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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Um 7 de Setembro para chamar de seu - Revista Oeste

Silvio Navarro

Disposto a viabilizar sua candidatura à Presidência, João Doria tenta emparedar até a polícia contra as manifestações do dia 7 [esse cara tem problema e é coisa séria. No mínimo, ele é descoordenado. Ele tem obsessão em ser presidente da República ... é um sem noção e se descuidarem ele vai fazer m ...]

 João Doria e Aleksander Lacerda
João Doria e Aleksander Lacerda | Foto: Montagem com foto Shutterstock e Divulgação 
 
A exatas duas semanas daquela que se anuncia como a maior manifestação popular desde que a pandemia trancou os brasileiros em casa — o “7 de Setembro em defesa da liberdade” —, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu atear mais fogo no já inflamado cenário político do país. Numa canetada, afastou o coronel da Polícia Militar Aleksander Lacerda do Comando de Policiamento do Interior (CPI-7), em Sorocaba, que engloba cerca de 78 municípios da região. E conclamou outros governadores a defenderem o Supremo Tribunal Federal (STF) contra “bolsonaristas” de farda e “psicopatas” que participarem dos protestos. [no seu raciocínio tortuoso ele imagina que se o Supremo conseguisse tirar Bolsonaro da presidência da República, o indicaria para um mandato tampão.]

Na cabeça de Doria, que parece mais obcecado que nunca em seu devaneio de que chegará à Presidência no ano que vem, “estamos diante de um momento gravíssimo da vida nacional”. Segundo ele, temos um golpe militar em curso para restaurar a ditadura e fechar o Supremo e o Congresso Nacional. E o gatilho será justamente a aglomeração dos brasileiros sem máscaras na Avenida Paulista no feriado cívico. “Há sinais de que, pela proximidade do 7 de Setembro, movimentos sejam promovidos por bolsonaristas, “bolsominions” e psicopatas que seguem o presidente Bolsonaro, para defender a ditadura e um regime autoritário no Brasil. Nós resistiremos”, disse, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo.

A ofensiva contra a Polícia Militar foi um passo desnecessário e arriscado.

É legítimo o fato de Doria se opor politicamente a uma manifestação no coração do seu Estado. Manifestação que tem potencial para fortalecer seu principal rival no tabuleiro eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro. O tucano já deixou claro que tentará até o limite se viabilizar como uma via alternativa ao choque entre o atual presidente e Lula. Mesmo porque, como bom enxadrista, Doria sabe que as chances de se reeleger ao governo paulista seriam remotas, e a corrida ao Palácio do Planalto é o que lhe deve restar — será menos vergonhoso para o político ser derrotado numa disputa federal do que perder a reeleição. A ofensiva contra a Polícia Militar, contudo, foi um passo desnecessário e arriscado, segundo analistas ouvidos pela reportagem de Oeste durante a semana.

Doria irritou a PM ao declarar que está usando a Inteligência da Polícia Civil para rastrear a atuação dos militares inclusive perfis particulares em redes sociais. Ao afirmar abertamente que monitora cada passo dos oficiais, a temperatura esquentou. “O policial, antes de ser militar, é brasileiro e tem direito de se manifestar em suas redes privadas”, diz o coronel e piloto de helicóptero da PM Marcio Tadeu Anhaia de Lemos, eleito deputado federal pelo PSL. “O afastamento do coronel Aleksander Lacerda foi uma situação chata, embora lícita”, afirmou o deputado Coronel Tadeu. “É importante lembrar que se trata de uma relação desgastada: em 2018, o governador prometeu em campanha a recomposição salarial dos policiais e não aconteceu; então ele quebrou o compromisso. Em junho de 2019, num ato grosseiro, deu um ‘pito’ num coronel antigo porque ele estava usando o celular para fazer a ata da reunião. E, em outubro de 2019, na cidade de Taubaté, chamou um grupo de veteranos de ‘vagabundos’”.

Em post no Twitter, o capitão da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) e deputado Guilherme Derrite (PP-SP) afirmou que a polícia é tratada como uma força “de governo e não de Estado”:

Afinal, o policial militar pode ou não se pronunciar como cidadão? O regulamento da PM diz: “Aos militares do Estado da ativa, são proibidas manifestações coletivas sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário”. É aí que mora a confusão.

Para milhares de brasileiros que estarão nas ruas, os atos serão em defesa das liberdades individuais.  
Que foram tolhidas por arbitrariedades do monstrengo jurídico criado pelo Supremo, que enveredou em prisões, censura e quebras de sigilos. 
Ou até pela CPI da Pandemia — que a cada dia desperta metamorfoseada sabe-se lá em quê.  
Leia-se: essas manifestações dos policiais militares não são atos em defesa do governo Bolsonaro, o que justificaria postagens como a do coronel e de qualquer um em suas redes privadas. 
Por outro lado, é evidente que os militares apoiam o presidente e não se intimidam com a pressão de Doria
É o caso, por exemplo, do coronel Homero Cerqueira, da Polícia Militar, que fez nova convocação aos veteranos em vídeo: para o governador paulista, o 7 de Setembro está tomado pela agenda bolsonarista, o que justificaria sua decisão como chefe da tropa militar. Resolvido o impasse se foi ou não um ato administrativo legítimo — e está claro que foi legítimo —, fica a pergunta no ar: por que Doria tem pavor do povo nas ruas, chancelado pela PM, no momento em que seu gabinete da covid já não para mais em pé para as coletivas diárias?
 
Dois assessores do Palácio dos Bandeirantes ouvidos por Oeste afirmaram que Doria subiu um degrau na escala de tensão nas últimas semanas. Pediu para ser entrevistado amistosamente pela TV Cultura no programa Roda Viva, na última segunda-feira, 23. E reagiu com palavrões ao aperto de mão entre Lula e o senador Tasso Jereissati (CE), que desistiu do rótulo de “Joe Biden dos trópicos” conferido pelo Estadão para disputar a Presidência. 
Também xingou entre quatro paredes o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pela declaração na reunião virtual desta semana: “Ficam mandando pedra e mais uma vez vamos cair na vala da polarização, de caminhos opostos”, disse o mineiro. “Se o presidente tem defeitos, deveríamos apontar também o Supremo, que libertou bandido de altíssima periculosidade. O fórum de governadores se manifestou a respeito?”

Em seguida, o tucano encomendou aos marqueteiros um vídeo para circular nas redes sociais em setembro. 
Nele, se apresentará como “o responsável por vacinar o Brasil na guerra contra a covid” — um compilado de postagens de anônimos emocionados diante da seringa, celebridades de quinta, youtubers agradecidos e famosos que morreram. [o 'joãozinho' só está governador devido ao apoio que o presidente Bolsonaro lhe concedeu; caso contrário, estaria na 'rua da amargura', derrotado - onde está após as eleições de 2022.]
Ficará o alerta de que o mal seguirá à espreita. Nessa “acelerada da vacina”, terá como principal cabo-eleitoral o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Tudo isso vai durar até março, leitor. Depois, o governador deixará a cadeira, como fez no passado, para sair em busca de um projeto pessoal que nasceu errado e só tem um lado — o dele. 
Ou alguém duvida que o que João Doria queria mesmo era um 7 de Setembro para chamar de seu?

Leia também “Manual prático do golpe”, texto de J. R. Guzzo

Silvio Navarro - Revista Oeste


quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Esses tempos estranhos - Merval Pereira

O Globo

A reunião do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os representantes de plataformas digitais como Facebook, YouTube, Instagram, Twitter e outras, para definir regras de pagamento a sites e plataformas durante o período eleitoral com o objetivo de evitar a propagação de fake news, deveria estabelecer critérios mais rígidos de monetização das notícias também em tempos além do eleitoral.

Me incomodou a decisão do corregedor-geral do TSE, ministro Luiz Felipe Salomão, de proibir o pagamento de qualquer notícia divulgada por canais bolsonaristas, com a intenção de cessar o financiamento dos blogs que espalham notícias falsas com objetivos políticos.

A “imprensa marrom” existe muito antes das redes digitais e deve ser combatida com a legislação existente quando calunia, difama e constrange cidadãos ou instituições, ou quando espalha boatos com a intenção de obter lucros econômicos ou políticos.

A expressão surgiu no fim do século XIX e vem do inglês “yellow press” (“jornalismo amarelo”). Os jornais New York World e The New York Journal disputavam as aventuras de Yellow Kid, a primeira história em quadrinhos. Uma disputa tão pesada que o amarelo passou a designar publicações sensacionalistas e sem ética.

A cor para identificar uma imprensa inescrupulosa passou a ser “marrom” no Brasil em 1959, na redação do jornal carioca Diário da Noite. Para noticiar um escândalo internacional da época, a manchete se referia à “imprensa amarela”, como nos jornais dos EUA, mas o editor achou que amarelo é uma cor muito alegre para classificar notícias escandalosas. Mudou para “marrom”, cor de excrementos.

Não é diferente com os meios digitais, com exceção do fato de terem alcance muito maior. O pagamento por visualizações, pelo número de seguidores, adotado por todas as plataformas, faz com que o noticiário digital perca credibilidade a cada dia, embora alcance um número altíssimo de pessoas e tenha efeito deletério nas relações sociais e políticas.

Mas punir os que espalham fake news com intervenção nas mídias sociais ou o bloqueio de financiamento não me parece o melhor caminho. A não ser que o governo subvencione canais ilegítimos. Críticas, por mais abusivas que sejam, devem ser aceitas como parte da vida democrática. Somente as ameaças físicas a cidadãos, não apenas a autoridades, como os ministros do STF, ou antidemocráticas a instituições deveriam ser interrompidas por uma intervenção fora dos processos cíveis ou criminais.

Outra coisa que é preciso rever é a análise por órgãos não especializados de questões complexas. A Polícia Federal descobriu a pólvora ao explicar que o noticiário desses blogueiros tornou-se uma máquina de ganhar dinheiro e que as notícias são replicadas inúmeras vezes para ter maior alcance e ser recompensadas devido à audiência pelas plataformas digitais. Ora, esse é o sistema adotado por esses novos meios, que realmente estimula notícias escandalosas e propagação de fake news, não apenas políticas ou econômicas.

O que seria preciso mudar é o conceito das plataformas digitais, que só buscam audiência, sem cuidar do que é divulgado. Os influenciadores que têm milhões de seguidores e recebem por isso podem ser inofensivos se tratam de assuntos de interesse geral. Mas esse sistema de pagamento para notícias políticas e econômicas precisa ser alterado.

Merval Pereira, colunista - O Globo - MATÉRIA COMPLETA

 

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

CCJ da Câmara tem vitória apertada do Judiciário contra bolsonaristas

Por um voto de diferença, comissão retirou da pauta PEC que daria ao Congresso o poder de sustar atos do Judiciário 

Em uma votação apertada, comparada por um deputado a uma “briga de foice no escuro”, a CCJ da Câmara acaba de retirar da pauta uma PEC que pretende incluir na Constituição a possibilidade de o Legislativo sustar atos do Judiciário que “exorbitem do poder regulamentar”. [do alto da nossa notória ignorância jurídica, nos parece justo e adequado que o Poder Legislativo, por suas duas Casas, tenha o poder de sustar atos do Judiciário. Não pode ser olvidado que o Poder Legislativo pode modificar a Constituição, desde que dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal vigente à época da modificação. 
Nada mais natural, e democrático, que o Poder Legislativo, em votação  na Câmara e no Senado, possa por maioria absoluta, suspender ato do Poder Judiciário. A matéria foi retirada de pauta, sendo possível que volte a ser apreciada, após ser  negociada e aperfeiçoada.]

Após a derrota da PEC do voto impresso no plenário da Câmara, na semana passada, trata-se de mais uma vitória do Judiciário no Congresso contra os bolsonaristas. Desta vez, o placar foi de 31 votos a 30.

A proposta foi apresentada, em 2015, pelo deputado Pastor Marco Feliciano, um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro no Legislativo. A matéria estava parada na comissão desde 2019 e foi ressuscitada nesta quarta, sem sucesso.

Radar - VEJA


segunda-feira, 21 de junho de 2021

Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli fazem vaquinha para pagar multa

Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli fazem vaquinha para pagar multa

Parlamentares foram multados em motociata em apoio ao presidente Jair Bolsonaro por estarem sem máscara 

[senhores deputados: é importantíssimo que a prestação de contas seja clara, de forma a que não prospere calúnias de que o dinheiro foi desviado - pagas as multas, o que sobrar deve ser doado até o último centavo a instituição filantrópica idônea.]

Mesmo com salários de mais de R$ 33 mil, Os deputados Carla Zambelli (PSL-SP), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e Hélio Lopes (PSL-RJ) lançaram uma vaquinha on-line para pagar multas aplicadas  pelo governo de São Paulo pelo não uso de máscara na motociata em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, em 22 de junho.
 
A vaquinha não específica quantas multas serão pagas com o valor arrecadado, mas diz que o que sobrar será doado para instituições ou entidades sem fins lucrativos. "Nós vamos fazer essa maldade um ato de bondade", diz Eduardo Bolsonaro no vídeo de divulgação. Segundo a publicação, os três parlamentares vão depositar o valor de suas multas na vaquinha. Os bolsonaristas também atacam o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). 

Em apenas um dia de campanha, já foi arrecadada a meta que, então, foi dobrada para R$ 100 mil. Até a publicação desta matéria, já haviam sido arrecadados R$ 74 mil.

O governo de São Paulo multou os três deputados, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e o presidente Jair Bolsonaro. Cada multa é no valor de R$ 552,71. Na manifestação, Bolsonaro discursou contra o uso de máscara e fez defesa do uso da cloroquina para tratamento da covid-19. “Eu propus ao ministro da Saúde que estude a possibilidade, levando-se em conta a ciência, de podemos ou não sugerir a não obrigatoriedade de máscaras para quem já contraiu o vírus ou já foi vacinado”, disse.

Correio Braziliense


domingo, 30 de maio de 2021

Bolsonaristas estão vencendo a disputa sobre a CPI nas redes - O Globo

Pablo Ortellado

Ativismo digital

No momento em que as pesquisas de opinião mostram Bolsonaro perdendo apoio e a CPI, dominada pela oposição, parece impor dia após dia desgaste ao governo, é para lá de surpreendente o desempenho dos bolsonaristas nas mídias sociais quando o assunto é CPI.  
  
Se tomamos a semana que terminou (de segunda a sexta-feira, do dia 24 ao 28 de maio) e filtrarmos pela palavra-chave CPI, os bolsonaristas tiveram um desempenho muito superior ao da oposição.

No Facebook, entre os posts de páginas com a palavra-chave CPI, os bolsonaristas fizeram 80% dos compartilhamentos no dia 24, 78% no dia 25, 66% no dia 26, 73% no dia 27 e 61% no dia 28. No Twitter, se medirmos os volumes de retuítes com a palavra-chave CPI, os bolsonaristas fizeram 94% dos retuítes no dia 24, 88% no dia 25, 75% no dia 26, 63 % no dia 27 e 74% no dia 28. Em resumo, foi um 7 a 1 para o governo.

 [não foi por mérito dos bolsonaristas e sim por  demérito da Covidão; 
VEJAMOS; 
- a tal CPI já começou desmoralizada = fingindo ter um objetivo - investigar atos e omissões no combate à covid-19 e aproveitar a rede de arrasto para identificar e punir  autoridades locais que roubaram recursos para o mesmo combate - quando o objetivo era unicamente prejudicar o governo Bolsonaro e, por consequência, o Brasil  = fracassou, tirando ilações feitas pela mídia, negativando  atos do  governo Bolsonaro e que poderão causar danos as autoridades locais;
- o currículo dos membros que presidem a CPI não os favorece em termos de credibilidade - basta ler os jornais - com reflexos negativos para o conceito da Covidão;
- o relator Calheiros, o presidente da CPI e o vice-presidente não  conseguem disfarçar a parcialidade;
- o apurado até o presente momento é um tudo junto e misturado de interpretações parciais, pressão indevida sobre depoentes e coisas do tipo = desmontar uma CPI desse nível é tarefa fácil = eles mesmo implodem se .] 

Quem acompanha a CPI pela imprensa ou por veículos de esquerda pode ter ficado com a impressão de que o negacionismo do governo vem sendo desmascarado e que, finalmente, se está evidenciando a falta de empenho do Ministério da Saúde na compra de vacinas e a política irresponsável de promoção do tratamento precoce.  Mas, na mídia governista, o que se vê é outra coisa. Empresas produtoras de vacinas teriam tentado empurrar contratos com cláusulas draconianas antes da aprovação da Anvisa, e senadores da oposição estariam tentando proteger a corrupção dos governadores e fechando os olhos para as evidências científicas favoráveis à cloroquina.

O ótimo desempenho governista nas redes não significa que o governo tenha a opinião pública ao seu lado, já que os usuários engajados nas mídias sociais são uma amostra muito particular e distorcida da cidadania. Mas os grandes volumes de compartilhamentos no Facebook e de retuítes no Twitter são sinais relevantes do andamento do debate público.

Eles indicam, antes de tudo, que os apoiadores do governo são uma parcela significativa da população. Podem estar diminuindo, como mostrou a última pesquisa Datafolha (em que a aprovação do governo caiu de 30% em março para 24% em maio) —ou os insatisfeitos podem estar crescendo, como mostrou pesquisa do PoderData (em que , do começo para o final de maio, a desaprovação ao governo subiu de 55% para 59%) —, mas ainda são um grupo expressivo.

Críticos do bolsonarismo costumam atribuir esses bons desempenhos dos governistas nas redes ao uso de contas falsas e robôs, mas as ferramentas de mensuração de robôs no Twitter não apontam uma diferença significativa no uso de robôs nas hashtags levantadas pelo governo em relação às levantadas pela oposição.

O alto volume de compartilhamentos e interações parece sugerir que os governistas estão mais empenhados em defender o governo do que os oposicionistas em atacá-lo. [é característica de grande parte dos seres humanos ser mais eficiente quando executam atividades mais fáceis. 
Convenhamos que destruir um depoimento ridículo, mentiroso, sem noção, como o que foi o prestado pelo diretor Doria é tarefa mais fácil e prazerosa do que convencer que eventuais  falhas do governo tiveram objetivos genocidas. 
Aquele depoente acusou o governo de em meados de 2020 não ter  comprado 60.000.000 de doses da coronavac produzidas pelo Instituto Butantano diretor apesar da conduta ridícula teve a honestidade de destacar que eram vacinas em desenvolvimento e ainda não aprovadas pela Anvisa
Até petista sabe, até o 'joãozinho', o ex-governador das vacinas, é capaz de entender que se o governo tivesse fechado negócio com aquele instituto , teria recebido exatamente o mesmo número de doses que recebeu até o momento - sem ter fechado contrato. O Butantan por depender do IFA chinês não conseguiu produzir sequer 50.000.000 de doses - seria uma encomenda inútil. 
É menos danoso à população comprar a produção do Butantan logo que disponibilizada e ter folga para comprar de outras farmacêuticas.]

Pablo Ortellado, colunista - O Globo


terça-feira, 4 de maio de 2021

De qual lado virá a “INTERVENÇÃO MILITAR”, se acontecer? - Sérgio Alves de Oliveira

Pelo “andar da carruagem”, já deu para perceber, de forma bem nítida, que não seria mais nenhuma surpresa uma eventual intervenção militar, ou “constitucional”, como alguns preferem, prevista no  artigo 142 da Constituição -  que,aliás,repete iguais dispositivos antes contidos nas constituições  de 1946 e de 1967 - eventualmente a ser desencadeada  pelos políticos e militares da linha ideológica de esquerda, integrados por aqueles militares “verdes por fora e vermelhos por dentro”, [os 'melancias'.] especialmente  promovidos na “era PT”, e mesmo do obscuro grupo político do tal  “centrão”, umbilicalmente mais ligado aos interesses progressistas , contra o Governo Bolsonaro.

Só passa pela cabeça de quase todo o mundo a possibilidade de ocorrência de uma eventual “intervenção” desencadeada pelos militares mais afinados com a linha ideológica de direita, e/ou “bolsonaristas”, sem que haja lugar para qualquer suposição de  uma intervenção “invertida”,ou seja, da esquerda.

[dois comentários: não está entre nossos objetivos imaginar situações e apresentá-las como  verdades (recurso utilizado com frequência pela mídia militante que deseja a ocorrência de determinada condição e escrevem uma cronica/reportagem, como estivessem  relatando um fato.). Mas, na hipótese improvável, no quadro atual,  da ocorrência de uma mudança política não prevista, ela será conduzida pelos BRASILEIROS DO BEM, pelos PATRIOTAS, pelos que querem o melhor para o Brasil e para os BRASIL e os BRASILEIROS, o que exclui qualquer possibilidade da presença da esquerda; O risco que nos parece existir, é o uso excessivo da prática de 'esticar a corda e ver até onde aguenta', adotada pelo STF e outros próceres da República.

- quanto a tão mencionada legalidade, ilegalidade, constitucionalidade ou não, da cogitada movimentação, ousamos dizer, do alto da nossa notória ignorância jurídica, que em movimentos políticos não convencionais, realizados para efetivação de correções necessárias, a preocupação com os aspectos destacados, não costuma se incluir entre as prioridades.

Sempre que pensamos, notem bem, pensamos, na possibilidade de tal situação, nos vem à lembrança o PREÂMBULO do ATO INSTITUCIONAL Nº 1, DE 9 DE ABRIL DE 1964., que é de uma clareza magistral sobre a forma de considerar tais aspectos

A íntegra do citado documento, em link oficial, disponível aqui, nos parece uma excelente referência histórica. ]

O pisca-pisca  de alerta vermelho ”intervencionista (invertido) parece ter sido acionado pelo polêmico  Senador Renan Calheiros, Relator da CPI da Covid-19, que busca responsabilizar  o Presidente Bolsonaro, a qualquer preço, mesmo usando toda espécie de artifício mentiroso e fraudulento, pelas mortes da Covid-19, que já teria matado, segundo índices suspeitos, certamente   manipulados  na questão da “causa mortis”, contra Bolsonaro, mais de 400 mil pessoas, a buscar aproximação com militares “escolhidos” de alta patente, certamente buscando apoio “verde-oliva” a essa tal de CPI da Covid-19 ,da qual o dito Senador é  o Relator.

Esse tipo de postura da oposição política a Bolsonaro, tentando derrubá-lo, numa  eventual  alternativa ao  “impeachment”, por uma “intervenção militar”, ”às avessas”, se necessário fosse, com base nos resultados praticamente certos [da responsabilização maior do Presidente Bolsonaro [sic] pelas  trágicas 400 mil mortes da Covid-19, na dita CPI, não seria, na verdade, nenhuma surpresa, nem causa de qualquer “espanto”.  Os grupos políticos da esquerda e do “centrão”, considerando a “cara-de-pau” que esses nefastos grupos  da oposição têm tido ao recorrerem ao que paradoxalmente mais condenam no Regime Militar de 1964 a ,ou seja, a “Lei de Segurança Nacional”, que   consideram válida quando se  lhes convém, e se lhes aproveitam, inclusive com pleno “aval” do Supremo Tribunal Federal.

É por essa razão que  até dá para apostas que esses cafajestes que gravitam em torno da política vão acabar não revogando a “Lei de Segurança Nacional”, como já ameaçaram fazer diversas vezes ,porém somente “podando-a” nas partes que mais lhes interessarem,deixando assim a LSN de apresentar qualquer risco contra “eles”, ficando reservado seus efeitos persecutórios exclusivamente contra os  que professarem os valores direitistas ou bolsonaristas, sempre, porém, passando bem  longe de causar qualquer transtorno à esquerda e a seu séquito.

É preciso, portanto, que os militares que não “avermelharam” fiquem atentos,  em estado de alerta máximo, contra as possíveis manobras e tentativas da esquerda para derrubada do Governo Bolsonaro, seja pela CPI da Covid-19, seja por impeachment fraudulento, e consequente  tomada do poder na “marra” pela esquerda.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Arte de transar com nossas Prostitutas - Blog Alerta Total

Jorge Serrão 

A tratorada que a oposição perdida levou na eleição das duas casas do Congresso Nacional vai obrigar os inimigos (ops, adversários) de Jair Messias Bolsonaro a fazerem uma revisão pelo menos tática de suas ações alopradas. Aliás, tal atitude é recomendável a todos os estultos extremistas - inclusive muitos que se proclamam “bolsonaristas” (no meio deles, têm muitos que adoram receber as bolsas, auxílios e vantagens do governo federal).

O Brasil precisa, prioritariamente, de quem construa. Destruir é moleza, e os medíocres fazem com radical idiotice, canalhice e oportunismo. Nunca foi tão necessário ter capacidade real e prática para “fazer do limão azedo uma saborosa limonada”. Vai sobreviver melhor e evoluir com qualidade aquele cidadão que combinar trabalho, resiliência e foco nos objetivos possíveis e metas realizáveis. A dura realidade descarta quem (se) alimenta de utopias babacas e se nutre de radical ódio destrutivo por alguém ou alguma coisa. É por isso que a esquerdopatia se consolida como uma doença anacrônica.

Até o Presidente Bolsonaro se viu obrigado a publicar em seu Twitter a imagem patética da Débora Diniz o acusando de “perseguição a pedófilos”. Pelo manual esquerdopata, o “Bozo” deveria defender criminosos hediondos? 
Parece que a moça simplesmente pirou o cabeçote. Nada de anormal para autoproclamados “ideólogos” (KKKKK) que raciocinam com o intestino em desarranjo completo, debiloide e radicaloide. A esquerdalha já não sabe mais do que acusa Bolsonaro para viabilizar um impeachment que o Centrão - e nem o Establishment - têm o menor interesse que aconteça.

Outra demonstração de desespero de causa foi sacramentada pela “Presidenta” do moribundo Partido dos Trabalhadores. (Um parêntese: os integrantes da petelândia & afins continuam aparelhando a máquina estatal, com fortíssima e quase hegemônica presença nos postos de comando e gerência das quase 50 empresas “estatais” - ops, de economia mista - sob “controle” da União Federal). A jênia Gleisi Hoffmann vem a público defender um golpe para que Bolsonaro seja substituído pelo vice Antônio Hamilton Mourão (KKKKKKKKK).

Narizinho parece outra que endoidou completamente. O “argumento” cretino e cínico-pragmático dela é: “Ele (Bolsonaro) é o foco da crise. Não estou dizendo que o Mourão irá resolver a crise, mas, pelas posturas que eu vi, pelo menos mantém um pouco mais da institucionalidade”. (KKKKKK). A deputada petista faz uma leitura absolutamente equivocada da realidade. Segundo ela, “está crescendo muito o descontentamento com o governo. Setores próximos, que participam da eleição, começam a se posicionar também com apoio ao impeachment”. Fala sério, Dona Narizinho…

Tamanha canalhice extremista precisa se recolher a sua insignificância. Os sujeitos que “roubaram” e quase destruíram o Brasil com uma gestão (?) incompetente e corrupta só sabem agir na base da estupidez radicaloide. Não têm e nem apresentam propostas reais e objetivas para solucionar problemas estruturais do Brasil. Aliás, a turma esquerdopata da boquinha é parte integrante do problema, na medida em que forma uma parceria hedionda com o Establishment que não deseja mudanças concretas do modelo. Querem mais intervenção estatal. Mais Capimunismo!

As pessoas de bem e do bem estão perdendo a paciência com as canalhices da “oposição” oportunista. O Estadão noticiou: “O dono de uma churrascaria localizada na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, foi detido na última quarta (4) pela Polícia Civil após colocar uma placa em frente ao estabelecimento prometendo “1 ano de churrasco grátis para quem matar o João Doria Jr”. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, ele responde por incitação ao crime e o caso foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim). A secretaria informou que o comerciante, de 40 anos, já prestou depoimento, se comprometeu a comparecer em juízo e vai responder em liberdade”.


Radicalizar, burramente, na base do desespero, não contribui para a solução dos problemas. Nunca foi necessária tanta lucidez, inteligência e serenidade para neutralizar e superar a ação estúpida e mafiosa dos inimigos do Brasil. A coisa não se resolverá na base da porrada - nem da apologia a crimes. A vitória precisa ser civilizada, política, dentro da lei, da ordem e do bom senso. Não há espaço para voluntarismo, nem para ilusões. Agravado pelo Covidão (que infecta, mata e, acima de tudo, amedronta), o momento brasileiro é delicadíssimo. Estamos no fio da navalha.

Papo reto e real. A “oposição”, que nunca esteve tão perdida, só deseja sabotagem. Nem consegue ser (nem fazer) oposição construtiva. O Establishment não quer mudanças profundas. Aceita, no máximo, algumas reforminhas pontuais que não mexam com os interesses maiores dos parasitas. O tal Centrão é o operador político do esquema de manutenção do poder. Além de domar os “aliados” fisiológicos, o governo Bolsonaro tem o desafio maior de mobilizar a maioria da população para pressionar em favor das mudanças. Trata-se de uma missão hercúlea de Estratégia, Inteligência e Comunicação, sabendo que o maior inimigo se disfarça de “maior colaborador”. Brasília é um lodaçal de ouro...

O governo tem chance de dar certo? A gente fica na torcida, junto com a Velhinha de Taubaté, porém com a vigilância do Negão da Chatuba e o ceticismo pragmático de quem conhece como funciona o Capimunismo Tupiniquim. O Establishment e seu Mecanismo do Crime Organizado nunca estiveram tão cheios de recursos e estruturados para manter a hegemonia sobre a putaria institucionalizada. Por isso, toda cautela é pouca para Bolsonaro - que não pode ficar posando de freira no prostíbulo.

Tudo indica que haverá uma melhoria na governabilidade.
No entanto, sempre é bom ter em mente que a fidelidade do Centrão é a mesma de uma prostituta de luxo: Pagou antecipado, transou; mesmo pagando antes, pode acabar tomando uma volta e ficar sem o que deseja.

É recomendável seguir o sábio conselho do experiente Moreira Franco
- uma espécie de “Vovô do Centrão”, pois acumula a experiência de ter sido “situação” em todos os governos, do Regime dos Presidentes-Generais, atravessando a Nova República de 1985 até a gestão Michel Temer. Moreira agora não sai do armário: faz (discreta) oposição a Bolsonaro, certamente esperando a hora certa de dar aquele bote do Gato Angorá (royalties do apelido para Leonel Brizola).

O ultrapragmático Moreira Franco twittou quinta-feira passada (4 fev 2021): “Governo ganha na 2 Casas e pede soluções para 35 problemas difíceis. Não vai a lugar nenhum. PRIORIDADE é só no singular, 1 de cada vez. Na administração pública também. E com meta clara e métrica. Oba, oba ñ rola!”.

Resumindo: Bolsonaro deu ao Centrão um excesso de elementos para negociatas (ops, negociações). Se não tomar cuidado com a execução prioritária de cada ponto focal, o governo pode se perder e nada de efetivo acontecer. Se não souber “fazer amor” com os(as) “profissionais”, Bolsonaro e seu time acabarão fazendo guerra. E, neste caso, uma tropa militar (por melhor que pareça ser) não resolve os problemas. A guerra é assimétrica e com solução gradual para o macro caos.

Complexo e complicado, né?! Haja arte para transar com tantas putas neste grande Prostíbulo Capimunista chamado Bruzundanga…  Assim, parece que o negócio mais fácil é roubar para ser preso no Maranhão - governado pelo Partido Comunista do Brasil. Lá vai sobrar vaga para bandido transar sob proteção estatal. Loucura, Loucura, né Kamarada Lima Barreto?!


Edição do Alerta Total

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Por Jorge Serrão

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Vacina e democracia - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

É melhor Bolsonaro arranjar vacina do que depois tentar ‘arranjar’ voto, como Trump

O último ato (espera-se) de Donald Trump na presidência da maior potência do planeta mostra um homem desesperado, desarticulado e fora da realidade, falando frases desconexas e ameaçadoras que configuram um atentado criminoso e imoral às instituições. Trata-se, claro, da pressão de Trump para que o secretário de Estado da Geórgia “arranjasse” uns votos para reverter a derrota dele para Joe Biden.

[curioso é que vale tudo quando os ataques  tem como alvo o presidente Trump ou Bolsonaro; 

Vale manifestação de EX-ministros da Defesa, ex-deputados, ex-presidentes, intelectual sem renda e tudo o mais. Todos esquecem que o democrata que pretende presidir os Estados Unidos - talvez consiga -  fará um governo pior do que o do Jimmy Carter = plantador de amendoins.]

É inacreditável, tão inacreditável quanto um tipo dessa natureza ter sido eleito nos Estados Unidos, ter presidido o país por quatro anos e conseguido 74 milhões de votos ao tentar a reeleição em 2020. Apesar da derrota e de Trump ter sido o primeiro presidente não reeleito desde 1992, é uma quantidade de votos incrível para um presidente tão absurdo. Ou melhor, uma pessoa tão absurda.

É um alíviomanifesto de dez ex-secretários de Defesa, em governos democratas e republicanos, defendendo o resultado eleitoral e desautorizando membros das Forças Armadas a reforçar a cruzada de Trump contra a vitória de Joe Biden: “Oficiais civis e militares que realizarem tais medidas (interferência eleitoral) podem ser punidos, incluindo de forma criminal, pelas graves consequências de suas ações em nossa república”, afirma o texto, após Trump encher o Pentágono de aliados no apagar das luzes. [o que autoriza Ex-secretários de Defesa a se manifestarem contra um presidente democraticamente eleito e em pleno exercício?
A intervenção além de descabida, é irrelevante.]

A reação a esses atos de Trump, barulhenta, serve de alerta inclusive no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro bombardeia as pesquisas que não sejam a seu favor, acusa as eleições (até a dele) de fraudulentas e faz campanha a favor da cédula de papel e contra a urna eletrônica, assim como faz a favor da cloroquina e contra as vacinas. Contra o futuro.

Bolsonaristas ameaçavam melar a eleição de 2018 se ele não vencesse, ele próprio, já vitorioso, falou em fraude e generais reforçaram a descrença em pesquisas, eleições, urnas eletrônicas, mas ex-ministros da Defesa do Brasil também já lançaram manifesto: “Qualquer apelo e estímulo às instituições armadas para a quebra da legalidade democrática – oriundos de grupos desorientados – (...) constituem afronta inaceitável ao papel constitucional de Marinha, Exército e Aeronáutica, sob a coordenação da Defesa.”

Também já se uniram ex-ministros de Relações Exteriores, Meio Ambiente, Educação e Cultura, rechaçando o desmanche de suas áreas. Falta a manifestação em massa de ex-ministros e autoridades da saúde por seriedade, planejamento e negociação de vacinas de diferentes procedências, seringas, agulhas e frascos. E pelo cuidado de testes jogados por aí.

Trump e Bolsonaro são negacionistas, desdenharam da “gripezinha”, combateram o isolamento social, fizeram propaganda da cloroquina e pegaram a covid-19. Analistas da cena americana atribuem a derrota de Trump muito aos erros na pandemia. Bolsonaro continua jogando, nadando, sorrindo, provocando, mas as vacinas, ou a falta delas, podem custar caro. Até agora, há 10.800 milhões de doses da Coronavac, que nem sequer pediu registro na Anvisa. Há também acertos do Ministério da Saúde com a vacina Oxford/Astrazeneca, que está no mesmo pé. E, de repente, há uma corrida por míseros dois milhões de doses dessa vacina, mas produzidas na Índia. A impressão é que, para o Planalto, basta uma dose, uma só, para ser aplicada, fotografada e filmada antes da “vacina do Doria”.[quando a vacina do Doria chega? ou pelo menos quando o registro será solicitado (pedido devidamente fundamentado)?]

No centro do furacão está um general da ativa, pronto para virar bode expiatório, mas a lambança na pandemia, particularmente na vacina, pode custar caro em 2022, como custou a Trump em 2020. E não adianta jogar a culpa em “fraude” e em urna eletrônica, nem tentar “arranjar” na marra uns votos a mais. Os militares podem até ser coniventes com Bolsonaro e Eduardo Pazuello, mas a democracia não funciona só nos EUA. [qual democracia? a mais citada, cujos princípios só são válidos quando contrários ao presidente Bolsonaro? ou uma democracia isenta, verdadeiramente democrática?]   Aqui também.

 Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo

 

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Normalizaram o absurdo - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Estão brincando com fogo. Esticaram demais a corda. Aqueles que acusam os bolsonaristas de ameaça à democracia são os
primeiros a esgarçar o tecido institucional

O ministro Paulo Guedes concedeu uma entrevista recentemente em que revelou uma trama golpista contra o presidente Bolsonaro. Já era conhecida uma ligação que o governador de São Paulo, João Doria, teria feito ao ministro recomendando que ele saísse do governo para salvar sua biografia. Mas Guedes acrescentou informações novas e gravíssimas. “Houve, sim, um movimento para desestabilizar o governo. Não é mais ou menos, não. Tinha cronograma. Em 60 dias iriam fazer o impeachment. Tinha gente da Justiça, tinha o Rodrigo Maia, tinha governadores envolvidos.”

“Conseguimos desmontar o conflito ouvindo cada um deles. O ministro Gilmar Mendes, por exemplo, sugeriu que o governo deveria dar um sinal, caso estivesse realmente interessado em pacificar as relações. A demissão do Weintraub foi uma sinalização”, afirmou o ministro. Isso é da maior importância. O ex-ministro Abraham Weintraub, como ficou claro naquela fatídica reunião ministerial que veio a público por decisão do então ministro Celso de Mello, havia chamado os ministros do STF de “vagabundos” e desejava enfrentá-los. A “pacificação”, pelo visto, ocorreu com a corda arrebentando do lado mais fraco.

Weintraub foi demitido, [no popular é o que se chama 'caiu para cima'.] recebeu como prêmio de consolação um cargo no Banco Mundial e saiu do país. Isso não é “pacificação”, mas uma clara derrota do núcleo “ideológico” do governo, ou seja, aquele sem disposição para contemporizar com golpistas. Tanto se falava de ameaça à democracia vindo de Bolsonaro, e acabou que a trama era fomentada por outro grupo, um que envolve governador tucano, deputados democratas e até ministros do Supremo, que abrem inquéritos ilegais para perseguir críticos e mandam prender jornalistas sem indício de crime tipificado no Código Penal.

De guardião da Constituição, o STF virou seu maior algoz, e por pouco não aprova outro golpe escancarado: o direito de reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para a Câmara e o Senado, respectivamente. Foram cinco votos a favor da aberta inconstitucionalidade, e nos bastidores se diz que houve “traição” de alguns ministros após enorme repercussão negativa da tramoia em curso. Maia passou, então, a subir bastante o tom tanto contra Guedes como contra Bolsonaro, sempre com o apoio velado da mídia, que o trata como uma espécie de estadista, não como o Botafogo das planilhas de propina da Odebrecht.

Após as revelações gravíssimas feitas por Guedes, houve um ensurdecedor silêncio dos órgãos de imprensa em geral. Não deram muita trela. Repercutiram um pouco e bola para a frente, vida que segue, próxima pauta. Foi como se o ministro não tivesse exposto uma conspiração contra o povo, contra quase 60 milhões de eleitores que deram a vitória a Bolsonaro. As perguntas vêm imediatamente à mente: 
- vão todos fingir que o ministro não disse que tentaram um golpe contra Bolsonaro, incluindo o STF? 
Até o próprio presidente vai se calar? 
O sistema já o engoliu a esse ponto? 
São todos reféns dos conspiradores do establishment?
 
Martin Luther King, o grande ativista dos direitos civis, dizia que não era o grito dos maus que o preocupava, mas sim o silêncio dos bons. Edmund Burke, muito antes, fazia alerta similar ao constatar que, para o triunfo do mal, tudo que é necessário é que os homens de bem nada façam. Essa normalização do absurdo é que realmente assusta. Perder a capacidade de se espantar e se indignar é tudo o que os autoritários mais desejam na vida. Tem-se, assim, um povo de cordeiros dóceis, prontos para a submissão plena. Entre cordeiros e lobos, só resta a esperança de pastores para proteger uns dos outros. Se eles se calam, já era.

Essa pandemia expôs os que realmente demonstram ambição desmedida pelo poder. Governadores e prefeitos resolveram tomar decisões arbitrárias, inconstitucionais e abusivas, sempre em nome da ciência e do interesse coletivo. O Supremo resolveu que a vacina pode ser obrigatória, com sanções e restrições aos que se recusarem a ser cobaias num processo abreviado sem o devido conhecimento dos riscos envolvidos. A cada nova rodada de abuso arbitrário, mais gente percebe o que está em jogo: nossa própria liberdade. Mas muitos já sucumbiram, ou por décadas de doutrinação ideológica que nos ensina a aceitar o paternalismo estatal calados, ou por descrença na possibilidade de reação.

Mas Búzios mostrou que há um limite. O balneário no Rio de Janeiro viu com espanto uma decisão “científica” de um juiz determinando que pousadas e hotéis fossem fechados e os turistas saíssem da cidade em até 72 horas. Seria o caos para um lugar que vive do turismo. O povo local se revoltou, saiu às ruas para protestar, lutar por seus direitos, e conseguiu reverter a decisão. Enquanto isso acontecia, a hashtag #UcranizaBrasil foi para o topo de tendência do Twitter. Trata-se de uma referência ao episódio ocorrido na Ucrânia quando o povo tomou as ruas para defender sua soberania nacional. O documentário Winter on Fire, da Netflix, retrata de forma emocionante o que se passou ali.

Estão brincando com fogo. Esticaram demais a corda. Aqueles que acusam os bolsonaristas de ameaça à democracia são os primeiros a esgarçar o tecido institucional. Os mesmos que repetem que o presidente só pensa em reeleição não param de pensar em 2022. Quem reclama da politização da pandemia tende a ser aquele que mais politizou tudo desde o começo, transformando a vacina chinesa em peça de propaganda e marketing pessoal. É a velha tática leninista: acusar o adversário daquilo que você mesmo faz.

No mesmo dia em que Paulo Guedes jogou no ventilador a articulação golpista de tucanos, democratas e ministros do STF, o deputado Kim Kataguiri, do DEM, subiu no púlpito do Congresso para acusar o presidente de “vagabundo, quadrilheiro e corrupto”. Seria cortina de fumaça? Não, deve ser só coincidência, claro…

É época de Natal, e eu lamento pelo tom desta coluna. Adoraria focar coisas mais elevadas, mas o risco que corremos não é trivial. Cristo precisou morrer na cruz para renascer como salvação para a humanidade. No pain, no gain”, dizem os norte-americanos. Nada que é valioso nesta vida costuma vir fácil, de mão beijada. Se o povo brasileiro realmente deseja ser livre e viver numa democracia, então terá de fazer por onde. A paralisação diante do abuso é um convite a mais medidas ousadas e inconstitucionais. Reagir é preciso. Resistir é necessário. Caso contrário, a realidade argentina está aí para nos mostrar o passo intermediário antes do destino final: a Venezuela.

Rodrigo Constantino, jornalista - Revista Oeste

 

sábado, 25 de julho de 2020

Roberto Jefferson usa conta da filha após ser excluído do Twitter: ‘Alexandre, não temo sua tirania’

Assim como aconteceu com vários usuários bolsonaristas do Twitter, o perfil do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) também foi suspenso. Com isso, o político usou a conta da sua filha e pré-candidata à prefeitura do Rio de Janeiro para tuitar nesta sexta-feira (24).

Jefferson foi um dos atingidos pela determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Morais.
O ex-deputado mudou o nome do Twitter da filha de Cristiane para “Roberto Jefferson censurado”.
“Amigos aqui é Roberto Jefferson. Entrei na conta da minha filha para agradecer a todos pelo apoio. Em breve estaremos juntos novamente! Alexandre, não temo sua tirania”, publicou.


Além de Roberto, outras contas de políticos, ativistas, blogueiros e empresários tiveram suas contas suspensas da rede social. Ao todo, no Twitter foram 17 perfis.Em comunicado, Facebook e Twitter afirmaram que a medida foi tomada por conta da decisão judicial do STF.

IstoÉ - Redação


domingo, 14 de junho de 2020

A Constituição como inimiga - Editorial - O Estado de S. Paulo

No devaneio ditatorial que os camisas pardas bolsonaristas acalentam, não há verdade senão aquela “revelada” por seu líder.

Impressiona a quantidade de vezes que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tiveram que explicar ao presidente Jair Bolsonaro aspectos básicos da Constituição - aquela mesma que ele jurou respeitar ao tomar posse, mas que, dia e noite, trata de desvirtuar. Na hipótese de que seja apenas ignorância, é espantoso que um político que passou três décadas no Congresso e hoje é a autoridade executiva máxima da República demonstre desconhecimento tão profundo do texto constitucional.

O presidente, por exemplo, já declarou que qualquer dos Poderes” pode “pedir às Forças Armadas que intervenham para restabelecer a ordem no Brasil”. 
Fazia referência ao artigo 142 da Constituição, que, na exótica interpretação de Bolsonaro, lhe permitiria convocar as Forças Armadas para intervir em crises e também para atuar como uma espécie de “Poder Moderador” quando há conflito entre Poderes.
"Constituição Federal
CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.
[a Lei Complementar nº 97, foi elaborada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República para atender ao determinado no parágrafo primeiro do artigo 142 da Constituição Federal.
Foi promulgada durante o governo FHC que nunca foi considerado antidemocrático ea LC nunca teve sua constitucionalidade contestada.]
..."
"LEI COMPLEMENTAR Nº 97, DE 9 DE JUNHO DE 1999

..........
Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas.


      Art. 1o As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
       Parágrafo único. Sem comprometimento de sua destinação constitucional, cabe também às Forças Armadas o cumprimento das atribuições subsidiárias explicitadas nesta Lei Complementar.

............
CAPÍTULO V
DO EMPREGO
        Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:
.........
§ 1o Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados.
        § 2o A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144 da Constituição Federal.
        § 3o Consideram-se esgotados os instrumentos relacionados no art. 144 da Constituição Federal quando, em determinado momento, forem eles formalmente reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal ou Estadual como indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular de sua missão constitucional."                    
O presidente repetiu em diversas ocasiões essa interpretação mesmo tendo sido alertado por especialistas e magistrados de que se tratava de uma leitura estapafúrdia da Constituição. Isso enseja uma outra hipótese: a de que Bolsonaro sabe muito bem o que está fazendo, ou seja, trata de confundir a opinião pública e, em meio a um “debate” constitucional sem sentido, dar verniz de legitimidade a seus propósitos autoritários. Ao mesmo tempo, tenta enredar as Forças Armadas em seu projeto de poder, com o objetivo óbvio de intimidar os opositores.

É por esse motivo que são tão importantes manifestações cristalinas como a do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, a propósito da absurda interpretação bolsonarista sobre o papel das Forças Armadas. “As Forças Armadas sabem muito bem que o artigo 142 não lhes dá (qualidade) de Poder Moderador. Tenho certeza de que as Forças Armadas são instituições de Estado que servem ao povo brasileiro, não são instituições de governo”, disse o ministro Toffoli. 

[Salvo improvável engano, três ministros do STF se manifestaram sobre o assunto - em situações diferentes, dias distintos, sendo que nenhuma delas foi confirmada pelo plenário da Suprema Corte.
Os autores das manifestações foram:   Dias Toffoli, o ministro Barroso,  e o ministro Fux - este autor da manifestação mais recente e por ele submetida ao Pleno da Corte Suprema.]

Sendo o Supremo o intérprete final da Constituição, pode-se dizer que o caso está encerrado, mas tudo indica que Bolsonaro insistirá em sua exegese ardilosa do artigo 142. Afinal, seu objetivo é fazer suas mentiras se transformarem em verdades apenas pelo mecanismo da repetição incessante, a despeito - e muitas vezes à revelia - da realidade. O presidente usa essa estratégia tipicamente totalitária ao insistir também que “o Supremo Tribunal Federal decidiu que governadores e prefeitos é que são responsáveis por essa política (de impor a quarentena contra a pandemia de covid-19), inclusive isolamento”, razão pela qual ele diz que não pode ser responsabilizado nem pelas mortes nem pela crise. “Não queiram colocar no meu colo”, disse Bolsonaro, numa frase que já se tornou padrão em um governo que não assume responsabilidade por nada.

Parece inútil explicar ao presidente, como já se fez diversas vezes, que em nenhum momento o Supremo atribuiu a Estados e municípios competência exclusiva para lidar com a pandemia. O STF, ao contrário, decidiu que União, Estados e municípios têm “competência concorrente” - isto é, todos os entes da Federação têm de agir para enfrentar a crise, em seus diversos aspectos, “preservada a atribuição de cada esfera de governo”.

O que Bolsonaro queria, na verdade, era ter poder para ordenar a Estados e municípios que ignorassem a pandemia e mantivessem a economia em funcionamento, atropelando não apenas as recomendações sanitárias, mas principalmente o princípio federativo gravado na Constituição. Como teve seu intento autoritário mais uma vez frustrado pelo Supremo, tratou de investir na versão fantasiosa segundo a qual é o Judiciário que o impede de tomar as medidas necessárias para o que o País “volte à normalidade”.

No devaneio ditatorial que os camisas pardas bolsonaristas acalentam, não há verdade senão aquela “revelada” por seu líder. Não à toa, já houve até um ministro de Bolsonaro que demandou a prisão de ministros do Supremo, já que estes ousaram contestar a “verdade” do chefe confrontando-a com a Constituição. Assim, na sua busca por um inimigo objetivo, que todo movimento totalitário requer, o bolsonarismo já encontrou o seu: é a própria Constituição, que reflete não a vontade de seu líder, mas o esforço coletivo de construção de um regime genuinamente democrático.

Editorial - O Estado de S. Paulo