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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Os evangélicos e as eleições - Denis Lerrer Rosenfield

 O Estado de S. Paulo

Sua estratégia consiste em captar o maior número de eleitores em diferentes partidos

Os evangélicos estão no centro do debate nacional. Tornaram-se atores políticos, pautando sua ação em valores conservadores, incluindo desde costumes até questões dogmáticas, como a mudança da Embaixada do Brasil em Tel-Aviv para Jerusalém. Ao contrário dos católicos, que não seguem normalmente os dizeres políticos de seus padres, eles tendem a observar as orientações de seus pastores. É bem verdade que os católicos são numericamente superiores aos evangélicos, porém tal diferença não tem relevância eleitoral.

Ademais, por muito tempo os católicos abandonaram posições religiosas em benefício de posições esquerdistas da Teologia da libertação, apoiada pela CNBB. Criou, por sua Pastoral da Terra, o MST e sempre o apoiou desde então. Não mais respeitou o direito de propriedade, afastando a Igreja dos empreendedores rurais. Esses setores da Igreja foram firmes apoiadores dos governos petistas. O eleitorado evangélico considera os costumes sob uma ótica religiosa. Aí não entra em questão uma discussão propriamente racional, pois o seu fundamento se encontra num texto bíblico, que fornece os critérios do juízo e da ação. Assim é o caso do aborto, do casamento homoafetivo, dos textos didáticos sobre gênero e do que o PT considera politicamente correto. Aliás, esse partido começou a perder seu eleitorado evangélico ao contrariar essa pauta de valores. Quando Bolsonaro se manifesta sobre a pauta de costumes, tem em mente precisamente esse eleitorado.

Outro ponto de princípio dos evangélicos diz respeito à mudança da embaixada brasileira para Jerusalém. Trata-se de uma questão dogmática, não sujeita a discussão: Jesus ressuscitará quando Jerusalém se tornar a capital do Estado judeu.[o tempo da Segunda vinda de Jesus  não depende de fatores controlados pelo homem.
“Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém os conhece, nem mesmo os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas, sim, o Pai só” (Mc 13,32). Passa, então, a correr outro tempo, o do processo de conversão dos judeus, passando ambas as religiões a ser uma, sob os princípios do cristianismo, principalmente o reconhecimento de Jesus Cristo como Messias. Bolsonaro comprometeu-se com esse seu eleitorado a fazer tal mudança. Seu compromisso continua, embora por questões conjunturais tenha sido adiado. Muito provavelmente realizará essa mudança em 2021, um ano antes da eleição presidencial. [será? talvez a mudança se torne inconveniente e/ou inexequìvel.] Ao cumprir sua promessa, terá apoio maciço da comunidade evangélica. Note-se que Trump assim conquistou o apoio do eleitorado evangélico, ganhou as eleições e cumpriu a sua promessa.

O PT está aqui mal colocado, pois optou pelo politicamente correto de forma esquerdizante e se chocou de frente com os evangélicos. As contrariedades e os ressentimentos se traduziram no apoio ao candidato Bolsonaro em 2018. As posições antissemitas/antissionistas do PT igualmente tiveram papel importante no distanciamento. Lula tenta uma reaproximação, porém suas dificuldades são imensas. A visita ao papa tampouco atenua o problema, ao dirigir-se a outro eleitorado, além de seu caráter manifestamente inapropriado ao envolver o santo padre numa questão política, a da corrupção e do roubo em seus governos, sem arrependimento nem confissão.

Tomemos o exemplo da Assembleia de Deus. Essa confissão tem no Brasil em torno de 20 milhões de membros. São pessoas acima de 14 anos de idade, capazes de fazer a escolha de sua religião, quando então se tornam parte integrante dela, em sentido pleno. Considerando a idade eleitoral de 16 anos, quase todos são eleitores, em sentido estrito. Não barganham com questões dogmáticas, como certos preconceitos veiculam contra os evangélicos. Foram missionários suecos que a introduziram no País. São pessoas extremamente sérias e comprometidas com sua religião. A Igreja Universal do Reino de Deus, numericamente menor, tem, por sua vez, enorme importância midiática, por ser proprietária da Rede Record. Trata-se de uma rede de comunicação que abarca principalmente as classes C e D.

Qualquer PEC ou projeto de lei, para ser aprovado na Câmara dos Deputados, necessita passar pelo crivo da bancada evangélica. Após a bancada da agricultura e da pecuária, é a segunda em importância. A Câmara tem 513 deputados federais e a bancada evangélica, 86. Outras estimativas chegam a 106. O Senado tem 81 parlamentares e a bancada evangélica, 9. Outras estimativas chegam a 14. Qualquer articulação parlamentar de governo deve passar por tratativas com essa bancada, que sempre sustentará suas questões de princípio, mesmo quando não forem objeto específico de negociação.

Os evangélicos estão distribuídos em vários partidos, embora votem alinhados entre si. A sua estratégia consiste em captar o maior número possível de eleitores em diferentes configurações partidárias, atendendo a conveniências regionais. Ademais, escolhem candidatos preferenciais em cada Estado, concentrando neles os seus votos. Os candidatos escolhidos são pessoas próximas das lideranças religiosas e delas dependem, agindo organicamente. Muitos são “filhos espirituais”, assessores e discípulos. Bolsonaro extraiu bem essa lição. O PT não a levou em consideração. Os demais candidatos deverão enfrentar essa questão.
Denis Lerrer Rosenfield, professor de filosofia - O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Mahmoud Abbas sobre plano de paz de Trump: ‘Mil vezes não’ - VEJA - EFE


Presidente palestino afirma ser uma 'bobagem' a proposta, que retira 'direitos legítimos' da população árabe

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, rejeitou nesta terça-feira, 28, o plano de paz proposto pelo presidente americano, Donald Trump, ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, divulgado mais cedo na Casa Branca sob o título “Acordo do Século”.
“Depois dessa bobagem que escutamos hoje, nós respondemos mil vezes não ao Acordo do Século”, disse Abbas em uma conferência de imprensa na cidade de Ramala, na Cisjordânia. O presidente afirmou que os palestinos estão focados em acabar com a ocupação israelense e estabelecer um Estado soberano no qual Jerusalém será sua capital, não em reconhece-lo como legítimo.

[correta e esperada a reação da Autoridade Palestina;
o tal 'acordo do século', elaborado por Trump e Netanyahu, sem a participação dos palestinos, só agrada aos que o tramaram;
Trump está feliz já que além de satisfazer seu ego imenso, ainda o ajuda na batalha que já venceu, no processo de impeachment.
Já o premiê de Israel, é duplamente favorecido com o absurdo 'plano de paz'.
Em primeiro plano por: 
- o plano consolida a soberania do Estado hebreu sobre o território invadido dos palestinos, invadido por Israel; 
- reconhece a soberania de Israel sobre as Colinas de Golã; 
-  cassa, de forma definitiva, a aspiração palestina de ter a cidade de Jerusalém, que sedia lugares sagrados para os palestinos, como sua capital, tornando-a de vez território israelense soberano; e,
- desmilitariza totalmente a Faixa de Gaza, que já é um campo de treinamento para as chamadas Forças de Defesa dos israelenses.
Em segundo, desvia o foco das acusações de corrupção contra o primeiro-ministro de Israel, realçando eventuais méritos e minimizando as sérias acusações contra Netanyahu.]
Representantes de todos os grupos palestinos, incluindo o Hamas, se reuniram com Abbas nesta terça-feira. “Nós não nos ajoelharemos e nem nos renderemos”, disse adicionando que os palestinos devem resistir ao plano com o recurso de “meios pacíficos e populares”. Em paralelo, protestos de palestinos surgiram nas proximidades de Israel e na Faixa de Gaza. Segundo a imprensa israelense, duas pessoas foram presas durante as manifestações.

Mais cedo, o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, telefonou a Abbas para discutir sobre como confrontar o plano de paz. Na ligação, Abbas defendeu que a união é a “pedra angular” para derrotar o acordo que, segundo ele, elimina “direitos legítimos” dos palestinos. Haniyeh concordou que a unidade será o fator essencial e disse que o movimento está pronto para trabalhar ao lado do Fatah, partido de Abbas. Chamado de “Acordo do Século” por Trump e Netanyahu, o texto mantém a solução de dois Estados para a Palestina e Israel, aceito há anos pela comunidade internacional. Mas prevê que Jerusalém ficará sob domínio israelense, e a capital da nova nação árabe será nos arredores ao leste da cidade santa.

Outros pontos do acordo são o reconhecimento da soberania israelense pelos árabes, que não poderão reivindicar o território ocupado pelos judeus na Cisjordânia. Também está prevista a desmilitarização do Hamas e da Jihad Islâmica, que atuam na Faixa de Gaza. Em troca, o Estado palestino seria reconhecido internacionalmente e receberia um fundo de 50 bilhões de dólares para reestruturar o país, além da promessa de ganho territorial. As negociações não tiveram a participação de nenhum representante palestino. A Autoridade Palestina rompeu os vínculos diplomáticos com Washington após a transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, em 2017.

Trump se diz o presidente americano mais pró-Israel que os Estados Unidos já elegeu. Durante sua gestão, apoiou por diversas vezes o Estado israelense, na contra-mão do consenso internacional quanto ao conflito com os árabes. Além de ter transferido a embaixada, ele reconheceu a soberania de Israel nas Colinas de Golã, território ocupado da Síria, e foi até homenageado com o seu nome para um assentamento no local.

VEJA - Com Agência EFE

 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Cultura e Totalitarismo e QUANDO O NAZISMO "DOMINAR O BRASIL" - Milton Pires

JAMAIS existiu, em toda História da Alemanha, uma “cultura nazista” capaz de dar “forma política” ao horror e à tragédia do Terceiro Reich. O que aconteceu foi o contrário – o Terceiro Reich sufocou COMPLETAMENTE o pensamento de toda Alemanha entre 1933 e 1945. Durante 12 anos foram o silêncio, o medo e a indiferença da gigantesca maioria dos alemães que tornaram viáveis as câmaras gás e os fornos crematórios de 5 milhões de seres humanos.

A Alemanha de Hitler não tem absolutamente NADA a ver com o Brasil de 2020 nem com as pessoas que Bolsonaro colocou no Poder. O Brasil está parado, congelado no ano de 1968. Nosso país atravessou todo regime militar com uma cultura comunista, entrou na democracia e continuou comunista, foi destruído pelo PT durante 13 anos como comunista e CONTINUA sendo um país absolutamente DOMINADO pelo comunismo em praticamente todos os aspectos da vida diária até hoje. A PROVA viva de tudo isso que eu escrevi é o SUS, a Imprensa, a Universidade, a Igreja... As ONGS, OAB, Conselhos de classe... TUDO... absolutamente TUDO dominado pela Esquerda...

Quem usou a cultura para dar forma ao TERROR POLÍTICO foi o Comunismo; não o Nazismo ou o Fascismo. 
Nazismo e Fascismo usaram o TERROR POLÍTICO para mudar a Cultura... Não tem NADA a ver uma coisa com a outra. 

QUANDO O NAZISMO "DOMINAR O BRASIL"
Quando os “nazistas” finalmente dominarem o Brasil eles vão negociar com os judeus gays e comunistas da NYU e do Partido Democrata para financiarem o Hammas e matar os judeus de Jerusalém e Tel Aviv. 

Vão fazer comício ao som de “Mc Carol” ao invés de Richard Wagner e nas câmaras de gás eles vão colocar maconha e loló ao invés de Zyklon B. O Brasil é um país tão corrupto, tão nojento e tão chinelão, é uma sociedade tão dominada pelos Vagabundos Petistas, que nem mesmo uma coisa abominável e asquerosa como o Nazismo resistiria ao que acontece aqui.

Por: Milton Pires, médico - Editor do Blog Ataque Aberto

 

domingo, 19 de janeiro de 2020

A banalidade do ódio - Nas entrelinhas

Ricardo Alvim procurou implantar uma política cultural reacionária, de inspiração — agora está comprovado — nazista”

Hannah Arendt (1906-1975), a filósofa judia de origem alemã que cunhou o conceito de “banalidade do mal” no livro Eichmann em Jerusalém, criou grande polêmica ao afirmar que a massificação da sociedade gerou uma multidão incapaz de fazer julgamentos, aceitando e cumprindo ordens sem questionar. Por essa razão, Adolf Eichmmann, raptado pelos serviços secretos israelitas na Argentina em 1960, e julgado em Jerusalém (caso que a filósofa acompanhou de corpo presente no tribunal, numa reportagem para a revista The New Yorker), não é tratado como um monstro. Ela o considerou apenas um funcionário zeloso que foi incapaz de resistir às ordens que recebeu, embora fosse um dos responsáveis pela execução da chamada “solução final”, o Holocausto.

Arendt escandalizou a comunidade judaica ao citar exemplos de judeus e instituições judaicas que se submeteram aos nazistas ou cumpriram as suas diretivas sem questionar. A autora de As origens do totalitarismo; A condição humana; Sobre a violência; e Homens em tempos sombrios merece ser revisitada nesses momentos nebulosos que a sociedade brasileira atravessa, a propósito da citação de trechos do ideólogo nazista Joseph Goebbels pelo dramaturgo Roberto Alvim, recém-exonerado do cargo de secretário de Cultura do governo Bolsonaro por esse motivo. [o objetivo, a meta, a obsessão da maldita esquerda - incluindo seus sequazes, adeptos e simpatizantes - é que o Governo Bolsonaro não seja um sucesso;

Para tanto, vale tudo. Até mesmo considerar um pronunciamento de alguns minutos, sem grande divulgação, como capaz de causar no Brasil os mesmos efeitos citados pela filósofa, no inicio desta matéria, incluindo a massificação da sociedade;

Goebbels levou muito tempo e centenas de horas para conseguir tal efeito e ao seu lado tinha a recuperação econômica da Alemanha, o orgulho ferido dos alemães ao perderem a 1ª Grande Guerra e outros fatores.

Havia na Alemanha daquela época uma grande desilusão, que com as medidas adotadas pelo  Chanceler do IIIº Reich e Führer da Alemanha, Adolf Hitler, produziram no povo alemão uma tendencia receptiva a novas doutrinas.
Situação que não ocorre no Brasil e nem combina com a índole dos brasileiros.]  

 Discípulo de Olavo de Carvalho, gozava de grande prestígio junto ao chefe do governo, a ponto de o presidente Jair Bolsonaro, numa live, na quinta-feira passada, ter afirmado: “Ao meu lado, aqui, o Roberto Alvim, o nosso secretário de Cultura. Agora temos, sim, um secretário de Cultura de verdade. Que atende o interesse da maioria da população brasileira, população conservadora e cristã”.

O vídeo de inspiração nazista de Alvim foi o auge de uma série de fatos nos quais o ex-secretário procurou implantar uma política cultural reacionária, de inspiração — agora está comprovado — nazista. Num vídeo institucional, o dramaturgo interpretou o papel do ministro da propaganda nazista, tendo a Cruz de Lorena como insígnia no cenário; como trilha sonora, a ópera Lohengrin, de Richard Wagner, compositor favorito de Adolf Hitler. O mais grave foi ter utilizado o conceito de cultura de Goebbels, num trecho de sua fala, na qual imitava o ar sisudo do político nazista: “A arte brasileira da próxima década será heróica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que é profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo — ou então não será nada”. [cada oportunidade que leio um texto do erudito, experiente e competente jornalista Luiz Carlos Azedo aprendo alguma coisa;
 mas, não consegui,  por mais que 'espremesse' minha mente, encontrar ligação entre a Cruz de Lorena - definição mais correta para a cruz que aparece no cenário do que a de Cruz Ortodoxa - e a Cruz Gamada, ou Cruz Suástica, esta sim, símbolo do Nacional Socialismo.]

Bagrinho
O texto original de Joseph Goebbels, reproduzido numa biografia do historiador alemão Peter Longerich, fica comprovada a citação sem referência ao autor, é claro, porque aí também já seria bandeira demais: “A arte alemã da próxima década será heróica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande pathos (potência emocional) e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”. Ocorre que, como sabemos, essas coisas não passam despercebidas no mundo da cultura. Goebbels foi o que seria hoje o marqueteiro de Hitler, montou uma máquina de propaganda formidável, responsável pela tal “banalização do mal”. Seu fanatismo era tanto que foi nomeado seu sucessor por Hitler, antes de se suicidar; Goebbels preferiu seguir o exemplo do chefe, mas antes matou a mulher e os seis filhos. [foi um ou outro esquerdista mais estudioso (é possível ser as duas coisas ao mesmo tempo?) que constatou a coincidência;

a grande maioria dos esquerdistas brasileiros estão ocupados na busca de difundir o que chamam 'cultura' e que inclui ofender JESUS CRISTO, a VIRGEM MARIA, a FAMÍLIA, a MORAL e outros valores que buscam destruir.]

Goebbels tinha o cargo de chefe de propaganda do Partido Nazista e foi protagonista da tomada do poder em 1933, ao conseguir convencer a opinião pública de que Hitler era a melhor opção para aquele momento. Como ministro da Informação e Propaganda, atuou para que os meios de comunicação social e as instituições culturais difundissem o ideal nazista, sendo responsável por convencer a sociedade alemã de que os crimes cometidos pelo nazismo, como a “noite dos cristais”, eram justificáveis. Na ocasião, em 1938, foram destruídas sinagogas, casas e lojas de judeus. E era o começo do Holocausto.

Voltando ao tema da banalidade do mal, Alvim nem de longe pode ser comparado a Goebbels. Chefiava o Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte, quando declarou apoio ao então candidato do PSL. Com as devidas ressalvas, seu papel é mais semelhante ao de Adolf Eichmmann, o burocrata que mandava os judeus para os campos de extermínio. Faz parte do grupo de bagrinhos das mais diversas áreas que ocupam cargos importantes no governo por afinidade ideológica ou mero oportunismo, para cumprir ordens, mas descambou do conservadorismo dos costumes para o discurso do ódio. Quando estava na Funarte, Alvim costumava destacar a necessidade de se combater o “marxismo cultural”, uma expressão amplamente utilizada na Alemanha nazista. Viu seu prestígio com Bolsonaro aumentar ao atacar, com ofensas, a atriz Fernanda Montenegro. [um país que tem uma atriz como Fernanda Montenegro, que oculta o próprio nome =  Arlette Pinheiro - como ícone de sua cultura precisa rever o que é cultura.] 

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense



quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Liga Árabe avaliará medidas contra abertura de escritório do Brasil em Jerusalém nesta quinta

O Globo - Marina Gonçalves e agências internacionais

Autoridade Nacional Palestina propôs reunião para discutir o assunto; segundo embaixador, objetivo é fazer um chamado a Brasília, para que repense  decisão

[o presidente Bolsonaro, mais uma vez, faz opção por medida errada - não será surpresa se tenha que recuar = errar é humano, permanecer no erro é diabólico.]

Após a inauguração do escritório de negócios do Brasil em Jerusalém, no último fim de semana, a Liga Árabe pretende enviar uma mensagem política ao Brasil contra a decisão. A Autoridade Nacional Palestina propôs uma reunião para discutir o assunto, moção apoiada por outros membros da liga, como Egito e Jordânia. A reunião acontecerá na manhã de quinta-feira no Cairo.Segundo o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, o objetivo da reunião é fazer um chamado ao Brasil, para que repense sua decisão.
—  Abrir um escritório comercial em Jerusalém é uma violação do direito internacional. A lei internacional está sendo violada —  afirma. —  É um chamado para que o Brasil retire seu escritório de Jerusalém, esperando que a paz se resolva entre os dois países envolvidos. Queremos fazer um chamado para que o Brasil repense e evite tomar decisões que aprofundem o conflito. Isso não ajuda a paz.

A ocupação israelense do setor oriental (árabe) de Jerusalém é considerada ilegal pela ONU, e os palestinos reivindicam a área como capital do seu futuro Estado.
Segundo Alzeben, a reunião de quinta-feira discutirá medidas políticas, diplomáticas e econômicas, e deve ser o primeiro passo para outro encontro, entre chanceleres.   — Será uma reunião de consulta e análises. O Brasil sempre foi um mediador e defensor da paz. Ele precisa fortalecer o processo de paz e não ser parte do conflito.
A abertura do escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), no domingo, foi uma maneira de contornar as pressões contrárias à transferência da embaixada brasileira, hoje localizada em Tel Aviv, como ocorre com a grande maioria das missões estrangeiras em Israel.

Setores do governo brasileiro temiam que a transferência, defendida por igrejas evangélicas, provocasse retaliação dos países árabes, que estão entre os principais compradores de bens agrícolas brasileiros, em especial carnes.
Com a presença do  primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), a inauguração ocorreu  no Hotel David Citadel porque o escritório, a cerca de cinco quilômetros dali, ainda não está montado. [presidente Bolsonaro! os brasileiros favoráveis a que os interesses comerciais brasileiros prevaleçam sobre caprichos familiares, esperam e torcem para que este escritório continue como está: inaugurado, porém, desmontado, fechado.]
Eduardo disse ter falado com o pai antes da cerimônia e ouvido dele, mais uma vez, a promessa de que vai transferir a embaixada. Mas, respondendo a jornalistas, o deputado se esquivou de dar um prazo, dizendo que “o presidente tem até o final do mandato”.

A abertura de escritórios em Jerusalém tem sido uma alternativa adotada por outros países com governos próximos ao de Netanyahu, como Austrália e República Tcheca.

O Globo - Mundo


 



segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Uma guerra particular - Fernando Gabeira

Em Blog


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Voltas que o mundo dá - Fernando Gabeira

Apesar do intenso zum-zum nacional, com leis marotas votadas na madrugada, duas notícias de fora marcaram a semana: o risco de estagnação econômica mundial e a volta do peronismo na Argentina. O interesse por política externa nunca foi muito grande no Brasil. Mas tem crescido nos últimos anos. Senti isso na Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Estudantes a frequentavam com interesse para ouvir os debates.

Bolsonaro fez parte dela, por alguns anos. Naquele momento, ainda não era um líder popular nacional. Tornou-se presidente, e discutir com líderes populares é mais áspero: os seguidores são hipersensíveis à imparcialidade ou ao preconceito.
Mas fatos são fatos. A política externa conduzida por Bolsonaro precisa ser criticada, pois pode nos levar a um isolamento perigoso no momento de uma crise mundial. Bolsonaro aproximou-se dos Estados Unidos. Nada a reparar. A aproximação com os Estados Unidos estava no seu programa e, creio, é apoiada pela maioria dos eleitores brasileiros.

Bolsonaro aproximou-se dos Estados Unidos e está se afastando de outras partes do mundo. Isto não estava no programa. Muito menos reduzir o movimento a uma proximidade com a família Trump, como se política externa fosse tocada por amizades familiares, e não interesses nacionais. Bolsonaro aproximou-se de Israel. Nada a reparar. Mas se afastou do mundo árabe ao anunciar que levaria a Embaixada do Brasil para Jerusalém. Não completou o plano, mas o desgaste ficou no ar. [felizmente, Bolsonaro percebeu a tempo, que política externa deve ser guiada poe interesses maiores - nacionais - e o Brasil só tem a ganhar privilegiando um  relacionamento mais intenso com os países árabes.]
Bolsonaro assinou um acordo comercial com a Europa, condicionado ao respeito ao meio ambiente. Nos últimos tempos, tem se dedicado a criticar a Europa, afirmando, injustamente, que a Alemanha quer comprar a Amazônia a prestação. [clique aqui e conheça o outro lado da moeda em brilhante e fundamentada matéria de Denis Lerrer Rosenfield, no Estadão.]
 
O acordo com a Europa ficou mais difícil, pois Alberto Fernández, vitorioso nas prévias argentinas, não o quer agora. Acha, como o ex-chanceler Celso Amorim, que o momento não é adequado para o Mercosul. Isso não impediria o Brasil de ir adiante. O próprio acordo prevê que os países entrem de acordo com seu ritmo. Quem aprovar a entrada não precisa esperar o outro. Com as declarações de Bolsonaro, dificilmente avançaremos. Ele cancelou uma reunião com o chanceler francês para cortar o cabelo. Os franceses não entenderam essa emergência capilar.

Bolsonaro já abriu uma guerra contra os peronistas que devem voltar ao poder. Teme que os argentinos invadam o Sul, fora do verão, como os venezuelanos em Roraima.  A Argentina estava aí antes de Bolsonaro e continuará depois dele. São relações de Estado que precisam ser desenvolvidas, e não uma troca de insultos ideológicos. Para completar as trapalhadas no Sul, o governo Bolsonaro quase derruba seu aliado paraguaio, com o acordo sobre Itaipu. Além dos problemas criados e do ressentimento nacionalista que reavivou, apareceu na negociação uma empresa brasileira ligada a um suplente do senador Major Olimpio.  Gostar de grana é realmente suprapartidário, mas torna-se algo muito sério quando envolve uma negociação delicada como a de Itaipu.

Blog do Gabeira - Fernando Gabeira 

Artigo publicado no jornal O Globo em 19/08


quinta-feira, 11 de julho de 2019

Vitória ‘terrível’ para Bolsonaro

Perfil de vaga do STF recai sobre o evangélico Bretas

[ao abrir espaço para outros nomes, Bolsonaro preserva Moro, já que agora a imprensa vai procurar queimar possíveis candidatos, começando pelo juiz Marcelo Bretas.]

Publicado no Valor Econômico  
 
No dia em que a Câmara dos Deputados começava a aprovar a reforma mais requisitada pelo mercado, o presidente Jair Bolsonaro iniciou a manhã parafraseando a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, a quem já dedicou palavras pouco elogiosas. Em março, Bolsonaro disse que ouve “qualquer ministro, até a Damares”. Comparada a um patinho feio da Esplanada, a pastora – que no discurso de posse afirmou que “o Estado é laico, mas esta ministra é terrivelmente cristã” – parece ter ganhado e inspirado o coração e a mente do presidente. Em culto realizado na Câmara pela Frente Parlamentar Evangélica, Bolsonaro confirmou ontem o plano: “Poderei indicar dois ministros para o Supremo Tribunal Federal. Um deles será terrivelmente evangélico”.

Ao arremedar o advérbio tão caro a Damares, o presidente batiza as escolhas de seu governo. Arrisca ser comparado a Ivan, o Terrível (1530-1584), o primeiro czar russo. Autoritário, muito religioso, com mania de perseguição, Ivan teria matado o filho e o neto, depois de espancar e levar a nora ao aborto, porque julgou suas roupas indecentes. Historiadores atribuem a fama de Ivan tanto à crueldade – comum à época – quanto a graves transtornos mentais. Bolsonaro não é o czar. Até porque o codinome “Russo” já foi reservado, pelos procuradores da Lava-Jato, ao ministro da Justiça Sergio Moro, segundo mensagens vazadas pelo site “The Intercept”.

Com a declaração sobre o Supremo, Bolsonaro, quem sabe, até crie esperanças na ministra, que além de pastora é, furtivamente, advogada. Mas é o juiz federal da Lava-Jato no Rio, Marcelo Bretas, quem já se animou. Começa a recair sobre ele a expectativa da indicação. Frequentador da igreja Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul, Bretas foi criado numa família evangélica e tem um irmão pastor. Bastante ativo nas redes sociais, 20 das 70 mensagens (28,5%), desde novembro, que constam em seu perfil do Twitter tem conotação religiosa.
Citam versículos de livros da Bíblia (Provérbios, Salmos, Isaías, I Timóteo, Habacuque, Lamentações), mostram sua admiração pela cantora gospel Bruna Karla, elogiam e parabenizam pastores (Marco A. Peixoto e Israel Belo de Azevedo) e reinterpretam, de modo particular, “O espírito das leis” (1748) com a célebre instituição de freios e contrapesos: “A teoria da separação dos Poderes foi mesmo idealizada por Montesquieu? Veja o que o profeta Isaías escrevera aprox. 2.500 anos antes dele (por volta de 750 a.C): ‘Porque o Senhor é o nosso Juiz; o Senhor é o nosso Legislador; o Senhor é o nosso Rei; ele nos salvará'”.

É possível que numa eventual sabatina no Senado, algum parlamentar perguntasse a Bretas o que quis dizer com esse tuíte. A teocracia não deve fazer parte das convicções do magistrado. Mas ser indicado ao Supremo é, em suas próprias palavras, “o sonho de qualquer juiz” – foi o que disse em entrevista recente, sobre a possibilidade.  Como revelou em maio, Bolsonaro também tem um acordo com Moro, que teria aceito abandonar a carreira de juiz para ser ministro em troca da vaga no Supremo. “Eu fiz um compromisso com ele. Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição”, disse o presidente. O toma-lá-dá-cá, contudo, foi negado logo em seguida por Moro. E, desde então, o ministro da Justiça passou a ser acossado pelas publicações homeopáticas que dão conta de sua suposta parcialidade quando juiz responsável pela Lava-Jato em Curitiba. Com o governo Bolsonaro ancorado na popularidade de Moro – e no titular da Economia, Paulo Guedes – o ministro com o perfil de Bretas ganhou destaque nos planos de Bolsonaro.

Se na primeira vez em que abordou o assunto, em 31 de maio, o presidente deu um tom de conjectura – “Será que não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?” – agora Bolsonaro afirma se tratar de um “compromisso”. Não à toa. Com a indicação, o presidente agradará ao segmento do eleitorado que lhe é mais fiel. Segundo a pesquisa do Datafolha do fim de semana, o país está dividido em três, igualmente, entre os que amam, os que detestam e os que acham a administração Bolsonaro apenas regular. No meio evangélico, porém, o apoio praticamente dobra.
Para o presidente também faz sentido usar o STF como moeda de troca substituta. A maior promessa de campanha feita aos evangélicos – a transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém – é algo improvável e que Bolsonaro vem empurrando com a barriga, para a irritação nem sempre discreta dos líderes pentecostais.

A primeira das duas vagas a que Bolsonaro terá direito a preencher será a do decano Celso de Mello, que se aposenta em novembro do ano que vem. Antes de ser evangélico, contudo, o indicado deverá ser, com toda probabilidade, “terrivelmente” bolsonarista. Pelo Twitter, Bretas publica mensagens que jogam água no moinho do governo – como o apoio às manifestações de 26 de maio -, retuíta e responde posts de bolsonaristas como os deputados federais Carlos Jordy (PSL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, agradece condecoração na Assembleia Legislativa proposta por deputada do PSL, estampa foto de Bolsonaro com o presidente americano Donald Trump e corrobora posições polêmicas do ocupante do Planalto, como a defesa do trabalho infantil. Quem precisa indicar Moro quando se tem Bretas?

Nova relação
Sem citar nominalmente Bolsonaro, nem Paulo Guedes, mas com menções ao ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga e ao Centrão, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) fez de seu discurso da vitória, na aprovação da reforma da Previdência, uma declaração de independência do Parlamento, demonstração de força e desabafo. Com o placar elástico de 379 a 131 – 71 votos acima do necessário – Maia foi aclamado pela Casa e ‘roubou’ o resultado do Planalto, a quem deu o recado: “Vamos precisar construir uma relação diferente daqui para frente”. Lacrou.


Cristian Klein

 

sábado, 6 de julho de 2019

"Major Otto: o nazista que não era nazista homenageado pelo Exército"

O Exército brasileiro homenageou na última segunda-feira (1) um major do exército alemão que lutou na Segunda Guerra Mundial pelo exército nazista. Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen foi homenageado como aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME). De acordo com o Exército brasileiro, Otto Maximilian foi assassinado no Brasil em 1º de julho de 1968 em um "ato terrorista insano e covarde".




Um dos integrantes do comando que o matou, o ex-sargento da FAB João Lucas Alves, é nome de rua em São Paulo e no Rio. [dar o nome de um dos covardes assassinos, e desertor,  a rua em São Paulo e Rio, pode; mas, dar o nome de um herói, condecorado por bravura, a uma sala de aula na escola militar onde estudava, não pode? - CONFIRA AQUI.]
 

Assassinado por um grupo de esquerda, a história do Major Otto é muito mais complexa do que supõem os que o chamam de nazista.

Assassinado por um grupo de esquerda, a história do Major Otto é muito mais complexa do que supõem os que o chamam de nazista.| Foto: Reprodução

A cerimônia incluiu uma palestra em lembrança aos cinquenta anos do seu assassinato. O evento teve participação do corpo permanente, alunos e oficiais da corporação. Segundo publicação no site do Exército, "a ECEME homenageou todos os Oficiais das Nações Amigas que deixam sua pátria para aqui se autoaperfeiçoarem, reforçando os laços de amizade que unem os países".

A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), porém, emitiu nota de repúdio. "A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro lamenta e repudia veementemente a homenagem prestada pelo Exército Brasileiro ao oficial do exército alemão Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen, no dia 01 de julho de 2019, que integrou as tropas nazistas, responsáveis pela morte de mais de 20 milhões de pessoas, dentre elas negros, judeus, ciganos, homossexuais, deficientes físicos e soldados brasileiros", diz a nota.

Condecorações e “imagem negativa”

Otto foi morto a tiros pelo grupo armado de esquerda Colina (Comando de Libertação Nacional). Mas o atentado tinha outro alvo: o capitão boliviano Gary Prado, que havia participado da captura de Che Guevara em 1967. Prado estava no Brasil em 1968 para realizar o mesmo curso da ECEME e Otto foi confundido com Prado,  pelos covardes executores,  em virtude da grande semelhança física entre eles [o que motivou o covarde assassinato de um inocente - o major alemão, covardemente assassinado para vingar o abate do porco guerrilheiro Che Guevara.]..

Segundo publicação no site do Exército, Otto "tinha a missão de apresentar ao mundo o valor do Exército da Alemanha, tentando desfazer a imagem negativa deixada na 2ª Guerra Mundial". O major foi comandante de um pelotão na Frente Oriental no exército alemão e foi promovido em 1943 por bravura.  A Frente Oriental foi a principal frente europeia durante a guerra, com o exército do Terceiro Reich lutando contra a União Soviética. Na Alemanha, a propaganda oficial a chamava de “uma batalha pela sobrevivência contra o bolchevismo soviético”.
Após o fim da guerra, Otto se refugiou na Argentina – que, durante o regime de Perón, abrigou figuras notórias do nazismo alemão, entre eles o agente especial Otto Skorzeny, que contribuiu para agências de inteligências em operações contra comunistas. De acordo com a Comissão de Esclarecimento de Atividades Nazistas, acredita-se que tenham entrado na Argentina cerca de 100 personalidades diretamente ligadas ao regime nazista.

Uma publicação no site o Exército considera o major um combatente de uma nação amiga. Mas a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial conta uma história diferente: em 1942, o país declarou guerra ao Eixo, formado pela Alemanha, Itália e Japão, após uma série de ataques de submarinos alemães a navios brasileiros no Atlântico. [as razões para o Brasil entrar em guerra contra o Eixo, inclusive enviando tropas para o front da Itália, podem ser controversas, mas, a bravura do major Eduard Ernest Thilo Otto Maximilian von Westernhagen é indiscutível, cumpriu com seu dever de soldado e honrou o uniforme do Exército de sua Pátria, merecendo com todas as honras a condecoração.]

Ainda de acordo com o Exército brasileiro, o Major "enfrentou a ameaça terrorista" durante a Guerra Fria e homenageá-lo é reafirmar o compromisso com a liberdade e a democracia. "Ofender a memória de um oficial do Exército da República Federal da Alemanha, que realizava curso no Brasil, rotulando-o como nazista, é desconhecer o processo histórico ocorrido naquele país amigo, no pós-guerra. Essa distorção intelectual, sim, é equivocada", defende o Exército brasileiro.

Nem todos os soldados nazistas eram nazistas
Em 1962 Hannah Arendt aceitou o convite de uma revista americana para cobrir o julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém. O oficial foi um dos principais responsáveis por enviar judeus aos campos de concentração, mas Arendt recebeu com perplexidade os relatos do carrasco. Adolf usava, entre outros, o argumento de que era apenas um funcionário cumprindo ordens para justificar suas ações – ele era um ser humano comum e não odiava judeus. Ali diante de Eichmann, não estávamos diante de um mal sem relação direta com a maldade ou mesmo com uma convicção ideológica, mas sim diante de um mal mais banal, relacionado à prática daqueles encarregados de executar ordens.

Nos Estados Unidos, em 1977, o governo acusou falsamente o imigrante polonês Frank Walus de ter cometido crimes de guerra nazistas, condenando-o por mentir para encobrir um passado na Gestapo. Em 1980, o governo reconheceu o erro e pediu para Walus esquecer o ocorrido. O caso foi documentado no New York Times em 1983.  "Foi um pesadelo horrível", disse Walus. "Meus vizinhos me tratavam de forma terrível. Eles me chamavam de nazista, de Gestapo. Eles jogavam pedras em mim", contou.

O imigrante polonês afirmou que a culpa pelo erro foi dos tribunais dos Estados Unidos, da polícia israelense e da imprensa. Ele também culpou Simon Wiesenthal, caçador de nazistas que vivia em Viena. No tribunal, judeus sobreviventes da ocupação alemã na Polônia testemunharam que o viram assassinar crianças, uma mulher idosa e uma pessoa deficiente. O tribunal o considerou culpado de mentir para esconder seu passado na Gestapo e entrar nos Estados Unidos, e retirou sua cidadania americana. Dois anos após a condenação, um tribunal de apelações ordenou um novo julgamento. Nove meses mais tarde, as acusações contra ele foram retiradas.

"Eles me disseram que cometeram um erro", disse Walus. ''Eles me disseram que eu não era a pessoa que fez aquelas coisas. Eles se desculparam. E me disseram para esquecer isso", completou.

Gazeta do Povo - PR