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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Caso surreal - Regime cubano convoca menina de três anos para depor no caso do pai preso político - Gazeta do Povo

Mundo - John Lucas    

 


 
O ditador de Cuba, Miguel Díaz-Canel, ao lado do ex-ditador Raúl Castro, durante comemoração do dia 1º de maio, em Havana| Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa

A ditadura de Cuba, liderada por Miguel Díaz-Canel, convocou uma menina de três anos de idade para depor no caso do seu pai, um preso político chamado Idael Naranjo, detido pelo regime e condenado a dez anos de prisão por ter participado dos protestos de 11 de julho de 2021, quando milhares de cubanos pediram por liberdade em várias cidades da ilha. A menina foi intimada oficialmente a comparecer a uma estação policial em Havana. A mãe dela, Yunisleydis Rillos Pao, relatou em entrevista ao site argentino Infobae o seu choque e indignação ao receber a intimação.  "Tenho a intimação em mãos, inicialmente pensei que fosse um erro. O que eles vão perguntar? O que ela deve falar, sendo uma criança?", disse.

Pao acrescentou que, caso a criança não compareça à estação policial, poderá ser multada e acusada de desobediência.  A intimação foi entregue à avó paterna da menina na manhã desta segunda-feira (7). 
A criança e sua avó devem comparecer à estação policial do Capri, em Havana, nesta terça-feira (8), às 14h30, no horário local. No entanto, Pao anunciou que não irá expor sua filha a essa experiência intimidadora. "A menina ficará na creche e eu irei em seu nome com minha mãe. Não vou submeter minha filha a isso", afirmou ela.

A ONG Prisoners Defenders, sediada em Madri, foi quem primeiro denunciou o caso, classificando-o como uma “tática de intimidação do regime cubano”. A organização questionou o motivo de se convocar e ameaçar uma criança de três anos, destacando que ela não consegue compreender os procedimentos legais. "Isso é repugnante. Já vimos coisas iguais ou piores. O regime de Cuba é extremamente repugnante. Em todos os aspectos, exala nojo e degradação", declarou a ONG, em comunicado divulgado nas redes sociais, onde marcou o perfil da Unicef.

“Tudo o que acontece em Cuba clama aos céus, e essas barbaridades são distópicas”, completou a organização.

Pao relatou na entrevista que ela mesma é frequentemente vigiada por agentes de segurança do regime cubano. Ela disse que conversa regularmente com Idael Naranjo, seu marido, mas todas as chamadas são gravadas pela polícia do regime. Ela acredita que a intimação da filha seja uma tentativa de amedrontar sua família, em retaliação à sua luta por liberdade.

John Lucas, jornalista - Coluna Gazeta do Povo - MUNDO

 

 

segunda-feira, 1 de maio de 2023

A capivara Filó e Anderson Torres - Rodrigo Constantino

VOZES - Gazeta do Povo

Sei que muita gente ficou comovida com o caso da capivara Filó, bicho de "estimação" de um influenciador que, até então, eu desconhecia totalmente. Também sei como funciona a natureza humana e compreendo esses casos que, por um acaso qualquer, ganham dimensão nacional e mobilizam milhões de pessoas em torno de uma causa. Condenar o Ibama e defender a permanência da capivara com o influenciador virou uma questão de honra para muitos.

Mas preciso confessar aqui: não estou nem um pouco preocupado com o destino dessa capivara. Não me joguem pedras! Adoro bichos, tenho cachorros e já tive gatos, sou incapaz de fazer maldade contra os animais. Mas um país que para para discutir o destino de uma capivara enquanto vive um estágio avançado de ditadura, com presos políticos e tudo, é uma nação fadada ao abismo. É preciso ter algum senso de prioridade!

Daniel Silveira, deputado que recebeu a graça do presidente Bolsonaro, segue preso pelo crime de opinião, inexistente no nosso código penal.  
Anderson Torres, que sequer estava no Brasil naquele fatídico e suspeito 8 de janeiro, continua preso há meses, definhando na prisão, deprimido, e sua família corre o risco de perder o sustento. [importante: não pode ser esquecido que Anderson Torres retornou ao Brasil de livre e espontânea vontade, portanto, mais um fatos que deve ser considerado,favorecendo  libertação.] 
O general "sombra" de Lula, que comandava o GSI, foi visto nas imagens dentro do local, ciceroneando os "terroristas", prestou depoimento e segue solto.
 
Torres é um preso político alvo da crueldade do ministro Alexandre de Moraes, cuja frieza é diretamente proporcional ao desprezo que sente pela Constituição.  
O ex-ministro de Bolsonaro corre risco de vida se for mantido no cárcere, num país que devolve até helicóptero para traficante
É um acinte, um absurdo, um descalabro e um escárnio para com quem defende um país mais sério e justo.
 
Nesse contexto, paralisar um país para debater o destino de uma capivara não faz o menor sentido, é de uma insensibilidade ímpar, coisa de quem não consegue calibrar mesmo as prioridades. 
O Brasil pode ter a censura estabelecida institucionalmente com esse PL relatado por um comunista, a desgraça do atual desgoverno começa a ficar evidente, e vamos ignorar tudo para discutir a capivara Filó?! Não contem comigo para esse circo...
 
Tenho lugar de fala: meu passaporte segue cancelado, minhas contas bancárias continuam congeladas e minhas redes sociais ainda estão sob censura, impedindo que mais de dois milhões de seguidores tenham acesso aos meus comentários nas redes sociais. 
Tudo isso porque... sei lá o motivo, pois não há qualquer crime sequer mencionado contra mim!  
Então não esperem que eu considere normal o país que está virando uma Venezuela a olhos vistos fique preso num embate sobre o que fazer com uma capivara!
 
Por mim, a capivara pode virar churrasco! Não ligo mesmo! E, aliás, recomendo um sobrevoo pelo clube Itanhangá, na Barra, para se ter noção de quantas "Filós" tem por lá: são centenas! 
 Só tomem cuidado, pois capivara é um depósito de carrapatos. 
Não confundam o bicho com um Lulu da Pomerânia, fica a dica...
 
Às vezes acordo com aquela sensação de pouca esperança no futuro do nosso país, e me esforço muito para não deixar esse sentimento tomar conta de mim.  
Mas admito ter dificuldades de vez em quando. 
E, na ocasião de uma nação inteira ficar mergulhada no assunto "o destino da capivara do influenciador", confesso quase perder as esperanças. É desanimador...


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 15 de outubro de 2022

Lula e o fotoshop eleitoral - Percival Puggina

Stalin antecipou a criação do “photoshop’ manipulando imagens incluindo ou excluindo delas parceiros e adversários para reconstruir a história. 
Nesta eleição brasileira, está em curso a criação de um Lula inocente, incorruptível, digno e probo, que só anda com as melhores companhias da cena política nacional e internacional. 
Na campanha eleitoral, seus advogados trabalham com a finalidade de que seu passado só seja invocado para receber elogios.
 
Tudo se passa como se Lula não fosse, junto com Fidel Castro, fundador do Foro de São Paulo, nem companhia frequente dos ditadores da Venezuela e da Nicarágua
Sempre que líderes petistas são interpelados sobre a natureza colaborativa e amistosa dessas relações respondem uníssonos que preservam a autonomia dos povos, mistificação que não guarda relação com a importância da pergunta.   
Contudo, ainda que os apoios e as manifestações de apreço não existissem, o silêncio seria um silêncio a gritar ante as consciências bem formadas.  Contudo, ainda que os apoios e as manifestações de apreço não existissem, o silêncio  gritaria ante as consciências bem formadas. Um silêncio ouvido pelos que tivessem ouvidos de ouvir.
 
Em 23 de fevereiro de 2010, horas antes de Lula chegar a Cuba para uma visita ao amigo ditador Fidel, morreu o preso político Orlando Zapata Tamayo após 85 dias de greve de fome.  
A prolongada greve e a morte de um preso condenado a 36 anos (!) por falta de respeito, desordem pública, resistência e desobediência, repercutiu imensamente. E sobre isso caiu o silêncio de Lula. Fidel, em artigo para o Granma, após o retorno de Lula ao Brasil, elogiou-o por esse silêncio.
 
Depois de proibir menções à relação de Lula com ditadores, referências ao mensalão durante seu governo, o TSE impôs nova restrição à campanha de Bolsonaro. Agora está proibida de chamar Lula de ladrão.  
Fatos comprovados por três instâncias do Poder Judiciário e que valeram ao ex-presidente condenação a mais de 12 anos de prisão saem do mundo real e vão para o mundo etéreo de estranhas e criativas decisões judiciais. 
Por ali permanecem, produzindo efeitos práticos e imediatos, mesmo que ministros do STF reconheçam que os crimes aconteceram.

Em sua decisão, o ministro Sanseverino afirma (Jornal da Cidade Online, de 13/10): “Verifica-se que, como alegado, a campanha eleitoral impugnada é ilícita, pois atribui ao candidato a conduta de ‘corrupto’ e “ladrão’, não observando a legislação eleitoral regente e a regra de tratamento fundamentada na garantia constitucional da presunção de inocência ou não culpabilidade”. Dá-me forças Senhor!

Em 10 de junho, Uol Notícias (Folha) noticiou: “O ministro Luiz Fux, presidente do STF disse hoje que as decisões judiciais que anularam processos da Lava Jato foram tomadas por "questões formais". Por outro lado, o magistrado, que participou de um evento em homenagem aos 75 anos do Tribunal de Contas do Pará, também defendeu que “ninguém pode esquecer que houve corrupção no Brasil.”

Pode sim, ministro Fux. Pode sim. Aliás, nem sei qual é o assunto, mesmo.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

O verdadeiro problema

Lula não é Mandela, embora muitos, no Brasil e no exterior, alimentem essa lenda, por desconhecimento ou má-fé política

O maior problema para o PT não é não ter conseguido formar a tal “frente democrática”; pode até ser que consiga, mas o tempo está curto, e os fatos estão atropelando a estratégia.  O maior problema é não entender que, mesmo se Fernando Henrique, Ciro Gomes, Marina, Joaquim Barbosa e outros que tais cerrassem fileiras em torno de Haddad, provavelmente nada aconteceria, pois os eleitores já foram para onde queriam ir, independentemente da cúpula de seus partidos.

Gestos dramáticos como uma união suprapartidária, ou os eternos abaixo-assinados com milhares de assinaturas de intelectuais, juízes, artistas, professores, simplesmente atingem os convertidos, não mudam o voto de ninguém. [aquele manifesto de 'personalidades' publicado antes do primeiro turno, deve ter gerado para Bolsonaro algo em torno de 1.000.000 de votos.
Afinal as 'personalidades' daquele manifesto estão mais para ex-alguma coisa e  todas rumo ao ostracismo, onde já se encontra mais da metade delas.] E, se juntarem todos esses, é capaz de prejudicar mais ainda a candidatura de Haddad, seria música para os ouvidos de Bolsonaro.

Dirá que são todos farinha do mesmo saco, que a social-democracia levou o país para o buraco, que PT e PSDB sempre estiveram juntos, mesmo quando brigavam. É isso que a grande maioria de seus eleitores pensa, e a união de todos esses contra Bolsonaro só confirmará que é ele o candidato antissistema, que a maioria dos eleitores quer desmontar, mesmo que o que seja colocado no lugar seja uma incógnita, com altos riscos.

Preferem um possível erro novo do que insistir no erro velho, que detectaram muito antes das pesquisas eleitorais. Assim aconteceu com Lula em 2002. Desde 2013 esse sentimento estava latente nas classes média e alta, e se espalhou para as classes populares devido à eclosão da violência e da falta de serviços públicos que atendam razoavelmente às necessidades do dia a dia do cidadão comum. E à controvérsia de valores morais, identificada por muitos como uma marca esquerdista.

Os políticos tradicionais que foram soterrados pela avalanche de votos que está elegendo Bolsonaro não entenderam nada, e insistiram, como insistem, na velha campanha política que foi atropelada pelas novas mídias, pela difusão de fake news, e também de notícias verdadeiras nos grupos de WhatsApp, no contato direto do candidato com os eleitores através dos lives no Facebook, das fotos e mensagens no Instagram.  Os que decretaram a morte da televisão na campanha eleitoral estão tendo uma surpresa com os programas dos dois candidatos no horário eleitoral gratuito. Ambos levam para as telinhas o ambiente polêmico da internet, ganhando uma nova dimensão de noticiário. Os partidos que, como o PSDB e o PT, se mantiveram no velho esquema político de apelar para teses abstratas em vez de cuidar dos problemas que afligem o cotidiano do cidadão perderam tempo e dinheiro.

O PT ainda se salvou no primeiro turno e deve sair com um contingente de cerca de 40% do eleitorado, [quarenta por cento do seu eleitorado e que deve, se muito, tomando como base o resultado do primeiro turno (se espera que o PT se iguale ao Alckmin que conseguiu, em uma eleição presidencial passada, o feito de  ter menos votos no segundo turno do que no primeiro) ficar em torno de 10.000.000 de votos]  o que é uma boa base para recomeçar na oposição. Mas tem que se lembrar de que nas últimas quatro eleições o PSDB também saiu da disputa presidencial com cerca de 40% de votos, mais ainda em 2014, e não soube aproveitar essa base para alavancar uma necessária atualização de métodos e hábitos políticos arraigados nos partidos.

É por isso que o PT não deve ter forças para reverter o resultado do segundo turno em política nunca se sabe, mas tudo indica que a fatura está liquidada. O PT neste segundo turno manteve-se fiel a suas práticas antigas, acreditando que a “luta política” se resolveria nas velhas alianças e nas “frentes democráticas”. Teve uma sobrevida melhor que os outros partidos devido à presença de Lula no imaginário popular, mas essa narrativa épica parece estar chegando ao fim, só combina com um verdadeiro preso político, não com um político preso por corrupção e lavagem de dinheiro.

Lula não é Mandela, embora muitos, no Brasil, e, principalmente, no exterior, alimentem essa lenda, por desconhecimento ou má-fé política. Ingenuidade, talvez. A possibilidade cada vez maior de que um candidato como Bolsonaro chegue ao poder não é razão para que votar no candidato do PT vire uma obrigação moral, mesmo porque o PT não representa uma opção moral superior.
À alternativa de escolher o “menos ruim”, há a opção de anular o voto, votar em branco, ou simplesmente se abster, para os que consideram ambos indignos de seu voto. Decisão política tão expressiva e respeitável quanto outra qualquer.

Merval Pereira - O Globo

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Lula pede para ficar preso

Deixar de ser candidato, jamais!

Onde se lê coisas do tipo: “Lula retira pedido de soltura no STF para impedir discussão sobre elegibilidade”. Ou: “Com medo de ter candidatura impugnada, Lula desiste de pedido de liberdade”. Ou ainda: “Temendo inelegibilidade, Lula retira recurso do STF”. Leia-se simplesmente: Lula prefere ficar a preso a ter sua candidatura barrada pela Justiça. Pois foi isso o que se tratou.

Em junho último, a defesa de Lula entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal pedindo que ele fosse solto e autorizado a disputar as eleições de outubro próximo. Agora desistiu do recurso com medo de que o Supremo declarasse desde já que ele não poderá ser candidato. Em resumo: a tirar a fantasia de candidato a presidente, Lula escolheu manter a fantasia de preso político.  O pedido de desistência do recurso será examinado pela ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no tribunal. Ele poderá aceitá-lo, negá-lo ou submetê-lo ao julgamento dos seus colegas em plenário. Está chegando a hora da Justiça decidir o futuro de Lula. E a Lula só interessa atrasar o relógio. Desistiu há muito tempo do papel de mediador de conflitos. Quer mais é agravá-los.

Blog do Noblat - Veja

sábado, 4 de agosto de 2018

Conto do vigário

Lula está na cadeia porque não poderia, muito simplesmente, estar em nenhum outro lugar


Está sendo feita hoje no Brasil o que talvez seja a maior campanha pela ilegalidade já tentada neste país desde que os acionistas majoritários da vida pública nacional resolveram, há uns 30 anos, que isso aqui deveria ficar com cara de lugar sério.


Fizeram uma Constituição com 250 artigos e mais de 100 emendas [o que sepultou qualquer esperança de que queriam fazer algo sério] sendo que boa parte dessa maçaroca não foi regulamentada até hoje, de maneira que não dá para saber direito o que vale e o que não vale. Escreveram mais leis do que qualquer outro país do planeta. 

Criaram uma espécie de Espírito Santo chamado “instituições”, ente invisível que flutua em cima de tudo e de todos, embora muito pouca gente saiba realmente o que vem a ser isso. O tempo e os fatos mostraram que esse esforço para montar um Brasil civilizado se transformou numa piada ─ na verdade, a democracia moderna que se pretendia criar foi sendo desmanchada, na prática, a cada artigo da Constituição que ia sendo escrito. A ofensiva, agora, é para desmontar de vez o princípio básico segundo o qual a lei tem de ser obedecida por todos. É isso, e apenas isso, que quer dizer a campanha para soltar o ex-presidente Lula da cadeia, achar um jeito para ele concorrer à próxima eleição presidencial e garantir que volte ao Palácio do Planalto.

Trata-se de um conto do vigário de tamanho inédito, a começar pela ambição da mentira contada ao público. Nada do que o sistema de apoio a Lula pretende, e que a mídia divulga diariamente como a coisa mais normal do mundo, pode ser feito sem desrespeitar a lei. É como se alguém quisesse participar de um concurso popular para ser escolhido imperador vitalício do Brasil, ou algo parecido ─ não dá para fazer uma coisa dessas, não é mesmo? Mas é este o tema número 1 do debate político do momento. 

Lula, como se sabe, está no xadrez, condenado a doze anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Recebeu sua sentença de condenação na 13ª. Vara Criminal da Justiça Federal em Curitiba, no dia 12 de julho de 2017, e de acordo com a lei, recorreu em liberdade da decisão. Essa sentença foi confirmada e aumentada seis meses depois, em 24 de janeiro de 2018, por unanimidade de votos, por três desembargadores do TRF-4 de Porto Alegre, o tribunal superior encarregado de julgar o caso. No último dia 7 de abril, enfim, não havendo mais nada a se fazer, Lula foi preso. Ao longo dessa história, seus advogados entraram com mais de 70 recursos; não dá para dizer, em nenhum momento, que qualquer dos direitos do réu para se defender foi violado.

O ex-presidente está na cadeia porque não poderia, muito simplesmente, estar em nenhum outro lugar é para lá que a lei penal manda os criminosos depois de condenados em segunda instância. Fazer o quê? Muita gente pode achar que a sentença foi injusta, assim como há muita gente achando que foi justíssima. Mas achar uma coisa ou a outra não muda nada. Só a Justiça, e ninguém mais, tem autorização para resolver, no fim de todas as contas, se alguém é culpado ou não.  Em algum momento, mais cedo ou mais tarde, o sistema judiciário precisa dizer se as provas apresentadas contra o réu são válidas ou não; se forem consideradas válidas, o sujeito vai para a penitenciária. Isso não depende da opinião de quem gosta de Lula ou de quem não gosta. É a lei que decide ─ e ela é igual para todos. Ou se faz assim ou ninguém é condenado nunca, porque os advogados vão continuar dizendo até o fim da vida que seus clientes não fizeram nada de errado. Muito bem: só que Lula e os seus fiéis não aceitam isso. Obviamente, um indivíduo que está preso não pode, ao mesmo tempo, ser presidente da República. A saída da esquerda, então, tem sido manter de pé uma fake news monumental ─ Lula é um “preso político” que tem de ser solto para candidatar-se à Presidência, ganhar a eleição e recomeçar os seus “programas sociais” em favor dos pobres. 

Além do mais, “todas as pesquisas” dizem que o presidente tem de ser ele. Onde já se viu uma bobagenzinha como a aplicação da lei penal, mais a Lei da Ficha Suja, ficarem atrapalhando tamanho portento? É essa novena que vem sendo pregada todos os dias pelo Brasil pró-Lula ─ artistas, “intelectuais”, “celebridades”, a maior parte da mídia, a Rede Globo, os empreiteiros de obras, os fornecedores de lixo enferrujado para a Petrobras e todos os que estão impacientes para voltarem a roubar em paz. Não há nem sequer uma sombra de presença do povo brasileiro, não do povo de verdade, em nada disso aí. É pura sabotagem contra o que ainda sobra de nossa escassa legalidade.

J R Guzzo - Publicado na edição impressa de VEJA

 


sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Preso, Lula exercerá influência sobre capítulos finais da eleição

Petista reconfigura disputa na esquerda e explora indefinição sobre candidatura


Fora da eleição, Lula exerce a distância sua força gravitacional. Nas últimas semanas, o ex-presidente agiu como negociador político e reconfigurou os termos da competição na esquerda. Nos próximos 65 dias, o petista vai explorar as incertezas de sua candidatura para se manter no centro do debate.  Parte da campanha deste ano ainda gira em torno de uma indefinição que desorienta cerca de 30% dos brasileiros e provoca a repulsa de outros 36%. As interrogações propositadamente mantidas ao redor de Lula provocam tempestades nos campos de seus adversários e numa fatia significativa do eleitorado.[engano total: logo que o TSE decidir o óbvio: que Lula, preso, condenado por sentença confirmada por vários colegiados, não pode ser candidato, a influência que Lula ainda exerce sobre alguns gatos pingados, se acaba.
Até as visitas ao condenado Lula cessarão. Fiquem certos que a decisão do TSE será amplamente divulgada e mesmo os mais broncos devotos dos condenados saberão que Lula acabou.]

Na semana que vem, o Supremo deve julgar um pedido de liberdade do ex-presidente. A inclusão do caso na pauta é suficiente para mobilizar eleitores e candidatos. Ainda que o petista sofra um revés, o PT buscará reforçar a narrativa de perseguição judicial a seu candidato. [até mesmo os petistas, ignorantes por deficiência genética, sabem, em sua maioria, que Lula não é preso político e sim um criminoso comum;
o discurso de 'perseguido político' foi lançado igual massa de reboco na parede: 'se colar, colou', só que não colou.]  A esse episódio, sucederá a batalha sabidamente perdida sobre o registro da candidatura de Lula, no dia 15. A Justiça Eleitoral articula o veto à inscrição do ex-presidente no fim do mês, o que deve prolongar por ao menos duas semanas essa falsa dúvida na disputa.

Na prática, Lula obriga a corrida presidencial a aguardar suas orientações. O posicionamento do tabuleiro só estará completo quando o petista ungir o sucessor para o qual espera transferir sua popularidade —o que pode ocorrer oficialmente apenas a 20 dias da eleição.  A participação virtual de Lula afeta a disputa à esquerda e à direita. Da cadeia, o ex-presidente trabalhou para bloquear alianças e isolar Ciro Gomes (PDT), que pretendia ser uma alternativa nesse campo. No polo oposto, cada passo do petista provoca uma onda antipetista na guerra particular de Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB).  O papel de Lula na eleição será consideravelmente menor do que seu peso como candidato de fato, mas não se pode ignorar que os próximos capítulos dependem, em boa medida, de sua candidatura fantasma. [Alckmin é fraco demais para enfrentar Bolsonaro;
a única possibilidade de Alckmin ganhar alguma coisa, seria a existência de uma fórmula que permitisse que ele e Bolsonaro governassem, cabendo a Alckmin decidir sobre os aspectos econômicos - na área economica o ex-governador transmite mais confiança que o deputado.
Só que essa fórmula não pode ser aplicada.]

Bruno Boghossian - Folha de S. Paulo 

 

quinta-feira, 19 de abril de 2018

PGR abre investigação sobre vídeo de Gleisi para TV Al Jazeera


Vídeo da ré e senadora, Gleis Hoffmann, que também preside o PT, tentando trazer terrorismo para o Brasil

A Procuradoria-Geral da República instaurou procedimento preliminar para analisar a possibilidade de abrir inquérito sobre um vídeo gravado pela presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), para a TV Al Jazeera, segundo a colunista Andreza Matais, do Estadão.

Na gravação, ela diz que o ex-presidente Lula é um preso político e acusa a Justiça brasileira. “Lula foi condenado por juízes parciais num processo ilegal. Não há nenhuma prova de culpa, apenas acusações falsas”, afirma. A petista termina convocando “todos e todas [do mundo árabe] a se juntarem na luta” para libertar Lula.

Saber mais, clique aqui

IstoÉ 

 

quinta-feira, 8 de março de 2018

Não há como Lula ser preso político. No Dia da Mulher, Cármen deveria provar que é mulher o bastante para não temer alaridos

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou um vídeo, que circula na Internet, em que associa a sua condição, caso vá para a cadeia, à de um preso político. É claro que ele está forçando a mão e fazendo proselitismo político. Isso não quer dizer que as coisas que lhe digam respeito nesse processo do tríplex de Guarujá sigam os padrões mais ortodoxos da Justiça.
Afirma o petista:
“Se não provarem um real na minha conta, um dólar na minha conta, uma telha na minha conta que não seja minha, terei que ser considerado um preso político”.

Lula dá, vamos dizer assim, uma sintetizada para os mais simples de alma. Um governante não comete ilicitudes ou crimes apenas quando enche as burras de dinheiro. Ocorre que, no caso do tríplex de Guarujá, os senhores procuradores e os juízes que se pronunciaram sobre o assunto foram muito precisos ao sustentar que o imóvel lhe pertence, que é fruto de propina (por isso a condenação por corrupção passiva) e que o petista deu um jeito de ocultar a posse (por isso a condenação por lavagem de dinheiro).
Qualquer especialista em direito ou alfabetizado na área que leia os autos chegará à conclusão de que as provas não estão lá. Mais: a sentença de condenação não guarda intimidade com a denúncia, o que é reconhecido, ainda que por via oblíqua, pelo próprio Ministério Público Federal. [duas instâncias do Poder Judiciário, uma representada por um juiz singular e outra por um colegiado, encontraram no processos fatos que transmitem o convencimento - o convencimento do juiz, no caso, juízes, é essencial para a condenação ou absolvição - de ser o ex-presidente Lula autor dos crimes pelos quais recebeu a justa condenação.
Não cabe mais o que discutir - tanto que as instância superiores, caso acolham algum recurso do condenado Lula, não examinarão mais os fatos tipificados como crimes e sim detalhes processuais.]
 
É evidente que, se for para a cadeia, Lula não será um preso político, mas um “político preso”, como reza o trocadilho que já é um clichê. A razão é simples: o Brasil não é uma ditadura como a cubana, por exemplo, ou venezuelana, pelas quais seu partido demonstra grande simpatia. Vigora por aqui uma democracia, ainda que, no momento, esteja sendo assaltada institucionalmente por aquilo que chamo “Partido da Polícia”.

O fato de Lula exagerar não nos deve impedir, no entanto, de apontar, quando menos, algumas anomalias. Seu recurso no TRF-4 teve, como é sabido, uma tramitação excepcionalmente célere. A sessão que negou o recurso esteve mais para um coro a três vocês do que propriamente para um juízo criterioso. Ao não haver nenhuma divergência entre os três desembargadores da turma, nem mesmo quanto à duração da pena, parece ter havido um esforço para tirar do ex-presidente a chance dos embargos infringentes.

Notícia publicada pelo Globo dá conta de que o mesmo tribunal pode entregar até o fim deste mês a resposta aos embargos de declaração, também em excepcional velocidade.
Mas que se vá além. Na turma do STJ, Lula obteve unanimidade contra a sua pretensão de um habeas corpus preventivo. Mais de um ministro lembrou que o caso, afinal, está no STF. E está de dois modos: Cármen Lúcia, a presidente da Casa, tem de pautar uma Ação Declaratória de Constitucionalidade, que definirá, afinal, o mérito sobre a execução da pena depois da condenação em segunda instância, aí com efeito vinculante. [a ministra Cármen Lúcia não está obrigada a pautar em prazo que convenha aos interesses do condenado Lula - a data de uma possível pauta é competência exclusiva da atual presidente do STF.
Pode pautar para semana que vem ou deixar em aberto.] E tem de se lembrar também que Fachin remeteu para o pleno o outro habeas corpus preventivo.

Cármen, até agora, faz de conta que o assunto não é com ela. Mas é. Obviamente, o mais responsável é pautar o tema antes que o TRF-4 despache os embargos de declaração, o que levará à posterior e imediata prisão de Lula. Ocorre que o Supremo pode mudar essa escrita, a depender do resultado da votação da ADC, e, nesse caso, ele deixará a cadeia. Ao menos até o julgamento do caso pelo STJ, em última instância.

Lula não será um preso político. Mas há entes da Justiça fazendo um esforço danado para lhe dispensar um tratamento de exceção. [o condenado Lula pode bradar aos quatro ventos que é unanimidade judiciária nacional: do juiz Sérgio Moro, passando pelo TRF-4, STJ e quiçá o Supremo, tudo que diz respeito à condenação do Lula é tratado de forma célere.] Cármen Lúcia deveria aproveitar o Dia Internacional da Mulher para evidenciar que é mulher o suficiente para não temer alaridos, pondo para votar o que tem de ser votado.

Blog do Reinaldo Azevedo 

LEIA TAMBÉM: Defesa de Temer desmoraliza acusação de Barroso sobre vazamento com evidência inquestionável. Cadê o pedido de desculpa?
 

 

segunda-feira, 7 de março de 2016

Os males que Lula faz

A condução coercitiva do ex-presidente Lula, para depor sobre sua participação no Petrolão, é a prova definitiva de que o edifício institucional e democrático do Brasil resistirá a essa gigantesca onda de fisiologismo, corrupção e imoralidade que tomou o Congresso, o Executivo e parte substancial do empresariado desde que o PT chegou ao poder. As autoridades do Judiciário não se deixaram intimidar pela salivação da matilha lulopetista, que passou os últimos meses a desafiar o juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e os procuradores da Lava Jato a cometerem a ousadia de tocar em seu dono, elevado à categoria de santo.


As evidências contra Lula são tantas e suas explicações, tão ofensivas à inteligência alheia, que os agentes da lei estariam prevaricando se não tivessem tomado nenhuma providência contra o chefão petista. Pode-se dizer até que demorou demais, pois já está claro, desde os tempos do mensalão, que Lula não apenas sempre soube da corrupção que devastou a administração pública sob os governos do PT, como a corrupção em si mesma acabou por se tornar um método, cujo mentor não pode ser outro senão o ex-líder sindical que ascendeu usando a máscara de herói da ética na política.

Essa máscara finalmente lhe foi arrancada. Conduzido a depor sob escolta policial, Lula teve de prestar contas de seu enriquecimento em meio a suspeitas cada vez mais fortes de que se aproveitou pessoalmente do esquema que assaltou a Petrobras. Durante quase quatro horas, ele teve de responder a questões envolvendo os favores que recebeu de seus grandes amigos empreiteiros, todos mergulhados até o pescoço na Lava Jato.

Qualquer cidadão sobre quem pairassem suspeitas desse tipo teria sido igualmente obrigado a dar esclarecimentos à polícia. Assim funciona o Estado de Direito, no qual ninguém está acima da lei. Mas Lula, para o PT, não é “qualquer cidadão”. É o “maior líder popular da história do Brasil”, como seus cupinchas dizem e repetem há anos, desses que, vez ou outra, podem transgredir a lei. Ora, é a lei que nos torna iguais. Mas, para os petistas, Lula se tornou “preso político”, e forçá-lo a depor caracteriza um “golpe”, contra o qual só é possível responder por meio da truculência. “Agora, é rua e guerra”, anunciou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) [conhecido no submundo do crime e no mundo de transporte de valores pelo vulgo 'capitão cueca'] aquele que não gosta que se fale de transporte de valores em sua presença. Foi esse o tom adotado pelo PT.

Lula reiterou, de maneira irresponsável e truculenta, o seu desrespeito habitual à democracia e às instituições, às quais praticamente declarou guerra, convocando a militância lulopetista para defendê-lo nas ruas. Mas o seu julgamento pelas ruas virá depois. Primeiro, terá de se haver com as leis do país e com quem as faz valer. E aí a conversa não admite valentia de botequim.

Diante do chamamento à desordem e à indisciplina cívica feito por Lula, das autoridades judiciais e dos líderes políticos exige-se energia, mas também serenidade e responsabilidade para isolar aqueles que não têm nenhum compromisso com o diálogo e com o respeito às instituições. É a estabilidade do Brasil que está em jogo.  Essa grave crise, na qual as fantasias criadas em torno do grande projeto revolucionário petista e de seu líder messiânico se desfazem de forma dramática, leva à reflexão de como o país chegou a esse ponto. Deve-se perguntar como o Brasil se deixou seduzir por esses prestidigitadores que, em quatro eleições presidenciais desde 2002, convenceram os eleitores de que bastava o desejo de Lula para que se fizesse a justiça social e o país se transformasse, por milagre, num paraíso de riqueza e felicidade.

Lula et caterva chegaram ao poder porque alguém os colocou lá. O monumental desastre do lulopetismo é um pesadelo que o Brasil escolheu ter, nas urnas, mesmo diante das evidências de corrupção e de incompetência.

Na hora de decidir os rumos da política, os brasileiros precisam considerar que impulsos e entusiasmos momentâneos frequentemente se transformam em ônus insuportáveis, pouco tempo depois. Cada escolha deve ser, portanto, medida e pesada responsavelmente. Do contrário, o País estará condenado à ruína crônica e à irrelevância, como uma república bananeira que, embora riquíssima, definha e se deixa devorar pelos corruptos e pelos ineptos. Lula é o exemplo vivo – muito vivo – dos males que podem advir a uma nação despreocupada.

Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo

 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Bolívia colocou Lula e o Brasil de 'quatro' - Venezuela de Maduro coloca Dilma de quatro e monta

Governo da Venezuela debocha de ataque a senadores brasileiros

'Se os senadores estão aqui, é porque não têm muito trabalho por lá [no Brasil]', escreveu o vice-presidente venezuelano à Lilian Tintori, mulher do preso político Leopoldo López

O vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza, debochou nesta quinta-feira da viagem dos senadores brasileiros à Caracas para visitar os presos políticos. Segundo jornal Folha de S. Paulo, Arreaza enviou uma mensagem irônica ao celular de Lilian Tintori, mulher do político oposicionista preso Leopoldo López. "Se os senadores estão aqui, é porque não têm muito trabalho por lá [no Brasil]. Assim, umas horas a mais ou a menos, dá no mesmo", diz o texto enviado a Lilian, que acompanhava a comitiva brasileira e estava presa no trânsito, impedida de chegar à prisão militar de Ramo Verde.

O texto debochado só reforça a percepção de que o bloqueio da estrada foi, como suspeitam os senadores e a ex-deputada opositora venezuelana Maria Corina Machado, iniciativa do governo. "Se alguma dúvida ainda existia em relação à escalada autoritária da Venezuela, nós voltamos de lá sem dúvida alguma", declarou o senador Aécio Neves (PSDB). Além do tucano, o grupo era formado pelos senadores Aloysio Nunes (PSDB), Ronaldo Caiado (DEM), Cássio Cunha Lima (PSDB), José Medeiros (PPS), Agripino Maia (DEM), Ricardo Ferraço (PMDB) e Sérgio Petecão (PSD).

Bloqueios e protestos - Na primeira tentativa de chegar à prisão, o veículo em que viajavam os políticos brasileiros ficou preso no trânsito engarrafado devido, segundo a versão das autoridades, a "obras de manutenção" que o governo venezuelano resolveu fazer justamente nesta quinta. Manifestantes chavistas aproveitaram a oportunidade para cercar o micro-ônibus e intimidar os senadores entoando gritos de guerra como "Chávez não morreu, se multiplicou" e "Fora, fora". Segundo Caiado e Ferraço, o veículo foi apedrejado por partidários do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Quando finalmente conseguiram retornar ao aeroporto, os políticos foram impedidos de entrar no local onde estava o avião da FAB que os aguardava porque o terminal havia sido fechado.

Os senadores tentaram por uma segunda vez ir até o presídio, mas o túnel de acesso na estrada continuava fechado. As autoridades justificaram o bloqueio dizendo que a passagem estava sendo "lavada", disse Aloysio Nunes. "Esse episódio vai gerar profundos desdobramentos na relação Brasil e Venezuela", declarou Caiado. Em vista dos incidentes, a Câmara aprovou uma moção de repúdio contra os protestos que bloquearam a passagem da delegação brasileira.[senador Ronaldo Caiado não decepcione seus possíveis eleitores em uma futura eleição presidencial; até as pedras sabem que foi tudo feito em comum acordo entre Dilma, Maduro e o estrupício do futuro presidiário, ou futuro presidente da República, Lula da Silva - a desvalorização da presidência da República de 2003 para cá justifica que sejam apresentadas duas alternativas.]

Em nota, o governo brasileiro lamentou os incidentes que impediram a visita dos senadores de oposição aos presos políticos venezuelanos e classificou de "inaceitáveis atos hostis" os protestos que bloquearam o avanço do micro-ônibus da comitiva. A nota emitida pelo ministério das Relações Exteriores afirma que Brasília solicitará explicações do presidente Maduro.

Fonte: Revista VEJA