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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Fala de Bolsonaro sobre ‘livrar’ o país do socialismo repercute no mundo

O discurso do presidente Jair Bolsonaro repercutiu nas principais veículos de comunicação europeus nesta quarta-feira, 2. Praticamente todas as publicações enfatizaram a fala do novo líder da maior economia da América Latina em que cita a libertação do Brasil do socialismo.

O jornal britânico The Guardian foi um dos que mencionaram o trecho como destaque. “Suas palavras encantaram uma multidão de mais de 100 mil pessoas – muitas das quais viajaram à capital modernista para o evento, convencidas de que o populista de extrema direita pode resgatar o País conturbado da corrupção virulenta, do aumento do crime e da estagnação econômica”, mencionou o diário. No jornal britânico de economia Financial Times, a posse de Bolsonaro não recebeu qualquer menção na edição impressa desta quarta-feira nem na versão na internet.

Ainda no Reino Unido, a rede de televisão BBC repetiu algumas vezes na noite de ontem uma reportagem sobre a posse de Bolsonaro. Em seu site na internet hoje, o assunto já está fora da página principal do veículo. No material de ontem, a BBC destacou que o presidente usou seu discurso de posse para prometer a construção de uma “sociedade sem discriminação ou divisão”. O enfoque sobre o fim do socialismo no país durante o discurso do novo presidente foi dado pelo francês Le Monde. Saudando “neste dia em que as pessoas começam a se libertar do socialismo, da inversão de valores, do gigantismo do Estado e do politicamente correto”, o líder da extrema direita brasileira prometeu livrar o país das “ideologias nocivas” que “destroem nossas famílias”, como as da “teoria do gênero” que abomina, ou “marxismo”, que ele acredita detectar nos livros didáticos.

Garantindo às pessoas “boas” o direito de “legítima defesa”, ele novamente mencionou seu desejo de flexibilizar o mais rápido possível a lei de 2003 que proíbe o porte de armas, mostrando ao mesmo tempo sua benevolência para com os atores da defesa do agronegócio em conflito com o movimento dos sem-terra e dos povos indígenas. [os bandidos disfarçados em 'sem terras' também matam - aliás, estão sempre armados e  prontos para o confronto com os legítimos proprietários dass terras que invadem, impunemente;

os índios também são violentos e agridem - além do absurdo que representa existir reserva indígena com 50.000 hectares para apenas doze índios.]
 O também francês Le Figaro mantém o tema sem muito destaque em sua página na internet. “Jair Bolsonaro assumiu o cargo na terça-feira, abrindo uma era de ruptura com sérias incertezas em relação à mudança para a extrema direita da maior potência da América Latina.”

Já o espanhol El País enfatizou a exibição da aliança de Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aproveitaram a cerimônia para mostrar, via Twitter, sua aliança, que é uma virada ‘copernicana’ da política externa brasileira”, ressaltou o periódico. O veículo também informou que, em seu discurso de posse, o presidente evitou sua habitual crítica ao Partido dos Trabalhadores (PT) para convocar os deputados a se unirem “à missão de reconstruir o País, libertando-o do crime, da corrupção, da submissão ideológica e da irresponsabilidade econômica”.

O português Diário de Notícias, que acompanhou a transmissão do cargo ontem em tempo real, por sua vez, dá destaque à posse e salientou quatro frases do pronunciamento de Bolsonaro consideradas como “a chave” do discurso de posse: 
 1) “Este é o dia em que o povo começou a se libertar do socialismo, da invasão de valores, do politicamente correto, do gigantismo estatal; 
2) “Temos o desafio de enfrentar a ideologia que descriminaliza bandidos, pune policiais e destrói famílias, vamos restabelecer a ordem no País”; 
3) “Esta é a nossa bandeira, que jamais será vermelha, só será vermelha se for do nosso sangue derramado para a manter verde e amarela”, e 
4) “Traremos a marca da confiança de que o governo não vai gastar mais do que arrecada, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência, da garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados.

Revista IstoÉ



quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A falsa dicotomia

O mercado, como bem sabem os estudiosos do tema, não tem o alcance de reduzir desigualdades

Entre acadêmicos e não acadêmicos, economistas e não economistas, jornalistas e não jornalistas, esquerda e direita, prevalece a ideia de que Estado e mercado são entidades separáveis, por vezes opostas. A ideia de separação tão entranhada está que há quem diga que tudo o que não é Estado é mercado, como se houvesse uma linha concreta a partir da qual ambos fossem claramente definíveis. Na América Latina, região que sempre oscilou entre a mão pesada do Estado e as tentativas de reduzir sua influência na economia, a dicotomia parece fato incontestável.

No Brasil, onde alguns resolveram enxergar uma “revolução das ideias” com a ascensão de Bolsonaro e da ortodoxia de Paulo Guedes, a divisão entre Estado e mercado é muitas vezes tida como uma certeza. Dicotomias são muitas vezes simplificações da realidade, e simplificações da realidade costumam gerar muita confusão mental, sobretudo nas inexatas ciências sociais.  Como tantas outras coisas, o segredo para se pensar o papel do Estado está no reconhecimento de que é preciso haver um equilíbrio na relação Estado-mercado. Se o Estado é capaz de sufocar, o mercado é capaz de destruir.  Pensem na crise financeira de 2008 cujas ramificações ainda não desapareceram por completo. Há muitas explicações para as causas da crise, mas poucos especialistas discordam de que a política de laissez-faire em relação aos mercados financeiros defendida por Alan Greenspan, presidente do banco central norte-americano, o Fed, entre 1987 e 2006, tenha sido fator propulsor fundamental.

A crença pueril de que os mercados seriam capazes de se autorregular na busca por “prosperidade”, controlando seus próprios devaneios e ímpetos, provou-se profundamente equivocada. Às vésperas da quebra do banco Lehman Brothers, o mercado estava em situação de extrema fragilidade – e a descrença e desconhecimento dos investidores e dos gestores de política econômica acerca dessa situação era brutal. Não fosse a atuação do Estado na absorção das perdas e redistribuição dos recursos por meio da política econômica, talvez tivéssemos testemunhado o absoluto colapso dos mercados de crédito e da economia mundial que deles depende.

Ou seja, Estados falham quando se deixam tomar pela corrupção, quando permitem que seus pilares sejam cupinizados, como ocorre hoje na Venezuela, na Nicarágua, só para citar exemplos latino americanos. Mas, se Estados falham, mercados também falham. E, muitas vezes mercados falham por falta da presença do Estado – por falta de regulação adequada – assim como Estados podem falhar, ou falir, após terem engolido os pesos e contrapesos do mercado. Como disse o poeta francês Paul Valéry, “se o Estado for forte, seremos esmagados; mas se for fraco, padeceremos”.  Estado e mercado não são, portanto, separáveis, mas simbióticos. Encontrar a relação perfeita em que ambos se beneficiem ainda que em proporções desiguais é o desafio dos economistas e dos bons gestores da política econômica. Essa relação não é estática, mas dinâmica e evolutiva. O equilíbrio entre o mercado e o Estado se altera de acordo com a ecologia do mercado e as necessidades da economia. A ascensão das empresas de fintech nos países emergentes, por exemplo, necessita de modificações nas estruturas regulatórias, como pôs em prática recentemente o México.

Desigualdades profundas capazes de causar graves abalos políticos e institucionais precisam ser atenuadas por um Estado que redistribua adequadamente sem causar grandes distorções que prejudiquem o crescimento econômico. O mercado, como bem sabem os estudiosos do tema, não tem o alcance, tampouco o objetivo, de reduzir desigualdades. Assim como também não têm o propósito, necessariamente, de avaliar o impacto, no longo prazo, de algumas de suas decisões. Dia desses lia artigo de Mario Sergio Conti em que o autor falava de entrevista nos anos 70 com o madeireiro que derrubou boa parte da floresta do Espírito Santo. Perguntado pelo jornalista se ele pensava na consequência do que fazia, respondeu o madeireiro: “A consequência é o lucro”.

No Brasil de hoje, na América Latina de hoje, temos grandes igrejas, grandes negócios que estão se apoderando do Estado por meio da participação crescente nos poderes legislativo e executivo – esse é o tema de pesquisa com coautores aqui na Universidade de Johns Hopkins. Qual tipo de relação entre Estado e mercado disso resultará é ainda grande dúvida. Entre dúvidas e falsas dicotomias, é possível apenas afirmar uma coisa: o Estado tem letra maiúscula pois é soberano. O mercado, não.

Monica de Bolle é diretora de estudos latino-americanos e mercados emergentes da Johns Hopkins University e pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics

 

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Barbosa só enganou aos incautos - fácil perceber que ele não tem a menor condição de ser presidente do Brasil;esqueçamos Barbosa

Barbosa diz bobagens assombrosas ao deixar a condição de pré-candidato. Mas uma coisa fica: o país que o viu como viável está encalacrado

Se alguém quer saber o bem que Joaquim Barbosa fez ao Brasil ao desistir de sua candidatura à Presidência da República, que leia a entrevista que o valente concedeu ao jornal “Valor Econômico”. É um assombro. O doutor não se entende nem com os termos técnicos do debate.  A razão por que diz não crer que “esta eleição mude o país” pode ser tomada em sentido mais geral. Na verdade, ele não crê que o processo eleitoral tenha serventia para a mudança que ele imagina, seja lá qual for.


Barbosa tem uma visão do Brasil que eu ousaria chamar ser a de um estrangeiro. O que será que ele quer dizer ao afirmar que “o Brasil tem problemas estruturais gravíssimos, sociológicos, históricos, culturais, econômicos”? Digam-me cá: qual país, nessa perspectiva, não os tem? Ademais, o que quer diz “um problema sociológico”? Isso não existe! É como afirmar que alguém tem um “problema termológico” se está com febre ou com hipotermia. A sociologia oferece um conjunto de ferramentas de análise. E olhem que nem se pode associá-la a um termômetro porque este é um instrumento de medição objetiva. A sociologia depende, em grande medida, das escolhas feitas pelo sociólogo, das suas crenças, da sua ideologia. Onde um “estudioso” vê um problema, outro, podem acreditar, enxerga uma solução. E, a rigor, o mesmo se pode dizer mesmo da economia.  Há correntes de pensamento que preferem um pouco mais de inflação com um pouco mais de crescimento. E há os que, e me alinho com estes, entendem que piscar para o processo inflacionário corresponde a flertar com o desastre. Há quem queira mais estado na economia; há quem prefira menos.


Isso expõe a visão deformada que Barbosa tem do país, do direito, das instituições. Ele enxerga a realidade segundo o prisma do defeito, do que tem ter de ser corrigido para deixá-la a seu gosto, do que nos falta… Pessoas com esse viés, quando políticas, tendem a fazer grandes besteiras. Por quê? Porque veem o mundo apenas como uma deformação. Nem mesmo se sentem parte do problema que detectam; veem-no com distanciamento. As pessoas reais viram meros objetos de suas estripulias ligadas à engenharia social.  Ele dá a entender que uma das razões de ter desistido está no fato de que há candidatos que querem aprofundar as desigualdades sociais e de que estes se uniriam contra a sua candidatura. Entendi. Os outros encarnam “o mal”, e ele, Barbosa, o “bem”. Assim, o Mal se uniria contra o Bem. Corajosamente, então, ele decide cair fora.


A entrevista constitui uma formidável coleção de bobagens. Que ele tenha sido considerado pré-candidato e que tenha, com efeito, seduzido muita gente — tinha, acreditem!, potencial de disputar o segundo turno — indica a porcaria que se está fazendo com a política. Barbosa não é causa de nada. Ele é sintoma. É um sinal dos anos que vêm pela frente. E, acreditem!, não serão fáceis enquanto não aprendermos a conciliar o necessário trabalho da polícia com o vital exercício da política.


Quanto ao olhar estrangeiro, dizer o quê? Procurador da República, ele pediu licença em 1988 e foi estudar na França. Quatro anos depois, veio à luz sua tese de doutorado: “A Suprema Corte e o Sistema Político Brasileiro”. Redigida, originalmente, em francês, o que pode nos dizer bem seu… francês. Não deixa de ser notável que alguém decida ficar quatro anos em Paris para tentar entender direitinho o que se passa com o sistema político brasileiro e seu tribunal constitucional.  Mas entendo: o alarido da brasileira certamente comprometia a sua concentração. Paris, para essas coisas, é bem melhor. Afinal, os franceses não têm nossos “problemas sociológicos”

Aquele que nem veio já vai tarde. Até porque, convenham: vai que ele resolvesse todos os tais problemas. A sociologia no Brasil chegaria ao fim.

Blog do Reinaldo Azevedo 

LEIA TAMBÉM:  Após cinco meses, Câmara instala comissão para analisar restrição ao foro especial

 

sábado, 24 de março de 2018

‘Charlie Hebdo’ fez capa satírica sobre o STF e caso Lula?

Capa do semanário satírico francês  que circula na internet mostra Lula apalpando nádegas da Justiça

Apenas um dia após o Supremo Tribunal Federal suspender o julgamento do pedido de habeas corpus preventivo de Lula, em sessão na qual a corte também decidiu por deferir liminar que impede a prisão do ex-presidente até o fim da análise do tema –postergada até 4 de abril–, uma suposta capa do jornal satírico Charlie Hebdo, em que Lula aparece apalpando as nádegas de uma mulher trajada como a estátua da Justiça, começou a circular nas redes sociais. 


A charge acompanha a manchete “Confirmé: Le Suprême Brésilienne c’est une merde” [sic], querendo dizer algo como “Confirmado: O Supremo brasileiro é uma merda”. A capa, contudo, é falsa e já foi compartilhada e usada anteriormente em outros momentos da trajetória política do ex-presidente.
 Capa usada como base da falsa capa que satiriza o julgamento do Habeas Corpus do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (Charlie Hebdo/Reprodução)

Pior: o título em francês está gramática e semanticamente errado na língua de Victor Hugo. “Le Suprême”, que supostamente quer dizer “O Supremo”, de Supremo Tribunal Federal, não faz o menor sentido em francês. No masculino, como aparece na “capa”, quer dizer um corte de carne de aves — que inclui o peito, a coxa e a sobrecoxa. Como tribunal, deveria possivelmente ser “La Cour Suprême”, ou “A Corte Suprema”, no feminino. 
 [em que pese os erros corretamente apontados, a mensagem, o adjetivo empregado, qualificam corretamente o Supremo.]
Além da questão do sentido, o adjetivo “brasileiro” está no feminino em francês (o masculino seria “brésilien”), fazendo com que a primeira parte, na realidade, diga algo como “O Supremo Brasileira” [sic].  O “c’est” com o significado de “é”, apesar de usado coloquialmente, também está errado aqui, pois quer dizer “ele (ou ela) é”. Como a frase já inclui o sujeito, não é necessário o uso do pronome. Ao fim, para quem fala francês, a própria manchete mal escrita já é um grande indicativo de que se trata de uma notícia falsa: “Confirmado: O Supremo Brasileira ela é uma merda”.


 Capa do periódico peruano El Otorongo (//Reprodução)

A imagem da capa foi montada a partir de uma capa legítima do Charlie Hebdo, publicada em 19 de setembro de 2012.A charge que aparece na capa compartilhada nas redes sociais nas últimas horas é uma adaptação de outro desenho, publicado em julho de 2015, no Peru, em que o personagem satirizado é o ex-presidente do país Alan Garcia.

VEJA
 

 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

FHC e sua curva de Sartre a Huck



A nova cartada do grão-tucano revela o esgotamento de seu partido, de sua prática
Quando Fernando Henrique Cardoso se referiu à candidatura de Luciano Huck à Presidência da República, louvou “suas boas intenções” e disse que “para o Brasil seria bom, mas não sei o que ele vai fazer”. FHC sabe o que gostaria que ele fizesse, mas não sabe o que Huck fará, nem antes nem depois de uma eventual candidatura. Sabe apenas que tem “boas intenções”.

Faz tempo que FHC flerta com o “novo”. Em 1989, para um pedaço do tucanato, o “novo” era o ator Lima Duarte, de 59 anos, para ser o candidato a vice na chapa de Mário Covas à Presidência da República. O “novo” chamou-se Fernando Collor e foi eleito. Em 2012 pensou-se pela primeira vez em Huck, recrutando-o para uma candidatura ao Senado em 2016. 

Estranho “novo” esse, vem sempre da telinha. Isso num partido que perdeu quatro eleições presidenciais e tem em Geraldo Alckmin seu provável candidato. Assim, o PSDB terá oferecido ao eleitorado dois repetecos, com José Serra e Alckmin, mais um “novo” com Aécio Neves.  FHC buscou o “novo” na telinha por diversos motivos, mas acima de todos está o desejo de ganhar a eleição. Se ele conhece virtudes além das “boas intenções” de Huck, não as revelou. Nem ele nem o “novo”, que, em um ano de breves enunciados, repetiu platitudes capazes de humilhar campeões do óbvio como Michel Temer e Geraldo Alckmin.

Em 1960, aos 29 anos, Fernando Henrique Cardoso fez-se notar na academia paulista coordenando uma palestra do escritor francês Jean-Paul Sartre. Passou-se mais de meio século, ele governou o país por oito anos e recuperou a credibilidade econômica do Brasil. Fez isso com jovens audaciosos como Pedro Malan e Gustavo Franco mas, por artes de Asmodeu, o PSDB nada produziu além de Geraldo Alckmin e Aécio Neves, um “novo” que descarrilhou. (Vai aqui uma hipótese: Malan e Franco nunca se moveram nos trilhos por onde andou Aécio.)

Não se pode responsabilizar FHC pela ruína do PSDB, mas ele foi parte dela. Quando saiu do PMDB, acompanhando Mário Covas e Franco Montoro para livrar-se das práticas que o haviam contaminado, buscava algo novo e foi bem-sucedido. O tucanato envelheceu, em vários sentidos.  Indo buscar o “novo” na telinha, FHC e os articuladores da candidatura de Huck atestam o fracasso de suas práticas políticas. Huck é um profissional bem-sucedido no seu ofício, nada mais que isso. Num sistema em crise, a política francesa produziu Emmanuel Macron, um quadro saído da militância do Partido Socialista e do banco Rothschild. (Macron é seis anos mais novo que Huck.)

Huck é um bom candidato para quem tem medo de perder eleição, e só. De Sartre a Huck, FHC percorreu sua curva. Em 1960, a plateia tinha faixas que diziam “Cuba sim, ianques não”. Naquele ano, uma parte do andar de cima nacional, cansada de perder eleições, embarcou na candidatura de um político telúrico e bom de votos. Chamava-se Jânio Quadros. (É imprópria qualquer comparação de Huck com Jânio, um doido, larápio e dado ao copo.) A ideia central era ganhar a eleição.

Os poderes da telinha produziram dois fenômenos políticos. Primeiro, o italiano Silvio Berlusconi, pela propriedade do meio de comunicação. O segundo, Donald Trump, em parte celebrizado pelo seu programa “The Apprentice”.

Elio Gaspari é jornalista - O Globo


sábado, 21 de outubro de 2017

Traição é o teu nome: a sabotagem, de Maia

Como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, arquitetou a divulgação, por meio do site oficial da Casa, dos depoimentos em vídeo de Lúcio Funaro, o que está por trás do gesto político arrojado e o que ele ainda prepara para tentar amealhar ainda mais poder

Por mais que tente negar as aparências e disfarçar as evidências, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não consegue esconder: primeiro nome na linha de sucessão, ele foi mordido pela mosca azul – aquela que, segundo reza o anedotário político, inocula em seu alvo o veneno do desejo irrefreável de alcançar a Presidência, ilusão que acaba comprometendo sua sanidade e seu senso de realidade. Para tanto, Maia passou a jogar com a possibilidade de o presidente Michel Temer ser derrotado no plenário da Câmara na votação da segunda denúncia nesta quarta-feira 25. A hipótese é remota. Seriam necessários 342 votos contra Temer. Mas, se isso acontecer, Maia assumiria a Presidência da República. O que, segundo ele, é um sonho de todo político. “Quem está na política e não pensa em presidir o Brasil está no lugar errado”, afirma. Não, necessariamente. Mas, entre outras épocas, vale lembrar, muita gente também sonhava em ser Napoleão.

Foi movido por esse espírito que Maia saiu a campo a fim de tentar sabotar o governo. A palavra sabotagem vem do francês sabot, que significa ‘tamanco’. Surgiu quando trabalhadoras revoltadas, durante a revolução industrial, jogavam seus tamancos nas máquinas a fim de paralisá-las. Na sabotagem de Maia deu-se o inverso. Ele fez a máquina andar. Mais precisamente tornou público, por meio do site oficial da Câmara, os vídeos da delação premiada de Lúcio Funaro, em que o doleiro faz graves acusações a Michel Temer. 

Tratou-se de um gesto estritamente pessoal: conforme apurou ISTOÉ foi o próprio Maia, na noite de sexta-feira 29 de setembro, quem pediu a um servidor da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que disponibilizasse os depoimentos de Funaro. Coube ao funcionário entrar em contato com os responsáveis pelo site da Câmara. Eram 19h30 quando Maia emitiu a ordem. Uma hora depois estava tudo pronto para o conteúdo bombástico entrar no ar. Maia acompanhou tudo de perto. Só descansou depois que o “enter” foi pressionado. 

Os ofícios do Supremo Tribunal Federal com arquivos digitais anexos e que continham mais de um terabyte de informações chegaram à Câmara dos Deputados no dia 21 de setembro. Entre os dias 22 e 28 de setembro, o presidente da Câmara consultou aliados, entre eles o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) em pelo menos duas reuniões na residência oficial. Nos encontros, avaliou os riscos da exposição. Pesados pós e contras, mandou “tocar adiante”. “Maia sabia dos riscos o tempo todo. E, óbvio, agiu de modo a constranger o governo”, afirmou uma das pessoas envolvidas na operação. Somente na sexta-feira 13, ou seja quase 20 dias depois, é que a imprensa se deu conta da existência do material e o trouxe à luz. A dica teria partido do próprio gabinete de Maia. O problema é que os documentos divulgados pertenciam a inquérito que corre em segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal. E, segundo o ministro Edson Fachin, foram entregues à presidência da Câmara sob esta mesma condição. Ou seja, foi cometido um crime de violação de sigilo. Não só deste como de mais três inquéritos: contra Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

 A liberação dos vídeos causou espanto (e pronta reação) do advogado de Temer, Eduardo Carnelós. Carnelós, em nota, considerou o vazamento “criminoso”, com o intuito de “causar estardalhaço” às véspera da votação da segunda denúncia. Maia sentiu o golpe, ameaçou processar Carnelós e o chamou de “incompetente e irresponsável”. Em seguida, reconheceu que foi o responsável pela divulgação dos vídeos da delação de Funaro, mas garantiu que manteve reunião com o ministro Fachin e a presidente do STF, Cármen Lúcia, e não ouviu deles nenhuma restrição de acesso a qualquer parte da documentação. Fachin, no entanto, derrubou a inverossímil versão: insistiu em que tudo que se refere à colaboração premiada continuava e continua sob sigilo.

O armistício durou pouco
O gesto de Maia é uma prova contundente de sua agenda negativa. Michel Temer preferiu não alimentar a polêmica e desautorizou as críticas de seu advogado. O presidente tem feito todo o possível para reconquistar o apoio de Rodrigo. Depois do bate-boca de Maia com Carnelós, Temer pediu que Antônio Imbassahy, ministro-chefe da Secretaria de Governo, procurasse o presidente da Câmara e tentasse acalmá-lo. Imbassahy encontrou-se com Maia na noite do domingo 15 e também no café da manhã da segunda. Ofereceu-lhe a presidência do BNDES, em nome do governo. Como sinal de paz, Maia suspendeu a viagem que faria ao Chile exatamente durante a votação da CCJ, que deu ganho de causa a Temer. “Não poderia abandonar a Câmara num momento em que se votava sobre um assunto tão grave”, justificou-se. Na conversa com Imbassahy, foi agendada a audiência de Maia com Temer, pois os dois não se encontravam há quase um mês. Mas o clima de reconciliação, como se viu, durou muito pouco.

Em sua busca incessante de razões para se afastar de Temer, Maia criou um novo atrito na noite da quarta-feira 18. Após o encontro de uma hora que manteve com o presidente no Palácio do Planalto, de 4h30 às 5h30 da tarde, foi divulgada a informação de que se discutiu na reunião o rito de votação da denúncia contra o presidente. Foi o bastante para Rodrigo Maia virar uma arara. Emitiu uma nota oficial esclarecendo que a versão era falsa. E acusou o Palácio de disseminar “intrigas”. Ainda na nota, disse que “não havia sentido algum tratar de rito processual de votação de um Poder da República com o presidente de outro Poder, muito menos quando é um deles que está sendo processado e julgado com seus ministros”. Quer dizer, apesar das promessas de bandeira branca, tudo permaneceu como estava.

MATÉRIA COMPLETA em Isto É 

 

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Vingança, nunca!

Lei que deveria evitar abuso de autoridade contra o cidadão é distorcida para permitir que mandatários abusem no poder

“Eu me lembro, eu me lembro, era pequeno” (“Deus”, Casemiro de Abreu) é um dos versos que aprendi com minha mãe na primeira infância e que percutem em meu cérebro de idoso com a insistência de um apelo que ganha na redundância força mnemônica. Eu já era muito míope e foi com minha miopia profunda que aprendi a apreciar os prazeres da leitura à luz de candeeiro nas trevas do Semiárido. Fora gibis, revistas esportivas e literatura infantil, minha primeira leitura, digamos adulta, foi um perfil biográfico (magnificamente escrito por um padre chamado Chico Pereira) de seu pai, um cangaceiro também chamado Chico Pereira, ambos como eu nascidos às margens secas do Rio do Peixe. Um texto lindo sobre uma história exemplar: a aventura de uma recém-saída da adolescência que criou cada filho do homem de sua vida com um único objetivo: não vingar o pai. Era uma missão quase impossível ali pelos anos 20 do século 20 no sertão. Mas Jarda, nossa heroína, conseguiu e o autor era prova disso.

Casada por procuração, quando ainda brincava de boneca, a sertaneja altiva encontrou-se poucas vezes com o marido, perseguido pela lei, que ele desafiara para cumprir o destino de matar o assassino do pai. Os filhos homens de um sertanejo assassinado perdiam a honra e, com ela, o respeito geral, se deixassem vivos os responsáveis por sua orfandade. O ciclo terrível da vingança despovoava o ermo daquelas paragens com pertinácia similar às da esquistossomose e da fome, responsáveis pelos altíssimos índices de mortalidade infantil de meus conterrâneos que não sobreviviam ao primeiro ano de vida. Fotografias de cadáveres pueris velados em caixões cor de rosa ou tipoias rústicas disputavam com quadros de santos os flagrantes cotidianos dependurados nas paredes de taipa das casas da zona rural do Nordeste até bem depois de ultrapassada a primeira metade do século passado.

Cedo aprendi com minha mãe que adotar a lei primitiva de talião, do olho por olho, dente por dente, não é a atitude esperada de um ser humano de bem, para quem o zelo pela vida alheia não é apenas uma conversa para passar o tempo. Havia outras Jardelinas nos sertões de entonces e elas salvaram o futuro de gerações que já estão deixando a cena, caso de dona Ritinha Vilar Suassuna, mãe de Ariano. Ao evitar que a prole vingasse o pai, João, ela assegurou ao gênero humano a obra de gênio do filho escritor. Dona Ritinha, Jardelina e Mundica, minha mãe, ensinaram a seus filhos que a vingança, tida como sentimento nobre por nossos ancestrais, é uma torpe forma de evitar que a civilização ocupasse a terra seca, evitando com a ética e a fé na justiça inútil e abundante derramamento de sangue.

Há, porém, sertanejos que ainda chafurdam nessa sequência de extermínios, que fez a fama dos Sampaio e Alencar de Exu, Pernambuco; Maia e Suassuna de Catolé do Rocha, Paraíba; e Omena e Calheiros de Murici, Alagoas. Apesar do prenome sofisticado do grande historiador francês das origens do cristianismo, Renan carrega a vingança num gosto de sangue que pode não matar, mas persegue, chantageia e ata os punhos do inimigo. Foi esse espírito vingativo que o levou a preparar um projeto de lei com arrazoado nobre e consequências desastrosas para a justiça e a civilização de quem acredita na democracia como o regime dos iguais.

De posse da cadeira da qual já tinha saído para driblar punição justa, escapulindo à sorrelfa pelas brechas de uma lei feita de varas de cercas, pegou o sagrado princípio da inviolabilidade do cidadão comum contra o arbítrio do agente do Estado para torná-lo instrumento de vil vendeta. A lei do abuso de autoridade por ele engendrada é uma tentativa de algemar mãos que ameaçam coronéis de antanho que ainda mandam neste nosso país contemporâneo e evitar que o martelo dos juízes seja justo para todos. Para executar o projeto, prestes a ser votado, contou com o auxílio de um companheiro de plagas distantes, mas que tem costume de mentir, similar ao dos amarelinhos espertos das tradições dos cordéis do sertão alagoano.

O relator de seu desabusado projeto de abuso de autoridade, Roberto Requião, colega de partido, é notório pelo cinismo repetitivo e desenfreado com que mente. E sua maior mentira é a insistência numa postura falsamente ética, que só cospe da boca para fora. Renan já renunciou ao Senado para não ter de reconhecer a inexistência de uma boiada fictícia para explicar dinheiro sem origem para sustentar uma filha fora do casamento. Hoje responde a 13 processos na Justiça e é citado na lista dos 78 delatores da Odebrecht, na companhia do filho, governador de Alagoas.

Requião, três vezes governador do Paraná, hoje sede da “república de Curitiba”, da qual o Brasil espera punição exemplar para criminosos de colarinho branco, foi o relator indicado pelo Calheiros de Murici para relatar sua versão particular de vendeta, tornada lei contra abuso de autoridade. O paranaense protagonizou um dos espetáculos mais explícitos e grotescos de fraude eleitoral da História da democracia brasileira: o caso Ferreirinha. Esse foi o nome usado em sua campanha na eleição de 1990 por uma testemunha falsa que assumiu o papel de um pistoleiro inexistente, contando ter matado camponeses, cujas terras teriam sido ocupadas pelo empresário Oscar Martinez, pai de seu adversário, José Carlos Martinez.

Requião ganhou o segundo turno, mas o falso Ferreirinha foi desmascarado antes da posse: era Afrânio Luís Bandeira Costa, motorista da campanha do PMDB. Inculpado nas instâncias iniciais, o peemedebista tomou posse e estava a seis meses de terminar o mandato quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o inocentou a pretexto de erro no processo: Mário Pereira, vice não fora processado, como deveria tê-lo sido.

Segundo O Globo, Requião, que pertence à comissão que investiga os salários acima do teto constitucional no Senado, recebe R$ 64.234,11 por mês – um supersalário que inclui os R$ 33.763,00 (o teto constitucional) como congressista mais R$ 30.471,11 de “aposentadoria especial” de ex-governador. Aos repórteres do jornal disse que não abriu mão do benefício porque precisa dos recursos para pagar as indenizações a que é condenado. De acordo com o que o Diário dos Campos, de Ponta Grossa, no interior de seu Estado, publicou em 2009, o então governador era citado em 369 processos judiciais, que, em caso de condenação, lhe custariam R$ 1 bilhão – só os honorários judiciais, representavam R$ 16 milhões. A notícia sobre os vencimentos que ele mantém, segundo alegou, para pagar à Justiça foi reproduzida no Twitter do jornalista Fábio Campana. Em 1990, a PF identificou como sendo usada por esse jornalista, à época assessor de imprensa do senador, a máquina de escrever na qual foi redigido o falso testemunho de Ferreirinha, Esse personagem, ao contrário de seus inventores, não pode mais ser encontrado. Como se diz na gíria, ele tomou Doril.

O ex-governador leu seu relatório na quarta-feira 19 de abril e garantiu que tinha adotado medidas sugeridas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e apoiadas pelo juiz Sergio Moro. Este negou. Mais uma vez, Requião mentiu e, assim, violou o decoro parlamentar. Mas continua ganhando a imunidade garantida pelos colegões de Senado. [esclarecimento indispensável: não aceitar sugestões do procurador-geral da República ou de qualquer autoridade, da mesma forma que recusar medidas apoiadas pelo juiz Sérgio Moro ou outra autoridade, é um DIREITO INALIENÁVEL de qualquer parlamentar.]
 
Como se diz nas montanhas da Sicília, do bandido Salvatore Giuliano,sono tutti buona gente. Buoníssima, não é mesmo? Deixar que essa gente se vingue preventivamente, e de forma indecente, de policiais federais, procuradores públicos e juízes que os investigam, processam e incriminam, é uma ignomínia. [LEMBRANDO SEMPRE que a denúncia tem que ser apresentada por um membro do Ministério Público e será julgada por um juiz.
Como de forma incontestável diz Reinaldo Azevedo, em seu Blog na  VEJA: "Em qualquer versão, a autoridade que for processada só poderá ser denunciada pelo Ministério Público e julgada pelo Judiciário. Digam-me cá: os senhores procuradores e o senhores juízes não confiam nas instituições às quais pertencem e na lisura de seus pares?"

Pois a vítima de tal vendeta será o cidadão, que continuará pagando a conta e sendo roubado, como dantes, sem que os larápios sejam apanhados, processados e julgados. Como bradou o filósofo e membro da Academia Paraibana de Letras, padre Francisco Pereira da Nóbrega, “vingança, não!”. Ou melhor: vingança, nunca!

Fonte: Blog do José Nêumanne 


quinta-feira, 16 de março de 2017

Dilma, um caso sério


A ex-presidente afirmou haver o risco de que os ocupantes do poder no Brasil tentem impedir nova eleição de Lula da Silva

Não satisfeita com o desastre causado ao País pelos seus cinco anos de governocujos efeitos daninhos são ainda sentidos diariamente pelos brasileiros –, a ex-presidente Dilma Rousseff dedica-se agora, assim fazem crer suas ações e palavras, a envergonhar o Brasil mundo afora. Seu comportamento em Genebra, onde participou de palestras e seminários, é sinal de que sua falta de discernimento, seja em questões nacionais, seja em relação às suas capacidades pessoais, não tem fim.

É conhecida sua dificuldade para se expressar na língua portuguesa. Como bem sabem os brasileiros, a beligerância de Dilma Rousseff com o idioma pátrio não exige condições especiais, podendo ocorrer até mesmo em casos de comentários triviais ou argumentos despidos de qualquer complexidade. Ela facilmente se embaralha com palavras e pensamentos, o que muitas vezes deu a eventos oficiais no Palácio do Planalto contornos de show humorístico.

Pois bem, essa mesma Dilma Rousseff, que já tanto maltrata a língua portuguesa, achou que podia, em sua viagem à Europa, dialogar em francês. O programa de televisão no qual a ex-presidente teve a ousadia de usar a língua de Victor Hugo é de incomum constrangimento, com alguns apresentadores em sérias dificuldades para manterem a compostura diante de tamanha agressão ao idioma francês. Mais do que simples gafe, a participação de Dilma no programa de televisão corrobora sua invencível incapacidade de realizar qualquer tipo de autocrítica.

Não falta, porém, a Dilma Rousseff discernimento apenas em questões de idioma. Ela ignora – e alardeia sua ignorância mundo afora – questões institucionais. Diante de uma plateia no Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra, a ex-presidente afirmou haver o risco de que os ocupantes do poder no Brasil tentem impedir nova eleição de Lula da Silva. “Podem tentar condenar o Lula por duas vezes, podem mudar as regras da eleição presidencial, por exemplo, com introdução do parlamentarismo e, terceiro, podem simplesmente adiar a eleição presidencial do ano que vem”, disse Dilma.

É grave que uma ex-presidente fale de forma tão irresponsável sobre a democracia e as instituições no Brasil. Eventuais discordâncias de Dilma Rousseff com a decisão do Congresso de condená-la por crime de responsabilidade não lhe dão direito a tratar o País da forma vil como ela o tem tratado.  Ainda que imperfeita, a Lei da Ficha Limpa contribuiu para a moralidade das eleições no País, ao barrar candidatos que tenham sido condenados criminalmente em segunda instância. E o Poder Judiciário é independente, não mero instrumento de manobra do Poder Executivo, como dão a entender as palavras da ex-presidente. O que ela indevidamente aplica ao Brasil ocorre em países de seu especial agrado, como é o caso da Venezuela. No entanto, a respeito desse abuso Dilma sempre preferiu o silêncio.

Dilma ainda tratou de duas possíveis manobras para afastar Lula da Silva da Presidência da República: o parlamentarismo e o adiamento das eleições de 2018. A ex-presidente manifesta, assim, seu completo desconhecimento da realidade política e institucional do País. Ainda que seja plenamente legítimo, o parlamentarismo não é um assunto atual do Congresso. E a menção a suposto risco de adiamento das eleições é mais do que simples irresponsabilidade. Trata-se de uma acusação grave, sem qualquer prova ou indício, contra a democracia brasileira. 

Observe-se, a favor de Dilma, que ela não aventou a possibilidade da restauração da monarquia para manter Lula fora do poder. Por mais que Dilma Rousseff não goste, há lei e há instituições no Brasil. O panorama é bem diferente do que ela alardeou na Suíça. Já em relação ao retorno de Lula da Silva à Presidência da República, os obstáculos estão bem evidentes, dispensando os tremendos esforços mentais de Dilma Rousseff. O principal óbice é ela mesma, pelo estrago que causou ao País. E, em segundo lugar, o próprio Lula, com sua incapacidade de emendar-se.

 Fonte: Coluna do Augusto Nunes


domingo, 12 de março de 2017

A ex-presidente, a "escarrada" Dilma, prova que é ignorante em todos os idiomas

Depois do português e do espanhol, Dilma assassina o francês

Em Genebra, na Suiça, a ex-presidente reforçou a suspeita de que é ignorante em todos os idiomas

Vídeo mostra o festival de asneiras:


Aproveitando a postagem segue o Vídeo AS MELHORES GAFES DA DILMA