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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Eu tive um sonho comunista… - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Eu tive um sonho. Nele, os trabalhadores explorados pelo capitalismo cruel e malvadão fariam uma revolução comunista igualitária e finalmente seriam capazes de instaurar no país a sonhada ditadura do proletariado. 
 Abaixo a democracia burguesa, eles gritavam. Lugar de patrão é na prisão, berravam. 
Com suas camisas e bonés vermelhos, os soldados do exército de Stédile marchavam rumo às instituições símbolos da nossa carcomida república e colocavam tudo abaixo com suas foices e martelos.

Esses heróis da resistência ao fascismo derrotavam as forças do mal e abriam caminho para o governo de uma espécie de Fidel Castro brasileiro, que por meio século iria trazer incrível progresso social, especialmente na área da educação e da saúde. 
Fidel, afinal, era o maior líder político do continente, o mais admirado de todos, segundo Lula. A luta dos companheiros na década de 60 não teria sido em vão. Com um atraso de décadas, o Brasil finalmente seria um Cubão!

TSE define que eleitor deve deixar celular com o mesário antes de votar; PM poderá ser acionada

Inflação começou a cair. O que podemos esperar?


Quando acordei, fiquei com vontade de contar meu sonho comunista aos meus companheiros. Mandei para um grupo fechado de WhatsApp, chamado VivaMarx, um breve resumo. Foi quando um deles jogou aquela ducha de água fria em mim: “Você está doido, cara! Apaga já isso! Se os fascistas do sistema pegam uma coisa dessas você vai em cana!”

Tentei argumentar: mas foi apenas um sonho! E estou compartilhando isso somente com poucos amigos numa conversa informal particular, num grupo fechado de Zap
Não é possível que isso traga problemas para mim. 
Não investi de fato na revolução. 
Não financiei movimentos clandestinos armados para efetivamente atacar aquelas instituições burguesas. 
Não controlo forças armadas de qualquer natureza. Sou apenas um idoso aposentado do setor público dividindo com amigos um sonho comum, fazendo um desabafo de que ninguém aguenta mais essa ditadura de direita!

Meu colega foi implacável: “Sim, eu sei disso tudo, mas nada disso importa. Não existe mais liberdade de expressão, desde que o fascista Bolsonaro aparelhou o STF e seus ministros criaram o crime de opinião no país. Hoje em dia não é preciso atuar pela revolução para ser considerado um criminoso; basta defender o comunismo! Ou pior: basta pensar em defender o comunismo! Se algum agente do novo DOPs escutar numa conversa de bar um xingamento que seja ao presidente, o autor vai para o xilindró. Se ele cochichar que prefere Fidel a Bolsonaro, então, pega prisão perpétua!

Com meu juízo restabelecido pelas duras lembranças do tempo fascista em que vivemos, aceitei que era melhor apagar o relato do meu sonho no grupo fechado, para preservar a mim e meus companheiros. 
Ninguém quer,  afinal, a visita da polícia às seis da manhã para confiscar nosso telefone pelo crime de uma simples ideia. [pior: sonho ] Não é mesmo?
 
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

“Fui vítima de uma perseguição doentia”, diz Oswaldo Eustáquio

Preso por três vezes, influenciador bolsonarista volta a criticar o STF e diz que não tem medo de voltar à cadeia

Preso no âmbito dos inquéritos das milícias digitais e dos atos antidemocráticos, o jornalista Oswaldo Eustáquio, agora em liberdade, vai disputar as eleições em 2022. O influenciador bolsonarista se filiou ao União Brasil e vai concorrer ao cargo de deputado federal pelo Paraná. Em entrevista a VEJA, o jornalista Eustáquio voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF), diz que não tem medo de voltar à prisão e relata que sua situação financeira hoje está bem melhor do que antes. Ele também afirmou que fará campanha pela reeleição de Bolsonaro

VOLTA POR CIMA - Oswaldo Eustáquio: preso três vezes, o jornalista chegou a anunciar seu afastamento de Bolsonaro -

VOLTA POR CIMA - Oswaldo Eustáquio: preso três vezes, o jornalista chegou a anunciar seu afastamento de Bolsonaro - Sergio Dutti/VEJA

Logo depois de ser solto, o senhor se dizia arrependido de defender o presidente Bolsonaro. O que mudou? 
 Fui vítima de uma perseguição insana e doentia, e de injustiça. Estamos em uma guerra ideológica. E, na guerra, alguns soldados ficam feridos. Eu fui um deles.

Mas o senhor se afastou ou não do presidente? Estava apenas chateado.  Não tenho nenhuma mágoa. Algumas pessoas dizem: ‘o presidente poderia ter ajudado mais’. Ou: ‘houve muito silêncio’. Ouvi muito isso durante esse período. E digo, depois de tudo que passei, me senti abraçado.

Como assim?  Depois da minha terceira prisão, a pior de todas, o ministro das Comunicações (Fábio Faria) fez um post para mim. Na publicação, ele escreveu mais ou menos isso: ‘em respeito ao jornalista Oswaldo Eustáquio, que é um soldado importante para nossa pauta, enviamos essa mensagem a pedido do presidente para prestarmos solidariedade e fazer tudo para te ajudar’. A deputada Bia Kicis (União-DF) foi ao hospital onde eu estava. Me senti bastante respeitado por essas coisas.

O senhor se sente injustiçado por quem?  Pela Suprema Corte. Eu sou um símbolo de perseguição e injustiça desta Suprema Corte. Não estou falando de ideologia aqui. Estou falando de fato. Minhas três prisões foram no âmbito de um inquérito que foi arquivado. Fui torturado na prisão. Por conta disso, estou até hoje nessa cadeira de rodas. O Alexandre de Moraes diz que a internet deu voz aos imbecis. Talvez ele esteja se olhando no espelho. 

Teme uma nova prisão?  Para que a gente consiga fazer o que a gente pretende, precisa ter coragem. Pode acontecer alguma coisa? A tal Lei de Segurança Nacional foi revogada. Posso ser preso de novo? Posso, por crime de opinião, o que seria uma violência. Eu não sou bandido, eu nunca matei, eu nunca roubei, nunca fiz mal a ninguém.

Como será sua campanha a deputado federal? Tenho dois objetivos. O primeiro é que quero representar a antítese ao STF. Não especificamente à Corte em si, mas a tudo de errado que essa Corte tem feito. E isso está explícito. O outro é lutar para extirpar a esquerda. Estou falando do enfrentamento prático da esquerda, impedir que retomem o poder.

Ao deixar a prisão, o senhor reclamava que não tinha como se sustentar. O que mudou?  Houve um período em que minha esposa sustentava a casa e meu pai pagava o aluguel. Depois da minha terceira prisão, vi que meu Twitter já estava com muitos seguidores. 
Resolvi então pedir doações, explicando que meu objetivo é fazer jornalismo profissional. 
As doações foram crescendo, em reais e até em euros. 
Comecei pedindo um real de cada um. 
Teve seguidor que me mandou 15 mil reais. 
Outra que me mandou 2500 euros. Chegou uma hora que tive que pedir para que parassem de enviar. 
 
Soldados do presidente que desertaram se preparam para o retorno à trincheira
Política - Revista VEJA
 

sábado, 23 de abril de 2022

De xandão a Bastiat - Valterlucio Bessa Campelo

Em um momento de genialidade dilmesca o ministro do STF, Alexandre Morais, hoje mais conhecido como “xandão”, disse ao universo da Academia Paulista de Letras Jurídicas: “O mundo não muda, o mundo gira. As pessoas não giram, as pessoas mudam”. 
O problema é quando as pessoas mudam pelo avesso.

Nesta quarta-feira, 20/04, segundo muitos juristas, contra o bom senso, a lógica e a Lei, os que descondenaram um ladrão condenado em TRÊS instâncias para que concorra à eleição, prenderam e retiraram os direitos políticos de um deputado por “crime de opinião” numa sessão inominável. A liberdade parece uma ficção neste país submetido à sanha togada, instrumentalizada pela esquerda sedenta de poder. O alvo principal do ajuntamento é o presidente Bolsonaro que, aliás, precisa chegar hígido às eleições e ganhar com tal diferença de votos que outro resultado seja inverossímil. Entendeu, não é?

Vejo na TV e em sites esquerdistas um esforço gigantesco de guetização da candidatura do Presidente num troço que eles chamam de extrema-direita. Embora não consigam dizer do que se trata efetivamente o epíteto, os objetivos são claros - jogar o PR na extrema-direita significa aplicar-lhe um selo de portador de interesses danosas à sociedade. 
É a técnica conhecida como falácia do espantalho, em que se cria um monstro fantasioso para que sirva de alvo da narrativa. Difícil é indicar UM movimento, programa, projeto, lei, decreto, seja lá o que for, com origem no governo federal no sentido da tal extrema-direita que ninguém consegue decifrar. 
Como mentir faz parte da natureza mesma do socialismo, não creio que seja difícil desmascará-lo.
 
Enquanto isso, a mesma mídia passa pano para a extrema-esquerda, muitíssimo bem representada por grupos travestidos de “organizações populares”, que investem radicalmente contra princípios liberais. Entre elas, o MTST, MST, LCP etc., etc
O próprio Lula da Silva disse recentemente que tais grupos terão forte protagonismo em um eventual governo petista [vade retro, Satanás.]
Com base em suas declarações, pode-se deduzir que, em caso de vitória, a partir de janeiro de 2023 estará aberta a temporada de roubo e invasões de patrimônio alheio. Isto sim é extremismo, é agressão frontal a um princípio básico da Constituição Federal – a propriedade privada.

Quando reflito sobre a liberdade, recorro quase sempre a um economista do século 19, inspirador de ícones como Ludwig Von Mises, Friedrich Hayek, Murray N. Rothbard e muitos outros. Refiro-me a Fréderic Bastiat que em “A Lei”, de 1850, afirma os direitos naturais como princípios de matiz filosófica. Diz ele: Não é porque os homens aprovaram leis que a personalidade, a liberdade e a propriedade existem, pelo contrário, é porque a personalidade, a liberdade e a propriedade existem que os homens fazem leis… Cada um de nós certamente recebe da Natureza, de Deus, o direito de defender sua pessoa, sua liberdade, e sua propriedade.”. Não poderia ser mais claro.

Hipócritas da espécie lulopetista vão seguidamente aos meios de comunicação se dizer democratas enquanto ameaçam cada um desses direitos. A defesa do aborto confronta a vida, a pretensão de controle da mídia solapa a liberdade, o estímulo às invasões ameaça a propriedade privada. Infelizmente, incautos atraídos “pelo politicamente correto” cedem em fatias (como dizia Hayek) cada um desses direitos, fazendo com que avance a perspectiva de transformação do Brasil em um Estado Socialista que o mesmo Bastiat, já denunciava autoritário e opressor.

É claro que este debate virá à tona durante o processo eleitoral. Apesar da “justiça” atuar a favor da agenda socialista, com fachinices, xandices e barrosidades, antecipando o autoritarismo do tipo restritivo da liberdade de expressão e de acesso às mídias sociais, e dando declarações de alcance internacional tão levianas quanto fora da liturgia de seus cargos, há aqui na planície, um vigoroso movimento de defesa dos direitos naturais.  
Seu principal líder na atualidade, Jair Bolsonaro, precisa pouco mais do que espelhar Bastiat para agrupar a maioria esmagadora da população que, segundo pesquisas recentes, se declara conservadora.

Sim, apesar de toda a roubalheira que patrocinaram, da desmoralização pública de seus líderes e do atraso a que nos relegaram, eles têm aliados poderosos. Aqui mesmo, neste recanto do Brasil, vi outro dia um desses representantes de “movimentos populares” de invasão de propriedade alheia ser tratado a pão de ló em uma entrevista. Enquanto o sujeito de mãos sedosas derramava seu falatório tão clichê quanto falso em ataque ao direito de propriedade, o entrevistador demonstrava um encantamento digno de uma criança em frente ao picadeiro.

Não restam dúvidas de que depois de quatro anos fora das tetas governamentais, esses grupos farão qualquer coisa para readquirir visibilidade e enganar a população com seu velho canto da sereia igualitário, por mais fracassado que tenha sido em todas as experiências realizadas, incluindo as atuais.

Não por acaso, desavergonhadamente, a eminência parda do lulopetismo, Zé Dirceu, em seguidas declarações vêm alertando para a necessidade de articulação com setores “ao centro”
Percebe o outro descondenado e tutti quanti que de cara lisa, sem máscara nem biombo, falando as suas verdades que escapam aqui e acolá, seu projeto de ditadura socialista naufragará. 
Nem seus amigos supremos e superiores o salvarão  da avalanche que virá dos “autoritários” que clamam pelo direito à vida, liberdade e propriedade, do “ditador” que grita pelo cumprimento da Constituição Federal.

Para concluir, volto a Bastiat, que xandão certamente leu, mas esqueceu: “...quando um homem é atingido pelo efeito do que se vê e ainda não aprendeu a discernir os efeitos que não se vêem, ele se entrega a hábitos maus, não somente por inclinação, mas por uma atitude deliberada”. Prestem atenção, o jogo não acabou.

Conservadores e Liberais - Valterlucio Bessa Campelo

 

sábado, 23 de outubro de 2021

Não vou mais criticar o STF - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Vivemos num estado policialesco, numa “ditadura da toga”. Não há mais império das leis, até porque as leis podem ser inventadas do nada  

O recado foi dado. E compreendido. Há crime de opinião em nosso país. Grupos em redes sociais podem virar “milícias virtuais” perigosas se algum ministro supremo assim entender. Até mesmo um jornalista pode ser preso se subir o tom nas críticas contra o arbítrio do STF
Caso ele tenha ido para um país mais livre, com receio desse tipo de perseguição, isso poderá ser encarado como fuga da Justiça, e um pedido para extraditar o “fugitivo” será acatado pela Corte Suprema, apesar de a PGR discordar.

Traduzindo de forma direta, vivemos num estado policialesco, numa “ditadura da toga”. Não há mais Estado Democrático de Direito, império das leis, até porque as leis podem ser inventadas do nada. Não há, afinal, crime de opinião em nosso sistema, tampouco o de espalhar fake news — sabe-se lá por quem definidas essas mentiras. Logo, a lei hoje é aquilo que Alexandre determina. E o tucano não gosta muito de “bolsonaristas”. Conta com a cumplicidade da imprensa para persegui-los em paz, inclusive jornalistas, que serão chamados de “blogueiros” para não despertar a necessidade de uma reação das entidades de classe.

A corda não foi esticada; ela já arrebentou. Aquela conversa entre Bolsonaro e o ministro não foi um apaziguamento, mas uma rendição, pelo visto. E isso depois de milhões tomarem as ruas justamente para defender a liberdade, a Constituição. Foi um rugido forte, de um leão acuado. Mas foi só barulho. A montanha pariu um rato. O lado de lá continuou avançando, e subindo o sarrafo. 
Mudou de patamar, escolheu alvos mais relevantes, demonstrou todo o seu poder ilimitado. Ninguém mais está seguro, ao menos não quem enxerga graves defeitos na postura do atual STF.

Vou escrever sobre música, sobre culinária, sobre alienígenas

E o pior de tudo é ver a turma “liberal” aplaudindo, por não gostar do jornalista alvo do pedido bizarro de prisão. Essa gente não tem princípios, e não se dá conta de que a arma sem freios que hoje mira em seus adversários amanhã poderá se voltar contra qualquer um. O ambiente é tóxico, e a tática está produzindo o efeito desejado: aqueles independentes começam a praticar a autocensura, com medo das consequências de uma crítica mais dura.

Falo por mim. Muitos leitores elogiam minha coragem, mas não tenho vocação para mártir. Está claro que o arbítrio supremo não tem limites, e que ninguém tem como parar o homem. É por isso que decidi não mais criticar o STF. 
Está claro que se trata de um tribunal de exceção, de uma corte política, não constitucional. Impossibilitado de saber a priori o que configura crime ou não, já que não tenho como me calcar na Constituição ou no Código Penal, prefiro então simplesmente encerrar qualquer análise sobre o Supremo. Vou escrever sobre música, sobre culinária, sobre alienígenas.
 
Resolvo também só chamar os ministros de vossas excelências, ou mesmo deuses, se eles assim preferirem
Reconheço em Alexandre uma figura acima do bem e do mal, das leis, da Constituição. Admito sua vitória absoluta, assim como seu poder absoluto.  
E é por essa razão que comunico ao todo-poderoso que, a partir de hoje, ele tem total controle sobre a minha vida. 
Se Alexandre decidir que devo me tornar um vegano, adeus carne. 
Se Alexandre resolver que é para eu ser abstêmio, adeus vinho. 
Posso até ver o copo meio cheio: ao menos vou perder uns quilos…
 
Estou numa peregrinação espiritual que vem me aproximando mais de Deus, mas absorvi o alerta de Jesus Cristo, e saberei separar as coisas: a César o que é de César. E nosso César é Alexandre, o Grande. 
No Juízo Final terei um julgamento que, estou certo, será mais justo. 
Mas, aqui na Terra, nesta vida, abandonei as esperanças e entreguei minha liberdade ao homem mais poderoso do Brasil, quiçá do planeta. Espero apenas que Alexandre não ache ruim meu hobby de tocar bateria, pois isso seria triste de perder. Mas estou disposto a só tocar as músicas que agradam ao ministro.
 
De tempos em tempos lanço mão da ironia como artifício retórico, mas se Alexandre julgar isso inadequado, adeus ironia. A partir de hoje, prometo andar na linha. Qual? Difícil dizer, pois não tenho bola de cristal para inferir o que Alexandre pensa. Mas farei meu melhor para tentar antecipar seus passos e atender a suas expectativas. 
Reconhecer virtudes neste governo, por exemplo, está fora de cogitação. Já penso até mesmo em me filiar ao PSDB, só por precaução. Imagino que seja um ato merecedor de muitos pontos com o ministro. Se for necessário dizer uma ou duas palavras de elogio ao governador oportunista de São Paulo, tomo um Engov e digo. Alexandre é quem manda.

Tenho família para sustentar, filhos para criar e, como já disse, não tenho a menor vontade de ser mártir. Alexandre foi bem claro em transmitir seu recado. Captado, amado mestre. Diga-me o que pensar sobre cada assunto polêmico, e este será meu pensamento. Ou ao menos a minha expressão do pensamento em público. Manda quem pode; obedece quem tem juízo. Não vou mais criticar o STF ditatorial a partir de hoje.

Leia também “A constituição do atraso” 

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Daniel Silveira foi preso por “crime de opinião” - Gazeta do Povo - VOZES

Alexandre Garcia

O Brasil amanheceu com a notícia de que o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) havia sido preso pelo que eu chamaria de "crime de opinião" — é uma prisão claramente política. Ele poderia ser enquadrado no Código Penal pelos crimes de injúria, difamação e calúnia, mas não, houve sim um enquadramento na Lei de Segurança Nacional.

Nunca vi uma prisão em que houve mandado de prisão em flagrante. Eu acho que vão ter que estudar isso nas faculdades de Direito. Ora, se houve tempo de emitir um mandado de prisão, então não é mais flagrante. Prisão em flagrante é aquela em que se flagra o criminoso em plena ação criminosa. O deputado foi preso às 11h30 da noite de terça-feira (16), em casa. Em geral, com os corruptos, esperava-se o dia raiar para entrar na casa da pessoa porque o lar é inviolável. Mas no caso dele não. [ele apoia Bolsonaro]

Nesta quinta-feira (18) tem audiência de custódia, quando Silveira será submetido à decisão de um juiz para saber se mantém ou não a prisão dele. A Câmara Federal está esperando isso.  A alegação do Supremo foi que, numa gravação de quase 20 minutos, que eu vi, o deputado usa de palavras de baixo calão e de termos chulos. 
Ele ofende o STF e faz acusações contra ministros do Supremo
Disse que gostaria muito de ver um ministro levar uma surra na rua e tal. Eu acho que isso aí é uma questão para a Comissão de Ética da Câmara examinar o decoro e a conduta desse parlamentar, e puni-lo de acordo com a gravidade do que ele fez em relação ao outro poder. Não vejo Lei de Segurança Nacional.
Crime inafiançável é só se ele estivesse com arma na mão e reunido um grupo armado para derrubar o governo, o Supremo, o Congresso ou seja lá o que for. É o que está escrito na Constituição. Quem quiser ver, alínea 44 do artigo quinto. No entanto, a prisão foi justificada porque está lá, no artigo 53, que o deputado e o senador é inviolável. E ele só pode ser preso em flagrante de crime inafiançável. O artigo 220 da Constituição disse que é livre a liberdade de expressão e não pode haver censura. Todo mundo goza de liberdade de opinião. 
O que Silveira fez foi injúria, difamação e calúnia. Cabe Código Penal, mas aí tem que pedir autorização para a Câmara para processá-lo.
Mas não, ele já foi preso. E o Supremo confirmou por unanimidade, mostrando a união da Corte em torno dessa interpretação. E não é o que a gente lê na Constituição.
Digo isso para a gente ficar atento ao rumo dos acontecimentos, porque um inquérito sem Ministério Público, como manda o artigo 127 da Constituição, está rolando no Supremo. Já foi preso um jornalista. E agora é preso um parlamentar que tem inviolabilidade de opinião. [Todo o afirmado na matéria está certo, absolutamente certo. 
O que complica é que no Brasil quem julga o que está certo - até seus próprios atos - é o Supremo. O Supremo Tribunal Federal é necessário para ser a instância máxima de todo o Poder Judiciário - exceto quando o ato questionado é um praticado pelo STF.
O Supremo Tribunal Federal da República Federativa do Brasil - STF, julga seus próprios atos.
A Constituição Federal tem o remédio para evitar tal supremacia suprema.
Também em épocas passadas, quando a coisa encrencava se socorriam do Papa.
Só que o Supremo é o menos interessado em corrigir,ou facilitar a correção, desse absurdo. A melhor prova disso é que o ministro Fux, às vésperas de ser empossado presidente, questionado sobre o artigo 142 da Constituição Federal, apresentou uma interpretação - oficiosa, é claro - favorecendo a manutenção do atual estado de coisas e nada mais se falou.]

Investigar Pazuello é querer criar barulho à toa

Nós, jornalistas, e os parlamentares devem estar pensando: qual é o limite da nossa liberdade? 
A nossa liberdade é plena? 
Nós vivemos numa democracia? 
Temos liberdade plena, só não podemos cometer crimes.
Agora, o próximo passo deverá ser dado por um juiz na audiência de custódia ou na Câmara, porque é um episódio que tem que ir para a Comissão de Ética. Aliás, esse deputado é suplente dessa comissão. [ultimamente, temos plena se o ditador da Coreia do Norte decidir governar a seu país seguindo os critérios do Supremo? 
Caminhamos para uma ditadura e já temos candidato, bem cotado pelos seus pares, para ser o nosso Kim-Jong un.
Além de dar a palavra final sobre seus atos, quando são eventualmente contestados, a nossa Suprema Corte conduz o inquérito,  investiga, denuncia,  julga e confirma a sentença.]
 
Alexandre Garcia, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Wyllys está bravo? Recomendo Lexotan, Rivotril e leitura — qualquer leitura



O PSOL deveria ter vergonha de abrigar nas suas fileiras um mero esbirro do PT, mais enfático na defesa do petismo e do governo do que os próprios petistas.
Fiquei sabendo que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) ficou bravinho com o post que publiquei aqui nesta madrugada. É mesmo? Estou cantando e andando pra ele. Que aprenda a ser tolerante com os que não comungam de sua cartilha,  seja ela qual for.

A propósito: alguém já viu este senhor participar de debates na Câmara? Passa boa parte do tempo, com todo o respeito, futricando com jornalistas e fazendo fofoca nas redes sociais.

Num dos seus vídeos, ele enche a boca para atacar o “baixo clero”. Por quê? Wyllys agora é “alto clero”? Ora…

A verdade é que ele ainda se acha membro do BBB. Seu negócio é criar ondas de opinião, dizer-se vítima de preconceito para poder atacar.  Não! Ele não é irrelevante, não! Incentiva a luta de todos contra todos e torna o debate impossível. Jean Wyllys é do tipo que precisa que o mundo seja homofóbico para que ele possa exercer a sua intolerância em nome das vítimas.

E como, por baixo daquela basta cabeleira, não reside um cérebro privilegiado, ele confessa o que quer. Num de seus vídeos, ele deixou claro que convocou representantes do Movimento Brasil Livre para a CPI dos Crimes Cibernéticos — fora do escopo da comissão, diga-se — para “enquadrá-los”.

Quem é ele para enquadrar alguém por crime de opinião?  Wyllys tem uma desculpa para atacar a discriminar: combater o que ele chama de “oposição de direita ao governo Dilma”. Ainda que houvesse… E daí? Se o PSOL pretende ser oposição de esquerda, por que não poderia haver uma de direita? A verdade é que este senhor usa a razoável visibilidade que o cargo lhe dá para discriminar aqueles de quem não gosta e para lhes pespegar pechas.

E pode ser virulento e preconceituoso. Ao me atacar certa feita no Twitter, me chamou de “bichona”. É claro que ele não queria me elogiar. Vale dizer: para desqualificar um adversário de debate, Wyllys o chama de “bicha”. Ou por outra: ele chama alguém de “bicha” como ofensa. Se a tal lei fascistoide anti-homofobia estivesse em vigor, ele poderia ser processado. Ou será que a dita-cuja tornará os gays imunes ao crime de homofobia?

Para atacar um outro que o questionou, não teve dúvida: chamou-o de “negro e gordo” também em tom pejorativo. Pior até: sugeriu que o outro estava obrigado a pensar como ele próprio porque “negro e gordo”.

Esse cara é patético. Enquanto ele se limitar à sua pantomima submidiática, deixo-o quieto. Se ele quiser usar a Câmara para perseguir pessoas e grupos dos quais discorda, aí não. De resto, estou pouco me lixando se Wyllys faz sexo com homem, mulher ou abacaxis. Para mim, ele é um deputado. E ponto. Só me incomodarei nesse particular se ele defender sexo forçado e com crianças.  Vai, Wyllys, corra lá para a sua Conexão Havana, em homenagem a Cuba, o país que mete na cadeia gays como você. O PSOL deveria ter vergonha de abrigar nas suas fileiras um mero esbirro do PT, que já foi reconhecido pela direção companheira como mais enfático na defesa do petismo e do governo Dilma do que os próprios petistas.

Wyllys está bravo? Recomendo Lexotan, Rivotril e leitura. Ler o quê? Qualquer coisa, no seu caso, já será um ganho.

Fonte: Revista VEJA – Blog do Reinaldo Azevedo