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sábado, 19 de novembro de 2022

Mensagem aos manés - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

Eu posto em plena eleição a frase “Já vai tarde”. Eu falo mesmo. Boto a minha cara. Escancaro a minha parcialidade, o meu partidarismo, a minha compostura de juiz de várzea. Não tô nem aí 

Ministro Luís Barroso perde a linha com manifestante em Nova York | Foto: Montagem Revista Oeste/ Reprodução

Ministro Luís Barroso perde a linha com manifestante em Nova York | Foto: Montagem Revista Oeste/ Reprodução  

Perdeu, mané. Eu estou em Nova York comendo do bom e do melhor, celebrando a vitória do candidato que eu descondenei, protegido do meu vexame pelas mágicas palavras do William Bonner e do Heraldo Pereira, meu parceiro de caraoquê. 
Não adianta você, mané, ficar gritando na minha orelha o texto da Constituição, as sombras do sistema eleitoral, as incongruências da votação, a censura que nós baixamos para proteger a imagem do bom ladrão. Nada disso adianta. Quando chegar à noite o Jornal Nacional enxagua todos os nossos atos e acaba com a raça dos manés.

Perdeu, mané.
Eu falo qualquer merda e não pega nada pra mim. Eu digo que eleição não se ganha, se toma.  
Digo isso em pleno Congresso Nacional, onde fui mudar o rumo de uma votação para a instituição do voto auditável. 
E ainda falo aos quatro ventos que os que pedem o aperfeiçoamento do sistema de votação querem, na verdade, fraudar a eleição.   
E eu ainda digo que querem a volta ao sistema de cédulas de papel. Eu minto mesmo. Como já disse: falo qualquer merda e não pega nada pra mim.

Perdeu, mané.
Eu posto em plena eleição a frase “Já vai tarde”. Eu falo mesmo. Boto a minha cara. Escancaro a minha parcialidade, o meu partidarismo, a minha compostura de juiz de várzea. Não tô nem aí. De noite o Bonner me absolve. Ou, como diz o meu candidato honesto, me abissorve.

barroso


Perdeu, mané.

Você não sabe como a vida é boa. Você não sabe o que é ser imune a tudo e a todos, não sabe o que é a sensação de usar uma capa de super-herói diariamente, sobrevoando as leis, o direito e a sociedade inteira. Um mané como você jamais vai ter o prazer transcendental que eu tenho de canetar o que eu quiser e mudar a vida das pessoas ordinárias como você num segundo, obrigando-as a fazerem com a sua saúde, as suas finanças e a sua liberdade o que me der na telha.                            Nós transformamos vocês em delinquentes sem fazer o menor esforço, às vezes estamos até bocejando nessa hora. E de noite o William confirma que é isso mesmo que vocês são

Perdeu, mané.
Mas não pense que eu sou um iluminado. Somos vários iluminados. Todos com capa de super-herói. Cada barbaridade de um de nós é protegida e reforçada pelas barbaridades dos colegas — e até o cala a boca já morreu renasce se for preciso, sempre por uma boa causa. Pergunta ao Bonner se não tem censura do bem.
 
Perdeu, mané.
Fica aí se espremendo na rua com esses seus pedidos de mané que aqui do ar-condicionado a gente dá uma coçadinha na caneta e em questão de minutos a nossa polícia está em cima de vocês, tratando esse bando de manés como criminosos, que é o que vocês são. Ou melhor, não são. E isso é o mais gostoso de tudo: nós transformamos vocês em delinquentes sem fazer o menor esforço, às vezes estamos até bocejando nessa hora. E de noite o William confirma que é isso mesmo que vocês são: criminosos. Você não tem ideia de como é gostoso viver com uma varinha mágica na mão.

Então é isso, mané. Fica aí na sua vidinha de merda enquanto eu voo majestosamente entre Nova York, Boston, Paris e Londres — lugares que você só conhece de fotografia, porque não são pro seu bico. Ou no máximo você foi pra lá limpar o chão que eu piso ahahaha. Desculpe, me deu vontade de rir. Eu rio à toa. Agora dá licença que eu preciso puxar o saco dos milionários que me convidam pras melhores paradas, mané, e cuidam bem de mim porque eu sou maravilhoso.

E vê se não amola, porque se todos começarem a acreditar no que você fala, mané, pode dar ruim pra mim. Aí o encanto acaba e eu viro abóbora. Eu não quero ser abóbora. No máximo lagosta ou caviar. [o pior é que todos não só começam a acreditar, como também a ter provas que o mané fala a verdade.]

Leia também “Livre para obedecer”

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Cine Apocalipse - Revista Oeste

Dagomir Marquezi

Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação
Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação

Boa parte dos cineastas e dos cientistas está falando a mesma língua. O que torna cada vez mais difícil distinguir os fatos da ficção. Cientistas nos mantêm em estado de permanente pânico. Cineastas se inspiram nessas previsões “científicas” para criar filmes em que milhões são mortos em frente aos nossos olhos enquanto tomamos uma cervejinha e comemos um salgadinho.

Filmes de catástrofe seguem geralmente uma receita que todo mundo conhece de cor:

  1. Um cientista descobre que um desastre natural nos ameaça a todos, mas ninguém acredita nele. É demitido do emprego e ridicularizado. Depois de algumas catástrofes, ele é chamado para salvar o planeta;
  2. Uma pessoa comum procura salvar sua família, e nós somos manipulados a torcer por esse pequeno grupo enquanto milhares morrem ao redor;
  3. Empresários planejam formas de lucrar com os eventos, indiferentes ao sofrimento dos mais pobres;
  4. Um excêntrico avisa que o mundo pode acabar através de um blog ou podcast. O maluco geralmente morre, feliz em saber que todo mundo agora sabe que ele tinha razão;
  5. No fim, os cientistas, os militares e os capitalistas negacionistas morrem (afogados, esmagados, soterrados). Os que acreditaram que a catástrofe iria acontecer sobrevivem entre as ruínas com a tarefa de construir um mundo mais justo e menos egoísta.

A lista abaixo cita filmes de catástrofe de alcance global. Você conhece a cena: num certo inevitável momento vemos a tela de uma TV em que bravos repórteres documentam a destruição de Londres, Paris, Sydney e Cingapura. Alguns deles morrem durante a reportagem. O mundo como o conhecemos está no fim. Não há como escapar. Passa a pipoca.

Godzilla (1954)

Direção: Ishirô Honda

Roteiro: Takeo Murata, Ishirô Honda, Shigeru Kayama

Elenco: Akira Takarada, Momoko Kôchi, Akihiko Hirata

O primeiro de uma longa série. Este monstrão original atacava apenas Tóquio, destruída tantas vezes em outros filmes japoneses. Mas as megaproduções posteriores tornaram a ameaça global. Godzilla é um lagartão de 120 metros de altura que surgiu por causa de mutações causadas pelos testes nucleares norte-americanos. 
Os japoneses tinham uma certa razão de não simpatizar muito com o assunto depois dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, que encerraram a Segunda Guerra. 
Mesmo assim, construíram 55 reatores nucleares desde 1966 e têm planos de aumentar em 20% o uso de usinas atômicas até 2030. 
Em 2011, tiveram outra experiência infeliz, com o grande terremoto/tsunami que abalou a usina de Fukushima. Mas nenhum lagarto gigante surgiu do fundo do mar nessa ocasião.

Armageddon (1998)

Direção: Michael Bay

Roteiro: Jonathan Hensleigh, J.J. Abrams, Tony Gilroy

Elenco: Bruce Willis, Billy Bob Thornton, Ben Affleck

Um asteroide do tamanho do Estado do Texas se aproxima da Terra. Catorze heróis partem para destruir a ameaça antes que ele chegue perto de nós. Em 1998, cineastas podiam reunir 14 machos (13 deles brancos) para resolver qualquer situação sem grandes patrulhamentos. O que pode dar errado com uma equipe chefiada por Bruce Willis ao som do Aerosmith? Atos individuais de heroísmo bastam para resolver as coisas. A aproximação do asteroide é dada como um fato natural, e ninguém carrega a culpa por isso.

Impacto Profundo (1998)

Direção: Mimi Leder

Roteiro: Bruce Joel Rubin, Michael Tolkin

Elenco: Robert Duvall, Téa Leoni, Elijah Wood

Uma espécie de Armageddon levado mais a sério. A ameaça é bem menor — um cometa de 11 quilômetros de extensão. Uma missão russo-norte-americana vai tentar destruir o cometa, como no filme rival, mas (desculpe o spoiler) não consegue. Aí entra um dos aspectos mais interessantes do filme e sua concepção de fim de mundo: a humanidade precisa sobreviver de alguma forma. Os EUA sorteiam 800 mil cidadãos que vão se reunir com outros 200 mil “cientistas, professores, soldados e artistas” para reconstruir a civilização numa fortaleza subterrânea. A questão dos “escolhidos” é um dos temas mais presentes na atual onda de catastrofismo ambiental. (Um toque pessoal: eu estava no meio da multidão de figurantes que comemora uma declaração do presidente Morgan Freeman no telão da Times Square. Está no minuto 01:32 do trailer.)

O Dia Depois de Amanhã (2004)

Direção: Roland Emmerich

Roteiro: Roland Emmerich, Jeffrey Nachmanoff

Elenco: Dennis Quaid, Jake Gyllenhaal, Emmy Rossum

O paleoclimatologista Jack Hall (Dennis Quaid) observa um grande pedaço de gelo desabando na costa da Antártida. Ele vai até a Assembleia Geral da ONU e declara que o mundo vai enfrentar uma nova era do gelo se “não parar de poluir a atmosfera”. A água doce que se desprendeu fez a temperatura desabar 13 graus nos oceanos. Seguem-se tornados (que destroem Los Angeles) e nevascas em cidades tropicais. Nova Iorque vira um freezer. A Estátua da Liberdade é coberta pela neve. Emmerich faz sua piadinha “anti-imperialista” ao mostrar que os norte-americanos invertem a mão da migração e se tornam refugiados no México, onde o clima é um pouco mais ameno. Fenômenos que deveriam demorar décadas acontecem em dias.

2012 (2009)

Direção: Roland Emmerich

Roteiro: Roland Emmerich, Harald Kloser

Elenco: John Cusack, Amanda Peet, Chiwetel Ejiofor

Existem os filmes de desastre. E existem os filmes desastrosos. 2012 teve US$ 200 milhões de orçamento, efeitos especiais a dar com o pau (muito bons, por sinal) e uma multidão de atores e técnicos. Roland Emmerich já tinha destruído o planeta Terra três vezes antes: em O Dia Depois de Amanhã, Independence Day e Godzilla. Este filme trata de um suposto calendário maia que teria previsto um alinhamento planetário para o dia 21 de dezembro de 2012. Ninguém dá importância. Segue-se uma salada mista de terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas. Prédios caem uns sobre os outros, veículos voam sobre abismos e o Cristo Redentor desaba sobre os turistas. No fim (como em Impacto Profundo), se repete o sorteio dos “escolhidos”, que habitarão grandes arcas marinhas, ao estilo de Noé. Mas você provavelmente já terá mudado de filme, enjoado com o tom quase pornográfico do genocídio gratuito que acontece na tela.

Tempestade: Planeta em Fúria (2017)

Direção: Dean Devlin

Roteiro: Dean Devlin, Paul Guyot>

Elenco: Gerard Butler, Jim Sturgess, Abbie Cornish

O ano é 2019 e “o aquecimento global” está fora de controle, provocando tempestades destrutivas ao redor do mundo. O cientista Jake Lawson (Gerald Butler) coordena a construção de uma rede de satélites (o “Dutch Boy”), que monitora e controla do espaço as avassaladoras tempestades. É pouca desgraça? Um vilão injeta então um vírus no sistema de satélites, que passam a multiplicar o caos meteorológico. O Rio de Janeiro mais uma vez é atingido, dessa vez na Praia de Copacabana. Raios cruzam os céus, aviões caem nas cidades, ventanias fazem um ônibus voar, mais tsunamis, tornados simultâneos, incêndios, quedas de granizo do tamanho de um rochedo…

Não Olhe para Cima (2021)

Direção: Adam McKay

Roteiro: Adam McKay

Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep

O criador, Adam McKay, deve ter pensado: “Vou denunciar a indiferença do mundo com as mudanças climáticas disfarçadas como um cometa”. É uma comédia sobre o “negacionismo”, com o ator militante Leonardo DiCaprio num dos papéis principais. Meryl Streep é uma presidente completamente perua e irresponsável, uma versão feminina de como esquerdistas enxergam Donald Trump. Os republicanos no poder são idiotas que querem faturar “trilhões” com os minerais do interior do cometa. E (mais um spoiler) ainda conseguem se safar da catástrofe, mudando-se para outro planeta, indiferentes com o destino do restante da humanidade. O filme se tornou instantaneamente o queridinho da esquerda caviar nos EUA e foi indicado para quatro Oscars e outras 84 premiações. Alguns bons atores disfarçam o panfletarismo rasteiro desta produção.

Leia também “100 anos no ar” 

Dagomir Marquezi, colunista - Revista Oeste


Bolsonaro comete abuso de poder em Londres e quem paga é o contribuinte - Míriam Leitão

O Globo
 
O presidente Bolsonaro não consegue entender o papel do chefe de estado. Primeiro, em vez de ir com algum representante do governo [ele representa o Brasil e, por extensão, o Estado e o Governo - respaldado por quase 60.00.000 de votos], ele vai acompanhado do pastor Silas Malafaia, um líder religioso que se comporta de forma inadequada. Para completar, o embaixador do Brasil no Reino Unido, Frederico Arruda, ainda faz uma declaração ridícula, dizendo que não há honra maior do que receber Malafaia. 
 
 Bolsonaro comete abuso de poder em Londres e quem paga é o contribuinte 
 Presidente Jair Bolsonaro e primeira-dama Michelle na chegada à Abadia de Westminster Marco Bertorello/AFP 
 
Bolsonaro usa toda a visibilidade de um chefe de estado em um momento histórico para campanha de reeleição. Fala sobre o preço da gasolina, xinga o adversário. E quando é perguntado sobre esse uso do funeral da rainha como campanha eleitoral, ele interrompe rispidamente a entrevista e diz para o repórter fazer " uma pergunta decente".

Essa é uma pergunta decente. Como o presidente do Brasil tem a coragem de ir para Londres fazer campanha? 
Em usar a residência oficial do embaixador para discursar na sacada e gravar vídeos de campanha? 
Isso é abuso do poder que ele tem como chefe de estado.[uma certeza o povo brasileiro pode e deve ter: se fosse ilegal, criminoso, o presidente Bolsonaro conceder entrevistas, falar, ele  já teria sido alvo de uma dezena de ordens judiciais, para cumprir em minutos, determinando que voltasse ao Brasil  e o senador estridente já teria atravessado a Praça dos 3 Poderes,  com uma notícia-crime debaixo do suvaco, para apresentar ao STF.]

Míriam Leitão,  jornalista,  - Coluna em O Globo - Leia MATÉRIA COMPLETA

 

 

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Bolsonaro confirma presença em funeral da rainha Elizabeth II em Londres

De Londres, Bolsonaro vai para Nova York, onde participará da abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 20 de setembro

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), confirmou presença no enterro da rainha Elizabeth II, que vai ocorrer no dia 19 de setembro, em Londres, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. A rainha morreu na quinta-feira, 8, aos 96 anos, após 70 anos no trono, no reinado mais longevo da história do Reino Unido. O rei Charles III assumiu o posto.

"O convite à cerimônia foi encaminhado, na noite do sábado (10), à Embaixada do Brasil em Londres. Consultado na manhã do domingo (11), o senhor Presidente da República orientou o Itamaraty a responder positivamente ao convite", informou o Itamaraty.

De Londres, Bolsonaro vai para Nova York, onde participará da abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 20 de setembro. [imagine o desespero da esquerda maldita, imprensa militante,  comunistas, progressistas e coisas do tipo, com a visibilidade do presidente Bolsonaro em dois eventos = além de reunir milhões nas ruas de Brasília, nosso presidente projeta uma imagem positiva do Brasil no Exterior.
 
Tanto é verdade que um comentarista/jornalista/narrador do noticioso de uma famosa emissora de TV - que, na época da pandemia, se especializou em contar cadáveres, ganhando com méritos, o vulto de TV Funerária - comentou que a ida do presidente Bolsonaro, Chefe de Estado e de Governo, aos funerais da Rainha Elizabeth traria uma grande visibilidade para o 'capitão do povo' quebrando a isonomia com os demais candidatos.  
 
É quase certo que logo um dos partidos do SEM = SEM VOTOS,
SEM REPRESENTATIVIDADE,  SEM NADA - peçam liminar à Justiça Eleitoral proibindo o o presidente de viajar.
 
Confiamos que a Justiça Eleitoral não tenha pretensões de impedir o Presidente da República de cumprir suas obrigações constitucionais  de Chefe de Estado. Caso tal absurdo ocorra o presidente tem o DEVER de se empenhar dentro no necessário para cumprir SEUS DEVERES.]

(...)

O presidente publicou uma frase dita pela monarca e afirmou que, com essas palavras, Elizabeth II mostrou por que foi uma rainha de todos, não só dos britânicos. "Quando a vida parece difícil, os corajosos não se deitam e aceitam a derrota; em vez disso, estão ainda mais determinados a lutar por um futuro melhor", dizia a frase da rainha.

"Muitas vezes, a eternidade nos surpreende, tirando de nós aqueles que amamos, mas, hoje, foi a vez da eternidade ser surpreendida, com a gloriosa chegada de Sua Alteza a Rainha do Reino Unido. Que Deus a receba em sua infinita bondade e conforte sua família e o povo britânico", disse o Bolsonaro. "DEUS SALVE A RAINHA!", emendou.

[EM TEMPO: um dos candidatos,  ainda que não convidado,  terá grande visibilidade se  comparecer ao funeral. 

Poderá ser apresentado, até mesmo em praça pública, como um individuo condenado à prisão, em três instâncias e nove juízes diferentes, que foi descondenado - não inocentado - e concorre à Presidência da República..]

O governo também decretou três dias de luto. "É declarado luto oficial em todo o País, pelo período de três dias, contado da data de publicação deste Decreto, em sinal de pesar pelo falecimento da Sua Majestade a rainha Elizabeth II, do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte", diz o texto publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

Em Mundo - Correio Braziliense, leia MATÉRIA COMPLETA


domingo, 3 de julho de 2022

Defesa - Quem são os adversários da OTAN? - Luis Kawaguti

Vozes - Jogos de Guerra

 Cúpula da OTAN em Madri, nesta semana: declaração feita pelos países da aliança deixa claro que o mundo caminha para uma escalada de confrontação - Foto: EFE/EPA/LUKAS COCH

A OTAN (aliança militar ocidental) realizou nesta semana uma reunião de cúpula histórica, que formalizou a nova realidade da política mundial provocada pela guerra na Ucrânia. Nela, a Rússia não é mais vista pelo Ocidente como uma parceira em potencial, mas sim como a maior ameaça à aliança.

A China foi classificada, por sua vez, como um “desafio” à segurança, aos interesses e aos valores da ordem internacional. A Declaração da Cúpula de Madri também relevou que a OTAN permanece preocupada com a ameaça do terrorismo global e com a mudança climática. A cúpula foi uma tentativa do Ocidente de demonstrar força e coesão. Mas ainda não está claro se essa união vai se manter em meio às crises energética e de alimentos, que foram drasticamente agravadas pela guerra na Ucrânia.

Veja Também: Guerra Fria 2.0: qual será o impacto de uma nova expansão da OTAN?

Brasileiro conta os segredos da Legião Estrangeira

O ponto de vista que aparenta predominar entre os países da aliança é o de lideranças como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha. Eles defendem um reforço de tropas na frente oriental da OTAN, o aumento dos gastos militares na Europa e o apoio à Ucrânia até a expulsão completa das tropas de seu território. [irrealizável - prevalecendo essa posição a Ucrânia se acaba. Essa postura só interessa aos mercadores de armas.]

A ideia é fazer com que a Rússia não seja mais capaz de invadir militarmente outro país vizinho, segundo afirmou a chanceler britânica Liss Truss à BBC. Londres disse, durante a reunião, que enviará mil combatentes para defender a Estônia. [mil combatentes? cada um deles com uma arma nuclear tática, será mais que suficiente para resolver a questão = será iniciada uma guerra nuclear.]

Os Estados Unidos disseram que mandarão dois esquadrões de caças F35 (que são alguns dos mais avançados do Ocidente) para a Grã-Bretanha, dois navios contratorpedeiros para a Espanha e milhares de tropas para a Romênia.

A ideia é que essa mobilização continue até que, no ano que vem, as tropas na frente oriental da OTAN (próxima da Rússia) passem de 40 mil para 300 mil. Para se ter ideia dessa dimensão, Moscou usou cerca de 200 mil tropas para invadir a Ucrânia em 24 de fevereiro.  As tropas da OTAN na Europa também vão passar a se organizar não mais em grupos de batalha, mas em brigadas e divisões de exército - unidades maiores e mais adequadas para fazer frente a guerras de alta intensidade. Em paralelo, Finlândia e Suécia, países historicamente neutros, devem entrar na aliança.

Estrategicamente, o objetivo é que a Europa passe a gastar mais com armas para que sua defesa dependa menos dos EUA - liberando Washington para se voltar mais para a região do Indo-Pacífico (por causa da expansão chinesa). A recente Declaração da Cúpula de Madri diz que “a Federação Russa é a ameaça mais significativa e direta para a segurança dos aliados e para a paz e estabilidade na área euro-atlântica”.

A Rússia, por sua vez, vem afirmando que foi a OTAN quem adotou uma postura agressiva, com seu movimento de expansão para leste desde o fim da Guerra Fria. O motivo geoestratégico da Rússia para invadir a Ucrânia foi criar uma área neutra entre a aliança militar ocidental e o território russo.

Na cúpula de Madri, não surgiram vozes dissidentes da postura da aliança de armar a Ucrânia e reforçar as capacidades militares dos europeus. Seus maiores defensores, além de EUA e Grã-Bretanha, são os países mais próximos da Rússia, que já sofreram com invasões e dominação durante o período soviético - como a Polônia, a República Tcheca, os países bálticos e a própria Ucrânia.

Quando visitei um centro de recrutamento de civis na Ucrânia, em março deste ano, me impressionei com as colocações dos voluntários. Eles disseram preferir morrer no campo de batalha a ver suas famílias assassinadas ou passando fome nas mãos dos russos. Essas atrocidades cometidas pelos russos estão na história e na cultura desses países.

Mas, em nações mais distantes da fronteira russa, começam a surgir críticas à abordagem de confrontação, que foi oficializada na cúpula de Madri. Seu argumento é que a Ucrânia deveria ceder parte de seu território à Rússia em troca de um cessar-fogo. Em tese, isso evitaria uma matança maior tanto para ucranianos como para russos. Estima-se que a Ucrânia perde cerca de 200 militares por dia na Batalha de Donbas.

Contudo, as críticas à postura da OTAN não são motivadas apenas por razões humanitárias. As sanções econômicas à Rússia vêm causando uma alta no preço dos derivados de petróleo e o bloqueio do Mar Negro - por onde era escoada a produção de grãos da Ucrânia, impasse que elevou o custo global dos alimentos.  Na prática, a maioria dos países vem experimentando insatisfação da população, provocada pelas seguidas altas de preços nos postos de gasolina e nas lojas e supermercados.

Segundo analistas, isso pode levar ao fortalecimento de políticos ou partidos populistas e de tendência isolacionista no Ocidente. Em teoria, a ascensão deles pode, no futuro, diminuir o apetite da OTAN para confrontar a Rússia. O maior exemplo é a política de “América primeiro”, do governo de Donald Trump. O ex-presidente americano chegou a cogitar retirar os EUA da OTAN em 2018.

Porém, mesmo que um governo isolacionista seja eleito em 2024 nos EUA, é pouco provável que o país se retire da OTAN. Em 2018, Trump levantou essa possibilidade em um cenário de descontentamento com seus aliados europeus que não estavam cumprindo o estabelecido na aliança de investir anualmente 2% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em defesa.

A vontade do Ocidente em apoiar a Ucrânia contra a Rússia por ora não parece abalada, mas a situação pode mudar. Com a chegada do inverno no hemisfério norte, pode faltar gás para aquecer as casas. Além disso, as empresas do Ocidente já começam a sentir o efeito de competição de empresas asiáticas - que vêm comprando petróleo e derivados da Rússia a preços mais baixos que os do resto do mercado.

Sabe-se,
por exemplo, que a Rússia já está entre os maiores fornecedores de petróleo da China e da Índia. Esse tipo de negociação de preços é sigilosa, mas já foi confirmado que refinarias indianas estão comprando petróleo russo com ao menos US$ 30 de desconto por barril. Elas refinam o petróleo e revendem seus derivados com preços mais altos para o mercado do Ocidente, burlando o embargo a Moscou.

Países industrializados da Europa, como a Alemanha e a Itália, já estão sentindo os efeitos da concorrência e também buscam alternativas ao gás russo. Porém, mesmo contrariados, continuam apoiando a resolução dos colegas da OTAN. [até quando?]  A principal resposta do governo do americano Joe Biden deve ser uma tentativa inédita de congelar globalmente os preços do petróleo russo. Mas analistas estão céticos sobre a viabilidade do projeto, pois os EUA não controlam a maioria da produção de petróleo mundial.

China
“Nós nos defrontamos com competição sistemática daqueles, incluindo a República Popular da China, que desafiam nossos interesses, segurança e valores, à procura de minar a ordem mundial baseada em leis”, diz o texto da declaração dos chefes de Estado da OTAN.

A China é a única nação citada nominalmente quando a aliança descreve no documento estar sendo confrontada por ameaças cibernéticas, espaciais, híbridas e assimétricas. A declaração conjunta também cita o “uso malicioso de tecnologias disruptivas”. A OTAN não diz exatamente quais são as ameaças específicas relacionadas a Pequim. Mas sabe-se que a China usou espionagem cibernética para roubar tecnologia do Ocidente e agora trava uma guerra comercial com os Estados Unidos.

Como cenário de fundo, Pequim também vem desenvolvendo tecnologia militar disruptiva, como os chamados mísseis hipersônicos - que não podem ser abatidos por defesas antiaéreas - e armas capazes de destruir satélites no espaço. A OTAN não relacionou no documento a questão nuclear e a China, mas a inteligência ocidental identificou em 2021 que os chineses estão construindo ao menos 230 silos de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês) no deserto de Gobi e na província de Xinjiang.

Não é novidade que a China tem armas nucleares. Mas a inteligência americana afirmou que o objetivo do país é quadruplicar seu arsenal, atingindo a marca de mil armas nucleares. Se isso acontecer, o equilíbrio bipolar do poder nuclear global, exercido por Estados Unidos e Rússia (que têm 1.550 armas ativas cada), será abalado.  O crescimento do arsenal chinês tem potencial para criar um sistema tripolar e assim anular os efeitos da atual paridade de armamentos e o conceito de MAD (sigla em inglês para destruição mútua assegurada), instrumentos que por cerca de 70 anos vêm impedindo uma guerra nuclear.

Assim, a escalada chinesa poderia deflagrar, por um período de alguns anos, uma nova corrida armamentista nuclear - até o sistema se reequilibrar em um novo sistema bipolar. Além disso, antes do início da guerra na Ucrânia, China e Rússia anunciaram uma parceria estratégica irrestrita.Analistas se dividem sobre a consistência e a possível duração dessa aproximação. A única certeza é que o Ocidente fará o que estiver ao seu alcance para tentar afastar as duas potências, como ocorreu na década de 1960 durante a Guerra Fria.

Mudança climática
A mudança climática é definida pela OTAN como o “desafio do nosso tempo”. A aliança diz que o assunto terá um impacto profundo na segurança dos países aliados. O assunto também não é especificado na declaração, mas parece apontar para o esforço do Ocidente para diminuir o uso de combustíveis fósseis - não só para preservar o meio ambiente, mas para diminuir a influência da Rússia no cenário energético global.

Mas uma parte da declaração preocupou alguns analistas brasileiros: “Nós vamos integrar considerações sobre mudança climática em todas as funções principais da OTAN”, afirma a Declaração de Madri. O temor desses analistas é que a OTAN use esse argumento para intervir na região amazônica no futuro. A possibilidade não pode ser descartada, embora seja pouco provável. Os recursos e a atenção da aliança militar ocidental estão voltados para a Europa, a região do Indo-Pacífico e para o Oriente Médio.

O argumento do clima pode ser usado para tentar criar barreiras comerciais para produtos agrícolas brasileiros, mas isso também é pouco provável em um contexto de possível crise mundial de alimentos. Porém, uma alegada invasão da Amazônia pode ser usada em campanhas cibernéticas de desinformação para gerar polarização na América Latina e eventual sentimento de repulsa às ações globais da OTAN. [se tentarem invadir a Amazônia e for impossível evitar, receberão uma Amazônia a qual não poderão ter acesso por séculos.] 

Esse tipo de campanha já está em curso na Europa, mas envolvendo o tema dos refugiados. Segundo relatório recente da Microsoft, a Rússia tem lançado campanhas de desinformação para tentar explorar eventuais divisões entre os governos ocidentais ou incentivar distúrbios sociais. Hackers russos teriam criado, por exemplo, grupos e perfis falsos no aplicativo de mensagens Telegram, para difundir mensagens reais e falsas. Seu objetivo é incentivar o ódio contra refugiados ucranianos em nações europeias - ressaltando aumento de despesas dos governos locais e aumento do desemprego. Ação dessa natureza já teria sido descoberta na Polônia.

Como fica o Brasil?
A OTAN aponta como seus adversários a Rússia, a China, o terrorismo e as mudanças climáticas, entre outros desafios. Nos bastidores, a guerra econômica, a vulnerabilidade das democracias liberais a campanhas de desinformação e a polarização política ameaçam os objetivos atuais da aliança. No início da guerra da Ucrânia, analistas levantaram a possibilidade de que Moscou poderia fazer um ataque restrito a um dos países da OTAN, para pôr à prova o artigo quinto da aliança - que diz que um ataque a um membro é um ataque a todo o grupo.

Uma eventual falta de reação do Ocidente, com o objetivo de não deflagrar a Terceira Guerra Mundial, poderia fazer a OTAN ruir. Mas o governo de Vladimir Putin também não arriscou estratégia tão ousada e parece agora apostar em uma nova crise do petróleo para enfraquecer a aliança.  Nesse contexto, o Brasil vem sendo cortejado por meio do bloco econômico dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e depende da importação de fertilizantes produzidos na Rússia. A chancelaria brasileira vê o Brics como uma boa oportunidade econômica, mas se sente desconfortável com a atual tentativa chinesa de ampliar o grupo, para transformá-lo em bloco de oposição política ao Ocidente.

Por outro lado, durante o governo Trump, o Brasil foi aceito como “aliado extra-OTAN”. Isso abriu oportunidades de comprar armamentos ocidentais com restrições, mas que são importantes para o Brasil. Trump costurava com o governo de Jair Bolsonaro uma aproximação ainda maior com a OTAN, mas a ideia não avançou devido à derrota eleitoral do americano.

O governo brasileiro quer agora permanecer em uma posição de equilíbrio, tentando não pender para nenhum dos dois lados. Mas a Declaração da Cúpula de Madri mostra que isso vai ser cada vez mais difícil em um mundo que tende para uma escalada de confrontação.

  Luis Kawaguti, colunista - Gazeta do Povo - Jogos de Guerra 

 

sábado, 2 de julho de 2022

Eles não querem cumprir a lei - Revista Oeste

Luís Roberto Barroso | Foto: SCO/STF
Luís Roberto Barroso | Foto: SCO/STF

Será que o STF não tem mais nenhum processo a resolver — e está sobrando tempo para os ministros viajarem pelo mundo afora? 
Prepare-se para continuar com as suas dúvidas, porque ninguém vai responder pergunta nenhuma e é melhor não insistir, para não ser indiciado criminalmente por “ataques” à suprema corte, “atos antidemocráticos” e outros horrores.[com risco de ser lançado na vala comum do 'inquérito do fim do mundo']
 
O curioso, nas palestras de Barroso no exterior, é que ele não fica em temas ligados à ciência do Direito vira e mexe o ministro se lança a comentários esquisitos sobre a política interna do Brasil.  
Ele já disse, nos Estados Unidos, que o presidente Jair Bolsonaro é o “inimigo”, e que uma de suas missões é “empurrar a história para a frente”. Em outra ocasião, também lá, participou de um seminário cujo tema era “como se livrar de um presidente” e já chamou o regime hoje vigente no Brasil dedictatorship”. 
 
Agora, num discurso que fez em sua própria homenagem em Londres, discorreu sobre os feitos extraordinários que teria realizado durante a pandemia; um deles, segundo disse, foi vencer “o abominável retrocesso” do voto impresso com “contagem manual”. Como assim? Nunca houve nenhum projeto de lei, ato do governo ou qualquer coisa parecida propondo o voto impresso no Brasil, e muito menos a apuração manual. 
Pode ser, até, que tenham falado nisso no debate sobre o sistema eleitoral, mas ficou-se por aí, na conversa. 
O que houve foi um movimento em favor do recibo impresso para o voto eletrônico — o que é claramente outra coisa. Alguns dos presentes chegaram a protestar. Ficou por isso mesmo.

Não há notícia de que juízes da Suprema Corte americana, o modelo universal de excelência quando se fala em fornecer justiça de alta qualidade, venham ao Brasil discutir questões políticas internas dos Estados Unidos. 
Também não fazem esse tipo de coisa os magistrados de primeira grandeza da França, Itália, Alemanha e outras democracias que se respeitam. 
O Brasil já foi assim um dia — mas hoje é outra coisa. 
Por decisão da maioria dos ministros do STF, tomada pouco a pouco ao longo do tempo, não existe mais no Brasil uma corte suprema de justiça. Em seu lugar, em vez de um tribunal dedicado a decidir sobre questões que envolvam a aplicação correta da Constituição, há um Comitê Central, ou uma espécie de Politburo, de militantes políticos que fazem exatamente o contrário do seu dever: desrespeitam abertamente as normas constitucionais para governar o Brasil através de despachos. Ficou assim porque os ministros deram a si próprios o direito e o dever de construir um país e uma sociedade que resultem não da vontade da maioria, expressa nas eleições para o Congresso Nacional e o Poder Executivo, mas num modelo de virtudes que têm dentro das suas próprias cabeças.

A maioria erra, acham os ministros. Elegem governos que o STF considera direitistas, populistas, autoritários e conservadores nas questões ligadas a Deus, pátria, família e costumes em geral algo intolerável para o seu entendimento do mundo e da vida. 
Estão convencidos de que é sua obrigação corrigir isso, mesmo porque, em seu credo, há eleições e eleições: quando perdem, não é porque o adversário teve mais votos, mas porque “usou” as eleições para subir ao governo e, uma vez ali, agir contra a democracia. É o que eles acham que aconteceu com o Brasil em 2018. É o que não querem que aconteça de novo em 2022.

O problema para esta doutrina é simples e insolúvel: não existe em nenhuma lei brasileira, e nem nos artigos 101, 102 e 103 da Constituição Federal, onde são descritas, uma a uma, as 21 tarefas que o STF está autorizado e obrigado a executar, o mais remoto vestígio de permissão para que os ministros façam o que estão fazendo.     Não é permitido a eles, ali, o exercício de nenhuma outra função pública que não seja a de magistrado não se prevê que governem nada, nem que abram inquéritos criminais para apurar “notícias falsas” ou “atos antidemocráticos” e nem que sejam “empurradores” da história.  

Não estão autorizados a criar crimes que não existem no Código Penal, como a “homofobia”, nem a proibir a polícia de subir nos morros do Rio de Janeiro e nem a manter na cadeia por nove meses, e depois condenar a quase nove anos de prisão, um deputado federal no pleno exercício de seu mandato, que não cometeu crime inafiançável e nem foi preso em flagrante. 
Não podem criar a figura jurídica do “flagrante perpétuo”. 
Não têm licença legal para salvar “a democracia”.

Os ministros do STF vêm fazendo há pelo menos três anos e meio tudo o que lhes dá na telha e ninguém age contra isso

Os ministros do STF sabem ler a Constituição tão bem quanto qualquer brasileiro alfabetizado.  
Se não cumprem o que está escrito ali, é porque não querem cumprir e não querem cumprir porque vêm fazendo há pelo menos três anos e meio tudo o que lhes dá na telha e ninguém age contra isso, a começar pelo Congresso Nacional
Ao contrário: embora tenham um índice de aprovação popular de 24%, algo francamente miserável, são apoiados com paixão pela esquerda, as elites, os empresários socialistas, os empreiteiros de obras públicas, os criminalistas que defendem corruptos, a mídia, as classes culturais, o movimento LGBT+ e por aí afora. É quem tem voz; é quem aparece. 
 
Todos têm mais ou menos a mesma visão do STF sobre o Brasil ideal. 
São a favor do aborto; do princípio segundo o qual o criminoso deve ser, acima de tudo, protegido pela lei, e que o policial é o inimigo da sociedade; da pregação nas escolas da noção de que todes são do mesmo sexo até se tornarem adultes, e que menines e menines não se diferenciam por gênero; da crença em que o agronegócio brasileiro destrói a natureza, envenena os alimentos com “agrotóxicos” e mata os índios;  
do controle sobre a liberdade de expressão nas redes sociais; 
das prisões políticas de militantes da direita e por aí se vai, na direção geral que todo mundo sabe.
 
O que a maioria dos ministros faz nesse momento é desrespeitar a Constituição. 
Têm um candidato aberto ao cargo de presidente da República. Perseguem os adversários políticos. 
Eliminam direitos individuais e liberdades públicas. 
Impedem o trabalho de advogados na defesa dos clientes que foram indiciados em seus inquéritos policiais. 
Dão ordens ao Congresso. 
Bloqueiam a ação do Poder Executivo sempre que podem, e interferem o tempo todo em suas decisões administrativas. 
São os únicos cidadãos brasileiros que não prestam contas a ninguém. 
Estão governando o Brasil num regime de exceção.

Leia também “Um projeto para destruir o Brasil”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Desigualdade de gênero deixa o Itamaraty de saia justa

Com o objetivo de combater a falta de representatividade feminina no Itamaraty, um grupo de diplomatas, criado em 2013, produziu o documentário Exteriores: Mulheres Brasileiras na Diplomacia

Em 2023 vamos celebrar 105 anos desde o dia em que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) teve que abrir as portas para a primeira mulher ingressar no Itamaraty, a baiana Maria José de Castro Rebello Mendes, então com 27 anos. Depois de tantos anos, a desigualdade de gênero persiste no Itamaraty, pois a carreira de diplomata é predominantemente masculina.

A valente Maria José enfrentou muitos obstáculos desde que não aceitaram sua inscrição, alegando que mulher não podia participar do concurso. As manchetes dos jornais questionavam se mulheres poderiam ocupar cargos públicos. Seu ingresso na carreira diplomática só foi possível por intercessão do jurista Ruy Barbosa junto ao então ministro das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, que, sob pressão, autorizou a inscrição dela com um despacho: "Não sei se as mulheres desempenhariam com proveito a diplomacia, onde tantos atributos de discrição e capacidade são exigidos [...]. Melhor seria, certamente, para seu prestígio, que continuassem à direção do lar, tais são os desenganos da vida pública, mas não há como recusar sua aspiração, desde que fiquem provadas suas aptidões". Maria José foi aprovada em 1º lugar. Diante desse fato inédito, tiveram que adaptar um espaço para banheiro feminino no prédio do MRE.

Em abril de 2022, o quadro de 1.540 diplomatas era formado por 356 mulheres (23%) e 1.184 homens (dados do MRE). O perfil da diplomacia brasileira, segundo especialistas, é o do homem branco, de classe média alta, com acesso à educação e ao apoio de familiares que já fizeram o concurso. Recentemente, o embaixador e ex-ministro Sergio Amaral causou indignação ao afirmar, em entrevista à TV Cultura, que o baixo número de mulheres no Itamaraty ocorre por causa de questões de "qualificação" para um "concurso exigente". Desde a aprovação no concurso do Instituto Rio Branco, as mulheres enfrentam discriminação. Mesmo tendo as mesmas qualificações, elas não têm as mesmas oportunidades oferecidas aos homens. Não há nenhuma diplomata em embaixadas de maior visibilidade para a política externa brasileira, e elas nunca chefiaram postos estratégicos como Paris, Washington, Buenos Aires, Londres, Tóquio ou Pequim. Não há vontade política para que as diplomatas ocupem posições que valorizem seu trabalho e sua capacidade de liderança. [NADA CONTRA AS MULHERES - AO CONTRÁRIO. O concurso é aberto para ambos os sexos - masculino e feminino - as questões são exatamente as mesmas. Instituir uma política de cotas (como pretendem fazer na política = um determinado percentual de mulheres tem que ser eleito ... complicado,  já que o eleitor é quem decide em quem votar... ) é um absurdo, tem é que acabar com as cotas existentes, deixando apenas para deficientes físicos = O MÉRITO TEM QUE PREVALECER. Quanto a mulheres para embaixadas 'estratégicas' é uma prerrogativa de quem indica.]

Outro assunto velado é a questão do assédio. Quando uma reportagem anunciou que não havia assédio no Itamaraty, algumas diplomatas fizeram uma enquete e registraram mais de 100 casos de comportamento sexista dentro da instituição. Servidoras e diplomatas, em um grupo fechado no Facebook, relataram casos de assédio moral e sexual. Em um dos relatos, uma diplomata contou que um ex-chefe que a assediava se vingou transferindo-a para um local que não atendia aos seus interesses profissionais. [o que deve prevalecer é o interesse do serviço e não o do funcionário.]

Com o objetivo de combater a falta de representatividade feminina no Itamaraty, um grupo de diplomatas, criado em 2013, produziu o documentário Exteriores: Mulheres Brasileiras na Diplomacia. Uma das líderes é Irene Vida Gala, 60, ex-embaixadora em Gana e atual subchefe do escritório de representação do Itamaraty (São Paulo). Irene tornou-se a porta-voz das diplomatas que se sentem discriminadas. Ela é exemplo de como uma mulher em cargo de chefia pode fazer a diferença. Quando foi cônsul-geral adjunta em Roma soube de casos de violência doméstica contra brasileiras casadas com italianos, e da perda da guarda dos filhos quando pediam divórcio. Sua atitude foi abrir as portas do consulado, comunicando publicamente que quem precisasse de ajuda encontraria um ombro, advogado e assistência social. E foram muitas as denúncias recebidas.

A predominância masculina é de natureza estrutural e não ocorre apenas na diplomacia. Os homens têm acesso a cargos de poder e a salários maiores do que mulheres com as mesmas qualificações. É preciso somar a luta das diplomatas por igualdade e respeito com a luta das mulheres em outras profissões.

Passou da hora de o Itamaraty se libertar dessa saia justa, dessa posição embaraçosa de ser uma instituição que defende a igualdade na diplomacia e nas relações exteriores, ao mesmo tempo em que discriminam mulheres na própria estrutura. A imagem que o Brasil deve transmitir é a de um país que valoriza a igualdade de gênero e a afirmação dos direitos humanos.

Juliana Brizola - Correio Braziliense


domingo, 3 de abril de 2022

GESTAPO, KGB, PIDE, STASI…e o STF

ADONIS OLIVEIRA - LÍNGUA FERINA

CASO 01 – Polícia Federal.

Há alguns anos atrás, fui vítima do ataque de um hacker em um processo de importação que estava sob a minha responsabilidade. O bandido conseguiu acessar minha caixa de mensagens e, não só as ler como alterá-las. 
Desta forma, ao recebermos a Fatura Proforma do exportador chinês, esta havia sido adulterada pelo hacker sem que soubéssemos ou nos déssemos conta. No local onde deveria estar indicada a conta bancária para a qual deveria ser feita a transferência do sinal (quantia bem significativa e de alguns milhares de dólares), passou a constar uma outra conta. Em lugar da conta do fornecedor, em Xangai, passou a constar uma conta num banco em Singapura. Soubemos depois que esta era uma conta do tipo Off-Shore e que havia sido aberta a partir de Londres.

Quando cheguei na China, na fábrica do exportador, para fazer a inspeção final de embarque, qual não foi a minha surpresa ao ser informado de que estes não haviam recebido o pagamento do sinal. Comparamos as nossas correspondências e vimos imediatamente a fraude que havia sido feita conosco. A consequência? Como dizem os advogados: “Quem paga errado paga duas vezes! ”

Ao retornar ao Brasil, fui à Polícia Federal dar queixa, a fim de justificar o envio de uma grande quantia em dólares para o exterior sem que tivesse uma contrapartida na importação de algum bem. Na mesma ocasião, solicitei ao Delegado que nos disponibilizasse o acesso ao departamento daquele órgão com competência para rastrear as mensagens e saber de onde haviam partido, de modo a poder ir atrás do “Hacker” e dar-lhe alguns “conselhos” e admoestações. Que dizer: uma surra muito bem dada.

Qual não foi minha surpresa ao ser advertido pelo brioso delegado de que (sic) “A função da Polícia Federal é proteger o Estado, e não um cidadão qualquer”. Fiquei perplexo, atônito, estupefato, boquiaberto, embasbacado, abilolado, e o mais que não consigo encontrar palavras para expressar. Perguntei aos meus botões:

Ué! E essa porra não é para proteger os cidadãos não, é?

Tornei a perguntar:

É para isso que sustentamos essa cambada imensa a pão de ló e com toda as mordomias possíveis e imagináveis?

E o exemplar funcionário “público” respondeu candidamente: – SIM!

Foi só aí que me dei conta de que a única função do público pagante, nesta festa pobre, é entrar fantasiado de bunda numa festa de bilôla, gerenciada pelos donos do aparato estatal.

CASO 02 – Procuradoria do meio ambiente do Piauí.

Nas andanças pelo mundo, mantive contato com empresas da China e da Índia que desenvolveram uma tecnologia fantástica para a reciclagem de lixo urbano. A principal característica é a produção de energia, com uma parte do lixo, e óleo diesel com a outra parte. Tudo isso de forma altamente limpa, sem odores desagradáveis no entorno das instalações de tratamento e, altamente viável em termos econômicos. Nosso país sofre cronicamente com os famigerados “lixões”. Fazem uns 30 anos que tentam erradica-los. São lugares, nas periferias das cidades, onde o lixo é amontoado. A esperança é que o tempo lhe dê um tratamento adequado. São locais dantescos: Urubus voando, uma catinga desgraçada, lençol freático contaminado com o chorume (aquela gosma que escorre), alta produção de metano (efeito estufa), dezenas de miseráveis, inclusive crianças, catando algo que os ajude a sobreviver, e por aí segue.

Descobri nos jornais que havia um imenso aparato estatal voltado para estas questões: o Ministério Público Estadual para o Meio Ambiente do Piauí
Prédio imenso, novíssimo e todo em mármore, uns 5 ou 6 andares, recepção, grande aparato de segurança, e por aí vai. 
Parecia a sede de uma grande empresa multinacional e gerando bilhões de dólares em faturamento. Liguei e solicitei uma reunião com o comando. O jovem que me “atendeu” no horário marcado era extremamente bem vestido, com a aparência de ser um advogado muito bem-sucedido e remunerado. Estava numa azáfama pois, segundo ele, tinha outros compromissos urgentes e só dispunha de alguns minutos para mim. Assim, enquanto se dedicava a outras atividades, expliquei meu caso enquanto ele me dava as costas e tratava de outras coisas. 
Minha proposta era que, em lugar dos caminhões que recolhiam o lixo seguirem para a lixão, apodado agora de “Aterro Sanitário”, seguirem para minha fábrica, que ficaria bem mais perto e o trajeto seria menor. Sua resposta foi irada:

– O senhor está querendo que eu faça advocacia administrativa para sua empresa?!?!?!

Só acertei dizer:

– Doutor, o senhor não entendeu a minha proposta.

Foi quando ele disse:

– Pois passe outro dia e explique em mais detalhes. Veja com a minha secretária.

Contatada, esta afirmou que só teria espaço na agenda para daí a alguns dias. Fui embora e não voltei até hoje!

MINHA CONCLUSÃO:

Poderia continuar relatando casos e mais casos em que o imenso e custoso aparato estatal mostrou que só serve para proteger seus apaniguados. Seria redundante!

As conclusões a que chego são:

1- Todas as vezes em que algum crápula asqueroso vem com a conversa sebosa de que “Está defendendo a democracia; ou defendendo o Estado” e coisas que tais, o que está defendendo na realidade é a integridade do próprio orifício corrugado póstero lombar. Está defendo suas mordomias, privilégios, seu poder de cometer arbítrios, prender, perseguir, arrebentar, desmonetizar, extorquir financeiramente, e por aí segue.

O ESTADO É ABSOLUTO!

2- No caso do Brasil atual, a coisa está muito mais sutil e disfarçada. Os crápulas mentes tão completamente que chegam a acreditar nas próprias mentiras. Afirmam sempre estar “protegendo a democracia e o estado”. Isso só enquanto não se assenhoram completamente do aparato estatal. Enquanto ainda resta alguns resquícios esfarrapados de democracia para impedi-los de darem total vazão a seus instintos baixos. 
Não precisamos ir muito longe para ver que, ao tomarem o poder, seja de que maneira for, retirarão as máscaras e declararão que toda a prioridade será a maldita SEGURANÇA DO ESTADO.


KGB – Komitet Gosudarstvennoy Bezopasnosti
,
ou Comitê para a Segurança do Estado. Polícia secreta da antiga União Soviética.

STASI – Ministerium für Staatssicherheit ou Ministério para a Segurança do Estado. Principal organização de polícia secreta e inteligência da Alemanha Oriental (RDA).

GESTAPO – Geheim Staatspolizei ou Polícia Secreta do Estado – Nazista

PIDE – Polícia Internacional e de Defesa do Estado – Polícia política portuguesa.

SECURITATE – Departamentul Securităţii Statului ou Departamento de Segurança do Estado. Foi a agência de Polícia Secreta da República Socialista da Romênia.

3- O povo brasileiro vive com medo do aparato estatal. Vivemos numa tirania absoluta.

Michael Foucault (Comunista de carteirinha), em sua obra VIGIAR E PUNIR, descreveu brilhantemente o estado de selvageria a que a humanidade regrediu nas mãos de ditaduras socialistas:

“De acordo com a ordenação de 1670, …, era impossível ao acusado ter acesso às peças do processo, impossível conhecer a identidade dos denunciadores, impossível saber o sentido dos depoimentos antes de recusar as testemunhas, impossível fazer valer, até os últimos momentos do processo, os fatos justificativos, impossível ter um advogado, seja para verificar a regularidade do processo, seja para participar da defesa. Por seu lado, o magistrado tinha o direito de receber denúncias anônimas, de esconder ao acusado a natureza da causa, de interrogá-lo de maneira capciosa, de usar insinuações. Ele constituía, sozinho e com pleno poder, uma verdade com a qual investia o acusado; e essa verdade, os juízes a recebiam pronta, sob a forma de peças e relatórios escritos; para eles, esses documentos sozinhos comprovavam; só encontravam o acusado uma vez para interrogá-lo antes de dar a sentença. A forma secreta e escrita do processo confere com o princípio de que em matéria criminal o estabelecimento da verdade era, para o soberano e seus juízes, um direito. ”

Tudo isto era coerente para Luiz XIV, quando o princípio básico era: “L’état c’est moi!”

Hoje, no Brasil, em que vivemos uma situação de proto-comunismo instalado, e onde o estado é tudo, temos um STF amaldiçoado e execrado pela maioria acachapante da população, e que se arvorou no papel do rei absolutista. Dizendo ser o “Defensor da Democracia” e do “Estado”, transformou-se numa KGB ou numa GESTAPO. [em situações especiais -  classificação que cabe ao STF -   o STF acumula funções de Vítima (por autodeclaração)  Polícia (investigando) MP (denunciando) Juiz de 1º Grau (julgando). Por óbvio,  se o condenado decidir recorrer,  o STF analisa o recurso como Instância máxima do Poder Judiciário.] As  policias políticas das ditaduras comunistas, ou os tribunais absolutistas de Luiz XIV, não fariam melhor.

Quer entender melhor?

Jornal da Besta Fubana - Adonis Oliveira - Língua Ferina