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sábado, 5 de outubro de 2019

Lula e PT articulam para que ex-presidente seja libertado definitivamente - #LulaPreso - IstoÉ

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

“Tá todo mundo louco, oba!” e outras notas de Carlos Brickmann

O objetivo dos lulistas não é figurar na galeria ao lado de Obama, que afinal de contas era presidente “duzianqui”, é criar um paralelo com Nelson Mandela

“Pense num absurdo. Na Bahia tem precedente”. O autor da frase, Octavio Mangabeira, foi modesto: no Brasil todo há precedentes de tudo.  Grupos do PT articulam a indicação de Lula ao Prêmio Nobel da Paz. Bom, se for contemplado, ficará ao lado de Obama, que ganhou o prêmio ao chegar à Casa Branca e foi o primeiro presidente americano a passar em guerra todos os dias de seus dois mandatos. Mas o objetivo dos lulistas não é figurar na galeria ao lado de Obama, que afinal de contas era presidente “duzianqui” e o surpreendente líder “dos galeguinho di zóio azul”: é criar um paralelo com Nelson Mandela, que saiu da prisão para dirigir a África do Sul, e deixar mal o Governo, que teria de soltar Lula para receber o prêmio ou mantê-lo preso enquanto o Comitê Nobel tentaria homenageá-lo. [Lula 'Prêmio Nobel de Paz' seria ridicularizar algo que ainda tem valor]

Em Sinop, no Mato Grosso, a mãe foi a um bar com amigos e deixou os quatro filhos pequenos sozinhos. Ao voltar, viu um homem de 36 anos nu na cama com sua menina de cinco anos. Espancou-o com cabo de vassoura e cano de PVC. O cavalheiro foi para o hospital. Ela foi presa por agressão. Lembra um caso recente, em que os mesmos bandidos invadiram a mesma casa três vezes, roubando tudo e espancando os moradores. Na terceira, o dono da casa tomou o revólver de um bandido e matou-os. Foi preso na hora, pela mesma polícia que, enquanto ele era assaltado repetidas vezes, não tinha sequer sido vista nas proximidades do local dos crimes.

Bobeou, dançou
O ator José de Abreu pisou em falso: em seu twitter, acusou o Mossad, serviço secreto israelense, de ter tramado e executado um atentado falso a Bolsonaro, com a cumplicidade do Hospital Israelita Albert Einstein, onde o então candidato, segundo ele, se fingiu em risco. A prova disso, disse Abreu, é que o primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu veio ao Brasil para a posse de Bolsonaro. Vieram também dezenas de chefes de Estado e de Governo, mas não eram judeus, e Abreu não quis culpá-los.

(...)

Igualdade seletiva
Hélio Negão, o negro mais bem votado nessas eleições, com pouco mais de 345 mil votos, tomou posse como deputado federal do Rio sem notícias especiais, sem manifestações do movimento negro, sem ONGs a apoiá-lo. Há motivo para essa indiferença: Hélio Negão é negro, luta contra o racismo, mas é do PSL, partido de Bolsonaro. E sofre agressões por isso, de cunho discriminatório: um músico ligado a partido adversário o chamou de “Negão do Bolsonaro”. Pelo jeito, um cidadão negro tem o direito de votar em quem quiser, desde que seja no partido dos bem-pensantes,

Faz-se a luz
Palocci está depondo sobre fundos de pensão. Ele conhece.






 


sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

#SanatórioGeral: Distúrbio mental e Cadeia faz bem

[Comportamento do presidiário Lula e do 'jaiminho' reforça que distúrbio mental cresce no perda total = pt

Haddad reforça a suspeita de que Lula vai começar a dizer que é Bolsonaro]

Distúrbio mental

“Defender os direitos humanos é lembrar que, neste dia, Lula estaria sendo diplomado pela 3ª vez como presidente do Brasil”. (Fernando Haddad, candidato derrotado do PT à Presidência, reforçando a suspeita de que os devotos da seita, depois de serem informados que o chefão já foi Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Nelson Mandela e Jesus Cristo, daqui a pouco vai avisar que virou Jair Bolsonaro)

Cadeia faz bem

Lula dá mais um motivo para que seus advogados parem de exigir a libertação do famoso presidiário


“Hoje tenho certeza de que tenho o sono mais leve e a consciência mais tranquila do que aqueles que me condenaram. Não quero favores; quero simplesmente justiça. Não troco minha dignidade pela minha libertação”. (Lula, informando que, além de escrever, ler e rezar, também aprendeu na cadeia a dormir melhor)


Blog do Augusto Nunes - Veja
 

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Lula foi de incendiário a pacificador em 8 meses [nada melhor que uma cadeia para amansar jararaca.]


Autoproclamado "metamorfose ambulante", Lula exagera no truque da manipulação da própria imagem. Em abril, transformou num culto aos pneus queimados e às propriedades invadidas o seu último comício antes de se entregar à Polícia Federal, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Nesta segunda-feira, Lula enviou carta para ser lida num evento realizado no mesmo sindicato. Nela, trocou o discurso incendiário pela louvação à paz e e fraternidade. Aquele Lula do dia da prisão dissera que a cadeia não iria silenciá-lo, porque seus devotos fariam barulho por ele. "Vocês poderão queimar os pneus que vocês tanto queimam. Poderão fazer as passeatas que tanto vocês queiram, fazer ocupações no campo e na cidade…" 

O Lula desta segunda-feira condenou o "discurso do ódio". E vaticinou: "Ainda iremos construir um mundo de paz e fraternidade, onde todos e todas, sem exceção tenham direito a uma vida digna…" Entre o Lula incendiário de abril e este Lula pacifista de dezembro há oito meses de cadeia, uma surra eleitoral, duas delações companheiras de Antonio e um sem-número de derrotas judiciais.  
[fique tranquila senadora Gleisi, 'coxa ou amante; ninguém vai matar Lula, não há o menor interesse de matar o presidiário petista;
o que todos querem, incluindo Bolsonaro, é que Lula apodreça - vivo e consciente - na cadeia.]
O presidiário planejara ganhar a liberdade acuando juízes com a militância incendiária do PT e o "exército" de João Pedro Stédile, do MST. Entretanto, secaram as fontes de dinheiro público para sindicatos e movimentos sociais. Sem a condução e o sanduíche, faltou ânimo à multidão para sair de casa.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Lula não é Mandela

O petista aposta na confrontação aberta e radicalizada com Bolsonaro, de maneira a ofuscar ou subordinar qualquer outra força de oposição

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em carta dirigida à direção do PT, questionou a legitimidade das eleições presidenciais de 2018. “Esta não foi uma eleição normal. O povo brasileiro foi proibido de votar em quem desejava, de acordo com todas as pesquisas. Fui condenado e preso, numa farsa judicial que escandalizou juristas do mundo inteiro, para me afastar do processo eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral rasgou a lei e desobedeceu a uma determinação da ONU, reconhecida soberanamente em tratado internacional, para impedir minha candidatura às vésperas da eleição.” Lula foi impedido de disputar as eleições pela Lei da Ficha Limpa porque está condenado pela Operação Lava-Jato em segunda instância a 12 anos e 1 mês de prisão, por ocultação de patrimônio e recebimento de propina, mas não aceita o resultado das urnas.

Lula se recusa a qualquer autocrítica dos escândalos de corrupção envolvendo o PT e os erros políticos que cometeu. Também não abre mão de liderar o partido de dentro da prisão: “O PT nasceu na oposição, para defender a democracia e os direitos do povo, em tempos ainda mais difíceis que os de hoje. É isso que temos de voltar a fazer agora, com o respaldo dos nossos 47 milhões de votos, com a responsabilidade de sermos o maior partido político do país.” O ex-presidente atribui a vitória de Jair Bolsonaro esse resultado ao fato de não ter sido candidato e à “indústria de mentiras no submundo da internet, orientada por agentes dos Estados Unidos e financiada por um caixa dois de dimensões desconhecidas, mas certamente gigantescas”. Ou seja, tudo foi obra do imperialismo ianque.

Embora esteja preso por decisão em segunda instância, do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, com sede em Porto Alegre, Lula ataca a Justiça Eleitoral e atribui sua condenação à perseguição política do ex-juiz federal Sérgio Moro, que o condenou em primeira instância: “Se alguém tinha dúvidas sobre o engajamento político de Sergio Moro contra mim e contra nosso partido, ele as dissipou ao aceitar ser ministro da Justiça de um governo que ajudou a eleger com sua atuação parcial. Moro não se transformou no político que dizia não ser. Simplesmente saiu do armário em que escondia sua verdadeira natureza.”

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

sábado, 20 de janeiro de 2018

Quem quer Lula

Está quase lá: mais uns poucos dias e vamos saber se a sentença que condenou o ex-presidente Lula a nove anos e tanto de cadeia por corrupção será confirmada, ou não, no tribunal superior para o qual ele apelou. Com isso vai se encerrar, enfim, o segundo ato desta comédia infeliz. Ela vai continuar, é claro, mas terá tudo para ir ficando cada vez mais rala, daqui para a frente, se a condenação for confirmada por unanimidade e se, por conta disso, Lula não for candidato à Presidência da República em 2018. O público vai começar a sair da sala, pouca gente estará realmente prestando atenção no que os personagens falam no palco e, de mais a mais, o espetáculo que de fato interessa — quem será o próximo presidente — estará sendo apresentado em outro lugar. Se o ex­-presidente sair do jogo, nos termos do que manda a lei, o Brasil terá uma excelente oportunidade para tornar­-se um país melhor do que é. Ao mesmo tempo, será dado mais um passo no desmanche da maior obra de empulhação já montada até hoje na história política deste país.

Essa farsa, em exibição há anos, se deve à seguinte realidade: nada do que existe em relação a Lula é genuíno, verdadeiro ou sincero. Lula se apresenta como um operário, mas já passou dos 70 anos de idade e não trabalha desde os 29. Representa o papel de maior líder de massas da história do Brasil, mas não pode sair à rua há anos, com medo de ser escorraçado a vaias, ou coisa pior. O “irmão” do brasileiro pobre é um milionário — e, como diz a líder de um partido rival de extrema esquerda, ninguém pode ser metalúrgico e milionário ao mesmo tempo. Vive denunciando as diferenças entre ricos e pobres, mas nenhum presidente brasileiro enriqueceu tanto os ricos quanto Lula e justo aqueles que tiram suas fortunas diretamente do Tesouro Nacional. Os pobres ficaram com o Bolsa Família. A Odebrecht ficou com as refinarias, os “complexos” petroquímicos, os estádios da Copa do Mundo, os portos em Cuba.

Chegaram, neste fim de feira, a chamá-lo de “Nelson Mandela” — imaginem só, Nelson Mandela, que ficou 27 anos preso por ser negro e pedir a igualdade racial em seu país, e não por ter sido condenado como ladrão num processo absolutamente legal. Mandela não teve advogados milionários, nem recursos no TRF4, nem a paciência do juiz Sergio Moro, nem liberdade para ameaçar, pressionar e insultar a Justiça. Não teve acenos de prisão domiciliar e “regime semiaberto”. Mais do que tudo, talvez, Lula foi santificado como o homem mais importante do Brasil nos últimos 500 anos. Criou-se a fábula de que tudo depende dele, a começar pelo futuro de cada brasileiro. Nada se pode fazer sem Lula. Lula vale mais que todos e que tudo. O Brasil não pode existir sem Lula.
Tudo isso é uma completa falsificação — e é por isso, justamente, que as atuais desgraças de Lula na Justiça não estão provocando nenhum terremoto na vida nacional, e sim um final de história barateado pela decadência, rancor e mesquinharia. A verdade, em português claro, é que o Brasil não precisa de Lula. Se cair fora da vida política mais próxima, não fará falta nenhuma. Não há no Brasil de hoje um único problema concreto que Lula possa ajudar a resolver você seria capaz de citar algum? É verdade que sábios de primeiríssima linha, cientistas políticos, “formadores de opinião” etc. têm se mostrado aflitos com a possível “ausência” de Lula da lista de candidatos — nas suas angústias, acham que isso seria desagradável para a imagem de pureza que caracteriza nossas eleições através do mundo. Mas é uma alucinação: se Lula ficar fora, será porque a lei assim determinou, e ponto-final. Isso apenas mostra a imensa dificuldade que a melhor elite brasileira, até ela, tem para aceitar a ideia de que a sociedade deste país só valerá alguma coisa quando viver sob o império da lei.

Quem precisa de Lula não é a lisura das eleições nem o povo brasileiro. São as empreiteiras de obras públicas. São os que esperam por novas refinarias Abreu e Lima. São os vendedores de sondas ou plataformas para a Petrobras. São os operadores de fundos de pensão das estatais. São os marqueteiros milionários. São os Renan Calheiros, e os Jarbas Barbalhos, e os Sarneys. É a diretorzada velha da Petrobras gente que não vacilou em meter a mão no bolso e devolver 80 milhões de dólares em dinheiro roubado da empresa. São os Odebrechts, os Joesleys, os Eikes.

Quem precisa mais de Lula — o homem que no dia seguinte ao do julgamento estará às 4 da manhã na fila do ônibus? Ou essa gente aí?


J R Guzzo - Revista VEJA
 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Brincando de apartheid

Assim como o bom velhinho, a lenda do ex-operário que enfrentou as elites movimenta um mercado gigantesco 

Sérgio Cabral chegou para depor ao juiz Marcelo Bretas com uma biografia de Nelson Mandela nas mãos. Estratégia corretíssima. Está mais que provado que o Brasil ama delinquente fantasiado de coitado. Mandela morreu durante o julgamento do mensalão. Antes mesmo de ser enterrado já tinha virado alter ego de mensaleiro preso. Se ele aguentou a cadeia, nós também aguentaremos – bradava a bandidagem companheira. E assim surgiu uma dinastia de mandelas carnavalescos, que terá seu apogeu com a prisão de Lula.

Quando a Justiça deixar de fricote e puser o filho do Brasil na cadeia, se sucederá o espetáculo mais folclórico já visto na pátria do folclore. A Marquês de Sapucaí parecerá um corredor de escritório em dia de feriado perto do que se verá no país. Nada de revolta, insurreição ou multidões em polvorosa – porque o brasileiro é distraído, mas nem tanto. Vida normal. O que explodirá é o carnaval da lenda – um tsunami abstrato, simbólico, covarde, que já mobiliza um batalhão de defensores da ética de butique.


Nesse conto de fadas altamente lucrativo para um pedação do Brasil (cada vez maior), Lula será o Mandela brasileiro – e poderá até ser esquecido na prisão, porque na realidade ninguém está nem aí para ele. As obras completas da ladroagem do messias foram esfregadas na cara do país, e a relação da população com a alma mais honesta virou uma espécie de síndrome do Papai Noel: há os que querem acreditar, os que fingem acreditar e os que querem que os outros acreditem. Lenda é lenda.

E assim como o bom velhinho natalino, a lenda do ex-­operário que enfrentou as elites movimenta um mercado gigantesco – no caso, de altruísmo contrabandeado e bondade de aluguel. É como um conto de Natal pornô: vai tudo muito bem, até que você é obrigado a tirar as crianças da sala quando o herói da pobreza fica milionário com o dinheiro do povo. Aumenta o som do “Jingle bell” (também serve algum hino canastrão da MPB) e segue o baile, que se fantasiar de progressista revolucionário está dando um vidão para muita gente. Viva o Lula. Dane-se o Lula.

A planilha da propina na Odebrecht revelou uma série de desembolsos para as reformas do sítio que não é do Lula, totalizando R$ 700 mil em menos de duas semanas – por uma coincidência atroz, exatamente as duas últimas do governo Lula. Sergio Moro já sabe das contas de propina abertas na Espanha pela Engevix para Lula e Dirceu. E por aí vai. Ou foi. São só duas novidades de uma epopeia caudalosa (o maior assalto governamental já perpetrado na história da democracia), mais do que suficiente para prender o grande líder por várias encarnações. Mas Luiz Inácio está soltinho da Silva – graças à lenda.

>> Mais colunas de Guilherme Fiuza

Ele, Dilma workalcoolic e grande elenco bandoleiro. Janot, que protegeu a gangue se fingindo de justiceiro, conspirou com o laranja bilionário do PT às sombras do STF e nem investigado é. Assim como o padre pedófilo, valeu-se da autoridade de guardião da virtude para montar a operação mais obscura envolvendo a Presidência da República desde a ruptura institucional dos militares. Um procurador blindado até hoje por essa mesma lenda progressista que lhe permitiu agir ao arrepio das instituições (leiam suas denúncias no original), exatamente como faziam as autoridades nos anos de chumbo.

E aí você dá de cara com a notícia de um aeroporto-fantasma em Moçambique, construído pela Odebrecht com dinheiro do BNDES – enfim, o mesmo DNA, a mesma tecnologia, o mesmo know-how de rapinagem que o governo do PT, apenas o governo do PT, como nunca antes do governo do PT alguém ousou fazer. Porque ninguém jamais teve a ditadura da lenda, a mágica de ser governo e coitado ao mesmo tempo. Um habeas corpus vitalício.

Essa praga de transformar qualquer disparate na internet em escândalo hediondo contra os direitos humanos e as minorias S.A. uma histeria fashion que não ajuda em nada as causas verdadeiras – é a disputa por esse legado hipócrita. Lula irá em cana fingindo ler os ensinamentos do companheiro Mandela, e os mandelas de carnaval continuarão à solta cafetinando a boa-fé.  A não ser que a plateia passe a vaiar o teatrinho. E mostre ao Cabral que nem um Maracanã repleto de diamantes é tão fraudulento quanto brincar de apartheid.


Ricardo Fiuza - Revista Época

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Vai ter branca de turbante

Vai ter gente se apropriando de todos os símbolos que ajudem o mundo a destruir muros e construir pontes 

#VaiTerNegraDeCabeloAlisado. E branca de cabelo encaracolado permanente

E negra de peruca loura ou cabelo descolorido. E hétero de camisa arco-íris. E homem de saia. E mulher de calça (até 80 anos atrás, não podia). E homem fazendo sobrancelha. E mulher sem se depilar. E gente branca, negra, amarela, cinza se apropriando de todos os símbolos que ajudem o mundo a destruir muros e construir pontes.

A história começou no metrô de São Paulo. A estudante Thauane Cordeiro, branca, de 19 anos, usava um turbante. Eis seu relato: “Cinco meses atrás fui diagnosticada com leucemia. Meu cabelo foi caindo. Eu não queria aceitar. Raspei meu cabelo todo e doei para o Instituto do Câncer. Eu estava me sentindo feia, fui comprar um turbante, uma amiga me disse que eu ia me sentir melhor. A moça da loja foi gentil e me ensinou a fazer uma das amarrações. No metrô, um grupo de jovens estava me olhando torto. Uma chegou para mim e disse: ‘Moça, dá licença? Você não pode usar esse turbante’. Por quê?, perguntei. ‘Porque você é branca.’ E na hora ali me veio aquela raiva. Respirei. Tirei o turbante e disse: ‘Tá vendo isso aqui? Essa careca? É câncer. Então eu uso o que eu quero’”.

O assunto viralizou nas redes sociais. Por baixo dos panos na cabeça, havia o racismo e a “apropriação cultural”, alimentados por ressentimentos históricos e sociais.  Sou branca, mas não branquela. Tem índio entre meus antepassados. Desconfio de sangue árabe ou judeu, por meu nariz e o sobrenome de cristão-novo. Sou brasileira, mas zero nacionalista. Só uso turbante de toalha, no chuveiro. Não fico bem. O turbante, como acessório, valoriza rostos harmônicos. O primeiro turbante que vi foi nas Mil e uma noites e no gênio da lâmpada, Aladim. Depois, nos indianos de Londres. E, mais tarde, nas viagens à África. Que riqueza de tecidos e modelos.

Minha primeira reação à guerra do turbante foi achar  uma besteira maior que proibir a palavra “mulata” e reprimir as marchinhas de Carnaval incorretas. Mas não. Se tantos se sentem ofendidos, é porque o turbante é uma desculpa ou um gatilho.  O turbante é uma desculpa errada e arrogante para discutir racismo. Não é propriedade dos negros. Esconde um dos maiores símbolos da negritude universal: os cabelos black. Quem conhece a África sabe que a expressão “cultura africana” é quase ofensiva a um continente tão diversificado, com 54 países e uma infinidade de tribos, dialetos, regimes e costumes.

Pior é falar em “apropriação cultural” – como se usar adornos, temperos ou roupas de outras etnias e culturas não pudesse ser uma homenagem, vinda da admiração. Como se fosse um crime e devesse ou pudesse ser evitado.  Vi gente aplaudida por dizer que quem pode discutir feminismo é mulher, discriminação de gênero é homo ou trans, racismo é negro ou mestiço. O resto pode ouvir. Parecemos discípulos do Trump and this is a huuuuge mistake. Cada um no seu quadrado, recolha-se a seu lado do muro, porque você não sabe de nada e o mundo é preto e branco. Não se coloque no lugar do outro.

“O turbante habitado por negras é diferente do turbante habitado por brancas”, pontificou a escritora Ana Maria Gonçalves. Entendo o simbolismo – e acho difícil que uma branca fique mais imponente com os turbantes amplos que uma negra. O texto de Ana Maria é emocionado. “Para carregar este turbante sobre nossas cabeças, tivemos de escondê-lo, escamoteá-lo, disfarçá-lo, renegá-lo. Era abrigo, mas também símbolo de fé, de resistência, de união.” Mas e aí? Uma pena que Ana Maria reduza a polêmica à “branquitude que não quer assumir seu racismo”. Pela cor de nossa pele branca, seremos sempre usurpadores, jamais irmãos? Não ouviríamos isso de Martin Luther King, Nelson Mandela, Barack Obama.

Achei esquisito quando Michelle Obama alisou os cabelos, preferia o penteado menos formal, mais autêntico. Mas Michelle faz o que quiser e ninguém tem nada a ver com isso. A menina branca que usa dreads não se apropria de tranças negras. Ela faz o que quiser. Não existe cultura, moda ou arte sem “apropriação”, no sentido de mistura, inspiração e troca. Desde quando a apropriação se tornou inapropriada? Thauane foi vítima de racismo às avessas.

A negra Juliana Luna, estilista de turbante, descendente dos iorubás, disse à GloboNews, de Lagos, na Nigéria: “Quem sou eu para dizer a Thauane que ela não pode usar turbante? A abordagem não deve ser combativa. Isso cria uma rede de ódio desnecessária. Devemos construir diálogos de aproximação, usando a moda. Queria me desculpar em nome das negras por termos chegado a você, Thauane, com tanta insensibilidade. O câncer deve ter te deixado desestruturada. Se você quiser, te dou aula e te mando tecido”.  Touché, Juliana, linda.

Fonte: Ruth de Aquino - Revista Época

 

 

sábado, 10 de dezembro de 2016

Lula e seu filho são denunciados pelo MPF - DF

Lula e seu filho são denunciados pelo MPF-DF por tráfico de influência - MP do DF denuncia Lula, filho dele e mais dois na Zelotes

Há indícios de irregularidades na compra de 36 caças Gripen NG pelo governo

O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília denunciou à Justiça nesta sexta-feira, no âmbito da Operação Zelotes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A acusação atinge também o filho do petista, Luiz Cláudio Lula da Silva, além do casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

Segundo o MPF, a denúncia foi feita após as investigações apontarem indícios de envolvimento do petista e de seu filho, além do lobista Mauro Marcondes e da engenheira Cristina Mautoni em negociações apontadas pelos investigadores como irregulares e que levaram à compra de 36 caças do modelo Gripen NG pelo governo brasileiro. Também há indícios de irregularidades na prorrogação de incentivos fiscais destinados a montadoras de veículos por meio de uma medida provisória, segundo o MPF.

O MPF sustenta que os crimes foram praticados entre 2013 e 2015 quando Lula, na condição de ex-presidente, integrou um esquema que “vendia a promessa” de que ele poderia interferir junto ao governo para beneficiar as empresas MMC, grupo Caoa e SAAB, clientes da empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia (M&M). “Em troca, Mauro e Cristina, donos da M&M, repassaram a Luiz Cláudio pouco mais de R$ 2,5 milhões”, escreveram os procuradores República Herbert Mesquita, Frederico Paiva e Anselmo Lopes.

Os procuradores sustentam que houve “uma relação triangular” formada por clientes da M&M, pelos intermediários, que o MPF diz que é Mauro, Cristina e Lula, e pelo agente público que poderia tomar as decisões que beneficiariam os primeiros, que o MPF diz que era a então presidente Dilma Roussef. “Durante as investigações, não foram encontrados indícios de que a presidente tivesse conhecimento do esquema criminoso”, ressalta o MP.

Na denúncia, o MPF descreve o processo para a compra dos caças. O edital para foi lançado em 2006, mas apenas em 2014 o governo brasileiro firmou contrato com a empresa sueca SAAB para o fornecimento das aeronaves. O que se viu nesse período, dizem os procuradores, “foi uma nova investida por parte da empresa sueca que já possuía um contrato indireto com a M&M (via Quadricon) e que, em agosto de 2012, passou a trabalhar diretamente com os brasileiros”.

O MPF sustenta que a M&M recebeu da SAAB € 1,84 milhão, sendo € 744 mil apenas entre 2011 e 2015. “A explicação para esse reforço nos pagamentos está no fato de os lobistas Mauro e Cristina terem convencido os suecos que possuíam proximidade com o ex-presidente e que poderia contar com a sua influência junto ao governo para assegurar uma vitória na disputa concorrencial. Assim, argumentos técnicos e indicadores de eficiência tornaram-se meros detalhes diante das jactadas proximidade e amizade a agentes públicos federais”, pontuam os autores da ação”, diz o MPF.

O MPF diz que tem, como uma das provas, “uma intensa troca de e-mails entre funcionários da M&M e do Instituto Lula, com o objetivo de viabilizar um encontro entre Lula e o líder do Partido Sindical Democrata e futuro primeiro-ministro da Suécia Sueco, Stefan Lofven”.  “Documentos apreendidos na sede do Instituto Lula, em São Paulo, revelaram ainda a intenção do político sueco, que defendia a escolha do modelo fabricado pela SAAB, de se reunir com o ex-presidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff na África do Sul, por ocasião do funeral de Nelson Mandela. Em 9 de dezembro de 2013, Lula e Dilma viajaram até o país africano com o objetivo de acompanhar a cerimônia fúnebre e, exatamente nove dias depois, em 18 de dezembro, o governo brasileiro anunciou a decisão de comprar de 36 caças do modelo Grippen. Era o fim de uma longa disputa e a vitória do cliente da M&M”, sustenta o MPF.

MEDIDA PROVISÓRIA
A denúncia narra ainda suposto tráfico de influência de Lula na tramitação da medida provisória 627. Um dos artigos, incluídos pelo relator, o ex-deputado Eduardo Cunha, atualmente preso em Curitiba, garantiu a prorrogação de incentivos fiscais às montadoras MMC e Caoa até 2020, diz o MPF. O Ministério Público sustenta que o escritório usou nesse episódio o mesmo procedimento adotado na negociação dos caças. “Durante o processo de tramitação da MP 627, MMC e Caoa pagaram R$ 8,4 milhões, cada uma, à empresa de Mauro Marcondes”, diz o MPF.

Os documentos anexados na denúncia, afirma a Procuradoria do DF, registram a existência de “coisas contrárias” à aprovação da MP, dizem que o Ministério da Fazenda está “trancando tudo” e cita, como justificativa para a resistência técnica à renúncia fiscal, o contexto econômico-fiscal desfavorável e a preocupação com a avaliação das agências de classificação de riscos.


“Há ainda a comprovação documental que, nesse período, Mauro manteve com os clientes uma intensa negociação e troca de mensagens acerca da discussão da MP no âmbito do Congresso Nacional. Paralelamente a esses contatos, o lobista encontrava-se pessoalmente com Lula para, segundo os investigadores, acertar os pagamentos pelo tráfico de influência. Um deles ocorreu poucos dias antes da inclusão do artigo 100 no texto da MP por Eduardo Cunha”, diz o MPF.

O MPF afirma que em 2014 houve uma intensa movimentação entre os envolvidos. O período marca também o início dos repasses financeiros da M&M às empresas de Luiz Cláudio, diz a denúncia, que cita registra que o filho do ex-presidente esteve quatro vezes na sede da M&M. E de que Lula, o filho e Mauro Marcondes se encontraram, também, quatro vezes no Instituto Lula. “Os encontros serviram para que fosse acertada a viabilização do pagamento das vantagens indevidas. Uma das provas é a constatação de que as minutas dos contratos foram elaboradas quase dois meses após a data informada como tendo sido a de assinatura dos documentos”, afirmam os procuradores.

A Procuradoria diz ainda que LFT, empresa do filho de Lula, não prestou nenhum serviço à M&M. “Um relatório da Polícia Federal constatou que o material entregue pela empresa como sendo o objeto do contrato não passava de cópias disponíveis na internet, montadas após a deflagração das investigações. Foram documentos apresentados impressos, sem data de formulação, sem arquivos digitais que permitiriam aferir sua ‘idade’. Tudo pós-fabricado”.

Para os procuradores “não há dúvidas de que, pelo menos a partir de setembro de 2012, Lula tinha conhecimento da estratégia utilizada por Mauro Marcondes e que viu nesse fato a oportunidade de garantir o enriquecimento do filho”. Para isso, dizem os procuradores, o ex-presidente valeu-se do trabalho de funcionários do Instituto Lula que, por meio de ligações telefônicas e e-mails, filtravam as conversas. “Assim, ele não subscrevia mensagens e os interessados num contato direto tinham que agendar encontro pessoal”, afirma a denúncia.

OUTRO LADO
Em nota, os advogados do ex-presidente e do seu filho afirmam que a denúncia baseia-se em procedimentos que tramitavam de forma oculta e classificam a acusação como midiática.  “Nem o ex-presidente Lula nem seu filho participaram ou tiveram conhecimento de qualquer ato relacionado à compra dos aviões caças da empresa sueca SAAB, tampouco para a prorrogação de benefício fiscais relativos à Medida Provisória nº 627/2013, convertida na Lei nº 12.973/2014. Luis Claudio recebeu da Marcondes & Mautoni remuneração por trabalhos efetivamente realizados e que viabilizaram a realização de campeonatos de futebol americano no Brasil”, diz a nota.

No texto, a defesa do ex-presidente diz que “afirmar que Lula interferiu no processo de compra dos caças em 2014 significa atacar e colocar em xeque as Forças Armadas Brasileiras e todas as autoridades que acolheram o parecer emitido por seus membros” e ao relacionar Lula com a aprovação de medidas provisórias e de leis “o Ministério Público Federal ataca todo o Parlamento brasileiro e demais autoridades que participaram desses atos”.

“A denúncia ofertada é fruto de novo devaneio de alguns membros do Ministério Público que usam das leis e dos procedimentos jurídicos como forma de perseguir Lula e prejudicar sua atuação política, fenômeno que é tratado internacionalmente como ‘lawfare’”. 

A defesa do ex-presidente afirma ainda que que Lula “tem sido acusado de forma irresponsável e gratuita por alguns membros do Ministério Público Federal que claramente usam do cargo para promover ações políticas”. E acusa um dos procuradores que subscrevem a denúncia de manter “em conta nas redes sociais diversas publicações ofensivas a Lula e a membros do seu partido”.

Procurado pelo GLOBO, o advogado de Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, Roberto Podval, afirmou que a denúncia tem motivação política, visando atingir o ex-presidente Lula.
— É uma factoide do Ministério Público. O objetivo é de incomodar o ex-presidente Lula e para isso o caminho era o Marcondes — disse o advogado, que confirmou que a Saab contratou o escritório, mas negou irregularidades:  — Ou a gente vai criminalizar o lobby ou eles que achem provas que houve irregularidades. Ou eles encontram alguma irregularidades, ou estão fazendo barulho. Há uma certa disputa entre os procuradores da Lava-Jato e a Zelotes e eles quiseram tomar a dianteira e fazer uma denúncia vazia.


O juiz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Vallisney de Souza Oliveira. vai decidir se aceita ou não a denúncia.

RÉU EM TRÊS PROCESSO DA LAVA-JATO
As investigações da Operação Lava-Jato tornaram Lula réu em três processos. Na 10ª Vara Federal de Brasília, o ex-presidente responde por participação em organização criminosa, corrupção passiva e tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, Lula teria recebido dinheiro da construtora para defender interesses da Odebrecht em outros países. 

No outro processo, também na 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, Lula é acusado de tentar obstruir a Justiça comprando o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores do esquema de corrupção na estatal, que também foi originado nas investigações da Petrobras. A suposta participação de Lula foi denunciada pelo ex-senador Delcídio do Amaral, que afirmou em depoimento de delação que Lula queria manter Cerveró em silêncio para proteger o pecuarista José Carlos Bumlai, que havia retirado em nome dele, no Banco Schahin, um empréstimo para o PT, que foi pago com contrato bilionário fechado pelo Grupo Schahin com a Petrobras.

O terceiro caso é o do tríplex do Guarujá, em que o ex-presidente responde na 13ª Vara Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a denúncia, Lula obteve R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas que lhe foram pagas pela empreiteira OAS, de forma dissimulada por obras no imóvel, em troca de contratos com o governo federal.

 Fonte: O Globo