Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O vídeo mostra Isabel Vaughan Spruce orando silenciosamente enquanto a polícia se aproxima dela e pergunta o que ela está fazendo, ao que ela responde que “pode ser” que estivesse rezando mentalmente.| Foto: Reprodução Twitter
Um dos assuntos mais frequentes em nossa coluna é a liberdade religiosa.
Falar de liberdade religiosa é falar de proteção ao fenômeno religioso; logo, é importantíssimo termos a compreensão exata do que é religião para a ciência do Direito, o que não é assim tão simples.
Assim como na Teologia, onde a aproximação de um texto das Escrituras requer interpretação, sendo que há critérios para estabelecer um caminho seguro, no Direito também vemos estas nuances no (as vezes não muito) árduo trabalho de interpretar uma norma.
O texto da lei é apenas um dos elementos, sendo que há também fontes diferentes para auxiliar na difícil tarefa de buscar exercitar, efetivar e aplicar a justiça.
Assim, os termos mudam de acordo com a ciência que os descreve. Nesse rápido texto, queremos lançar luz ao sentido jurídico do termo “religião”.
A transcendência, que atinge cada pessoa, é parte do que chamamos“liberdade de crença”.
Esta é, no Brasil, um direito absoluto (artigo 5.º, VI, primeira parte, da Constituição). Ninguém pode determinar em que eu ou você cremos. É um assunto de foro íntimo, e neste domínio apenas a nossa consciência determina as coisas. Por isso a Constituição afirma que se trata de liberdade inviolável.
As próximas gerações de cristãos dependerão do que fizermos hoje quanto à defesa dos fundamentos da nossa fé, também na arena pública
A situação muda quando saímos do foro interno e passamos a exercitar a crença no ambiente externo, seja individual ou coletivamente. Então surge a necessidade de uma conceituação do fenômeno religioso de forma mais ou menos objetiva para que, enquanto civilização, possamos perseguir as necessidades humanas fundamentais da maneira mais colaborativa e menos lesiva possível.
As fontes do direito (as leis, os julgados, a doutrina etc.) têm chegado ao consenso de que um fenômeno que mira a transcendência pode ser considerado uma “religião” se forem observados três elementos: o trinômio Divindade/Moralidade/Culto. Sempre haverá a necessidade de se encontrar uma relação do ser humano com o divino, a partir de ensinamentos morais, e que se expressará por meio de uma liturgia, o culto, individual ou coletivo.
E qual é o veículo para que o domínio interno (crença) possa ser exercitado por meio deste conjunto de elementos formadores da religião? Um direito fundamental com o nome de “liberdade de expressão”.
Esta liberdade é um “meio” pelo qual expressamos, na liturgia do culto, da família ou do trabalho, o conjunto de valores morais ligados à revelação transcendental de Deus.
Entender como este mecanismo funciona é imprescindível para que possamos também defender as nossas posições frente a hostilidades enormes que estamos enxergando, tanto ao analisar situações passadas quanto outras que se avizinham.
Damos um exemplo externo e um do Brasil sobre a necessidade de vigilância com estes conceitos.
O externo é o recente caso de Isabel Vaughan-Spruce, que foi presa na Inglaterra por estar fazendo orações silenciosas em frente a uma clínica de aborto. Neste caso, o simples fato de a mulher estar em frente ao lugar, com a cabeça baixa, em oração (ou seja, em uma expressão absolutamente discreta de suas crenças), foi o suficiente para que entendessem estar ela usando uma “linguagem de ódio”. Graças a Deus o veredito foi de inocente, mas seu caso mostra como os temas envolvendo a fé se tornarão cada vez mais controversos e sensíveis na sociedade secular e antirreligiosa.
No Brasil, tivemos o recente caso de uma mulher que fora homossexual e identificava-se como homem trans; após a conversão à fé cristã, abandonou tais posições. Anos mais tarde, candidatou-se à fila de adoção e teve sua habilitação negada por causa de suas crenças religiosas, que poderiam interferir na vida de seu filho ou filha no futuro. Também houve reversão da decisão neste caso, mostrando a sensibilidade do tema.
As próximas gerações de cristãos dependerão do que fizermos hoje quanto à defesa dos fundamentos da nossa fé, também na arena pública. Thiago Rafael Vieira/Jean Marques Regina - Gazeta do Povo - VOZES
O movimento De Olho no Material Escolar luta para
neutralizar as fantasias sobre o agronegócio difundidas pelos livros
didáticos
“Eu sou um indígena. Me chamo Beto.
Eu moro na Região Centro-Oeste. Minha casa foi destruída para plantar
cana-de-açúcar. Eu e meu amigo não conseguimos trabalho. Nós saímos nas
ruas para pedir que não comprem a cana-de-açúcar do lugar que era a
nossa casa.
Não adianta muito. Ninguém nos ouve e vivemos na pobreza total. Meus pais se mataram por causa das dificuldades de vida. Vivo sozinho desde que tinha 14 anos.”
Foi essa carta, escrita por uma criança de 10 anos
que fazia a lição de casa, o gatilho para a criação do De Olho no
Material Escolar.
O movimento começou quando Letícia Zamperlini contou o
que sua filha fora obrigada a escrever para Helen, que contou a
Andréia, que repassou para Heloísa, que relatou a Elizana. Hoje, são
mais de 4 mil simpatizantes e centenas de associados espalhados por dez
Estados brasileiros.
Depois de ler a carta, Letícia — produtora rural como Andréia,
Heloísa e Elizana — explicou à filha que grande parte daquela
dissertação estava distante da verdade. Ela conversou com diretores,
professores e pais até constatar que, muito mais do que resultado da
má-fé, aquilo decorria do desconhecimento generalizado. E era
potencializado sobretudo pelos livros didáticos.
O “De Olho”, como costuma ser chamado pelos associados, é fruto da
pandemia. Com as escolas fechadas, as mães, transformadas em
professoras, começaram a prestar muito mais atenção no que era ensinado
aos filhos — e em como era ensinado.
Depois de uma live em que o agrônomo e ambientalista Xico
Graziano mostrou alguns desses exemplos, o grupo passou a receber
materiais vindos de todo o país. Por exemplo, para uma pergunta sobre as
“condições econômicas e ambientais da pecuária realizada no Brasil”, a
resposta considerada correta era “Pecuária causa desmatamento na
Amazônia”.
Os “prejuízos da pecuária para o meio ambiente”incluíam afirmações
como: “o gado deixa o solo compacto e duro”; “vacas, ovelhas e cabras
soltam uma grande quantidade de gases, que poluem o ar”; ou “as fezes e a
urina produzidas na pecuária intensiva podem se infiltrar no solo e
contaminar as águas subterrâneas”.
Outro livro didático garante que o trabalho escravo não é uma exceção
que se restringe a 0,001% do Brasil. “Todos os anos, as autoridades
encontram e libertam trabalhadores escravizados nas fazendas do Brasil”,
desinforma o texto. “Há muitos proprietários que contratam homens
armados para vigiar os trabalhadores e impedir que eles se revoltem.”
Em vez de destacar que hoje 14% do território brasileiro é ocupado
por terras indígenas, uma das peças recebidas pelo grupo afirmava que
essa população “tem sido expulsa de suas terras ou se vê cercada por
grandes plantações”. Nada sobre Roraima, por exemplo, que tem 46% do seu
território reservado a tribos indígenas.
Os absurdos continuam com a forma como são usados defensivos
agrícolas e fertilizantes, com as jornadas de trabalho nas lavouras de
cana-de-açúcar ou a exposição de trabalhadores ao sol. É como se o
Brasil permanecesse estacionado em séculos ou décadas atrás e não fosse
hoje uma das maiores potências mundiais, referência tecnológica quando o
assunto é agropecuária.
“São inúmeros os exemplos”, diz Letícia. “Todo mundo que nos procura
tem uma história para contar. Se você está perto e olha o material
escolar, mesmo não sendo do agro, percebe o tom negativo e uma ausência
de referências científicas.” “Não vemos citações da Embrapa,
do Ibama ou de órgãos confiáveis.”
As editoras O grupo já se reuniu com representantes dos ministérios da Educação e da Agricultura, além de ter conseguido das editoras a promessa de revisar o material. Isso animou o De Olho a dar um passo adiante e criar o Vivenciando a Prática. Nesse programa, donos de editoras, professores e alunos conseguem enxergar com os próprios olhos o que é o agro brasileiro.
O primeiro evento aconteceu em Mato Grosso. Quando desceu do ônibus
numa fazenda que cultiva cana-de-açúcar, um dos participantes quis
conversar com um boia-fria — trabalhadores que cortavam cana com um
facão na mão, envolviam o corpo com trapos para não se cortarem e tinham
o rosto coberto pela fuligem das queimadas usadas para desfolhar a
plantação. “Só se voltarmos algumas décadas no tempo”, avisaram as organizadoras
do evento. Hoje, nas grandes plantações, a cana é colhida por máquinas
pilotadas à distância através de computadores de última geração. E as
queimadas não só estão proibidas como não interessam ao produtor rural,
uma vez que matam a matéria orgânica do solo.
O segundo Vivenciando ocorreu no município paulista de Itaberá, na
Fazenda Lagoa Bonita, especializada em melhoramento de sementes. Ali, a
máquina que mistura as sementes com defensivos tem a mesma tecnologia
dos equipamentos de hemodiálise — tamanha é a precisão da quantidade
necessária. Por ser o produto mais caro na lavoura, agricultores
minimamente informados sabem que o uso de fertilizantes e agrotóxicos
deve ser reduzido ao absolutamente necessário.
Voltado principalmente para professores, o evento em São Paulo
pretendia fazer com que eles levassem aos alunos o universo de
possibilidades proporcionado pelo agro. “Hoje, o agro não emprega apenas
agrônomos ou produtores rurais”, explica a engenheira agrônoma Elizana
Paranhos. “São necessários químicos, jornalistas, cientistas da
computação e diversas outras profissões. E nós precisamos de mão de obra
qualificada.”
Se o objetivo inicial era mudar o conteúdo das publicações usadas nas
escolas públicas e privadas, o De Olho agora é mais ambicioso. Planeja
organizar em 2022 cerca de 50 Vivenciando a Prática em diversos locais
do país, além de criar uma biblioteca virtual, sob a supervisão da
Escola Superior de Agricultura da USP (Esalq). O portal será uma
referência para professores. “Nenhuma categoria profissional nem o Estado Brasileiro preservam
mais vegetação nativa do que os produtores rurais”, afirmou Evaristo de
Miranda, chefe da Embrapa Territorial, em um artigo publicado na edição 63 da Revista Oeste.
Mais de um quarto do território nacional (quase 27%) preserva a
vegetação nativa no interior dos imóveis rurais. Líder mundial
da proteção ambiental em terras públicas, o Brasil também é o primeiro
em terras privadas, além de ter as maiores reservas minerais e
biológicas do mund.
“Precisamos fazer com que as pessoas conheçam o potencial gigantesco
desses setores produtivos, em vez de mostrar apenas uma visão negativa”,
afirma Letícia. “É preciso dar oportunidade para que as crianças tenham
orgulho do que o país produz.”
É preciso ser heroico para defender a verdade quando todos decidiram que a verdade é mentira
“A democracia é a pior forma de governo, à exceção de todos os outros já
tentados”, teria dito o gigante e polêmico primeiro-ministro britânico
Winston Churchill, na Câmara dos Comuns, em 11 de novembro de 1947. Para
Aristóteles, por sua vez, a democracia é um mal governo, pois a
autoridade que o povo tem constantemente é exercida em detrimento dele
mesmo — e, cá entre nós, quem pode dizer ser 100% mentira o que o
estagirita disse?
Fachada do edifício-sede do Supremo Tribunal Federal - STF Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Filha da filosofia grega com a cultura ocidental, a democracia moderna traz em seu bojo três valores primordiais:a liberdade individual, a tolerância social e o império das leis. Liberdade para falar o que se pensa, acreditar no que quer, ir para qualquer lugar — temperada com a mentalidade tolerante de suportar e até mesmo abrir espaço para ideias contrárias —, colocando em prática aquilo que o filósofo americano Jonah Goldberg chamou de “milagre ocidental”.
Foi a democracia — maturada em mil caldeirões argumentativos — que gestou a mentalidade social que hoje possibilita a existência de uma sociedade em que católicos e protestantes, homens e mulheres, ricos e pobres, héteros e gays, progressistas e conservadores congreguem, produzam e batalhem lado a lado em busca de um país mais bem organizado. Não há outro exemplo na história humana em que pessoas que pensam, creem e defendam pontos de vista profundamente conflitantes tenham habitado os mesmos bares, as mesmas escolas e praças, sentados para tomar cerveja depois do trabalho, gritando e se abraçando em estádios de futebol após um gol. Muito menos que eles, unidos, conscientemente ou não, tenham prosperado juntos em busca de um bem comum, de avanços e melhorias. Parece milagre mesmo.
Mas devemos deixar claro que a democracia está fincada em um paradoxo absurdo entrenecessidade de liberdadeenecessidade de ordem. Ao mesmo tempo que é o regime político que mais deu liberdade, que unido embrionariamente ao livre mercado mais gestou prosperidade, ofertou tolerância política e religiosa, é simultaneamente o que mais possibilitou o livre advento de idiotas, alienados, déspotas, criminosos, religiosos e sindicalistas fanáticos, todos eles com acesso livre aos microfones políticos e às ágoras modernas — as redes sociais. A mesma democracia que oferece as janelas abertas ao frescor do avanço econômico e científico, é também a que não impede o salto da ordem social quando um louco politicamente sedutor ganha proeminência.
E é isso mesmo. Churchill estava certo quando disse que a democracia nem de longe é perfeita, mas que ainda assim era a melhor das opções.
O fato é que não há como trancar as janelas sociais sem ferir a liberdade e a tolerância dos bons e dos sinceros que apenas desejam ares frescos.
Cabe, no máximo, punir os transgressores das regras públicas, cercar de avisos e leis os impulsos e atos que maltratam o terreno comum da sociedade. Mas para por aí. A democracia parte do pressuposto da real liberdade dos indivíduos — e isso não é negociável. Por ser “demasiadamente humana”, também está inevitavelmente embebida das falhas inerentes aos homens.
Daniel Silveira foi proibido de dar entrevistas. Por quê? Porque Alexandre de Moraes não quer
Dessa forma, é bom lembrar a todos que a democracia não é uma força vital inatingível pelas tolices dos tiranos, muito menos uma utopia socialista perfeitamente esculpida pela “ciência” militante. Da mesma maneira que a democracia foi construída, ela pode ser destruída. Está suspensa por uma fina linha de sensatez, assegurada pela sempre madura mentalidade comum, por instituições sintéticas de Estado e pela coragem de alguns chamados a defendê-la em seus inúmeros fronts. E é disso que se trata tudo, os bárbaros voltaram, e agora não há invasões, eles já estão aqui.
A destruição dos pilares da democracia já está em curso, basta olhar com atenção e retirar a trave ideológica dos olhos.[e logo veremos que os destruidores da democracia não são os que estão presos sob o pretexto da prática de atos antidemocráticos = termo para designar as punições que sonegam às suas vítimas direitos que a democracia lhes assegura e usam para tanto o argumento de preservar a democracia.]
Os bárbaros voltaram em suas novas peles, em renovados invólucros sociais. A crescente onda de autoritarismo promovida pelo Supremo Tribunal Federal talvez seja o melhor exemplo disso. Estamos naquele sagrado limiar da análise social, o momento exato da transfiguração das impressões críticas em encarnações factíveis. As pedras estão se vertendo em Golem. Não podemos mais enfeitar os atos dos togados brasileiros com frases que buscam abrandar a crítica merecida. Dizer que o STF “flerta com o autoritarismo” não é mais ser prudente: é um erro.
Um tribunal que prende jornalistas e deputados, cala grupos sociais inteiros, cria regras instantâneas a fim de silenciar críticas e opositores, que assume publicamente cartilhas ideológicas, que tem ministros que falam como chefes de Estado, um tribunal camaleão que deliberadamente assume funções de poderes republicanos independentes. Não se trata de “flertes autoritários”, mas de uma Corte que decidiu abertamente ser despótica, que vestiu deliberadamente as luvas do cesarismo.
Daniel Silveira — depois de ser liberto de uma prisão ilegal— foi proibido de dar entrevistas. Por quê? Porque Alexandre de Moraes não quer. Até o momento não se viu materialidade alguma na prisão de Oswaldo Eustáquio. Também não se enxergou motivo para prender Allan dos Santos, embora seu pedido de extradição tenha sido expedido.[e até o presente momento não deferido - os crimes imputados ao deputado não são crimes nos Estados Unidos da América.] Até o momento, a única possível explicação para os atos do Supremo Tribunal jaz na tirania da Corte.
Para que a democracia exista, precisamos ter uma concordância mínima de valores. Esquerda e direita, progressistas e conservadores que não habitam os extremos ditatoriais devem resguardar e defender as bases que possibilitam uma sociedade livre e tolerante. Os ataques às liberdades individuais e às estruturas jurídicas, antes mesmo de assumirem faces e cores ideológicas, devem ser rechaçados por serem ataques aos valores comuns da democracia.
As liberdades caçadas de Daniel Silveira e Allan dos Santos, mesmo que você os odeie, ferem também a sua liberdade. Não se conhece uma ditadura que tenha silenciado somente os opositores, bem como nunca se viu a gana autoritária de um homem ser plenamente saciada com a repressão de apenas alguns desafetos. O despotismo é uma porta que, depois de aberta, não se fecha de forma pacífica.
Talvez a pergunta fundamental tenha sido feita pela historiadora americana Gertrude Himmelfarb em seu livro Ao Sondar o Abismo: Pensamentos Intempestivos sobre Cultura e Sociedade: “Como uma sociedade que louva as virtudes da liberdade, da individualidade, da variedade e da tolerância se sustenta quando tais virtudes, levadas ao extremo, ameaçam subverter aquela mesma sociedade liberal e, com isso, as próprias virtudes”?
A resposta está em uma constante vigilância temperada por um pontual heroísmo de cada um. É preciso ser heroico para defender a verdade quando todos decidiram que a verdade é mentira. É preciso ser nobre para defender os valores corretos quando estamos cercados de tribos que defendem a tirania como condição da liberdade.
Arremata Himmelfarb sobre o assunto: “É necessário um grande esforço de vontade e inteligência para o indivíduo decidir por si mesmo que algo é imoral, e para agir segundo essa crença, quando a lei e as instituições do Estado consideram a coisa permissível e até legal. É preciso um esforço ainda maior dos pais para inculcar tal crença nos filhos, e persuadi-los a agir com base nisso, quando as escolas públicas e as autoridades do governo contradizem tal crença e autorizam o comportamento que a viola”.
O escritor inglês G. K. Chesterton dizia que a história costumava ser sempre salva por um punhado de pessoas comuns que insistiam em não se adequar às sandices de seu tempo. Em O Homem Eterno, ele afirmou que é muito mais fácil ser galho seco na correnteza do que nadar contra ela a fim de defender valores. De fato, é preciso honra e brio para confrontar os bárbaros, quer eles vistam peles de caças ou togas pretas. Não consta nas bibliotecas que as benesses da civilização tenham sido construídas por covardes. Devemos decidir logo se somos galhos ou nadadores.
Escola
da Virginia, nos Estados Unidos, escondeu um caso de estupro e
conseguiu a prisão do pai que denunciou. Um rapaz usando saia foi
indiciado agora, ele é reincidente.
Dias
atrás, um vídeo mostrou o desfecho mais grotesco de reunião de pais e
mestres que já vi. E olhem que eu sou escolada, pouca coisa me
surpreende nesses encontros. Na pacata Loudoun, no estado da Virgínia,
um pai foi retirado da escola algemado pela polícia e o vídeo viralizou.
O que um pai pode ter feito para sair desse jeito de lá? Era o debate
sobre a política das escolas da região para transgêneros.
Bom,
é um Estado conservador, talvez o homem fosse preconceituoso demais.
Mas o que teria de fazer para sair algemado? Ele denunciou que a filha
foi estuprada no banheiro da escola por um rapaz que usa saia.
Transfobia existe? Existe,
infelizmente. Há pessoas que matam transexuais pela sua condição.
O
problema da militância é também chamar de transfobia toda vez que se
contraria as vontades de alguém autointitulado representante dos
transexuais.
Na maioria das vezes são pessoas heterossexuais e cis,
adeptas de um gosto peculiar para cores de cabelo e parte de um grupo
que precisa provar toda hora que é muito melhor que os outros.
Experimente contrariar um desses, já apontam a pessoa como transfóbica.
Obviamente
todos sabem que a pena para transfobia imaginária,como reclamar que
sua filha foi estuprada no banheiro da escola, é acabar com a vida da
pessoa, mas fazendo pior que cadeira elétrica. Scott Smith foi difamado
pela Associação Nacional de Conselhos escolares como "terrorista
doméstico". O terrorismo que ele cometeu foi perder as estribeiras e
começar a gritar com uma militante de esquerda usando uma camiseta de
arco-íris de coração. Ela gritou primeiro, dizendo que a filha de 14
anos de Scott mentiu sobre o estupro.
Criar regras de
uso de banheiros para pessoas transé um desafio enorme porque abre
brechas a serem usadas por criminosos, não pelas pessoas trans. Já houve
um caso incendiário nos Estados Unidos em queum homem condenado por estuprar crianças em banheiros alegou ser trans depois de sair da cadeia e reincidiu.
Por outro lado, pense se daria certo mandar a Roberta Close usar um
banheiro masculino. Também correria riscos. Como fazer? Não sei, só sei
que no grito não resolve.
Como
sair da distopia em que nos metemos?
Pensando seriamente no conceito de
inclusão. Vários grupos progressistas entendem que inclusão é proteger
de qualquer eventual ofensa grupos que sejam considerados oprimidos pela
sociedade.
Caso os sentimentos de pessoas desse grupo possam
eventualmente ter sido feridos por alguma fala, é preciso destruir a
vida do autor.
Isso não chama inclusão e, se eu fosse de esquerda,
chamaria de fascismo sem dó. Chamo, no entanto, de Zen-Fascismo.
Você
já viu o novo especial de Dave Chapelle na Netflix? Até pensei em fazer
um artigo ou um vídeo sobre ele. Mas seria completamente desonesto
porque sou fã demais. Minto para os amigos e brigo dizendo que são bons
até os esquetes mais sem noção do extinto programa de TV do Dave
Chapelle. Trouxe um trecho de reflexão para a gente pensar.
O
rapper DaBaby era recordista em streaming e queridinho no showbusiness
até dias atrás, quando fez uma fala completamente fora de esquadro sobre
homossexuais e HIV. Eu não disse que foi uma piada, como ele tem
alegado, porque não tem nada de engraçado e não dá nem para entender
onde ele quer chegar. Aliás, o próprio Dave Chapelle achou excessivo.
DaBaby foi canceladíssimo pela fala.
É certo? É ponderado? Foi pura
agressão verbal mesmo.
Pela
agressão verbal que pode ter ferido homossexuais, transexuais e
portadores do vírus HIV, DaBaby até agora praticamente foi banido do
showbussiness. Canceladíssimo. E Dave Chapelle faz um questionamento
interessante. Anos atrás, o mesmo rapper matou a tiros uma pessoa
dentro do Walmart. Ficou dançando algemado quando foi preso. Isso dá
cadeia, mas não é grave o suficiente para um cancelamento.
Por
que a reação a um assassinato é mais leve que a reação a uma
declaração? O autor é a mesma pessoa. Matar pode, mas falar absurdo não,
é isso? Não é tão simples. Há pessoas que hoje se recusam a viver no
mundo real. Na realidade paralela, pouco importam consequências ou
justiça, importa poder. Atacar os outros xingando de transfóbico,
racista ou homofóbico dá poder dentro de grupos. Pode até inventar, dá
poder e a imprensa geralmente embarca.
A
política de permissão de uso de banheiros não é para pessoas trans,é
para qualquer um que confirme verbalmente ser trans. Há inúmeros casos
de estupradores, principalmente de crianças, que aproveitam essa brecha.
A reunião do Conselho Escolar tentava dizer que a política é acertada
porque não havia casos de estupro. Ocorre que havia e a escola omitiu.
A
Stone Bridge High School optou por averiguar apenas internamente, sem
interferência da polícia, o caso do rapaz vestindo uma saia que entrou
no banheiro feminino dia 28 de maio. Ao Conselho Escolar da região nada
foi informado. A reunião era para dizer que ataques do gênero são
paranoia ou preconceito dos pais conservadores. Quando Scott Smith
reclamou do silêncio e falta de providências sobre o estupro de sua
filha, foi imediatamente silenciado.
Somente
semana passada foi feito o registro policial do estupro da menina de 15
anos. No dia do incidente, a escola chamou o pai dizendo que a filha
havia brigado com outra moça no banheiro. Ele é quem levou a filha ao
hospital para atendimento e exames pós-estupro. O processo registra
relação sexual forçada oral, vaginal e anal. Não é o único. As
progressistas dizem que sempre se deve acreditar na mulher, mas não
nesse caso. Por quê?
No
dia da reunião do Conselho Escolar, mais de 250 pais inscreveram-se
para falar. Quase totalidade é contrária à política de permitir que
qualquer um dizendo ser mulher entre nos banheiros escolares.
Não se
trata de permitir uso dos banheiros femininos por mulheres trans, a
regra não é essa.
Permite-se o uso a qualquer pessoa que diga ser mulher
e ponto final. Tem alguma chance de dar certo? Claro que não. Ocorre
que estupro não parece ser grave o suficiente para um cancelamento.
Já
reclamar do estupro é transfobia, dá até cadeia.
A
pergunta sobre os grupos é uma só: respeitam a dignidade humana como
inerente à condição humana ou ela é relativizada e atrelada às vontades
do grupo? Neste caso, estamos claramente na segunda situação. Ah, mas
era uma luta em defesa dos oprimidos. Tudo bem. O psicólogo Jonathan
Heidt diz que o maior aprendizado da vida é saber que as personalidades
sádicas, psicopatas, narcisistas e maquiavélicas sempre encontram uma
justificativa moral para praticar perversidades. Sempre arrumarão
seguidores.
Em seu primeiro discurso como vice-presidente, Kamala Harris disse ao povo da Guatemala o que estava inserido nas políticas tão criticadas de Trump: 'Não venham para os EUA'
Em novembro do ano passado, logo após as eleições presidenciais norte-americanas, publiquei um artigo aqui na Oestemostrando quem era, de fato, a vice de Joe Biden. Kamala Harris, uma velha conhecida dos californianos, foi procuradora-geral da Califórnia e, mais tarde, senadora pelo Estado.
No caminho da histórica eleição de 2020, um pleito confuso e ainda com muitas perguntas sem resposta, ficou nítido que o único objetivo dos democratas era o poder da Casa Branca. Sem políticas nem propostas, o jeito foi esconder o candidato no porão e maquiar, de forma hollywoodiana, a vazia candidata a vice, que pelo menos atendia ao politicamente correto: mulher, negra, asiática, filha de imigrantes…, mas que carregava também um defeito difícil de ser escondido por muito tempo, a incompetência.
Diante de um crescimento significativo de votos de latinos no Partido Republicano desde a eleição de Donald Trump, em 2016, a mensagem da campanha presidencial dos democratas aos imigrantes ilegais, seguida logo após por uma ordem executiva do presidente eleito Joe Biden, sempre foi clara: as políticas de fronteira do ex-presidente Donald Trump seriam suspensas, a construção do muro entre o México e os Estados Unidos interrompida e a concessão de green cards a imigrantes ilegais expandida. Esse movimento gerou uma enxurrada desenfreada de imigrantes ilegais da América Central na fronteira e o país enfrenta hoje uma das maiores crises humanitárias e sanitárias de sua história.
Depois de passar a campanha presidencial escondido e ainda sem dar uma única entrevista coletiva aberta, Joe Biden decidiu colocar sua vice, Kamala Harris, à frente da crise migratória na fronteira sul. E o que era óbvio para milhões de californianos tornou-se evidente até para eleitores democratas. A cor de sua pele, sua etnia ou sua condição como mulher não lhe dão automaticamente a capacidade de liderar ou governar.
Há dois anos, ainda durante as primárias presidenciais democratas, Kamala Harris fez uma aparição no canal CNN para explicar sua posição na disputa. Naquele momento, ela havia acabado de ser humilhada em um debate por Tulsi Gabbard, outra candidata nas primárias, que expôs toda a incompetência da concorrente em sua vida pública na Califórnia. Harris tentava explicar o que havia acontecido, dizendo que era normal o embate porque ela era uma candidata de “primeira linha”.
Para quem acompanhou todo o processo eleitoral desde as primárias democratas, não foi difícil perceber que Kamala Harris nunca foi isso. Nem mesmo no dia em que realmente anunciou sua candidatura. No papel, ela parecia uma concorrente séria, era senadora pelo maior Estado do país, ex-procuradora com apoio quase universal entre os repórteres militantes de uma mídia que se tornou uma espécie de assessoria de imprensa do Partido Democrata. Por algum tempo, a receita enganou muita gente e parecia que o plano daria certo. O problema nunca foi a mídia de pompom, mas os eleitores reais que sempre a consideraram detestável e inepta. Quanto mais Kamala eles viam, mais enojados ficavam.
A incapacidade política e diplomática de Harris gerou críticas até dentro do próprio partido
Para se ter ideia da repulsa que Harris despertava, em dezembro de 2019 ela estava perdendo em seu próprio Estado nas primárias democratas para o quase desconhecido Andrew Yang. Numa pesquisa do partido, a maioria dos democratas da Califórnia disse que queria que ela desistisse da corrida. Harris estava sendo esmagada até mesmo no pequeno Estado de Iowa, onde ela gastou praticamente todo o dinheiro arrecadado para a campanha. É surpreendente que, mesmo para a política, um meio famoso por recompensar a falsidade, Kamala Harris seja falsa demais para vencer.
Sua sorte é que, no atual raso e árido cenário político, pouco se discute sobre propostas, ideias ou soluções. No culto à cor da pele, ao gênero, à etnia, à sexualidade, e a toda a parafernália do politicamente correto, o que menos conta é a capacidade de governar. E Kamala, por preencher o checklist dos sinalizadores de virtude, foi a escolhida para ser o poste do poste da China. Sua primeira tarefa? A histórica crise migratória na fronteira sul. O que poderia dar errado? Tudo.
Harris fez sua primeira visita estrangeira à Guatemala e ao México nesta semana para abordar as “causas profundas” da migração da América Central para os Estados Unidos. Em seu primeiro discurso como vice-presidente, ela disse ao povo da Guatemala, sem rodeios, o que estava inserido nas políticas tão criticadas de Donald Trump: “Não venham para os EUA”, afirmou, antes da reiteração. “Não venham para os Estados Unidos. Os Estados Unidos continuarão a fazer cumprir nossas leis e a proteger nossa fronteira. Se vier para a nossa fronteira, você será mandado de volta.”Harris nazista, fascista, taxista, sambista, eletricista.
Biden, aparentemente, enviou Harris para “liderar esforços com o México e o Triângulo Norte com os países que vão precisar de ajuda para conter o movimento de tantas pessoas, impedindo a migração para nossa fronteira sul”. Ele também disse que ela era “a pessoa mais qualificada para isso”. Porém, depois dessa viagem, o óbvio ficou mais claro que a luz do dia. A incapacidade política e diplomática de Harris gerou críticas até dentro do próprio partido. Harris chamou a linguagem usada em seu discurso de imigração de “nova era” — o que vai contra a lei de asilo defendida pelo presidente Joe Biden em campanha, e a promessa de restaurar o sistema de processamento de asilo na fronteira, trazendo uma reforma de imigração há muito esperada.
Mas o desastre da vice não parou por aí. Em uma entrevista ao NBC Nightly News, Harris exibiu alguns de seus muitos talentos, que incluem uma inacreditável superficialidade e obstinada incapacidade de processar os relatórios que o Departamento de Estado envia a ela. Um dos momentos mais significativos deixaria nossa “presidenta” Dilma orgulhosa. Quando Lester Holt, da NBC, fez a Harris a pergunta mais óbvia que ela receberia sobre a crise da fronteira, a vice-presidente tentou desviar e rir da pergunta. “Por que não visitar a fronteira? Por que não ver o que os norte-americanos estão vendo nesta crise?”, Holt perguntou.
Harris, demonstrando absoluto descontrole, responde agitando os braços: “Em algum momento, você sabe, nós vamos para a fronteira. Estivemos na fronteira. Então, toda essa coisa… essa coisa… sobre a fronteira… Estivemos na fronteira. Estivemos na fronteira”. O repórter é incisivo: “VOCÊ não foi à fronteira”. Harris então responde com uma gargalhada nervosa: “E eu não fui para a Europa! Quer dizer… eu não estou entendendo o seu ponto”.
Kamala Harris está no comando de um dos problemas atuais mais graves nos Estados Unidos. E ri de uma pergunta sobre o motivo pelo qual ela não foi até a fronteira para entender melhor o que está acontecendo. O nervosismo, o aceno da mão, a risada inapropriada, as repetições semelhantes às de um robô danificado são humilhantes. O fato é que Harris não foi à fronteira. Nem Biden.
O ex-presidente Donald Trump e sua administração se opuseram veementemente à imigração ilegal e às caravanas de requerentes de asilo. Trump se concentrou na construção do muro na fronteira e impôs uma política de “Permanecer no México”, que obrigava a maioria dos requerentes de asilo da América Central a esperar no país vizinho enquanto os tribunais dos EUA revisavam suas reivindicações de perseguição. Em contraste, o governo Joe Biden encerrou a construção do muro e desmantelou a política de Trump. Em abril, entretanto, as detenções na fronteira sul atingiram mais de 178.000 migrantes ilegais — o maior número mensal em 21 anos, com milhares de menores desacompanhados.
Tommy Pigott, um dos diretores do Comitê Nacional Republicano, atesta que muitos norte-americanos que vivem em comunidades fronteiriças estão com medo de deixar sua casa e que contrabandistas vêm abandonando crianças de até 5 anos de idade na fronteira. Em comunicado à imprensa, Pigott disse que as apreensões de Fentanyl, um analgésico que se tornou uma das drogas que mais matam por overdose nos EUA, estão aumentando em todo o país. “Mesmo assim, Biden e Harris continuam decepcionando o povo norte-americano”, afirmou.
Há uma razão pela qual Kamala Harris nem mesmo chegou a Iowa no processo das primárias democratas, apesar de um lançamento espalhafatoso e do ímpeto baseado em identidade de gênero, etnia e cor da pele. Ela simplesmente não é boa em política. É inautêntica, tem instintos ruins, falta-lhe seriedade e irrita muita gente.
Mas não é apenas sua incapacidade que chama atenção. Diante da implacável realidade dos fatos, fora das supermaquiagens hollywoodianas para travestir farsantes em políticos, não há outra maneira de finalizar esse artigo a não ser com as palavras de um dos mais importantes personagens da história norte-americana. Em março de 1770, John Adams, um dos Pais Fundadores dos EUA, disse durante o julgamento dos soldados britânicos envolvidos no chamado Massacre de Boston: “Fatos são coisas teimosas. E, quaisquer que sejam nossos desejos, nossas inclinações ou os ditames de nossas paixões, eles não podem alterar o estado dos fatos e as evidências”.
No “Almanaque do Exército”, ele era o coronel Jonas Madureira da Silva Filho. Na intimidade matrimonial, apenas Madu. O personagem do livro de Marques Rebelo passava os dias de pijama, no conforto da reserva remunerada. Depois do golpe, foi convocado para uma tarefa patriótica: assumir um cargo de chefia no Segal, o Serviço Geral de Abastecimento e Lubrificantes.
.“O simples coronel Madureira” se passa no início da ditadura de 1964, quando os militares se apinharam na burocracia federal. Junto com os postos, veio uma penca de diárias, gratificações e mordomias. A mulher de Madu ficou eufórica: sobraria dinheiro para comprar o sonhado faqueiro de prata. A festa da farda se repete no governo de Jair Bolsonaro. Desde a posse do capitão, o número de militares em cargos civis mais que dobrou. Saltou de 2.765 para 6.157, segundo dados do Tribunal de Contas da União. Além de estender o cabide, o presidente engordou os contracheques. Em dezembro, o oficialato se esbaldou numa reforma da Previdência bem particular. [a reforma da previdência dos militares não poderia ser realizada dentro da Previdência visto que a sistema de previdência dos militares não está inserido naquela - a Consituição vigente, portanto bem antes do governo do presidente Bolsonaro, já diferenciava os dois sistemas. O que deve ser considerado, até mesmo para o BEM do Brasil, é a competência dos que estão assumindo cargos - vale sempre lembrar que um dos melhores ministros da Saúde foi o José Serra, que não é médico = economista e político, Algumas das medidas por ele adotadas foram excelentes, até hoje perduram.] A generosidade é tanta que transborda para os herdeiros. A filha do general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, já ganhou dois cargos no ministério da pastora Damares. [A nomeação para o segundo cargo ocorreu em novembro. Adriana é formada em direito e estuda psicologia. É lotada na Coordenação de Doenças Raras. Há 15 anos, descobriu ter a doença rara espondilite anquilosante. Seu pai, o general Villas Bôas, carrega outra patologia rara, a esclerose lateral amiotrófica. ] Agora o general Braga Netto, chefe da Casa Civil, deveemplacar a filhana Agência Nacional de Saúde. A vaga fica no Rio, não exige concurso e paga salário de R$ 13 mil. [IMPORTANTE: Todos os cargos são de livre nomeação e exoneração - ad nutum -"remédio" bem mais eficiente para correção de eventual incompetência do que a sabatina no Senado.] Bernardo M. Franco, colunista - O Globo
Justiça manda Nardoni de volta para o regime fechado
Condenado desde 2010 pela morte da filha Isabella, ele havia progredido para o semiaberto há cerca de três meses
O advogado Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato de sua filhaIsabella,
em 2010, voltou a cumprir pena em regime fechado cerca de três meses
após ter sido transferido para o semiaberto. A decisão da Justiça
paulista é consequência de um pedido do Ministério Público. A Promotoria
questionou o fato de ele ter ido para o regime semiaberto sem ter sido
submetido a um exame psicológico, necessário nesses casos. De acordo com o advogado de defesa, Roberto Podval, Nardoni
foi aprovado no exame criminológico, mas não havia profissionais
disponíveis para aplicar o chamado Teste de Rorschach, que aponta
desvios de personalidade. No último fim de semana, a Justiça paulista concedeu a Nardoni o direito de passar o Dia dos Pais fora da prisão. A chamada “saidinha“ é um benefício dado a presos com bom comportamento em datas comemorativas.
A “saidinha” de Nardoni teve grande repercussão nas redes sociais. O
ministro da Justiça, Sergio Moro, criticou a concessão do benefício em
sua página no Twitter, na sexta-feira 9. “No projeto de lei
anticrime, consta a vedação de saídas temporárias da prisão para
condenados por crimes hediondos”, escreveu o ex-juiz, que pediu ao apoio
ao seu projeto anticrime que tramita no Congresso e que trata da
questão. O presidente Jair Bolsonaro também criticou o benefício dado a
Nardoni.
O padre Fabio de Mello também usou a mesma rede social para se posicionar sobre o assunto.“Não
entendo de leis, mas a ‘saidinha’ deveria ser permitida somente no Dia
de Finados. Para que visitassem os túmulos dos que eles mataram”,
postou. Diante das críticas de alguns seguidores, o padre
reafirmou sua opinião: “Doentio é matar a filha, jogar pela janela, e
anos depois sair da prisão para comemorar o Dia dos Pais.” Em seguida, o
padre cancelou sua conta no Twitter.
Outras personalidades do mundo artístico criticaram a decisão da Justiça, como a cantora Marília Mendonça.
Ana Carolina Jatobá, foram acusados de
jogar a menina do 6º andar do prédio onde o casal vivia, na Vila
Guilherme, Zona Norte de São Paulo, em um caso que gerou forte
repercussão. O casal sempre negou a autoria do homicídio, argumentando
que uma outra pessoa teria entrado no apartamento e cometido o crime. A pena que Nardoni recebeu foi de trinta anos e dois meses de
prisão. Ele ficou dois anos detido preventivamente antes de ser
condenado pela Justiça. Ele está desde 2008 no presídio de Tremembé, no
interior paulista e, há cerca de dois meses, havia progredido para o semiaberto. Veja - 13 agosto 2019
Prisão do tesoureiro João Vaccari
compromete o PT e agrava a situação política da presidente. O ex-dono do
cofre petista é investigado por ter desviado recursos para o partido
durante uma década
Por volta das 6h da manhã da quarta-feira 15, a Polícia Federal bateu à
porta da casa de João Vaccari Neto em Moema, zona sul de São Paulo. O
petista se preparava para sua caminhada matinal e não ofereceu
resistência. Em tom sereno, pediu aos agentes alguns minutos para trocar
o moletom e o tênis. Vestiu uma calça jeans, camisa social xadrez e
sapatos. Numa pequena valise, que foi revistada, colocou peças de roupa
íntima e material de higiene pessoal. Poucas horas depois, Vaccari foi
conduzido à carceragem da PF em Curitiba, ponto de encontro dos réus do
Petrolão. A prisão do até então dono do cofre do PT, seguida da
revelação dos agentes da Lava Jato de que ele desviava recursos para a
legenda havia 10 anos,compromete o partido e aproxima a presidente
Dilma Rousseff do escândalo. A força-tarefa já tem fortes indícios de
que as campanhas da petista em 2010 e 2014 foram abastecidas com
dinheiro ilegal, desviado de contratos da Petrobras.
POÇO SEM FUNDO
A denúncia de lavagem de recursos da Petrobras numa gráfica
ligada ao PT atemoriza o Planalto. A gráfica atuou de
maneira irregular na campanha de Dilma
Além das doações
oficiais, o MPF descobriu que uma gráfica ligada ao PT foi usada para
receber propina do esquema. Registrada em nome do Sindicato dos
Bancários de São Paulo e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Editora
Gráfica Atitude fez campanha irregular para Dilma em 2010 – sendo
inclusive multada pelo TSE – e, no ano passado, publicou uma série de
capas de apoio à reeleição da petista.
A pista da gráfica surgiu em depoimento complementar do delator
Augusto Mendonça, executivo da Setal Óleo e Gás, em 31 de março.
Mendonça contou que Vaccari lhe pediu que contribuísse com pagamentos à
Editora,em vez de proceder as habituais doações ao PT. A justificativa
oficial seria a publicação de propaganda na Revista do Brasil. Não há,
porém, registro de que tais anúncios foram publicados e nem havia
interesse comercial da Setal em fazê-lo. Segundo o delator, Vaccari,
entre 2010 e 2013, o procurou em três oportunidades para realizar os
depósitos totalizando R$ 2,5 milhões. “Os pagamentos foram efetuados de
forma parcelada, mês a mês, neste período”, disse. Para tentar conferir
ares de legalidade aos repasses, todos superfaturados, foram celebrados
contratos de prestação de serviços, mesmo expediente usado nos desvios
das grandes obras da Petrobras. A quebra de sigilo bancário da Atitude
revelou 14 pagamentos de R$ 93.850,00 no período indicado, num total de
R$ 1,5 milhão.
Um dos dirigentes sindicais que administraram a gráfica suspeita é
José Lopes Feijó, nomeado assessor especial da Secretaria Geral da
Presidência. Feijó foi indicado na gestão de Gilberto Carvalho e
permaneceu lá com Miguel Rossetto. Ex-presidente do Sindicato dos
Metalúrgicos do ABC e dirigente da CUT, seu nome chegou a ser sondado
para o Ministério do Trabalho. Além dele, também passou pelo comando da
Gráfica Atitude o petista Luiz Claudio Marcolino. O sindicalista e
ex-deputado estadual concorreu a deputado federal no ano passado,
arrecadando R$ 2,5 milhões, dos quais R$ 580 mil oriundos de empresas
encrencadas na Lava-Jato. A Revista do Brasil é um órgão com viés partidário e sem distribuição
oficial.Sua tiragem tampouco é auditada pelo mercado, sendo impossível
verificar se os anúncios foram publicados e na quantidade negociada.
Ela foi condenada por propaganda eleitoral irregular em abril de 2012. O
TSE considerou que a publicação de outubro de 2010 enalteceu a
candidatura de Dilma “em manchetes, textos e editoriais, como se a
candidata fosse a mais apta a ocupar o cargo público pretendido”. A
ministra relatora Nancy Andrighi acusou a revista de fazer propaganda
negativa de José Serra, então candidato do PSDB à Presidência.
Para os investigadores, será necessário, agora, comprovar a
veiculação dos anúncios públicos e privados na Revista do Brasil. O MPF
também pedirá ao juiz Sérgio Moro a extensão da quebra do sigilo
bancário, fiscal e telefônico dos sindicatos que controlam a Gráfica
Atitude e de seus dirigentes. Em 2005, a CPI dos Correios descobriu caso
semelhante, sugerindo que esta é uma velha maneira de operar do PT.A
DNA Propaganda, de Marcos Valério, realizou depósitos na conta da
Gráfica FG, ligada a uma associação sindical beneficente. A
justificativa da agência para repasse foi a impressão de 1,5 milhão de
folhetos informativos do Banco do Brasil. Assim como a Atitude, a
Gráfica FG era dirigida por um sindicalista, Tsukassa Isawa, do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Para o procurador Carlos Fernando dos
Santos Lima, integrante da força-tarefa da Lava Jato, o caso da Atitude
reforça a suspeita de uso de agências de publicidade para o pagamento
de propina. “Isso se liga naturalmente às investigações da área de
comunicação. Vamos verificar se há link com outros casos já divulgados”,
disse. Lima se referia à recente prisão do ex-deputado federal e
ex-secretário de Comunicação do PT André Vargas, acusado de receber
propina pela intermediação de contratos da agência Borghi Lowe com
órgãos públicos, como o Ministério da Saúde. (...)
Os procuradores falam ainda do risco de que “parte das doações de 2014
das empresas investigadas na Operação Lava Jato seriam na realidade
pagamento de vantagem indevida” e tomaram também como base o processo
que Vaccari responde na Justiça de São Paulo por suspeita de fraudes que
teriam desviado R$ 100 milhões dos cofres da Bancoop(Cooperativa de
Bancários de São Paulo), um escândalo revelado por ISTOÉ em 2004 . Fruto
da contribuição dos cooperados e de investimentos da Funcef e da Previ,
o dinheiro deveria ter sido usado para a construção de unidades
habitacionais pela construtora OAS. Embora tenha dado o calote em quase 3
mil associados, a empreiteira entregou os apartamentos de dirigentes do
PT, incluídos aí Vaccari e sua cunhada Marice Correia de Lima, além do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comprou um apartamento no
Guarujá. Para a oposição, a prisão de Vaccari torna a situação de Dilma ainda
mais delicada. O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio
(SP), disse que o PT “é financiado pelo crime”. “Isso complica a
situação da presidente Dilma porque evidencia que ela se beneficiou do
esquema de corrupção na Petrobras”, diz. O senador e presidente nacional
do PSDB, Aécio Neves, classificou a situação como “o mais triste
retrato de um partido político que abdicou de um projeto de país para se
manter a qualquer custo no poder”. Já o líder do DEM na Câmara dos
Deputados, Mendonça Filho (PE), disse que a prisão comprova “que a
corrupção na Petrobras tinha como finalidade o uso dos recursos
desviados para financiamento ilegal de financiamento de campanha do PT e
aliados”.
Em razão da denúncia, Mendonça defende a cassação do registro
do partido. O cerco sobre Dilma e o PT se fecha.
O maior temor no PT é de que o ex-tesoureiro não resista à prisão de
seus familiares. Sua cunhada Marice de Lima, que estava foragida da
polícia, se entregou na carceragem da PF, em Curitiba, na sexta-feira
17. Sua esposa Giselda Lima foi alvo de mandado de condução coercitiva
para depor na PF. Como ela estava em casa e mostrou-se emocionalmente
muito abalada, Vaccari convenceu os policiais a tomarem o depoimento
dela ali mesmo, evitando mais exposição e desgaste.
Mas ainda existe o
risco de Giselda ser convocada para prestar novos esclarecimentos. O MPF
descobriu que ela recebeu R$ 8,9 milhões entre 2006 e 2014. No extrato
bancário dela, há movimentações atípicas.Só em 2011, a aposentada
recebeu mais de R$ 1 milhão, uma média mensal de R$ 90 mil – três vezes o
teto do funcionalismo público.