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terça-feira, 7 de agosto de 2018

General Mourão praticou crime de racismo. É o que está na Lei 7.716. Compatível com titular da chapa, que pesa ‘afrodescendente’ em arrobas

Começou bem! Esse foi o primeiro evento público de que o vice de Bolsonaro participou já na condição de vice de Jair Bolsonaro, o candidato que, em um evento no Rio, referiu-se à população quilombola nestes termos: “O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais”.
["Arroba é uma antiga unidade de massa usada em Portugal, no Brasil e no Sistema imperial de medidas; de massa e volume usadas na Espanha e na América Latina hispânica."
Dizer que um cidadão que pesa 150kg, pesa dez arrobas ou  3/20 de uma tonelada, expressa o peso com precisão e sem caráter ofensivo, visto que uma equivale a  15 kg e uma tonelada a 1.000kg?
Onde fazer uso de tais unidades de massa, configura discriminação ou preconceito?
 
Por essa afirmação, a Procuradoria-Geral da República apresentou contra ele no Supremo uma denúncia por racismo, da qual o candidato tenta se livrar afirmando que sua mulher tem ascendência negra e que seu sogro carrega no apelido a palavra “negão”.  E daí? O racismo, ainda que negros contra negros — ou contra brancos — é inadmissível, como é o antissemitismo, ainda que venha a ser praticado por judeus. Afirmar, como faz o general Mourão, que a malandragem é intrínseca a negro, como a indolência, ao indígena não ofende um negro ou um índio em particular, mas todos os negros e todos os índios. Não há justificativa aceitável para isso.

Mas o general praticou crime de “racismo”? Bem, basta ver o que dispõe a Lei 7.716, de 1989. Para que tal crime se configure, não é preciso que alguém tenha tido um direito seu subtraído em razão de sua origem ou cor de pele. O Artigo 20 é claro: “Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional:
Pena: reclusão de um a três anos e multa”

Afirmar que as dificuldades do Brasil decorrem da indolência dos índios e da malandragem dos africanos serve ou não como “incitação à discriminação ou preconceito de raça”? A resposta me parece óbvia. Que importa que ele tenha atacado também os brancos portugueses, que nos teriam legado o amor por privilégios?
  Continua aqui

Blog do Reinaldo Azevedo
 


quarta-feira, 13 de junho de 2018

Paulo Henrique Amorim é condenado em caso de racismo contra Heraldo Pereira

De acordo com informações do colunista Flávio Ricco, do UOL, a ação penal movida pelo jornalista Heraldo Pereira contra Paulo Henrique Amorim chegou ao fim. A condenação de Paulo Henrique Amorim a pena de 1 ano e 8 meses em regime aberto mais multa por prática de injúria racial foi mantida. A decisão foi feita sob a relatoria do ministro Luis Roberto Barroso, seguido por unanimidade da Primeira Turma do STF.

O caso de injúria racial é imprescritível e inafiançável e não há possibilidade de novo recurso.  O motivo da condenação se deve por uma publicação feita por Amorim em 2009. No site ‘Conversa Afiada’ ele afirmou que Heraldo Pereira era um “negro de alma branca” e “não conseguiu revelar nenhum atributo para fazer tanto sucesso, além de ser negro e de origem humilde”.

IstoÉ 
 

sábado, 9 de junho de 2018

Negro e jovem, o estudante Pedro Paulo Silva está marcado para morrer, segundo as estatísticas

Negro, jovem e com o sobrenome mais frequente no Brasil, o estudante Pedro Paulo Silva está marcado para morrer, de acordo com as estatísticas dos homicídios crescentes 

O estudante universitário Pedro Paulo dos Santos da Silva, de 22 anos, convive com a violência desde a infância. Negro e morador do Jacarezinho, comunidade na Zona Norte do Rio de Janeiro e um dos mais antigos redutos do crime organizado na cidade, ele se lembra de ter deparado com a morte pela primeira vez aos 7 anos, na escola de ensino fundamental. “O Gabriel, um colega poucos anos mais velho que eu, foi morto”, contou.
A morte, os tiros e as armas são parte do cotidiano de grande parcela dos jovens brasileiros. Dados do Atlas da violência 2018, divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que os homicídios são a causa de mais da metade das mortes de homens jovens no país. Só em 2016 houve 33.580 jovens de 15 a 29 anos assassinados. Isso representa um dado alarmante: a cada 1.000 brasileiros nessa faixa etária, cerca de três serão mortos antes dos 30 anos.
 Ações policiais na favela do Jacarezinho são constantes. Os moradores convivem com medo de balas perdidas, do tráfico e da polícia (Foto: COELHO/FRAMEPHOTO/AGÊNCIA O GLOBO)

Só quando entrou na faculdade de relações internacionais Silva passou a entender o componente racista da violência que marca seu cotidiano. Isso não significa que ele não desenvolvia estratégias para sobreviver mesmo antes disso. “Desde muito novo aprendi a sempre andar com a carteira de identidade no bolso, até para comprar pão”, exemplificou.
Só na rua onde mora, perto da Quadra do Mosquito, Silva viu dois vizinhos ser assassinados. O Jacarezinho tem cerca de 90 mil moradores.  No Brasil, mais de 70% das vítimas de homicídios são negros. Enquanto para eles a taxa de letalidade subiu 23,1% entre 2006 e 2016 — chegando a 40,2 mortes a cada 100 mil habitantes —, nos demais grupos houve queda de 6,8% nesse índice, que é de 16 mortes a cada 100 mil habitantes.
Quando questionado sobre quantas vezes achou que poderia ser morto, Silva, que hoje trabalha no Observatório da Intervenção, projeto da Universidade Candido Mendes que monitora as ações das Forças Armadas no Rio, ironizou: “Quantas horas você tem para ouvir?”. Mas, ao se lembrar da ameaça mais recente, o bom humor desaparece. [Narrou dias de pânico vividos pelos moradores do Jacarezinho em agosto de 2017. A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), grupo de elite da Polícia Civil, fez operações na favela por sete dias seguidos. Três pessoas foram mortas. Entre elas estava o verdureiro Sebastião Sabino da Silva, de 46 anos, de quem o estudante costumava comprar frutas e verduras cotidianamente. Após as ações da Polícia Civil, o Exército participou de uma incursão na comunidade.

Desavisado, Silva deixou sua casa ainda antes do amanhecer para ir à faculdade. Viu os primeiros fogos de artifício que antecipavam a ação e decidiu mudar de rota, fazendo um caminho mais longo — porém geralmente mais seguro até o bairro de Maria da Graça, onde pegaria o metrô. “O dia estava chuvoso, e eu estava com o guarda-chuva na mão. Estava muito escuro. Quando saí de um beco, dei de cara com um soldado com o fuzil apontado para mim, a poucos metros de distância”, contou. [convenhamos: portar um guarda chuva, fechado, de madrugada, em uma favela, no escuro e durante uma ação policial, é desejar virar notícia.]  O soldado o mandou parar, mas Pedro Paulo não entendeu o primeiro comando. Só conseguiu compreender a situação quando estava cara a cara com o militar. “Se eu estivesse ouvindo música, por exemplo, provavelmente hoje estaria morto”, disse. Pedro Paulo nunca mais usou fones de ouvido ao andar no Jacarezinho, onde um guarda-chuva pode ser confundido facilmente com um fuzil.

Época   

sábado, 14 de janeiro de 2017

Triste final feliz

A economia americana engasgou com as prendas estatais do presidente bonzinho, e as urnas mandaram a conta

Donald Trump ainda não estreou, mas o pranto desesperado de Hollywood em memória de Barack Obama já é o Oscar de melhor comédia.  Não se sabe ao certo o que o agente laranja vai aprontar no poder. O que se sabe e se viu foram os lábios trêmulos e a voz embargada de Meryl Streep defendendo um governo marqueteiro, populista e medíocre. Cada um com a sua comoção.  Hollywood acredita em Robin Hood. Ou, mais precisamente: metade quer acreditar, e metade finge que acredita.

A Meca do cinema conhece o poder de uma lenda — tudo está bem se acaba bem (com bons personagens e muita emoção). Foi assim que alguns astros hollywoodianos ungiram Hugo Chávez e Nicolás Maduro como heróis dos pobres sul-americanos. O sangue derramado, a liberdade ceifada e a devastação econômica não entraram no filme. Não devem ter cabido no roteiro.  A lenda de Obama começa com um final feliz. Coisa de gênio, sem precedentes. No que pôs os pés na Casa Branca, o presidente foi agraciado com o Nobel da Paz — o primeiro Nobel pré-datado da história.

Quem haveria de contestar a escolha, diante do sorriso largo, da elegância e do alto astral do primeiro presidente negro dos EUA, exorcizando a carranca do Bush?  O problema de uma história que começa com final feliz é você ter que assistir ao resto de olhos fechados, para não estragar. Foi o que fez a claque mundial de Barack Obama nos oito anos que faltavam.
Os críticos dizem que foi um governo desastroso. Inocentes — não sabem o que é uma temporada com o Partido dos Trabalhadores.

O Partido Democrata fez um governo medíocre, recostado à sombra do mito. E para corresponder à mitologia, aumentou alegremente as taxações e a dívida pública (100%), porque é assim que faz um Robin Hood.  A diferença é que na vida real há uma floresta de burocratas no caminho, engordando com o dinheiro dos pobres. Uma Sherwood estatal.

Esse populismo perdulário, de verniz progressista, ancorado num líder identificado com os menos favorecidos receita conhecida dos brasileiros — costuma ser muito saudável para quem está no poder. O problema é o bolso do eleitor, que não se comove com presidente fanfarrão, canastrão ou chorão. As caras e bocas de Obama devem ter enchido os olhos de Meryl Streep — mas, quando esvaziam o bolso do contribuinte, não tem jeito. A economia americana engasgou com as prendas estatais do presidente bonzinho, e as urnas mandaram a conta.  Só que a lenda está a salvo disso tudo, e a claque não se entrega — como foi visto na histórica cerimônia do Globo de Ouro.

O transtorno da elite cultural americana é tal, que os bombardeios de Obama ficam parecendo chuva de pétalas — mesmo quando destroem um hospital. Um cara tão gente boa não pode ser um dos presidentes que mais agiram contra as investigações da imprensa no país — e claro que o megaesquema de espionagem do caso NSA foi sem querer. Barack é do bem.  Dizem que Donald Trump vai provocar uma guerra mundial. É o chilique com efeitos especiais. Mas se isso acontecer, se o planeta virar mesmo um cogumelo, a claque do Obama estará de parabéns. Graças a ela, aos patrulheiros das boas maneiras ideológicas, aos gigolôs da virtude, enfim, a toda essa gente legal que vive de industrializar a piedade, o bufão alaranjado emergiu. Ele é a resposta dos mortais à ditadura dos coitados.

Só um caminhão de demagogia sobre imigrantes, impondo o falso dilema da xenofobia, poderia transformar um muro em protagonista eleitoral na maior democracia do mundo.
Xenófobos são sempre retrógrados — a civilização foi feita de migrações. Mas imigrantes e refugiados ganharam passaporte diplomático no mundo da lua dos demagogos, onde sempre cabe mais um.  Demagogia atrai demagogia — em igual intensidade e sentido contrário. Aí veio o troco do agente laranja, e agora Meryl Streep está fingindo que a escolha dos americanos discrimina Hollywood. É de morrer de pena.

É duro ver artistas esplendorosos fazendo papel de tolos com cara de revolucionários. Resta aos fãs fazer como eles: fechar os olhos para não estragar a história. E resta ao mundo parar de mimar os coitados profissionais. Eles custam caro. Obama se despediu repetindo o “Yes, we can”. Não, companheiro. Não podemos mais viver de slogans espertos e governantes débeis.  A paz mundial não avançou um milímetro enquanto o Nobel pré-datado engatinhava em seu gabinete, entre outras gracinhas ensaiadas. A Faixa de Gaza e o Estado Islâmico não têm a menor sensibilidade para as atrações da Disney.  Obama disse que Lula era o cara. A Lava-Jato provou que era mesmo. Cada um com sua lenda. E você com a conta. Mas não fique aí parado. Faça como a Meryl: chore.

Fonte: Guilherme Fiuza, O Globo

 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Juiz sugere que negro assassino seja enforcado em árvore

Diante da polêmica causada, Oakley pediu desculpas por sua publicação e reconheceu que tinha sido "infeliz"

O juiz do condado de Burnet, no Texas (Estados Unidos), James Oakley, sugeriu através do Facebook, pendurar um homem negro preso por matar um policial no último fim de semana, na cidade de San Antonio, comentário pelo qual pediu desculpas nesta quarta-feira. “Tempo para uma árvore e uma corda” foi a mensagem, já apagada, publicada pelo magistrado na página do Facebook do Departamento de Polícia de San Antonio (Texas), onde trabalhava o detetive Benjamin Marconi, assassinado no último dia 20.

O comentário aconteceu depois que Otis Tyrone McKane foi preso na última segunda-feira, acusado do crime. Diante da polêmica causada, Oakley pediu desculpas por sua publicação e reconheceu que tinha sido “infeliz” em suas palavras, mas negou que tivessem conteúdos racistas. Em declarações à imprensa local, o juiz afirmou que não era sua intenção ofender ninguém e ironizou a respeito, assegurando que o problema talvez foi “haver visto muitos westerns quando era pequeno”.

Além disso, James Oakley tentou se dissociar o assunto em comunicado, lembrando que suas funções são de juiz administrativo e, que portanto, nunca presidirá um tribunal penal. O detetive Marconi, de 50 anos, estava no último domingo em seu veículo redigindo uma multa quando outro automóvel parou atrás dele. Em seguida, o motorista, que seria McKane, saiu do automóvel, se aproximou da janela lateral da viatura policial e disparou na cabeça do agente que tinha mais de 20 anos de carreira e morreu no hospital. [necessário lembrar que nos países que aplicam pena de morte é praxe que haja uma relação entre o tipo de crime, a forma como foi praticado e a forma de execução do assassino.
A forca e o garrote estão entre as formas de execução mais utilizadas na punição a autores de crimes hediondos, covardes.
Pela versão apresentada McKane agiu de forma extremamente covarde e, por óbvio, não merece a pena de fuzilamento, forma de execução para crimes, digamos, mais aceitáveis.
Registre-se que nos dias atuais as formas de execução mais cotadas são a injeção letal e a cadeira elétrica.]

Fonte: Agência EFE


 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Racismo de esquerda?



A esquerda costuma tratar como capitão-do-mato todo negro que se opõe a ela. Já aconteceu com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa – o carrasco dos mensaleiros – e agora com o professor Paulo Cruz, que contestou a cantora Daniela Mercury, para quem a redução da idade penal é um “extermínio dos negros” (sic).

Para o progressista de plantão, os negros são seus aliados naturais e ele busca neles o apoio moral para suas teses. A cor da pele do interlocutor, contudo, é usada contra ele quando este se revela um opositor dos dogmas da esquerda. É interessante notar que o progressista vive a dizer que a cor da pele não importa, mas a verdade é que a cor da pele dos outros nunca lhe passa desapercebida.

O progressista padrão é dotado de um radar que tenta identificar em poucos segundos a cor da pele, a classe social e a opção sexual do interlocutor. A lógica binária das mentes progressistas impede que seus portadores saibam lidar com a diversidade. Negros conservadores como Thomas Sowell e homossexuais de direita como Clodovil são anomalias no mundo preto-e-branco dos progressistas.

A esquerda não permite que negros divirjam dela. E entende que a cor da pele de todo indivíduo é sua jaula ideológica. É negro? Tem que ser de esquerda!  Por isso o jovem negro Fernando Holiday foi brutalmente ofendido. A esquerda reduz o indivíduo a sua cor de pele e faz dela a sua jaula ideológica. Holiday é negro? Não pode ser de direita. 

O progressista pensa que os negros são vulneráveis e que devemos tratá-los com a gentileza discriminatória que dispensamos às crianças. E não importa o que os negros pensem a respeito: nenhuma criança sabe o que é melhor para si mesma.

É por isso que podemos testemunhar situações bizarras como o “diálogo” impetuoso entre Daniela Mercury e um negro para quem a redução da idade penal não significa o encarceramento em massa de negros.  Na tentativa de afirmar sua superioridade moral, a cantora partiu para a hipérbole política e afirmou que reduzir a idade penal é coisa de quem quer “exterminar negros e pobres”.

Ao reduzir toda a problemática da idade penal a uma forçada associação com negros e pobres, Mercury deixa subentendido o que ela realmente pensa dos negros e pobres.  Paulo Cruz, um negro, contestou a frase absurda de Daniela Mercury, recebeu um evasivo “me respeite” e ficou falando sozinho.

Pouco depois, um perfil de fãs da cantora conclamou os “mercuryanos” a denunciar o perfil de Paulo! Qual seria o conteúdo da denúncia? “Ele é negro, mas não é de esquerda”?
Preconceituoso prafrentex

A necessidade imperiosa de bancar o cafetão das minorias – para usar a brilhante expressão de Alexandre Borges – faz o progressista negar o fato de que negros, homossexuais e pobres não são obrigador a assumir determinada visão de mundo por causa da sua cor, opção sexual ou origem social. O progressista é um preconceituoso politicamente correto.

Isso me faz refletir: será que existe um racismo de esquerda? Politicamente correto?  A tentativa da esquerda de associar a redução da idade penal aos negros esconde uma premissa…racista. Ora, existem muitos negros e pobres no Brasil, mas apenas uma minoria deles comete crimes, acreditem ou não os esquerdistas.

Aliás, não são “os negros” que vão para a cadeia; são os criminosos, sejam eles negros, brancos, asiáticos ou coloridos. O que sei é que os supostos defensores de minorias não têm mandato para falar em nome daqueles que supostamente representam. Falam apenas em nome de sua ideologia.

E sei que associar a redução da idade penal à hipótese de encarceramento em massa de negros é um preconceito às avessas. É feio ter que repetir isso para progressistas, mas vamos lá: galerinha prafrentex, os negros não são bandidos em potencial. Por favor, aceitem isso.

Thiago Cortês é jornalista - Publicado na Reaçonaria.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Cotas raciais

Como de costume, indignado em uma aula de sociologia, (não me envergonho em falar que sou apenas um estudante do primeiro ano do curso de Direito), a qual, em um certo momento, iniciou-se uma discussão de ideias em relação às cotas raciais (em foco, a negra). Eu, como minoria, desacreditando da prioridade em que a professora dava ao sistema de cotas raciais, decidi pesquisar a fundo e entender o porquê dessa necessidade. Ainda não entendi.

A meu ver, quando se beneficia uma pessoa pela sua característica racial, não é prioriza-la, mas sim inferioriza-la e ainda expressar com olhos e dentes que um negro (principalmente), não tem a capacidade de conquistar seus determinados objetivos.
O passado do negro foi cruel e ao mesmo tempo desumano, porém, continua-se a distinguir o negro dos brancos, e, contudo, a escraviza-lo, não mais fisicamente, mas socialmente. Está claro que, enquanto houver barreiras que separem, um homem de pelé clara e um homem de pelé escura, continuará havendo como já há, a distinção.
“Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pelé”. Martin Luther King,
Martin Luther King, este que no momento se repugna em seu leito, pois vê todo o processo pelo qual lutou bravamente, retroceder, melhor, que não pode mais ver, mas que deixa suas doutrinas a entenderem, que o mesmo lutou por igualdade, e não prioridade.

Brevemente, nota-se uma contradição na Constituição Federal
:
Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
A questão que não desinfeta é, por que um negro, um ser humano, racionalmente igualitário a todos os outros precisa de cotas?  

Dê-me um motivo, sem enxergá-lo como um incapacitado, e me convencerá.

Bruno Tambosi  18 anos. Estudante de Direito. Atualmente, tentando compreender o universo jurídico.
Jus Brasil

sábado, 21 de março de 2015

A crise é o PT! Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois?

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade

Diz-se que uma foto vale mais que mil palavras – e um símbolo mais que mil fotos. Uma das primeiras providências que Lula tomou, ao chegar à Presidência da República, foi mandar recortar na grama do jardim do Palácio da Alvorada uma imensa estrela do PT e pintá-la de vermelho.

Estavam ali simbolizados os valores que pautariam os sucessivos governos petistas. Governo e partido – pior: Estado e partido – passaram a ser uma coisa só, numa linha de raciocínio segundo a qual o que é bom para o PT é bom para o Brasil.

Portanto, apenas o PT – e ninguém mais – sabe o que é bom para o Brasil. Dentro dessa lógica, cabem todo o Mensalão, o Petrolão e outras caixas pretas ainda não vasculhadas (BNDES, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.). O PT inventou a corrupção do bem – e a defende com ódio sincero.

Ainda que a estrela ajardinada tenha sido removida semanas depois, em face das críticas que provocou, seu simbolismo mostrou-se irremovível. “O Brasil é nosso”, dizem os petistas. Lula, no recente ato da ABI, bradou que “a Petrobras é nossa” isto é, deles, que, com base nisso, a sugaram até a falência.

Num de seus inumeráveis arroubos de palanque, registrados no Youtube, Lula diz que só não descobriu o Brasil porque “não estava vivo naquela época”. Se estivesse, é o que se deduz, teria se antecipado a Pedro Álvares Cabral. Como não foi possível, joga ao lixo os 500 anos que o precederam e inaugura uma nova história. Esse sentimento de posse em relação ao país e suas instituições explica a, digamos assim, dificuldade do PT em aceitar a alternância no poder. São capazes, nas palavras da candidata Dilma Roussef, de “fazer o diabo” para ganhar as eleições. E fizeram e ganharam, mas o “diabo” mandou a conta, que aí está.

A insistência com que o PT repete que venceu as eleições sugere que ele mesmo não está convencido disso. Venceu, mas como? Mediante compromissos que não está cumprindo e não terá como cumprir. Não só: venceu por estreita margem, que, numa pesquisa, indicaria empate técnico.

Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois? De que lado estão? Dilma não parece ter entendido que, na soma total, foi eleita por uma minoria – e mesmo esta acabou frustrada pelo descumprimento das promessas eleitorais. Isso explica o fato de estar refém de vaias, manifestações e panelaços. Para se locomover, precisa acionar um vasto aparato de blindagem, que contrasta com o fato de estar no terceiro mês deste segundo mandato. O “Fora FHC”, acionado menos de um mês após a posse de Fernando Henrique - reeleito no primeiro turno, em 1999 -, não foi um grito das ruas. Foi concebido por alguns aloprados do PT, sob o comando do então governador gaúcho Tarso Genro. Não prosperou exatamente porque faltou o grito das ruas. Agora, acontece o contrário: os tucanos se opõem ao “Fora Dilma”, enquanto as ruas bradam por ele. Que governador petista se disporia às vaias de sua base e do adversário como aconteceu quinta-feira passada, em Goiânia, com o governador tucano Marcone Perillo – para defender a presidente em nome da tolerância política?

O sentimento petista de posse legítima e definitiva do país dificulta a negociação da crise. Documento interno vazado da Secretaria de Comunicação da Presidência da República recomenda que se invista nos blogs sujos aqueles pagos com dinheiro público para difamar adversários e nos “guerrilheiros” (sic) virtuais.

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade: se a notícia é boa, é jornalismo; se é ruim, é publicidade golpista. Como não noticiar dois milhões de pessoas nas ruas do país contra o governo?

O fracasso das manifestações do partido no dia 13 indica que já não manda nas ruas. O “exército do Stédile” carece de mão de obra. Não bastam sanduíche de mortadela e cachê. Sem classe média a mesma que levou o PT ao poder e hoje o abandona -, não há movimento nas ruas, não há revolução, não há nada. [retificando: na maior parte das cidades, os gatos pingados que saíram às ruas para formar o 'exército de Stédile', foram vítima da mania petista de enganar, ludibriar, roubar = pelo prazer de roubar enganam os próprios comparsas: se venderam por R$ 50, condução e um sanduba de mortadela e receberam um pão com margarina.]  
 
Marx, Lênin, Stalin, Fidel Castro, Che Guevara eram todos de classe média. É onde se produz e se põe em cena a chamada massa crítica de qualquer sociedade, à direita ou à esquerda.  A “elite branca” termo racista (e, portanto, criminoso) com que o PT busca satanizar a classe média e apostar na divisão do país é responsável pela construção do PT, que não possui (nunca possuiu) um único negro em seu comando.

Lá estão os olhos azuis de Marta Suplicy, João Pedro Stédile, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, Renato Duque, entre outros. O mesmo partido que diz ter levado 20 milhões à classe média agora a abomina e discrimina racialmente.  Um partido nutrido nas elites acadêmicas de São Paulo tem tanta legitimidade para rejeitar a “elite branca” quanto para defender a Petrobras. E o resultado de tanta contradição para não “largar o osso” (vide Cid Gomes) é que o partido não vê saída para a crise – e por um motivo simples: ele próprio é a crise.

Por: Ruy Fabiano, jornalista - O Globo 

 

 

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Defendemos a existência e uma única raça - a humana - mas, não será surpresa se for proibido no Brasil o uso do 'rótulo' negro

A falácia de uma sociedade ‘pós-racial’

Estudo demonstra as diferenças de percepção quando se aplicam os rótulos raciais ‘negro’ e ‘afro-americano’

Tudo o que quero para o Ano Novo é o banimento de qualquer coisa “pós-racial” do discurso social e político. Desde sua aparição, em 2008, para anunciar a ascensão de Barack Obama, o conceito estava equivocado. Não passa de uma lembrança distante o momento em que Obama ganhou a duramente disputada primária da Carolina do Sul e a audiência entoou “a raça não importa”. Notícias, pesquisas e estudos que surgiram na segunda metade de 2014 deixaram claro o contrário.

Os episódios fatais entre a polícia e afro-americanos desarmados, particularmente Michael Brown em Ferguson, Missouri, e Eric Garner, em Nova York, provocaram um debate nacional sobre raça e aplicação da lei. O fracasso no indiciamento dos policiais nesses dois casos levou a um diálogo sobre raça e igualdade na administração da justiça.[é dado na matéria um destaque ao fato dos agressores dos policiais estarem desarmados; só que as investigações mostraram - e o não indiciamento dos policiais confirma o acerto das conclusões apresentadas - que os elementos, mesmo supostamente desarmados, ofereciam risco aos policiais o que justificou o uso da força adequada para contê-los.
A única diferença é que se os policiais tivessem usado da mesma força contra agressores brancos não teria havido tantas críticas à ação policial.] Mas deixemos essas duas explosões, que meu colega do “Washington Post” Eugene Robinson chama de nosso “padrão espasmódico” no que se refere a raça.

Evidências de que a raça é importante estão à nossa volta, literalmente. O pessoal da Vox nos lembrou, recentemente, que uma instituição chamada Southern Poverty Law Center listou as seções ativas da Ku Klux Klan nos EUA. A News One transformou a informação num mapa interativo. O grupo racista e antissemita que se fantasia com longas roupas brancas, cruzes em fogo e tem um histórico de atos de violência está ativo em 41 dos 50 estados americanos.

Sem trocadilho, a raça colore a maneira pela qual observamos algumas questões. Uma pesquisa Post-ABC News mostra quão forte é a divisão quando se trata da aplicação da lei:
“Apenas um em dez afro-americanos diz que negros e outras minorias recebem tratamento igual aos brancos no sistema de justiça criminal. Somente dois em dez dizem confiar em que a polícia trata brancos e negros com igualdade, tenham ou não cometido um crime. Por outro lado, cerca de metade dos brancos americanos diz que as raças são tratadas com igualdade no sistema judicial, e seis em dez confiam em que a polícia trate brancos e negros da mesma forma.”[o resultado da pesquisa POST-ABC News é o esperado, tendo em conta que só foram  pesquisados afro-americanos, o que resultou em total parcialidade da enquete.]
 
A divisão não se dá apenas ao longo das linhas raciais. A pesquisa também destaca sua natureza partidária. Se você é um republicano branco, é mais provável achar que as diferentes raças são tratadas com igualdade pela polícia. Mas, se for um democrata branco, será mais inclinado a acreditar que há diferenças no tratamento. Uma coluna recente de Esther Cepeda aborda um estudo a respeito do impacto da linguagem e a percepção em relação aos afro-americanos. Impressionante, ele abre nossos olhos. O título do trabalho diz tudo: “A rose by any other name? The consequences of subtyping ‘African-Americans’ from ‘Blacks’” (algo como “Dar um nome diferente à rosa? As consequências de diferenciar ‘afro-americanos’ e ‘negros’”). As pesquisadoras Erika Hall, Katherine Phillips e Sarah Townsend fizeram quatro experiências para ver se os brancos fazem distinção entre “negros” e “afro-americanos”. Por favor, leiam o estudo. É fascinante. Mas tudo o que você precisa saber está no sumário: “Descobrimos que o rótulo racial ‘negro’ evoca uma representação mental de uma pessoa de menor status socioeconômico que o rótulo ‘afro-americano’, e que os brancos reagem mais negativamente em relação a ‘negro’. No estudo 1, mostramos que o estereótipo para ‘negro’ é mais baixo em status, competência e cordialidade. No estudo 2, brancos identificam ‘negro’ com status mais baixo em relação a ‘afro-americano’. No estudo 3, demonstramos que o uso do rótulo ‘negro’ versus ‘afro-americano’ numa notícia sobre um crime num jornal americano é associado a um tom emocional negativo no artigo. Finalmente, no estudo 4, mostramos que os brancos consideram um suspeito de cometer um crime de forma mais negativa quando ele é identificado como ‘negro’. As conclusões estabelecem a maneira como rótulos raciais podem ter consequências materiais para um grupo.”

O estudo deverá dissipar qualquer noção de que a nossa jamais será uma sociedade “pós-racial”. Antes que isso aconteça, nós teríamos que, primeiro, lidar com nossa atual sociedade racista. Mas teríamos de falar com cada um, face a face, num exercício intensamente pessoal e desconfortável. O matiz multirracial das manifestações nos EUA deu-me a esperança de que essas conversas estejam ocorrendo um pouco mais agora. Pequenos passos na estrada para a cura racial. Ainda assim, essas conversas têm de se tornar nacionais porque requerem um elemento chave que está em falta: confiança. Até que possamos ter uma conversa baseada na confiança, não daremos o passo gigantesco para uma nação “pós-racial”, em que raça não tenha importância.

Fonte: Jonathan Capehart integra a equipe de editorialistas do “Washington Post”