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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Elize Matsunaga é condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão

Julgamento durou sete dias e foi um dos mais longos da história da Justiça de São Paulo

Elize Matsunaga foi condenada a 19 anos, 11 meses e um dia de prisão em regime fechado pelo homicídio de seu marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, executivo da Yoki, além da destruição e ocultação de cadáver – crime ocorrido em maio de 2012. A sentença foi dada na madrugada desta segunda-feira, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Os advogados de defesa disseram que vão recorrer da sentença. Foram sete sessões de julgamento em um dos júris mais longos do judiciário paulista.



Elize Matsunaga no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo - Reprodução


 A sentença foi lida pelo juiz Adilson Paukoski no início da madrugada desta segunda-feira após sete dias de julgamento. O júri, iniciado na segunda-feira (28), ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital paulista. Conclui-se que por toda a dinâmica dos fatos, tratar de pessoa com personalidade fria e manipuladora. Chegando a se passar por esposa abandonada e ainda se desvencilhou do instrumento que esquartejou a vítima — disse Paukoski.

Além da condenação por homicídio, Elize recebeu a pena por ocultação de cadáver por ter despejado partes do corpo do empresário em uma estrada. Marcos foi morto no dia 19 de maio de 2012. Em julho do mesmo ano, Elize foi presa.

O Conselho de Sentença entendeu que o recurso que impossibilitou a defesa da vítima foi a única qualificadora aceita e, assim, os jurados derrubaram as de motivo torpe e meio cruel. Na interpretação do júri (formado por quatro mulheres e três homens) – que coincide com a tese da defesa -, o crime não foi cometido nem por vingança nem por dinheiro. Para eles, também não ficou provado que Marcos estava vivo quando foi esquartejado. 

Ré confessa, Elize foi ouvida no domingo em um interrogatório que durou mais de quatro horas, mas não respondeu às perguntas da acusação. Ela chorou ao lembrar do passado como garota de programa, da filha do casal, hoje com 5 anos, e também dos xingamentos de Marcos. “Deus sabe do meu coração. Se eu tenho de aprender mais alguma coisa, Ele sabe”, afirmou.

Neste domingo, Elize contou sua versão sobre o assassinato e esquartejamento do marido. “A única forma que eu encontrei foi cortá-lo, infelizmente”, disse ela. Na parte da manhã, ela respondeu os questionamentos do juiz Adilson Paukoski e se negou a responder as perguntas da acusação. Durante todo o tempo, Elize manteve a voz firme quando falava sobre o disparo que atingiu o lado esquerdo do crânio de Marcos e o esquartejamento, realizado com uma faca de carne no quarto de hóspedes do apartamento, segundo ela. Mas chorava ao falar do passado como garota de programa, da filha e dos xingamentos do marido. Ao mencionar uma passagem da qual disse se arrepender, ela completou a frase com “infelizmente”.  Os advogados Luciano Santoro e Roselle Soglio alegaram ainda que ela agiu sozinha.


O ‘Dia D’
O assassinato aconteceu em maio de 2012, no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Após ser baleado na cabeça, o executivo teve o corpo cortado em sete partes, jogadas à beira de uma estrada em Cotia, na Grande São Paulo.  No dia do crime, Marcos foi buscá-las no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Todos foram ao apartamento. Após a saída da babá, o casal pediu uma pizza que o empresário foi buscar na portaria. Na volta, ele seria morto por Elize.

Na versão da ré, não houve emboscada. O casal chegou a sentar à mesa, mas iniciou uma discussão. Marcos teria dito que ia para a casa do pai. Elize desconfiava que ele voltaria a se encontrar com a amante. “Eu não aguentei, disse para ele parar de mentir”, afirmou. “Eu contei que tinha contratado um detetive e sabia de tudo.” Segundo Elize, o empresário esbravejou. “Como você tem coragem de fazer isso com o meu dinheiro?”, teria dito. “Ele me chamou de vaca, vagabunda e deu um tapa no rosto”, afirmou.

Elize conta que os dois estavam de pé na hora da discussão. Após o tapa, ela foi para a sala de estar, apanhar sua pistola .380, que havia sido presente de Marcos. “Quando olhei a arma na minha mão, me arrependi. Fui para cozinha para ele não me ver.”  Marcos teria ido atrás dela. “Ele ficou surpreso e começou a rir”, contou. “Falou que eu era uma puta, falou para eu ir embora com a minha família e deixar a filha dele lá”, afirmou. “Eu não raciocinei. Eu poderia ter feito inúmeras coisas. Poderia ter feito um milhão de coisas. Eu não estava normal naquela hora.”  Praticante de tiro, Elize disparou a arma e acertou o marido na cabeça. “Eu queria que ele se calasse. Queria que tudo aquilo acabasse”, disse. “Eu não optei pelo tiro.  Aconteceu.” Segundo afirma, a ré ficou desesperada. Chegou a pegar o telefone para ligar para a polícia, mas desistiu. “Eu ia ser presa. Iam levar minha filha para um abrigo.” Elize conta que arrastou o corpo de Marcos pelos braços, por cerca de 15 metros, até o quarto de hóspedes. Depois limpou o rastro de sangue com um pano e produto de limpeza.

O esquartejamento só começou no dia seguinte, entre 5h30 e 6h, após a chegada da babá. “Queria esconder ele”, justificou. Ela relata que começou pelos joelhos, porque sabia que “só tinha articulação”. Depois os braços, o tronco e, por fim, a cabeça. Pôs as partes em sacos de lixo e os sacos em três malas.  Inicialmente, contou à família da vítima que Marcos estava desaparecido. “Eu não tinha como falar para minha sogra: ‘Desculpa, atirei no seu filho’.”
“Eu não queria matar o Marcos, não fiz por crueldade”, disse Elize, quando questionada se gostaria de se defender. “Queria pedir desculpa a todas as pessoas que machuquei por esse ato infeliz”, afirmou. “Se eu tiver mentindo, quero que Deus me castigue da pior forma possível.”

Fonte:  Estadão Conteúdo

 

Presidente do Supremo tenta interferir no processo legislativo mediante pedido enviado a Renan, tendo como portador o presidente Michel Temer

Renan recusou apelo do STF levado a ele por Temer

Presidente da República levou ao do Congresso pedido da ministra Cármen Lúcia

O presidente Michel Temer recebeu no domingo passado um “apelo institucional” da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, para que transmitisse ao Poder Legislativo a solicitação de que não discutisse, nem votasse, o projeto que torna crime o abuso de autoridade de juízes e membros do Ministério Público, porque isso poderia gerar uma grave crise entre os Poderes, com consequências imprevisíveis. Temer procurou no mesmo dia o presidente do Senado, Renan Calheiros, que, no entanto, manteve-se irredutível. O senador Renan Calheiros e alguns parlamentares, aos quais transmiti esse apelo, apresentaram fortes argumentos para que a matéria não fosse retirada da pauta. Eu tinha dito a eles que endossava totalmente as preocupações da presidente Cármen Lúcia. Mas eles, em função de seus argumentos, mantiveram-se irredutíveis — disse o presidente ontem ao GLOBO.


Temer destacou que respeitou a decisão de Renan de ter prosseguido nas tentativas para votar a matéria: Por temperamento, não tenho por hábito constranger ninguém. Como presidente da República é imperioso que eu respeite as decisões e a independência de outros Poderes. Aliás, essa também foi a preocupação da ministra Cármen Lúcia ao fazer esse apelo. Sendo assim, tive a cautela de não insistir no assunto.

O presidente relatou que naquele domingo, logo após a coletiva na qual anunciou que vetaria qualquer proposta de anistia ao caixa 2, [a mais inútil das coletivas que três autoridades conseguiram 'cometer'.] viajou para São Paulo, a fim de participar de um evento da colônia libanesa no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. E foi lá que ele recebeu o telefonema da presidente do Supremo. — A ministra e eu somos amigos de longa data, e isso facilita também a nossa relação institucional. E ela me ligou nestes termos: “Olha, temos que salvar o país, evitando essas crises”. Respondi-lhe: “Concordo inteiramente”. Hoje, por exemplo, com a colaboração do presidente da Câmara e do Senado, acho que conseguimos conter a justa indignação popular contra o caixa 2.

Temer disse a Cármen que, no mesmo dia, voltaria a Brasília e se reuniria com Renan e outros membros do Legislativo para transmitir o apelo. Ele disse que chegou à casa de Renan às 23h, e lá estavam Eunício Oliveira (PMDB-CE), José Sarney (PMDB-AP), Moreira Franco (PMDB-RJ) e Aécio Neves (PSDB-MG), entre outros.

CRUZADA CONTRA JUSTIÇA
Alvo de 11 inquéritos e, desde quinta-feira, uma ação penal, Renan Calheiros lidera uma cruzada pela aprovação de uma nova legislação sobreabuso de autoridade”, que atingiria juízes e integrantes do Ministério Público. Além de autor da proposta, apresentada em julho, Renan deu máxima celeridade à votação do tema, indo contra, inclusive, a posição do primeiro relator, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que defendia que a votação só ocorresse ao fim da Lava-Jato. Alçado a líder do governo, Jucá deixou a relatoria, entregue ao senador Roberto Requião (PMDB-PR), notório defensor das medidas.


Apesar de ser autor da proposta que está no Senado, Renan viu uma oportunidade na última semana de colocar em votação a versão desfigurada das dez medidas contra a corrupção, aprovada na madrugada de quarta-feira pela Câmara. Por meio de uma emenda, os deputados incluíram artigos sobre o crime de “abuso de autoridade” por parte de juízes e integrantes do MP. Os integrantes da força-tarefa da Lava-Jato reagiram e disseram que, se a proposta entrasse em vigor, haveria uma renúncia coletiva dos investigadores.

A grande preocupação, inclusive de advogados que usualmente militam no campo oposto ao dos integrantes da força-tarefa, é com a possibilidade de a proposta ser usada para coagir magistrados e procuradores, uma vez que os supostos crimes de “abuso de autoridade” são genéricos, como a atuação “de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro” e “com motivação político-partidária”. [apesar do pavor que alguns magistrados e procuradores tem com relação ao projeto sobre 'abuso de autoridade' é preciso ter presente que a denúncia de eventual 'abuso de autoridade' terá que apresentada pelo Ministério Público, aceita e julgada pelo Poder Judiciário.
Assim, fica claro que qualquer interpretação de eventual abuso de autoridade praticado por um membro do Poder Judiciário ou do Ministério Público só prospera se tiver o aval de um membro do MP - a quem cabe apresentar a denúncia - e for acolhida por um magistrado - que julgará a denúncia.]

Apesar das críticas, Renan se mobilizou na quarta-feira para aprovar um requerimento de urgência que permitiria a análise imediata da proposta vinda da Câmara. Diante da reação dura de senadores, e da mobilização nas redes sociais, o requerimento acabou sendo rejeitado. [a reação dos senadores pode perfeitamente 'travar' o andamento da proposta, mas, as redes sociais não contam, pois além de não terem função legislativa na hora que atentarem para os detalhes do projeto e da tramitação de qualquer processo de 'abuso de autoridade' vão perceber que a grita contra é mais fruto de retaliação contra a comissão criada por Renan para investigar os supersalários no serviço público.] Assim, a medida aprovada pelos deputados vai tramitar normalmente nas comissões. Amanhã, no entanto, o plenário do Senado já deve começar a analisar a proposta de Renan. Na quinta-feira, em audiência no Senado, o juiz Sérgio Moro voltou a criticar a votação da medida neste momento e pediu que, ao menos, coloque-se uma emenda deixando claro que não pode ser considerado abuso a diferença de interpretação da legislação.

Para evitar críticas precipitadas, sem noção, abaixo segue o projeto sobre 'abuso de autoridade' - projeto que aos olhos da presidente do Supremo pode gerar uma grave crise entre os Poderes, com consequências imprevisíveis e que motivou o presidente da República a ser portador de mensagem da presidente do STF para o presidente do Senado Federal:


SUBSTITUTIVO

(PROJETO DE LEI DO SENADO Nº 280, DE 2016)


Define os crimes de abuso de autoridade e dá outras providências.


O CONGRESSO NACIONAL decreta:

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art.1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agentes públicos, servidores ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.

Parágrafo único. Não constitui crime de abuso de autoridade o ato amparado em interpretação ou jurisprudência divergentes, ainda que minoritária, mas atual, bem assim o ato praticado de acordo com avaliação aceitável e razoável de fatos e circunstâncias determinantes, desde que, em qualquer caso, não contrarie a literalidade da lei, nem tenha sido praticado com abuso de autoridade. [salvo engano o trecho destacado em vermelho já atende ao juiz Sérgio Moro.] 

CAPÍTULO II

Dos Sujeitos do Crime

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, compreendendo, mas não se limitando a:

I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;

II – membros do Poder Legislativo;

III – membros do Poder Judiciário;

IV – membros do Ministério Público;

V – membros dos tribunais ou conselhos contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no caput.


CAPÍTULO III

Da Ação Penal

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública condicionada a representação do ofendido ou a requisição do Ministro da Justiça.

  • 1º No caso de morte do ofendido ou se declarada sua ausência em decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou parente colateral de segundo grau.
  • 2º O direito de representação poderá ser exercido pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração ou petição, escrita ou oral, dirigida ao juiz, ao Ministério Público ou à autoridade policial.
  • 3º A representação será irretratável, após o oferecimento da denúncia.
  • 4º O direito de representação decairá se não for exercido no prazo de seis meses, contado do dia em que se tiver conhecimento da autoria do crime.
  • Será admitida ação privada subsidiária da pública se Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo de 15 (quinze) dias, contado do recebimento do inquérito ou, tendo sido este dispensado, do recebimento da representação.
  • 6º O direito à ação privada subsidiária da pública poderá ser exercido no prazo de seis meses, contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.
  • A ação penal será pública incondicionada se a prática do crime implicar pluralidade de vítimas ou se, por motivos objetivamente expressos, houver risco à vida, à integridade física ou à situação funcional de ofendido que queira representar contra o autor do crime.                                                                                                                                          

Ler na íntegra, clique aqui 


Renan é quem é, mas só virou alvo principal por causa dos supersalários do Judiciário e do Ministério Público

O que não passou pela goela dos juízes e de membros do Ministério Público foi a decisão de criar uma comissão para identificar os supersalários

[a prova incontestável do acerto do título deste POST é que o primeiro processo contra Renan tramitou no Supremo por NOVE anos.

Agora não será surpresa de Renan for alvo de um decreto de um dos ministros do SUPREMO suspendendo o seu mandato de senador e de presidente do Senado - vida caso Cunha.]

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é quem é. E é quem é faz tempo, não de agora. Devem ser dez os inquéritos contra ele relacionados à Lava Jato. Rodrigo Janot, o procurador-geral da República, não ofereceu, por enquanto, denúncia contra ele. Há uma semana, Renan e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, concederam uma entrevista coletiva, ao lado do presidente da República, assegurando que não haveria anistia de nenhuma forma. A propósito: sempre disse aqui que não. Mesmo assim, os dois parlamentares foram os alvos principais dos protestos desde domingo. E por que foram?

Maia porque preside a Câmara, que, segundo a versão que se tornou dominante, “desfigurou” o projeto contra a corrupção. De verdade, vamos ser claros, o que pesou ali foi a possibilidade de juízes e membros do Ministério Público serem processados por crime de responsabilidade. Curiosamente, magistrados e procuradores chamam isso de “criminalização”. Eles se esquecem de que, para que punisse um juiz ou um membro do MP, a denúncia teria de ser oferecida por um membro do MP e julgada por um… juiz. Mas que fique claro: eu me opus a esse aspecto do texto. Achei que iria gerar isso que gerou.

E Renan? Por que a pauleira? Para todos os efeitos, porque tentou votar a toque de caixa o texto aprovado na Câmara — e foi malsucedido — e porque, como dizem, “desengavetou” o projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade. Aliás, esse texto hoje foi tratado em muitos discursos como sinônimo daquele da Câmara.  Bem, meus caros, a verdade liberta. Renan não virou a Geni das manifestações porque agora é réu (ainda que os membros do Supremo o tenham colocado nessa condição sem muita convicção), porque pôs para votar o tal projeto ou porque tentou aprovar a proposta da Câmara a toque de caixa.
Ele entrou na mira um pouco antes. O que não passou pela goela dos juízes e de membros do Ministério Público foi a decisão de criar uma comissão para identificar os supersalários. Infelizmente, como se sabe, o maior número de casos está justamente no Judiciário. E também o MP abriga uma infinidade de pagamentos anômalos.

Sim, Renan é quem é, e há tempos eu pergunto por que Janot não oferece denúncia contra ele. Suponho que não disponha ainda dos elementos necessários para que a dita-cuja seja aceita pelo Supremo, ou, entendo, o procurador-geral já o teria feito.  Mas me parece muito pouco saudável que se transforme no alvo principal de uma manifestação porque duas categorias estão insatisfeitas com o fato de que uma comissão pretende submeter os salários ao mandamento constitucional.  Infelizmente, juízes e membros do MP chamam isso de retaliação, desatentos ao fato de que tal afirmação só pode ser feita se o pagamento acima no teto for quase uma regra no Judiciário e no MP…

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

 

domingo, 4 de dezembro de 2016

Nove anos depois

Renan Calheiros é o retrato perfeito e acabado da grave enfermidade ética e moral que coloca o Parlamento na contramão de sua missão constitucional de representar os eleitores

Renan Calheiros virou réu, acusado do crime de peculato no Supremo Tribunal Federal (STF). É notícia que não surpreende ninguém, considerando tanto o rico histórico do soba alagoano em investigações policiais como o fato de que o processo em questão tramita na Suprema Corte há inacreditáveis nove anos. Esta circunstância insólita, por sua vez, chama a atenção para outra aberração incrível que é a espantosa morosidade da Justiça brasileira, problema que, aliás, foi tratado, à margem do julgamento de quinta-feira passada, com zeloso espírito de corpo, por três ministros, entre eles a presidente da Corte, Cármen Lúcia.

Sobre Renan Calheiros, o que se pode dizer é que é o retrato perfeito e acabado da grave enfermidade ética e moral que coloca o Parlamento brasileiro na contramão de sua missão constitucional de representar os eleitores – e, no caso do Senado, as unidades da Federação – na discussão e aprovação de leis e na fiscalização do Poder Executivo. O presidente da Câmara Alta é hoje um dos exemplos mais óbvios do político que usa seu poder primordialmente em benefício próprio e de seus cupinchas. Foi o que ficou mais uma vez demonstrado esta semana com a tentativa frustrada de Calheiros de aprovar o regime de urgência para a tramitação do projeto anticorrupção que menos de 24 horas antes havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

O presidente do Senado, agora réu no STF, é indiciado em outros 11 processos que tramitam naquela Corte, a maior parte deles ligada à Operação Lava Jato. Mas muito antes de a polícia, o Ministério Público e a Magistratura federal se terem articulado, há pouco mais de dois anos e meio, para operar a ampla faxina no aparelho estatal dominado pela corrupção elevada à condição de método político pelo lulopetismo, Renan Calheiros já se exercitava alegremente na prática de iniciativas ética e moralmente questionáveis. Tanto que as mesmas investigações que resultaram, finalmente, em sua transformação em réu, obrigaram-no, em 2007, a renunciar à mesma presidência do Senado que hoje ocupa, como resultado de um acordo que lhe salvou o mandato.

Só mesmo uma grave doença moral poderia explicar que o Senado elegesse para presidir os seus trabalhos uma figura como Renan Calheiros, depois de tudo o que ocorreu em 2007.  A impunidade de maus homens públicos, que no mais das vezes nem chegam a ser levados à barra dos tribunais, tem forte aliado numa das maiores deficiências institucionais do País, a aparentemente insanável morosidade da Justiça. Essa morosidade, além de ser inestimável aliada de criminosos de colarinho branco, prejudica a população em geral que, ao contrário dos espertalhões bem situados, geralmente têm pressa em ver suas pendências judiciais dirimidas.

Renan Calheiros tornou-se réu sob a acusação de ter desviado recursos do Senado para ressarcir uma empreiteira que teria pagado a pensão de uma filha que tem fora do casamento. No julgamento, a questão da morosidade da Justiça acabou vindo à baila. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, explicou que praticamente a totalidade da centena de processos que estão sob sua responsabilidade não se encontra em seu gabinete, mas nas mãos de policiais e procuradores envolvidos nas respectivas investigações de campo. O ministro estaria, assim, apenas esperando a conclusão das investigações para se manifestar sobre o prosseguimento ou não dos respectivos processos.

É claro que a necessidade do aprofundamento de investigações pode resultar em demora na conclusão de processos criminais. Isso no âmbito de mais alta instância, que é o STF. Imagine-se a que passo andam investigações que não são presididas por integrantes da cúpula da Justiça. Mas, se o Supremo não consegue administrar com eficácia o gravíssimo problema da morosidade, tomando a iniciativa de propor e executar medidas para pelo menos minimizar o problema, quem é que terá condições de fazê-lo? Transferir responsabilidades não é o melhor caminho.

Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo

 

Deltan Dellagnol ao chantagear o presidente da República se torna o Jânio Quadros do MP

 Na calada da noite

A espantosa chantagem de Dellagnol ao presidente da república com uma ameaça de renúncia me faz pensar no procurador como uma espécie de Jânio Quadros do MP

A massa dos pãezinhos de cenoura está descansando. Nesta sexta-feira, acabam as aulas da minha filha, ela termina o fundamental 2 e cursará o ensino médio em 2017. Haverá um piquenique para encerrar o ano e ela foi intimada a levar uns pãezinhos de cenoura que costumo fazer e os colegas que já experimentaram adoram. Nesta quinta, enquanto a massa descansava, fui ao site da Câmara para ler o projeto aprovado na calada noite preta.

A turma fez uma viagem de despedida em agosto, minha filha não foi porque a brincadeira era cara para nós, mas sem dramas, pois ela compreende que vivemos nos limites do que podemos. Também por isso foi fácil fazê-la entender a necessidade da PEC do teto. Só consigo mantê-la nesse colégio que ela ama porque, excelente aluna, tem bolsa quase integral garantida pela média entre 9,5 e 10. Não quero dar a impressão de que sou uma mãe coruja: eu sou uma mãe coruja; minha filha arruma o quarto a cada, sei lá, 8 meses, mas é toda linda e protege meu coração da aridez. Não pude pagar a viagem e nem sofremos por isso, imagine, também não sou daquelas mães que fazem-tudo-o-que-podem, faço o que acho certo e pãezinhos de cenoura são a coisa certa.

O projeto de lei aprovado na Câmara na tal calada noite preta tem 32 páginas com 67 artigos, e há outras 60 páginas dispensáveis. Eu li. Estava decidida a não ir à manifestação do dia 4 e, depois de ler o texto da lei, continuo decidida a não ir à manifestação. Este comentário é só um registro da minha opinião, gostaria de ressalvar, não pretendo disciplinar a manifestação, imagine. No máximo, sugiro a leitura do projeto de lei, a gente termina de ler antes que a massa dos pãezinhos esteja pronta para ir ao forno. O texto aprovado poderia ser melhor, mas não vejo nele o fim do mundo anunciado para e pela Lava Jato.

Sim, o obscuro Weverton Rocha (PDT-RO) emplacou a responsabilização de juízes e membros do Ministério Público por crimes de abuso de autoridade e “atuação com motivação político-partidária”. Não há como aceitar que autoridades abusem da autoridade e atuem com motivação político-partidária, não é mesmo? Basta lembrar o abuso de autoridade e a atuação político-partidária de Eugênio Aragão, o último ministro da justiça de Dilma, que ameaçava Deus e o mundo se sentisse “cheiro de vazamento” das delações. Não há o momento “certo” para uma lei contra essas coisas, um pouco de sensibilidade política, lucidez e serenidade acusariam que essa abordagem é inoportuna num momento de máxima crispação a partir de estímulo mínimo. Sensibilidade política, lucidez e serenidade: três sentidas ausências no debate em que o Ministério Público parece querer ser Legislativo, Executivo e Judiciário ao mesmo tempo sem deixar de ser MP. De todo modo, como está, os especialistas dizem que a coisa é anticonstitucional. Deve ser, então, mas é indiscutível que é inoportuna e inócua. Só levanta a fervura.

O Congresso por pior que seja e o MP por melhor que seja continuam tendo as respectivas funções delimitadas pelo estado de direito que ainda está em vigor. A somente um deles cabe legislar – mal ou bem, o Congresso. A espantosa chantagem de Dellagnol ao presidente da República com uma ameaça de renúncia me faz pensar no procurador como uma espécie de Jânio Quadros do MP. Esse voluntarismo messiânico levou a instituição a travar um braço de ferro com o Congresso que, dada a merecida má fama dos políticos, produziu uma crise artificial que agrava a crise real, cada minuto mais dramática.

A prepotência do MP, com Dellagnol postado na Câmara para salvar a nação, como se os parlamentares fossem legítimos apenas se aprovassem tudo o que o procurador (ou a população de mais de 200 milhões de súbitos juristas) determinasse, provocou os piores instintos nos deputados, que responderam com Weverton. Uma sandice, uma desnecessidade. E o MP inflamou as ruas promovendo a desinformação alarmista misturada ao justo anseio nosso de colocar na cadeia os bandidos que infestam a política. Outra sandice, outra desnecessidade.

Parece que extremistas de esquerda marchando pelo “Fora, Temer”, os de extrema direita babando por intervenção militar, os franco-atiradores cobrando o sangue de todos os políticos e os moderados exigindo o fim do “AI-5 contra a Lava Jato” se encontrarão nas ruas neste 4 de dezembro. Eu não vou. O público me parece eclético demais e a motivação, inflada artificial e perigosamente. Ficarei torcendo para que corra tudo bem. Torcerei também para que o Senado rejeite o projeto integralmente, única chance de a coisa não bater à porta de Temer convidando-o a escolher entre ter o governo extinto pelo Congresso com o veto ou extingui-lo pelas ruas com a sanção. Ainda há governo, certo?

A um comentário em que registrei que não irei à manifestação, Augusto Nunes respondeu que irá porque quando “jucás, renans, sibás escolhem um lado”, ele escolhe outro e nunca se arrependeu. A referência ao contrário é sinal de decência, concordo, mas, hoje, me parece, o lado desse bando e congêneres é o da desestabilização a que a manifestação do dia 4 convida: os procuradores voluntaristas do MP nunca foram elogiados nos blogs-mortadela como são agora; a crise artificializada pela gritaria sem causa do MP abafou, no noticiário, a selvageria de terça-feira em Brasília com a depredação do MEC e o esfaqueamento de um policial por delinquentes amestrados da súcia petista que estão animadíssimos para domingo. Não sei, mas acho que a delicadeza de tudo exige serenidade que, talvez, se traduziria num recuo para continuarmos avançando.

A Odebrecht acaba de assinar um acordo de leniência pelo qual pagará 2,5 bilhões de dólares, fora as multas; a empreiteira que pregava que a Lava Jato era um festival de invencionices teve de reconhecer num documento público, por força justamente das verdades que a megainvestigação revelou, a sua conduta mafiosa; seu dono, o empreiteiro mais rico do país está na cadeia; Lula está condenado a uma cova moral em cuja escuridão fria ainda zurra mentiras porque o cinismo dele calcificou-se aos ossos; meio mundo político será dizimado pela delação que a construtora assinou; Sérgio Moro, merecidamente, é a pessoa mais respeitada no país exausto e sofrido; o Brasil vive a oportunidade de encarar o fato de que escolhe miseravelmente mal seus representantes e não deve desperdiçar o momento histórico de se conciliar com o futuro – tudo isso sem as tais 10 medidas.

O país não precisava desse debate agora ou, então, que fosse conduzido com serenidade. Quem assistiu aos depoimentos de Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do TCU, nas sessões do impeachment no Senado, constatou que firmeza não precisa ceder à prepotência. Mesmo provado de modo doentio por Gleisi Hoffmann, a senadora cuja nome é um diagnóstico, Júlio Marcelo não foi além do que lhe cabia. Não duvido das boas intenções nem deixo de reconhecer o trabalho extraordinário que o MP vem fazendo na Lava Jato e tal. Ele integra a solução, não o problema. Mas quem nos salvará de um MP salvacionista? Preciso pôr os pães no forno.

Publicado no Coluna do Augusto Nunes - Por: Valentina de Botas

Antonio Prata, de esquerda, vai ao protesto; Reinaldo Azevedo, de direita, não vai

Estão brincando de choque de Poderes. A esquerda percebeu que se trata de uma oportunidade de ouro para desmobilizar e, em certo sentido, desmoralizar a pauta liberal, que chama de “onda conservadora”

Até que enfim mais alguém na grande imprensa se lembra de algo que já observei aqui e em toda parte. Caso o projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade seja aprovado e a observação vale também para o tal crime de responsabilidade de juízes e membros do Ministério Público —, quem é que vai julgar uns e outros se processados? Resposta: os juízes!

É o que lembra Elio Gaspari na sua coluna na Folha deste domingo.
Procuradores do Ministério Público Federal e associações de magistrados resolveram convocar para hoje uma manifestação contra o Congresso. Não errei em nada: esses são os organizadores do ato, e essa é a pauta.  Trata-se de um evento inédito — e, obviamente, ruim. Estão brincando de choque de Poderes. A esquerda percebeu que se trata de uma oportunidade de ouro para desmobilizar e, em certo sentido, desmoralizar a pauta liberal, que chama de “onda conservadora”.

Não por acaso, Antonio Prata, cujo talento reconheço e cujas teses, no mais das vezes, repudio, anuncia a sua adesão ao protesto. Diz estar em dúvida se vai ou não. É mera hesitação decorosa e estilística. Ele vai. E, do seu ponto de vista, faz muito bem.  Qualquer liberal com um mínimo de discernimento sabe que a roubalheira petista era só um instrumento de algo muito maior e mais nefasto: o sequestro do estado. Pôr bandidos na cadeia, pouco importa o partido, é só uma obrigação-meio. Tal tarefa deve ser encarada como coisa cotidiana. Transformar isso em finalidade da luta política é coisa de beócios, de energúmenos — não é nem de direita nem de esquerda; só é coisa de gente burra. Mas a burrice anda imodesta…

A cada vez que leio ou ouço na imprensa a expressão “a Câmara desfigurou o projeto do MP”, penso — e depois escrevo: “Que coisa mais cretina!”. Em primeiro lugar, o papel do MP não é legislar. Ou é? Em seguida, constato e depois escrevo: ainda bem que quatro das 10 medidas foram jogadas no lixo mesmo. Eram fascistoides. Outras também caíram. Não é o fim do mundo.

Antonio Prata vai ao protesto. Eu não vou.  Eu não vou porque o Ministério Público tem todo o poder de que precisa. E suas tais 10 Medidas não eram contra a corrupção exatamente, mas a favor de mais poderes para o… Ministério Público.  Eu não vou porque, com as leis que já temos, o Ministério Público meteu na cadeia parte considerável do PIB, um ex-presidente da Câmara e um senador. E vai mais gente.

Eu não vou porque, com as leis que já temos, delações premiadas vão botar na berlinda umas duas centenas de políticos, que serão, havendo os indícios necessários, devidamente processados.  Eu não vou porque, com efeito, sou contra a forma que tomou o crime de responsabilidade de juízes e membros do MP (isso não vai prosperar), mas sou favorável ao projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade.

Eu não vou porque fiz um desafio ao juiz Sergio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol que dissessem qual trecho do projeto inibe a Lava Jato —, e eles negaram fogo. Eu não vou porque Moro teve a chance, no debate com Gilmar Mendes, de revelar qual parte do projeto atrapalhava as investigações, e ele não o fez.  Eu não vou porque o juiz se limitou a afirmar que não “é hora” de votar um texto que combate abuso de autoridade. Como eu aprecio a língua portuguesa, entendo que então existiria um momento para o… abuso de autoridade. Sou um democrata e não posso concordar com isso.

Eu não vou porque, como lembrou Gaspari, se juízes e procuradores não confiam nos juízes e procuradores, por que eu haveria de confiar?  Eu não vou porque essa é uma agenda de demonização do Congresso, o mesmo que terá de votar as reformas. Desmoralizá-lo interessa a quem não quer as reformas liberalizantes — e por isso Antonio Prata vai.

Eu não vou porque essa suposta agenda de combate à corrupção é, na verdade, uma agenda e combate às reformas. Não por acaso, estão sendo lideradas pelas duas categorias mais bem pagas pelo estado brasileiro: procuradores e juízes.  Eu não vou porque, à diferença do que dizem os senhores procuradores e juízes, o país está, sim, avançando no combate à corrupção. E isso se faz com reformas contínuas, não com atos de força, que buscam desmoralizar o Congresso, sem o qual não se fazem as… reformas!

Eu não vou justamente porque apoio a Lava Jato, mas eu a quero como operação do estado, não como ato voluntário de quem ameaça renunciar — como se isso fosse possível — caso suas vontades não sejam satisfeitas.  Eu não vou porque é mentira que a Lava Jato corra qualquer risco.  E, sabendo que Antonio Prata vai, fica ainda mais claro por que eu não vou. Eu até poderia dividir com ele a mesa de um bar, mas não uma manifestação — quer dizer: quem sabe uma a favor de Montesquieu…

Quero o Ministério Público ocupando-se do seu trabalho. E seu trabalho não é fazer política, demonizar os políticos, conceder entrevistas coletivas a cada dois dias e cevar jornalistas com vazamentos seletivos.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

Mulher de Moro convoca manifestantes pelo Facebook

'Chegou o dia, neste domingo contamos com todos os brasileiros', diz a publicação da página do Facebook de Rosângela Wolff Moro

 A mulher do juiz federal Sergio Moro convocou os manifestantes para irem às ruas neste domingo. A página do Facebook ‘Eu MORO com ele #rosangelawolffmoro’, de Rosângela Wolff Moro, esposa do juiz, compartilhou uma imagem do perfil ‘República de Curitiba’ em que constam a foto do marido e o chefe da equipe de procuradores da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com os dizeres do Hino da Independência do Brasil: “Ou ficar a pátria livre, ou morrer pelo Brasil’.

Abaixo da imagem, a convocação: “Chegou o dia, neste domingo CONTAMOS com todos os brasileiros. VAMOS ÀS RUAS, HOJE”. Nos comentários, os manifestantes de diversas partes do Brasil publicam fotos e vídeos do protesto, com mensagens de apoio ao Sergio Moro e à Lava Jato. [salvo engano e sem nenhuma intenção ofensiva e sim de apenas lembrar a mulher do juiz Sergio Moro ao fazer esta convocação, procede igual as mulheres de militares, que quando desejam apresentar pleitos que não podem ser apresentados pelos maridos, assumem a autoria das manifestações, convocações, etc.]

Fonte: VEJA

Passeatas são pacíficas, pedem o fim da corrupção. Só erram quando protestam contra o DEVER CONSTITUCIONAL do Congresso de legislar

Primeira onda de protestos da era Temer se espalha pelo país

Os manifestantes protestam contra a corrupção e apoiam a Lava Jato

A primeira onda de protestos pós-Dilma acontece [já aconteceu e para tristeza de muitos e até mesmo desespero de outros, os movimentos foram pacíficos e pediram o fim da corrupção, declararam apoio a Lava Jato e protestaram contra o Congresso exercer o DEVER CONSTITUCIONAL de legislar.

A manifestação de apoio a Lava Jato foi, é e continuará sendo  desnecessária: não há nenhum movimento sério, digno de ser considerado pelo fim da Lava Jato e mesmo que  houvesse seria inútil - tão sem sentido quanto o presidente da República, do Senado e da Câmara convocarem uma entrevista para dizer que não vão apoiar nenhum projeto de anistia ao CAIXA DOIS - projeto impossível, haja vista que só se anistia crimes e Caixa 2 ainda não é crime.

De igual forma, a Lava Jato vai continuar e não existe nenhuma autoridade, individual ou coletiva que tenha condições para interromper aquela operação.

Há muitos interessados, mas tal interesse jamais será concretizado.
A Lava Jato é uma operação legal e que não pode, dentro da legalidade, ser interrompida, ser cerceada ou mesmo limitada.

Quanto a protestar contra o Congresso por modificar projetos de lei que são submetidos a sua apreciação, é outro pedido impossível - se atendido significará o fim do Estado Democrático de Direito, tendo em conta que é DEVER CONSTITUCIONAL do Congresso legislar.]  neste domingo e já se espalha [o apogeu das manifestações já ocorreu, já está em fase de dispersão e tudo transcorreu de forma pacífica.
As manifestações dos tempos da Dilma eram violentas por duas razões:
- o próprio governo através da corja lulopetista e dos manifestantes profissionais queriam a violência; e,
- havia um objetivo definido que era expulsar a Dilma.
As de agora apesar de expressarem insatisfação contra o Governo não é contra o presidente Temer e sim com sua lentidão, seus vacilos que chegam a ser exasperar.
Está na hora dos que querem o BEM do Brasil não insuflarem a população desinformada ao se referir a votações na 'calada da noite'.
Todos sabem que é comum votações importantes ocorrerem durante a noite.

FINALIZANDO: qualquer decisão que for tomada pelo Congresso Nacional e que seja inconstitucional será derrubada de pronto pelo STF.
Assim, o importante é que o Congresso legisle, cumpra sua função constitucional, e não há motivos para que as atividades legislativas do Parlamento assustem aos brasileiros, o STF tem PODER para derrubar qualquer ilegalidade cometida pelo Senado ou pela Câmara, seja pela manhã, à tarde, ou madrugada a dentro.] por diversas cidades brasileiras, como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e São Paulo. Os manifestantes protestam contra a corrupção e apoiam a Lava Jato. Entre as pautas, também está o pedido de rejeição às mudanças no pacote anticorrupção, após o a Câmara dos Deputados votar na ‘calada da noite’ diversas modificações no projeto que desfiguraram o texto inicial.

Enquanto o Brasil ainda estava sob o choque do desastre aéreo envolvendo a delegação do time da Chapecoense, jornalistas e convidados, a Câmara aproveitou para votar, entre meia-noite e quatro horas da madrugada, diversas medidas – entre elas, o pacote anticorrupção. [a votação havia sido marcada para terça-feira na semana anterior ao acidente que vitimou o time da Chapecoense e já era esperado que se prolongasse noite a dentro.]

Segundo os organizadores do movimento ‘Vem pra Rua’, um dos que encabeçaram os protestos pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, as manifestações acontecem em mais de 200 cidades brasileiras. Em São Paulo, os manifestantes se reúnem na Avenida Paulista e, no Rio de Janeiro, no Posto 5, na praia de Copacabana. Em Belo Horizonte, o ponto de encontro é a Praça da Liberdade que, segundo o ‘Vem pra Rua’, conta com cerca de 8.000 participantes neste momento. Em Brasília, os organizadores estimaram a presença de 15.000 participantes, enquanto a Polícia Militar informou que o número de manifestantes era de, aproximadamente, 5.000 pessoas. Em Recife, a organização do evento estimou 1.000 participantes.

 Fonte: Revista VEJA


A turma da Lava-Jato deve confiar na Justiça


A defesa da lei do abuso tem uma carga maldita 

Os doutores da Operação Lava-Jato dizem que o projeto que pune os abusos de autoridade praticados por policiais, juízes e promotores destina-se a “aterrorizar procuradores, promotores e juízes”.  Não estão sozinhos. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, pergunta: “Criminalizar a jurisdição é fulminar a democracia. Eu pergunto a quem isso interessa? Não é ao povo, certamente. Não é aos democratas, por óbvio. (...) Desconstruir-nos como Poder Judiciário ou como juízes independentes interessa a quem?”.

Joaquim Barbosa, que ocupou a cadeira da ministra, fez um raciocínio mais acrobático. Segundo ele, as forças que cassaram o mandato de Dilma Rousseff estariam num novo lance: “Se eu posso derrubar um chefe de Estado, por que não posso intimidar e encurralar juízes?”.  A ideia de que o projeto aprovado na Câmara intimida, encurrala, ou amedronta os juízes, procuradores e policiais repetiu-se dezenas de vezes. Basicamente, o projeto estabelece penas de seis meses a dois anos de prisão para magistrados que ajuízem ações com má-fé, por promoção pessoal ou perseguição política ou procuradores que instaurem procedimentos “em desfavor de alguém, sem que existam indícios mínimos de prática de algum delito”. O nó está aí, uma investigação aberta levianamente pode dar cadeia.

Alguns artigos são banais, como o que penaliza os servidores que venham a “proceder de modo incompatível com a honra, a dignidade e o decoro de suas funções”. Houve época em que um presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo deixava sua Porsche no estacionamento da Corte. Vá lá. Num surto, o projeto quer proibir juízes de dar entrevistas. É verdade que eles não deveriam falar fora dos autos, mas não podem ser amordaçados.

A Lava-Jato e todas as investigações estariam ameaçadas porque, aberto um inquérito, um cidadão que se julgue prejudicado poderá processar procuradores ou mesmo o juiz por abuso de autoridade. “Um atentado à magistratura”, nas palavras do juiz Sérgio Moro.  Antes de concordar com o fim do mundo, fica uma pergunta: quem poderá condenar o policial, o procurador ou o juiz? Um magistrado, e só um magistrado. Se os procuradores da Lava-Jato, o juiz Moro, a ministra Cármen Lúcia e seu colega Joaquim Barbosa não confiam na Justiça, por que alguém haverá de fazê-lo?

De fato, juízes e procuradores podem se sentir intimidados, até mesmo aterrorizados. A Lei Maria da Penha, por exemplo, intimida e aterroriza milhares de homens que pensam em bater numa mulher. Assim são as coisas e é bom que assim sejam. Com novos mecanismos de correição, uma juíza como a doutora Clarice Maria de Andrade, da comarca paraense de Abaetetuba, poderia ficar intimidada ou mesmo aterrorizada antes de permitir, em 2007, que na sua jurisdição uma menina de 15 anos fosse mantida presa numa cela com 23 homens durante 26 dias. Três anos depois, o Conselho Nacional de Justiça puniu-a, com a pena de aposentadoria compulsória. Em outubro passado, o CNJ reviu a decisão, colocando-a em disponibilidade, por dois anos, com vencimentos proporcionais. Depois, zero a zero e bola ao centro.

A defesa da lei do abuso tem uma carga maldita. De um lado, estão juízes e procuradores que batalham em defesa da moralidade, e, do outro, personagens de pouca reputação. Uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Imagine-se um sujeito que entra numa igreja e vê um batizado. Os padrinhos são os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, mais os deputados Rodrigo Maia e Weverton Rocha, signatário da emenda que define crimes de responsabilidade para juízes e procuradores. O bebê é inocente, nada sabe da vida, mas acaba associado aos quatro padrinhos.

Eremildo, o idiota, e o teto dos juízes
Eremildo é um idiota e ouviu a ministra Cármen Lúcia dizer que “confundir problemas, inclusive os remuneratórios, que dispõem de meios de serem resolvidos, com o abatimento da condição legítima do juiz, é atuar contra a democracia, contra a cidadania que demanda justiça, contra o Brasil que lutamos por construir”.

Por cretino, Eremildo entendeu que a presidente do Supremo está dizendo que quando mais de dez mil magistrados levam para casa vencimentos que rompem o teto constitucional de R$ 33.763 eles atuam “contra a democracia, contra a cidadania que demanda justiça, contra o Brasil que lutamos por construir”.

O idiota sabe que é a única pessoa que pensa assim, mas não consegue entender como a doutora possa ter dito outra coisa, visto que ela e todos os seus colegas do Supremo recebem apenas o teto. No Tribunal de Justiça do Rio, 848 magistrados (98,5%) recebem mais. Entre os promotores e procuradores a situação é parecida, pois 887 dos 904 servidores estouram o limite constitucional.

Gracinha: com apenas sete meses de magistratura, a desembargadora Marianna Fux, de 35 anos, recebeu R$ 46.830 nos meses de junho, julho e agosto. Com 60 anos de idade e 33 de toga, seu pai, o ministro Luiz Fux, vive com o teto. Ele estaria na condição de quem sofre o que a ministra Cármen Lúcia chama de “o abatimento da condição legítima de juiz”.

Boa notícia
A próxima safra de grãos será muito boa, e o Brasil do agronegócio é outro. Um dos dez frigoríficos de Mato Grosso está abatendo 650 mil aves, 6 mil porcos e 2 mil bois por dia.

Retrato
O presidente Michel Temer informou que pensa em gravar todas as suas audiências de natureza pública. É uma ideia meio girafa, mas vá lá.

Menos de uma semana depois veio a informação de que o Gabinete de Segurança Institucional começou a testar dois equipamentos capazes de impedir que se gravem conversas no gabinete de Temer. Ganha um passeio ao jazigo de Fidel Castro quem souber o que o governo quer.

Dirceu e Geddel
No dia 26 de dezembro de 2002, o poderoso José Dirceu estava se preparando para assumir a chefia da Casa Civil de Lula quando o deputado José Carlos Martinez presenteou-o com um relógio Rolex. Coisa de pelo menos R$ 15 mil da época. Dois dias depois, doou a peça ao programa Fome Zero. Era falso.

Em 2009, durante as comemorações de seu 50º aniversário, o deputado Geddel Vieira Lima, ministro da Integração de Lula na cota do PMDB, recebeu da Odebrecht um patacão Patek Philippe avaliado em R$ 85 mil.


Fonte: Elio Gaspari - O Globo

Governo teme nova onda de manifestações - Presidente Temer, a ORDEM PÚBLICA tem que ser preservada, custe o que custar

Governo já teme nova onda de manifestações

O receio é de que os protestos sirvam para puxar uma perigosa onda de mobilização pela saída do presidente Michel Temer

[as manifestações contra a 'escarrada' tinham motivo: o principal deles afastar  Dilma e o PT, cujos desmandos e incompetência eram a causa das manifestações; 

já Temer não é a causa da crise e tenta resolver e as manifestações, na realidade atos de baderna e vandalismo,  buscam aumentar a crise, tumultuar o Brasil.] 

As manifestações de rua previstas para hoje, em todo o país, preocupam o Palácio. O receio é de que os protestos sirvam para puxar uma perigosa onda de mobilização pela saída do presidente Michel Temer, como aconteceu com Dilma Rousseff, deposta em agosto. Na avaliação do governo, o Congresso contribuiu, nos últimos dias, para aumentar a tensão política, ao aprovar um pacote que desfigurou as medidas contra a corrupção.

Sem conseguir reduzir sua impopularidade e sofrendo um revés atrás do outro na economia, Temer procura escapar de eventos em locais abertos desde que assumiu o cargo, há seis meses. A “voz das ruas” também foi a justificativa usada pelo presidente, há uma semana, ao anunciar que jamais sancionaria uma proposta de anistia a caixa 2, caso a iniciativa fosse aprovada pela Câmara. [o anúncio feito por Temer foi uma exposição desnecessária, por ser público e notório que nenhum projeto de anistia ao caixa dois seria apresentado, por razão que todos já sabiam: não pode haver anistia para uma prática que não é crime.]

Temer também está atento ao comportamento do PSDB durante essa crise. Na quarta-feira (30), o presidente soube que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) participou da articulação para tentar votar, a toque de caixa, o pacote aprovado pela Câmara, no qual foi embutido o crime de abuso de autoridade contra juízes, procuradores e promotores. Gesto tido como prejudicial à imagem do governo.

A manobra foi conduzida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mas acabou se transformando em um fiasco. Informações que chegaram ao Planalto – muitas delas vindas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) – dão conta de que Renan, hoje réu em ação penal por peculato, será o principal alvo das manifestações deste domingo.

Interlocutores de Temer apontaram que a desastrada operação do presidente do Senado provocou ainda mais repúdio da população à classe política, respingando no Planalto. O governo esperava esfriar os protestos ao anunciar posição contrária ao caixa 2 e sair das cordas com uma “agenda positiva”, mas, diante de tantos problemas, a semana serviu para elevar a temperatura da crise.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo 

Elize Matsunaga: 6º dia de julgamento tem amante, reverendo e Elize nua - Elize deve ser interrogada neste domingo

Caso Yoki: Julgamento em São Paulo teve leitura de depoimentos e exibição de imagem de site de acompanhantes; há expectativa de que ela fale na etapa deste sábado

 

 O júri popular é realizado desde segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo (Jales Valquer /Fotoarena/Folhapress)

Uma foto de Elize Matsunaga nua foi mostrada ao juri durante o sexto dia de julgamento pela morte e esquartejamento do seu marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga. Elize, que é ré confessa e é acusada de homicídio triplamente qualificado. Ela deverá prestar depoimento na etapa que acontece neste sábado no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. O juri popular começou na segunda-feira

A foto dela nua era parte de um site de anúncios de garotas de programa e foi exibida a pedido do Ministério Público.

Mais cedo, foram lidos os depoimentos da amante de Marcos, a modelo Nathalia Vila Real Lima, e do reverendo que casou os Matsunaga e os aconselhava, Renè Henrique Gotz Licht. Nathalia falou sobre a relação que ela tinha com o empresário, e sobre o que ele contava do casal. Segundo ela, Marcos dizia que pensava em se divorciar. O reverendo revelou que tinha preocupação com o estado psicológico de Elize, aconselhando Marcos a interná-la, bem como trancar o cofre que eles tinham em casa, onde armas eram guardadas.

Elize Matsunaga, de 34 anos, está presa desde 2012 por matar e esquartejar o marido, herdeiro do grupo Yoki. O crime aconteceu no triplex onde o casal morava com a filha, na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Ela tenta provar que trata-se de um crime passional, cometido após briga doméstica, por causa da relação extraconjugal de Marcos. Elize contratou um detetive para descobrir e filmar a traição do marido, morto no mesmo fim de semana em que ela a assistiu a imagens comprovando o caso.

A acusação, por sua vez, sustenta a tese de que ela agiu de forma premeditada, por interesse financeiro e contou com a ajuda de um cúmplice para se livrar do corpo. A pena pode chegar a 33 anos.

Elize Matsunaga deve ser interrogada neste domingo

Elize Matsunaga deverá ser interrogada neste domingo no julgamento pela morte e esquartejamento de seu marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, no que ficou conhecido como Caso Yoki. O júri popular é realizado desde segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

O interrogatório de Elize estava previsto para o último sábado (36). Contudo, a leitura de documentos anexados ao processo e a apresentação de uma grande quantidade de reportagens sobre o crime atrasaram essa etapa do julgamento.

 Fonte: VEJA