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sábado, 24 de setembro de 2022

Pandemia de intolerância - Revista Oeste

Augusto Nunes Edilson Salgueiro

A Jovem Pan está na mira dos democratas de manifesto 

A ofensiva contra a liberdade de expressão juntou um grupo de militantes esquerdistas disfarçados de especialistas em malandragens digitais, um jornal que vai naufragando por falta de comando e excesso de passageiros sem neurônios, figurões da campanha presidencial de um corrupto solto por amigos togados, uma revista mantida na semiclandestinidade pela tiragem anêmica e companheiros infiltrados no Tribunal Superior Eleitoral. O alvo principal era um canal de notícias que ousa contestar o pensamento único estabelecido pelo consórcio da imprensa velha, e o ataque deveria começar por um programa jornalístico condenado à morte por democratas de manifesto. Confiada a uma tropa brancaleônica, o que deveria ser uma operação devastadora produziu tantos estragos quanto um rojão de festa junina.

Ataque à Jovem Pan | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Divulgação

Ataque à Jovem Pan | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Divulgação

A marcha da insensatez começou com a divulgação pela Folha de S.Paulo de um estudo produzido por ativistas homiziados na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Julgavam-se sumidades em malandragens digitais. Não passavam de cientistas de botequim. 
Depois de algumas incursões pelo universo cibernético, os jalecos a serviço do PT concluíram que era para privilegiar uma emissora reduzida a bolsão bolsonarista que o YouTube vinha recomendando aos internautas, com suspeitíssima frequência, uma visita aos vídeos da Jovem Pan. Nenhum dos acadêmicos sequer desconfiou que o algoritmo do YouTube se limita a remeter os usuários aos conteúdos com maior número de visualizações.  
Como a íntegra do programa e trechos extraídos de Os Pingos nos Is são campeões nacionais de audiência, é natural que liderem o ranking dos mais indicados.
 
Tampouco sabia disso a jornalista da Folha premiada pelos autores com uma cópia da pesquisa mambembe.  
Ela viu numa ode à ignorância a prova mais robusta de que o YouTube agia em cumplicidade com o veículo jornalístico qualificado pelo jornal onde trabalha de “voz do bolsonarismo”. 
A divulgação do besteirol devolveu à frente de combate a repórter da revista piauí que, em agosto, enxergara na Jovem Pan “o braço mais estridente do bolsonarismo”. Esse apoio ao candidato à reeleição, garantiu, era uma forma de encurtar o caminho que leva às verbas publicitárias da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).
 
A realidade estraçalha a fantasia. Desde o início do governo Bolsonaro, a Jovem Pan recebeu R$ 4 milhões em verbas publicitárias. Tal valor é inferior ao registrado nas gestões de Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer. No primeiro mandato de Lula, foram R$ 6 milhões. Entre 2007 e 2010, mais R$ 8 milhões. Dilma destinou ao grupo empresarial R$ 7,5 milhões no primeiro mandato. Entre 2015 e 2018, foram R$ 8 milhões. Em contrapartida, o Grupo Folha abocanhou R$ 371 milhões nos dois mandatos de Lula. Dilma e Temer, somados, transferiram R$ 156 milhões.  
No governo Bolsonaro, a catarata de reais secou: apenas R$ 2 milhões irrigaram o caixa da Folha. O fim da farra ajuda a entender a hostilidade do jornal ao presidente da República.

Foto: Cortesia JovemPan/Reprodução
O batalhão de trapalhões foi engrossado por advogados do ex-presidente Lula, que acionaram o Tribunal Superior Eleitoral “para impedir que o YouTube siga privilegiando os vídeos da Jovem Pan”. 
Confiante no pronto socorro dos juízes de estimação, o ex-presidiário também exigiu que a Google Brasil, proprietária do YouTube, adote as medidas necessárias para “cessar a irregularidade”
Incontrolavelmente ansiosa, a repórter da piauí jurou que o YouTube havia limitado a publicidade do canal de Os Pingos nos Is. “Isso se deve à inadequação do conteúdo para os anunciantes da plataforma”, explicou. “Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, celebrou a colunista social da Folha. O bloqueio jamais ocorreu.

“O Grupo Jovem Pan repele, enfaticamente, as falsidades divulgadas em suspeita parceria pela revista piauí e pela Folha de S.Paulo”, começa o editorial com que a emissora rasga as fantasias. “Ao contrário do que afirmam a publicação semiclandestina que se arrasta em menos de 30 mil exemplares e o jornal decadente, as relações entre a Jovem Pan e o YouTube são exemplarmente normais.”  
Esses textos derivam da indignação provocada em tais publicações pelo sucesso de uma instituição que completou 80 anos de existência. 
É compreensível o inconformismo da Folha, reduzida a 60 mil exemplares por dia, com o êxito da TV Jovem Pan News, que, com menos de um ano, se consolidou como o segundo maior canal de notícias e se aproxima rapidamente da liderança.”

A imprensa velha desmorona
Além dos concorrentes diretos, jornais e revistas de papel contemplaram com desdém o nascimento da TV Jovem Pan News, em 27 de outubro de 2021.  
Aos olhos estrábicos da imprensa velha, o caçula dos canais de notícias tinha tudo para dar errado. Aparentemente, faltavam estúdios, equipamentos e gente. A programação era insuficiente para fechar a grade, sobretudo nos fins de semana. 
Como enfrentar os colossos alojados no topo do ranking liderado pela balzaquiana GloboNews? 
Como desbancar da segunda colocação a CNN, fruto de investimentos siderais, que entrara no ar em março de 2020, depois de trabalhos de parto que consumiram quase seis meses de ensaios?
 As previsões agourentas foram revogadas já na primeira semana pela performance da emissora recém-nascida.

Um dos bordões publicitários da Jovem Pan repetia havia muitos meses que a rádio virara TV. Nenhum exagero, confirmou a sequência de proezas. O uso intensivo de imagens ampliara extraordinariamente a audiência de atrações como o Jornal da Manhã, Pânico e Os Pingos nos Is. Nesses horários, pouco depois da estreia a Jovem Pan News já tinha desbancado a CNN por larga margem e encostado na GloboNews.      Hoje, consolidada no segundo lugar, a emissora recém-nascida alcança com extraordinária frequência o topo do ranking. Paralelamente, publicações impressas despencam. Pouco mais de 430 mil exemplares foram colocados em circulação nos primeiros seis meses de 2022. Há sete anos, eram 1,3 milhão. A queda mais perturbadora foi protagonizada pela Folha: 16%. A tiragem oscilava pouco acima de 60 mil exemplares. Desabou para desoladores 55 mil.

Tampouco as revistas impressas vão bem das pernas. Segundo o Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a circulação sofreu uma queda de 28% ao longo de 2021. A Veja, por exemplo, já foi a terceira maior do mundo ao imprimir 1,2 milhão de exemplares. O tombo mais recente levou-a a perder 51 mil — e amargar, pela primeira vez desde o nascimento, uma tiragem que mal atinge a faixa dos 90 mil. Todas as revistas hoje lutam pela sobrevivência. Menos a piauí, que não depende de leitores. Depende da herança do dono, o banqueiro João Moreira Salles. A bolada parece muito longe do fim. Tanto assim que, mesmo bancando os rombos mensais da revista, tem dinheiro de sobra para figurar na lista dos dez maiores doadores da campanha de Lula. É compreensível que sonhe com o desaparecimento de quem é suspeito de inclinações bolsonaristas.

Escravos da ideologia ignoram fatos
Decidido a silenciar a Jovem Pan, o bando que agrupa advogados do candidato e jornalistas devotos do ex-presidiário alega que os programas jornalísticos ora mobilizam comentaristas que alternam elogios a Jair Bolsonaro e fake news concebidas para manchar a imagem de Lula.        Como sabem até os microfones já aposentados, a emissora é a única que mantém em seus quadros profissionais que criticam fortemente o presidente da República. Não há na GloboNews, na CNN, nas páginas da piauí ou da Folha, por exemplo, uma única e escassa voz que recorde alguma das incontáveis ladroagens em que Lula se meteu. Todo o tempo é consumido pela pancadaria imposta ao adversário fascista, homofóbico, misógino, inimigo da democracia e golpista de nascença.

Nenhuma surpresa. Um levantamento recente da Universidade Federal de Santa Catarina constatou que 80% dos jornalistas brasileiros se declaram de centro-esquerda, esquerda ou extrema esquerda. Só 4% se consideram de centro-direita, direita e extrema direita. O escritor e analista político Flavio Morgenstern afirma que a proliferação de jornalistas engajados deformou o comportamento profissional: “Não se vigiam mais os políticos. Age-se com os políticos para vigiar a sociedade”. Para Morgenstern, o objetivo da Folha “vai além da tentativa de monopólio das narrativas: quer-se criar uma versão ‘oficial’ dos fatos — e isto só pode ocorrer censurando-se desabridamente quem não siga a cartilha”.

“O jornalista de hoje quer demonizar seus concorrentes ideológicos, para que sejam perseguidos pelo estamento judicial”, acrescenta Morgenstern. “As críticas da Folha querem ter peso de lei, e seus jornalistas agem como esbirros a apontarem quem deve ser constrangido pela lei.” A esses tumores se soma a doutrinação marxista nas universidades de jornalismo”, acredita Carlos Alberto Di Franco, doutor em Comunicação e especialista em Jornalismo Brasileiro e Comparado. “Educação é formação em um ambiente de liberdade, de abertura, de diálogo, de debate”, lembra Di Franco. “A universidade e o ensino básico estiveram, e penso que ainda estão, muito dominados por uma matriz marxista. Uma matriz militante, ativamente militante, samba de uma nota só. Isso tem consequências. Quando a ideologia domina o processo de conhecimento, o que desaparece é o conhecimento.”

Sem espaço para divergência
No faroeste à brasileira, é o bandido que persegue o xerife.
Não chega a ser surpreendente que também no jornalismo prevaleça o avesso das coisas. A TV Jovem Pan News abriga comentaristas de todos os espectros ideológicos, mas é qualificada pelos arautos do pensamento único de “bolsonarista”, “disseminadora de fake news” e “propagadora de discurso de ódio”. A Folha, que torce pela morte de Bolsonaro, proíbe contestações à verdade oficial e inventa verbos delirantes para esconder os avanços econômicos do país, apresenta-se como “imparcial”, “fiel aos fatos” e “defensora da democracia”.

Na GloboNews e na CNN Brasil, não há comentaristas políticos “de direita”, “liberais” e “conservadores”. Nas duas concorrentes, ninguém murmura algum contraponto ao incessante bombardeio que alveja o atual chefe de governo. “Se antes, pela falta de termo de comparação, o público talvez não notasse os truques sujos e as manipulações perpetrados diariamente pela imprensa autoproclamada ‘profissional’, hoje ele percebe”, acredita o escritor e antropólogo Flávio Gordon. “Quando a redação se torna uma bolha na qual o radicalismo ideológico de uns retroalimenta o dos colegas, o senso de cumprimento de uma missão política em vista de um mundo melhor sobrepuja qualquer preocupação com a prática jornalística tradicional, que, nessas condições, passa a ser vista até mesmo como reacionária.”

Como observa J.R. Guzzo, o “crime” da Jovem Pan é não se submeter ao pensamento único que a esquerda quer impor a todos os brasileiros. Virou uma religião, com pecado mortal, excomunhão e o castigo do inferno”, constata o colunista. “Trate de obedecer — caso contrário, você será denunciado por subversão da ordem politicamente sagrada.” Com notável clareza, Guzzo localiza a questão-chave escancarada pelo surto autoritário:

“E se a Jovem Pan e seu programa condenado forem mesmo a favor do presidente Bolsonaro — ou de qualquer outro personagem da cena pública, ou de qualquer posição política? Qual seria o problema? Por acaso é proibido ser a favor de Bolsonaro? Ou ser contra seus adversários? É isso, exatamente, o que propõem os autores da agressão: um veículo de comunicação, segundo eles, não tem o direito de publicar aquilo que seus editores decidem levar ao público, conforme lhes está garantido na Constituição. A liberdade de imprensa, na sua maneira de ver as coisas, não pode existir para todos. Veículos como a Jovem Pan, o programa Os Pingos nos Is e os colegas que ali trabalham são tidos como algum tipo de delinquente, gente fora da lei que deve ser denunciada e, em consequência dos seus delitos, proibida de se manifestar”.

É isso. O resto não passa de conversa fiada. Discurseira de intolerantes mal cobertos pela fantasia de democrata em frangalhos.

Leia também “Corporativismo midiático”

 Augusto Nunes e  Edilson Salgueiro

domingo, 18 de setembro de 2022

Corporativismo midiático - Revista Oeste

 Rodrigo Constantino

Os jornalistas dos principais veículos de comunicação criaram uma espécie de clubinho, de patota onde ninguém solta a mão de ningué

Foto: Shutterstock

 Foto: Shutterstock 

Não tenho a pretensão de ser um ombudsman da imprensa, mas muito antes de virar um comentarista político eu já era bastante crítico a duas posturas que me incomodam muito na maioria dos jornalistas: o viés ideológico mascarado de imparcialidade e o excessivo corporativismo. É verdade que esse “espírito de corpo” não é exclusividade da imprensa e existe em várias áreas, mas nunca vi nada igual nesse setor.

Os jornalistas dos principais veículos de comunicação criaram uma espécie de clubinho, de patota, de tribo onde ninguém solta a mão de ninguém. Uma vez parte desse clubinho, você será protegido pelos colegas, estará blindado de críticas, até mesmo quando confundir coisas óbvias, como aquilo que está escrito em nossa bandeira nacional. 
Você vai receber prêmios que são enaltecidos apenas pelo próprio clubinho, terá afagos constantes no ego, trocando elogios mútuos com seus pares.
 
O personagem de humor mais famoso das redes sociais, Joaquim Teixeira, resumiu bem: “Para quem não gosta de responsabilidades, eu indico o jornalismo: você pode falar o que quiser e quando é questionado sobre algo é só alegar que foi agredido”
Ele se referia ao novo ato de vitimização da jornalista Vera Magalhães, que mentiu dizendo que foi agredida pelo deputado Douglas Garcia, alegando que precisou até de escolta para sair do local onde estavam.
 
As imagens mostram fatos bem distintos: o deputado pode ter sido inconveniente ao cobrar explicações da jornalista naquele momento e daquela forma, mas jamais a atacou. 
Já Vera apertou o queixo do deputado, que é negro e gay, e chamou seguranças. 
Um colega seu da TV Cultura, Leão Serva, arrancou o telefone da mão do deputado e o arremessou longe, xingando-o de F.D.P. e o mandando para a P.Q.P. Quem foi agressor no caso?
Podemos trocar de personagens num cenário hipotético para deixar mais claro o absurdo. Vamos imaginar que um parlamentar do Psol resolve questionar um “blogueiro bolsonarista” sobre seus ganhos públicos.  
Um colega blogueiro arranca seu celular e o arremessa longe, xingando-o e mandando-o para aquele lugar. O parlamentar é negro e gay. 
Qual a reação da velha imprensa? Sabemos a resposta a essa pergunta retórica: seria uma histeria sem tamanho contra os jornalistas, não contra o deputado!
 
Não obstante, todo o clubinho midiático embarcou na narrativa de que Vera Magalhães foi agredida, e o ministro Alexandre de Moraes, o imperador onipresente, chegou a determinar que a “ofensa” do deputado fosse analisada pela procuradoria eleitoral de São Paulo. 
O sistema tucanopetista se protege, não é mesmo?  
Eu adoraria que alguém me explicasse onde consta a ofensa ou o ataque na simples opinião pessoal de que determinado jornalista representa uma vergonha para o jornalismo nacional…

Eis a triste verdade: esse clubinho corporativista de jornalistas se acha acima do bem e do mal, pois exala empáfia e arrogância com sua visão de que são missionários numa cruzada moral, guias que devem apontar o rumo para o progresso a uma horda de ignorantes e bárbaros — sua própria audiência, formada por um monte de Homer Simpsons, segundo eles. Esses jornalistas jamais aceitariam ser cobrados na mesma moeda em que cobram os outros

Eles não entenderam que a bolha estourou com as redes sociais. Ou entenderam, e por isso mesmo fazem de tudo para censurá-las.

O antibolsonarismo histérico, seja por viés ideológico ou por corrupção, tem sido a cola que une essa patota corporativista. É assim que uma simples opinião vira “ataque”

Quando há o Congresso em Foco, uma eleição dos melhores parlamentares escolhidos por jornalistas, invariavelmente temos a turma da esquerda radical como preferida. Uma reportagem de Bruna Komarchesqui na Gazeta do Povo mostrou estudo que aponta o viés: “Em sua edição mais recente, uma das maiores pesquisas feitas com jornalistas brasileiros mostra que a maioria esmagadora (81%) dos que responderam sobre convicções políticas se declarara de esquerda (52,8%) ou centro-esquerda (29%). Por outro lado, apenas 4% dos jornalistas disseram ter posicionamento mais à direita (sendo 1,4% de direita e 2,5% de centro-direita). Até mesmo os que se identificam como extrema esquerda (2%) superam os que os que se dizem de direita”.

Mas, se você aponta o óbvio, o viés esquerdista da patota, você é recebido com pedras. Eles precisam manter as aparências, afinal, o ideal de isenção e imparcialidade aprendido na faculdade de jornalismo. Eles são JOR-NA-LIS-TAS, não esquerdistas ou militantes. Não importa que todos possam perceber o duplo padrão escancarado de quando entrevistam um petista ou um bolsonarista. Nossa mídia virou partido de oposição, os entrevistadores se acham debatedores quando o “alvo” é de direita, e, quando são cobrados da mesma forma com que cobram os políticos, bancam a vítima e alegam que foram “atacados”.

Não custa lembrar que são os mesmos que dizem que os atos patrióticos pacíficos e ordeiros do 7 de Setembro representam “ataques” às instituições democráticas. Estão todos unidos num esforço conjunto para derrubar Bolsonaro, mesmo que para tanto seja preciso trazer o ladrão de volta à cena do crime. 

São “jornalistas” que não se importam quando jornalistas, tratados como “blogueiros bolsonaristas”, são presos pelo arbítrio supremo. São “jornalistas” que pregam a censura a veículos de comunicação independentes e plurais, como a Jovem Pan — que possui mais petistas em seu quadro de comentaristas do que qualquer concorrente possui de conservadores.

A mais nova investida do clubinho foi justamente contra a emissora de rádio que virou TV e faz enorme sucesso por romper com essa “omertà” mafiosa, a espiral de silêncio imposta pelo clubinho. Guilherme Fiuza comentou: “A resistência democrática encontrou seu plano genial: capar a audiência dos Pingos nos Is na internet. Bravo! A censura é a alma da democracia. Ainda assim, considerem a possibilidade de um dia sair do armário. Vocês vão ver como é bonita a vista aqui fora”. Fiuza passou a chamar essa mídia corrompida de “consórcio”, e lamenta profundamente no que se transformou a velha imprensa. Resta a ironia mesmo: “Sobe para 99,9% o índice de jornalistas em transe dispostos a tudo para eleger um ladrão”.

A militância é tão bizarra que esses jornalistas precisam apagar o passado recente. Bolsonaro passou a representar a maior ameaça à liberdade de imprensa, sendo que não moveu uma palha contra o trabalho da mídia, enquanto Lula fala abertamente em controlar a imprensa e, quando esteve no poder, criou o famoso “PIG”, Partido da Imprensa Golpista. Sua tática consistia em ataques machistas e blogs “chapas-brancas” para radicalizar os ataques à imprensa independente.

O antibolsonarismo histérico, seja por viés ideológico ou por corrupção, tem sido a cola que une essa patota corporativista. É assim que uma simples opinião vira “ataque”, enquanto os constantes ataques contra o presidente viram mera opinião — ou pior, “reportagem”. Mas todos fora da bolha notam, e por isso a credibilidade da velha imprensa só faz desabar. Dentro da bolha, porém, ninguém larga a mão de ninguém, e um fica bajulando o outro. É constrangedor…

 Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

PGR diz que não cabe mais a Moraes e STF atuarem em ação contra Jefferson

Vice-procuradora-geral da República concordou com posicionamento da defesa do ex-deputado, de que processo deve ser enviado à Justiça Federal

Em manifestação enviada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta quarta-feira, 14, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que a Corte deve enviar imediatamente uma ação contra o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) à primeira instância, e que não cabe mais ao Supremo, ou a Moraes, atuarem no âmbito dela.

O documento assinado pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, foi enviado após Moraes determinar que a PGR emitisse parecer sobre o fato de Jefferson ter concedido uma entrevista à Jovem Pan, o que contraria as medidas cautelares impostas pelo ministro ao ex-deputado. Ele está em prisão domiciliar desde janeiro.

Na manifestação, Lindôra lembra o julgamento de junho em que o plenário do STF abriu uma ação penal contra Jefferson pelos crimes de homofobia, calúnia e incitação ao crime de dano contra patrimônio público, ocasião em que os ministros também determinaram o envio do processo à Justiça Federal do Distrito Federal. O posicionamento dela segue o mesmo entendimento externado nesta terça-feira, 13, pela defesa de Roberto Jefferson a Moraes.

“Assim, não há mais atribuição da Procuradoria-Geral da República para atuar no presente processo, assim como não mais competência jurisdicional do Supremo Tribunal Federal para proferir decisões em caráter monocrático ou colegiado, escreveu a auxiliar do procurador-geral da República, Augusto Aras.

Ela sustenta, a partir desse entendimento, que as análises a respeito das medidas cautelares, seu descumprimento, manutenção ou revogação, devem ser analisadas pela primeira instância. Se o processo principal já foi objeto de declínio de competência jurisdicional, as medidas cautelares acessórias seguem o mesmo destino e devem ser remetidas conjuntamente ao juízo competente de primeiro grau, uma vez já exaurida a esfera decisional do Supremo Tribunal Federal”, continuou Lindôra.

A vice-procuradora-geral da República se posicionou ainda pela “imediata remessa” dos autos à Justiça Federal de Brasília.

Maquiavel - Coluna em VEJA

 

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Bolsonaro diz temer busca e apreensão na casa de parentes: "Quase certeza"

Presidente Jair Bolsonaro comentou reportagem sobre compra de imóveis em dinheiro vivo: "É uma covardia"

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou na manhã desta terça-feira (6/9) da sabatina no Jornal da Manhã, da Jovem Pan. Ao ser questionado sobre uma reportagem do UOL sobre a compra de imóveis próprios em dinheiro vivo, o chefe do Executivo caracterizou como “uma covardia”. E alegou que no contrato de compra da maioria dos imóveis está escrito “moeda corrente”, o que não significaria “dinheiro vivo”.

A matéria [da Folha/UOL] fala em 12 parentes: minha mãe, que já faleceu; um ex-cunhado da minha mãe, separado há 15 anos dele; irmãos meus na faixa dos 60 anos de idade; duas ex-mulheres
A pergunta que eu faço é qual o relacionamento que eu tenho com essas pessoas? 
O que eu posso responder por elas a não ser que é uma covardia por parte da Folha e do UOL. Ficaram sete meses investigando para, um mês antes das eleições, apresentar isso. 
Qual indício de origem desse dinheiro? 
Pegar imóveis desde 1990. Ou seja, 32 anos atrás. 
Como não tem nada contra mim, ficam ao redor dos meus familiares. Daí bota lá 'dinheiro vivo'. Qualquer escritura está escrita moeda corrente.  
Nos anos 90, se anunciava telefone fixo a preço em dólar. 
Se vendia imóveis em dólar. 
A partir de 1994, com o real, ficou moeda corrente em dinheiro corrente. Não tem como me atingir, buscam a minha família. E o que eu tenho para responder a essas pessoas. É uma covardia esse ataque. Botar a minha mãe que já faleceu nesse rol”, apontou.

“Esse ex-cunhado meu é uma pessoa trabalhadora, comerciante, muito bem sucedido no Vale do Ribeira. Está há 15 anos separado da minha irmã. Tem várias casas de venda de imóveis. Agora, vem para cima de mim como se tivesse um 'propinoduto', como se eu aqui tivesse financiando a compra de cento e poucos imóveis.”

O chefe do Executivo apontou ainda que o objetivo da matéria é sujar sua imagem a fim de eleger Lula. “Qual o objetivo? É eleger o Lula? Dizer que eu sou tão corrupto quanto ele? Tem cabimento isso?”, questionou. “Querem me tirar para colocar um ladrão no meu lugar?” “Uma covardia o que fazem com familiares meus, façam comigo, venham para cima de mim, não tem coragem? Não tem o que pegar de mim”, emendou.

Bolsonaro ainda lembrou publicações de 2019 sobre a avó de Michelle, condenada a dois anos de cadeia em 1997.Eu conheci a Michelle 10 anos depois, mas botam na conta da gente uma avó dela que foi presa por dois anos.”

“O que eu posso fazer 30 dias antes das eleições? Entrar na Justiça? Não vejo ter eficácia nenhuma. Só falta essa semana, semana que vem, fazerem busca e apreensão nas casas desses parentes seus no Vale do Ribeira. E eu acho, tenho quase certeza, que vão fazer para dar aquele: 'olha a família de corruptos'. Qual a origem desse dinheiro? Apontem. Foi a Odebrecht? Foi uma empreiteira?", ironizou, reforçando a justificativa de que “comprar imóvel em moeda corrente não é dinheiro vivo”.

No dia 1º, Bolsonaro alegou que metade dos imóveis pertence a um ex-cunhado e que a matéria investigativa [o óbvio: em uma matéria investigativa cabe qualquer narrativa conveniente aos objetivos do narrador.] é uma forma de “desgastar” a imagem do chefe do Executivo. "É uma maneira de desgastar, não vão conseguir desgastar. Eles querem é eleger você sabe quem, não vão ter sucesso", alegou o presidente Bolsonaro. 

Política - Correio Braziliense

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Esqueletos no armário - Revista Oeste

  Silvio Navarro

Escândalos de corrupção do PT colocam Lula contra as cordas na reta final da eleição — mesmo com a ajuda do consórcio de imprensa 

Uma das grandes expectativas da campanha presidencial deste ano era como Lula reagiria quando tivesse de responder sobre os escândalos de corrupção que marcaram os anos do PT no poder.  
O confronto com o próprio passado aconteceu no domingo 28, no debate entre os candidatos da TV Bandeirantes. Lula não conseguiu reagir.
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Wikimedia Commons

Quem acompanhou pelo menos trechos do evento na TV ou na sede da emissora se deparou com um político acuado — o olhar atônito, o raciocínio confuso e sem o repertório de décadas passadas. Foi emparedado pelo principal adversário nas urnas, o presidente Jair Bolsonaro, e pelo ex-aliado Ciro Gomes (PDT), sobre a principal vidraça do PT.

“Que moral você tem para falar de mim, ‘ô ex-presidiário’? Nenhuma moral”, disse Bolsonaro

Em outro momento, Lula tentou cutucar Ciro ao afirmar que o pedetista viajou para Paris, depois do primeiro turno em 2018, e não apoiou Fernando Haddad. “Quando o Ciro joga nas minhas costas a responsabilidade da escolha do cidadão Bolsonaro, queria dizer que eu não fui para Paris. Eu não saí do Brasil para não votar no Haddad”, disse. A resposta de Ciro, ainda que fora dos microfones, porém bem captada, tirou o petista do eixo: “Porque você estava preso!”.


Palocci
Esta é a primeira vez que Lula é colocado contra as cordas desde 2005, quando deu sua última entrevista a jornalistas independentes, durante o programa Roda Viva, da TV Cultura. Em 2006, quando buscava a reeleição, o então rival Geraldo Alckmin — hoje copiloto do projeto de retomada de poder — não conseguiu pressioná-lo a explicar sobre o Mensalão. Na época, a popularidade do petista era alta por causa do bom momento da economia. Um dos responsáveis pelos números favoráveis era Antonio Palocci, que comandou a pasta da Fazenda até março daquele ano.

Dezesseis anos depois, o nome de Palocci também provocou enorme incômodo em Lula durante o debate. Preso pela Lava Jato, o ex-ministro assinou um acordo de delação com a Justiça devastador para Lula e o PT. Desfiliou-se da sigla, não dá entrevistas e quer distância da política.

Ao menos cinco pontos da lista de revelações de Palocci são assustadores:

  • Numa reunião antes da eleição de 2010, Lula, Dilma Rousseff e José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, combinaram a construção de 40 sondas da Petrobras “para garantir o futuro político do país e do PT, com a eleição de Dilma, produzindo-se os navios para exploração do pré-sal e recursos para a campanha que se aproximava”. Palocci seria o responsável por gerenciar os recursos;
  • As duas campanhas de Dilma, em 2010 e 2014, custaram R$ 1,4 bilhão, valor jamais registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE);
  • Ao menos 3% dos recursos de publicidade da Petrobras eram desviados para o caixa oculto do PT; ele cita os nomes dos sindicalistas Wilson Santarosa, Luiz Marinho (ex-prefeito de São Bernardo do Campo) e Jacob Bittar;
  • Quase todas as medidas provisórias editadas durante os governos do PT tinham propina envolvida e foram feitas sob encomenda;
  • Foi Lula quem nomeou os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, cuja delação foi o estopim do Petrolão, e Renato Duque, homem de José Dirceu na estatal.

Meses depois, quando o ex-juiz Sergio Moro, que respondia pela Vara de Curitiba (PR), retirou o sigilo da delação, o Supremo Tribunal Federal (STF) excluiu o documento dos processos contra Lula. A decisão da Corte anulou, por exemplo, a acusação de que ele recebeu R$ 12 milhões da empreiteira Odebrecht. Todos os citados por Palocci negam as acusações.

As perguntas que Bonner não fez
Uma boa oportunidade para que Lula explicasse a sujeira que o PT promoveu no passado foi a entrevista concedida por ele ao Jornal Nacional, da TV Globo. Três dias antes, Jair Bolsonaro foi exposto a um verdadeiro massacre pela emissora. Era esperado que o petista enfrentasse tratamento similar, mas acabou poupado — como tem ocorrido nas manchetes dos jornais, sites e revistas que integram o consórcio de imprensa.

O âncora do telejornal, William Bonner, começou a entrevista assim: “O Supremo Tribunal Federal lhe deu razão, considerou o então juiz Sergio Moro parcial, anulou a condenação do caso do triplex e anulou também outras ações por ter considerado a Vara de Curitiba incompetente. Portanto, o senhor não deve nada à Justiça”.

Lula aproveitou aquela que seria a primeira bola levantada pela emissora para atacar a Lava Jato. “A Lava Jato ultrapassou o limite da investigação e entrou no limite da política. O objetivo era o Lula. O objetivo era tentar condenar o Lula.”

Aquilo a que se assistiu depois foi uma verdadeira conversa entre comadres. A história da suposta negociação de apoio político por meio da liberação de emendas parlamentares é narrada na edição 125 de Oeste. Ainda que falte transparência nas chamadas emendas do relator, trata-se de uma questão do Congresso Nacional — e não do Palácio do Planalto. As contas do governo Bolsonaro foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Escândalo de festim
Já o Mensalão está fartamente documentado na Ação Penal 470, que condenou 24 dos 38 réus e levou banqueiros, lobistas e a cúpula do PT à cadeia em 2012. “Os deputados praticaram atos de ofício sob a influência do pagamento”, afirmou o relator no STF, Joaquim Barbosa. “Não há qualquer dúvida do esquema de compra de votos. (…) A forma de pagamento foi comprovada, entrega de dinheiro em espécie.”

Outras questões também passaram longe de ser respondidas na sabatina da TV Globo. O petista não apareceu em outras tentativas de entrevistas — por exemplo, faltou na data marcada pela Jovem Pan e não respondeu ao chamado de outras empresas, como a RedeTV!.

Também não foram feitas no Jornal Nacional menções a nomes como José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, Silvio Pereira, João Vaccari Neto e grande elenco.  
Tampouco outros personagens foram citados, como Rosemary Noronha, ex-chefe do Gabinete da Presidência em São Paulo e ex-segunda-dama, investigada pela Polícia Federal num esquema de venda de parecer técnico para empresas. Ou ainda o sucesso empresarial de Fábio Luís, o Lulinha, a quem o petista chamava de “Ronaldinho dos negócios”, ao enriquecer subitamente.

Ninguém perguntou quem indicou os diretores que pilharam os cofres da Petrobras durante mais de uma década. Executivos como Paulo Roberto Costa, Renato Duque, Jorge Zelada e Nestor Cerveró não foram lembrados. O termo Petrolão só foi usado uma vez em 40 minutos.

Numa das frases inesquecíveis da trama do Mensalão, o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), algoz da quadrilha inteira, assim despediu-se da Câmara antes de ter o mandato cassado no plenário: “Tirei a roupa do rei! Mostrei ao Brasil quem são esses fariseus!”, disse. “Mostrei ao Brasil o que é o governo Lula, o que é o campo majoritário do PT.” 

Foi em setembro de 2005, mas parece que foi ontem. Menos para o Jornal Nacional.

Leia também “Lula e suas mancadas do bem”

 

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Jovem Pan desmente boatos de que Bolsonaro ‘fugiu’ de sabatina da emissora

O produtor do programa Os Pingos nos Is, Clayton Ubinha, desmentiu boatos da imprensa de que o presidente Jair Bolsonaro “fugiu” da sabatina da Jovem Pan. “Já sabíamos previamente que, se o presidente fosse ao debate, uma nova data seria agendada. A sabatina está marcada para 5/9”, publicou Ubinha, no Twitter.

A publicação sobre a Jovem Pan chegou a ser compartilhada pelo próprio Bolsonaro.

Na noite do domingo 28, Bolsonaro participou de um debate da Band, que durou das 21 horas à meia-noite. Dessa forma, o compromisso do presidente na Jovem Pan precisou ser remarcado. Durante o debate na Band, o presidente mirou em Lula, relembrando os casos de corrupção que ocorreram nos governos do PT.

Os jornalistas Eduardo Oinegue, Adriana Araújo, Leão Serva e Fabíola Cidral apresentaram o programa, que contou com perguntas de jornalistas da emissora e dos veículos que formaram o pool do debate.

Enquanto o debate ocorria, o clima esquentava nos bastidores. Isso porque o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) discutiu com o deputado federal André Janones (Avante-MG), depois de Lula responder uma pergunta do presidente Jair Bolsonaro sobre corrupção.

Na sequência, Janones se desentendeu com o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo (PL-SP). Janones chamou Camargo de “capitão do mato”. [esse individuo, o tal de Janones, tem que ser proibido de ir a debates - o cara amarelou e desistiu de fazer companhia àquelas duas senadoras no time das fracassadas.] 

Revista Oeste

 

domingo, 21 de agosto de 2022

Espiral de silêncio - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

O intuito é intimidar quem quer que ouse apoiar Bolsonaro em particular ou a direita em geral 

Um grupo fechado de WhatsApp, com alguns grandes empresários, teve suas conversas vazadas e publicadas pelo site Metrópoles.  
Nessas conversas informais, esses empresários se mostravam muito preocupados com a situação institucional no Brasil, com o risco da volta de Lula e sua quadrilha por meio de malabarismos supremos, e, em alguns momentos de maior revolta ou desabafo, um ou outro chegou a falar que uma intervenção militar seria uma alternativa menos pior.

Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock

Faço parte do grupo, e sempre entendi, dentro do contexto, que o ponto essencial é o desespero com o verdadeiro golpismo em curso em nosso país. Mas o “jornalista” tirou tudo do contexto, para pintar um quadro de conspiração golpista e antidemocrática por parte desses empresários. Imediatamente após a publicação, já tínhamos figuras como o senador Randolfe Rodrigues e o candidato Ciro Gomes pedindo até a prisão desses empresários!

A esquerda não brinca em serviço. E o jogo é bruto, companheiro. O intuito aqui é claro: intimidar qualquer empresário ou indivíduo que ousarem apoiar Bolsonaro. Se nem mesmo grandes nomes, alguns bilionários, em conversas privadas num clube fechado, estão protegidos desse tipo de achaque, então todos podem ter vidas destruídas se resolverem se manifestar de forma mais veemente numa conversa de botequim.

O grupo não tem qualquer estrutura ou organização hierárquica, nenhuma ação prática derivada das conversas, nada parecido com uma célula terrorista, como um MST, MTST ou os black blocs. São apenas empresários debatendo sobre política, e alguns mais ativos destilando sua revolta com o quadro atual do país, que é mesmo revoltante pelo grau de ativismo político do Poder Judiciário, em particular do STF. Conversas privadas, reforçando. Transformaram isso num bloco golpista que atenta contra a democracia, nas narrativas midiáticas.

Enquanto isso, a revista Piauí, de Moreira Salles, publicou “reportagens” atacando a Jovem Pan, tradicional rádio que virou emissora de TV neste ano e já ocupa o segundo lugar em audiência. A Jovem Pan tem sido alvo de inúmeros ataques, pois é o único grande veículo de comunicação, além da Gazeta do Povo na parte do jornalismo, que preserva um debate efetivamente plural. Isso não pode ser tolerado por quem morre de saudades dos tempos de hegemonia esquerdista na velha imprensa.

Há mais petista na Jovem Pan do que conservador em todas as demais emissoras somadas!

A denúncia é que a Jovem Pan se “vendeu” para o governo Bolsonaro. Caio Coppolla esclareceu o absurdo e engoliu a velha imprensa, porém, ao citar como exemplo a Folha de S.Paulo, parceira editorial da revista Piauí. O grupo Folha recebeu quase R$ 1 bilhão de verbas da Secom durante os governos petistas, e a grita é diretamente proporcional ao fechamento das torneiras. Já a Jovem Pan recebeu mais recursos anuais durante os anos petistas do que no governo Bolsonaro.

No mais, se a Jovem Pan fosse mesmo paga para “defender o bolsonarismo”, seria importante explicar a presença de tantos esquerdistas antibolsonaristas na emissora. Afinal, há mais petista na Jovem Pan do que conservador em todas as demais emissoras somadas! É um fenômeno parecido com o observado nos Estados Unidos, onde todas as emissoras são extensões do departamento de marketing do Partido Democrata, e se unem para demonizar a única emissora mais equilibrada, a Fox News, chamada de “republicana” mesmo tendo mais comentaristas democratas do que há de conservadores em todas as demais juntas. Quem é plural?

Mesmo esta jovem Revista Oeste já foi alvo da tentativa de assassinato de reputação. No caso, por uma “agência de checagem”, essa aberração da era moderna, uma espécie de extensão da velha imprensa com uma aura de Ministério da Verdade, ainda que tocado por estagiários idiotas. Oeste meteu processo e venceu: a agência que acusou a revista de espalhar fake news é quem tinha disseminado mentira. Oeste incomoda justamente porque dá espaço para colunistas que ousam pensar fora da cartilha esquerdista.

Há, ainda, as milícias digitais, os grupos fascistoides, como o Sleeping Giants, que são usados para pressionar empresas que se recusam a pagar pedágio ao politicamente correto, que se negam a abandonar o foco em seu negócio para transformar suas empresas em instrumentos de lacração esquerdista. São chacais e hienas dispostos a partir para o ataque ao menor sinal de comando de seus chefinhos.

O modus operandi é conhecido: os tucanopetistas, que tinham hegemonia na velha imprensa, se infiltram em grupos fechados de WhatsApp e usam seus veículos de comunicação para rotular, difamar e detonar todo conservador. O intuito é intimidar quem quer que ouse apoiar Bolsonaro em particular ou a direita em geral.  
O recado é bem claro: se você for por esse caminho independente, colocaremos todo o aparato poderoso contra você, para destruir sua vida, assassinar sua reputação. Muitos cedem, infelizmente.

O propósito da esquerda é criar uma espiral de silêncio para abafar a voz da direita. A esquerda, afinal, não sobrevive muito bem em ambiente livre e plural, onde os conservadores podem apontar para todas as suas falácias e contradições. A esquerda precisa da censura e do autoritarismo, ainda que velado. Mas tudo isso em nome da diversidade e da pluralidade, claro…

Leia também “O poeta Fachin”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

sábado, 18 de junho de 2022

Em expansão no Brasil, rede usada por bolsonaristas fica fora do radar do TSE - Folha de SP

Rede social muito apreciada por bolsonaristas, o Gettr tem ficado fora do radar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em suas ações para combater a desinformação eleitoral. A ferramenta prevê atingir no segundo semestre deste ano a marca simbólica de 1 milhão de usuários no Brasil.

Atualmente, são cerca de 750 mil, o que faz do Gettr, lançado há cerca de um ano, uma plataforma ainda modesta em comparação com outras como Twitter, Instagram e TikTok, mas com penetração crescente na direita brasileira.

O Gettr foi criado por Jason Miller, que foi porta-voz do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump. Em 11 e 12 de junho, ele participou da Cpac, conferência conservadora realizada em Campinas (SP), da qual sua empresa foi uma das patrocinadoras. Ao contrário de sua visita ao Brasil no ano passado, quando foi retido no aeroporto de Brasília para prestar depoimento no âmbito do inquérito das fake news, Miller, CEO da rede, desta vez deixou o país sem problemas.

O TSE afirma que, no momento, apenas acompanha o desempenho da ferramenta no país. Ao Painel, Miller diz que está aberto a colaborar. "Temos representação jurídica no Brasil. Nossos advogados fizeram contato com STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE e fomos comunicados de que não somos alvos de nenhuma investigação", afirmou.

O Gettr está buscando consolidar sua presença no Brasil com uma grade de programação que inclui lives diárias de alguns dos principais influenciadores bolsonaristas, como Allan dos Santos e Fernando Lisboa. Desde o começo do ano, afirma Miller, essas lives já tiveram mais de 140 milhões de visualizações.

Também passou a publicar anúncios publicitários em veículos alinhados ao governo, com a Jovem Pan, e planeja abrir um escritório no Brasil. O país já é o segundo maior mercado da rede no mundo, respondendo por 14% dos seus usuários, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

O Gettr pretende crescer com o discurso, comum entre bolsonaristas, de que defende a liberdade de expressão. Nós queremos mostrar que é possível apoiar a liberdade de expressão, mas, também, ser uma plataforma responsável, que não permita atividades ilegais, ou discurso de ódio", afirma Miller.

Também há críticas frequentes ao poder das chamadas "big techs", as grandes empresas de tecnologia, que frequentemente removem conteúdo considerado falso."Percebo que há um sentimento no Brasil de que as big techs trataram a América Latina com uma forma de colonialismo digital. Nosso objetivo é diferente", afirma o CEO.

Miller prevê um aumento de interesse pela sua plataforma quanto mais houver casos de "ataque à liberdade de expressão" no Brasil.O banimento por alguns dias em março do Telegram, outra rede popular entre bolsonaristas, foi um momento em que o Gettr registrou um pico de novos seguidores.

Mas a ideia, reforça Miller, é colaborar com o TSE. "Aqui não temos problema com caixa de spam", ironiza, em referência à explicação dada pelo Telegram por ter ignorado os emails de contato da Justiça Eleitoral.

Folha de S. Paulo - Notícias

 

quinta-feira, 31 de março de 2022

“Não é sobre não cumprir uma ordem; é sobre cumprir a constituição” - VOZES

Rodrigo Constantino

O deputado federal Daniel Silveira
(União-RJ) passou a madrugada desta quarta-feira (30) nas dependências da Câmara para não colocar a tornozeleira eletrônica, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar pernoitou em seu gabinete, onde recebeu um colchão e um travesseiro para dormir no local. [O ministro Moraes sem opção para impor sua determinação ao parlamentar, mediante o uso da força policial, se valeu do recurso de determinar ao Banco Central o sequestro dos valores em contas do deputado Daniel Silveira. 

Usar o recurso condução coercitiva, prisão mediante MANDATO DE PRISÃO em FLAGRANTE, não funciona.

Assim, restou claro que como é absolutamente normal, verdadeiro, um exemplo claro do que é óbvio ululante, só quem PODE TUDO = é DEUS.]


Ontem Silveira afirmou que iria "morar" nas dependências da Câmara dos Deputados se necessário e que iria descumprir a decisão de Moraes. A declaração foi feita em entrevista à Jovem Pan concedida no Salão Verde da Câmara. "Não vão colocar (a tornozeleira). Aqui dentro eu tenho imunidade", disse o parlamentar. Ele também voltou a criticar o ministro e dizendo que Moraes "desonra a magistratura e tudo que ela representa".

Pouco tempo depois, em discurso na tribuna da Câmara, Silveira declarou que cabe aos parlamentares decidir sobre a restrição de liberdade de deputados, no mesmo rito previsto em casos de prisão. “Aqui eu falo em tribuna: não será acatada a ordem do Alexandre de Moraes enquanto não for deliberada pela Casa. Quem decide isso são os deputados”, disse. “O CPP (Código de Processo Penal) determina que prisão preventiva não se aplica em hipótese alguma a parlamentares."

Ninguém é obrigado a gostar do estilo do deputado, muito menos concordar com o tom e o teor do vídeo que ele gravou e que serviu de pretexto para sua prisão. Mas nesse momento, todos os brasileiros de bem deveriam estar ao seu lado, apoiando sua corajosa decisão. Daniel Silveira tem sido alvo de um arbítrio perigoso e inaceitável.

Como resumiu Leandro Ruschel, "Todo esse festival de inconstitucionalidades teve início no chamado inquérito das 'fake news', em 2019, que a então procuradora-geral Rachel Dodge chamou de 'tribunal de exceção'. Ela pediu arquivamento, o que foi negado. Foi aberta a caixa de pandora..."

Daniel, como parlamentar, goza da imunidade material e não pode ser preso por "crime de opinião". Que, aliás, sequer existe em nosso Código Penal.
Muito menos num malabarismo bizarro que considerou um vídeo como "flagrante perpétuo". Tudo no processo é grotesco, descabido, ilegal. Quem fecha os olhos para isso, ou pior, aplaude só porque detesta o deputado bolsonarista, não passa de alguém desprovido de princípios e também de inteligência, por ignorar que, ao conceder tanto poder arbitrário a alguém, amanhã poderá ser também sua vítima.

É como Daniel colocou muito bem em entrevista ao vivo nesta terça: "Não é sobre não cumprir uma decisão, mas sim sobre cumprir a Constituição". Quem vai colocar limites nos abusos de poder de Alexandre de Moraes? Daniel, ao resistir, forçou o ministro supremo a dobrar a aposta se quiser fazer valer sua vontade, sua birra. Vai ter que externar ao mundo o que todos já sabem: que ele se considera acima dos demais poderes!

O presidente da Câmara Arthur Lira ficou numa sinuca de bico e sob forte pressão popular. 
Cabe a ele afirmar a independência do poder Legislativo e impedir mais um abuso de poder. 
O Brasil está atento, de olho. Esse pode ser um ponto de inflexão importante, o começo do fim de uma tirania togada. 
Pode ser o tão esperado contrapeso, o freio ao avanço dessa "juristocracia" implantada em nosso país. Ninguém pode estar acima da Constituição!


O deputado Paulo Eduardo Martins resumiu o que está em jogo aqui: "A Câmara aceitou destruir a imunidade parlamentar por 'quaisquer opiniões, palavras e votos' (art 53). Sem essa sustentação, que é presente em todos os regimes democráticos, a atividade parlamentar fica fraca e ou inviável. O parlamento não pode ser mera concessão do judiciário". Ou os parlamentares gozam de liberdade, ou possuem apenas uma licença temporária concedida pelo STF.

A resistência de Daniel, portanto,  é aquela de todos que têm apreço pela liberdade democrática
O deputado não é um terrorista que ameaça fisicamente a existência do Supremo, como narrativas absurdas tentam fazer crer. 
Ele se excedeu no tom, mas não coloca em risco a sobrevivência do STF, não controla células terroristas, não é um Cesare Battisti da vida - aquele que foi defendido e considerado inocente pelo ministro Barroso quando advogado.
 
Estamos lidando com uma ameaça muito grande ao Brasil. É como Ruschel, uma vez mais, sintetizou: "Lula e quase todos os envolvidos no maior esquema de corrupção da história estão soltos
Mas perigo para a 'democracia' é o Daniel Silveira. Claro..."

O herói se faz diante das circunstâncias. É aquele que toma a decisão certa e assume suas consequências com dignidade. Daniel Silveira, hoje, é um herói nacional.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Como está a situação de Allan dos Santos com o STF - Vida e Cidadania

Gazeta do Povo

Pedido de extradição

Quase cinco meses depois de pedir a prisão preventiva de Allan dos Santos, fundador do canal Terça Livre, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes voltou a fazer pressão pela extradição do jornalista dos Estados Unidos para o Brasil.

Na última sexta (11), Moraes deu um prazo de cinco dias para que o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Justiça, preste informações sobre as medidas adotadas para a “efetivação junto ao governo dos Estados Unidos” do processo de extradição.

Em outubro de 2021, após o pedido de prisão preventiva, o ministro da Justiça, Anderson Torres, afirmou que não barraria o processo para solicitar a extradição, mas que antes do pedido era necessário fazer uma análise técnica. “A gente está analisando os critérios e tudo o que foi feito, porque, independente da ordem de prisão, existe uma análise técnica pelo Ministério da Justiça. Depois, no cadastramento disso junto à Interpol, tem uma série de requisitos a serem cumpridos”, afirmou em entrevista à Jovem Pan. Torres chegou a dizer que discordava da decisão de Moraes, mas seria obrigado por lei a fazer o pedido de extradição. Allan dos Santos mora nos Estados Unidos desde agosto de 2020 e está, atualmente, tentando obter visto de trabalho.

De forma indireta, o caso acabou colocando em ameaça o posto do atual secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini. Uma investigação da Polícia Federal levantou suspeitas de pressão dentro do Ministério da Justiça, por parte de Santini, para que funcionários da pasta não levassem à frente o pedido de extradição de Allan dos Santos. Santini admitiu que fez uma solicitação formal à consultoria da pasta sobre a possibilidade de acessar informações do processo de extradição, mas negou que tenha pressionado funcionários a obstruir esse processo.

Em dezembro de 2021, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu o afastamento de Santini do cargo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) recomendou ao STF que rejeitasse esse pedido, afirmando que é natural que o secretário Nacional de Justiça busque se inteirar sobre o assunto. Além disso, em janeiro deste ano, a Advocacia Geral da União levantou argumentos técnicos para contestar a legitimidade de Randolfe para fazer esse pedido, e acrescentou que o secretário Nacional de Justiça não exerce um cargo com foro privilegiado, razão pela qual o STF não seria a instância correta para julgá-lo.

Com o novo pedido de Moraes realizado na última sexta-feira, Santini tem até o fim da quarta-feira (16) para responder ao STF sobre o andamento do processo de extradição de Allan dos Santos. [a resposta correta, sem o rebuscamento do juridiquês, seria: NÃO ANDA. O ritmo da tramitação depende agora das autoridades dos Estados Unidos da América - por óbvio, o tema não está sob a jurisdição do Poder Judiciário do Brasil.] 

Terça Livre compara atuação do Judiciário brasileiro com ditaduras de esquerda
No domingo (13), em resposta à pressão de Moraes pelo andamento do caso, o Terça Livre entrou com uma nova ação no STF contestando o bloqueio financeiro e a exclusão das contas do canal em plataformas digitais.
Em outubro do ano passado, o Terça Livre já havia entrado com um mandado de segurança contra o STF, alegando “violação a uma série de direitos constitucionais fundamentais, como a liberdade de imprensa, livre iniciativa, exercício de profissão, devido processo legal, entre outros”.

Na nova ação, o canal compara o que acontece no Judiciário brasileiro à situação da Venezuela, ao ressaltar as “constantes violações à liberdade de imprensa denunciadas à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, como no caso da ‘Ley contra el Odio’ na Venezuela, criada por Maduro para perseguir opositores e críticos ao seu governo ditatorial”. [‘Ley contra el Odio’, usado na Venezuela e 'discurso de ódio', usado no Brasil com a mesma finalidade = qual dos termos surgiu primeiro?]

“A pergunta é: será que o caminho brasileiro se dirige, no que se refere à liberdade de expressão e imprensa, ao mesmo destino de países como Venezuela, Cuba e outros submetidos a regimes totalitários? É por essa senda que se pretende exercer a guarda da nossa Constituição cognominada como a ‘Carta Cidadã’?”, questiona o Terça Livre no documento.

Os atos de Moraes sobre o caso são denunciados como “violação ao dever de imparcialidade do juiz inscrito como regra no Código de Processo Penal e princípio do direito na Constituição”. O Terça Livre ressalta que, até agora, não teve acesso aos autos do processo contra Allan dos Santos.
Allan dos Santos e Terça Livre colecionam sanções nos últimos meses

O Terça Livre e seu fundador acumulam uma série de sanções sofridas desde o começo de 2021, entre decisões judiciais e censuras das próprias redes sociais.

Ações do STF ferem o Legislativo. Há omissão do Congresso em relação ao ativismo judicial?

Allan dos Santos cria contas em redes sociais e desafia Alexandre de Moraes em stories

Em fevereiro de 2022, Allan dos Santos teve três contas bloqueadas pelo aplicativo de mensagens Telegram. A empresa resolveu acatar o pedido do ministro Alexandre de Moraes, que ameaçou suspender o serviço de mensagens caso a empresa não bloqueasse as contas do jornalista. Três canais ligados a Allan dos Santos (@allandossantos, @tercalivre e @artigo220) foram suspensos.

Em outubro de 2021, além de ter decretado a prisão preventiva de Allan dos Santos, Moraes bloqueou todas as contas bancárias atreladas ao nome dele. O bloqueio das contas deixou “cerca de 50 colaboradores do Terça Livre TV sem o salário”, de acordo com o próprio site, que acabou encerrando suas atividades por causa da sanção.

Também em outubro de 2021, Twitter e Instagram removeram as contas mantidas por Allan dos Santos nas plataformas.
Em fevereiro de 2021, o YouTube retirou do ar o Terça Livre, alegando que o canal teria publicado conteúdos falsos. Em 7 de janeiro do mesmo ano, o Terça Livre havia defendido em um vídeo a tese de que houve fraude nas eleições americanas, o que o YouTube considerou enganoso. Uma decisão de março do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) obrigou o YouTube a reativar o canal. Mas, em julho do mesmo ano, após nova decisão da Justiça, o Terça Livre voltou a ser banido da plataforma de vídeos.

É pouco provável que EUA acatem extradição de Allan dos Santos

Mesmo que o Ministério da Justiça e a embaixada brasileira nos EUA façam esforços para obter a extradição de Allan dos Santos, há grandes chances de o pedido não ser acatado pelo governo norte-americano.

A Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos, que apresenta uma defesa inflexível de alguns direitos fundamentais, torna o país radicalmente avesso a medidas legislativas e judiciais que limitem a liberdade de expressão. Como as acusações contra Allan dos Santos giram em torno justamente desses direitos, isso poderia complicar ou até impedir sua extradição.

De acordo com o Manual de Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça sobre os EUA, “os crimes de injúria, difamação, calúnia e também delitos de preconceito, em regra são considerados como atos relacionados à liberdade de expressão e não são criminalizados naquele país”. É pouco provável que se abra uma exceção no caso de Allan dos Santos. [Nos EUA não são criminalizados os atos da natureza dos atribuídos ao blogueiro bolsonarista, portanto, Allan não será extraditado nos USA as leis valem, não são modificadas por interpretações convenientes à situação do momento; aliás, no Brasil o principio constitucional "não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;",  impede a criminalização de tais atos - exceto quando uma 'interpretação criativa'  sufoca a Constituição;  de qualquer forma, interpretações são apenas interpretações, portanto, mutáveis.]     

Vida e Cidadania - Correio Braziliense