Noção de Estado nacional era inexistente no Oriente Médio até a Primeira Guerra Mundial e fragmentou região multirreligiosa
Guga Chacra, colunista - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Guga Chacra, colunista - O Globo
A defesa do genocídio em Gaza se baseia, para a maioria dos brasileiros (e ocidentais), em duas coisas: na redução da linha temporal e na ênfase exclusiva sobre o barbarismo como Mal absoluto. Comecemos pela primeira.
No calor do momento, faz perfeito sentido o mundo se deter na abjeção do crime cometido pelo Hamas e na solidariedade aos judeus que perderam familiares e amigos (ou que têm familiares e amigos em Israel). Na medida em que se inicia uma guerra, porém, é obrigação de qualquer cidadão politicamente engajado tentar entender o que aconteceu. O inglês Carl Benjamin, youtuber e político defensor do Brexit, revelou notável poder de síntese na seguinte frase: "O apoio a Israel não é tão inequívoco [como pretendem as lideranças ocidentais] por causa do poder que ele exerce sobre a Palestina, e isso complica enormemente a equação moral."
Não sei vocês, mas faz anos que estou cansada dessa competição para ver quem chama mais o outro de nazista. Esse ethos histérico da esquerda identitária foi replicado com tudo pela nova direita
A palavra é certeira: arrogância. Porque, como informava o jornal, Netanyahu, na reunião do seu partido (o Likud, ou Consolidação), defendia o financiamento do Hamas. Cito a matéria, que ouviu uma fonte interna: "o primeiro ministro também disse que 'quem quer seja contra um Estado palestino tem que ser a favor' de transferir os fundos para Gaza, porque estabelecer uma separação entre a Autoridade Palestina no Banco Ocidental e o Hamas em Gaza ajuda a impedir o estabelecimento de um Estado palestino."
Vejam bem, isso tudo é opinião publicada em Israel. Se for recuar mais no tempo e meter a mão em vespeiro, dá pra encontrarmos, no Wall Street Journal, agente aposentado de Israel botando a boca no trombone e dizendo que o Hamas é uma invenção de Israel, um erro do qual ele se arrepende. Quem voltou ao assunto recentemente foi o veículo do Green Greenwald, judeu étnico, nesta matéria.
Agora vamos ao segundo ponto. Se assumirmos que mortes sanguinolentas são moralmente piores do que quaisquer outros tipos de mortes, caímos naquele velho conto, frustrado pelo século XX, de que o progresso técnico leva ao progresso moral. Ora, como se sabe, o século XX demoliu essa crença justo por ter mostrado como é possível um país muito avançado (tecnologicamente) usar a sua bela infraestrutura para criar assépticas fábricas de morte, que faziam suas vítimas saírem em pó pela chaminé. Se acreditarmos que bárbaros ensopados de sangue são a pior coisa do mundo, então os campos de Auschwitz ficam para trás.
Lembra-me a reflexão de Bernanos em A França contra os robôs durante a II Guerra: "O que me faz desesperar do futuro é justamente o fato de que o esquartejamento, o esfolamento, a dilaceração de milhares de inocentes seja uma tarefa que um gentleman possa levar a efeito sem sujar os punhos da camisa, e nem mesmo a imaginação. Se o companheiro de Pizarro estripasse uma única mulher grávida, mesmo sendo ela uma índia, é provável que ela viesse a reaparecer desagradavelmente em sonhos. Já o gentleman não viu nada, não ouviu nada, não tocou em nada — foi a máquina que fez tudo; a consciência do gentleman está em ordem, sua memória apenas se enriqueceu com algumas lembranças esportivas, com as quais ele deleitará, na hora de dormir, 'a mulher da sua vida', ou aquela com quem ele engana 'a mulher da sua vida'."
Se acreditarmos que bárbaros ensopados de sangue são a pior coisa do mundo, então os campos de Auschwitz ficam para trás
Durante a II Guerra, Bernanos não tinha como saber dos campos de extermínio nazistas; mas, pela sua experiência na I Guerra, já sabia de como era diferente matar a sangue frio e bombardear. Bombardeio mata muito mais; ainda assim, o burguês tão criticado em seus livros acha muito civilizado atirar bomba na cabeça dos outros, sem saber direito quem está matando.
E se o Holocausto foi o exemplo escolhido para marcar a catástrofe humanitária da II Guerra (sem dúvida muito mais traumático porque foi uma catástrofe europeia intestina), os acontecimentos do Japão não ficam atrás. No entanto, se a mera negação do Holocausto é crime em muitos países ocidentais, a justificação do bombardeio atômico de Hiroxima e Nagasáqui é encontradiça por todo o Ocidente.
Vá lá que aceitássemos que o Japão Imperial não seria detido sem uma medida drástica e criminosa: o que explica uma segunda bomba? (Para não dizer que não encontrei nenhuma explicação para a segunda bomba, ouvi uma tão plausível quanto infame: experimento científico. As duas bombas eram de tecnologias diferentes.)
Volto a Bernanos: "admito que esse ditado: 'Existem coisas que não se fazem', embora aparentemente inspirado pela Moral, tenha um significado muito menos respeitável: este, por exemplo — 'Existem abominações que não me sinto capaz de fazer.' Mas não se apressem em tirar conclusões tranquilizadoras demais. Os bandos de soldados da Guerra dos Cem Anos ou, pior, os companheiros de Pizarro, eram seguramente bestas-feras. Para o soldado, a hora da pilhagem era, naqueles tempos, hora privilegiada em que 'todas as coisas são permitidas'. Quando todas as coisas são permitidas, não é necessariamente verdadeiro que elas sejam todas possíveis. Se vocês perguntassem a um companheiro de Pizarro, ou ao próprio Pizarro, se ele se sentia capaz de degolar dez criancinhas, ele talvez respondesse com uma afirmativa. Mas vinte? Cem? Na impossibilidade de enternecer o coração deles, essa carnificina lhes teria provavelmente revoltado o estômago; eles acabariam por vomitar em suas mãos vermelhas. Esse vômito mais ou menos tardio teria assinalado, para eles, o limite da crueldade que não se poderia ultrapassar, sob pena de vir a ser um monstro irresponsável, um louco. Qualquer um, atualmente, do alto dos ares, pode liquidar com o máximo conforto, em vinte minutos, milhares de criancinhas, e só sentirá náusea em caso de mau tempo e se por infelicidade for sujeito a enjoos em aviões..."
E vocês vão achar bonito, claro, porque não são nazistas. São civilizados que não apoiam a barbárie. Matar criança, pode; o que não pode é sujar as mãos.
ONU e o Hamas
É
incrível, é quase inacreditável que a gente tenha proposto uma coisa
dessas. Mas, enfim, são as coisas do mundo de hoje em que há muita
propaganda. A primeira vítima numa guerra é a verdade. E as pessoas, as
autoridades continuam agindo como se fôssemos todos uns jumentos sem
cérebro
Diário do Poder
Autoridades usam jatinhos da FAB 8 vezes ao dia
Entre 18 de setembro e 10 de outubro foram registrados 167 novos voos de autoridades nos jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo dados da transparência da Aeronáutica, o total já subiu para 1.647 voos em 2023, sem contar viagens do presidente, e do vice. Os voos podem ser requisitados por ministros do governo Lula, presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal, além dos comandantes das Forças Armadas. Em média, foram 8 voos por dia em 22 dias.
Ministério campeão
O Ministério da Justiça de Flávio Dino mantém a liderança na Esplanada do maior número de voos de jatinhos da FAB: 78 até agora, este ano.
Congresso voador
Apenas as presidências da Câmara dos Deputados (113) e do Senado (92) realizaram mais voos nos jatinhos da FAB.
* Conteúdo original aqui: https://diariodopoder.com.br/coluna-claudio-humberto/farra-de-cargos-no-senado-entulha-gabinetes-de-assessores#SubAbre
Comento(site Special Puggina)
Tais facilidades e confortos são custeados com o suor de quem trabalha, produz, presta serviços e paga impostos.
Dói conhecer esses números. Causa indignação saber que se trata de um “direito” usado sem o menor constrangimento e em proporções abusivas por autoridades que deles se valem com a convicção de que têm mérito correspondente ao cargo que ocupam. Imagino que as decisões de requisitar o privilégio sejam antecedidas de ponderações do tipo “Quero e posso porque sou o que sou” ou “Não cabe a mim restringir meus direitos”.
Todas essas autoridades prefeririam que os respectivos dados não viessem a público. Afinal, nenhuma delas proclamaria ao eleitorado sua determinação de uma vez no cargo, abandonar os desconfortos dos voos comerciais e – principalmente – o incômodo contato com o público. Nenhuma!
Enquanto bons parlamentares, bons políticos, bons prestadores de serviços à sociedade fazem questão disso, outros se esguiam para seus locais de embarque em carros pretos com vidros ainda mais escuros e opacos. São os milionários das sextas-feiras, a prazo fixo à custa da sociedade.
O Estado brasileiro é pobre para os pobres e rico para sua elite.
Como comentarista, Amim opina sobre ações policiais, casos recentes de violência e política de segurança pública.
Alguns dos vídeos publicados em suas redes trazem a hashtag "narcoterrorismo", termo usado pelo ex-governador do Rio Wilson Witzel para se referir ao crime organizado que atua no tráfico de drogas. Outra referência a uma das falas do ex-governador foi em 20 de agosto de 2019, após o caso do sequestro de um ônibus na Ponte Rio-Niterói, em que Willian Augusto da Silva manteve 39 reféns por mais de três horas. O homem foi morto ao ser baleado por um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Em seu perfil, na época, Amim escreveu: "Chamam sequestrador de vítima, preocupam-se com seu socorro... esse mimimi enoja. #sniper #nacabecinha #vamosvirarojogo". "Mira na cabecinha e... fogo!" foi uma declaração dada por Wilson Witzel em novembro de 2018, antes de tomar posse, ao falar, em entrevista ao "Estado de S. Paulo", que a polícia seria instruída a atirar durante operações contra traficantes.
Amim publicou, em 14 de setembro, um trecho da entrevista à imprensa concedida sobre a operação que chefiou e prendeu criminosos escondidos num esconderijo aos fundos da sede de um projeto social e apreendeu armamentos de grosso calibre. A ação foi realizada em 19 de maio deste ano, com 17 presos, em Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio. Na ocasião, ele defendeu a presença de agentes em áreas conflagradas.
"Não adianta sabermos, não adianta ser notório que determinada pessoa chefe do tráfico se a gente não tem elementos para imputar esse tipo de crime a essas pessoas. E a gente não consegue isso de dentro de nossos gabinetes. A gente só consegue isso incursionando nas comunidades e nos locais onde eles atuam. Sem isso, a gente não consegue trabalhar. A importância de operações policiais em locais conflagrados e a importância de se ter atenção a atividades das ditas organizações não-governamentais, não são todas, é muito importante destacar", disse em trecho compartilhado.
O delegado já tinha relembrado o caso em outra postagem, em 31 de agosto, quando compartilhou um vídeo do momento da prisão dos homens. Num trecho da legenda, escreveu: "uma das operações que tive o orgulho de realizar no Complexo de Israel".
Num outro vídeo, compartilhado no último dia 3, o delegado fala sobre o uso de fuzis por criminosos para cometerem crimes. Ele questiona a decisão de operações poderem ser realizadas em favelas do Rio de Janeiro, desde que em casos excepcionais, como definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em junho de 2020.
Na legenda, Amim escreveu: "A gente banalizou isso! Criminosos andando na rua de fuzil...as forças de segurança só podem atuar em situações excepcionais. Isso não é uma situação excepcional?"
"A gente banalizou isso. Pessoas andando no meio da rua de fuzil. E aí a Justiça diz que a gente só pode entrar nesses locais mediante situações excepcionais. Não é uma situação excepcional o indivíduo andar na rua de fuzil? Qual é a situação excepcional, então? Coloque ele na (Avenida) Delfim Moreira andando de fuzil", disse em trecho do vídeo.
Marcus Amim é delegado da Polícia Civil há 10 anos, mas está na instituição desde 2002. Como delegado titular, ele comandou a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e a 27ª DP (Vicente Carvalho). Desde junho é presidente do Detran.
Nas redes, também publica fotos no escritório durante o trabalho no órgão estadual e em reuniões. Outras postagens são lembranças de momentos ao lado de colegas de trabalho, em treinamento e de frases motivacionais, uma delas com a citação de Augusto Cury: "As conquistas dependem 50% de inspiração, criatividade e sonhos, e 50% de disciplina, trabalho árduo e determinação. São duas pernas que devem caminhar juntas". A legenda que acompanha diz: "A todos, uma semana abençoada". Num outro post, durante o expediente no Detran, a foto ao celular é acompanhada da frase "O sucesso na vida é resultado de muito trabalho".
Natural de Niterói, Marcus Amim se formou em Direito, em 2003, pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Está há mais de 20 anos na Polícia Civil, tendo exercido também, entre outras funções, o cargo de delegado titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos. Foi também delegado titular da 27ª DP (Vicente de Carvalho).
[COMENTÁRIO: entendemos que o delegado Marcus Amim está certo, certíssimo; o vagabundo tem que respeitar a policia.
Os 'BONS TEMPOS' em que o vagabundo quando via a policia já procurava um muro, apoiava as mãos, ficava de costas par o policial e abria as pernas para o policial fazer o 'baculejo', PRECISAM VOLTAR.]
Rio - O Globo
Confesso a vocês que nunca ouvi, nem li, nem assisti sob a égide da nova constituição, ações sistêmicas como as destes dias, dos quais se diz estarmos vivendo a vitória eleitoral do amor.
Mas o amor, dizem, venceu o ódio.
Eu posso abrir mão do direito de me defender; mas não posso abrir mão do dever de defender minha família. E esse não é um amor de cabaré que a ninguém convence, mas é amor de verdade!
Para encerrar estas considerações sobre a vitória do amor, trago palavras proferidas pelo ministro Gilmar Mendes, em Paris, num fórum promovido pelo Grupo Esfera Brasil dias 13 e 14 deste mês.
Disse ele, referindo-se aos episódios de 8 de janeiro:
Poderíamos estar “contando uma história de derrocada, mas estamos contando história de vitória do Judiciário e do TSE (aqui).
Disse mais:
“Muitos dos personagens que hoje estão aqui, de todos os quadrantes políticos, só estão porque o Supremo enfrentou a Lava Jato. Eles não estariam aqui. Inclusive o presidente da República, por isso é preciso compreender o papel que o Tribunal desempenhou” (aqui).
Disse ainda:
"Se a política voltou a ter autonomia, gostaria que se fizesse justiça, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Se hoje tivemos a eleição do presidente Lula, isso foi graças ao Supremo Tribunal Federal. Vamos travar a luta contra o poder absoluto, mas também a luta contra o esquecimento. Se a política deixou de ser judicializada e criminalizada, isso se deve ao Supremo Tribunal Federal" (aqui).
A parte dessa fala com a qual eu concordo, sempre reconheci, mas não poderia ser dita. Agora, até o ministro decano do STF proclama com o orgulho e a temperança que lhe são habituais.
O amor é lindo!
Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
VOZES - Gazeta do Povo
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Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
Gazeta do Povo - VOZES
É muito bom que o ministro Gilmar ter dito que disse, pois assim não se poderá mais acusar de “desinformação” ou de outros crimes “contra a democracia”, o cidadão que vem dizendo exatamente a mesma coisa há mais de um ano. “Se hoje nós temos a eleição do presidente Lula, isso se deveu a uma decisão do STF”, afirmou o ministro em Paris, no último evento internacional de que participou.
Num país governado por um sistema oficial de mentiras, é realmente um conforto ouvir um peixe graúdo do regime restabelecer a verdade.
Esse é o tipo do benefício que pelo menos os 60 milhões de brasileiros, ou quase isso, que votaram no adversário de Lula, não queriam receber do STF. Não se entende, também, como possam ser a “elite” denunciada por ele em Paris; se fossem, o Brasil teria a maior elite do planeta, e todo mundo sabe que não tem. Mas o que importa é a afirmação central de Gilmar Mendes: Lula só é presidente do Brasil por causa do STF. Ele próprio, a esquerda e as classes intelectuais acham que ganharam “a eleição”. Sempre foi falso. Quem ganhou a eleição para eles foi o Supremo.
O STF fez tudo o que foi decisivo para Lula ser declarado presidente. Não só decidiu anular a sua própria jurisprudência e revogou a prisão em segunda instância, o que tirou Lula da cadeia onde estava cumprindo pena pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Também anulou as quatro ações penais contra ele, com a prodigiosa desculpa de que o endereço dos processos estava errado, o que suprimiu a ficha suja que o impedia de se candidatar.
Reivindicam um poder que o Legislativo não tem: o de revogar sentenças judiciais sempre que a decisão do tribunal não for “unânime” ou passível de ser interpretada pelos parlamentares como uma extrapolação dos “limites” constitucionais.
Propostas de emenda constitucional do gênero já tem a adesão pública de líderes do PP de Lira e do PL de Valdemar Costa Neto e Bolsonaro, e de frações do PSD de Pacheco, do Republicanos e até do PSDB.
O interesse comum, como tem repetido o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, é “fazer um movimento” para demonstrar insatisfações com o Judiciário em temas como marco temporal na demarcação de terras indígenas, aborto, drogas, lei eleitoral, inelegibilidade de Jair Bolsonaro e punições aos envolvidos na insurreição de 8 de janeiro.
Seria mero blefe, comum na rotina parlamentar, se a iniciativa estivesse restrita aos discursos. Porém, a sedução autoritária da imposição de limites a outro Poder ganhou forma de projetos de emenda constitucional e ímpeto para avançar na Câmara e no Senado — embora todos os envolvidos saibam que, por princípio, é inconstitucional. [certamente o colunista foi pautado para, a exemplo daquele jornalista da TV Globo, decretar, no caso, 'inconstitucionalidade' de conduta parlamentar.]
É notável que a crise fomentada no Congresso tenha como fundamento a alegação de invasão da atribuição legislativa pelo Supremo. O exemplo mais citado é a decisão do tribunal sobre demarcação de terras indígenas.
Na vida real, o STF foi provocado por um partido, o Psol, [que por ser um partido nanico, sem votos e sem representatividade, quer ganhar no tapetão do Poder Judiciário o que não se sustenta no voto.] a decidir sobre um assunto marcado pela histórica omissão do Congresso: a proposta legislativa sobre demarcação de áreas indígenas completou 17 anos de tramitação antes da sentença do Supremo, na semana passada.
José Casado, jornalista - Revista VEJA