Thomas Traumann
Impedir a candidatura do ex-juiz é prioridade no Planalto
Nas contas do Palácio do Planalto o maior adversário para Jair Bolsonaro em 2022 não é o PT, nem um novo nome do centro, mas o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro. Por isso, desmobilizar a operação Lava Jato, inviabilizar a aproximação dos partidos ao ex-juiz e desmoralizar a sua passagem pelo governo se tornaram as prioridades políticas dos bolsonaristas. [Moro já era; se revelou um ambicioso, talvez ganancioso defina melhor e com isto apenas junto mais um ex a sua carreira política.Se insistir em ser candidato a qualquer cargo, conseguirá apenas mais um EX, de ex-candidato.] O procurador-geral Augusto Aras é a ponta de lança dessa operação no Ministério Público. Nos próximos dias, Aras decide se renova o mandato da Operação Lava Jato em Curitiba, que depois de seis anos ainda tem centenas de processos abertos e não concluídos. Aras ameaçou acabar com a Operação, mas diante da repercussão interna, hoje a sua postura mais provável é reduzir o número de procuradores exclusivos e aproveitar a saída de Deltan Dallagnol, um ‘morista’ de primeira hora, que nesta terça-feira, 1º, deixou o cargo alegando problemas de saúde na família.
A reaproximação de Bolsonaro com o PSL é para impedir que o partido ofereça abrigo a Moro em 2022. Com o sucesso de Bolsonaro, o PSL é hoje um dos partidos mais ricos do Brasil, com tempo de TV e fundo partidário suficiente para bancar uma candidatura presidencial com mais estrutura que as outras alterativas de Bolsonaro. Nas redes sociais, a máquina bolsonarista espalha dia sim, noutro também posts mostrando como as ações da Polícia Federal teriam se tornado mais efetivas depois da saída de Moro, especialmente no combate à corrupção nos governos estaduais (deve-se observar que agora quase todos os investigados da PF são adversários do presidente). [se escolheu ser inimigo do presidente, é também nocivo ao Brasil, à liberdade e à democracia.]
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