Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Corpo do papa emérito ficará exposto ao público a partir
desta segunda-feira, 2 | Foto: Reprodução/VaticanNews
O Vaticanodivulgou imagens do corpo do papa Bento XVI na capela do Mosteiro Mater
Ecclesiae, onde morreu, no sábado 31. Nas imagens, o cadáver do
pontífice aparece vestido com roupas sacerdotais e com terço e cruz em
suas mãos.
A partir desta segunda-feira, 2, o
corpo do pontífice vai ficar exposto na Basílica de São Pedro, em Roma,
para visitação pública.
Daqui a três dias, o papa Francisco vai conduzir uma cerimônia para sepultar o antecessor.
Quem foi o papa Bento XVI Joseph Aloisius Ratzinger nasceu em 16 de abril de 1927, em uma pequena vila chamada Marktl am Inn, na Baviera, região ao sul da Alemanha. Ele cresceu no período em que o regime nazista aumentou na região e passou boa parte da juventude na Áustria, onde iniciou a trajetória religiosa.
Foi ordenado padre em 1951 e bispo em 1977. No mesmo ano, o papa
Paulo VI o nomeou cardeal. Chegou a ser arcebispo de Munique, na
Alemanha, e de 1981 a 2005 ocupou o cargo de prefeito da Congregação
para a Doutrina da Fé, tornando-se braço direito do papa João Paulo II,
no comando das questões morais.
A proximidade com o papa o tornou um dos favoritos no conclave que o
elegeu. Na tarde de 19 de abril de 2005, Ratzinger foi escolhido como
papa para suceder ao futuro santo João Paulo II, que exerceu a função
por 26 anos, cinco meses e 17 dias.
Após dois dias e quatro rodadas, às 17h56 (horário local), a chaminé
da Capela Sistina exalou a fumaça branca: havia sido escolhido o 265º
sucessor de São Pedro. Então prefeito da Congregação para a Doutrina da
Fé, Ratzinger pediu para ser chamado de Bento XVI.
Ele justificou a escolha porque queria se inspirar na coragem de
Bento XV (1914-1922) durante a Primeira Guerra Mundial. E também em São
Bento de Núrsia, copadroeiro da Europa, chamado de patriarca do
monarquismo ocidental.
Durante seu papado, Bento XVI teve de lidar com escândalos de
pedofilia de outros padres. O então papa assumiu a responsabilidade
sobre as denúncias, encontrou vítimas e emitiu pedidos de desculpas.
Também adotou normas para dar mais transparência e celeridade às
apurações dos casos.
Eles são seres humanos repulsivos. E nós somos fascinados por eles
O atual sucesso
da Netflix é um homem sinistro que atraía jovens homossexuais para sua
casa com promessa de pagar US$ 50 por uma noite de sexo e fotos.
Oferecia a eles uma cerveja, que misturava com uma pílula para dormir.
Assim que os rapazes apagavam, Jeffrey os matava, geralmente por
asfixia.
Foto: Vladimir Mulder/Shutterstock
E aí é que começava sua festa. Dahmer se excitava tocando o corpo
inerte da vítima. Às vezes praticava sexo oral no cadáver. Geralmente
colocava o corpo em posições que o excitavam, e se masturbava vendo seu
“brinquedo”. Depois levava o cadáver para sua banheira, e passava a
separar os órgãos, os músculos e os ossos. Em pelo menos uma das
ocasiões ele cortou a cabeça de sua vítima e, enquanto desmembrava seu
corpo, conversava e beijava seu crânio sem vida.
Dependendo do caso, Jeffrey Dahmer enterrava secretamente os corpos
picotados de seus “namorados” no quintal da casa de sua avó. Acumulava
pedaços dos corpos em tonéis cheios de ácido, o que provocava um cheiro
insuportável na vizinhança. Em alguns casos preservava alguns de seus
órgãos na geladeira. Eventualmente ele separava um músculo ou um
coração, temperava a carne e preparava um jantar especial para suas
noites de solidão.
Ele costumava cozinhar as cabeças até que só restasse o osso. Jeffrey
planejava montar um altar de crânios de suas vítimas para que ele se
sentisse inspirado para meditar sentado numa cadeira de couro negro.
Não teve tempo para construir seu altar. Foi preso no dia 22 de julho
de 1991 no apartamento 213 do condomínio onde morava, na cidade de
Milwaukee, no Estado de Wisconsin, EUA. A avaliação psicológica o
diagnosticou com transtorno de personalidade limítrofe, transtorno de
personalidade esquizotípica e transtorno psicótico.Mesmo assim foi
considerado são o suficiente para ser condenado a uma pena que somava
941 anos de prisão pela morte de 17 vítimas. Morreu aos 34 anos de
idade, em 1994, espancado por outro preso.
Charles Manson: o superstar dos serial killers Dahmer ganhou sua cota de admiradores. Mas a grande estrela entre os assassinos seriais continua sendo Charles Manson. Ele é tão original quem nem matava suas vítimas. Mandava seu bando de hippies degenerados fazer o serviço sujo em seu nome.
Manson nasceu em 1934 em Cincinnatti,
estado de Ohio, EUA. Nunca conheceu o pai e a mãe era uma mulher que
pulava de homem em homem. O menino Charlie passou um tempo com um casal
de tios fanáticos religiosos, que encheram sua cabeça de imagens
apocalípticas da Bíblia. Essa mistura de promiscuidade com fanatismo
forjou sua personalidade.
Manson passou a juventude sendo preso
por pequenos crimes. Na cadeia aprendeu a tocar violão e decidiu que
seria “maior que os Beatles”. Em 1967 acabou sua pena, e ele foi para
San Francisco, onde encontrou a onda hippie no berço. O bandidinho se
transformou em guru e, com seu violão, formou um séquito de garotas
fugitivas do “sistema”. E assim nasceu a “Família”, que vagou pela
Califórnia e se estabeleceu num rancho decadente na vizinhança de Los
Angeles.
(...)
Nosso lado sombrio Sujeitos como Jeffrey Dahmer e Charles Manson teoricamente deveriam ser desprezados e esquecidos. Mas se tornam celebridades cujas histórias são repetidas muitas e muitas vezes para novas gerações. O que nos leva a duas dúvidas fundamentais. A primeira: o que leva alguém a cometer esses atos?
Serial killers como Dahmer e Manson
carregam pela vida uma mala de disfunções psiquiátricas. São, de uma
maneira geral, psicopatas. Não sentem compaixão ou empatia por outros
seres. Muitos foram abusados na infância. São obviamente sádicos e
muitas vezes ensaiam seus futuros crimes com a tortura e morte de
animais.
Geralmente são pessoas medíocres, que
não se destacam em nada e possuem QI baixo. Envolvem-se em pequenos
crimes e sentem a necessidade de serem punidos. Outra necessidade é de
controle absoluto, o que os leva a prender, amarrar e matar suas
vítimas.
Temos uma segunda questão, bem mais
complicada. Alguns serial killers possuem verdadeiros fã-clubes. Recebem
farta correspondência na prisão e até pedidos de casamento. O que nos
fascina nessa gente e nos leva a assistir a sórdida história de cada um
dele?
Lista de monstros
Prepare seu estômago que aqui vai uma pequena amostra dos mais notórios serial killers do mundo:
Jack, o Estripador — Matou cinco prostitutas na
região de Whitechapel, Londres, em 1888. Os corpos foram mutilados, o
que fez a polícia desconfiar que o assassino era um cirurgião ou um
açougueiro. Mas ele nunca foi identificado.
Harold Shipman — Conhecido como “Doutor Morte”,
atuava também em Londres como médico. Ele matou pelo menos 218 de seus
pacientes. Mas o total pode chegar a 250.
John Wayne Gacy — Chegou a entrar na política pelo
Partido Democrata e tirou uma foto com a ex-primeira-dama Rosalynn
Carter. Mas ficou mais conhecido como o palhaço Pogo. Ele capturou,
torturou e matou 33 jovens, e enterrou a maioria deles no quintal de sua
casa, próxima a Chicago. Foi executado em 1994.
(...)
Marc Doutroux — O belga nascido em 1956 não só
matava e estuprava meninas em série como vendia crianças como escravas
para outros países. Suas vítimas incluíam meninas de 8 anos de idade. Em
1997, 250 mil pessoas ocuparam as ruas de Bruxelas para protestar
contra a leniência da polícia belga em manter Doutroux preso.
Peter Kürten —
Também conhecido como o Vampiro de Düsseldorf, o alemão começou a matar
antes dos 10 anos de idade. O auge de sua atividade aconteceu em 1929,
quando Kürten deixou um rastro de assassinatos com requinte de
crueldade. Sua atuação gerou dois clássicos: o livro O Sádico, escrito pelo célebre psicólogo Karl Berg; e o filme M, o Vampiro de Düsseldorf, filmado por Fritz Lang, em 1931, e estrelado por Peter Lorre.
Aileen Wuornos — São raros os casos de serial killers
mulheres. Wuornos atuava como prostituta de rua e estradas da Flórida e
matou sete dos seus clientes. Ela alegou que todos tentaram estuprá-la e
que agiu em defesa própria. Wuornos era abusada pelo avô e desde os 11
anos oferecia sexo em troca de cigarros, drogas e comida. Foi executada
com injeção letal, em outubro de 2002.
(...)
A contribuição do Brasil
Pedrinho Matador — O mineiro Pedro Rodrigues Filho, nascido em 1954, é considerado o maior serial killer
brasileiro de todos os tempos. Pegou 400 anos de cadeia por ter matado
71 pessoas, mas ele se vangloria de ter assassinado mais de cem. Começou
sua carreira aos 14 anos, matando o vice-prefeito de Alfenas, Minas
Gerais. Fugiu para Mogi das Cruzes, em São Paulo, onde virou chefe de
tráfico. Só na prisão matou 48 pessoas. A frase “Mato por prazer” está
tatuada no seu braço. Assassinou o próprio pai com 22 facadas, já que
ele tinha matado sua mãe com 21. Está solto desde 2018 e criou um canal
no YouTube. Seu novo apelido: “Pedrinho Ex-Matador”.
(...)
Maníaco do Parque — Francisco de Assis Pereira usava
sua lábia para atacar mulheres jovens. Fingia que trabalhava numa
revista e que estava procurando novos talentos. Convidava as moças para
tirar fotos na natureza, no caso o Parque do Estado, na cidade de São
Paulo. Matou 11 mulheres, recebeu 208 anos de cadeia. Mas deve ser
libertado em 2028. Na prisão conta com um forte fã-clube e se casou com
uma de suas admiradoras.
Principal elemento de informação sobre as viabilidades eleitorais dos
candidatos às eleições majoritárias, os institutos de pesquisa são os
regentes das desafinadas orquestras em que se convertem as campanhas
eleitorais.
É possível
que tenha havido algum recruta de passo mais ou menos certo nesse
batalhão. Fique essa análise por conta dos veículos que têm funcionários
para fazê-la. No entanto, falharam desastradamente nas previsões os
ditos grandes institutos, cujo prestígio e destaque dados aos resultados
que divulgam crescem na proporção de seus erros. Mas acertaram em seu
próprio alvo.
Conseguiram
apresentar um ex-presidiário como líder político competitivo enquanto
prognosticavam para Bolsonaro a mais desoladora derrota.
Assim agindo, por meses a fio, naturalizaram o absurdo!
Ressuscitaram
um cadáver político, deram vitalidade eleitoral a quem faltava a
coragem de se medir pela régua da opinião pública e pôr o pé na calçada
por onde passam os transeuntes do Brasil que trabalha, que não rouba,
que paga todos os preços, todos os prejuízos, todas as contas. Inclusive
a da desinformação que recebem.
Agora, para o
futuro da nação brasileira, há um novo partidor. Novo risco foi traçado
no chão.
No entanto, as forças que durante os últimos quatro anos
atuaram contra o presidente e seu governo se manterão em plena
atividade.
Voltarão os institutos de pesquisa às suas artes, manhas e
artimanhas. Voltarão os grandes grupos de comunicação à sua infâmia.
Voltarão TSE/STF à sua desnivelada interferência na política partidária
muito bem expressa pelos afagos de Lula nas bochechas de alguns
ministros.
Voltarão as plataformas das redes sociais a sufocar nossa
liberdade de opinião com a imposição de sua própria opinião (que atende
com o nome supraconstitucional de “diretrizes da comunidade”).
Novas, porém,
serão as forças políticas que atuarão em favor da reeleição de
Bolsonaro.
Novos governadores, senadores, parlamentares se incorporarão
ao trabalho daquele que será o mais decisivo outubro verde e amarelo.
Nascido
vermelho, como partido dos operários, dos sindicatos, das metrópoles,
consolidou-se o PT como o partido do Nordeste brasileiro, dos grotões
mais atrasados e mais tolerantes com a corrupção das elites políticas.
Nesses grotões se desconhece a guerra cultural, a Nova Ordem Mundial, a
importância dos bens morais, espirituais, sociais, políticos, econômicos
em jogo na voracidade das urnas.
A eles não chegam as consequências do
combate que seus senhores travam, nos gabinetes e plenários, contra os
fundamentos da nossa civilização.
Não é contra eles, mas por eles que temos que nos mobilizar.
Não solte a ponta da corda. Redobremos nossos esforços. Que o Senhor Deus abençoe o Brasil e o livre de todo mal. Amém.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores
(www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país.
Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia;
Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
O que se sabe sobre a relação entre PT e PCC: até onde as siglas se misturaram na história?
Em
6 de agosto de 2019, a Polícia Federal fez uma das mais audaciosas
tentativas de estrangular o núcleo financeiro da maior facção criminosa
do país, o PCC (Primeiro Comando da Capital).
Foram expedidos 30
mandados de prisão em três Estados — São Paulo, Paraná e Mato Grosso do
Sul. Ao assiná-los, o juiz tropeçou numa informação inusitada: oito dos
investigados estavam na cadeia. Uma das tesourarias do PCC funcionava
justamente na Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná.
Foto: Montagem Revista Oeste/Estadão Conteúdo/Divulgação
Uma escuta telefônica de abril daquele ano levantou mais algumas suspeitas sobre um dos grandes mistérios da política brasileira: o PCC tem um braço partidário? Há dezenas de menções nos arquivos policiais sobre o flerte de integrantes do Partido dos Trabalhadores com a bandidagem organizada. Mas é preciso separar o que já foi documentado das teorias conspiratórias.
Num diálogo interceptado pela Polícia Federal,Alexsandro Pereira, conhecido como “Elias” ou “Véio”, reclamava da transferência de presos da facção de Presidente Venceslau, a P2, no interior paulista, presídio usado para isolar os membros da cúpula do PCC. Elias era o responsável pela mensalidade que os criminosos pagam para ajudar os familiares. As chamadas “rifas” são comercializadas em garagens de empresas de ônibus e reuniões de sindicatos. Não existe prêmio de fato. “É a rifa da família”, como dizem seus vendedores.
Na época da investigação, vazada pela imprensa, o ministro da Justiça era Sergio Moro; o presidente, Jair Bolsonaro.
O trecho abaixo foi transcrito literalmente, sem correções nem retoques.
“(sic) Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. (…) Então, se os cara começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê? ‘Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não’. Esse Moro aí, esse cara é um fdp*, mano. Ele veio pra atrasar. Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… Situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano”
O pano de fundo desse áudio é uma grande transferência de presos que agitou o sistema carcerário do Estado em 2019. Na lista estava Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que seria levado para Rondônia. O responsável pela transferência dos criminosos era o promotor Lincoln Gakiya.O despacho havia sido redigido em novembro de 2018, mas foi desautorizado pelo então governador, Márcio França (PSB), sucessor de Geraldo Alckmin. No ano seguinte, a transferência aconteceu, por ordem de João Doria.
O promotor resolveu afastar da chamada P2, em Presidente Venceslau, Marcola e seu braço direito, Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”. Estava em curso um plano de fuga para o grupo montado por Fuminho, que envolvia a compra de aeronaves, muitas armas e explosivos para derrubar a muralha da penitenciária, além do apoio de traficantes de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. A P2 estava sendo monitorada por drones (veja imagem abaixo).
Um despacho assinado por Gakiya dá mais detalhes do plano: “Segundo relatos adicionais, colhidos pela inteligência das polícias da região, o grupo arregimentado por ‘Fuminho’ seria formado por grande número de homens que estão sendo treinados nas fazendas dele na Bolívia, os quais seriam originários de várias nacionalidades, inclusive soldados africanos com expertise no manuseio de armamento pesado e explosivos, divididos em várias células com funções específicas e compartimentadas”.
O promotor foi jurado de morte pelo PCC. Seu assassinato foi encomendado pelos criminosos e apareceu escrito no lado avesso do bolso da bermuda de um detento. Gakiya contou aOesteque um drone da facção o monitorava enquanto fazia cooper no condomínio em que mora, em Presidente Prudente. Sua família tem escolta e não viaja para o exterior. “Tenho mais seguranças do que o presidente”, disse, cercado por 12 policiais militares armados até os dentes.
— EmbaixadaResistência (@emb_resistencia) July 4, 2022
O fantasma de Celso Daniel São nessas garagens de empresas de ônibus — as mesmas em que são vendidas as “rifas” —que se amparam as teses qualificadas como fantasiosas pelo PT. A novela começou nos anos 1990. Naquela época, empresários do ramo estavam em guerra com os chamados “perueiros” (donos de vans autônomas que chegavam aos pontos de parada na frente dos ônibus oficiais). A rede de transporte clandestino era chefiada pelo PCC na periferia de São Paulo e no ABC Paulista.
Funcionava da seguinte forma: o bando achacava as empresas de ônibus com o aval de prefeitos petistas, como Celso Daniel, em Santo André, e repassava parte do dinheiro para financiar campanhas do PT. Na cidade do ABC Paulista,o esquema era chefiado pelo então supersecretário Klinger Luiz de Oliveira Souza, por Sergio Gomes da Silva, o “Sombra”, guarda-costas do prefeito que virou próspero empresário de transportes no Ceará, e por Ronan Maria Pinto, dono de empresas de transporte coletivo. Em 2005, quando a CPI dos Bingos no Senado investigou o caso,foi descoberta uma lista com nomes de petistas que haviam recebido propinas.
O trio, apelidado de “Três Mosqueteiros” na cidade, foi condenado por corrupção. Mas não foi esse o crime mais grave que os assombrou. Todos eles orbitavam a gestão de Celso Daniel,quando o prefeito que comandava a campanha de Lula à Presidência foi assassinado à bala, em janeiro de 2002.
Apontado como o mandante da morte pelo Ministério Público, Sombra chegou a ficar sete meses na prisão, mas foi solto por uma canetada de Nelson Jobim, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o recesso do Judiciário. Depois disso, recolheu-se até morrer, em 2016, vítima de câncer.Klinger abandonou a política e desapareceu.Ronan Maria Pinto foi preso pela 27ª fase da Lava Jato, em abril de 2016.
A operação da PF foi batizada de “Carbono 14”, referência ao procedimento científico para datar fósseis. A escolha do nome se deu pela união do Petrolão ao caso Celso Daniel.A informação partiu de Marcos Valério de Souza, o lobista e operador do Mensalão.
Desde 2018, quando negociou sua delação premiada, Valério repetiu algumas histórias. O lobista pegou a pena mais pesada, de 37 anos de reclusão. Espancado diversas vezes na cadeia, numa delas foi parar na enfermaria com poucos dentes na boca.
Valério contou que foi procurado em 2005 por Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Tratava-se de um pedido de ajuda para pagar R$ 6 milhões a Ronan Maria Pinto, que estava chantageando Lula e o ex-ministro José Dirceu.
O empresário ameaçava contar às autoridades que o PT encomendou o assassinato de Celso Daniel.
O prefeito estava descontente porque aliados estariam roubando o caixa dois do próprio partido. O relato nunca foi provado.
O lobista disse que tinha R$ 100 milhões escondidos, mas se negou a conversar com Ronan. O motivo: tinha medo de morrer também. O caso é antigo — Ronan inclusive usou tornozeleira eletrônica durante anos por causa do dinheiro de propina —, mas ressurgiu nesta semana em um vídeo publicado pela revista Veja. Há dez anos, Valério tenta fazer acordo com as autoridades para diminuir suas penas.
Segundo o operador do Mensalão, o PT afastou políticos ligados ao PCC para evitar que o lamaçal respingasse em Lula. Valério disse que chegou a ser ameaçado por Paulo Okamotto, diretor do Instituto Lula. O diálogo aconteceu num antigo hotel em Brasília, durante a CPI dos Correios, que investigou o Mensalão. Okamotto afirmou que Valério teria o mesmo destino de Celso Daniel se revelasse os esquemas de corrupção.
De Celso Daniel a Palocci A conexão do PT com o crime organizado também foi relatada pelo ex-ministro Antonio Palocci Filho em acordo de delação. Preso, ele contou que o partido usou a facção para lavar dinheiro roubado de Brasília. O esquema envolvia postos de gasolina e compra de imóveis por meio da rede do doleiro Alberto Yousseff. Um dos braços políticos era o ex-deputado André Vargas, preso no começo da Lava Jato.
Palocci admitiu que o apartamento onde morava no bairro de Moema pertencia a um integrante da facção. Praticamente todas as provas citadas por Palocci foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT continua recitando que a Lava Jato tentou destruir o partido.
Os irmãos Moura Outra evidência robusta dos vínculos entre o partido e a facção foi descoberta na periferia leste de São Paulo, reduto político do vereador petista Senival Moura. Fazem parte do grupo o irmão dele, Luiz, que foi deputado na Assembleia Legislativa paulista, e Vavá dos Transportes, ex-vereador.
Mais uma vez, a história envolve empresas de ônibus e um cadáver. Adauto Soares Jorge, que dirigia uma delas, a Transunião, foi assassinado. Uma testemunha protegida por sigilo na investigação da Polícia Civil afirmou que o vereador Senival Moura foi o mandante do crime e que tem forte ligação com o PCC.
O roteiro é essencialmente o mesmo. Segundo a testemunha, a facção usava o transporte público para lavar dinheiro e financiava campanhas do grupo de Senival. No entanto, o PCC descobriu que o petista operava um caixa paralelo. Sua morte chegou a ser acertada, mas ele conseguiu negociar a sobrevivência em troca dos ônibus que tinha. A investigação policial é farta de documentos, inclusive com imagens de câmeras de segurança e cheques. Tudo se baseia em provas.
Senival continua frequentando normalmente a Câmara Municipal de São Paulo. Mas seu irmão, Luiz, deixou a política pela porta dos fundos. Ele era deputado estadual quando veio à tona uma investigação do Ministério Público sobre participação em ataques a ônibus na cidade. Luiz foi flagrado numa garagem com integrantes da facção, reunidos para tratar da logística dos incêndios.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmou que Senival e Luiz “são irmãos de sangue do PCC” na zona leste da capital. Eles são próximos de Jilmar Tatto, ex-secretário de Transportes, e do ex-ministro Alexandre Padilha.
Luiz Moura ainda tem no currículo duas prisões. A primeira ocorreu em 1991, no Paraná, por assalto à mão armada. Ele fugiu da cadeia depois de um ano e meio e ficou foragido por uma década, até a prescrição da pena. Depois comprou linhas de ônibus e postos de gasolina e se elegeu deputado estadual pelo PT, em 2010. A segunda foi em 2016, por tentar impedir uma ação da Polícia Federal num posto de gasolina na Lapa, zona oeste da capital paulista.
Todos esses episódios estão documentados em inquéritos que, com perturbadora frequência, dominam o noticiário político-policial. Os relatos noticiados nesta edição aparentemente compõem apenas um braço do monstro. É essencial exumar todo o cadáver para impedir que o Brasil repita a saga vivida no fim do século passado pela Colômbia.
O Brasil acaba de perder um de seus maiores poetas. foi
embora na sexta-feira, com 95 anos. Deixou para nós o seu maior poema,
Os Estatutos do Homem, escrito em 1964, hoje atualíssimo, nesses tempos
estranhos. "Fica decretado que agora vale a verdade", é seu primeiro
verso.
Vivemos tempos em que se decretam qual é a verdade e qual é a
mentira, retirando da consciência julgadora de cada um o direito de
avaliar o que é o quê. "Fica decretado que os homens estão livres do
jugo da mentira", proclama o poeta no art. V. Mas a mentira é um jugo
que escraviza quem prefere não pensar, apenas aceita qualquer mentira
porque é mais fácil se deixar conduzir.
No art. XII, "decreta-se que nada será obrigado".
Nesses estranhos dias que vivemos, parece que tudo é obrigado, até o
veto das palavras que não permitem que você ponha na sua própria boca.
Escolhem as palavras da sua boca! Parafraseando outro poeta, Eduardo
Alves da Costa, primeiro escolhem palavras que você deva pronunciar, e
você permite. Depois põem frases completas na sua garganta, e você cede.
Quando semearem ideias inteiras no seu pensamento, você não pode fazer
mais nada, porque já não pode pensar. E você deixa de ser uma pessoa,
para ser uma peça descartável do coletivo.
Como se opera isso? No art. XIII, Thiago de Mello
registra "o grande baú do medo". Essa é a arma que abre as defesas do
indivíduo. O medo enfraquece, paralisa. Ameaça-se com um grande mal que
paira sobre todos, já covas abertas e caixões prontos para receber o seu
cadáver.Mas se você obedecer, para o seu bem, poderá ser salvo, desde
que entregue a sua liberdade, se una à multidão dos que transferiram seu
destino a grandes condutores de massas.
Não pode haver inteligência livre. Os rebeldes são alvo
do denuncismo, os que demonstrarem teses contrárias são censurados,
banidos para o limbo. O livro 1984, de George Orwell, escrito em 1949, é
profético, mostrando o que acontece num país totalitário chamadoOceania. Até o nome foi um prognóstico, diante das atuais anulações de
liberdades na Austrália. Ironicamente, ontem fez 234 anos que lá
chegaram 736 condenados ingleses para colonizar aquela terra sob a égide
da liberdade.
Vivendo como condenados em um regime sem liberdades,
mais de 280 mil venezuelanos já regularizados no Brasil fugiram de sua
pátria, de sua própria terra natal. Ao acolhê-los, oferecemos liberdade.
A mesma que precisamos legar a nossos filhos e netos. O artigo final
dos Estatutos do Homem estabelece que será suprimida a palavra liberdade
dos dicionários e do "pântano enganoso das bocas", porque a morada da
liberdade "será sempre o coração do homem". Mas a premonição literária
dos poetas e escritores aqui citados é hoje uma perigosa realidade
ganhando corpo. Não podemos nos omitir de reconhecer que cada um de nós
está desempenhando um papel, por ação ou inércia, nesses tempos que já
foram apenas ficção. [Excelente artigo; aqui no Blog consideramos amparar refugiados um DEVER CRISTÃO.
Só que preservar a vida é um DEVER CRISTÃO MAIOR e a generosidade com que o Brasil recebe os venezuelanos, não é suficiente para que um FATO seja esquecido: cada venezuelano que consegue emprego no Brasil é mais um brasileiro desempregado a permanecer na miséria.
Não é possível ajudar estrangeiros sacrificando os nacionais.]
Joguei tempo fora assistindo o que divulgam como 'filme' e espero que o tempo ora despendido nesse alerta evite que alguns façam o mesmo que fiz ao cometer o ERRO que reconheço no inicio deste comentário
Qualidade técnica - fica a impressão que estamos assistindo algo que usa recursos tecnológicos disponíveis no inicio do século passado;
História -nada conta que possa ser aproveitado para se conhecer algo sobre aquela época e sobre o terrorista que dá nome ao filme= limita-se a mostrar algumas cenas em que o assassino conversa, outras que surgem e desaparecem sem dizer as razões do surgimento, anda sem rumo, não mostrando nenhum dos atos criminosos, terroristas, cruéis e covardes contra civis inocentes.
Quem assiste ao filme sem conhecer quem foi o assassino Marighella -seja por viver naquela época ou obtidas em outras fontes menos mentirosas - termina de assistir à 'narrativa' sabendo tanto quando sabia antes = NADA;
Se percebe que o objetivo único da película é desmerecer os brasileiros e brasileirasque, arriscando a própria vida, envidaram esforços (felizmente exitosos em sua maioria, apesar de incompletos em grande parte) para neutralizar maus brasileiros, traidores da Pátria, tipo Marighella, Lamarca e coisas do tipo.
"Esqueceram" de mostrar alguns dos atos brutais, covardes, sanguinários praticados por aquele terroristaque, se mostrados, permitiriam ao espectador ter elementos para decidir sobre o retratado.
No filme são apresentadas algumas cenas que chamam de torturas mas que ajudaram na neutralização de assassinos, guerrilheiros e terroristas tipo Carlos Marighella,que tinha como regra"não importa a quem matar, a quem assassinar o que importa é o cadáver."
O que apresentam como torturas não passa de interrogatórios enérgicos, necessários e inevitáveis, naquela época, para conter as ações terroristas. Havia uma única opção: deixar prosseguir a matança de civis inocentes ou neutralizar os terroristas.
NÃO RECOMENDAMOS =é perder tempo vendo uma mentira, uma narrativa adaptada para difundir uma versão mentirosa.
"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."
Oito motivos para ver ‘Marighella’ - Flávia Oliveira
Há um rol de motivos para brasileiras e
brasileiros assistirem a “Marighella”, a produção cinematográfica mais
esperada e perseguida dos últimos tempos. O longa-metragem, estrelado
por Seu Jorge, dirigido por Wagner Moura, estreou ontem nos cinemas
Brasil afora. Tive a chance de estar na pré-estreia carioca, na semana
passada. Em tópicos, as razões que me fazem recomendar a obra:
[Comentários do Blog Prontidão Total:
Iniciamos justificando a razão do artigo da Flávia Oliveira se encontrar logo após um de economia.
Apenas estamos usado a matéria da ilustre repórter, como 'gancho', para mostrar as razões pelas quais não devemos ver o filme por ela recomendado.
Um único motivo, entre muitos, para não ver 'Marighella', difusor da regra a ser seguida pelos guerrilheiros e terroristas:"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."
O filme pretende transformar em herói nacional um assassino covarde, cruel, frio e não dava o menor valor à vida humana. Para ele o importante era matar alguém, causar impacto nos cidadãos, utilizando não a importância da vítima, o que fez, o que deixou de fazer, e sim o CADÁVER.
Marighella foi orientador de vários grupos terroristas, entre eles as Brigadas Vermelhas, Exército Vermelho e outros;
não queremos que acreditem neste Blog, transcrevemos abaixo algumas pérolas do pensamento do terrorista Marighella: ..." Pequenos ensinamentos do Manual do Guerrilheiro Urbano:
“... não matam com raiva
................... Tampouco matam por impulso...................
Matam com naturalidade, pois esta é “a única razão de ser de um guerrilheiro
urbano”
Apreciação sobre Marighella:Marighella se tornou um herói da esquerda - ele matava apenas para produzir um cadáver, isto lhe bastava como razão, motivação."
Confiram e constatarão que o acima transcrito é deartigo do historiador Marco Antonio Villa, historiador, publicado em O Globo. (o ilustre historiador escreveu a VERDADE DOS FATOS, expressa no artigo parcialmente transcrito, antes de ser 'convertido' ao maldito politicamente correto, se tornar adepto do 'quanto pior, melhor' e da supremacia de um dos poderes da República, sufocando os demais e o principio da harmonia e independência entre os TRÊS PODERES da União.
Naquela ocasião o historiador cultuava a História e certamente desprezava às narrativas.)
O Blog Prontidão Total tem postado o minimanual, mas preferimos que procurem em outros sites.
Após devidamente informados, decidam se covardes cruéis e desumanos como Marighella, Clemente, Lamarca e outros devem ser sepultados nos esgotos da história. Adiante a sequência do artigo publicado em O Globo.
Obrigado.]
"O que importa não é a identidade do cadáver, mas seu impacto sobre o público."
1) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” porque é
ato de resistência. Na antipolítica cultural do governo Jair Bolsonaro,
artistas e produtores de cinema são atacados ao limite da asfixia. O
lançamento de “Marighella” foi adiado em dois anos e meio, por censura
travestida de burocracia.
2) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para
reencontrar a História, porque há empenho oficial em recontá-la
atenuando o legado nefasto da ditadura militar. O filme retrata o
ambiente de censura à imprensa e escancara a brutalidade do regime com
cenas cruas — às vezes, insuportáveis — de tortura e execuções. A
barbárie foi anistiada, mas está documentada. “Marighella” tampouco
esconde a radicalização e a violência dos opositores, empenhados em
enfrentar, enfraquecer, derrubar o regime via luta armada, mesmo sem
apoio popular. Em tempos de escalada autoritária, de ameaça à democracia
tão duramente reconquistada, é preciso lembrar o passado, para não
repeti-lo.
3) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para
testemunhar a estreia de Wagner Moura na direção. O grande ator conduziu
uma produção segura, a serviço do elenco. Escolheu um homem preto para
encarnar o personagem principal, mestiço; fez o avesso do
embranquecimento que grassa na produção cultural brasileira. Batizou
personagens com o nome real dos atores, caso de Humberto Carrão,
Henrique Vieira e Bella Camero, como a explicitar o compromisso de cada
indivíduo com a produção. Atos políticos. A impressão é de confinamento,
de segredo, tanto na ação do regime quanto dos opositores. É obra
impregnada da atmosfera de tensão daqueles dias.
4) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para ver
Seu Jorge brilhar como protagonista. O cantor e compositor se assenta na
carreira de ator ao encarnar um Carlos Marighella idealista e violento,
radical e engraçado, amedrontado e amoroso, pretensioso e ingênuo,
ambicioso e isolado. Humano, portanto. Luiz Carlos Vasconcelos também se
destaca como Almir, o Branco, companheiro leal do início ao fim.
5) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella”, porque a
ditadura pavimentou muito do modelo de segurança pública e de abordagens
policiais, ora debatidos no Brasil. Na saída do filme, encontrei Mônica
Cunha, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, fundadora
do Movimento Moleque (de mães de vítimas da violência), cujo filho
Rafael foi assassinado aos 20 anos, em 2006. Ela chorava por enxergar no
longa a linha do tempo que veio dar no arbítrio, ainda hoje,
característico da relação do Estado com jovens negros de favelas e
periferias. A narrativa de “Marighella” guarda a gênese do Capitão
Nascimento, personagem eternizado pelo ator Wagner Moura num par de
filmes de José Padilha.
6) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para
reviver a beleza de cantar com paixão o Hino Nacional, sequestrado por
autodeclarados patriotas que preferem autoritarismo à democracia,
radicalismo ao diálogo, intolerância à inclusão. E para ouvir versos de
Gonzaguinha: “Memória de um tempo onde lutar / Por seu direito / É um defeito que mata”. São cenas comoventes do filme.
7) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” em
reconhecimento ao trabalho do jornalista Mário Magalhães, que dedicou
quase uma década a apurar e escrever a biografia do líder da Aliança
Libertadora Nacional (ALN), até então condenado à invisibilidade. O
filme é um corte nos cinco últimos anos de vida do guerrilheiro,
ex-deputado, pai, marido, filho de Oxóssi, morto desarmado em 1969, em
São Paulo, por agentes do Dops. O roteiro partiu do livro de Magalhães,
Prêmio Jabuti de melhor biografia em 2013.
8) Brasileiras e brasileiros devem assistir a “Marighella” para
reencontrar as salas de cinema, após o hiato imposto pelas medidas de
enfrentamento à Covid-19. O setor foi dos mais prejudicados pelas
restrições às atividades econômicas: primeiro a parar, último a retornar
à normalidade. Diante do cenário atual da pandemia (queda de casos,
internações e óbitos) e do avanço da vacinação, Vitor Mori,
pós-doutorando em engenharia biomédica e membro do Observatório Covid-19
Brasil, afirmou em série de posts no Twitter: “Mesmo sendo local
fechado, as pessoas se mantêm em silêncio a maior parte do tempo, e há
boa aderência ao uso de máscara”. No Rio, são obrigatórios apresentação
do certificado de vacinação e uso de máscara nos cinemas, medidas de
segurança sanitária. Negacionistas fora.
O falastrão que odeia leitura e a mulher que não fala coisa com coisa nasceram um para o outro
Dilma Rousseff e Lula | Foto: Estadão Conteúdo
Em 16 de maio de 1990, depois que seu filho Christian matou com um tiro na cabeça Dag Drollet, namorado da irmã Cheyenne, Marlon Brando isolou-se numa sala da casa em Beverly Hills até chegar a hora da entrevista coletiva. Caminhou em direção aos jornalistas e, antes que as perguntas começassem, disse uma frase que parecia ter acabado de sair do script de um filme em que o filho de um grande ator mata com um tiro na cabeça o namorado da irmã:
— A tragédia bateu em minha porta.
Quem pronunciou as seis palavras exemplarmente encadeadas?
Um homem golpeado pelo drama terrível?
Ou o gênio das telas interpretando o personagem? Jamais se saberá.“O grande ator não é gente como a gente, é outra coisa, muito misteriosa”, dizia o jornalista Paulo Francis. “E Marlon Brando é o melhor de todos os tempos.” Para amparar a avaliação, Francis evocava a cena de O Último Tango em Paris em que o protagonista chora ao lado do túmulo de sua mulher. “Era mais que um choro, era um uivo”, deslumbrava-se meu amigo. “Era uma tristeza fora do alcance do homem comum. Nem o mais inconsolável dos viúvos conseguirá chorar daquele jeito.”
Francis talvez mudasse de ideia se testemunhasse a performance de Lula no dia em que Dilma Rousseff enviuvou da Presidência da República, ao fim do casamento de cinco anos infelizes para quem consegue enxergar um palmo adiante do nariz. Nunca antes neste país, ou nunca antes neste mundo, viu-se alguém tão desoladoramente arrasado quanto o fabricante do poste que instalou no coração do poder até que se consumasse o despejo. Encerrado o velório sem cadáver no Palácio da Alvorada, um punhado de militantes do PT acompanhou por alguns metros a partida da mulher demitida pelo impeachment.
Perdido no grupo de carpideiras, um Lula catatônico zanzava à deriva, com o olhar de quem sobe os degraus do cadafalso, o rosto castigado por rugas recém-nascidas e vincos que avisavam: nunca mais apareceria por ali sequer o esboço de um sorriso.
A passagem do tempo, o cerco movido pela Lava Jato, a temporada na cadeia, a namorada nova — essas e outras ocorrências desviaram as preocupações para outras direções. O sofrimento causado pelo calvário de Dilma agora parece suportável. Mas o luto continua. Na semana passada, a ex-presidente revisitou a memória do seu criador durante outra discurseira, de novo marcada pela insistência em algemar a liberdade de expressão com o que já se chamou “controle social da mídia” e ressuscitou rebatizado com outro codinome: “regulação da mídia”. Vistos de perto, tanto o controle quanto a regulação têm cara de censura, jeito de censura — e são isso mesmo: variações da velha censura, sempre camuflada por fantasias em farrapos. “A imprensa precisa respeitar limites”, berrou o palanque ambulante para outra plateia amestrada.“Não podemos esquecer que a mídia apoiou descaradamente o golpe contra Dilma Rousseff.”
Os institutos de pesquisa já entregaram a faixa presidencial ao chefe do maior esquema corrupto da História
Aos olhos malandramente estrábicos do ex-presidente presidiário, a queda de Fernando Collor em 1991 não tem parentesco com golpe nenhum. Com o apoio do PT, a bancada majoritária dos descontentes apenas utilizou o instrumento do impeachment, prescrito pela Constituição. Tampouco pode ser considerada golpista a campanha “Fora FHC”, deflagrada em janeiro de 1999, semanas depois da segunda vitória de Fernando Henrique sobre Lula no primeiro turno.
E só negacionistas, terraplanistas ou genocidas ousam enxergar algum tipo de golpe na pilha de pedidos de impeachment erguida pelas tribos derrotadas em 2018.
A coisa só se transforma em conspiração fascista se o alvo desfila na ala dos democratas que não admitem discordâncias nem toleram o convívio dos contrários. Dilma Rousseff é o mais vistoso destaque desse monumento ao cinismo.
Caso efetivamente ache que a sucessora comandou um governo admirável, caso acredite mesmo que perdeu o emprego porque só pensava nos pobres, Lula não pode perder a chance de reparar a injustiça na eleição do ano que vem.
Como se sabe, os institutos de pesquisa já entregaram a faixa presidencial ao chefe do maior esquema corrupto da História.
Que tal completar a chapa com Dilma candidata a vice — e, por que não?, ceder-lhe metade do mandato para que conclua a obra rudemente interrompida?
Dois anos no poder não são pouca coisa, atesta o resgate parcial do besteirol acumulado por Lula em 2003 e 2004.
Extraídos de excelente artigo de Dora Kramer, os momentos aqui reproduzidos avisam que, perto do colecionador de diplomas de doutor honoris causa, Jair Bolsonaro é um apóstolo do politicamente correto.
Ao sancionar o Estatuto do Idoso, Lula exortou os aposentados a “não ficarem em casa atrapalhando a família”. Ao recepcionar portadores de deficiências físicas, o presidente animou-se ao reconhecer um deles: “Estou vendo o Arnaldo Godoy sentado, tentando me olhar, mas ele não pode me olhar porque é cego. Estou aqui à tua esquerda, viu, Arnaldo?”. Numa audiência concedida a atletas que disputavam vagas na delegação que viajaria para a Grécia, Lula desejou-lhes sorte na Paraolimpíada de “Antenas”. Com a mesma delicadeza foi contemplado o gênero feminino. Depois de esquecer Marisa Letícia dentro de um carro na Espanha, procurou redimir-se num falatório no Rio: “A galega engravidou no primeiro dia porque pernambucano não deixa por menos”. Disposto a deixar claro que nunca foi preconceituoso, viu em Pelotas, no interior gaúcho, “um polo exportador de viados”. (Assim mesmo: com i.)
Entre uma grosseria e um pontapé nas boas maneiras, caprichou no espetáculo da ignorância. Aboliu 3.000 quilômetros de fronteira ao anunciar que, além do Chile e do Equador, também a Bolívia não estava na lista dos países vizinhos do Brasil.Na Síria, dissertou sobre um certo “continente árabe” e ergueu um brinde com bebida alcoólica ao presidente, que é abstêmio por motivos religiosos. Poderia ter evitado algumas agressões a conhecimentos elementares se não achasse que “leitura é pior que exercício em esteira”.
A catarata de cretinices prosseguiu, mas deixou de inundar o noticiário jornalístico para abrir espaço ao cortejo de escândalos que começou com o Mensalão, chegou ao clímax com o Petrolãoe só cessou quando o Supremo Tribunal Federal resolveu atender ao apelo de Romero Jucá e estancou a sangria.
Também Dilma Rousseff mereceu a carteirinha de sócia do clube dos incapazes capazes de tudo. Entre incontáveis espantos, a inventora do dilmês enxergou um cachorro (oculto) por trás de cada criança.Compreendeu que tudo seria diferente se fosse possível estocar vento. Aconselhou Barack Obama a evitar que a pasta saia do dentifrício. Descobriu que o coronavírus é esperto, solerte e ataca na horizontal.Ensinou que é mais sensato dobrar metas inexistentes. E, na mais assombrosa de suas façanhas, provou que é possível presidir o país — durante cinco anos — sem falar coisa com coisa, sem declamar uma única frase com começo, meio e carregando na cabeça baldia um neurônio solitário.
Nascidos um para o outro, Dilma merece ser vice de Lula e Lula merece ter Dilma como vice.Quem não merece essa dupla de nulidades arrogantes é o Brasil que pensa e presta.