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sábado, 2 de setembro de 2017

A estratégia da ministra Cármen Lucia para derrotar os supersalários do Judiciário - Juiz assassino ganha R$ 27,5 mil por mês

A devassa salarial de Cármen Lúcia

A presidente do STF resolve enfrentar o corporativismo do Judiciário, publica os contracheques dos ministros do Supremo e tem definida uma estratégia para por fim à bandalheira dos supersalários. Será que vai conseguir?

Na última semana, a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, surpreendeu togados de todo o País. Ela decidiu cumprir o que determina a lei e tornou público todos os salários de ministros e assessores do STF. Medida que, segundo o artigo 37 da Constituição, deveria ser seguida pelos demais tribunais superiores do País, pelos Tribunais de Justiça dos Estados e pela administração direta do Executivo e do Legislativo, mas que na maioria dos casos é simplesmente ignorada. A divulgação desses salários foi posta em lei como forma de garantir que o teto salarial de R$ 33,7 mil não seja extrapolado. O problema é que magistrados em geral não costumam seguir essa regra. Portanto, ao divulgar a folha salarial do STF, Cármen Lúcia não apenas atendeu a legislação, como enviou um duro recado. Foi o mais forte, mas não o primeiro. [curioso é noticiar que a ministra 'decidiu cumprir o que determina a lei'; a regra é que as lei foram feitas para ser cumprida por todos, não cabendo aos que compõem o  'todos' -  o que, certamente, inclui a ministra - decidir se cumpre ou não a lei.]
O Superior Tribunal de Justiça passou a divulgar a remuneração dos seus ministros e servidores em junho, mas os ganhos dos meses e anos anteriores permanecem clandestinos. Já nos tribunais de Justiça federais e estaduais, seus juízes e desembargadores, em vez de seguirem a lei, se mostram adeptos ao ditado popular que diz “para os amigos tudo, para os inimigos o rigor da lei”. Não ignoram apenas a Constituição, mas também a Lei de Acesso à Informação (LAI 12.527), que criou mecanismos para que qualquer pessoa receba esclarecimentos dos órgãos públicos, inclusive sobre as remunerações, que, em alguns casos, atingem valores estratosféricos, superiores a R$ 500 mil num único mês. [a BEM DA INFORMAÇÃO, cabe aqui um pequeno esclarecimento: a Lei de Acesso a Informação determina a divulgação dos salários dos servidores públicos, não determinando divulgação individualizada;
só que a 'escarrada' ex-presidente Dilma, ao editar o Decreto que regulamentou aludida lei, inseriu um parágrafo, determinando a divulgação individualizada dos salários dos servidores públicos.
Foi uma inserção ilegal, tendo em conta que o Decreto serve para regulamentar, esclarecer, a lei que é objeto do mesmo; sendo inaceitável, que acrescente ou suprima qualquer ponto.
E o ministro Ayres Brito, julgando politicamente o ato ilegal da Dilma, considerou legal que um decreto modifique uma Lei - que, por óbvio, só pode ser alterada pelo Congresso Nacional.
Clique aqui ou leia o POST acima e conheça as razões que amparam os tribunais ao não divulgarem os salários individualizados dos seus membros e servidores.]
Além de modificar uma lei o decreto 7.724/12 - o  que regulamentou a Lei de Acesso à Informação, determinando a publicação individualizada da remuneração dos servidores - , viola o princípio constitucional da inviolabilidade da intimidade, da honra, da vida privada e da imagem das pessoas. Isso abre um precedente perigoso. Corremos risco ao abrirmos exceções desse tipo. Se querem publicar tudo, que mudem a Constituição".]

Agora, parece que a presidente do STF quer colocar um fim nessa bandalheira. Além da divulgação feita na semana passada, ela baixou uma portaria exigindo que os salários de magistrados e servidores da Justiça sejam enviados até a segunda-feira 4 ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também presidido por ela. A ministra aguarda 96 respostas aos pedidos de informações que fez. Até a quinta-feira 31, haviam chegado apenas 41. 

Somente depois de estar em posse destes dados, é que o CNJ iniciará o espinhoso trabalho de verificar se os números recebidos são a expressão da verdade ou não e se são completos ou parciais. Feita esta análise, Cármen Lúcia saberá se o Judiciário segue a regra obrigatória para qualquer cidadão, de jurar dizer a verdade, nada mais do que a verdade.

Integrantes da equipe de Cármen Lúcia garantem que ela está determinada a por um fim no desrespeito à Constituição pelos magistrados, pois está convencida que “não podem existir duas leis no País”, que “o teto salarial deve ser cumprido” e que “é preciso colocar ordem no Judiciário”. Porque, afinal, um País não pode ter 13 milhões de desempregados e “um sujeito ganhando R$ 500 mil por mês”, como diz um de seus assessores. [esse assessor falou bobagem, pois apesar de absurdo o salário ganho por um juiz em um único mês, tem amparo legal e justa motivação.] Quando anunciou a portaria, Cármen avisou que, após a análise dos dados compilados, “a presidência do CNJ providenciará a adoção de medidas específicas pela Corregedoria Nacional de Justiça para adotar providências quanto ao descumprimento das normas constitucionais e legais sobre pagamentos realizados sem o fundamento jurídico devido”, como diz a ministra ao explicar sua portaria. Os tribunais que não respeitarem a norma serão alvo de correição do CNJ e punições acontecerão.

Contra o corporativismo
A presidente do STF ainda não oficializou o que fará contra os infratores da Legislação. Seus assessores dizem que ela está disposta a fazer de tudo para enfrentar “uma corporação fortíssima, representada por uma comunidade de juízes”. Contam que, como no passado, já existem até ameaças de greves.


Apesar da determinação demonstrada até aqui, há muito ceticismo sobre o cumprimento da decisão do CNJ e a disposição de sua presidente é de “mergulhar de cabeça” nessa batalha. Não é a primeira vez que tal decisão é tomada. A primeira foi em julho de 2012, quando o Conselho era presidido pelo ex-ministro do STF Ayres Brito. Ele falou grosso, passaram-se cinco anos e tudo continuou como antes. Naquela época, Ayres Brito acatou mandado de segurança do então prefeito paulistano, Gilberto Kassab, contra decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, proibindo a prefeitura de publicar nomes e salários de servidores de uma empresa municipal. A corregedoria do Conselho fez uma devassa no Tribunal paulista para investigar pagamentos indevidos de salários e examinar a evolução patrimonial. “Aproveitei mandado de segurança contra o prefeito Kassab para decidir que todos os poderes teriam o dever de publicar suas folhas de pagamento”, disse Ayres Brito à ISTOÉ. “No CNJ, aprovei resolução mandando publicar (os salários). A ministra Cármen Lúcia reafirma agora o que já existia. Há uma resistência, um corporativismo, um espírito de corpo. O Brasil é um País muito viciado O corporativismo é um dos três pilares do patrimonialismo, ao lado da corrupção e do desperdício. Na democracia tudo vem à luz, não tem como esconder. A democracia não vence por nocaute, ela vence por pontos. Enfrentamos um renitente e insidioso corporativismo. O apego à velha ordem e às suas velhas práticas é muito forte. Mas vai ser vencida”, completou Ayres Brito. [Ayres Brito omite que uma decisão do CNJ e um decreto do presidente da República não podem modificar uma lei.
Por isso, é que ele não conseguiu falando grosso mudar nada, tudo continuou como antes - para o público leigo falar grosso é fácil, agora obrigar aos juízes a cumprir uma norma ilegal é bem mais complicado.]

Neste momento, a ação de Cármen Lúcia foi uma reação ao escandaloso caso do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, que autorizou pagamentos de valores vultosos para 84 magistrados. Um deles, o juiz Mirko Vincenzo Giannotte, titular da 6ª Vara de Sinop, registrou no seu contra-cheque de julho deste ano, um ganho de R$ 503.928,79 - [clique aqui e entenda a motivação e legalidade do valor recebido pelo juiz Mirko.]. Um escárnio. Esta guerra contra os abusos no Poder Judiciário não é nova. O Tribunal de Minas Gerais, por exemplo, é reincidente. Quando presidia o CNJ, em 2006, o ex-ministro do STF Nelson Jobim determinou a redução dos salários dos desembargadores. Os servidores do TJ mineiro fizeram uma greve contra o teto salarial. O ministro Jobim foi declarado persona non grata, mas não se intimidou. Agora, ele pede que Cármen Lúcia não se limite a fixar a portaria. “Se ficar só na figuração não acontece nada. A autonomia financeira, aprovada na Constituinte de 1988, levou a isso. Antes, a folha de pagamento era impressa nas Secretarias da Fazenda dos estados. Havia um certo controle. Depois, cada Tribunal passou a imprimir suas folhas, sem nenhum controle, Espero que a ministra Cármen leve adiante. Precisa colocar a boca no trombone. Criar um ambiente. Os presidentes de Tribunais precisam ser convencidos de que cometem um crime de desobediência”, disse Jobim à ISTOÉ.

Juristas esperam rigor
A grande interrogação é saber se a deliberação do CNJ será novamente ignorada ou será cumprida. Todos querem saber se a decisão de Cármen Lúcia, a exemplo da adotada por Ayres Brito, ficará na história como uma reação com o objetivo de criar uma cortina de fumaça para que tudo continue como dantes no quartel de Abrantes do Poder Judiciário. Juristas acreditam que a presidente do STF só fará cumprir sua portaria se for rigorosa com os presidentes dos Tribunais de Justiça nos Estados, os principais sabotadores da transparência que o STF deseja impor. Nesse caso, esses tribunais teriam que abrir suas contas e submetê-las à opinião pública. “Estou aplaudindo de pé, mas acho difícil que seja realizado”, diz Eliana Calmon, ex-ministra do STJ. “Quando foi aprovada a Lei da Transparência, em 2012, o ministro Ayres Brito determinou que essa obrigação fosse cumprida. Mas não foi e ficou por isso mesmo. A iniciativa de Cármen Lúcia é boa, mas sou descrente. Precisa de firmeza dos ministros do STF e dos conselheiros da CNJ”, lembrou Eliana Calmon.


O fim da caixa-preta na Justiça
> O Brasil tem 17.541 juízes, que não podem ganhar mais do que R$ 33,7 mil, que é o teto constitucional

> Por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidido pela ministra Cármen Lúcia, todos os 90 tribunais do País tinham até segunda-feira 4 para enviar à entidade os dados sobre os pagamentos feitos aos magistrados de janeiro
a agosto de 2017


> Os tribunais terão de enviar, a partir de setembro, as folhas de salários até cinco dias após os depósitos para os juízes
> A Corregedoria Nacional de Justiça terá que tomar providências em caso de descumprimento do teto constitucional

> O descumprimento dos prazos resultará na abertura de correição especial no tribunal

> A presidente do CNJ, Cármen Lúcia, determinou a divulgação dos rendimentos de todos os ministros e servidores do STF

> Esta não é a primeira vez que o CNJ tenta enquadrar o Poder Judiciário a cumprir o teto constitucional. Em 2012, uma resolução similar foi publicada pelo CNJ mas diversos tribunais não enviaram as informações pedidas

Juiz assassino ganha R$ 27,5 mil por mês
 Em agosto de 1997, o juiz Marco Antonio Tavares, de São Paulo, assassinou a mulher Marlene Aparecida Tavares. Em 2002, o magistrado foi condenado a 13 anos e seis meses de prisão e à perda do cargo. Apesar de ter sido afastado do trabalho, ele continua recebendo o salário integral de R$ 27.500, segundo consta na folha de pagamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), divulgada no site da entidade. Ganha sem trabalhar.

Ele e outros 11 magistrados, que também ganham sem trabalhar, estão na folha de pagamento do TJ-SP. Esses 12 juízes foram penalizados ou condenados nos últimos 25 anos e por isso foram afastados do trabalho regular, mas nem por isso deixaram de receber os nababescos salários. Na folha de pagamento, de julho último, eles receberam um total de R$ 307.497,78 (uma média de R$ 25,6 mil para cada um).

Fonte: Revista Isto É - Ilimar Franco

 

Diego merece, no mínimo, a castração química - se seguida de uma noite convivendo com alguns presos em uma cela superlotada, melhor ainda

Mas, desnecessário mesmo, é o pronunciamento de algumas 'famosas' - mundialmente conhecidas - na esperança de se tornarem conhecidas

 'Amamentar é constrangedor; ejacular, não': mulheres protestam nas redes sociais

Famosas como Thais Fersoza e Rafa Brites levantam debate após homem que ejaculou em mulher dentro de ônibus ser solto 

 

O caso de um homem que ficou apenas um dia preso após ter ejaculado em uma mulher dentro de um ônibus em São Paulo levantou o debate em torno da amamentação em público. Segundo o juiz que concedeu liberdade ao estuprador, o homem não teria causado nenhum constrangimento à vítima. Pelas redes sociais, artistas e famosas têm questionado: amamentar, então, é que seria constrangedor? Entre elas, a atriz Thaís Fersoza e as apresentadoras Rafa Brites e Fernanda Rodrigues.
 
A campanha que circula nas redes sociais traz a seguinte frase: "Nosso país trata como tabu amamentar em público, mas quando ejaculam em uma mulher no ônibus, o juiz considera que 'não houve constrangimento'".
 
Na decisão, o juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto alegou que "não houve constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco de ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação do indiciado".
 
O caso aconteceu nesta terça-feira: um homem, identificado como Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, ejaculou no pescoço de uma mulher em um ônibus que trafegava pela Avenida Paulista, região central de São Paulo. Passageiros do veículo acionaram a Polícia Militar (PM), e o agressor foi preso em flagrante por estupro. Apesar do ocorrido e de um histórico de outras acusações semelhantes, o homem teve sua liberdade concedida pela Justiça. Ele ficou apenas um dia preso. [o maníaco foi preso novamente - ver POST abaixo.]

Fonte: O Globo



Diego - que dizem ter problemas psiquiátricos, merece uma colher de chá: castração química


Homem que ejaculou em mulher dentro de ônibus repete crime e é preso

Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, voltou a cometer um ato obsceno contra uma mulher em um ônibus de São Paulo, na manhã deste sábado

O homem que ejaculou no pescoço de uma mulher dentro de um ônibus em São Paulo na última terça-feira (29/8) voltou a ser preso na manhã deste sábado (2/9) por praticar a o mesmo ato, segundo a Polícia Civil do Estado.

Diego Ferreira de Novais, de 27 anos, foi detido pela polícia na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, região central da capital paulista. Segundo informações da 78ª Delegacia, nos Jardins, Diego cometeu, novamente, um ato obsceno contra outra mulher também no transporte público. Novais está na 78ª Delegacia e aguarda as providências da Justiça. 

Na última quarta-feira 30, ele foi liberado após ter praticado o mesmo ato. Por meio de audiência de custódia, o juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto entendeu que não poderia enquadrá-lo pelo crime de estupro, pois não houve ameaça, nem violência. "Entendo que não houve o constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça, pois a vítima estava sentada em um banco do ônibus, quando foi surpreendida pela ejaculação", alegou o juiz na sentença.

A decisão causou polêmica e revolta na internet
. Diego tem 15 passagens pela polícia por condutas similares. O primeiro assédio foi registrado em 2009, na delegacia da Lapa, Zona Oeste de São Paulo. Só neste ano, foram três casos na 78ª Delegacia de Polícia, nos Jardins. Novais chegou a ser preso por flagrante de estupro em 2013 e 2016, mas era solto depois e o crime, enquadrado como ato obsceno. [mesmo sendo doente, Diego tem que ser compelido a cessar suas ações criminosas e para ele a castração química, reversível só após longo prazo, é suficiente;
mas, para os estupradores não doentes, a castração tem que ser a física, sem anestesia, feita lentamente, o estuprador vendo tudo;
outra alternativa é a castração física por esmagamento.]
 
Fonte: Correio Braziliense
 



Míriam Leitão: Fim da recessão

A recuperação é lenta e frágil, mas os indicadores positivos começam a aparecer com mais frequência 

Fim da recessão

A recessão ficou para trás. Tecnicamente, é isso que se pode dizer com o segundo trimestre de alta. O dado divulgado encerra 12 trimestres de queda na comparação com o mesmo período anterior. A recuperação é lenta e frágil, porque anda sobre o terreno movediço da crise política, mas os indicadores positivos começam a aparecer com mais frequência, como a queda do desemprego divulgada esta semana.

Foi o quarto mês seguido de redução do desemprego. A população ocupada aumentou em um milhão e quatrocentas mil pessoas no trimestre de maio a julho, comparado ao trimestre anterior. Com a liberação do FGTS das contas inativas, as famílias reduziram dívidas e elevaram o consumo. Isso evitou o número negativo que se temia que ocorresse no segundo trimestre. O impacto da crise de 17 de maio foi menor do que o esperado, disse a MB Associados, que ontem mesmo revisou de 0,3% para 0,7% o PIB do ano. Pode parecer pouco, mas se ocorrer esse resultado, o país terá saído de uma queda de 3,6% para uma alta de 0,7%. Recuperação de mais de quatro pontos percentuais.

O crescimento no primeiro trimestre foi forte, de 1%, mas concentrado na agricultura. No segundo trimestre, foi menor (0,2%), mas pela força do consumo (1,4%) e pelos serviços (0,6%), que são mais dinâmicos e sustentáveis. A indústria decepcionou, com recuo de 0,5%, depois de subir 0,7% no primeiro tri. Os investimentos caíram pelo quarto trimestre seguido, sinal de que há muita desconfiança dos empresários na recuperação. 

Nos últimos 15 trimestres, desde o final de 2013, os investimentos tiveram apenas um único número positivo. Isso mostra que não há garantia de crescimento sustentado.
No desemprego, os dados voltaram a seguir a sazonalidade característica do indicador, com altas no início do ano e melhora no segundo trimestre até o Natal e Réveillon. Em 2015 e 2016, isso não aconteceu, a destruição do vagas foi contínua. Este ano, o número de desempregados chegou a 14,17 milhões em março, e agora recuou para 13,32 milhões, segundo o IBGE, no quarto mês seguido de redução. A maioria das vagas é no emprego informal e por conta própria, mas os números do Caged, com carteira assinada, também voltaram ao azul.

A recuperação enfrenta três grandes barreiras. A primeira é a crise fiscal, que depende das medidas de ajuste que o Congresso e o governo Temer ainda não aprovaram. A segunda é o desemprego que, embora caindo, está muito elevado. E a terceira é o próprio ritmo de crescimento do PIB, que nem de longe lembra o vigor da saída da crise de 2008/2009. Na taxa acumulada em 12 meses, só se espera um número positivo no final deste ano, em torno de 0,5%, agora com viés de alta.

Na semana que vem, podem vir outras duas boas notícias. Na quarta-feira, saem os dados da inflação de agosto, e a expectativa do Banco BNP Paribas é de alta de 0,29%, o que levaria a taxa em 12 meses para 2,56%, no patamar mais baixo desde 1999. Isso permitirá a nova redução de um ponto percentual de juros que será anunciada na noite da quarta pelo Banco Central, levando a Selic para 8,25%. O departamento econômico do Itaú ainda projeta mais dois cortes de 0,5% até o final do ano, seguido de outro, de 0,25% no início do ano que vem. Isso quer dizer que o país começará 2018 com juros de 7%, patamar mais baixo da história, e uma inflação bem pequena, que pode ficar abaixo do piso da meta. A queda dos juros agora se justifica pela forte redução da inflação.

O banco UBS, que cravou o dado de crescimento de 0,2%, disse que sua projeção para ano, de 0,5%, está para subir. A percepção é a mesma do economista Fernando Montero, da Tullett Prebon, que aposta em revisões para melhor das projeções do mercado.
“Assumindo um PIB estável no segundo semestre, o ano já teria crescimento garantido de 0,5%. Desta forma, há chance de revisão para cima na nossa estimativa. Para 2018, estimamos alta de 3,1%", escreveram os economistas Tony Volpon e Fábio Ramos em relatório do UBS.

Com dois trimestres seguidos de alta, o país já pode dizer que tecnicamente deixou a recessão para trás. Mas a economia precisa ainda de uma recuperação mais forte que derrube o desemprego.


Fonte: Coluna da Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo

 

O homem que rasga dinheiro

Floyd Mayweather, o homem que rasga dinheiro

Invicto após 50 lutas e capaz de embolsar o equivalente a R$ 1 bilhão em apenas uma noite, o boxeador mais bem pago do mundo ostenta um estilo de vida em que só gastar não basta

Ele tem 40 anos, 1,73 de altura, 68 quilos e um cartel de 50 vitórias em 50 combates, 27 deles por nocaute. Com 12 títulos mundiais de boxe em cinco categorias, de superpena a médio-ligeiro, Floyd Mayweather Jr. é o melhor pugilista de sua geração. Ainda mais impressionante que as vitórias no ringue, contudo, é o estilo de vida que mantém quando tira as luvas. O dinheiro o persegue com uma abundância de fazer inveja aos maiores craques do futebol mundial, do basquete e do automobilismo. No sábado 26, após vencer em Las Vegas (EUA) o irlandês Conor McGregor, atual campeão peso-leve do UFC (Ultimate Fighting Championship), Mayweather viu seu já polpudo saldo bancário aumentar em cerca de R$ 1 bilhão.


 LUTA E FARRA Mayweather acerta um golpe em McGregor, que resistiu por dez rounds

O valor foi calculado a partir da parte que cabe ao vencedor dos lucros com a bolsa de apostas (US$ 100 milhões) somada à renda obtida com patrocínios e direitos de imagem pela transmissão da luta, vencida por Mayweather no décimo round. A comemoração foi no melhor estilo dos cantores de rap, em uma suíte de hotel abarrotada de rebolativas garotas seminuas e o campeão da noite fazendo chover dinheiro até que o chão ficasse forrado de cédulas.


 FARRA Depois da vitória, a comemoração: mulheres, hip hop e chuva de dinheiro

As imagens da farra aparecem em um vídeo que circulou nas redes sociais junto a outro, em que Maywether sai pela porta dos fundos do cassino em Las Vegas arrastando um carrinho com maços de dólares embalados em plástico antes de encher o porta-malas de uma van com o dinheiro. Fazer questão de mostrar quanto ganha — e, principalmente, como gasta — é uma parte indissociável do marketing de Mayweather, que não esconde a predileção pelo apelido Pretty Boy Floyd Money (algo como “o cara bonito da grana”, em tradução livre). Até a holding que cuida de seus negócios foi apropriadamente batizada The Money Team. Costuma posar para fotos exibindo suas coleções de relógios e carrões (até o carrinho de golfe que deu para um dos filhos imita um Bentley) ou cercado de pilhas de dólares em mansões, iates e jatos privativos



Ele viaja em um Gulfstream G 550 de cerca de US$ 50 milhões, enquanto sua equipe se acomoda em outro, avaliado em US 36 milhões. Apesar de parecer excessivamente perdulário, o lutador é um homem de negócios que sabe se cercar de bons conselheiros de finanças. Um deles, Al Haymon, estudou economia na Universidade Harvard. O outro, Leonard Ellerbe, é o CEO da Mayweather Promotions, empresa que agencia outros atletas e promove todo tipo de entretenimento ao vivo, incluindo eventos esportivos, musicais, produção de filmes e programas de televisão.
Floyd Mayweather carrega pilhas e dinheiro e joga notas para mulheres


Estratégia
Os lucros que obtém com participações nas vendas de ingressos, transmissões de lutas por canais pay-per-view e as porcentagens nas vendas de alimentos e bebidas durante os eventos são reinvestidos no mercado imobiliário e em outras empresas, caso da grife de moda The Money Team. Para Ellerbe, mesmo esbanjando como gosta, Mayweather terá uma aposentadoria bilionária.. O lutador diz merecer: “Conversei com Deus noite passada e perguntei: ‘Há algum problema em esse seu REI pródigo viver dessa maneira?’ e Deus disse: ‘Não, você foi predestinado’”, escreveu Mayweather anos atrás.



Filho de boxeador e sobrinho do ex-campeão Roger “Black Mamba” Mayweather, Floyd foi paciente para manter a supremacia diante de McGregor nos dez rounds da luta “Luta do Dinheiro”, como foi chamado o combate em Las Vegas. “Acho que o juiz interrompeu muito cedo. Aquilo era fadiga. Eu não tinha me entregado”, disse McGregor. “Essa foi a nossa estratégia, deixá-lo dar golpes mais fortes no começo e cansá-lo”, afirmou o vencedor.

Fonte: Revista Isto É

 

Fufuca no comando

Aos 28 anos, bochechas rosadas e rala experiência parlamentar, o rebento do clã Fufuca tomou conta do Congresso. 


Retrato dos novos tempos da política. Fufuca no comando é como adolescente de 17 anos dirigindo carro sem carta. Consequências perigosas à frente. Não somente pela tenra idade que salta aos olhos (é o mais novo na história a ocupar o posto). Falta-lhe traquejo. Jogo de cintura. Esperteza para o melindroso baile dos conchavos e acertos parlamentares. Levado na conversa logo nos primeiros dias de interinidade, encantou-se com os rapapés. Com o assédio e as mesuras dos oportunistas da vez. 

Ficou no encantamento. A pauta extensa a ser votada tinha de tudo: reforma política, ajuste fiscal, novo teto do déficit público. Nada andou como deveria. Fufuca tergiversou: “semana que vem, voto”. Fufuca pai é prefeito de uma cidadezinha no interior do Maranhão. Fufuca filho, no plantel de conquistas, já foi mais longe. Assumiu – se bem que temporariamente e por obra e graça do acaso – o controle da “casa dos espertos”. 

Sobrou pra ele numa equação na qual seu nome se encontrava como reserva do reserva. Sejamos realistas: sobrou para Fufuca por falta de opção mesmo. Apadrinhado de Eduardo Cunha, a quem se referia carinhosamente com o epíteto de “papi”, lamentou quando o tutor foi parar atrás das grades. Espere de Fufuca tudo, menos ingratidão. Fufuca não tripudia do mau destino de quem lhe abriu as portas da esperança. Fufuca, como terceiro reserva, por deliberação de Cunha, angariou vantagens incomuns a um estreante. 

Pôde, por exemplo, nomear um vasto time de assessores e indicar candidatos a vagas estratégicas. Nos enviesados códigos de poder do parlamento é isso que conta. Na semana passada, logo ao despontar para os holofotes da fama na nova função, Fufuca exibiu, de cara, aquele olhar perdido e semblante de quem ali caiu de paraquedas e não sabia bem como ou o que fazer. Mas, convenhamos, poucos naquela casa sabem. A maioria leva os afazeres na embromação e lero-lero. Cada um só pensa agora na reeleição. Fufuca não. Saboreia os dias de glória como quem se lambuza com um melado que nunca experimentou. O titular da cadeira, Rodrigo Maia, que também desceu por acidente no posto, foi parar na presidência da República. Quem diria. De Santiago, terra natal, ao Planalto. Maia pai, fazendo expediente na assembleia de vereadores da falida Cidade Maravilhosa, também não se contém de alegria. Os Fufuca e os Maia decerto nunca sonharam ir tão longe. Por essas e outras, a nação bananeira encontra-se no momento sob o comando de um escrete de infantes da política. 

Ambos filhos de caciques engalanados da velha política. A mesma velha política que agora fala em renovação. Cosmética, diga-se de passagem. Partidos vão tirar um “P” da sigla. Outros lançarão palavras de ordem: “Avante”, “Patriotas” como siglas de batismo. E por aí vai. Mas querem mesmo é manter o status quo. À revelia da vontade do eleitor. Deverão dar com os burros n’água. Se não forem reais as intenções de mudança, o voto vai pesar contra. As agremiações ainda não perceberam a avassaladora onda da busca pelo novo que embala o País. Não o novo como Fufuca. O novo programático. De ideias e candidatos alternativos a enterrar erros do passado. No topo das reviravoltas, PMDB faz das suas. DEM, PDT, PEN também. No tucanato, para ficar em um exemplo emblemático de racha quando o assunto é renovação, sobrou pena pra todo lado quando alguns resolveram realizar em programa nacional uma mera autocrítica. 

Dirigentes da sigla bateram cabeça e seguem batendo. Pesquisas e empresas de consultoria falam em rejeição absoluta aos velhos comandantes. A Consultoria Eurásia disse que o sentimento antiestablishment será grande em 2018. O Instituto Ipsos detalhou a desaprovação nome a nome dos antigos representantes. A Universidade de Brasília (UNB), em pleno canteiro das disputas, apontou que as próximas eleições vão reconfigurar por completo o cenário político com índice de 80% de volatilidade nos nomes partidários. É nesse caldeirão de movimentos que os Fufucas da vida surgem como cortina de fumaça, tipo bucha de canhão para enganar a turba enquanto os caciques de sempre tocam em frente. Será que não percebem? Não é de Fufucas que o Brasil precisa.

 Fonte: Editorial - Isto é - Carlos José Marques

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Morte de sargento que salvou menino no Zoo completou ontem 40 anos

Família de Sílvio Holenbach guarda com orgulho as memórias do ato heroico do militar, que salvou Adilson Florêncio da Costa de um ataque de ariranhas

Brasília vivia, há 40 anos, o choque pela morte do sargento do Exército Sílvio Delmar Holenbach, então com 33 anos. Após três dias de agonia no Hospital das Forças Armadas (HFA), o militar não resistiu às mais de 100 mordidas que levou das ariranhas do zoológico da cidade e morreu em 30 de agosto de 1977. Os animais o atacaram enquanto ele tentava salvar o menino Adilson Florêncio da Costa, à época com 13 anos. O ato de bravura comoveu a capital e, até hoje, envolve lembranças ainda vivas na memória dos brasilienses.
Destino é a palavra que o primogênito do herói, o médico Sílvio Delmar Holenbach Júnior, 47 anos, usa para explicar o incidente. “Minha mãe conta que ele andava prevendo algo ruim dias antes da morte”, revela. Segundo Holenbach Júnior, o pai comentava sobre não parar de trabalhar no HFA, onde servia. Ironicamente, trata-se do mesmo hospital onde o militar faleceu. Cético, mas nem tanto, Holenbach Júnior recorre a um ditado para dizer o que pensa dessa coincidência:  “Não creio em bruxas, pero que las hay, las hay”.

Coincidências à parte, a família Holenbach cresceu depois da tragédia. Os quatro filhos do sargento com a gaúcha Eni Teresinha já contam a história do ato de bravura aos cinco netos do avô herói. A história ultrapassou gerações em Brasília e, por isso, o médico que leva o nome do pai recebe palavras de reconhecimento dos pacientes. “Crescemos todos com o exemplo de heroísmo, coragem e honestidade”, orgulha-se Holenbach Júnior. 
 
Enquanto a família Holenbach guarda o exemplo do ato de bravura, o destino do menino cuja vida se deve a Sílvio Delmar tomou um caminho triste. Adilson Florêncio da Costa, hoje com 43 anos, foi preso no ano passado pela Polícia Federal acusado de corrupção na Operação Recomeço. Ele responde por desvios no fundo de pensão Postalis, dos Correios, onde ele era diretor financeiro.

Adilson Florêncio foi diretor do fundo de pensão Postalis. Hoje, o homem salvo por Silvio responde por corrupção
 
No entanto, a família Holenbach não duvida que Sílvio ajudaria o menino novamente, mesmo se soubesse do destino de Adilson. “Não importa quem seria. Ele viu uma criança precisando de ajuda e se esforçou para ajudá-la”, afirma Holenbach Júnior. Adilson e a família do homem que salvou sua vida nunca se encontraram.
 
A comoção pela morte de Sílvio Delmar Holenbach rendeu páginas de cobertura do Correio Braziliense no fim de agosto de 1977. Em relato ao jornal, o sargento, ainda com vida, contou que já estava no carro, pronto para voltar para casa, quando viu Adilson cair no poço das ariranhas. “Parei o carro sem atender ao apelo da minha esposa, que pedia para eu ficar, e entrei no tanque das ariranhas. Eu não podia deixar uma criança ser devorada sem fazer nada”, relatou.
 
 
O Correio também registrou a última fotografia de Holenbach com vida, de autoria do fotojornalista Tadashi Nagakomi. A imagem estampou a capa do jornal em 28 de agosto de 1977, no dia seguinte à tragédia, e circulou por outros veículos de comunicação do Brasil como as revistas O Cruzeiro e Manchete. O profissional morreu em 1988, vítima de um acidente de trânsito.

Ariranhas
O ataque ao sargento Sílvio Delmar Holenbach deu às ariranhas o injusto título de espécie perigosa. De fato, o mamífero, que é parente das lontras, ataca quando se sente ameaçado. Recomenda-se não chegar perto das tocas onde o bicho vive em épocas de reprodução, como a maioria dos outros animais da fauna brasileira.

Entretanto, zoólogos reconhecem a ariranha como um animal dócil e que geralmente teme seres humanos. O tanque com espécimes do mamífero continua um dos mais visitados do Jardim Zoológico de Brasília. Na frente do recinto, uma placa relata a história de Silvio e Adilson e explica sobre os hábitos de vida da espécie. De acordo com o Zoo, 68 ariranhas nasceram no local desde 1975, ano em que elas estrearam no local.

 
 

ROTAM: Hino na formatura pode levar PMs à prisão

Militares podem ser levados à prisão por escolha de música em formatura

Um grupo de recém-formados na Rotam foi levado para depor na Corregedoria da PM nesta sexta-feira (1°/9) após terem escolhido cantar um hino próprio do grupo e não a canção oficial da corporação

A escolha de uma canção durante a cerimônia de formatura pode levar para a cadeia um grupo de policiais militares. Cerca de 30 homens prestaram depoimento na Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), nesta sexta-feira (1°/9), após terem cantado um hino formulado pelos próprios formandos e não a canção oficial da corporação. Veja o vídeo:

A formatura do VIII Curso Operacional da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) foi realizada na quarta-feira (30/8), no pátio da Academia da Polícia Militar de Brasília (APMB). Imagens divulgadas em redes sociais mostram os militares em fileiras, marchando e repetindo as frases ditas por outro integrante. Em alguns trechos, eles falam palavrões. A postura do grupo foi questionada por um coronel, que fez a denúncia à corregedoria.
 
Nesta manhã, os militares foram levados de ônibus ao prédio da corregedoria. Um a um, eles desciam e eram encaminhados para depor. Os advogados Aline Barreto e Marcelo Almeida, eram uns dos que acompanhavam o processo. 
 
Decoro policial 
Em nota, a PMDF afirmou que a Canção da PMDF está prevista na Nota de Instrução da corporação. "A não entoação da Canção em formaturas da Corporação fere o Estatuto da Polícia Militar do Distrito Federal", afirma o texto. A utilização de um hino próprio e com palavras de baixo calão "ferem o decoro policial militar e podem acarretar punição aos militares por motim ou recusa a obediência". 

 Após serem ouvidos e caso seja comprovada a conduta indisciplinar, os militares envolvidos podem responder a Procedimento Administrativo Militar ou a Inquérito Policial Militar. A pena pelo crime de motim é de 1 a 4 anos, segundo o artigo 149 do Código Penal Militar. O advogado Marcelo Almeida afirmou que não houve nenhuma recusa ou motim por parte dos militares e que, caso eles sejam punidos, irão recorrer à Justiça. "De toda forma, caso a corregedoria entenda dessa forma, buscaremos o Poder Judiciário para rever essa situação", afirmou.

Leia a íntegra da nota da Polícia Militar:

Os policiais recém-formados no VIII Curso de Rotam foram chamados à Corregedoria por dois motivos: 

Primeiro, por não ter sido entoada a Canção da PMDF durante a solenidade de formatura, determinação esta que estava prevista em Nota de Instrução. Além disso, a não entoação da Canção em formaturas da Corporação fere o Estatuto da Polícia Militar do Distrito Federal. 

Segundo, por conta de uma canção militar, criada pelos formandos, em que foram utilizadas palavras de baixo calão. Esta música foi entoada durante a solenidade, na presença da comunidade civil. 

Estes fatos ferem o decoro policial militar e podem acarretar punição aos militares por motim ou recusa a obediência. Os envolvidos prestarão esclarecimentos e, se comprovados os fatos, podem responder a Procedimento Administrativo Militar ou a Inquérito Policial Militar.

Fonte: Correio Braziliense


As 40 horas secretas de Joesley: o açougueiro de instituições não é do tipo que pula por boniteza

Se a parte não conhecida das gravações evidenciar sonegação ou tentativa de adulteração de provas, o acordo perde validade, e não haverá ministro do Supremo para salvá-lo

Joesley Batista, o chefão do grupo J&F, não é o tipo de sapo que pula por boniteza. Ele só o faz por necessidade mesmo. Como todos os sapos, na melhor síntese jamais feita por um escritor entre literatura e ciência. No caso, Guimarães Rosa.

Fato: o açougueiro de instituições havia entregado o gravador à Polícia Federal para uma perícia. Técnicos encontraram lá sinais de que arquivos haviam sido apagados. Pelo menos 40 horas de gravações foram recuperadas. E o que elas continham? Todo cuidado é pouco nessa hora. Já volto ao ponto.  O delator mais impune da história universal teria decidido, então, entregar o conteúdo das gravações apagadas que estaria transcrito num computador. Ele tinha esta quinta-feira para apresentar eventuais complementos e elementos considerados probatórios das acusações que fez. Atenção! Ele tinha até ontem para entregar dados reiterativos apenas, que endossassem o que eventualmente havia confessado ou admitido. Não mais do que isso.

Se as 40 horas de conversa, no entanto, evidenciarem que Joesley omitiu coisas importantes ou tentou induzir seus interrogadores a erro, aí a coisa é mais séria. Não haverá Edson Fachin, relator do caso, que possa salvar o conjunto da obra. Não haverá dialética do obscurecimento a que Roberto Barroso possa recorrer para limpar a sua barra. Aí falam os termos da delação premiada que foi firmada.
A Alínea “e” da Cláusula 26, no item IX do acordo, que diz respeito à “Rescisão”, define o seguinte: “O acordo perderá efeito, considerando-se rescindido, nas seguintes hipóteses:
(…)
e) Se ficar provado que, após a celebração do acordo, o colaborador sonegou, adulterou, destruiu ou suprimiu provas que tinha em seu poder ou sob sua disponibilidade, assim como fatos ilícitos de que tivesse conhecimento”.

A redação, e duvido que possa ser diferente, dada a origem, é um tanto confusa porque sugere que, antes do acordo, se houve omissão de provas, manipulação ou adulteração dos elementos que depois serão usados em juízo, então tudo bem; não se podem fazer tais falcatruas depois. Ainda que adequado a certa moralidade vigente na Procuradoria Geral da República, é possível que se tenha tentando redigir outra coisa.  Mas ainda que seja como efetivamente aí vai, há de se perguntar o óbvio, Joesley teria decidido entregar o que tinha transcrito no computador se não soubesse que a Polícia Federal chegou por conta própria à transcrição do material que se supunha permanentemente eliminado?

Consta que o material traria até conversa entre o empresário e seus advogados, coisas gravadas também sem querer. Bem, seja como for, as gravações de Joesley estão na raiz de uma denúncia contra o presidente que, por enquanto, está arquivada no lixoe acho que dificilmente de lá sairá — e de outra que ainda pode ser entregue pelo homem das flechas que se querem longas para quem tem ideias tão curtas.

Mais heterodoxia e lambança
Bem, o episódio só empresta novos lances de heterodoxia e lambança àquilo que, desde o começo, não passa de uma patuscada do arco da velha. Lembram-se? Segundo a versão oficial, disposto a demonstrar onde se acoitavam os verdadeiros vilões do Brasil, Joesley, o dos 245 crimes admitidos, teria decidido, por conta própria, gravar uma conversa com o presidente e outra com o senador Aécio Neves. De posse daquele material, segundo relato do próprio seduzido, ele tentou ganhar Janot para um acordo de delação. Mas, asseverou o procurador, Joesley não aceitava nada em troca que não fosse ser um ficha-limpa. Em matéria penal, Cristo perderia para ele… E Janot topou.

Apelou, então, a Fachin, e teve curso o que se ousou chamar de “ação controlada”, que merece a definição, segundo qualquer pessoa rigorosa, de “flagrante armado”. E o resto é história.  Essas 40 horas evidenciam, mais uma vez, a trilha de exceção por onde caminhou essa barbaridade. Muito cuidado nessa hora. Estamos lidando, entenda-se a coisa em sentido múltiplo, com profissionais do crime.

Poder ser um material anódino? Até pode. Há uma possibilidade de que informações importantes tenham sido omitidas. Bem, importantes ao menos para manter a versão de Joesley — é razoável inferir que ele apagou o que não era do seu interesse. Mas é bom abrir uma nesga para desconfiança: eu não descartaria, dada a plêiade de Varões de Plutarco, de homens de moral elevada e substantiva, que o episódio possa trazer algum golpezinho novo.

Só uma coisa é inquestionável: se houver algo de realmente relevante, quem tem, ou teria, de dançar é o acordo. Mas, obviamente, não vai. Não vivemos, infelizmente, nesse particular, segundo o império da lei. Aos delatores, ao Ministério Público Federal e à PGR em particular, quase tudo é permitido.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo


 

A ONU deixe os assuntos internos do Brasil com os brasileiros e tente obter migalhas da atenção do Kim Jong-un

Condenado por Moro - Defensor de Lula na ONU vê condenação ‘inevitável’

O advogado britânico Geoffrey Robertson, contratado para representar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Comitê de Direitos Humanos da ONU, deu como certa a manutenção da condenação do petista nas instâncias superiores. A declaração foi feita durante um jantar organizado por juristas em sua homenagem na quarta-feira, 30, em São Paulo. “Moro e os colegas estão dizendo que ainda há recursos para Lula na Justiça. Nós estamos alegando que não há mais recursos aqui porque a Justiça do Brasil é totalmente parcial. Portanto, temos de ir às instâncias internacionais, onde há uma Justiça verdadeira”, disse Robertson.

O advogado se referia à defesa feita pelo governo brasileiro perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU. A defesa, assinada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela condenação de Lula a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, alega que o petista não pode recorrer a cortes internacionais enquanto ainda houver a possibilidade de recursos para reverter a sentença na Justiça brasileira.

Ao afirmar que Lula não tem mais chances de sucesso nos tribunais brasileiros, Robertson admite que o ex-presidente pode estar fora da disputa eleitoral do ano que vem. Se for condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral da 4.ª Região (TRF-4), o petista pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar inelegível.  O advogado britânico citou a entrevista do presidente do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores, ao jornal O Estado de S. Paulo para embasar sua argumentação. Na entrevista, o desembargador classificou como “irrepreensível” e “irretocável” a sentença que condena Lula.
“O mais ridículo é que o presidente do tribunal já basicamente prejulgou o Lula dizendo que a sentença do Moro é impecável. Fica nítido que o julgamento não é imparcial. É um aberração”, disse Robertson.

O britânico é o primeiro no entorno de Lula a dizer publicamente que o petista não tem chances de reverter a condenação aplicada por Moro. Nas últimas duas semanas, o Estado ouviu mais de 20 advogados que atuam na Lava Jato ou acompanham com proximidade o caso de Lula. Quase todos afirmam, sob a condição de anonimato, que as chances de a Segunda Turma do TRF-4 reverter a sentença de Moro são mínimas.

O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, responsável pela vinda de Robertson ao Brasil, confirmou que os recursos em defesa do petista nos tribunais superiores têm sido ineficazes, mas evitou fazer críticas generalizadas à Justiça brasileira e disse que não jogou a toalha. “Esta sentença não tem como prevalecer. Para mim só tem uma hipótese de a decisão não ser derrubada: é se o TRF-4 decidir julgar Lula de uma forma diferente”, afirmou. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-ministro Barbosa não quer ser esquecido

'Temer deveria ter tido a honradez de deixar Presidência', diz Barbosa

Ao Valor, ex-ministro afirmou que Brasil foi 'sequestrado' por 'políticos inescrupulosos' 

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que nega ser candidato em 2018, afirmou que o presidente Michel Temer deveria ter tido a "honradez" de sair da Presidência, após virem à tona as gravações entre ele e o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Em entrevista ao Valor publicada nesta sexta-feira, Barbosa afirmou que não é possível comparar a gravidade dos fatos atuais com aqueles vividos pela ex-presidente Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment. — Eles (políticos) instauraram no Brasil a ordem jurídica deles, e não a das nossas instituições. O Brasil teve um processo de impeachment controverso e patético e o mundo inteiro assistiu. A sequência daquele impeachment é a que estamos vendo hoje. Não há parâmetro de comparação entre a gravidade dos fatos. Michel Temer deveria ter tido a honradez de deixar a Presidência — disse o ex-ministro.

De acordo com Barbosa, o país foi "sequestrado" por um grupo de políticos sem escrúpulos. Ainda segundo ele, em nenhum outro país do mundo o chefe de governo continuaria no cargo como Temer ficou após denúncias "tão graves" quanto as que foram feitas contra o presidente brasileiro.[denúncias não provadas - o próprio procurador-geral afirmou não ter provas.]


Nosso país foi sequestrado por um bando de políticos inescrupulosos que reduziram nossas instituições a frangalhos. Em nenhum país do mundo um chefe de governo permaneceria um dia sequer no cargo depois de acusações tão graves quanto aquelas que foram feitas contra Temer. O Brasil entrou numa fase de instabilidade crônica, da qual talvez só saia em 2018 — analisou.


CANDIDATO À PRESIDÊNCIA?
"Não, não sou."

BEM COTADO NAS PESQUISAS
"Não sei como são feitas essas pesquisas em que colocam meu nome, mas não sou hipócrita. Ando nas ruas, nos aeroportos e por onde vou as pessoas me abordam. Percebo que há esse potencial, mas não incentivo nem tomo qualquer iniciativa para alimentar isso."[não podemos esquecer que as pessoas ouvidas nas pesquisas são as mesmas que votaram em Lula e Dilma, portanto, são pessoas que quando usam  'titulo eleitoral' causam prejuízos ao Brasil.]

LULA CANDIDATO
"Acho que ele não deveria ser candidato. Vai rachar o país ainda mais. Já está em idade de usufruir da vida e do dinheiro que ganhou com suas palestras. Só que o estão empurrando para ser candidato, com essa cruzada que o coloca contra a parede. É um ódio irracional esse que apareceu no país."

MOTIVAÇÕES DE POLÍTICOS
"A principal causa é a corrupção, é a motivação número um para as vocações políticas no Brasil. O que motiva boa parte dos líderes é o acesso ao dinheiro. Por isso estão sedentos para reinstituir o financiamento privado."

PARLAMENTARISMO
"Essa gente é tão sem escrúpulo que vai tentar impor o parlamentarismo para angariar a perpetuação no poder e se proteger das investigações. Esse é o plano. Seria mais um golpe brutal nas instituições."

REFORMAS TRABALHISTA E DA PREVIDÊNCIA
"São reformas importantes, talvez não com essa visão ultraliberal que se quer implantar, que mexem no cerne do pacto social, mas é muito grave que estejam sendo conduzidas por um governo que não foi respaldado pelo voto." [não pode ser olvidado que os dois governos que levaram o Brasil para a crise atual, foram respaldados pelo voto, já que foram Lula e Dilma.]


REFORMA TRABALHISTA
"Tem muita velharia na CLT, mas há um certo desequilíbrio na ordem gerada, A democracia está baseada na ideia, sugerida por (Jean-Jacques) Rousseau de pacto entre as forças do trabalho e do capital. Esses dois polos têm suas instituições representativas. Não pode acabar com uma só."

FRAGILIDADE INTERNACIONAL
"O Brasil passa por um retrocesso institucional que se reflete em sua imagem externa. É um país incontornável, mas que está impedido de exercer seu papel internacional pela força da conjuntura triste pela qual passamos. É triste ver os grandes líderes mundiais evitarem o Brasil."

FALTA FÔLEGO AOS PROTESTOS ATUAIS
"Acho que os brasileiros estão cansados de tudo isso, da instabilidade e dessas manipulações indecentes que são feitas. As pessoas estão na luta pela sobrevivência. Afinal de contas, são 13 milhões de desempregados. A prioridade é sobreviver."

Fonte: O Globo