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domingo, 12 de junho de 2016

Atirador ataca boate gay nos EUA e mata pelo menos 20 pessoas

A polícia de Orlando informou que o atirador está morto e ainda não se sabe a motivação do ataque. O FBI trabalha com a hipótese de "terrorismo doméstico"

Pelo menos vinte pessoas morreram e 42 ficaram feridas após um homem armado abrir fogo em uma boate gay da cidade de Orlando, Flórida, nos Estados Unidos. O ataque ocorreu na madrugada de sábado para domingo e a polícia de Orlando informou que o atirador está entre os mortos no tiroteio.

Um porta-voz do FBI (a polícia federal americana) disse que o caso está sendo investigado como possível ato de "terrorismo doméstico". As autoridades tentam descobrir se foi um ato de terrorismo doméstico ou internacional, ou se foi mais um caso de "lobo solitário", quando um terrorista age por conta própria. Segundo o jornal The New York Times, o homem usou um rifle e um revólver no ataque. Dezenas de viaturas policiais, incluindo uma equipe da SWAT, o departamento de operações especiais, invadiram a área em torno da casa noturna Pulse. Pelo menos duas caminhonetes da polícia foram vistas levando vítimas ao Orlando Regional Medical Center.


Um dos frequentadores da boate, Rob Rick contou que o tiroteio teve início por volta das 2h da manhã, um pouco antes do encerramento da festa. "Todos estavam bebendo o seu último gole", disse. Ele estima que mais de 100 pessoas ainda estavam dentro da casa quando ouviu os tiros. Por volta das 3 horas da madrugada, o próprio estabelecimento publicou em sua página do Facebook uma mensagem dizendo: "Saiam todos da Pulse e continuem correndo".

De acordo com o chefe de polícia John Mina, o tiroteio iniciou dentro da boate e continuou na área externa, quando um policial que trabalhava no local tentou confrontar o atirador. O homem voltou para dentro da casa noturna, retomou o tiroteio e fez reféns. Às 5 horas, a polícia decidiu resgatar as pessoas e realizou uma "explosão controlada" para ajudar a evacuar a boate. Pelo menos nove policiais se envolveram em uma troca de tiros com o homem.

Com Estadão Conteúdo

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

África do Sul, a roubalheira

Tristes trópicos

O presidente Jacob Zuma está enterrando de vez o que resta da confiança tão duramente conquistada pela África do Sul

A nação irrompera no século 21 com motivos de sobra para andar de cabeça erguida. Um líder amado e representativo de sua gente fora eleito em pleito histórico, injetando gosto por democracia e apetite por cidadania aos redutos mais esquecidos do vasto território. O resto do continente olhava para esse Bric emergente com um misto de curiosidade, e que até mesmo Copa do Mundo abrigou!

Hoje orgulho e esperança se esfarelaram. “Estamos rumando para um Estado predador, onde uma elite poderosa, corrupta e demagoga de hienas políticas usa cada vez mais o Estado para enriquecer”, acusa um sindicalista histórico. “Estamos traindo os mais pobres, parece pacto com o diabo”, acrescenta outro companheiro.

Estamos falando da África do Sul, é claro.
Dias atrás, após anos de escandalosas tergiversações e delongas, o presidente Jacob Zuma achou prudente aceitar devolver pelo menos parte do dinheiro público que gastou na reforma de sua residência. Dessa forma ele tenta encerrar um processo judicial cuja audiência está marcada para esta terça-feira e que arrasta seu corrupto governo ladeira abaixo.

No continente africano, abusar de fundos públicos para erigir mirabolantes domínios privados costumava fazer parte do receituário de cleptocratas ditatoriais como Jean-Bedel Bokassa ou Mobutu Sese Seko. “O Grande Leopardo” Mobutu, por exemplo, que reinou no antigo Zaire (hoje República Democrática do Congo) por 32 anos, tinha uma Versalhes privada na selva de Gbadolite com aeroporto capaz de receber aviões Concorde, um bunker nuclear para 500 pessoas, vários palácios e um elaborado complexo de pagodes construído por chineses.

Bokassa, o autoproclamado imperador da República Centro-Africana, cuja cerimônia de coroação foi tão extravagante que consumiu algo como um terço do orçamento do Estado, manteve-se no poder por 13 anos. Já o tirano-mor de Uganda Idi Amin, que enviava telegramas à rainha Elizabeth II da Inglaterra tratando-a de “Liz”, costumava chegar a reuniões de cúpula do Commonwealth em cima de um andor carregado por quatro esquálidos caucasianos.

Mas a África do Sul democrática do pós-apartheid que emergiu orgulhosa junto com seu fundador Nelson Mandela em 1994 tinha outros parâmetros e lições de retidão a dar ao continente. E de início assim foi. A erosão veio com o apego à máquina do poder pela elite do histórico Congresso Africano Nacional pós Mandela. Lambuzaram-se, diria o ministro Jacques Wagner. E o atual presidente Jacob Zuma, no poder desde 2009, está enterrando de vez o que resta da confiança tão duramente conquistada pelo país.

Não é de hoje que ele se vê enredado em acusações pesadas de corrupção, tráfico de influência, lotação de cargos para apadrinhados, estelionato e até mesmo um caso de estupro, dos quais sempre conseguiu escapulir. O que nunca sumiu da lupa da Defensora do Povo, cargo equivalente a um ombudsman dos cidadãos, foi a tal reforma “de segurança nacional” iniciada em sua residência particular pouco após tomar posse.

Foram adicionados um conjunto de edificações de estilos e formas variadas, uma piscina, um heliporto, um anfiteatro, um centro de recepção com cúpula, um estábulo para gado e um galinheiro — tudo em nome da segurança do chefe da nação e em meio à paisagem rural e paupérrima de Nkandla, sua terra natal, na província de KwaZulu-Natal, uma das mais desoladas do país. Ali, apenas 10 mil domicílios têm energia elétrica, 7 mil não têm água encanada e dos cerca de 120 mil habitantes da região mais de 40% estão desempregados.

O terreno agora ocupado por Zuma equivale a oito campos de futebol e a reforma engoliu o equivalente a 246 milhões de rands (equivalente a R$ 60 milhões), enquanto o upgrade do último governante branco do país, F. W. de Klerk, custara 236 mil rands uma década antes.

A primeira tentativa de fazê-lo responder a processo fracassara devido à imaginativa defesa das reformas encaminhada pelo ministério da Polícia. Um bombeiro chamado a depor afirmara que a piscina representava “a melhor fonte de água disponível para abastecer as bombas em caso de incêndio de grandes proporções”. O anfiteatro fora necessário para prevenir a erosão do solo por onde circulam os pesados veículos blindados, o centro de recepção poderia ser necessário para abrigar a grande família do presidente polígamo (ele tem 20 filhos) em caso de emergência, estábulo e galinheiro têm “valor espiritual”.

Só que a Defensora do Povo Thuli Madonsela manteve a pressão. Titular do cargo instituído pelo Artigo 181 da Constituição de 1996 e cuja indicação é feita pela Assembleia Nacional, ela se sabe amparada pela indignação popular. O relatório 2015 da Transparência Internacional com a rede Afrobarometer aponta a África do Sul, seguida de Gana e Nigéria, como o país africano em que a corrupção é citada como tendo piorado mais ao longo do último ano.

Jacob Zuma, o menino zulu que cuidava de rebanhos, frequentou a escola apenas por alguns anos e não recebeu nenhuma educação formal além do primário, engajou-se cedo na luta pela sua gente e tornou-se um competente líder do Partido Comunista sul-africano e do ANC. Não foi por acaso que penou dez anos na prisão de Robben Island ao lado de Nelson Mandela. Sempre teve sintonia fina com o homem do povo, em contraponto com seu antecessor mais austero, Thabo Mbki. Pena que tenha perdido o rumo quando o caminho ficou fácil.

No ano em que o movimento de libertação comemora 104 anos especula-se se o presidente de 73 anos conseguirá chegar ao término de seu segundo mandato, em 2019. Uma declaração de Ronnie Kasrils, ex-ministro dos Serviços de Inteligência, ao jornal “The Guardian” dois anos atrás, diz tudo: “Mais importante do que o partido são as ideias do partido. São elas que devemos defender. Se o partido esquece essas ideias, vamos ficar do lado do povo que exige o que lhe prometemos a vida toda — uma vida melhor. Não podemos ficar calados quando vemos esses crimes de corrupção.” 


Fonte: Dorrit Harazim é jornalista - O Globo

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Por que o petróleo ficou barato – e como isso afeta o mundo



Pela primeira vez, o petróleo assusta o globo por estar barato demais. Vários fatores contribuem com essa baixa – e ela terá efeitos bons e ruins

O mundo está engasgando em petróleo. O preço do barril, cotado a US$ 100 em 2006, caiu quase 60% em dez anos – na quinta-feira, dia 21, mal passou dos US$ 29. O preço do petróleo é, fundamentalmente, o resultado de uma equação de oferta e de demanda. Quando o preço desaba ou dispara, cenários perigosos de desequilíbrio se formam – na economia e na geopolítica internacional.

A demanda por petróleo, nos últimos anos, caiu por causa do ritmo mais lento de crescimento das economias dos países grandes consumidores, como Estados Unidos, China, Japão e os países ricos da Europa. Ao mesmo tempo, a produção total mundial de petróleo seguiu o caminho inverso – 7,5 milhões de barris a mais por dia, entre 2009 e 2014, segundo a Agência Internacional de Energia (EIA, na sigla em inglês) –, a ponto de a oferta global, há dois anos, ter começado a ultrapassar a demanda.

O aumento incomum e inesperado da produção veio de uma variedade de fontes. Elas são, principalmente, oriundas da exploração nos Estados Unidos do folhelho, uma rocha capaz de gerar gás energético e uma outra modalidade de óleo, o “tightoil(em tradução livre para o português, “petróleo apertado”). No final de 2012, graças ao folhelho e também ao aumento da extração nas águas profundas do Golfo do México, a produção de petróleo dos Estados Unidos superou a da Arábia Saudita – até então, a maior produtora mundial. O cenário atual de excesso de oferta é resultado também de uma decisão tomada, no final de 2014,  pela Arábia Saudita (menor custo de produção de petróleo do mundo). Numa decisão  surpreendente, ela se recusou a cortar a produção de petróleo para manter os preços.

O movimento dos sauditas teve dois objetivos. O primeiro se deve a uma tentativa de recuperar a fatia do mercado que antes dominava, tentando expulsar produtores de custo mais elevado, como os que exploram o folhelho. O outro visa minar o principal rival da Arábia Saudita no Oriente Médio, o Irã. Após a revogação das sanções econômicas internacionais contra o país, em seguida ao acordo nuclear com as principais potências mundiais, o Irã está pronto para começar a exportar petróleo novamente para o mercado internacional. 

Apesar dos ganhos decorrentes da suspensão das sanções, o Irã, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), precisa que o preço do petróleo chegue a US$ 100 por barril para conseguir equilibrar seu orçamento. Na disputa por influência no Oriente Médio, o objetivo da sunita Arábia Saudita é impedir que o xiita Irã fomente governos e grupos armados aliados na região. “O colapso dramático dos preços do petróleo é o resultado de uma guerra de preços iniciada pelos sauditas contra os produtores de petróleo que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)”, diz Tyler Priest, historiador do petróleo da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos.  A última vez que o preço do petróleo teve uma queda significativa, no fim dos anos 1980, empurrou a União Soviética para o buraco e ajudou a desmoronar o império soviético. Agora, a queda deve causar solavancos políticos importantes – inclusive em países que são membros da poderosa Opep, como Angola, Nigéria e Venezuela. A essa lista, podem ser acrescentados países que não fazem parte da organização, como Brasil e Rússia.

A crise econômica na Venezuela, que aos poucos tem levado o chavismo à derrocada, é efeito direto da queda do preço do petróleo. A receita da Venezuela depende em 96% da venda de petróleo bruto. Com ela, o país financia as importações de quase todas as outras mercadorias. Como as exportações de petróleo caíram, os venezuelanos sofrem agora uma severa crise de desabastecimento.

Assim como Hugo Chávez, na Venezuela, se beneficiou politicamente da alta dos preços do petróleo, a disparada da popularidade de Vladimir Putin, na Rússia, coincidiu também com o período em que o valor do barril do óleo chegou às alturas. Os resultados das vendas de petróleo e gás representam metade da receita do governo russo. Por causa da derrocada dos preços, a projeção para a economia russa neste ano é de uma contração de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Em um cenário de crise, só restará a Putin, para mostrar força interna, flexionar os músculos militares.

A queda dos preços deve ter também um efeito devastador na indústria de petróleo. Só em 2015, a indústria paralisou mais de 1.000 plataformas de perfuração e registrou um corte de gastos de US$ 100 bilhões. Uma análise da CreditSights, agência independente de pesquisas dos Estados Unidos, projeta que 20 empresas americanas do setor de petróleo deverão falir nos próximos meses. “Há uma total carnificina na indústria de petróleo no momento. Dezenas de pequenas companhias petrolíferas e empresas de perfuração nos Estados Unidos entraram com pedido de falência, e provavelmente haverá muitos mais para vir”, afirma Priest, da Universidade de Iowa. 

GEOGRAFIA DA CRISE
Mesmo os gigantes petrolíferos estão sentindo os impactos negativos. Sete dos 20 maiores produtores de petróleo e de gás dos Estados Unidos e da Europa destacaram perdas no terceiro trimestre de 2015. “Quando o preço do barril estava alto, as petroleiras lançaram muitos projetos que não estavam maduros tecnicamente, pois o mais importante era garantir logo receita. Os erros de muitos projetos estão aparecendo agora”, diz Dario Gaspar, sócio e responsável pelo setor de óleo e gás da consultoria A.T. Kearney.  

Ninguém sabe quando os preços do petróleo voltarão a subir e muitos especialistas apostam que o atual ciclo deverá ter efeitos duradouros. Fontes renováveis de energia poderão ganhar mais espaço e investimentos, alternativas ao petróleo ganharão força e países que sempre dominaram o abastecimento mundial de energia  e por consequência determinaram seus preços – terão de se adaptar a  uma nova configuração para se manter no mercado.

Fonte: Revista Época


quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Volte amanhã, tente de novo

No caso do eSocial, muitos ficaram acordados até de madrugada. E ficaram felizes quando conseguiram emitir a guia

Não é coincidência. O sistema tributário brasileiro foi considerado o pior do mundo no relatório “Fazendo negócios” que o Banco Mundial acaba de lançar. Nem bem a gente conseguia estudar o documento, e a Receita correu para justificar o título: impôs ao contribuinte horas de trabalho extra para registrar os empregados domésticos e emitir a guia de pagamento dos impostos.

[o mais revoltante é quando um funcionáriozinho da Receita, cheio de complexo e insatisfações, traumas e medos, quando entrevistado sobre uma eventual prorrogação do prazo, simplesmente, com uma cara de intensa satisfação, tipo um sádico tendo um orgasmo, diz que NÃO e QUE HAVERÁ MULTA para os que não cumprirem o prazo.] 

Foi na mosca. O relatório do Banco Mundial não mede prioritariamente o tamanho da carga tributária, mas se o sistema é amigável ou hostil ao contribuinte. Atenção, ao contribuinte honesto, que deseja manter em dia suas obrigações com o Fisco. Num ranking de 189 países, o Brasil ficou em 177º no quesito facilidade no pagamento de impostos. Então não foi o último, dirão. Certo. Há 12 países que atormentam ainda mais o seu contribuinte. Entre eles, países africanos, como Nigéria e Senegal, e dois latino-americanos, aliás, nossos parceiros de Mercosul, a Venezuela e a Bolívia, respectivamente no penúltimo e no último lugar. Portanto, nosso comentário acima está correto: o Brasil tem o pior sistema tributário do mundo quando considerados as nações sérias e relevantes, com todo o respeito.

O documento do Banco Mundial avalia o ambiente de negócios para uma empresa média padrão. O sistema tributário é examinado a partir de dois itens básicos: quantas horas a empresa gasta para manter suas obrigações (2.600 no caso brasileiro) e quantos procedimentos precisa fazer.  Aplicando para a pessoa física, já podemos acrescentar mais horas e procedimentos com esse eSocial.

Não é um episódio pequeno. Na verdade, revela uma cultura de governo, entranhada na burocracia e nas repartições, que trata o contribuinte e o cidadão como se fossem empregados do governo, como se fossem devedores. Quando faz alguma coisa, como uma obra ou presta um serviço decente, o governante sai por aí alardeando que “deu” isso e aquilo para o povo. Por exemplo: “colocamos comida na panela das pessoas”.

Ora, quem coloca comida na panela são os brasileiros que trabalham duro e enfrentam condições difíceis por culpa dos governos. Ou é culpa do cidadão demorar duas horas para chegar ao trabalho e outras duas para voltar? Vai ver que não conhece as linhas de ônibus... No episódio do eSocial, logo de cara ficou claro que o sistema não funcionava direito. Resposta das autoridades aos contribuintes: continuem tentando; tentem fora do horário de pico.

E não é que muitos ficaram acordados até tarde ou acordaram de madrugada? E ficaram felizes quando conseguiram emitir a guia para cumprir a obrigação.  É costume. Desânimo também. Tantos anos sendo maltratado, e o cidadão-contribuinte como que perdeu a esperança e o ânimo de reclamar. Vai pacificamente para a fila do hospital, espera no INSS, fica horas na frente do computador tentando emitir a tal guia. Quando é atendido agradece. Claro, deve mesmo, por educação, ser gentil e agradecer ao funcionário, mas, gente, é este que está ali cumprindo sua obrigação.

A repartição tem de ser amigável com o cidadão. O funcionário é empregado do cidadão. Se o serviço público não funciona, não se pode passar a responsabilidade para as pessoas, como fazem: Volte amanhã. Tente de novo. Você precisa de melhores computadores. Do lado lá deles, por vários dias, ninguém pediu desculpas, ninguém se demitiu, ninguém caiu pelos erros ou omissões. E ainda ameaçaram: o prazo não seria prorrogado. Não emitiu a guia, toma multa.

FOI BOM?
Ao comprar uma parte da brasileira Hypermarcas por US$ 1 bilhão, a multinacional Coty assumiu o risco Brasil ou simplesmente aproveitou uma liquidação? É fato que a Hypermarcas estava barata, por duas vias. A recessão derrubou o valor das ações em reais, e a desvalorização do real tornou a empresa ainda mais barata quando avaliada em dólares. Liquidação, portanto.

Por outro lado, mesmo uma multinacional de porte não gasta um bilhão de dólares só porque topou com uma pechincha. Logo, a companhia comprou Brasil, com dois parâmetros: um, o dólar já deve estar na cotação adequada; dois, um dia a crise passa e o mercado volta.
Tomara que estejam certos.

Fonte:  Carlos Alberto Sardenberg é jornalista - O Globo
 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

O Movimento Estudantil Popular Revolucionário



 Organização maoísta mantida com verbas obtidas sob a fachada de uma ONG; o MEPR dedica-se à preparação do terror revolucionário no Brasil. Seu site na Internet faz propaganda do grupo International League of Peoples Strugle-ILPS (Liga Internacional dos Povos em Luta), entidade que reúne organizações democráticas da Ásia, África, América Latina, América do Norte, Europa e Oceania.

Raquel Braga Scarlatelli Pimenta e Gerson Antonio Guedes Lima estiveram presentes no Congresso de fundação da Liga Internacional dos Povos em Luta, representando, respectivamente, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e a Liga Operária Camponesa.  Como se recorda, o Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), foi constituído num Encontro realizado no período de 29 de abril a 1 de maio de 2001, por um grupo de militantes maoístas que havia rompido com o “reformismo” do Movimento Revolucionário Oito de Outubro (MR-8) e da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) no Congresso dessa entidade, realizado em 1995 em Goiânia. Esses estudantes decidiram não mais participar da UBES e da União Nacional de Estudantes (UNE).
Em 2000, no I Encontro Nacional dos Estudantes do Povo, em que foi constituído, o MEPR, em uma declaração, assinalou que se guia por dois princípios: “servir ao povo de todo o coração” e “ser tropa de choque da revolução”. 

(...) 

Ainda recordando: em março de 2003, no Rio de Janeiro, um grupo de cerca de 30 militantes do MEPR, com pedras e coquetéis molotov, protestou no centro da cidade contra a guerra no Iraque; quebraram vidros do Consulado dos EUA, apedrejaram carros da Polícia Militar e lançaram explosivos contra o prédio da representação diplomática. Agências bancárias, do Banco do Brasil e Banco Itaú, e uma lanchonete da rede McDonald’s também foram alvos de ataques. Quando da baderna, panfletos do MEPR com o título “Viva o heróico povo iraquiano. Morte às tropas assassinas norte-americanas”, foram distribuídos. 

Em setembro de 2003, atendendo ao convite da Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas, militantes do MEPR compareceram ao 3º Congresso da Liga, realizado na cidade de Geba, Norte de Minas Gerais, no final de setembro, onde cerca de 4 mil famílias estavam em luta pela terra. Em julho de 2003, militantes do MEPR já haviam estado nas cidades de Jaíba e Manga, ambas em Minas Gerais, participando dos preparativos desse Congresso. Isso, sem dúvida, configura que o MEPR é o braço estudantil da Liga dos Camponeses Pobres, apenas mais um dos cerca de cem grupos organizados de sem-terras atuantes em todo o Brasil, defendendo abertamente uma revolução agrária.

 A Liga dos Camponeses Pobres é, por sua vez, o braço camponês da Liga Operária Camponesa-LOC (uma cisão da organização Ala Vermelha, que já era uma cisão do Partido Comunista do Brasil), uma organização de linha maoísta. Pode ser assinalada a existência da Liga dos Camponeses Pobres no Norte de Minas Gerais, no Centro-Oeste de Minas Gerais e a Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia.

Todas essas organizações tiveram origem nas Comissões Camponesas de Luta (CCL) que começaram a surgir no ano 2000. Em 23 e 24 de novembro de 2003 foi a vez da LCP de Rondônia realizar seu III Congresso, na cidade de Jaru, com a presença de cerca de 700 pessoas, além de um movimento de mulheres denominado Movimento Feminino Popular, e de estudantes do Movimento Estudantil Popular.

 Logo depois, a ILPS, entidade que reúne organizações democráticas da Ásia, África, América Latina, América do Norte, Europa e Oceania, realizou um Congresso em Zutphen, Países Baixos, ao qual compareceram 336 delegados e convidados, representando 232 organizações maciças de 40 países: Afeganistão, Argentina, Austrália, Áustria, Bangladesh, Bélgica, Benin,Brasil (com representantes do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos, Liga dos Camponeses Pobres e Liga Operária e Camponesa) Burma, Canadá, Congo, República Dominicana, Equador, Inglaterra, França, Alemanha, Grécia, Índia, Indonésia, Irã, Itália, Japão, Luxemburgo, Malásia, México, Nepal, Países Baixos, Nova Zelândia, Nigéria, Noruega, Paquistão, Peru, Filipinas, Escócia, Coréia do Sul, Espanha, Suíça, Tailândia, Turquia e EUA, reunindo forças progressistas de todo o mundo, para lutar pela independência nacional, pela democracia e pela libertação social de encontro ao imperialismo e à reação.

O Congresso elegeu um Comitê de Coordenação Internacional composto por 35 pessoas de diversos países. O Comitê é o órgão mais elevado de tomada de decisões, e elegeu, entre seus membros, um Grupo de Coordenação Internacional, composto por 10 pessoas. Esses órgãos ficarão sediados em Utrecht, nos Países Baixos.  Em novembro de 2008 (dias 22 e 29) os militantes do Movimento Estudantil Popular Revolucionário realizaram assembleias regionais em São Paulo, Goiânia e Alagoas. Essas assembleias foram direcionadas fundamentalmente à construção do MEPR nessas regiões e ao tema “como construir a greve geral para barrar as reformas do Banco Mundial”.

 Essa atividade, em São Paulo, teve a presença de estudantes da UNIFESP, USP, MACKENZIE e CEFET-SP, onde existem núcleos do MEPR.  Em Goiânia, a atividade foi realizada no mini-auditório da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. O tema abordado foi “Rebelar-se é Justo”. Essa assembléia contou com a presença de “companheiros” da Liga dos Camponeses Pobres, Núcleo da Liga Operária de Senador Canedo, Movimento Feminino Popular do Centro-Oeste, Liga Operária do DF, CA de Psicologia da UFG e ANDES (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior) Região do Planalto.  

As palestras foram centradas nas três principais tarefas do MEPR: agitar e propagandear a revolução, organizar a luta de massas nas escolas e universidades e combater o oportunismo, sendo a tropa de choque da revolução.

No início e no encerramento da assembléia foi cantado o Hino da Internacional.

Fonte: A Verdade Sufocada - Carlos I. S. Azambuja

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Brasil é vice-campeão mundial em assassinato de jovens, aponta Unicef



Os jovens mortos são pobres, moram na periferia das grandes cidades, são homens e negros
[Logo vão estipular cotas para número de não negros que devem ser assassinados.]
Nos últimos 25 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) permitiu diversos avanços na proteção da infância no Brasil, da redução da mortalidade até cinco anos à inclusão de mais crianças na escola. Não conseguiu, no entanto, fazer com que os jovens deixassem de ser o alvo principal das mortes violentas no País - ao contrário. Dados levantados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) mostram que, entre 1990 e 2013, o número de assassinatos de crianças e adolescentes até 19 anos passou de 5 mil para 10,5 mil por ano - 28 por dia.

Dos adolescentes que morrem por causas externas, 36% são assassinados, mas de sete vezes o índice da população em geral e um número que transforma o Brasil em vice-campeão mundial no assassinato de jovens - perde apenas para a Nigéria.
[o triste campeonato de jovens negros assassinados que a Nigéria detém comprova que ser negro ou não, não influi na escolha das vítimas.] "O Brasil não tem conseguido impedir o alarmante crescimento de assassinatos dos seus adolescentes", diz o relatório do Unicef feito em comemoração aos 25 anos do estatuto, que tem entre suas previsões a garantia à vida. "No entanto, após a aprovação dessa lei, o número de homicídios de brasileiros até 19 anos dobrou."

Os jovens mortos têm cor, gênero, classe social e endereço: são pobres, moram na periferia das grandes cidades, são homens e negros. Ser homem aumenta em 12 vezes a chance de um adolescente ser assassinado. Os negros morrem quase quatro vezes mais do que os brancos.

"Cerca de 42 mil adolescentes brasileiros poderão ser assassinados entre 2013 e 2019 ser as condições atuais do País prevalecerem", diz o relatório.

O Unicef defende que a culpabilização dos adolescentes, verificada nas proposta de redução da maioridade penal aprovada pela Câmara dos Deputados, é um retrocesso que não vai resolver o problema da violência no Brasil, mas, sim, agravá-lo.  "O sistema penitenciário adulto brasileiro é mundialmente conhecido por seus graves problemas", lembra o relatório. "Nesse sistema, os adolescentes estarão expostos às facções do crime organizado e às precárias condições do sistema prisional brasileiro."[os ‘di menor’ defendidos pelo Unicef já são bandidos bem antes dos 16 anos, o que torna recomendável que a redução na próxima etapa passe para os 12 anos e dependendo do crime alcance qualquer idade.]

O relatório elogia a criação os avanços trazidos pelo ECA na punição de jovens infratores dentro de parâmetros adequados à idade. No entanto, lembra que muitas das medidas não funcionam porque até hoje o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) não foi implementado adequadamente, com unidades de internação superlotadas e em condições insalubres, falta de projetos pedagógicos e o uso de internação, que deveria ser uma medida extrema, como padrão. "Em 2012, 30 adolescentes morreram em unidades de internação", informa o estudo, mostrando o que é classificado de "fragilidade da implementação do sistema". [vejam o exagero da maximização dos números tentando favorecer os criminosos ‘di menor’; consideram um absurdo que 30 criminosos com idade inferior a 18 anos tenham morrido em unidades de internação – número bem inferior aos adultos que morrem por mês assassinados pelos ‘di menor’.
DETALHE: a grande maioria dessas mortes teve autoria de outros bandidos de menor idade, colegas e/ou cúmplices,  dos mortos.]

Depois de 25 anos, analisa o Unicef, o ECA permitiu e ajudou o avanço em diversas áreas de proteção da infância. Superou as metas de redução de mortalidade infantil, chegou próximo de assegurar a matrícula de 100% das crianças no ensino fundamental, garantiu a vacinação, o atendimento à saúde, o acesso à alimentação com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) e programas como o Bolsa Família. [o cinismo do Unicef é tamanho que mistura ‘proteção a infância’ com ‘proteção a bandidos com idade inferior aos 18 anos.] Ainda assim, o sistema de proteção não alcança grupos consideráveis de crianças, especialmente as indígenas, destacadas no relatório como o grupo onde a mortalidade infantil, a desnutrição, a falta de registro e de acesso à escola ainda é muito maior do que o aceitável. [por isso, faz vários anos que parei de contribuir com o Criança Esperança - existem crianças extremamente necessitadas bem mais próximo de onde moramos e que precisam de ajuda - a Unicef além de apoiar menores bandidos tem uma estrutura de arrecadação que os que realmente necessitam, as crianças pobres das nossas cidades não tem.]

Fonte: Agência Estado