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domingo, 30 de outubro de 2016

Se entrega, Corisco

Renan está nervoso, o que era raro no passado.

Renan Calheiros, no passado, perdia cabelos mas não perdia a cabeça. Agora, ele ganhou cabelos mas perde a cabeça, com frequência. 

Recentemente, disse que o Senado parecia um hospício e afirmou que ajudou a senadora Gleisi Hoffman no seu embate com a Lava-Jato. Hoje, sabemos que ordenou varreduras em vários pontos estratégicos ligados aos senadores investigados pela roubalheira na Petrobras. E Renan perdeu a cabeça de novo, chamando um juiz federal de juizeco e o ministro da Justiça de chefete de polícia. Sua polícia legislativa funciona como uma espécie de jagunços de terno escuro e gravata, a serviço de alguns coronéis instalados no Senado. 

Quando combatemos Renan e o obrigamos a deixar o cargo de presidente, os jagunços já estavam lá. Como o Brasil vivia num estado meio letárgico, tivemos de enfrentar a braço os jagunços de Renan para garantir a transparência de uma reunião sobre seu destino. O sono brasileiro não é mais tão profundo como na época. Ainda assim, Renan sequer foi julgado pelos crimes de que era acusado na época. São as doçuras do foro privilegiado. Agora, ele quer que o foro privilegiado, que já era uma excrescência para deputados e senadores, estenda-se também aos seus jagunços. E que o espaço do Senado seja um santuário para qualquer quadrilha que tenha, pelo menos, um parlamentar como membro.

Talvez Renan esteja desesperado. Mas essa hipótese ainda precisa ser confirmada. Há sempre alguém que se acha o verdadeiro guardião das leis e se dispõe a defender Renan e o Senado, independentemente desse contexto bárbaro que presenciamos há anos. O próprio Gilmar Mendes, cujas posições são respeitáveis, saiu em defesa de Renan, sugerindo que a polícia não deveria entrar ali. [vale registrar que também o ministro Teori Zavascki tem demonstrado com decisões concretas o repúdio à ação da Polícia Federal na Operação Métis.] Mas o que fazer quando a própria polícia do Senado comete uma delinquência? A resposta das pessoas que não foram atingidas pela Lava-Jato, mas se incomodam com o sucesso da operação, é sempre esta: falem com o Supremo. No caso do Renan, sob investigação em 12 processos diferentes, e sempre na presidência do Senado, o que significa falar com o Supremo?

Estamos falando com o Supremo há anos. Ele manda grampear senadores adversários, como fez com Marconi Perillo, orienta a agressividade e a truculência de seus jagunços contra deputados. Até hoje, para ele, o Supremo é apenas o cemitério de seus processos.  Renan, Gilmar Mendes e todos os defensores desse absurdo não conseguem me convencer que é preciso pedir licença ao Supremo para punir jagunços que usam equipamentos do Estado, diárias pagas pelo governo, para fazer varreduras na campanha de Lobão Filho, no Maranhão. Varreduras inclusive sob supervisão do genro de Lobão Filho, um homem chamado Marcos Regadas Filho, acusado de sequestro e mencionado no assassinato do blogueiro Décio Sá.

A diversão desse personagem para qual os jagunços trabalharam é usar o helicóptero para dar voos rasantes no Rio Preguiça em Barreirinhas, aterrorizando banhistas e pescadores.  — Foge, meu preto, que isso é vendaval — ouvia se o grito dos pescadores

O halo protetor do Supremo não se limita aos bandidos do Congresso, mas aos seus jagunços e cúmplices regionais. A Lava-Jato não é infalível. Está sujeita a críticas como todas as atividades de governo. Não se deve usar o êxito da Lava-Jato com intenções corporativas, inclusive num momento de crise econômica como a nossa. Até aí, tudo bem. Mas negar à PF o direito de entrar no Senado quando o crime está sendo cometido pela própria polícia parlamentar, isso me parece um absurdo.[Renan não se manifestou pelo direito de negar à Polícia Federal o direito de entrar no Senado da República; o que ele reclamou foi a competência do magistrado que autorizou o ingresso da PF na sede de um dos Poderes da República.

Renan defende que a PF entre no Senado Federal ou na sede de qualquer uma das Casas do Poder Legislativo tantas vezes for autorizada pelo STF.
Mas tem que ser dito que a Sociedade já está cansada de esperar que o Supremo aja nos processos contra Renan com a mesma celeridade que agiu contra Eduardo Cunha - basta notar que o próprio Teori Zavascki criou uma lei especifica - que pode ser chamada lei virtual - para punir Eduardo Cunha com a suspensão do mandato. Qual a razão de tanta leniência com o Renan? ]   O foro privilegiado tem sido uma espécie de escudo para os bandidos eleitos. Se o espaço onde atuam torna-se também um santuário para todos os que trabalham lá, teremos não só a impunidade de indivíduos mas a liberação de espaços especiais para o crime.

Nas campanhas que fiz contra Renan, desenhamos um cartaz dizendo: “se entrega, Corisco”. Isso foi há muito tempo. Seus crimes não foram punidos na época. Ainda me lembro das imagens das boiadas se deslocando no sertão para fingir Renan que era um grande criador. Os crimes não apenas deixaram de ser punidos. Aumentaram exponencialmente ao longo dos anos, ancorando-se inclusive na pilhagem da Petrobras.

Eduardo Cunha foi preso. Não tinha mais mandato. Se Renan continuar solto, é apenas porque tem um. É justo cometer crimes em série, sob o escudo de um mandato parlamentar? Renan está nervoso porque percebe o crepúsculo de um sistema de impunidade tecido pela audácia dos coronéis e a inoperância do Supremo. A evolução do país o levou a perder a cabeça, algo raro no passado. Espero que não chegue a arrancar os cabelos e ouça o meu conselho de anos atrás: se entrega, Corisco.


 Fonte: O Globo - Fernando Gabeira

Operação Métis é anulada passo a passo

Teori determina volta de agentes do Senado ao trabalho; operação destrambelhada vai sendo desfeita

O Senado pediu também a devolução do material apreendido, o que Teori negou, também seguindo a lógica

Passo a passo, a destrambelhada Operação Métis, escandalosamente ilegal, vai sendo anulada na prática. O ministro Teori Zavascki, do Supremo, autorizou a volta ao trabalho dos quatro agentes da Polícia do Senado que foram presos no dia 21. Atendeu a um pedido da Advocacia-Geral do Senado, que foi mobilizada pela Mesa.

O ministro considerou o óbvio: se a operação estava suspensa, seus efeitos também estão.  O Senado  pediu também a devolução do material apreendido, o que Teori negou, também seguindo a lógica. Já que ele havia determinado que tudo fosse remetido ao Supremo, não tinha como atender a essa parte. Escreveu:  “Suspensos os procedimentos e os atos que lhes deram causa, o retorno dos policiais legislativos afastados ao exercício regular de suas funções é consequência natural e imediata. Todavia, o mesmo não se pode dizer da devolução dos objetos apreendidos, que se acham vinculados ao inquérito de origem”.

Perfeito!
Se o inquérito de origem está no Supremo, então o que se apreendeu, por ora, fica no… Supremo.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo 

 

 

O Brasil volta hoje às urnas. E deve ampliar derrota petista


PSDB desponta como grande vencedor neste domingo. Saiba o que está em jogo nas dezoito capitais em que há segundo turno

Cerca de 33 milhões de eleitores vão às urnas neste domingo para eleger os prefeitos de 57 cidades, dentre elas, dezoito capitais, na segunda rodada das eleições deste ano. Considerando as últimas pesquisas de intenção de voto, o resultado deve confirmar o prognóstico do primeiro turno – o PSDB sairá como o grande vitorioso, e o PT, o maior derrotado. Os tucanos, que já elegeram João Doria em São Paulo e Firmino Filho em Teresina, devem conquistar o comando de mais quatro cidades: Porto Alegre, Maceió, Manaus e Porto Velho. Ainda têm chances de ganhar em Belo Horizonte e Belém, onde a disputa está empatada tecnicamente. O PT, por sua vez, tende a perder até em Recife, única cidade onde a legenda ainda nutria esperanças de conseguir ao menos mais uma capital além de Rio Branco.

O segundo turno das eleições ainda deve alçar partidos nanicos, com pouca representatividade no Congresso, ao controle de pelo menos três capitais. É o caso do PRB no Rio de Janeiro e da Rede Sustentabilidade em Macapá. O PMN tem chances de levar o pleito em Curitiba e em São Luís; o PHS, em BH; o Psol, em Belém; e o PPS, em Vitória, onde a disputa está embolada. Em seis capitais – Belo Horizonte, Curitiba, São Luís, Belém, Aracaju e Vitória -, a eleição está indefinida e o vencedor só deve ser conhecido neste domingo. A expectativa é que o PMDB vença em Florianópolis, Cuiabá e Goiânia, o PDT, em Fortaleza, e o PSD, em Campo Grande.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Força Nacional foi requisitada para reforçar a segurança em onze cidades – seis do Rio de Janeiro, três do Paraná, uma do Ceará e uma do Maranhão.

Leia mais em VEJA

 

O silêncio das urnas

Reza o mito, mas não é verdade, que votos nulos e brancos anulem eleições

No primeiro turno das eleições municipais havia dois polos de atenção: o desempenho do PT e o resultado em São Paulo. Ambos surpreendentes. O primeiro pela escassez e o segundo pela abundância de votos obtidos pelo candidato que da maneira mais completa encarnou o repúdio ao petismo. Hoje, dia de escolha em cidades com mais de 200 mil habitantes, entre as quais 18 capitais, a estrela da companhia é a eleição no Rio, onde concorrem dois candidatos cuja rejeição é assunto em qualquer roda que reúna mais de dois cariocas.

As pesquisas apontam um aumento substancial de intenções pelos votos em branco e nulos, confirmando o que se ouve em toda parte: estamos numa sinuca de bico. Sim, nós, porque estou entre aqueles cujo título de eleitor obriga o comparecimento à urna para escolher entre Marcelo Crivella e Marcelo Freixo, dois opostos extremos que subtraem de boa parte do eleitorado a motivação positiva ao voto. De onde a expectativa é a de que o Rio seja a cidade campeã no quesito ausência de escolha, aí incluídos os que votarem em branco, nulo ou simplesmente ignorarem a obrigatoriedade formal. Porto Alegre apresenta situação semelhante no que tange à indisposição eleitoral.

O exercício da democracia não aconselha à abstenção. O ideal seria que cada um fizesse uma opção e se responsabilizasse por ela. Melhor ainda se isso não fosse uma imposição legal e o direito ao voto um gesto de vontade, como de resto ocorre na ampla maioria das democracias ocidentais. Mas, nem sempre é possível e a recusa, notadamente quando em quantidade muito acima do habitual, requer uma leitura acurada. Mas essa é outra história que fica para ser analisada e contada a partir de amanhã.

Razões para indiferença, desgosto ou revolta com a conduta de determinados políticos não faltam e provavelmente elas serão o tema da discussão pós-eleitoral. E fica por aí a consequência. Não há outra, não obstante o mito de que votos em branco e nulos em quantidade superior à votação do vencedor tornem inválida uma eleição ou que sirvam para beneficiar esse ou aquele candidato. Pura lenda urbana. [o mais justo seria que sendo a soma dos votos brancos, nulos e abstenções superior à soma dos votos dados aos candidatos motivassem uma nova eleição.

A bizarra regra de ignorar os votos nulos, brancos e as abstenções, permitem que coisas como Dilma sejam consideradas eleitas em segundo turno quando os votos dela são inferiores à metade do total obtido com a soma dos sufrágios dados ao outro candidato mais os já falados brancos, nulos e as abstenções.
Vejamos: se em 2014 - para limitar o comentário a última eleição geral - mais da metade do eleitorado (qual seja a soma dos votos dados ao Aécio, os brancos, nulos e as ausências) optou por não votar em Dilma, qual a lógica do entendimento estúpido de considerar Dilma vencedora?
A lógica vai para o espaço com o simples exemplo que se Dilma tivesse obtido 20% dos votos do total do eleitorado e Aécio 15% Dilma seria considerada vencedora e teríamos um presidente com 1/5 do total dos votos do eleitorado em uma eleição em que menos de dois quintos dos eleitores votaram em algum candidato.
Resultado desse método: a m ... q deu a 'escarrada' ser reeleita e f ... o Brasil.]

A contagem da Justiça Eleitoral leva em consideração apenas os votos válidos. Ou seja, descontados os votos em branco e nulos que vão literalmente para o lixo. Portanto, quem se ausenta, vota em branco ou anula protesta de forma inútil do ponto de vista do vencedor, eleito com qualquer quantidade. Uma hipótese absurda, mas real: ainda que haja 90% de votos inválidos numa eleição, o resultado será computado levando em conta o universo de 10% de votos válidos.

O mito da nulidade tem origem numa interpretação equivocada do Código Eleitoral, que no artigo 244 diz o seguinte: “Se a nulidade atingir mais da metade dos votos” será convocado um novo pleito no prazo de 20 a 40 dias. Ocorre que a nulidade aí tem outro sentido. Refere-se aos votos anulados pela Justiça Eleitoral caso somem mais da metade dos válidos. A lei prevê as situações em que isso possa ocorrer. As de maior amplitude dizem respeito a fraudes generalizadas e à eventual perda do registro da candidatura do vencedor, por exemplo, por abuso de poder econômico (compra de votos).

Há outras: violação do sigilo do voto, fechamento das urnas antes do horário previsto em lei (17 horas), fraude na urna eletrônica, uso de identidade falsa por parte do eleitor, voto em seção diferente daquela indicada no título, restrição ao direito de fiscalização, realização das eleições em dia, hora ou local que não os legalmente estabelecidos.  Portanto, não há resultado prático decorrente da manifestação de protesto ou de indiferença, embora a depender do volume haja um recado claro a ser compreendido pelo mundo político. Inclusive em relação à obrigatoriedade do voto. 


Fonte: Dora Kramer - O Estado de São Paulo

sábado, 29 de outubro de 2016

A milícia de Calheiros e o abuso de poder

Nenhum outro corpo policial pode existir na República. Se não fosse assim, cada órgão de poder criaria a sua “polícia” própria, como a que existe no Senado

A prisão, no recinto do Senado Federal, do chefe da sua milícia – o Pedrão – e três de seus companheiros põe à mostra até que ponto os donos daquela Casa, nas últimas décadas, a tornaram um feudo para a prática de grandes crimes e de refúgio de notórios corruptos. Para tanto os sucessivos presidentes do outrora respeitável Senado da República formaram uma milícia, totalmente à margem do sistema constitucional, a que, pomposamente, denominaram “Polícia Legislativa”, também alcunhada de “Polícia do Senado”.

Não se podem negar a esse agora notório exército particular relevantes trabalhos de inteligência do tipo CIA, KGB –, como a célebre violação do painel de votações daquele augusto cenáculo, ao tempo do saudoso Antônio Carlos Magalhães e do lendário José Roberto Arruda, então senador e depois impoluto governador do Distrito Federal. E nessa mesma linha de sofisticação tecnológica a serviço do crime – agora de obstrução de Justiça – a milícia daquela Casa de Leis promove “varreduras”, nos gabinetes e nos solares e magníficos apartamentos onde vivem esses varões da República, a fim de destruir qualquer prova de áudio que porventura possa a Polícia Federal obter no âmbito das investigações instauradas pelo STF.

Acontece que o poder de polícia só pode ser exercido pelos órgãos instituídos na Carta de 1988, no seu artigo 144, e refletidos nos artigos 21, 22 e 42, dentro do princípio constitucional de assegurar as liberdades públicas. Assim, somente podem compor o organograma da segurança pública constitucional a Polícia Federal (incluindo a Rodoviária e a Ferroviária) e as Polícias Civis e Militares dos Estados (incluindo o Corpo de Bombeiros).

Nenhum outro corpo policial pode existir na República. Se não fosse assim, cada órgão de poder criaria a sua “polícia” própria, como a que existe no Senado. Também seriam criadas tais forças marginais nos tribunais superiores e nos Tribunais de Justiça dos Estados, nas Assembleias Legislativas, nos Tribunais de Contas, nas Câmaras Municipais, cada um com seu exército particular voltado para contrastar e a se opor aos órgãos policiais que compõem o estrito e limitado quadro de segurança pública estabelecido na Constituição.

Cabe, a propósito, ressaltar que todos os órgãos policiais criados na Carta Magna de 1988 estão submetidos à severa jurisdição administrativa do Poder Executivo, da União e dos Estados, sob o fundamento crucial de que nenhum ente público armado pode ser autônomo, sob pena de se tornar uma milícia. Nem as Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – fogem a essa regra de submissão absoluta ao Ministério da Defesa, pelo mesmo fundamento. [submissão absoluta das Forças Armadas ao Ministério da Defesa ou a qualquer outro ente só pode ser uma nova piada; é público e notório que as FF AA só se subordinam a elas próprias, aceitando uma hipotética subordinação enquanto for possível e conveniente aos superiores interesses da Segurança Nacional e da Soberania da nossa Pátria Amada BRASIL.]

E não é que vem agora o atual chefe da nossa Câmara Alta declarar textualmente que a “polícia legislativa exerce atividades dentro do que preceitua a Constituição, as normas legais e o regulamento do Senado”? Vai mais longe o ousado presidente do Congresso Nacional, ao afirmar que o Poder Legislativo foi “ultrajado” pela presença, naquele templo sagrado, da Polícia Federal, autorizada pelo Poder Judiciário. Afinal, para o senhor Renan, o território do Senado é defendido pela chamada polícia legislativa. Ali não pode entrar a Polícia Federal, ainda mais para prender o próprio chefe da milícia – o Pedrão.  E com esse gesto heroico o preclaro chefe do Congresso Nacional proclama mais uma aberração: o da extraterritorialidade interna.

Como se sabe, a extraterritorialidade é concedida às embaixadas estrangeiras que se credenciam num país e ali têm instalada a sua representação diplomática. Trata-se, no caso, da extraterritorialidade externa, que garante a inviolabilidade da embaixada e a imunidade de jurisdição de seus membros, em tempos de paz e de guerra.  Mas não para aí a extraterritorialidade interna proclamada pelo grande caudilho do Senado. As palacianas residências e os apartamentos dos senadores e senadoras tampouco podem ser violadas pela Polícia Federal. Trata-se de um novo conceito de Direito Internacional Público inventado pelo grande estadista pátrio: a noção de extraterritorialidade estendida. Ou seja, o domicílio de um representante do povo é incólume às incursões da Polícia Federal autorizadas pelo Poder Judiciário.

Foi o que ocorreu em agosto, quando o ilustre marido de uma senadora do Paraná foi preso na residência do casal e dali foram retirados documentos comprometedores. A reação foi imediata: marido de senadora, estando na casa onde com ela coabita, não pode ser ali preso, pois se trata de espaço extraterritorial interno estendido!  E assim vai o nosso país, que não para de andar de lado em matéria de instituições republicanas. E o fenômeno é impressionante. Basta o sr. Calheiros declarar que o território do Senado é inviolável para que a tese seja acolhida por um ministro do Supremo, numa desmoralização do próprio Poder Judiciário, que se autodesautoriza, na pessoa do ilustre magistrado de primeiro grau que acolheu as providências da Polícia Federal no território livre do Senado Federal.

E, last but not least, o senhor das Alagoas, não contente com o reconhecimento da legitimidade de sua milícia e da extraterritorialidade interna, por força do despacho do ministro Teori Zavascki, propõe-se, com o maior rompante, próprio dos destemidos senhores medievais, a cercear as atividades da Polícia Federal, do Ministério Público e do Poder Judiciário, sob a égide do abuso do poder, para, assim, livrar-se, ele próprio, e liberar dezenas de representantes do povo no Congresso do vexame das “perseguições políticas” que se escondem nos processos por crime de corrupção, que nunca praticaram, imagine!

E vivam o foro privilegiado, a futura Lei de Abuso de Autoridade e os demais instrumentos e interpretações, omissões e postergações do STF, que, cada vez mais, garante a impunidade desses monstros que dominam o nosso Congresso Nacional, sob o manto de lídimos representantes do povo brasileiro.

Que vexame, que vergonha!

 Fonte: Modesto Carvalhosa - Publicano no Estadão - Coluna do Augusto Nunes - VEJA

A delação que levou o caçula de Lula ao Uruguai

Em depoimento à Lava Jato, executivo da Odebrecht diz que Luís Cláudio recebeu propina da empreiteira por meio de sua empresa Touchdown Promoções

 REFÚGIO CONVENIENTE: O filho de Lula ao lado de dirigentes do Juventud de Las Piedras, time uruguaio no qual vai trabalhar 

Enquanto as autoridades brasileiras investigam indícios de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter uma mansão não declarada em Punta Del Este, no Uruguai, o filho mais novo dele se adiantou e já arrumou um emprego no país vizinho. Luís Cláudio Lula da Silva se articulou e conseguiu receber uma proposta de um clube de futebol da primeira divisão uruguaia, o Juventud de Las Piedras, para trabalhar nas categorias de base. Aceitou o pouco espontâneo convite e foi apresentado como novo reforço em um evento do clube no último dia 18. Mas o motivo por trás da sua ida para o Uruguai pode não ter nada a ver com esporte. Segundo apurou ISTOÉ, além de estar comprometido em investigações da Operação Zelotes, Luís Cláudio aparece na delação de executivos da Odebrecht. O caçula de Lula foi acusado por Alexandrino de Alencar, ex-diretor da empreiteira, de receber propina por meio de sua empresa Touchdown Promoções e Eventos Esportivos. Antes de chegar à conta da empresa de Luis Cláudio, o dinheiro enviado pela Odebrecht receberia antes o carimbo da Cervejaria Petrópolis, que é sócia da empreiteira no mercado financeiro. A propina viria de uma conta fora do País, onde a Odebrecht fazia o depósito, segundo Alexandrino.

Nada mais conveniente para o filho de Lula como sair de cena – ou ainda melhor, do País – no momento em que o cerco se fecha em torno dele. A contratação de Luís Cláudio pelo Juventud de Las Piedras foi possível por meio de um vínculo entre o clube e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), vinculada à ONU. O presidente do clube, Yamandú Costa, esclareceu que o brasileiro vai atuar em projetos desportivos e sociais do time. No Brasil, ele já havia trabalhado em clubes como Corinthians e Palmeiras. Em entrevista a um portal de notícias do Uruguai, Luís Cláudio afirmou que ainda não tinha definido se vai levar de uma vez toda sua mudança para o país vizinho. “Estamos considerando as possibilidades de viver aqui ou continuar no Brasil, viajando frequentemente”, disse.


Propina para Luís Cláudio viria de uma conta fora
do País, onde a Odebrecht efetuava depósitos

Mesmo distante do País natal, o caçula não deverá ser esquecido pelas autoridades brasileiras tão cedo. Além dos relatos dos delatores da Odebrecht, que o atingem em cheio, os pagamentos à sua empresa estão sendo destrinchados pela equipe que conduz a Operação Zelotes, composta por procuradores do Ministério Público Federal, policiais federais e auditores da Receita. Há suspeita de que recursos pagos à empresa de Luís Cláudio por um lobista possam ter sido propina para obter favorecimentos no governo federal, mas os investigadores ainda buscam identificar de que forma o filho de Lula poderia atuar pelos empresários dentro do governo. A investigação ainda está em andamento e corre sob sigilo. Segundo a PF, ele pode ter sido favorecido pelo pai, o ex-presidente Lula, na contratação de sua empresa LFT Marketing Esportivo para prestar consultoria ao lobista Mauro Marcondes. O trabalho rendeu ao professor de Educação Física aproximadamente R$ 2,4 milhões entre 2014 e 2015. Os pagamentos foram detectados durante a quebra dos sigilos de Luís Cláudio e da empresa dele no período de 2009 a 2015. Sua defesa argumenta que os serviços foram efetivamente prestados e que não houve irregularidades.


Em novembro, o MPF denunciou 16 pessoas na Zelotes sob acusação de envolvimento na compra de medidas provisórias do governo federal. A força-tarefa responsável pelo caso aponta a prática de crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e extorsão. Entre os denunciados estão os proprietários da Marcondes e Mautoni Empreendimentos, Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, que chegaram a ser presos. Na acusação, o MPF descreve que a atuação dos dois sempre foi no sentido de patrocinar “interesses de particulares junto ao Estado” e indica que eles agiram ilegalmente com o objetivo de obter benefícios tributários para o setor automotivo. O juiz Vallisney de Souza Oliveira condenou nove dos acusados, dentre eles Marcondes.

Fonte: Isto É 
 

 

O absolutismo harmônico no Brasil soviético

Prepare seu bolso! A bandeira para o mês de novembro será amarela, com custo de R$ 1,50 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos. Nossa soviética burocracia tupiniquim é implacável. Fique pt da vida com o cínico economês do noticiário: “O Programa Mensal de Operação (PMO) do Operador Nacional do Sistema (ONS), a condição hidrológica está menos favorável o que determinou o acionamento de térmica com Custo Variável Unitário (CVU) acima de R$ 211,28 e consequente impacto no custo marginal de operação (CMO) em todos os submercados”.



Traduzindo: nós, otários, vamos pagar uma conta de energia mais absurda ainda. A história se repete como farsa no Brasil Capimunista, dominado pela ideologia rentista, com uma máquina centralizadora, cartorial, cartelizada, corrupta e canalha. Os políticos e empresários ladrões roubam, cometem toda espécie de safadeza e incompetência no setor energético e em toda área da infraestrutura. Assim, é a população quem precisa refinanciar, de tempos em tempos, o elevado “Custo Brasil”.


Os peemedebostas são os maiores exploradores dos esquemas e negociatas no setor elétrico. Muitos deles são sócios ocultos daquelas termoelétricas que são ligadas de tempos em tempos, sob alguma desculpa esfarrapada que é noticiada como verdadeira. A tal “condição hidrológica” só é desfavorável no Nordeste que ano que vem terá a maior seca em 100 anos, conforme previsões apocalípticas. No resto do Brasil – como diria o meu amigo Manti – “chove para carvalho”... [a situação  também não está boa para o Centro-Oeste e Brasília caminha a passos rápidos para o racionamento - nossa esperança é que São Pedro já no dia de Todos os Santos mande chuva, muita chuva para todo o Centro-Oeste.]


É por sangrarmos novamente no bolso que precisamos nos rebelar contra atitudes cretinas como as exibidas ontem no noticiário político. Foi patética a reunião do Presidente Michel Temer com os Presidentes da Câmara e do Senado, junto com a Presidente do Supremo Tribunal Federal. Foi tragicômico ouvir o maridão da Marcela, no final do encontrão, alegar que prevalece uma “harmonia absoluta” entre executivo, legislativo e judiciário.



Em plena guerra de todos contra todos, cujo lema é o salve-se quem puder, fica cada vez mais evidente que o Brasil é refém, na verdade, de um “absolutismo harmônico”. Os poderosos se juntam sempre que a situação se torna insustentável para justificar para a população por que tanta safadeza prospera na União das Repúblicas Soviéticas de Bruzundanga. Até outro dia, quem dava as cartas era o $talinácio – agora em desgraça...

Foi nojento ver a atuação teatral, absolutamente falsária, de um Renan Calheiros tentando limpar sua barra com elogios amáveis à ministra Carmem Lúcia. Pior foi a cínica sinceridade exibida no aperto de mãos entre Renan e o Alexandre Morais – ministro da Justiça que fora chamado de “chefete da Polícia Federal”.



No próximo dia 3 de novembro, um dia depois do feriado de finados, o Supremo Tribunal Federal não terá o direito de vacilar na decisão que deixará claro que réu em ação penal não pode continuar figurando na linha de sucessão presidencial. A regrinha já valeu para defenestrar Eduardo Cunha do comando da Câmara Federal. Agora, o princípio da isonomia terá de ser aplicado, com justiça plena, contra Renan Calheiros.



Se o STF relativizar a interpretação da regra, em nome de uma “governabilidade” que inexiste, os brasileiros terão mais uma prova de que estamos em plenas trevas da Democracia – com prevalência da Insegurança do Direito. Prepare o bolso para pagar a energia mais cara. O desgoverno do crime institucionalizado não deseja apagar tão cedo sua tenebrosa luz... 
Fonte: Alerta Total - Jorge Serrão

A guerra dos juizecos, chefetes e senadorecos


Renan pode morrer pela boca. E pela arrogância. Fala demais, se altera demais, seu riso é falso demais 

A disputa entre o Legislativo e o Judiciário descambou para uma linguagem vulgar, quase chula, graças a um presidente do Senado que tem nas costas 11 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Onze! É dose. Nove deles relacionados a corrupção na Petrobras, investigada pela Lava Jato. Renan Calheiros pode ter herdado de José Sarney a capacidade de ressuscitar. Mas não herdou a serenidade e a capacidade de aglutinar.

O alagoano é muito mais destemperado que seu padrinho maranhense. Pragueja. Se pensa que pode varrer malas, documentos e malfeitos, dele e de seus colegas, para baixo do tapete, é bom repensar, porque a batalha verbal pode lhe valer a derrota na guerra. Ex-amante da morena mineira com quem teve uma filha e a quem pagava pensão com suposta ajuda de uma empreiteira, Renan pode morrer pela boca. E pela incontinência e arrogância. Fala demais, se altera demais, manobra demais. Seu riso com os dentinhos de fora é falso demais. Tudo demais.

Não se iludam com a apregoada paz que juntou na sexta-feira Michel Temer, Cármen Lúcia e Renan Calheiros numa sala para discutir a violência no Brasil. Não passa de trégua de primeira instância, provisório cessar-fogo. Não existem pontos em comum entre o presidente do Senado e a presidente do Supremo Tribunal Federal. Fingem um convívio pacífico em nome da República. É questão de tempo para isso estourar.

A disputa não começou agora. O juiz Sergio Moro já tinha dito que o Congresso “deve mostrar em que lado se encontra”. Moro defende o projeto de dez medidas anticorrupção propostas pelo Ministério Público e assinadas por mais de 2 milhões de eleitores.
Renan pressiona o Senado a aprovar projeto para coibir “abusos de autoridade”. De que lado Renan está? O projeto estava engavetado no Senado havia mais de cinco anos. Quem é o relator do projeto? O senador Romero Jucá. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Jucá. Quem é o autor do projeto, datado de 2009? O atual ministro da Defesa de Michel Temer, Raul Jungmann.

Nesse cenário de House of cards, a PF deslancha a Operação Métisdeusa grega da astúcia, prudência e virtudes – e prende quatro policiais legislativos que, autorizados por Renan, fizeram varredura eletrônica em casas de senadores como Fernando Collor e Gleisi Hoffmann e do ex-presidente Sarney. Uma das varreduras foi no escritório do ex-genro do ex-senador Lobão Filho, no Maranhão. Usou-se verba pública para buscar grampos em locais não oficiais, fora da responsabilidade do Senado. Com um objetivo aparente, porém não confessado: atrapalhar a Lava Jato.

Renan explode. Chama o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de “chefete” de polícia que “dá bom dia a cavalo” e pressiona Temer a dispensá-lo. Acusa a Polícia Federal de mais “fascista” que a polícia da ditadura militar. (Renan não gostaria que chamassem a polícia do Senado de “milícia particular” – seria uma clara injustiça). O senador denunciou “arreganhos, truculência, intimidação”. Fez o mesmo.

Investiu contra o “juizeco de primeira instância” Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília, que autorizou a ação da PF no Senado. Discreto e com um blog de poesias suas e de outros autores, Vallisney recebeu uma solidariedade de alta patente: da presidente do STF, Cármen Lúcia. “Onde um juiz for destratado, eu também sou. Qualquer um de nossos juízes é”, disse Cármen, sem entrar no mérito da operação em si e sem citar Renan.

Na quinta-feira, o ministro do STF Teori Zavascki suspendeu a Operação Métis da PF, acolhendo o argumento de que só o Supremo poderia investigar os senadores. As maletas antigrampo do Senado foram remetidas ao STF. Renan comemorou, com “fé na Justiça”. E saudou “a harmonia entre as instituições”. Logo quem.

Renan poderia ter defendido, com elegância, a soberania do Congresso contra policiais federais. Mas seu temperamento explosivo e seu passado de ficha discutível acabam por torná-lo um alvo nas redes sociais, que erguem a bandeira #forarenan. Todos sabem que renunciou em 2007 para se livrar da cassação. E foi absolvido, em votação secreta no Senado, da acusação de ter suas contas particulares pagas por um lobista.

Estamos cheios já de foros privilegiados. Cármen Lúcia também é contra. Estamos cheios de castas políticas que legislam em causa própria e querem cortes nas aposentadorias sem mexer em suas mordomias vitalícias, imorais e passadas a herdeiros. Estamos cheios de nepotismo e do “você sabe com quem está falando”.  No dia 3 de novembro, o STF julgará uma ação que impede réus com processos no Supremo de ocupar cargos da linha sucessória da Presidência da República. Renan se encaixa exatamente nesse perfil. Mais um episódio, talvez o final de uma temporada. O que acontecerá?

 Fonte: Revista Época: Ruth de Aquino 

A conexão Uruguai da famiglia Lula: fortes suspeitas de que mansão em Punta Del Este pertença ao ex-presidente Lula




     

O Brasil exige serenidade

Merece ser comemorada a aprovação em segundo turno, pela Câmara dos Deputados, da PEC do Teto dos Gastos Públicos, na terça-feira 25. Trata-se, sim, de uma pílula amarga, mas ninguém apresentou aos brasileiros um remédio mais agradável de ser digerido e que tenha a capacidade de recolocar o País nos trilhos. Mesmo os grupos que há poucas semanas saíram das urnas eleitorais derrotados por goleada e insistem em se contrapor à PEC não apresentam uma alternativa viável. 
 Foto: AÌlton de Freitas/Ag. O Globo

Está-se, portanto, diante de uma oposição rancorosa, que em nada contribui para que o Brasil saia do atoleiro e que não se envergonha de empunhar e ostentar a bandeira do “quanto pior, melhor!” Como fez o eleitor, a imensa maioria dos deputados ignorou a gritaria desafinada e votou a favor do comprimido tão amargo quanto necessário. Agora, a receita do ministro Henrique Meirelles e sua equipe segue para a aprovação do Senado, onde a princípio não deverá encontrar resistências maiores. No entanto, nem tudo o que saiu do Legislativo na semana passada deve ser aplaudido.

O destempero do presidente do Congresso, Renan Calheiros, que ao criticar uma operação da Lava Jato no interior do Senado tratou como “juizeco” um magistrado de primeira instância, em nada contribui para a formação do consenso tão necessário para que o Brasil supere sua crise. Renan pode até ter recebido o apoio dos colegas da Câmara Alta, mas desencadeou um conflito com o Judiciário, posto que, como era natural, a ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, saiu em defesa do juiz e de seus pares. 

O episódio fez com que Michel Temer passasse a articular um jantar reunindo os presidentes do Legislativo (Renan) e do Judiciário (Carmen Lúcia). Em um primeiro momento, a líder do Supremo recusou o convite, pois essa semana deverá julgar processo que afeta Renan diretamente. Depois ficou acertada uma reunião para que as arestas fossem aparadas. É certo que o presidente do Senado tenha todo o direito (e até o dever) de protestar contra uma atitude do Judiciário que considere usurpação de poder. 

No caso, aliás, tudo indica que o senador pode até ter acertado nos motivos, visto que na quinta-feira 27 o ministro Teori Zavaski tornou sem efeito as investidas na Lava Jato no Senado. Renan, no entanto, errou na forma e com isso gerou um ambiente ruim para o Legislativo, para o Executivo, para o Judiciário e para o País. Ao fustigar uma crise entre poderes, Renan acaba fornecendo munição à turma do “quanto pior, melhor!”. Nesse momento, o que o Brasil mais exige de seus líderes é serenidade para que o País possa caminhar para o fim da crise. Que a convergência seja a meta e que o “quanto pior, melhor!” ocupe seu lugar à margem da história, como já definiu o eleitor em todo o País.

Fonte:  Mario Simas Filho - diretor de redação da IstoÉ

Torcedores do Flamengo vão à missa e pedem ajuda a São Judas Tadeu, Padroeiro do Mengão

Em missa especial, torcedores do Flamengo pedem ajuda a São Judas Tadeu

No dia do flamenguista, paróquia dedicada ao padroeiro do clube carioca deu uma bênção especial àqueles que ainda acreditam que o Fla pode levantar mais uma taça

Faltando apenas cinco rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, e a seis pontos de distância do líder Palmeiras, muitos consideram a missão do Flamengo, de conseguir sagrar-se campeão, no mínimo, improvável. Talvez por isso, dezenas de torcedores rubro negros se reuniram nesta sexta-feira (28/10) na Igreja dedicada ao santo das causas impossíveis, na intenção de pedir aos céus que o tal "cheirinho de hepta" volte a exalar.

“Nosso Santo já nos ajudou em causas muito mais difíceis. Basta acreditar”, disse, animado, o padre responsável pela paróquia, Godwin Nnaemeka. Ao som do hino do clube carioca, cantado à capela e ecoando no templo, o religioso jogou água benta nos torcedores vestidos com a camisa do clube.

Para o padre, o único obstáculo que separa o Flamengo do titulo de campeão é o fato de o arcebispo de Brasília ser Palmeirense. “Mas não deixem de acreditar”, brincou Godwin arrancando risos dos fiéis. Segundo o religioso, todos os anos, na data que homenageia São Judas Tadeu, centenas de torcedores vão à igreja em busca de uma bênção para o time. “Decidi separar um horário para celebrarmos juntos esse momento”, completou.


O jornalista  César de Paula esteve na celebração, segurando uma imagem de santo poderoso. A estátua estava coberta pela bandeira do time. “Em 2009 eu vim para cá e fomos campeões. Este ano não será diferente”, disse otimista.  A Igreja continuará recebendo Flamenguistas e todos os devotos de São Judas Tadeu neste fim de semana, com missas a cada duas horas em homenagem ao Santo. Neste sábado à noite, a partir das 19h, haverá uma festa para finalizar as comemorações.

Fonte: Correio Braziliense 

 

CRISE: Ex-alunos se despedem dos Colégios Rosário, São Camilo e Imaculada

O Colégio Imaculada Conceição, localizado na 606 Sul, permaneceu 52 anos na capital

Instituições anunciaram que encerrarão as atividades em 2017. Ex-alunos lamentam e descrevem memórias marcantes da passagem pelas instituições 

Décadas de história na educação do Distrito Federal chegarão ao fim neste ano. Os centros educacionais Nossa Senhora do Rosário, na 908 Sul; São Camilo, na 914 Norte; e o Colégio Imaculada Conceição, na 606 Sul, anunciaram que fecharão as portas a partir de 2017. As unidades de ensino avisaram aos pais e aos funcionários que as matrículas não serão renovadas para o próximo ano. As escolas cresceram com a capital federal. Algumas tiveram filhos de presidente da República entre os alunos e deixarão saudade aos que fizeram parte dessa trajetória.

O Rosário foi um dos primeiros colégios particulares de Brasília, fundado em janeiro de 1959. Nos anos 1980, tinha na chamada o nome da neta do então presidente da República, José Sarney, Rafaela Sarney. Durante anos, ex-alunos se encontraram para recordar os bons tempos na escola. Uma das últimas reuniões foi há dois anos. Formandos da turma de 1974 se reuniram em uma festa em dezembro de 2014.
O site da escola já foi tirado do ar. O motivo do fechamento teria sido suposto problema financeiro. No entanto, a direção da escola se recusou a falar sobre o assunto. Pais dizem que a situação começou a ficar crítica desde que a instituição de ensino reduziu o atendimento apenas para a educação infantil — antes abrangia também o ensino fundamental. Além disso, há cerca de oito anos, a unidade alugou a maior parte do espaço para o Grupo Galois. Essa era a única escola Rosário do país.

Raquel Barbosa, 41 anos, é da turma de 1989. Estudou da 4ª até a 8ª série no colégio. Lembra com muito amor e emoção da época. “Essa escola representa muito na minha vida. Era uma escola familiar, que as pessoas sabem quem você é até hoje. O fechamento do Rosário aperta o coração. É como se tivesse indo embora toda uma história, apesar de a gente saber que histórias sólidas ficam dentro do coração.”

A gerente comercial recorda que o colégio era referência em Brasília na década de 1980. Segundo ela, a base educacional obtida lá foi determinante. “A qualidade da língua portuguesa aqui foi fundamental para minha formação até hoje”, conta. “Era uma escola forte, exigente, mas, ao mesmo tempo, acolhedora.”
Luciana Torres, 42, estudou no colégio do jardim de infância até o fim do ensino fundamental. Ela se lembra até do cheiro de pipoca que vinha do lado de fora. Em 10 de novembro, ajudará a organizar uma reunião de ex-alunos de várias gerações. “O encontro é para relembrar os momentos marcantes que vivemos lá. Todos os que ficaram sabendo do fechamento do Rosário estão muito nostálgicos”, afirma.

"Essa escola representa muito na minha vida. Era uma escola familiar, que as pessoas sabem quem você é até hoje. O fechamento do Rosário aperta o coração”
Raquel Barbosa, ex-aluna do Rosário

Rede
A mantenedora da rede São Camilo de ensino fica em São Paulo. Além das unidades da capital paulista, há as do Paraná, do Rio Grande do Sul, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, do Espírito Santo e do DF, que ficou instalada durante 35 anos na 914 Norte. Há cerca de um mês, pais de alunos da educação infantil até o 5º ano do ensino fundamental receberam o comunicado sobre o encerramento das atividades no próximo ano. 


Fonte: Correio Braziliense

Bandidos corintianos (alguns ingênuos chamam de "torcedores") precisam continuar presos

Violência nos estádios precisa de resposta exemplar

Episódios de brigas entre torcedores, um fenômeno mundial, ganham proporção alarmante no Brasil. Prisão de corintianos precisa marcar uma mudança de protocolo no combate a badernas

A prisão de um grupo de torcedores do Corinthians que agrediram policiais fluminenses, na partida entre o Flamengo e o time paulista, foi uma resposta à altura da gravidade das cenas de violência promovidas pelos baderneiros. A polícia, que os prendeu num arrastão logo após o jogo, e a Justiça, que os recolheu preventivamente à cadeia, para evitar que as agressões entrassem no rol de tantos casos semelhantes que se espalham pelos estádios brasileiros, e que terminam em impunidade, não podiam mesmo deixar passar sem tais providências um episódio que chocou o país, pelo barbarismo das imagens captadas por câmeras de TV. [os marginais corintianos precisam ser punidos com rigor; não pode se repetir a impunidade dos assassinos corintianos que em um gesto de imensa covardia assassinaram impunemente um torcedor boliviano.]

Até aqui o poder público do Rio reagiu positivamente, impondo um exemplar protocolo de punição aos arruaceiros, mas resta esperar para ver a extensão das providências que decorrerão daqui para frente. Os estádios brasileiros têm sido palco, em suas arquibancadas e nos entornos externos, de crescentes manifestações de violência entre torcedores. Poucos dias após os conflitos no Maracanã, um homem morreu ao ser, de acordo com testemunhas, agredido por seguranças no Mineirão, durante uma partida entre Cruzeiro e Grêmio. Pelas escaladas dessas manifestações de bestialismo, credite-se à Providência o fato de outras mortes não terem ainda ocorrido nas arquibancadas.

O fenômeno da violência não é restrito ao futebol. Agora mesmo, no Rio, Flamengo e Vasco disputam as finais do campeonato estadual de basquete para ginásios vazios, pela impossibilidade de se juntar num mesmo ambiente torcedores dos dois clubes, sem que o encontro derive para agressões mútuas. Mas, nos estádios, a situação vem ganhando características alarmantes — e, nesse particular, o Brasil não está sozinho. Brigas entre torcedores são comuns em diversos países. 

A diferença do Brasil em relação a outras praças é que, por aqui, o fenômeno ainda não é atacado, de forma eficiente, em suas causas. É certo que a adoção do Estatuto do Torcedor, com punições aos clubes, tem contribuído para conter ações de violência. Mas a punição exemplar a torcedores baderneiros ainda perde para a leniência no âmbito da Justiça. 

Mesmo os clubes, a despeito do Estatuto, têm grande parcela de responsabilidade no acirramento de ânimos, ao compactuarem — quando não estimulam — com a existência de torcidas organizadas, que em geral estão na fonte dos conflitos. Muitas são centros de banditismo. A juíza que decretou a prisão dos corintianos, por exemplo, viu-se no centro de uma série de ameaças, numa ação sem dúvida orquestrada à maneira de quadrilhas de criminosos. 

A punição dos corintianos tem duas pontas. Numa, fica o temor de que seja mera ação pontual, cujos efeitos se exaurem quando a repercussão do episódio sair do radar da opinião pública. Na outra, a que deveria prevalecer, a prisão pode marcar uma ruptura na leniência com que clubes e poder público costumam reagir, com a implantação de um novo protocolo de reação contra a baderna.

Fonte: O Globo - Editorial


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Lula, o vampiro irresponsável de 71 anos, agora quer o sangue novo dos adolescentes para ver se sobrevive

Presidente telefona para uma jovem de 16 anos, líder de uma escola invadida no Paraná, para fazer baixo proselitismo

A situação política de Luiz Inácio Lula da Silva, que fez 71 anos nesta quinta-feira, é tão miserável que ele resolveu agora molestar politicamente os adolescentes. Está pedindo socorro a garotas e garotos de 16 anos que integram grupos que invadiram escolas públicas, movimento obviamente liderado pelo PT e seus satélites de extrema esquerda.

Setores da imprensa decidiram transformar em heroína a estudante Ana Júlia Pires Ribeiro, que integra o grupelho de invasores de uma escola pública no Paraná. Num discurso na Assembleia, essa garota acusou os deputados de estarem “com as mãos sujas de sangue”. Foi interrompida, e com razão, pelo presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB), que afirmou que não toleraria ofensa aos deputados.

É chato ter de afirmar que uma jovem de 16 anos disse uma mentira e uma bobagem. Mas foi o que ela fez. Já chego lá. Rápida no gatilho, a moça replicou com outra besteira: “Eu peço desculpas, mas o Estatuto da Criança e do Adolescente nos diz que a responsabilidade pelos nossos adolescentes e estudantes é da sociedade, da família e do Estado”.  Foi ovacionada, como se tivesse dito coisa com coisa e está sendo tratada como uma espécie de Schopenhauer da fase pós-aleitamento materno.

Vamos ver. Ao falar em mãos sujas se sangue, ela se referia à morte de Lucas Eduardo Araújo Mota, morto a facadas na escola Santa Felicidade por um outro estudante. Os dois eram invasores [e consumiram drogas, disponível com abundância na escola invadida.]. Aqueles que passam a se considerar os donos do patrimônio público não permitem a entrada da polícia ou de pais nas áreas invadidas porque consideram que a sua assembleia é soberana — como, aliás, esta nova Kant das invasões deixa claro em entrevista à Folha.

De fato, o ECA atribui a esses entes a tarefa de proteger a criança e o adolescente, mas supor que o responsável pela morte de Lucas é a sociedade, a família ou o Estado é uma pérola da militância mais estúpida. Dentro da Santa Felicidade, quando o rapaz foi assassinado, não havia representação da sociedade, não havia família, não havia Estado. Só havia invasores. [em sua maioria consumidores de drogas e não pode ser olvidado a existência de grande quantidade de drogas nas dependências da Santa Felicidade durante a invasão.]
A resposta dessa garota é coisa de militante política. Se ela é ou não, pouco importa. Não me interessa saber se ela está convicta do que diz ou só repete os chavões dos militantes de esquerda que comandam o ato. Na entrevista à Folha, diz coisas espantosas como: “A legalidade do movimento é bem clara para mim. A escola é nossa. E, se a gente está lutando por algo que é nosso, a gente pode ocupar”.

Alguém poderia dizer: “Pô, Reinaldo, vai agora contestar uma menina de 16 anos?”. Em primeiro lugar, sim! Ela tem o direito de aprender. Ela tem o direito de saber que está falando uma besteira. Em segundo lugar, não sou eu quem está fazendo de Ana Júlia uma pensadora… Considero, na verdade, suas respostas fracas mesmo para uma adolescente da sua idade. Quem, a esta altura, não sabe que o bem público é aquilo que a todos pertence — e não ao grupelho que dele decide se apoderar — não vai aprender tão cedo. Tende a falar bobagem por muitos anos.

Embora a mocinha negue a doutrinação, esta se evidencia de forma solar nesta resposta: “Eu não acho que a ocupação afronta a Constituição, até porque ela também tem o apoio da Constituição. Sim, eles têm direito à educação, mas a ocupação foi decidida no coletivo. A gente vive num estado democrático”.

Como a gente nota, se ela acha que não afronta, então “não”. Ela reconhece o direito à educação dos demais estudantes, que ela chama de “eles”, mas ora vejam, alega que a ocupação foi decidida pelo “coletivo”. O tal coletivo, que é o grupelho que ela integra, impõe, então, na marra, a sua vontade aos outros. É o que ela entende por “estado democrático”. Se o governo do Paraná, que foi eleito, resolver entrar na escola e tirar de lá a minoria de invasores, que impede a maioria de estudar, é certo que Ana Júlia vai achar que isso é coisa de ditadura.

De volta a Lula Mas e Lula? Pois é… A Folha informa que, depois da performance da moça, respondendo heroicamente a um deputado com uma questão falsa como nota de R$ 3, recebeu um telefonema de Lula. Sim, ele se disse emocionado com o discurso da menina. É evidente que o ex-presidente sabia que isso seria noticiado na imprensa. Está mais do que claro que o Apedeuta pretende, com esse gesto, ver se consegue fazer com que o movimento, que está em declínio do Paraná, retome a sua força.

Lula está na lona. Isso nada tem a ver com seus 71 anos. A sua fantasia política é que foi nocauteada. Como um Nosferatu desesperado, ele está em busca de sangue novo. Está pedindo socorro a jovens militantes para ver se consegue sobreviver. Os brasileiros, como as eleições deixaram claro, não querem mais saber dele e de seu partido. O telefonema, dada a motivação tornada pública, é só a contribuição que um velho político, no seu ocaso, dá à irresponsabilidade.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo