cogitar de um verdadeiro (estado)de direito quando todas as suas fontes estão viciadas, como é o caso brasileiro? O que se tem na verdade é um (estado) “de direito”,ou de (anti)direito? Como conceber um estado de direito verdadeiro se as leis são feitas por mandatários desprovidos de virtudes políticas e entregues para julgamento e “garantia” de um poder constituído por elementos que eles mesmos escolheram e referendaram,e que produzem a base da “jurisprudência”? Essa “jurisprudência seria confiável?

E o que seria essa tal de “democracia”,que compõe o falsamente chamado  “estado democrático”, que tanto idolatram, e que chega a ocasionar  prisão, sem direito de defesa, a quem questiona a sua validade moral?

Aristóteles (384 a.C-322 a.C) considerava a democracia uma das três formas PURAS de governo,ao lado da monarquia e da aristocracia, e classificava a”demagogia”como  a forma corrompida da democracia,a sua forma IMPURA. Mais tarde  o historiador e geógrafo grego  Políbio (203 a.C-120 a.C) substitui a democracia de Aristóteles pelo que ele chamou de OCLOCRACIA, que seria a democracia deturpada, degenerada, corrompida,”às avessas”,e incluiria a demagogia,praticada por um povo imaturo de consciência democrática, em proveito da pior escória da sociedade levada a fazer política,e que acabava se adonando,,direta ou indiretamente,do poder de governar,fazer as leis ,e julgar as demandas jurídicas da sociedade.

É por essa simples razão que no Brasil não se pratica nenhuma democracia, e sim a sua contrária, a oclocracia. E por essa “coisa” que muitos políticos e “Supremos” chamam de democracia,e que  “dá cadeia” injustamente para muitos, tenho absoluto  desprezo,cuspo e vomito sobre ela, porque me causa repugnância. Respeito, isso sim, a verdadeira democracia, que sem dúvida é a melhor forma política que um determinado estado pode praticar. E desprezo a sua contrária,a oclocracia.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

domingo, 17 de outubro de 2021

A cidadania corre perigo - Revista Oeste

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

A cidadania não é um direito; ela requer trabalho. No entanto, muitos cidadãos de repúblicas, antigas e modernas, passam a acreditar que merecem direitos sem assumir responsabilidades — e não se preocupam como, por que nem de quem herdaram seus privilégios. Os cidadãos não são meros residentes, propensos a receber mais do que dar. Eles não são povos tribais que se unem por aparência ou laços de sangue. Eles não são camponeses sob o controle dos ricos. Nem é sua primeira lealdade a uma comunidade mundial abstrata.

O cidadão precisa abandonar suas lealdades tribais mais antigas para aceitar os valores que definem a república. Uma vez que alguém deve mais lealdade a seu primo do que a um concidadão, uma república constitucional não pode existir. Para enfraquecer uma república, não é necessário quebrar as leis; às vezes cuspir em seus costumes e tradições faz tanto mal quanto a marginalidade. E o tecido social que une os cidadãos está sempre a uma geração de ser perdido, como alertava Reagan. Historicamente falando, muitas repúblicas desmoronaram dentro de uma década apenas.

Um sinal de esclerose democrática é a perda de confiança na integridade do voto — a ponto de ser visto como um exercício fútil, em vez de um baluarte da cidadania. Apressados podem apontar o dedo para Trump, mas é bom lembrar que o livro anterior de Hanson foi o best-seller The Case for Trump. Para Hanson, quem depreciou a confiança no sistema eleitoral foi o Partido Democrata, ao pregar mudanças radicais sob o pretexto da pandemia. Milhões passaram a desconfiar da eleição.

A natureza do governo consensual em suas origens foi uma autocrítica com reavaliações constantes. Quando essa introspecção perpétua cessa, o mesmo acontece com a cidadania. Hoje temos visto a interdição do debate em diversas esferas, com a esquerda monopolizando a fala em nome da ciência, rotulando de negacionista ou fascista quem ousa questionar o establishment. Daí a importância de uma classe média independente, capaz de remar contra a maré determinada pelas elites.

Uma cidade-estado governada pelas classes médias é superior não apenas às oligarquias, mas também aos povos tribais, muitas vezes nômades e sem assentamentos permanentes, que definem sua existência política por laços pré-civilizacionais de sangue e casamento. Tradicionalmente, os defensores filosóficos das classes médias argumentam que a maioria dos proprietários moderados tanto incentiva a autossuficiência, a responsabilidade e a estabilidade social, que faltam aos pobres, quanto restringe a capacidade dos poderosos e grupos de interesses especiais de exercerem influência excessiva no Estado.

Hanson traz dados preocupantes do empobrecimento da classe média americana, com crescente nível de dívida para custear universidades e consumo, além da casa hipotecada cada vez menos acessível. A dependência de benesses estatais é cada vez maior, enquanto o endividamento de quase US$ 30 trilhões do governo, associado a uma política monetária frouxa do Federal Reserve, aniquilou qualquer rendimento sobre a poupança. [economia não é o nosso forte, mas bom lembrar que o Brasil passa por um processo de aniquilação do rendimento da poupança - anterior ao 'espirro' inflacionário de agora e consequência direta do maldito governo petista, no caso o da Dilma com sua política amanteigada de derrubar juros via decreto: desde o governo da "escarrada" que usar um dia do cheque especial  - ainda que de banco que apregoa cheque especial com dez dias sem juros - gera um IOF SUPERIOR a todo o rendimento mensal da poupança.]

A classe média acaba espremida entre uma massa tribal e a elite cosmopolita. A independência econômica é prerrogativa da cidadania. A maioria da população não pode exercer nem proteger seus direitos de expressão e comportamento irrestritos sem a segurança material que apenas a autossuficiência econômica e a autonomia da classe média garantem.

Em vez de ocidentalizar o planeta, a globalização talvez acabe internacionalizando a América

Sem uma classe média, a sociedade se bifurca, fragmenta-se em uma situação moderna de mestres e camponeses. 
Nessa situação, a função do governo não é garantir a liberdade, mas subsidiar os pobres para evitar a revolução e isentar os ricos, que retribuem enriquecendo e empoderando as classes governantes. 
Uma tecnocracia cada vez mais blindada do povo concentra um poder arbitrário assustador, legislando por conta própria sem o devido mecanismo de freios e contrapesos e sem a responsabilidade por suas decisões.

Para o autor, estamos chegando a um ponto semelhante ao surgimento de um exterminador robótico fictício que destrói seus criadores humanos, já que a elite burocrática acredita que pode e deve se antecipar a qualquer autoridade eleita que a considere perigosa. Se o cidadão não puder eleger funcionários para auditar, controlar ou remover os não eleitos, ele perdeu seu poder soberano.

A globalização permitiu acesso a produtos mais baratos e mercados amplos, mas trouxe um custo elevado para a classe média, que precisa competir com chineses em condições de trabalho quase escravo e imigrantes ilegais em seu quintal. [afinal, brasileiros desempregados continuarem sem emprego, visto que políticas humanitárias pró emigrantes faz com que a contratação da mão de obra ilegal tenha prioridade sobre a dos brasileiros é algo que se torna normal; criticar tal política, que prioriza o estrangeiro sobre o cidadão brasileiro,  pode resultar no crítico ser acusado de ato antidemocrático, ato contra a Constituição, ato contra o 'estado democrático de direito'.] Em vez de ocidentalizar o planeta, a globalização talvez acabe internacionalizando a América. A realidade atual é que milhões de americanos, por meio de dívidas, desemprego e salários em declínio, estão agora se tornando nossas próprias versões urbanas e suburbanas atualizadas do campesinato rural europeu do passado.

Existem consequências reais para os trabalhadores de classe média quando seus salários se ossificam, os custos da faculdade ou da educação profissional para seus filhos disparam e eles ficam com dívidas para a vida toda para ter uma casa. 
Muitos veem a criação de filhos e até mesmo o casamento como abstrações enfadonhas. 
As justificativas sociais para a diminuição dessas instituições tradicionalmente mais conservadoras decorrem das realidades econômicas que as tornam mais difíceis, segundo Hanson. 
A média dos anos 1960 de 2,3 filhos por família diminuiu para 1,9 atualmente. 
Esse número está bem abaixo da taxa de 2,1 necessária para manter o tamanho atual da população.

Diante desse cenário, populistas da esquerda e da direita que prometem atacar o “sistema” ganham força eleitoral, como Bernie Sanders e Donald Trump. Alguns americanos, rejeitando o tribalismo, preferem ser rebatizados como “cidadãos do mundo”, como se tal abstração fosse algo moderno. Estranhamente, essa ideia remonta ao utopismo socrático e nunca ofereceu nenhum projeto crível de um Estado transnacional viável.

Eis, em suma, o quadro atual na América: uma elite sem apego pela pátria, um tribalismo recrudescente, um Estado endividado e um povo mais e mais dependente dele, com uma burocracia sem voto controlando enorme poder arbitrário. 
A classe média vai desaparecendo nesse ambiente, como aquela formada por cidadãos autônomos, economicamente independentes, dispostos a lutar para fazer valer seus direitos republicanos. 
Não é dos quadros mais alvissareiros do mundo, mas tampouco é uma situação irreversível. 
Que a cidadania corre perigo, porém, e que seu resgate não será trivial nem da noite para o dia, isso está claro para quem observa com atenção os dados disponíveis. Daí a importância do alerta do historiador.

Leia também “O principal problema”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

SETE PERGUNTAS - Percival Puggina

 “Os cidadãos têm direitos individuais independentes de toda autoridade social ou política, e a autoridade que os viola torna-se ilegítima”. 
 (Benjamin Constant, filósofo e político francês de quem os ministros do STF certamente ouviram falar nos cursos que tenham feito).  

No dia 7 de setembro de 1822, o Brasil proclamou sua independência de Portugal porque as Cortes Extraordinárias da Nação Portuguesa planejavam reduzir o Brasil à condição de colônia para prover riqueza e rendas à metrópole empobrecida e degradar a dignidade e a liberdade dos brasileiros.

No dia 7 de setembro de 2021, a maior mobilização popular da nossa história, pacífica e ordeira, proclamou ao sol e à chuva, aos ventos e às calmarias, seu desejo de liberdade de opinião, expressão e dignidade para todos os cidadãos. Por isso, foi o maior Dia da Pátria, depois da fundação da Pátria.

Todos aqueles a quem, de algum modo, se dirigiam as manifestações rejeitaram o gigantesco evento que teve apoio ou foi convocado pelo presidente da República. As perguntas que trago à reflexão do leitor, neste momento difícil da história nacional, são as seguintes:

- quando a esquerda brasileira não se empenha em derrubar quem ocupe a cadeira que ela ambiciona?
- quando a esquerda brasileira não cuidou de assassinar a reputação de quem a ela se opõe?
- quando a esquerda brasileira, no poder, não abusou do poder de que dispôs?
- quando a esquerda brasileira não buscou a hegemonia e o controle da comunicação social?

- quando não buscou o conflito, não esticou a corda, não promoveu a cizânia?
- quando não criou ela mesma os problemas de que se vale para chegar ao poder?
- quando, mundo afora, não foram os conservadores e liberais os adversários prioritários, que a esquerda totalitária sempre precisou derrotar e reduzir ao silêncio nos gulags, nos campos de concentração e nas UMAPs cubanas?

Estas sete perguntas fiz aos cidadãos presentes sob seus guarda-chuvas na manifestação ocorrida em Porto Alegre, no Parcão, no Sete de Setembro. E a resposta unânime foi: “Sempre!”

Sempre foi isso. Sempre foi assim. Eis por que afirmo, com convicção, que Bolsonaro é o objetivo instrumental, material (para dizer com Aristóteles) dos atuais ataques promovidos pelas instituições de Estado. O objetivo final, porém, somos nós, conservadores e liberais, ressurretos na eleição de 2018 com os princípios e valores que julgavam, há mais de meio século, remissos da história nacional.

Agora, impõem-se silenciar-nos. Urge, para essa esquerda, calar as novas vozes que ecoam para milhões nas redes sociais. Saúdo nesses jovens, a inteligência, a superioridade intelectual, a razão que almoça com a verdade, janta com a justiça, serve ao Bem, E causa inveja. Muita inveja.

Se o STF, de doutos e sábios, com tanta facilidade muda de convicção contra a opinião pública, por que, raios, está sendo criminalizada a opinião divergente? 
Tudo indica que somos muito mais importantes do que julgamos ser. Talvez haja muito mais em jogo do que as cartas sobre a mesa.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

CONTRA A INJUSTIÇA TOGADA, CORAGEM! - Valterlucio Bessa Campelo

A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras. (Aristóteles)

Existem determinadas qualidades humanas que desde a antiguidade temos no ocidente como virtudes. São atributos que movem a sociedade na busca da realização do bem, seja a partir do indivíduo ou de grupos. Para Sócrates, quatro virtudes são fundamentais – sabedoria, ou prudência; fortaleza, ou coragem; temperança e justiça. Embora sejam essencialmente qualidades humanas, ele os expandia à cidade. Seu último ato, antes de ser envenenado foi de coragem.

Resumidamente, pode-se dizer, a partir do próprio Sócrates e de Platão e Aristóteles, que Sabedoria, ou prudência, são para fazer boas escolhas, para decidir corretamente, o que leva à racionalidade, à reflexão. Fortaleza, ou coragem, para levar a efeito a decisão tomada, para seguir com retidão, para não sucumbir às dificuldades enfrentadas. Temperança tem a ver com moderação, com freio aos excessos e às paixões. Justiça é a virtude da medida certa, da equidade, das coisas em seus devidos lugares e funções.

Lembrei dos gregos enquanto refletia sobre a prisão recente de Roberto Jefferson, mas não apenas, posto que antes deles vários outros brasileiros tiveram sua liberdade cassada por “delitos de opinião”, no bojo do infame inquérito das “fakenews”, essa monstruosidade criada para perseguir desafetos e fazer a Justiça pender para um lado, o que propriamente dissolve a si mesma. Justiça que tem lado não é verdadeira justiça.

Não pretendo discutir o mérito de nenhuma prisão em si mesma, não tenho, é certo, condições técnicas para isto. Entretanto, como cidadão, percebo uma espécie de agigantamento desproporcional de um poder que o torna assustador. Toda prisão carrega um conteúdo pedagógico, é um exemplo, uma amostra para a sociedade de que determinado ato é punível pela lei de modo severo – o que seria mais severo do que a restrição da liberdade? – então, quando vejo no patamar superior da Justiça brasileira o vezo em calar vozes e opiniões pela força, sinto que de algum modo a minha própria liberdade de expressão está ameaçada.

Possivelmente os áulicos do esquerdismo e o isentismo de cuecas (ou calcinhas) vermelhas se sentem confortáveis com as prisões facilmente decretadas contra seus adversários políticos. A mim, porém, incomoda muitíssimo, porque a pretexto de punir em um ou outro o que filosoficamente se poderia chamar de vício da falta de temperança, ou de prudência, ou as duas juntas, o STF está deliberadamente inibindo na sociedade a virtude da coragem que, segundo Aristóteles, antecede todas as outras. A coragem para ser livre e livremente se expressar está, por certo, ameaçada, intimidada por tantos ataques a este direito inalienável do SER humano.

Lembremos o que disse um dos pais fundadores dos Estados Unidos da América e seu primeiro presidente entre 1789 e 1797, George Washington. À época, adiantou ele que “Quando a LIBERDADE de expressão nos é tirada, logo poderemos ser levados, como ovelhas, mudos e silenciosos, para o abate.” 
Agredidos, vilipendiados é como se sentem aqueles que amam a liberdade e são proibidos de reagir ao monstro togado. 
Satisfeitos é como se sentem aqueles que por covardia ou ignorância abraçam seus futuros algozes. Estes, deveriam estar aprendendo mandarim.
Como se não bastasse censurar, prender e, literalmente, arrebentar, como fizeram com o jornalista Oswaldo Eustáquio (segundo o próprio) através do famigerado inquérito das fakenews, vem ultimamente a mordaça do TSE determinar que as bigh techs desmonetizem canais nas mídias sociais que sejam críticos ao sistema de voto exclusivamente eletrônico, mesmo sendo ele inseguro, como restou provado. 
Não havendo razão ou condições para prender todos, querem asfixiar financeiramente os canais conservadores. 
Enquanto isso, os canais dedicados à propaganda comunista estão à vontade para toda ação deletéria em relação ao governo e à democracia, inclusive para se associarem a governos estrangeiros. 
Aliás, por que se alegra aquele embaixador?

Impressiona que qualquer brasileiro esteja liberado para estupidamente, sem provas, sem sequer indícios, atribuir crimes e insultar o presidente da república ou qualquer do governo, porém, esteja proibido de sequer duvidar, ou questionar a qualidade das urnas utilizadas nas eleições brasileiras, apesar de o TSE jamais haver provado a sua higidez. Pelo contrário, por lá, digo, dentro do sistema eleitoral, durante 6 meses um hacker estagiou impunemente.

Parece que tomar o poder sem ganhar eleições entrou na moda. De Zé Dirceu ao mais idiota útil perambulante nas redações, sindicatos ou universidades, todos vêem a possibilidade de expulsar  um governante mediante expedientes de força, ilegais e infames, como uma opção razoável. Caem no anti-bolsonarismo histérico sem um tostão de reflexão e, assim, ajudam a colocar o Brasil calmamente na antessala do domínio vermelho, à espera de uma venezuelização. Essa gente não mede ou não faz ideia das consequências de sua vileza.

Por seu turno, a velha imprensa, órfã das verbas milionárias que lhe sustentava a ineficiência, cala-se frente à censura e aos desmandos. Os antigos jornalões e as TV’s agacham-se perante a força togada, chegando ao cúmulo de atribuir culpa ao silenciado. Vejam só! A imprensa é incapaz de defender a liberdade de expressão e sedizentes jornalistas a seguem sem se envergonharem.

Como se pode ver nos últimos tempos, a liberdade de expressão de uma parcela da população, a parte conservadora, se transformou alvo do humor de ministros de qualquer tipo e tribunal. 
Querem impor uma narrativa embusteira, historicamente podre, passando por cima dos mais elementares princípios do direito. Pior. Fazem isso sob a complacência das nossas personalidades ditas democratas.
FHC saiu do buraco onde se esconde para passar pano pró autoritarismo. Sociólogos e os filósofos de auditório se calaram. Cadê os defensores dos direitos humanos? Onde se meteram as feministas de sovaco cabeludo? Os intelectuais, os artistas? Onde? Não precisam responder. 
Estão escondidos, achando que golpeando Bolsonaro, o Brasil dará um giro para trás de 20 anos e recuperarão seus prestígios e suas sinecuras. Como faz pra gargalhar numa hora dessas?

Até a velha Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, no passado sóbria e séria, hoje se transformou num puxadinho da esquerda e é incapaz de emitir sequer uma nota em defesa da liberdade de expressão. Pensam eles, talvez, que será suave se transformar em “Ordem dos Advogados Bolivarianos” para não perder a sigla.

Vivemos um momento gravíssimo da história brasileira. Talvez a cisão política levada a cabo pela esquerda odienta, aquela que não se livra do coletivismo mofado e nos últimos 30 anos vem dividindo o Brasil entre pobres e ricos, homens e mulheres, pretos e brancos, homossexuais e heterossexuais, ateus e religiosos, precipite outra ainda maior. Sinceramente, creio que há tempo ainda para a sabedoria e a temperança, do contrário, em busca da maior das virtudes - a justiça, precisaremos muito da primeira - a coragem.

Valterlucio Bessa Campelo escreve opiniões, contos e poemas eventualmente em seu BLOG.