Compra foi um dos estopins do esquema de corrupção da Petrobras
A compra
da refinaria de Pasadena foi um dos estopins que tornaram público o esquema de
corrupção que existia na Petrobras revelado pela Operação Lava-Jato. A
Petrobras comprou em 2006 uma participação de 50% em Pasadena por US$ 360
milhões. O valor foi muito superior ao pago um ano antes pela belga Astra Oil
por toda refinaria que tinha sido comprada por US$ 42,5 milhões. Em delação
premiada, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró,
informou que ocorreu pagamento de propina na compra da refinaria.
Refinaria Pasadena da Petrobras, nos EUA
- Agência Petrobras
Nos anos
seguintes, a Petrobras se desentendeu com a sua sócia nesse negócio, a Astra
Oil, e devido a uma decisão judicial a estatal foi obrigada a comprar os outros
50% da participação da empresa belga. A compra de Pasadena acabou custando US$
1,18 bilhão à Petrobras, um valor muito superior ao que a sua sócia pagou. O caso
ganhou repercussão nacional porque a compra foi realizada quando a
ex-presidente Dilma Rousseff era presidente do Conselho de Administração da
Petrobras. Na delação, Cerveró disse que Dilma Rousseff sabia de todos os
detalhes da compra da refinaria.
A refinaria
de Pasadena foi fundada em 1920 pela Crown Central Petroleum, uma das
companhias remanescentes do império Rockfeller, cujo grupo Standard Oil havia
chegado a controlar 88% do refino de petróleo nos EUA. Por ser uma refinaria
antiga, Pasadena tem sido alvo de vários problemas operacionais incluindo
questionamentos em relação a questões ambientais. Em 2016, sofreu com um
incêndio. No ano passado, grupos ambientalistas do Texas entraram com uma ação
nos Estados Unidos por violações dos limites de poluição pela refinaria situada
em Houston .
O Globo
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