Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Procurador-geral. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Procurador-geral. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A desesperadora situação de Janot, que piora a cada hora. Que tal delação premiada para Miller?

Um tsunami se arma. As tais gravações que ninguém ainda conhece já começam a circular por aí. Ele foi imaginado para engolir o Supremo, mas pode colher em cheio a Procuradoria-Geral da República

Rodrigo Janot está fingindo que não está nem aí para o que vai ao redor e diz que vai, sim, apresentar a nova denúncia contra Michel Temer.  Ontem à noite, Cármen Lúcia conversou a portas fechadas com o vice-procurador Nicolao Dino. E tentou fazê-lo ver — para que abra os olhos de Janot — que, em rio que tem piranha, procurador-geral deveria nadar de costas…

Mas sabem como Janot é determinado…  A sua situação está começando a ficar desesperadora.  As evidências contra Marcelo Miller vão se acumulando, de maneira escandalosa, e Miller também já está entoando aquela musiquinha de Luan Santana: “Eu tou contando tudo e não tou nem ligando pro que vão dizer”.  Pergunta: que tal se oferecer a Miller a chance da delação premiada? Rodrigo Janot, Deltan Dallagnol e Carlos Fernando sabem a importância que tem esse estatuto na apuração de crimes, não é mesmo?

Um tsunami se arma. As tais gravações que ninguém ainda conhece já começam a circular por aí. Ele foi imaginado para engolir o Supremo, mas pode colher em cheio a Procuradoria-Geral da República. Ou melhor: o ainda procurador-geral da República.  Podem esperar que vem coisa feia por aí.  Será um caso acabado de feitiço que se vira contra o feiticeiro.

 Vale a pena ler:  A “formalista” procuradora que rejeita “querida” já gravou vídeo incitando o povo contra o Senado

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Conversa sórdida revelou quem é o empresário que se sente acima da lei


Nojo. É o que se sente ao ouvir o empresário Joesley Batista discorrer na intimidade e em conversa regada a bebida sobre o Brasil, o MP e o STF, e até sobre a própria advogada. É uma conversa sórdida. Mas, para além da repulsa, há ainda o fato de que ele se sente inatingível. Joesley é o delator a quem foi dada a imunidade penal. Ele se sente inimputável e por isso garante que não será preso e salvará a empresa.

O que vazou é uma conversa desqualificada sobre ministros e ministras do Supremo, comentários machistas até sobre a própria advogada que os defende. O que existe de mais sólido envolve o procurador Marcelo Miller. O resto é o lixo de um homem sem limites e sem parâmetros que fala com deboche até sobre pessoas de sua intimidade.  É o momento mais delicado da Lava-Jato porque a tentativa dos adversários do combate à corrupção será a de aproveitar a situação, desmoralizar o processo de investigação e de delação premiada. A situação toda é tão irregular que os áudios já estavam circulando, e o ministro Edson Fachin ainda não os havia recebido. O protocolo do STF abriu às 11h30m, depois os áudios foram oficialmente encaminhados ao STF.

Mas, na verdade, essa é a grande chance de a PGR se livrar do peso de ter concedido o inaceitável aos irmãos Joesley e Wesley e aos executivos da JBS. A certeza da impunidade que Joesley e Ricardo Saud demonstram não convive bem com os pilares da democracia. A concessão de tão grande benefício foi o momento mais fraco do procurador-geral. Ele poderia ter aproveitado o medo que os empresários e executivos tinham da chegada dos “capa preta”, como Joesley diz, e obter todas as informações que teve oferecendo em troca uma punição branda porém aceitável.

Ficou claro durante todo o processo da Lava-Jato que a delação premiada tem a vantagem de trazer as informações que revelaram o que o Brasil sabe hoje sobre o poder político e as empresas. Agora ficou claro também que ela tem mecanismos contra os erros eventualmente cometidos. As cláusulas do acordo cobriam a possibilidade que acabou se confirmando, de que Joesley tinha escondido parte das informações. Mas qual parte? A parte que se volta contra o próprio Janot. Ele trabalhou três anos ao lado de pessoa que acabou virando um agente duplo. Marcelo Miller colaborava com os delatores estando ainda no Ministério Público e ninguém percebeu.

O mercado financeiro, que tem uma forma muito torta de pensar, comemorou pela manhã. A bolsa subiu e o dólar caiu porque os investidores concluíram que tudo isso mantém o presidente Michel Temer no cargo e, portanto, o cronograma das reformas. Na verdade, ninguém se fortalece com situação tão confusa, esse emaranhado institucional. À noite, o Ibovespa devolveu os ganhos e fechou estável. Ontem foi um dia particularmente horroroso. Malas de dinheiro encontradas na Bahia, operação internacional para apurar se houve corrupção na escolha do Rio como sede das Olimpíadas, os áudios dessa conversa repulsiva e denúncia contra o PT, incluindo, pela primeira vez, a ex-presidente Dilma. O Brasil nas edições online era o retrato de um país devastado.

O procurador-geral tem o poder de decidir o destino dessa delação. Ele abriu o procedimento para reavaliar o acordo de colaboração. Pode anular, rescindir ou apenas rever os termos do acordo retirando benefícios concedidos. Depois que tomar a decisão, ela será levada ao ministro relator. O ministro decidiu ontem que não caberia atender ao pedido do procurador-geral de manter em sigilo as fitas que levaram ao procedimento de reabertura do acordo. Pode ter tomado a decisão apenas pela constatação de que não adiantava decretar o sigilo de algo que já estava na rua. Mas Fachin foi além e argumentou em favor da publicidade do processo, informando que ele deve ter precedência até sobre o direito da intimidade. Portanto, o episódio confirma a tendência de adotar o sigilo apenas em raros casos, porque deve prevalecer o interesse público.

O curioso desse lance inesperado é que ele revela que Joesley passara a grampear tanto que chegou até a se gravar inadvertidamente. E mais, entregou o material à PGR sem sequer ouvir as fitas. Seu afã era de arrebanhar provas e indícios contra seus interlocutores para ser aquele que dá o último tiro e um dia poder dizer à mulher: “querida, sabe aqueles nossos amigos…”

Fonte: Miriam Leitão - Com Alvaro Gribel - O Globo


segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Procurador-geral Janot reconhec possibilidade de erros gravíssimos na delação da JBS e manda abrir investigação

PGR abre investigação que pode cancelar delação premiada da JBS

Segundo Janot, gravações inéditas de conteúdos gravíssimos apontam prática de crime

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, abriu investigação interna para rever a delação premiada de três dos sete executivos do Grupo J&F. Os executivos teriam sido ajudados pelo ex-procurador Marcello Miller na elaboração da proposta de delação fechada com a Procuradoria-Geral da República. Miller atuava na PGR e, depois, passou a atuar como advogado da JBS. Segundo Janot, a gravação envolve ainda um ministro do Supremo e um parlamentar.

A suspeita surgiu a partir de um áudio com conversa entre dois delatores, que chegou à PGR na última quinta-feira. Segundo Janot, a gravação de cerca de quatro horas foi entregue, aparentemente por engano, nos anexos da delação da JBS.  Se a delação for anulada, os colaboradores podem perder os benefícios. Janot ressaltou, no entanto, que as provas obtidas até agora não devem ser anuladas. [o que Janot ressaltou é sem sentido, haja vista que ele mesmo reconheceu não haver provas das acusações que fez contra o presidente Temer.] Ele considerou o fato "gravíssimo".
— Determinei hoje a abertura de investigação para apurar indícios de omissão de informações sobre práticas de crime no processo de negociação para acordo de colaboração premiada no caso JBS. Áudios de conteúdo grave, eu diria gravíssimo, foram obtidos pelo Ministério Público Federal na semana passada, precisamente na quinta-feira, às 19h. A análise de tal gravação revelou diálogo entre dois colaboradores com referências indevidas à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal. Tais áudios também contêm indícios segundo esses dois colaboradores de conduta em tese criminosa atribuída ao ex-procurador Marcelo Miller declarou Janot.

O procurador-geral disse ainda que eventuais irregularidades no acordo de colaboração não vão atrapalhar novas denúncias até o fim de seu mandato na PGR. Janot deixa o cargo no dia 17 de setembro. Ele prepara uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, já denunciado uma vez a partir de informações obtidas na delação da JBS.

Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Temos um cronograma de trabalho rigorosamente definido. Volto a repetir: não deixarei de praticar ato de ofício — afirmou o procurador-geral.

Em seu pronunciamento, Janot fez uma defesa da delação premiada como instrumento para apuração de crimes de corrupção. O procurador disse que eventuais irregularidades na colaboração da JBS não invalidam provas já apresentadas em denúncias nem o próprio instrumento da delação. — Quando o acordo (com a JBS) foi firmado, a prova apresentada era e é consistente, envolvia altas autoridades em crimes gravíssimos. Naquele contexto, que permanece até hoje, os benefícios eram perfeitamente adequados. O instituto da colaboração premiada é importante. É preciso preservar esse modelo, e não retroceder. Se os executivos da JBS eventualmente erraram, pagarão por isso, mas nem por isso deve pagar o instituto, que deve ser preservado. Assistimos hoje forças que se levantam contra o instituto da delação premiada.


Fonte: O Globo



Por decreto, procurador-geral muda salários no Ministério Público

Um ato do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Gianpaolo Smanio, alterou os vencimentos de servidores do Ministério Público que haviam sido aprovados pela Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), responsável por votar o orçamento do órgão. 

Publicadas em duas edições do "Diário Oficial", em 23 e em 24 de agosto, as tabelas com vencimentos e gratificações que passaram a valer desde então diferem das quantias registradas na lei complementar nº 1.302, sancionada pelo Legislativo e promulgada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 21 de julho. 

As principais alterações dizem respeito às gratificações oferecidas aos servidores comissionados. Houve aumento, em média, de 20% do benefício previsto na lei. A medida pode atingir 359 servidores em 15 carreiras, segundo a folha de pagamento de julho. Por outro lado, o ato reduziu em torno de 1% as gratificações possíveis para 4.625 funcionários concursados. 

Os servidores em cargo de confiança estão em minoria. No entanto, a média salarial dessa categoria é maior: R$ 8.637,19, quase o dobro dos efetivos (R$ 4.976,48). 

A diferença entre o decreto e o salário aprovado pelo Legislativo e pelo Executivo chega, por exemplo, a R$ 2.032,94 para o cargo de assessor especial do Ministério Público. Esse valor representa a soma do vencimento (R$ 9.017,67) com o eventual pagamento de gratificação de 99,53%, segundo a atualização do procurador-geral. 

CANETA
A legislação garante autonomia ao procurador-geral de Justiça para tomar decisões administrativas. Porém, os vencimentos precisam ser aprovados pela Assembleia Legislativa, pois impactam o orçamento do Estado. Especialistas em direito administrativo e advogados da Assembleia consultados pela reportagem entendem que ele não poderia ter alterado dispositivos da lei por conta própria. Caso contrário, dizem, os deputados estariam oferecendo um "cheque em branco" para promover mudanças no órgão. Para eles, o ato de Smanio não apresenta justificativas sólidas para essas mudanças. 

Nos preâmbulos, o procurador-geral considera "a necessidade de promover ajustes necessários para a preservação da remuneração final" e que é "indispensável rever" as gratificações para "preservar o alinhamento e a proporcionalidade" das carreiras.
Em nota publicada em seu site, o Sindicato dos Servidores do Ministério Público de São Paulo afirma que pediu uma reunião com a direção da instituição por entender que é necessária a "argumentação, reavaliação e análise mais profunda desses novos índices apresentados". 

A data, segundo a associação, ainda não foi agendada. Jacira Costa, presidente do sindicato, diz que o ato do procurador-geral é "estranho" e que a indignação co entre os servidores é "geral".
"Houve diminuição nos percentuais de alguns cargos, enquanto outros foram muito elevados. Foi o caso dos comissionados, que tiveram um aumento substancial e já fazem jus a um alto salário", comenta a dirigente. 

Em abril, a Folha noticiou que gratificações, auxílios e indenizações pagos a promotores e procuradores do Ministério Público de São Paulo fazem com que eles recebam vencimentos acima do teto, hoje de R$ 33,7 mil.  Em 2015, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas, 97% dos membros da instituição receberam acima desse valor esse grupo não inclui os servidores.
 
OUTRO LADO
Em resposta a questionamento da reportagem, o Ministério Público de São Paulo afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o ato regulamentar cumpre as determinações legais e que os questionamentos da reportagem partem de uma "premissa falsa". Segundo a Promotoria paulista, não houve aumento ou redução nos salários, mas uma readequação: "Não houve mudança nos vencimentos por decreto, mas sim o reenquadramento e o realinhamento do quadro de funcionários e das respectivas remunerações pelo ato normativo em estrito cumprimento do comando legal". 

O Ministério Público se São Paulo diz, ainda, que a a lei aprovada pela Assembleia "contou com a colaboração das associações que representam os servidores" e "determinou o reenquadramento do quadro de funcionários da instituição, bem como o realinhamento das remunerações". No entanto, não explicou, mesmo após insistência da reportagem, porque os valores que constam no "Diário Oficial" são diferentes dos publicados na ocasião em que a lei foi promulgada. 

Fonte: Folha de S. Paulo



terça-feira, 29 de agosto de 2017

Jucá diz que Janot deve ter 'fetiche' com seu bigode e afirma que fim do mandato do procurador-geral é "triste"

Alvo de três denúncias por corrupção em sete dias, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) reagiu a Rodrigo Janot, e disse que talvez o procurador-geral da República tenha um "fetiche" com seu bigode. 

Em resposta às acusações formais apresentadas por Janot nos últimos dias, o parlamentar ironizou o trecho da denúncia apresentada nesta segunda-feira (28) em que o procurador-geral afirma que "a palavra de um homem está no fio do bigode". "Eu diria que pelo menos é uma fixação. Ele até deu declaração sobre o meu bigode. Não sei se é um fetiche ou alguma coisa. Não entendo esse comportamento dele", disse Jucá. 

O senador atacou Janot, que deixará o cargo no dia 17 de setembro, e afirmou que o procurador-geral "começou bem, mas está tendo uma despedida melancólica, lamentável, triste".
"Não dá para querer se transformar em justiceiro, passar por cima da Justiça e tentar fazer uma ação deliberada contra a politica brasileira. Mas respeito a posição dele, não vou ficar batendo boca", declarou o parlamentar. 

Jucá se defendeu das três denúncias apresentadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), disse que não há nada que o comprometa e disse confiar na Justiça. 

ZELOTES
Na semana passada, Jucá foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Zelotes, que apura esquema de compra de decisão em recursos tributários e emendas em medidas provisórias no Congresso. O senador alega que o ministro Ricardo Lewandowski decidiu que não há relação entre o caso e a Operação Zelotes. A denúncia, entretanto, apenas será redistribuída a outro relator no Supremo Tribunal Federal. 

Na última sexta-feira (25), a PGR denunciou Jucá e outros senadores do PMDB com base na delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. O parlamentar aponta que a Polícia Federal não viu indícios de crime nesse caso. A terceira denúncia apresentada contra Jucá foi feita na segunda (28). Ele é acusado de ter recebido R$ 150 mil para beneficiar a Odebrecht na tramitação de suas medidas provisórias. "Estranhamente, a investigação ainda não foi concluída. O processo está na Polícia Federal, então açodadamente e intempestivamente o doutor Rodrigo Janot apresenta uma denúncia sem receber os autos da investigação", rebate Jucá. "Vamos aguardar o trâmite judicial e vamos responder com tranquilidade." 

 Fonte: Folha de S. Paulo




segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Procurador-geral critica direito do Congresso de legislar

Janot: 'Algumas iniciativas do Congresso geraram perplexidade'

Procurador-geral da República afirma que iniciativas de parlamentares brasileiros para tentar barrar a Lava-Jato e seus efeitos é semelhante ao que aconteceu com os políticos e partidos italianos após a Operação Mãos Limpas, que combateu a máfia 

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, na manhã desta segunda-feira, que projetos de lei apresentados no Congresso têm semelhanças com ações adotadas na Itália com o objetivo de enfraquecer a Operação Mãos Limpas, que apurou a corrupção na política na década de 1990. Para ele, algumas iniciativas do Congresso "geraram perplexidade".
 
Em entrevista ao GLOBO, publicada na edição de hoje, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux acusou o Congresso de tentar enfraquecer o Judiciário, em função da Lava-Jato, e citou o exemplo italiano. - Se a gente fizer um paralelo do que aconteceu na Itália e do que aconteceu aqui, boa parte do que se passou na Itália se passou ou está se passando aqui no Brasil. Basta olhar as iniciativas legislativas feitas na Itália e as iniciativas legislativas que são apresentadas aqui no Brasil - afirmou Janot, que participa do seminário "E agora, Brasil", organizado pelo GLOBO.


Em sua palestra, Janot falou sobre a tramitação do processo conduzido pelos parlamentares para aprovar a lei do abuso de autoridade.  - A partir do momento em que as investigações prosseguem, as reações acontecem. Algumas iniciativas do Congresso geraram perplexidade. Uma delas foi a do abuso de autoridade, que estava em tramitação desde 2006. Caminhava, parava, caminhava parava... Mais ou menos com algum andamento mais marcante das investigações. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Temos que olhar as reações do Legislativo, do próprio Judiciário, do Executivo.

O procurador-geral, assim como Fux, demonstrou preocupação com o projeto que prevê a possibilidade de punição para juízes que eventualmente tenham decisões reformadas em instâncias superiores - dentro do projeto de abuso de autoridade, o item ficou conhecido como crime de hermenêutica.  - Acho que nós temos que aguardar e ver o que de concreto virá do Legislativo. O abuso de autoridade chamou atenção. É um projeto bem antigo no Congresso. Recebeu impulso, depois estacionava dependendo dos movimentos judiciais da Lava-Jato. Causou preocupação o fato de tentarem implantar o crime de hermenêutica. O direito se dá com interpretação. Ser tipificado como crime, é muito complicado. Nós temos que ficar atentos e ver o dia a dia do que acontece no Legislativo - afirmou Janot.
LÁ COMO CÁ
Em entrevista ao GLOBO, Fux afirmou que a atuação do Congresso segue o modelo identificado na Itália, quando parlamentares se empenharam na aprovação de leis que acabaram enfraquecendo a Operação Mãos Limpas. - O enfraquecimento do Judiciário é uma das fórmulas que se utilizou para fulminar os resultados positivos da Operação Mãos Limpas, na Itália. E parece que isso está acontecendo agora no Brasil, em relação à Operação Lava-Jato. Enquanto nós estamos estudando as melhores formas de combater a corrupção, as melhores formas de investigação, o que se tem feito no Congresso é estudar como se nulificou, na Itália, todos os resultados positivos da Operação Mãos Limpas - disse o ministro.

Fux destacou o projeto de lei do abuso de autoridade:
- Aqui (no Brasil), a iniciativa popular propôs medidas anticorrupção, e elas foram substituídas por uma nova lei de crime de abuso de autoridade, inclusive com a criminalização de atos do juiz. Se você comparar, tudo o que se fez na Itália para minimizar os efeitos da Operação Mãos Limpas tem sido feito no Brasil também - destacou Fux.

Clique aqui para entrevista com ministro Luiz Fux

Fonte: O Globo

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Temer pede suspeição de Janot



Por meio de sua defesa, presidente entra no Supremo Tribunal Federal com arguição de suspeição e impedimento do procurador-geral da República, que o denunciou por corrupção passiva no caso JBS

O presidente Michel Temer pediu nesta terça-feira, 8, a suspeição e impedimento – de seu algoz, o procurador-geral da República Rodrigo Janot. Por meio de seu advogado, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, o presidente alega que ‘já se tornou público e notório que a atuação do procurador-geral da República, em casos envolvendo o presidente da República, vem extrapolando em muito os seus limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa’.  “Não estamos, evidentemente, diante de mera atuação institucional”, afirma Mariz, em 23 páginas endereçadas ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato e do caso JBS no Supremo Tribunal Federal.

Ao Supremo, Temer afirmou que Rodrigo Janot tem ‘uma obsessiva conduta persecutória’.  No caso JBS, Janot denunciou Temer por corrupção passiva – a denúncia foi barrada na Câmara. O procurador atribui ao presidente o papel de chefe de organização criminosa. Temer pede o impedimento de Janot.

Clique e leia na  integra o pedido de suspeição

“Todas as razões já explanadas demonstram à saciedade que a atuação do sr. procurador extrapola a normal conduta de um membro do Ministério Público. Restou nítido o seu inusitado e incomum interesse na acusação contra o presidente e na sua condenação em eventual ação penal (artigo 145, IV, e 148, I, do Código de Processo Civil).”
“Por todo o exposto, nos termos do artigo 104 do Código de Processo Penal, argui-se a suspeição do dr. Rodrigo Janot Monteiro de Barros, para que, depois de ouvido, esteja impedido de atuar no presente procedimento, devendo ser substituído, extraordinariamente, pelo seu substituto legal, isento e insuspeito.”

A defesa de Temer afirma que Janot mantém um ‘obstinado empenho no encontro de elementos incriminadores do presidente, claramente excessivo e fora dos padrões adequados e normais, bem como as suas declarações alegóricas e inadequadas, mostram o seu comprometimento com a responsabilização penal do presidente’.
Mariz invoca o artigo 254 do Código de Processo Penal, que fala da ‘inimizade’. “A utilização, em escritos, pronunciamentos e entrevistas de uma retórica ficcional, afastada de concretos elementos de convicção mostram, juntamente com os fatos e as circunstâncias mencionados na presente exceção, que o senhor procurador-geral da República nutre um sentimento adverso ao presidente da República, como aquele que caracteriza uma evidente inimizade.”

Ao Estado, Mariz fez referência a uma declaração polêmica de Janot que, indagado sobre o que vai fazer até o fim de seu mandato (15 de setembro), respondeu. “Enquanto tiver bambu vai ter flecha.”
“São questões pertinentes, basicamente, à conduta dele, que tem sido uma conduta que extrapola limites das funções de um procurador. O empenho dele em acusar o presidente a ponto de dar inúmeras entrevistas, usando expressões inapropriadas como foi a do bambu, demonstram esse ardor acusatório (de Janot). Inclusive, o protagonismo, o número excessivo de entrevistas, o número excessivo de palestras, aparições públicas, não está bem de acordo com a postura comedida, com a postura discreta que se espera de um representante do Ministério Público Federal.”

 Fonte: O Estado de S. Paulo - Blog Fausto Macedo

O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira alega em seu pedido de suspeição que Rodrigo Janot "não impediu um inadequado relacionamento entre membros da Procuradoria Geral e delatores"...

Ao pedir a suspeição de Rodrigo Janot, a defesa de Michel Temer ironiza as declarações do ainda procurador-geral da República, que chegou a dizer que "enquanto houver bambu, vai ter flecha".



quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Primeira etapa da saga de Janot é arquivada. Ele não se conforma. Faltaram 125 votos aos golpistas

Endossaram o relatório que recomendava o arquivamento da denúncia 264 parlamentares; 227 votaram contra o texto

Derrotada com folga a primeira etapa da saga golpista de Rodrigo Janot. Ainda voltarei ao assunto, é claro! Votaram a favor do relatório de Paulo Abi Ackel (PSDB-MG) — e, portanto, contra a denúncia — 263 deputados. 

Rejeitaram o relatório, alinhando-se contra Temer, 227. Houve duas abstenções, e 19 não compareceram para votar. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, não vota.  Adail Carneiro (PP-CE), que está licenciado. Seu suplente não foi convocado
Como o golpismo precisava de 342 adesões, faltaram-lhe 125 votos.

É claro que o procurador-geral não se conformou. Antes mesmo que a Câmara concluísse o seu trabalho, ele voltou à carga, evidenciando que a questão já se tornou pessoal.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

A farra do boi

Lula e Dilma não davam um pio sem pedir a bênção do vice. Todo mundo sabe que Dirceu morria de medo de Temer


O país do carnaval foi salvo do marasmo pelo procurador-geral da banda. Isso aqui estava um tédio de dar dó. Depois do golpe de Estado que arrancou do palácio a primeira presidenta mulher, cuja quadrilha estava roubando honestamente sem incomodar ninguém, a sombra desceu sobre o Brasil. Um mordomo vampiresco entregou a Petrobras a um nerd que deixou os pais de família da gangue do Lula no sereno — extinguindo sumariamente o pixuleco, principal direito trabalhista conquistado na última década.

Mas não foi só isso. Além de arrancar a maior empresa nacional da falange patriótica de José Dirceu, o governo golpista da elite branca e velha deu um tranco na economia. Em pouco mais de um ano, estragou um trabalho de três mandatos presidenciais que levara o país a um recorde — a maior recessão da sua história. Enxotou do comando da tesouraria nacional todos aqueles cérebros amanteigados, e aí se deu o choque: inflação e juros caíram, dólar e taxa de risco idem. Uma tragédia.

Como se não bastasse, o mordomo começou a fazer as reformas estruturais que passaram 13 anos na geladeira do proselitismo coitado, que é o que enche a barriga do povo. Antes que o pior acontecesse — a retomada do emprego e do crescimento — apareceu Rodrigo Janot.  Mas não apareceu sozinho, que ele não é bobo e sabe que com elite branca e velha não se brinca. Veio com o caubói biônico do PT — aquele vitaminado por injeções bilionárias do BNDES, o brinquedo predileto do filho do Brasil. Só mesmo um caubói de laboratório teria a bravura suficiente para dizer ao país que comprou todo mundo e o culpado é o mordomo. A partir daí foi só alegria.

A dobradinha do procurador-geral da banda com o supremo tribunal companheiro nunca foi tão eficiente. A enxurrada de crimes da Lava Jato envolvendo atos diretos e indiretos de Dilma Rousseff passou dois anos morrendo na praia. Já a homologação da pegadinha do caubói caiu do céu como um raio. Aí o delator foi amargar o exílio no seu apartamento em Manhattan, deixando o país paralisado, mas feliz — como no carnaval.

Nesta revolução progressista, também conhecida como farra do boi, Joesley Batista apontou Michel Temer como o chefe da quadrilha mais perigosa do país. Os brasileiros já deviam ter desconfiado disso. Lula e Dilma não davam um pio sem pedir a bênção do vice. Todo mundo sabe que Dirceu morria de medo de Temer, e não deixava Vaccari, Delúbio, Valério, Duque, Bumlai, Palocci e grande elenco roubarem um centavo sem pedir a autorização do mordomo. Chegaram a pensar em denunciá-lo à Anistia Internacional, mas se calaram temendo represálias. Já tinham visto no cinema como os mordomos são cruéis.

Agora estão todos gratos ao caubói biônico, que por sua vez está grato ao procurador-geral da banda — e ao seu homem de confiança que saiu do Ministério Público para montar o acordo da salvação da boiada (sem quarentena, que ninguém é de ferro). O pacto que emocionou o Brasil, festejado nas redes sociais como Operação Free Boy, é um monumento à liberdade talvez só comparável à Inconfidência Mineira.  Nada seria possível sem o desassombro de Edson Fachin, o homologador-geral da banda. Um candidato a juiz capaz de circular no Senado a reboque do lobista de Joesley não teme nada.

O legal disso tudo, além de bagunçar esse governo recatado e do lar com mania de arrumação (a melhora dos indicadores estava dando nos nervos), foi ressuscitar o PT. Depois da delação de João Santana, o roteiro criminal sem precedentes elucidado por Sergio Moro se encaminhava para a prisão de Lula e Dilma — os presidentes do escândalo. Aí veio a farra do boi dizer ao Brasil que, na verdade, Lula e Dilma eram coadjuvantes do mordomo — quem sabe até laranjas dele. E o Brasil, como se sabe, crê.

Alegria, alegria. Zé Dirceu solto, Vaccari absolvido pela primeira vez na Lava Jato, pesquisas indicando aumento de aceitação ao PT! (Ok, é Datafolha, mas o Brasil crê). E você achando que não viveria para ver rehab de bandido. O auge da poesia foi o lançamento da denúncia de Janot em capítulos, como uma minissérie. Alguns especialistas classificaram-na como “inepta” (ou seja, a cara do pai), mas estão enganados. A denúncia de Janot é apenas um lixo. Quem gosta de inépcia é intelectual.

A alegação de corrupção passiva, por exemplo, é uma espécie de convite à investigação do Cade. Só faltou escrever “tem coisa estranha ali…” Um estudante de Direito poderia achar que quem denuncia sem apurar está cambaleando entre a negligência e a falsidade ideológica. Algum jurista na plateia?  Farra do boi não tem jurista. Tem quadrilha dançando em torno da fogueira de mais uma greve geral cenográfica, porque sacanear o país nunca é demais. Mas eis que chega um correio do amor para o procurador-geral do bando (devem ter errado a grafia). Vamos reproduzi-lo: “Companheiro, agora dê um jeito de completar o serviço e botar esse presidente na rua, depois em cana; acabe com ele, parceiro, porque dizem que maldição de mordomo é terrível. Só não é pior que a de mordomo-vampiro.”

Fonte: Ricardo Fiuza - Publicado no Globo 

 

domingo, 18 de junho de 2017

Desconstruindo Janot: o homem dá piti com reportagem da “IstoÉ” e diz uma penca de bobagens

Em uma nota oficial furibunda, o procurador-geral não responde nada, faz baixo proselitismo, acusa teorias conspiratórias... Eu diria que está entrando na fase do desespero

Há muito tempo Rodrigo Janot deixou de reunir as qualidades necessárias a um procurador-geral da República. Para começo de conversa, falta-lhe a temperança. Desde o começo da Operação Lava Jato, seja por meio da Procuradoria Geral da República, seja por intermédio de buliçosos procuradores, planta ou alimenta teorias conspiratórias. E todos conhecem a mais frequente: “Querem acabar com a Lava Jato”, com uma variante: “Querem acabar com o combate à corrupção no Brasil”.

Também não parece capaz de preservar a instituição de seus gostos e desgostos pessoais, de seus amores e de seus ódios. Mais: a celeridade de procedimentos em alguns casos e a morosidade em outros o expõem, quando menos, a uma crítica sobre a sua real competência. Bêbado de tanto poder, Janot já não enxerga limites na sua atuação.  O doutor resolveu soltar uma nota sobre a reportagem publicada pela “IstoÉ”. Decidi desconstruir seu trololó.

Trata-se de um texto palavroso, furibundo, que apela a teorias conspiratórias sem lastro e que, no fim das contas, nada diz. Uma coisa é certa: o doutor está ainda mais furioso. Nunca reagiu com tanta violência a uma reportagem. Eis um senhor de fato curioso. Há uma semana, VEJA publicou uma reportagem informando que a Abin estaria no rastro de Edson Fachin. Origem da informação? Uma fonte em off. Mesmo assim, Janot divulgou uma nota indignada, cobrando explicações.

Agora, a “IstoÉ” publica diálogos entre dois procuradores com seus respectivos nome. Eles tratam do clima de pega-pra-capar na Procuradoria e das manobras continuístas nas quais estava metido Janot. E, ora vejam, a nota oficial vem à luz num raro tom beligerante. Entendi: o doutor trata um off como uma verdade absoluta e ataca as evidências de pessoas que têm nome e rosto.

Como negar? Isso é a cara de Janot.

Seguem a nota (em itálico) e meus comentários, em negrito.

* A leviana matéria da revista IstoÉ (“O jogo político de Janot”) tem como único objetivo tumultuar o processo de elaboração da lista tríplice para a escolha do próximo chefe do Ministério Público da União e desgastar a imagem do Procurador-Geral da República em meio às mais graves investigações sobre corrupção já vistas na história do Brasil.
Bem, isso não passa de mera ilação judiciosa do sr. Rodrigo Janot. E, como se observa, não contesta o conteúdo que veio a público, certo? O que é que tumultua a eleição? A informação de que Janot abriu guerra interna contra a procuradora Raquel Dodge? Mas isso não é segredo, dentro e fora da Procuradoria.

A matéria vale-se de ilações fantasiosas, tendenciosas e alimentadas por interesses espúrios, de deplorável conteúdo difamatório, muito distanciado da boa prática jornalística. É, sobretudo, um vil ataque à autonomia do Ministério Público, com a clara intenção de interferir na escolha a ser feita nos próximos dias sobre quem será responsável pelo destino do MPU nos próximos dois anos.


Vou ter de ensinar um pouco de lógica elementar ao sr. procurador-geral, além de lhe dar uma pequena aula sobre a Constituição, da qual ele deveria ser um dos… procuradores! Se há “interesses espúrios” na reportagem, ele tem de dizer quais são. Afinal, essa nota não é uma daquelas peças que sua repartição apresenta ao juiz Sérgio Moro ou que próprio Janot envia ao Supremo, pautadas, com frequência, pelo achismo e pela acusação sem provas.

Quanto ao “vil ataque ao Ministério Público” para “interferir na escolha (…) sobre quem será o responsável MPU”, dizer o quê? Em primeiro lugar, este senhor deveria saber que o Inciso XIV do Artigo 84 da Constituição confere ao presidente da República o poder de indicar quem bem entender, desde que a pessoa cumpra os requisitos necessários.

A eleição a que ele se refere é uma escolha feita por um órgão sindical, que representa apenas os membros do Ministério Público Federal. Acontece que o procurador-geral é chefe do MPU, o Ministério Público da União, que reúne, conforme deixa claro o Inciso I do Artigo 128 da Constituição, além do MPF, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Quem inventou que os representantes desses três outros órgãos não podem votar ou ser votados?

Quero, assim, chamar a atenção para o fato de que o presidente indica um nome da listra tríplice apenas se quiser. Mas há mais: Janot não pode agora se fazer de grande defensor da dita-cuja, ao menos desta que virá, que não trará seu nome. Ele próprio chegou a sugerir a Temer que a ignorasse desta vez. Em favor de quem, hein? Ganha um Chicabon que não derrete quem adivinhar. Agora vem a parte mais saborosa da nota do doutor.

Esclarece a PGR que a divulgada conversa entre os membros do MPF não está mencionada no auto circunstanciado (relatório) da PF, juntado ao processo que hoje se encontra no Tribunal Federal da 3ª Região. Trata-se de conversa privada, irrelevante para a apuração dos graves crimes revelados nos autos.
Sei que Janot quer me comover. Mas tentarei resistir. Bem, minha conversa com a fonte Andrea Neves era “privada”, “irrelevante para a apuração dos graves crimes revelados pelos autos”, e, no entanto, foi vazada de forma miserável, não? A divulgação da minha conversa constitui agressão a um princípio constitucional, e o doutor não demonstrou nenhuma indignação. Limitou-se a dizer que nada tinha a ver com o peixe. A sugestão óbvia era a de que a culpada era a PF, que também negou. A propósito, uma pergunta: no trecho acima, Janot não volta a sugerir ser coisa da PF?

Deliberadamente, a revista omitiu as informações da PGR acerca dos fatos que estavam em apuração, apesar de a resposta ter sido enviada dentro dos prazos jornalísticos estipulados pelo veículo de comunicação.
Não sei que fatos são esses. O doutor poderia ter aproveitado sua nota quilométrica para, então, expô-los.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pauta-se por uma atuação técnica, no estrito rigor da lei, tanto na esfera judicial quanto na administrativa. Espera ser sucedido por qualquer um dos três integrantes da lista tríplice a ser enviada ao presidente da República, conforme anseio dos membros do MPF de todo o país.
O procurador-geral poderia ao menos disfarçar e falar nos “anseios dos membros do MPU”, né? Bem, já expus o que estabelece a Constituição. Não cabe ao sr. Rodrigo Janot pautar o presidente da República.

É descabida a afirmação de que houve perseguição ao procurador Ângelo Villela. O membro do MPF teve prisão decretada pelo STF por grave risco à investigação da operação Greenfield, como comprovado por meio de ação controlada. Os fatos são objeto de denúncia contra ele e o advogado Willer Tomaz de Souza, oferecida pela Procuradoria Regional da República da 3a Região.
 
Não tenho procuração para defender a reportagem da “IstoÉ”, mas não há a afirmação de que o procurador está sendo perseguido. O que vai no texto?
– Villela foi preso;
– primeiro Joesley afirmou que a conversa de que comprara um procurador era bravata; depois, mudou a versão;
– uma semana antes de ser preso, Villela foi advertido por uma amiga, também procuradora, de que estava na mira de Janot por ser considerado apoiador de Raquel Dodge.

Da mesma forma, não há perseguição a parlamentares. O procurador-geral da República não tem preferências políticas, não atua contra ou a favor de nenhum político ou partido. Deve obediência à Constituição e às leis, normativos que dão norte à sua atuação. O STF, pelo seu Ministro Relator ou pelo Colegiado, avalia todas medidas requeridas pelo PGR, na forma constitucional vigente.
Parlamentares se borram de medo de Rodrigo Janot. Deveriam ser corajosos, claro!, mas reconheço que existem razões para temer o procurador-geral. O que foi mesmo que disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR) ao bandido cooptado Sérgio Machado? Ah, lembrei: “É preciso estancar essa sangria”. Leitura de Janot: ele quer obstruir a investigação! O que foi mesmo que fez Aécio nesse particular? Lembrei! Mobilizou-se em favor do projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade e especulou com seus pares sobre mudanças no Artigo 350 do Código Eleitoral, que se refere ao caixa dois de campanha. Leitura de Janot: ele quer obstruir a investigação e tem de ser preso. Edson Fachin, o camarada de Janot, não chegou a tal absurdo, mas ficou num logo abaixo: afastou o tucano do mandato.

Os críticos da Lava Jato ou aqueles que não se ajoelham no altar do MPF, preferindo o caminho da lei, estão sendo perseguidos, sim: da imprensa (eu), do Judiciário (Gilmar Mendes) e da política: nesse caso, os exemplos se contam aos montes.

A Procuradoria-Geral da República, repudia, por fim, a impressionante e não menos leviana versão de que sua atuação tenha sido motivada por suposto apoio de políticos a candidatos à sucessão do PGR. Os indícios de fatos criminosos é que orientam as investigações do Ministério Público Federal. A Instituição não dá e nem dará tratamento diferenciado para investigados por estes terem ou deixarem de ter ligação de qualquer espécie com membros da Instituição.
Assessoria de Comunicação Estratégica do PGR
Procuradoria-Geral da República

 
Instituição? Quem está a criticar a instituição? A “IstoÉ”? Eu? Por que o doutor não dá nome aos bois? De resto, ele, Janot, não é o Ministério Público, ainda que tenha tentando quase privatizar o órgão, reivindicando um terceiro mandato.

Começo a pôr um ponto final neste post observando que sempre fico muito comovido quando vejo Janot a dizer que o “procurador-geral deve obediência à Constituição e às leis”. Nesse sentido, tenho algumas perguntinhas:

– utilizar em juízo, em parceria com Edson Fachin, uma prova ilícita (a gravação) não agride o Inciso LVI do Artigo 5º da Constituição? Janot segue a Constituição e as leis?

– um membro da PGR e uma delegada da PF darem a um intermediário de Joesley aula prática sobre delação premiada 15 dias antes de o açougueiro de instituições gravar o presidente não constitui motivo para anular a operação? Janot segue a Constituição e as leis?;

o Artigo 8º da Lei 12.850 (a das delações), que trata das ações controladas, define: “CONSISTE A AÇÃO CONTROLADA EM RETARDAR A INTERVENÇÃO POLICIAL OU ADMINISTRATIVA RELATIVA À AÇÃO PRATICADA POR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA OU A ELA VINCULADA, DESDE QUE MANTIDA SOB OBSERVAÇÃO E ACOMPANHAMENTO PARA QUE A MEDIDA LEGAL SE CONCRETIZE NO MOMENTO MAIS EFICAZ À FORMAÇÃO DE PROVAS E OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES.”

Logo, o que se deu com Rocha Loures e Aécio Neves não foi “ação controlada”, já que não se retardou a intervenção policial. Aqueles atos caracterizam, isto sim, uma forma de “flagrante preparado”, o que não é, nem deve ser, aceito pela Justiça brasileira.  
Janot segue a Constituição e as leis?;
– o Parágrafo 4ª do Artigo 4º da lei 12.850, define:


“NAS MESMAS HIPÓTESES DO CAPUT, O MINISTÉRIO PÚBLICO PODERÁ DEIXAR DE OFERECER DENÚNCIA SE O COLABORADOR:
I – NÃO FOR O LÍDER DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA;
II – FOR O PRIMEIRO A PRESTAR EFETIVA COLABORAÇÃO NOS TERMOS DESTE ARTIGO.”

 
Quer dizer que Joesley, que admitiu ter comprado quase 2 mil políticos, não era o chefe?
Mais: ele ganhou os benefícios próprios de ser o primeiro a prestar efetiva colaboração?  

Janot segue a Constituição e as leis?;

Janot recorreu diretamente a Edson Fachin para obter autorização para procedimentos policiais que só podem ser postos em prática depois de assinada a delação. E a dita-cuja assinada não estava.  
E Janot segue a Constituição e as leis?;

– Janot sabia que Fachin não era o relator de um caso que nada tinha a ver com petrolão, mas recorreu a seus préstimos, sob o silêncio de Cármen Lúcia. Ora, nem acusadores nem defensores podem escolher o juiz. E o procurador-geral escolheu. 
 E Janot segue a Constituição e as leis?

– Estabelece o Parágrafo 6º do Artigo 4º da Lei 12.850, a das delações:
“O JUIZ NÃO PARTICIPARÁ DAS NEGOCIAÇÕES REALIZADAS ENTRE AS PARTES PARA A FORMALIZAÇÃO DO ACORDO DE COLABORAÇÃO, QUE OCORRERÁ ENTRE O DELEGADO DE POLÍCIA, O INVESTIGADO E O DEFENSOR, COM A MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, OU, CONFORME O CASO, ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO E O INVESTIGADO OU ACUSADO E SEU DEFENSOR.”

 
Já ficou claro e se revela nos autos que Fachin autorizou operações que ainda iriam viabilizar a delação premiada de Joesley, seu irmão e assessores. Logo, Fachin “participou das negociações realizadas”, em parceria com o procurador-geral

E Janot segue a Constituição e as leis?

Respondo assim: Janot tem de sair (fica até setembro) justamente porque o combate à corrupção tem de continuar. Mas sem agredir as instituições e as conquistas democráticas.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 

 

 

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Guerra e política

Urge que o País se una pelas reformas. Há um limite para a irresponsabilidade

Em países desenvolvidos, com Estado forte e regras democráticas compartilhadas por todos os cidadãos, a guerra fica a cargo do estamento militar e a política, dos representantes populares, eleitos para tal função. Para quem foi formado na arte da guerra, seus opositores são tidos por inimigos que devem ser eliminados. Para quem foi formado na arte da política, opositores são adversários com quem se convive com base em valores constitucionais comuns.

Ora, o País vive uma situação assaz bizarra, há uma espécie de inversão entre os militares e os políticos, aí incluindo representantes de Poderes constitucionais, como alguns membros do Supremo, e até a cúpula do Ministério Público Federal. Fosse outro o momento histórico, os militares já teriam intervindo. Por muito menos tomaram o poder em 1964.  A segurança pública é um descalabro, por ano faz tantas vítimas quanto o número de soldados americanos mortos durante toda a Guerra do Vietnã. A classe política está totalmente desmoralizada, pois boa parte de seus membros foi capturada nas teias da Lava Jato. O mesmo vale para ministros do atual governo e dos anteriores.

As instituições estão frequentemente em conflito entre elas e internamente. O lulopetismo montou um esquema de corrupção do Estado que o minou em seus fundamentos. Sua herança nas áreas econômica e social é desastrosa.  No entanto, os militares estão vigilantes no cumprimento da Constituição e, certamente, preocupados com os destinos do País. Seriam irresponsáveis se não seguissem com atenção os conflitos institucionais e políticos em curso.

Por outro lado, os políticos estão dando mostras de irresponsabilidade, salvo as exceções de praxe. O PT e legendas afins partiram para uma cruzada contra o governo Temer, como se não fossem eles os maiores responsáveis pelo desmoronamento econômico, social e institucional do País. Com o intuito de ocultar seus desastrosos feitos, defendem, agora, eleições diretas, como meio de voltarem ao poder antes de Lula ser condenado em segunda instância. Todos os que deles discordam são tidos por “inimigos”.

Almejam voltar à sua posição de mando para concluírem o seu trabalho de desmonte do País. Eleições diretas, para eles, significa nada mais que pôr o Brasil na rota da bolivarização. A Venezuela hoje seria o Brasil amanhã.  Note-se que Joesley Batista é cria lulista. Foi farto financiador das campanhas petistas. Tornou-se “campeão nacional” graças aos generosos subsídios do BNDES. Ora, é esse o personagem usado pela Procuradoria-Geral da República para incriminar o presidente Temer!

Outro exemplo de contradição é o PSDB. A única decisão que parece ter tomado é a de ficar em cima do muro. Num dia apresenta-se como defensor do governo, no outro diz que vai abandoná-lo. E o faz sem corar, como se seu próprio presidente não estivesse sendo acusado de corrupção. Pode pôr em risco as reformas tão necessárias ao País e defendidas pelo próprio partido.  Já o procurador-geral, Rodrigo Janot, mais parece ter uma questão pessoal a resolver com o presidente da República. É o seu “inimigo”. Sempre foi cuidadoso na apresentação de denúncias. Alguns chegam a dizer excessivamente demorado. De repente, afoito, procura de todas as maneiras denunciar o presidente, com o claro intuito de produzir um feito político.

Do ponto de vista jurídico, deveria aguardar a perícia de um áudio que traz marcas de ter sido editado, segundo vários peritos que o analisaram. Ato subsequente, com o acordo do ministro Edson Fachin, tentou obrigar o presidente a responder em 24 horas a um questionário de 82 perguntas. Tudo indica que sua preocupação maior consiste em fazer o presidente produzir provas contra si mesmo.

Aliás, as perguntas são um capítulo à parte. São constituídas dos seguintes grupos: 1) boa parte é relativa ao áudio não periciado; 2) outra parte diz respeito a atos anteriores ao mandato presidencial, que não podem, portanto, ser trazidos à tona; 3) uma terceira consiste em perguntas de ordem pessoal, que não vêm ao caso; 4) e outra diz respeito a seu ex-assessor Rodrigo Loures, que corre em processo à parte.

Observe-se, ainda, que o procurador-geral da República está tentando puxar para si o prestígio da Lava Jato, mesmo que esse processo não guarde nenhuma relação com ela. [não guarda; mas, o ministro Fachin avocou a relatoria da 'delação Joesley', com uma disposição tal, que deixa até a impressão que tudo que diga respeito aos delatores 'Batista' ele é quem deve cuidar.

Um exemplo é que quando da sua indicação para ministro do STF, o atual ministro desfilou pelo Senado escoltando, ou escoltado, pelo Ricardo Suad, mais conhecido como 'o homem da mala' do grupo JBS.]  Está contaminando, dessa maneira, um imenso patrimônio nacional. O objetivo político torna-se ainda mais evidente pelo rito processual a ser seguido no caso de um presidente da República. Ele é politicamente inexequível. Não cabe ao ministro Fachin, nem à presidente do Supremo, aceitar ou não essa denúncia. Talvez possam arquivá-la, submetendo-a ao plenário, embora isso não esteja previsto no artigo 86 da Constituição.

O rito constitucional estabelece que o ministro Fachin, ou a presidente do STF, deve encaminhar diretamente a denúncia para ser admitida ou não pela Câmara dos Deputados. O presidente desta, por sua vez, a envia à Comissão de Justiça para ser ou não referendada. Ato contínuo, ela é levada a plenário, onde deve ser aprovada por dois terços. Se esse quórum não for atingido, ela é rejeitada. Ora, o presidente goza de confortável apoio na Câmara.  Resolvida a questão do Tribunal Superior Eleitoral, à qual se deve seguir o arquivamento dos processos de impeachment, cabe ao País retomar o seu caminho rumo à aprovação das reformas. A trabalhista deverá ser aprovada até o fim do mês. A previdenciária depende do clima de pacificação a ser instaurado. O presidente já deu sinais claros de que não renunciará.

A política entendida como guerra de amigos contra inimigos deveria cessar. É tarefa urgente que o País se una no prosseguimento da reformas, feito do governo Temer, que estão sendo bombardeadas pelos que não se preocupam com os destinos nacionais.  Há um limite para a irresponsabilidade reinante.


Fonte: Denis Lerrer Rosenfield

domingo, 28 de maio de 2017

Bandido comete crimes, debocha da Justiça e para ministro do STF o Estado puní-lo será deslealdade



Para Barroso, relator da Lava Jato sofre ‘cerco’...



O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirma que seu colega Edson Fachin, relator da Lava Jato, está envolto em pressões. “Que há um cerco, há”, declarou, em entrevista ao blog.  Barroso sustenta que Fachin “precisa de proteção institucional” para lidar com as reações de personagens poderosos que se encontram sob investigação.
“Ninguém poderia achar que um processo criminal desta magnitude, envolvendo autoridades com a estatura das autoridades que estão tendo que se defender e se explicar, não produzisse reação —tanto dos seus advogados quanto dos seus porta-vozes e dos seus aliados”, disse Barroso, antes de sair em defesa de Fachin: “Uma pessoa de integridade, absoluta seriedade e dedicação ao trabalho.”
 
Na próxima quarta-feira (31), o plenário do Supremo julgará o processo que pode levar à redução do alcance da prerrogativa de foro de congressistas e ministros. Relator da causa, Barroso quer restringir o foro privilegiado a casos que envolvam crimes cometidos durante e em razão do exercício do cargo. Se prevalecer esse entendimento, o grosso dos processos, incluindo vários da Lava Jato, descerão para as mesas de juízes de primeira instância, como Sergio Moro. [é raro o ministro Barroso acertar uma, mas, desta vez ele está certo.
É conveniente ser cuidadoso com o 'EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DO CARGO', haja vista que na maior parte dos crimes de colarinho branco o criminoso corrupto só tem êxito no cometimento do crime devido estar no exercício de cargo que enseja a corrupção um descuido e ninguém vai perder o foro privilegiado.]

Se nada for feito, admitiu Barroso, o escudo do foro privilegiado pode resultar na generalização da impunidade nos casos que envolvem detentores de mandato na Lava Jato. “Se isso acontecer seria muito ruim”, afirmou o ministro. “Portanto, é importante encontrar mecanismos que impeçam.” Existe o risco?, perguntou o repórter. E Barroso: “Certamente.” Cerca de duas centenas de autoridades pilhadas na Lava Jato respondem a processos no Supremo.

Num instante em que Michel Temer balança no cargo e os parlamentares se equipam para a eventualidade de ter que escolher um novo presidente, Barroso informa que a encrenca pode passar pelo Supremo. O Congresso aprovou em 2015 uma modificação no Código Eleitoral. Prevê a realização de eleições diretas em casos de cassação de chefes de Executivo. A eleição seria indireta apenas quando faltasse menos de seis meses para o término do mandato. [absurdo o raciocínio do ministro Barroso; 
o Código Eleitoral é uma LEI e as leis estão sujeitas à Constituição Federal, o que obriga a que todas as disposições do Código Eleitoral estejam de acordo com a Constituição.
Não há o que discutir o que a Constituição determina tem que ser seguido - eleições indiretas se faltar menos de 24 meses para o término do mandato, qualquer lei que estabeleça prazo diferente é inconstitucional.
Aqui temos que retirar uma parte do elogio dado ao ilustre ministro do comentário anterior e passar para o Janot que está certíssimo.]

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu ao Supremo que declare que a nova regra não vale para presidente e vice-presidente da República. Relator do processo, Barroso explica: “Como há esta aparente incongruência —eu não posso opinar sobre o mérito porque isso ainda vai ser julgado— eu, logo que o procurador-geral propôs esta ação, estudei o processo, em outubro do ano passado. Pedi pauta para este julgamento. E a matéria aguarda a inclusão em pauta. O Supremo vai decidir se é [eleição] direta ou indireta.'' Quando?, quis saber o repórter. ''O ideal teria sido decidir isso fora de uma situação concreta. Mas acho que se deve decidir. Há uma frase boa do Martin Luther King. Ele diz: ‘É sempre a hora certa de fazer a coisa certa’.”

Numa decisão histórica, o Supremo abriu a porta da cadeia para pessoas condenadas na primeira e na segunda instância. O placar foi apertado: 6 a 5. E o ministro Gilmar Mendes, que votara com a maioria, cogita mudar de posição, invertendo o resultado. Barroso negou-se a comentar as declarações do colega. Mas posicionou-se contra a volta ao passado. Insinuou que os partidários da meia-volta estão mais preocupados com os nomes que aparecem nas capas dos processos.  “A verdade é que um país não pode ir mudando o Direito conforme o réu. Isso não é um Estado de direito, é um Estado de compadrio”, disse o ministro. Instado a explicar as razões da dificuldade de punir criminosos do colarinho branco no Brasil, Barroso respondeu: “Acho que é cultural. É uma parceria histórica e ideológica das elites brasileiras, inclusive as do Poder Judiciário, uma certa dificuldade de prender os iguais. O Brasil ainda não é um país verdadeiramente igualitário.” [outra contradição só encontrada no raciocínio do ministro Barroso: ele é contra mudar o Direito, mesmo que essa mudança seja apenas do entendimento do Supremo (as decisões de qualquer tribunal podem ser mudadas, até as do Supremo Tribunal Federal, com ou sem efeito vinculante{as únicas decisões que não mudam são as do TRIBUNAL DIVINO, o ÚNICO e VERDADEIRO SUPREMO})]


 Fonte: Blog do Josias de Souza




Para Barroso, relator da Lava Jato sofre ‘cerco’... - Veja mais em http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/05/28/para-barroso-relator-da-lava-jato-sofre-cerco/?cmpid=copiaecola
Para Barroso, relator da Lava Jato sofre ‘cerco’... - Veja mais em http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/2017/05/28/para-barroso-relator-da-lava-jato-sofre-cerco/?cmpid=copiaecola