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terça-feira, 13 de setembro de 2022

O pior dos desvarios protagonizados pelo TSE até agora - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

A justiça eleitoral brasileira se transformou num monstro.  
Deveria ser uma repartição pública que cuida da organização das eleições e garante a honestidade das apurações, unicamente isso – como em qualquer democracia séria do mundo. 
Aqui, por força da invasão da vida política por parte do STF, e da vassalagem que o judiciário impôs aos dois outros poderes, passou a mandar na eleição.  
É uma deformação - os brasileiros foram expulsos do processo eleitoral. 
 
Ato em Brasília no 7 de setembro| Foto: TV Brasil

Quem decide tudo, hoje, são o TSE, os 27 TREs e o resto do brontossauro burocrático que passou a dar ordens aos partidos, aos candidatos e aos eleitores. 
De desvario em desvario, transformaram a campanha eleitoral de 2022 numa eleição de ditadura. 
Seu golpe mais recente foi proibir que o presidente da República mostre em seu programa de televisão as imagens das manifestações-gigante do dia Sete de Setembro em que foram comemorados os 200 anos de independência do Brasil – e nas quais possivelmente mais de 1 milhão de pessoas, em todo o país, foram às ruas prestar apoio à sua candidatura à reeleição.
 
É a pior agressão imposta até agora pelo TSE à liberdade, à igualdade e à limpeza das eleições de outubro; não há sinais de que seja a última. 
Os novos comissários-gerais da ordem política brasileira, simplesmente, decidiram que o presidente não tem o direito de mostrar, nos programas do horário político, os vídeos de manifestações públicas feitas em seu próprio favor em atenção, mais uma vez, às exigências feitas pelo candidato adversário.[amplamente divulgadas as imagens do candidato e4x-presidiário dando tapinhas no rosto do ministro, que atendendo seu pedido, proibiu a divulgação das imagens do POVO APLAUDINDO O NOSSO PRESIDENTE.]  A alegação é demente: a população foi para a praça pública festejar a independência do Brasil, e as imagens de sua maciça presença nas ruas não podem ser usadas para se fazer “propaganda eleitoral”. 
 Mas as pessoas que saíram de casa no Sete de Setembro, com bandeiras do Brasil e vestidas de verde-amarelo, foram às comemorações com a expressa e óbvia intenção de dizer que vão votar em Jair Bolsonaro para um novo mandato.  
Como, agora, proibir que se mostre isso - algo perfeitamente legal e já visto por milhões de pessoas?  
É direito constitucional dos cidadãos brasileiros votarem em quem quiserem e expressarem publicamente a sua preferência – por que, então, o TSE proíbe a exibição de imagens que comprovam a existência de multidões dispostas a votar no presidente?

Mas as pessoas que saíram de casa no Sete de Setembro, com bandeiras do Brasil e vestidas de verde-amarelo, foram às comemorações com a expressa e óbvia intenção de dizer que vão votar em Jair Bolsonaro para um novo mandato

A mesma justiça eleitoral, no tempo do regime militar, não deixava os candidatos dizerem nada no programa político da televisão; só podiam mostrar um retratinho de si próprios, dentro dos exatos centímetros e milímetros fixados pelas autoridades, mais o seu número e partido, e fim de conversa. 
O povo não tinha nada de ficar sabendo o que o candidato tinha a dizer – como TSE de hoje acha que o povo não tem nada de ficar olhando para imagens que os comissários não gostam. No regime militar, ao menos, havia mais igualdade – o retratinho era igual para todo mundo. 
Hoje só o presidente é proibido de fazer isso e aquilo, e mais isso e mais aquilo; a cada cinco minutos os advogados do seu principal, ou único competidor, exigem que Bolsonaro se cale, enquanto ele próprio continua dizendo e mostrando tudo o que quer, com a plena aprovação do TSE. 
Neste último episódio, lembram os métodos da antiga ditadura comunista da Rússia, que mandava apagar todas as imagens que não aprovava – apagar fisicamente, raspando fotografias e filmes. Agora, estão apagando imagens que todo mundo já viu.

O ex-presidente Lula, num dos mais rancorosos insultos que já dirigiu à toda a população brasileira que não vota nele, disse que as manifestações do Sete de Setembro pareciam uma reunião da Ku Klux Klan, a sociedade secreta que se tornou símbolo mundial do racismo. O ministro Luís Roberto Barroso, por sua vez, disse que a presença do povo na rua serviria para se calcular quantos fascistas existem no Brasil; o apoio ao presidente, para ele, é um crime político.  

Das ofensas, agora, passa-se à pior das hipocrisias. Se tudo não passou de uma reunião racista de fascistas da KKK, porque toda a ânsia enraivecida, então, em proibir que esse fracasso da candidatura Bolsonaro apareça no programa eleitoral? 
Porque esconder algo que, segundo a candidatura Lula, deu errado para o adversário? 
Se deu errado, e é coisa do mal, a manifestação em seu favor teria de ser exibida ao máximo, não é mesmo? É claro que não se trata de nada disso. Lula, que não consegue juntar ninguém a seu favor para uma demonstração de massas, quer esconder o sucesso do presidente no Sete de Setembro – e o TSE, ao aceitar essa nova imposição, parece fazer mais um esforço para dar a impressão de que não vai agir com limpeza na eleição de outubro.
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

sábado, 10 de setembro de 2022

Atenção... EXTRA !!! -Tite convoca Lula




 
@BlendaYanez22
 
[Ele cometeu crime de racismo - só que ele foi condenado pela prática de crimes graves, com sentenças confirmadas em três instâncias e por nove juízes diferentes, mesmo assim, foi descondenado - não foi inocentado - por erro de     CEP. ]
 

domingo, 24 de julho de 2022

Lei de Cotas nas universidades tem de ser renovada - Editorial - O Globo

Opinião/Editorial

Em agosto, dez anos depois de aprovada, expira a lei que estabeleceu cotas para ingresso nas universidades e institutos federais, reservando 50% das vagas a alunos de escolas públicas (metade delas aos de famílias com renda de até 1,5 salário mínimo per capita). 
Ela instaurou ainda outro filtro: pretos, pardos, indígenas e deficientes passaram a ter, entre esses cotistas, uma fatia proporcional à participação na população. Antes de 2012, já havia políticas de ação afirmativa em diversos formatos. Ao disseminar a prática no país, a Lei de Cotas foi um marco. Agora, será missão do Congresso avaliar seus resultados — e já tramita um projeto que posterga a expiração da lei. [COMENTÁRIO: fazemos questão de iniciar o presente comentário registrando, declarando, QUE NÃO SOMOS RACISTAS, o Blog Prontidão Total não é racista e que nossa posição contrária ao sistema de cotas, não apenas as raciais mas contra qualquer tipo de cotas,  com raras exceções, é por ser nosso entendimento que o MÉRITO, a MERITOCRACIA, deve prevalecer, ressalvando situações excepcionais.
Além da necessidade e justiça da utilização do MÉRITO como regra geral, o 'caput' do artigo 5º da Carta Magna, em plena vigência,  transcrito no inicio do Post,  determina que todos são iguais perante a lei e proíbe distinção de qualquer natureza.
Em nosso entendimento, como é possível que no Brasil, que vive sob o 'estado democrático de direito', condição que é sempre lembrada por várias autoridades, algumas até adotando medidas antidemocráticas e inconstitucionais para preservar a Constituição, seja possível a existência de leis que contrariam a Constituição - no presente caso, o dispositivo constitucional citado? 
Felizmente a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de  2012 - Lei que afronta o disposto no 'caput' do artigo 5º, da Constituição Federal, porém, em plena vigência  - oferece em seu artigo 7, oportunidade para revisão de cotas para o ensino superior, que na revisão seja abolido todo e qualquer sistema de cotas, que deverá ser feito com a  revogação da lei citada e de todas as leis que concedam cotas. 
O MÉRITO tem que prevalecer.
Em situações excepcionais pode ocorrer previsão de cotas para deficientes físicos, mediante Lei específica, cuja validade só se iniciará após a inclusão no texto constitucional de uma exceção para os deficientes físicos.]

O primeiro dever dos congressistas é verificar se ela cumpriu seu objetivo principal: ampliar o acesso de grupos sub-representados ao ensino superior. A discussão será naturalmente contaminada por paixões. As cotas foram um dos motivos por que a sociedade brasileira se tornou mais sensível à questão identitária. Na década anterior à lei, houve debate intenso, sobretudo em relação às cotas baseadas em critérios raciais. Havia dúvidas sobre sua eficácia como mecanismo de inclusão e sobre a reação que despertariam, ao tornar mais saliente a chaga do racismo e, indiretamente, retroalimentá-la.

Em que pesem as ressalvas, o debate de 20 anos atrás está superado. O racismo precisa ser combatido sempre, com vigor e energia. E a sociedade brasileira se convenceu da relevância das cotas como arma nessa luta. Diferentes pesquisas mostram que metade dos brasileiros apoia as cotas raciais nas universidades. Ainda que haja opositores, a maioria fez sua escolha por meio de instituições legítimas. Cotas raciais foram aprovadas no Congresso e referendadas em votação unânime no Supremo Tribunal Federal (STF). Tornaram-se primordiais para trazer às melhores universidades quem não é da elite e para enfrentar a desigualdade com a arma mais eficaz: acesso à educação.[será que é  justo QUE pessoas não escolhidas pelo critério do MÉRITO, ocupem vagas que deveriam ser concedidas às que provarem merecimento por MÉRITO?
O aumento de cotistas nas escolas superiores é normal - afinal não é preciso merecer, ter mérito, para tomar uma vaga de alguém que estudou, praticou o popular 'ralou' para passar em um vestibular, logrando classificação que sem as cotas tornaria possível ser permitira ser devida e merecidamente recompensado pelo seu esforço.]

São fartas as evidências de que elas atingiram a meta principal. Os egressos de escolas públicas nas instituições contempladas foram de 55% em 2012 a 63% quatro anos depois. Pretos, pardos e indígenas, de 27% a 38%. A diversidade maior entre o 1,1 milhão de graduandos nas universidades públicas é visível a quem anda por qualquer campus. “Os programas de ação afirmativa transformaram as universidades e tiveram impacto profundo na vida de muitos cotistas”, afirma a economista Fernanda Estevan, da Fundação Getulio Vargas.

Os cursos mais impactados foram os mais concorridos. Alunos de escolas públicas começaram a sonhar alto e a prestar vestibular para carreiras de prestígio. Uma pesquisa da Unicamp revelou aumento de 10% na escolha por medicina e por outros quatro cursos concorridos. Isso contribuiu para a mobilidade social, como demonstra estudo com alunos do Direito da Uerj. Entre os cotistas, 80% completaram o ensino superior, 70% passaram no exame da OAB e 30% foram trabalhar como advogados. Nas federais, houve impacto positivo também nos cursos em que oriundos de escolas públicas já eram mais da metade. O percentual cresceu, mostrando que havia demanda reprimida. Pesquisas também demonstraram o efeito específico das cotas raciais. “Sua adoção foi quase cinco vezes mais eficaz para o aumento nas matrículas de estudantes pretos, pardos e indígenas oriundos de escolas públicas que num cenário sem elas”, diz a economista Úrsula Mello, da Barcelona School of Economics.

Em duas áreas, os congressistas deveriam promover melhorias: acesso e retenção. Na primeira, será importante examinar a eficácia da regra que reserva vagas aos com renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo. Esse valor põe o aluno na metade superior da pirâmide social (numa família de quatro, a renda pode chegar a R$ 7.272). Se o objetivo é abrir portas aos pobres, o crivo precisa ser mais rígido. Nas federais, a lei aumentou em apenas 2,4 pontos percentuais as matrículas de alunos com renda familiar de até um salário mínimo. Outra questão relevante está ligada às cotas raciais. A lei determina que os percentuais destinados a pretos, pardos e indígenas sejam definidos pela proporção de cada grupo no Censo. Como ele só ocorre de dez em dez anos, deveriam ser levados em conta levantamentos mais frequentes.

O maior desafio dos congressistas é melhorar a retenção. Parte considerável dos cotistas não termina o curso. Uma análise da USP revela desistência de 25% entre pretos, pardos e indígenas (entre não cotistas brancos, 17,6%). É possível que a realidade seja pior. Alunos ricos, quando saem da faculdade, costumam trocar de curso. Cotistas são obrigados a abandonar o sonho da graduação. “Atacar o problema da evasão requer pensar nas causas da desistência”, diz o economista Michael França, do Insper. Se a questão é financeira, é preciso ter um amplo programa de bolsas de estudos. Se o problema é acompanhar as disciplinas devido a deficiências no ensino médio público, o recomendável são programas de reforço. Medir de forma sistemática o desempenho acadêmico dos cotistas é chave para evitar o abandono.

Como as razões que levaram à criação da Lei de Cotas persistem no Brasil, ela deveria ser prorrogada, com tais melhorias, para ser reavaliada mais adiante. Na discussão sobre a nova lei, os parlamentares deveriam manter o foco nas questões objetivas e evitar a contaminação ideológica do tema. O país conta com pesquisadores sérios, dispostos a examinar cada ponto sem paixão. São esses que o Congresso deve ouvir para que o Brasil avance ainda mais no combate ao racismo e à desigualdade.[Defender o MÉRITO agora passou a ser contaminação ideológica?] 

Editorial - O Globo


sexta-feira, 3 de junho de 2022

A fraude da causa negra - J. R. Guzzo

 Revista Oeste

A obsessão em combater o “racismo” 24 horas por dia pode estar gerando todos os tipos de efeito, menos um: o de servir a algum interesse real dos negros brasileiros 

 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
O público estava vendo o que parecia ser um programa jornalístico no canal GloboNews, dias atrás, quando descobriu que tinha se transformado, de um minuto para outro, em aluno de um curso de catecismo. A catequese, ali, era para ensinar ao cidadão que há pecados de racismo que ele nem sabe que existem — no caso, palavras da língua portuguesa que não podem mais ser utilizadas, sob pena de valerem ao infrator a acusação de “racista”. 
É uma novidade da emissora: a pregação do antirracismo ao vivo, a cores e em real time. 
Um dos locutores do programa, ao ouvir uma colega utilizar em sua fala o verbo “denegrir”, julgou-se na obrigação de lhe dar uma aula imediata de conduta. Essa palavra, disse no ar, não devia ser pronunciada — é “racista”, segundo ele, e ofende “os negros”.

São estes os únicos que lucram, na vida real, com a guerra permanente ao “racismo” — os donos do “movimento negro”

Foi, antes de qualquer outra consideração, um momento de triunfo explícito da ignorância. “Denegrir” não tem nada a ver com racismo, ou com “negros”; pode até parecer que tem, mas não tem. É apenas uma palavra que vem do latim e significa “manchar”. Nenhum dos dois, portanto, sabia do que estava falando — o locutor, quando fez a acusação, e a moça, quando aceitou a bronca e, mais ainda, pediu desculpas em público por um delito que não tinha cometido.  

Mas o que chama a atenção no episódio não é a falta de cultura sendo levada ao ar como exibição de virtude. 
É o caráter cada vez mais doentio da “luta” contra o racismo, que se tornou, hoje, uma prioridade entre os jornalistas brasileiros. 
Estão fazendo qualquer coisa para provar que não são racistas — mesmo que, para isso, tenham de se atirar a cenas como a que foi descrita acima. 
Nada de deixar para depois, na crítica interna sobre o programa; a militância vai aparecer muito mais se o acusador fizer a sua denúncia no ato, e na frente de todo o mundo. 
Ele prova que “as vidas negras importam”. Ela prova que os brancos são racistas mesmo quando não querem ser. Ficam os dois felizes, ele por acusar, ela por aceitar a culpa.

A obsessão em combater o “racismo” 24 horas por dia, ou de denunciar os “racistas” que se encontram atrás de cada poste de luz, pode estar gerando todos os tipos de efeito, menos um: o de servir a algum interesse real dos negros brasileiros, mesmo que remoto, indireto ou teórico. O que existe, de verdade, é uma histeria artificial e controlada na qual se inventa a doença e, imediatamente, aparecem os vendedores do remédio

São estes os únicos que lucram, na vida real, com a guerra permanente ao “racismo” — os donos do “movimento negro”. 
São as organizações, os grupos ou os simples indivíduos que fabricam episódios de “discriminação racial”, sempre com a colaboração ativa da mídia, e extraem ganhos materiais ou financeiros com as denúncias que fazem verbas públicas, indenizações em dinheiro, empregos e por aí afora. Podem, para tanto, recorrer à justiça. Apenas uma ação judiciária deste tipo, movida contra a empresa de investimentos XP, está pedindo R$ 10 milhões; os acusados, segundo a denúncia, não estariam oferecendo oportunidades de trabalho para pessoas negras.

O fato é que não existe uma “causa” negra a ser defendida no Brasil, porque não há racismo no Brasil

Atira-se para todos os lados. A ministra Rosa Weber, do STF, acaba de dar “dez dias” para o governo federal informar quais são as “políticas públicas” que estão sendo adotadas contra o “racismo institucional”. A ministra atende à exigência de uma “Coligação Negra por Direitos”mais os partidos de esquerda, é claro, que promovem o tempo todo este tipo de encenação em Brasília. Bolsonaro, segundo a entidade denunciadora, é culpado de “omissões que violam os direitos constitucionais” dos negros. Mais: ele terá de elaborar em “um ano”, quando ninguém sabe quem será o presidente da República, um “Plano Nacional de Enfrentamento do Racismo Institucional e à Política de Morte à População Negra”. É mesmo — “Política de Morte à População Negra”? Que política seria essa? Quem já foi morto por ela? Quais são, concretamente, os atos de “racismo institucional” que estariam sendo cometidos — e por quem? 

Não faz o mínimo de nexo para justificar uma petição judicial, mas, em vez de mandar os autores da demanda verem se ela não está na esquina, a ministra trata a coisa com toda a seriedade do mundo — dez dias de prazo, não mais. Na mesma balada, acaba de ser realizado em São Paulo um “Primeiro Encontro Nacional de Parlamentares Afro Perseguidos”. A finalidade foi discutir casos de “perseguição política” (uma participante também se queixou de ter sido vítima de “machismo”) e a necessidade de se garantir “a sobrevivência física” de “pretos e pretas parlamentares”.

Recentemente foi formado na Folha de S.Paulo um “Comitê de Inclusão e Equidade”, com a incumbência de “embargar” textos sobre racismo e vetar matérias que os integrantes não quiserem publicar — mesmos as que contarem com a aprovação dos editores ou do diretor de Redação. O grupo é formado por 17 jornalistas, 12 negros e cinco brancos, e o seu líder é o autor do blog “Vidas Negras Importam”. Uma curadora da feira literária de Paraty, não muito tempo atrás, demitiu-se do cargo para, segundo ela mesma, avançar a causa da raça negra. “A festa precisa de uma curadora negra para reinventá-la nesse mundo pós-pandemia”, disse em seu manifesto de renúncia. “Ao longo de dezoito anos a curadoria da Flip nunca foi ocupada por uma pessoa negra. Passou da hora de mudar isso.” Uma historiadora de São Paulo, tida como importante pelos críticos, foi além. Pediu desculpas, em público, por um ato de racismo que não cometeu tudo o que fez foi escrever um artigo criticando o que a seu ver é a “glamorização” da “negritude” e da luta antirracista. O artigo, pelo que dá para entender da primeira à última palavra, é contra o racismo. Mas figuras do “movimento negro” não gostaram; foi mais do que suficiente para a autora se desculpar em público.

O fato é que não existe uma “causa” negra a ser defendida no Brasil, porque não há racismo no Brasil. Há episódios de comportamento racista, como há crimes, atos antissociais e gente que dirige bêbada, mas não existe o racismo legítimo do branco europeu — até porque não poderia haver racismo num país onde a imensa maioria das pessoas não é nem branca nem preta e, em sua quase totalidade, sente-se indiferente a questões étnicas ou raciais. “Os movimentos negros sempre cobram que eu defenda a raça”, disse numa entrevista a Oeste o pastor, compositor e produtor musical Wesley Ros, um dos comunicadores de maior sucesso atualmente nas redes sociais. “Mas que raça? Eu não sou da raça negra. Sou da raça humana.” Ros acha que são mais comuns, no Brasil de hoje, as manifestações de racismo negro — o contrário, exatamente, do que preocupa a GloboNews, a Folha de S.Paulo e os intelectuais de Paraty. “O negro tem licença para ser racista”, diz ele. “Joga a culpa na dívida histórica. Posso atacar o branco, mas sou a vítima, porque o branco tem uma dívida comigo.” O pastor diz que não entende, por exemplo, que a pessoa vista uma camiseta dizendo “100% negro” e depois se sinta ofendida “quando um branco a chama de preta”. Não faz nenhum sentido, é claro. Mas tudo faz todo o sentido quando se vê quem está tirando proveito pessoal do racismo brasileiro.

Leia também “A justiça no fundo do poço”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste
 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Decisão do STF e virulência ideológica prejudicam quem precisa de emprego - Paulo Polzonoff


Gazeta do Povo

De boas intenções...

Empresários demonstram receio em contratar jovens que possam representar um passivo trabalhista por causa de uma piada ou palavra “errada”.

Empresários demonstram receio em contratar jovens que possam representar um passivo trabalhista por causa de uma piada ou palavra “errada”. Foto: Pixabay

Sejamos generosos. Generosos ao extremo, talvez. A decisão do STF que equiparou a homofobia ao racismo tem seu quê de boa intenção. A ideia é proteger uma minoria historicamente oprimida. E ruidosa. E cuja causa há não muito tempo contava com a simpatia da população. Oquei. Apesar das discordâncias, ninguém quer ver um homossexual submetido a qualquer tipo de violência – por ser homossexual ou por qualquer outro motivo.

Mas o Supremo talvez tenha exagerado na dose. E, como sempre acontece nesses casos, uma decisão bem-intencionada, mas baseada em premissas e estatísticas duvidosas, quando não falsas, prejudica justamente aqueles que tenta proteger. A realidade, quando confrontada com esse tipo de situação, tende a se impor. Para além da crença positivista no poder da lei para moldar a sociedade.

Sinal disso foi uma conversa que tive com alguns empresários recentemente. Um grupo bastante heterogêneo. Tem até petista no meio. E, pasmem!, tem até homossexual. Entre canapés e taças de vinho (eu bebia água porque estava dirigindo), entre risadas e algumas conversas que ameaçavam se transformar em discórdia, mas sempre acabavam em abraços ou num educado “com licença, preciso ver se estou na esquina”, falávamos da dificuldade de se conseguir mão de obra em algumas áreas. Ou melhor, eles falavam e eu ouvia.

Um xará cujo sobrenome evidentemente não mencionarei estava revoltado não só com a decisão do STF, mas também com a própria virulência dos grupos identitários. Antes de explicar por que não contratava nenhuma pessoa que pudesse parecer militante identitário, ele contou que, em plena década de 1980, se recusou a demitir um funcionário “acusado” pelos demais colegas de ser portador do HIV.

Temeroso de ser confundido com um homofóbico de verdade, agora o xará se recusa a contratar pessoas que ele vê como “passivos jurídicos ambulantes”. Ou seja, pessoas cuja postura vitimista e beligerante na vida privada possam representar alguma ameaça à segurança jurídica e financeira da empresa.É uma pena”, conclui o pesaroso xará que enfrenta dificuldades para contratar jovens.

Na mesma roda de conversa, F., também empresário, mas assumidamente petista, diz que infelizmente não dá oportunidade a jovens gays e que vê com receio a contratação de jovens negros. Nada a ver com a orientação sexual ou a raça, garante ele, e não tenho por que duvidar. Afinal, F. é gay e negro e tem umas histórias bem pesadas para contar sobre o que passou quando mais jovem.

A justificativa é a mesma do xará: passivos jurídicos ambulantes. Pessoas que têm o potencial de recorrer à justiça ou, pior!, ao justiçamento das redes sociais por causa de uma piada, de uma palavra ou uma ordem dada num tom que o funcionário pode considerar ofensivo à sua orientação sexual, raça ou preferências políticas. 
Quando alguém contra-argumentou que bastava evitar piadas ou cuidar do tom de voz, optando pelo silêncio eficiente ou pela objetividade profissionalíssima de um e-mail, F. explicou que na prática a teoria é outra. “A queda na produtividade dos outros funcionários, trabalhando num ambiente hostil e de silêncio imposto, não compensa. A conta simplesmente não fecha”, explicou F.

Mas não é só o identitarismo progressista que prejudica os que procuram emprego. No atual cenário de polarização política, os empresários têm evitado também a contratação de bolsonaristas e petistas convictos. “Isso afeta o trabalho em equipe. Não quero pessoas que se odeiam por política envolvidas num mesmo projeto”, me disse outro empresário cuja inicial vou ficar devendo porque não o conheço e, quando fui perguntar, ele já tinha ido embora.

Sem querer ser mais chato do que sou, perguntei aos empresários qual seria a solução para este nó górdio. A improvável reversão da trapalhada suprema ajudaria, mas não resolveria um problema que é de ordem individual. “Essa geração vai ter que entender que não é o centro do Universo”, disse o xará. Que, por sinal, é mais velho e adora falar que essa geração isso, essa geração aquilo. F. vê a solução no que chama de “politização comedida”: a capacidade de ter uma postura ideológica sem politizar e/ou judicializar todos os aspectos da vida. Ou seja, nada que possa ser feito de um dia para o outro ou resolvido por meio de uma canetada.

Paulo Polzonoff, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 9 de abril de 2022

'Por favor, case com um branco', disse professor demitido por racismo

O professor disse, em sala de aula,que aconselha a filha: 'quando você for casar, por favor, case com um cara branco, porque senão vai nascer moreno'

Viralizou nas redes sociais um vídeo feito por um aluno da Escola Estadual Ministro Alcindo Bueno de Assis (Eemaba), na cidade de Bragança Paulista, São Paulo, no qual um professor proferia falas racistas e machistas. O docente ainda afirmava que as pessoas de pele branca estão acabando.

Na aula de biologia, o professor explicava que as chances de uma criança nascer “branquinha” ou “moreninha” em relações interracionais. Segundo esse professor, na maioria das vezes, a criança nasce morena. Neste momento, o professor revelou que aconselha a própria filha a casar com um homem branco para não ter filhos morenos. Indignados com a fala do professor, um aluno filmou e divulgou o vídeo com as falas na rede social para denunciá-lo.

“Eu falo para vocês, não sei se vocês vão acreditar no professor de biologia. Pessoas com pele branca estão acabando. A minha menina é branca. A (nome da esposa) que é a mãe dela é branca. Eu sou branco, só pode sair branco. Se saísse de olhinho puxado, moreninho, ia sair cacete lá. Então, eu falo pra ela, já falei pra ela, quando você for casar, por favor, case com um cara branco, se não vai nascer moreno e o branco hoje está acabando”, diz o professor no vídeo.

Brasil - Correio Braziliense


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

O descondenado Lula, o Luladrão, declara guerra a Igreja Católica; decide proteger vereador petista que comandou invasão à Igreja N. Sra. do Rosário

PT vai trabalhar para evitar cassação de vereador que invadiu igreja, afirma Lula

Ex-presidente disse que Renato Freitas cometeu abuso por ser jovem, tem de pedir desculpas e ser perdoado 

O ex-presidente Lula disse que o vereador do PT que invadiu a Igreja Católica Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, tem de ser perdoado. Segundo o petista, Freitas errou e precisa se retratar. “Por ser jovem, esse menino cometeu um abuso. Ele tem o direito de pedir desculpas e de ser perdoado”, disse.[ Luladrão, manda  invadir uma mesquita.]

Lula afirmou ainda que o PT vai articular-se na Câmara Municipal em prol de Freitas. “Nós vamos te defender”, prometeu. “Não vamos querer que você seja cassado. Não vamos permitir que a direita conservadora da Câmara te casse.” Lula considerou o episódio de invasão como “deslize político”.

Segundo Lula, Freitas deveria ter adotado outras estratégias, como pedir para o padre “rezar uma missa para o povo negro” ou enviar um ofício pedindo que a igreja tenha “um, dois padres negros”. “O que não tem sentido é invadir a igreja, transformar um templo religioso em um lugar de protesto”, observou. [o Luladrão tenta criar racismo no caso do congolês Moses - um homem negro, assassinado por homens negros = racismo de homens negros contra homens negros. 
Lula sabemos que você mente, por ser um mentiroso nato, mas agora exagerou.
Lularápio, você como ateu que é logo vai querer uma cota estipulando uma cota de sacerdotes afrodescendentes = não vai colar - o salário é baixo e é necessário vocação.]

“Peça desculpas ao povo do Paraná, peça desculpas ao PT, peça desculpas aos padres, aos religiosos”, pediu Lula a Freitas, ao dizer estar falando “como um pai fala para o filho”, durante entrevista à rádio Banda B, na terça-feira 15. Hoje, o vereador que invadiu a igreja é alvo de quatro pedidos de cassação.

Leia também: “A obsessão por um George Floyd brasileiro”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 99 da Revista Oeste


terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

A bolha da Folha - Caio Coppolla [você é racista? se afirmativo teu racismo é preto antibranco ou branco antipreto?

Revista Oeste

Motim na redação progressista é sintoma da repulsa do jornalismo militante pelo contraditório 

Mês passado, 208 jornalistas da Folha de S. Paulo enviaram uma carta de protesto à direção do jornal após a publicação de um artigo de opinião que, supostamente, continha uma opinião impublicável já explícita no título: “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo”.
Foto: Shutterstock
Foto: Shutterstock 
 
Reproduzo aqui alguns trechos do texto, de autoria do antropólogo baiano Antonio Risério:

Todo o mundo sabe que existe racismo branco antipreto. Quanto ao racismo preto antibranco, quase ninguém quer saber.”

“Casos desse racismo se sucedem, mas a ordem-unida ideológica manda fingir que nada aconteceu.”

Ataques de negros contra asiáticos, brancos e judeus invalidam a tese de que não existe racismo negro em razão da opressão a que estão submetidos.

“O dogma reza que, como pretos são oprimidos, não dispõem de poder econômico ou político para institucionalizar sua hostilidade antibranca. É uma tolice. Ninguém precisa ter poder para ser racista…”

Mas o racismo é inaceitável em qualquer circunstância. A universidade e a elite midiática, porém, negaceiam.”

Não devemos fazer vistas grossas ao racismo negro, ao mesmo tempo que esquadrinhamos o racismo branco com microscópios implacáveis. O mesmo microscópio deve enquadrar todo e qualquer racismo, venha de onde vier.”

“O neorracismo identitário é exceção ou norma? Infelizmente, penso que é norma. Decorre de premissas fundamentais da própria perspectiva identitária, quando passamos da política da busca da igualdade para a política da afirmação da diferença.

Nota: no intuito de atestar que o texto é, claramente, contrário ao racismo, destacamos algumas frases em negrito — aliás, será que já é politicamente incorreto usar o termo “negrito”? Vai saber… [talvez seja, talvez não; muitos consideram 'denegrir' um termo racista, em que pese que a origem da palavra nada tenha a ver com cor da pele.]

Voltando à polêmica da vez, na sua argumentação, o autor lista uma série chocante de exemplos individuais e coletivos de antissemitismo, discurso de ódio, discriminação e violência de negros contra brancos pelo mundo. A descrição dessa realidade incômoda associada à tese de que o racismo independe da cor do racista e ainda pode ser agravado por ações afirmativas — indignou a redação progressista da Folha, que abraça a doutrina do racismo estrutural como verdade científica e enxerga o mundo dividido em grupos identitários em perpétuo conflito. O resultado é a tal carta, assinada por mais de duas centenas de jornalistas, incluindo os tais signatários anônimos, novidade que, certamente, será incorporada nos abaixo-assinados da esquerda brasileira de agora em diante:

“Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal” — que mentira. Cabem muitas críticas ao tipo de jornalismo praticado pela Folha, essa não. Por sua vez, o artigo em discussão, além de não ser racista, é antirracista na medida em que denuncia e repudia a discriminação.

O motim na redação da Folha é mais um sintoma da repulsa do jornalismo militante pelo contraditório

A carta segue “reafirmando a obviedade de que racismo reverso não existe”, o que não é uma verdade estabelecida e tampouco óbvia se o conceito de racismo se aplicar — e se aplica! — a qualquer preconceituoso que discrimine outras pessoas em razão da sua etnia. E, como não poderia deixar de ser, a carta termina com lacração: Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível com estar a serviço da democracia” — nada disso! É muito mais plausível que a real intenção do artigo (de quem escreveu e de quem publicou) seja nobre: combater o racismo em todas as suas formas de manifestação e assim servir à democracia.

Segundo apuração de Oeste,os jornalistas [da Folha] decidiram fazer uma assembleia para exigir a demissão do diretor de Redação, Sérgio Dávila. Ou seja, os funcionários exigiram se sentar para negociar com o chefe sua própria permanência no posto.

A exigência da demissão foi uma reação à resposta de Dávila ao levante nos dias anteriores. Ele dissera que a carta era parcial, equivocada e sem fundamentos. Lembrara que boa parte dos missivistas só estava ali justamente porque a Folha decidiu criar novas editorias e lhes dar emprego”.

Ao que consta, os jornalistas amotinados só recuaram diante da promessa de conquistar ainda mais espaço para promover sua visão de mundo e suas opiniões publicáveis.

Com sua maestria habitual para criar narrativas, nesta semana a Folha transformou o motim que pedia a cabeça do diretor de redação em um “exercício de autocrítica” que reuniu 220 jornalistas virtualmente para um debate interno sobre os limites do pluralismo. Ignorando completamente que o público leitor do jornal é formado por adultos perfeitamente capazes de interpretar textos e desenvolver raciocínio crítico, as alas mais militantes deram um tom orwelliano a alguns momentos do evento:

“jornalistas não devem se sentir obrigados a abrir espaço para o contraditório em nome do equilíbrio”;

“editores devem evitar a publicação de textos com argumentos falsos só porque existem pessoas que pensam assim”;

“deve haver limites à publicação de algumas opiniões, porque jornalistas influenciam as fronteiras do que é ou não uma controvérsia legítima”.

Durante a assembleia digital, também foi recorrente o uso da “falsa equivalência”, falácia que consiste em comparar e nivelar coisas essencialmente distintas. Assim, teses sociológicas foram alçadas à categoria de verdades científicas e parecia que admitir a existência do racismo de negros contra brancos era tão grave quanto não reconhecer que a Terra é redonda.

O motim na redação da Folha é mais um sintoma da repulsa do jornalismo militante pelo contraditório. A comparação entre pontos de vista distintos tende a revelar incoerências, expor inconsistências e trazer à tona realidades incômodas a quem deseja impor sua visão de mundo e de progresso à sociedade. Melhor, para eles, cortar o bem pela raiz lançando mão de expedientes como o patrulhamento, o cancelamento e a censura de ideias, mesmo que isso signifique abandonar a ética da profissão e sucumbir a uma prisão intelectual. Estarão intelectualmente presos, mas emocionalmente seguros… seguros como em uma bolha.


Caio Coppolla é comentarista político e apresentador do Boletim Coppolla, na TV Jovem Pan News e na Rádio Jovem Pan

Leia também “A ditadura do pensamento único”

Caio Coppolla, colunista - Revista Oeste

 


sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Zen-fascismo - Apartheid nas escolas: solução da patrulha para acabar com o racismo - Gazeta do Povo

Madeleine Lackso

Militantes antirracistas dos EUA criam espaços e eventos para “pessoas de cor”, como na era da segregação racial.

                                      Foto: Facebook

Imagine se o reverendo Martin Luther King voltasse hoje ao mundo e tivesse uma aula de "letramento racial" com a galera da seita zen-fascista? Esqueçam "I have a dream", o pessoal já sambou em cima desse sonho. "I have a dream that my four little children will one day live in a nation where they will not be judged by the color of their skin but by the content of their caracter", é a frase mais conhecida do gigante na luta pelos direitos civis dos negros americanos. "Eu tenho o sonho de que um dia meus quatro filhos pequenos viverão em uma nação na qual eles não serão julgados pela cor da sua pela, mas pelo conteúdo do seu caráter". Vai ficar sonhando.

A patrulha identitária inventou agora o Apartheid do Bem. Como funciona? É a mesma coisa que o Apartheid, mas é feito pela turminha do zen-fascismo, então passa a ser super correto, antirracista e ter uma justificativa linda e pacífica. Não sei se a moda já chegou aqui no Brasil. (Se souber de algo, mande para o pessoal do atendimento ao leitor me repassar.) Nos Estados Unidos, programas e áreas exclusivas para "estudantes de cor" são a nova realidade antirracista.

O jornalista norte-americano Christopher Rufo, que é tão amado quanto eu pela bancada da lacração, tem catalogado casos concretos em que escolas públicas do país dele propõem eventos com segregação racial. Ele busca as explicações para esse tipo de atrocidade. Seria cômico se não fosse trágico.

Na imagem que ilustra este artigo, a proposta é uma excursão só para "estudantes de cor" levados só por "professores de cor". Gente, mais isso não é meio parecido com Apartheid? Não, se for do bem. Daí trata-se de "providenciar a oportunidade para que estudantes de cor estejam com um grupo de professores que se parece com ele e tem experiências de vida parecidas". Infelizmente, não é um caso isolado. Pelos comentários no tweet você vai ver que muita gente já acha que segregação racial é uma boa coisa.

Esse é o caso de uma escola pública em Denver e acabou repercutindo na imprensa internacional. Botaram um letreiro gigante promovendo a noite familiar do playground do Apartheid. Ninguém percebe? É um evento mensal em uma escola pública no país que pouco tempo atrás teve um movimento enorme para garantir que fosse banida toda forma de segregação racial. Não pode fazer segregação racial em escola. Quer dizer, se for do bem, pode sim.

Para as autoridades educacionais, o espaço exclusivo para "famílias de cor" não é segregação racial. “Os líderes da escola da Centennial receberam um pedido específico das famílias para criar um espaço de pertencimento. A Centennial atendeu ao pedido. Apoiamos esforços como este, pois fornecem conexões, apoio e inspiração para famílias que compartilham experiências semelhantes e vêm de origens semelhantes.”, disse o departamento de escolas públicas de Denver.

As pessoas que hoje promovem o Apartheid do bem têm familiares que lutaram contra a segregação racial nos Estados Unidos, que viveram esse inferno. Como é possível não perceber que estão fazendo exatamente a mesma coisa? Há uma parte da humanidade que resolveu abdicar da realidade. Tem gente que cancela por racismo quem fala criado-mudo porque inventaram uma origem para a palavra e, ao mesmo tempo, apóia segregação racial. E faz sucesso, viu?

Ainda não vi isso em escolas no Brasil, vejo em novelas, no jornalismo e demais nas redes sociais. Talvez você já tenha ouvido a expressão "palmitagem". É uma acusação que se faz à pessoa negra que pretende ter filhos com uma pessoa branca. Na lógica do zen-fascismo, seria um processo opressor de branqueamento da raça para que os negros sejam eliminados.

Gente, eu já tinha ouvido isso em algum lugar. Sim, o pessoal do White Power fala exatamente a mesma coisa. Eles acham que existe uma conspiração mundial para acabar com a raça branca e por isso são contra misturas étnicas, a favor da segregação. Como vai dar certo um movimento antirracista que, na prática, 
propõe a mesma medida que a Ku Klux Klan?
Cancelando quem discordar, igual a KKK também.
Mas agora é tudo pelo bem.

Quem embarca nas piores barbáries autoritárias nunca vai te dizer que é sangue ruim mesmo e gosta de ver o sofrimento alheio. Se você é meu leitor frequente já peço desculpas antecipadamente pela frase repetida. Repito sempre algo que aprendi no universo da psicologia e é fundamental nesses tempos de Cidadania Digital, grupos polarizados e decisões rápidas: a tétrade sombria (narcisistas, sádicos, psicopatas/sociopatas e maquiavélicos) sempre terá justificativa moral para praticar as barbáries com que se deleita e arrumará apoio entre os que acreditarão.

Mais importante do que a justificativa da pessoa ou o discurso são as ações e os frutos. É difícil para nós, já que ter razão é uma delícia e ver gente ruim se dar mal é melhor ainda. Ocorre que a gente pode ficar tão hipnotizado com isso que não percebe ter sido enganado ou ter ajudado na vitória de gente ainda pior. Quem propõe segregação racial quer um único resultado, jamais foi bom para a humanidade.

Termino citando uma escritora que sempre me inspira, Hannah Arendt, em sua obra de 1951, Origens do Totalitarismo: "O sujeito ideal do governo totalitário não é o nazista convicto ou o comunista convicto, mas as pessoas para as quais a distinção entre fato e ficção e a distinção entre verdadeiro e falso não existe mais". Preste atenção em quem tem muitas certezas, em quem se preocupa mais com o que acha do que com o que sabe, em quem jamais admite não saber.

Ligar os pontos entre fatos por meio de pensamento mágico é algo que nosso cérebro faz com prazer. A desconexão dos problemas da realidade, sobretudo quando feita em grupo, é acolhedora. Somos gregários e queremos acreditar que somos bons. É dessa autoindulgência que nasce a barbárie. Só a humildade salva. Aprender sempre, ouvir para entender e não para rebater, ter em mente que todos erramos e eu posso estar errada agora são práticas para jamais deixar de lado nesses tempos bicudos.

Madeleine Lackso, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sábado, 27 de novembro de 2021

Vereadores dizem não ver racismo e relacionam LGBTQIA+ à criminalidade

"Não vejo em lugar nenhum", disse um dos parlamentares sobre racismo

O vereador de Caruaru, no agreste pernambucano, Val lima (PSL) afirmou durante uma plenária na Câmara de Vereadores, nesta quinta-feira (26/11), que "nunca viu discriminação de pessoas de pele escura".

O político disse, na tribuna, que foi procurado por uma amiga negra que teria pedido para ele fazer algo contra o discurso de que negros sofrem racismo. "Eu não tenho visto essa questão de discriminação. Tenho visto pessoa querendo tirar proveito. Eu convivo com pessoas negras todos os dias, inclusive a família da minha mulher 'são' pessoas de pele escura, e eu não percebo, não veja essas coisas na rua, não vejo em lugar nenhum", disse.

Na sequência, o também vereador Galego de Lajes (MDB) pediu a palavra para complementar a fala do colega. Além de concordar com Val Lima, Galego afirmou que a população LGBTQIA+ morre mais porquê ela estaria envolvida com crimes. "Matam-se muitos gays e travestis, 'tal', o pessoal aí. Morrem, realmente. Claro que há discriminação e a gente tem consciência disso, mas a grande maioria dos assassinatos dessas pessoas, também são porque eles são envolvidos com crime, com a criminalidade", afirmou.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Alcolumbre é enquadrado e marca sabatina de Mendonça - falta explicar a rachadinha do ainda senador Alcolumbre - O Globo

Geralda Doca

Alcolumbre confirma que sabatina de Mendonça, indicado por Bolsonaro ao STF, ocorrerá na próxima semana

Indicação feita por Bolsonaro chegou à Casa há três meses; senador faz desabafo no início da sessão e diz que seguirá decisão de Rodrigo Pacheco
Cedendo às pressões políticas, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou nesta quarta-feira que a sabatina do ex-advogado-geral da União André Mendonça vai ocorrer na semana do "esforço concentrado". A sabatina será entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro. Mendonça foi indicado pelo governo Jair Bolsonaro para a vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Houve oito pedidos para a relatoria, e Alcolumbre diz que vai fazer uma reunião para definir o escolhido. Segundo o Alcolumbre as sabatinas serão organizadas dentro de um calendário, que permita a realização de todas, no esforço concentrado de três dias. A indicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro chegou à Casa há três meses. Alcolumbre vinha resistindo a marcar a data nos bastidores, ele já manifestou preferência pelo nome do procurador-geral da República, Augusto Aras, para a vaga.

No período, a CCJ chegou a ficar mais de um mês sem realizar sessões, já que o senador enfrentou pressões públicas durante reuniões. Vou seguir integralmente a decisão do presidente Rodrigo Pacheco de realizar todas as sabatinas no esforço concentrado anunciou o presidente da CCJ. Para a indicação ser concretizada, Mendonça precisa conquistar a maioria simples dos votos no colegiado e, em seguida, no plenário — na totalidade da Casa, o número significa um mínimo de 41 apoios.

Desabafo
Antes do anúncio, Alcolumbre fez um desabafo sobre as cobranças que vem recebendo em relação à sabatina de Mendonça. Ele disse que sofreu ataques religiosos, inclusive e argumentou que todas as indicações de autoridades à CCJ são igualmente importantes e não apenas uma. — Há uma ânsia coletiva de se fazer uma única indicação para um único Tribunal — disse Alcolumbre, acrescentando: — Fui ofendido pessoalmente, na minha família e na minha região. Estou calado há quatro meses, quero fazer um desabafo. [desabafe senador, aproveite e prove sobre se explique sobre as rachadinhas no seu gabinete.]

Alcolumbre, de origem judaica, disse ter apreço por todas as religiões. Mendonça é evangélico. Presidente do Senado no biênio de 2019 a 2020, Davi controlava a distribuição do "orçamento secreto" do governo federal, nome dado às emendas de relator, R$ 20 bilhões sobre os quais não há transparência nas indicações. No ano passado, o senador conseguiu enviar ao menos R$ 320 milhões para o Amapá, seu estado, como revelou o GLOBO. Neste ano, após deixar o cargo, o senador se afastou do Palácio do Planalto e sua relação se desgastou.

Embora tenha sido criticado publicamente por senadores por segurar a sabatina de André Mendonça, nos bastidores, teve apoio de colegas que queriam pressionar o governo a liberar mais verbas. A "cota" do Senado deste ano, de R$ 6 bilhões, não foi paga completamente e houve insatisfação na repartição dos valores.

Sabatina 'mais urgente'
O senador Álvaro (Podemos-PR) Dias pediu a Alcolumbre para marcar a sabatina de Mendonça no dia 30, data em que é comemorado em Brasília o dia do evangélico, como uma forma de prestigiar, como uma "resposta aos entreveros ocorridos". Segundo Dias, a indicação de Mendonça é mais urgente de todas que aguardam na fila.
 
[Em O Globo Opinião o jornalista Roberto DaMatta apresenta um artigo sobre racismo, liberdade e consciência negra, sem destacar que a liberdade está em extinção no Brasil, inclusive por permitir que seja exercida destaque o combate a uma série de atos que são considerados preconceituosos.
O artigo em determinado trecho critica, ainda de que forma velada, disposição constitucional que determina que certos cargos são privativos de brasileiro nato. 
 

"§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)"

O trecho do artigo citado diz: "... ou, eis um ponto pouco falado, não sou “natural” de um dado país e, por isso, não posso ali ocupar certos cargos públicos."
 
Ficamos a imaginar se a matéria fosse de autoria de um apoiador do presidente Bolsonaro e publicado em rede social do autor.
 
Aproveitando, vejam o que diz o 'caput' do artigo 13 da Carta Magna, vigente:
"Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil."

Com fica a situação penal dos que defendem a estupidez chamada linguagem neutra? 

Atenção ministro Fachin, o artigo 13 da CF  continua em vigor.]

Blog Prontidão Total


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

O PAÍS DOS LIMITES - O Estado de S. Paulo

 J. R. Guzzo

O que se quer, no Brasil de hoje, é deixar as pessoas com menos liberdade. O resto é hipocrisia

A má vontade com a ideia geral de liberdade fica evidente na tendência, cada vez mais agressiva, de explicar que ninguém deve ser realmente livre. Não se usa mais isso hoje em dia, dizem o STF e o sistema judiciário, as classes intelectuais e o mundo político, a elite e a mídia em geral; liberdade tem de ter limites. É mesmo? E quem está dizendo o contrário? A liberdade, desde sempre, é limitada pela lei; até pelo Código Penal, no caso específico da liberdade de expressão. A questão não está aí, nesta suposta necessidade de combater a anarquia. O que se quer, no Brasil de hoje, é deixar as pessoas com menos liberdade tanto que se fala cada vez mais em “limites” e cada vez menos em liberdade. O resto é hipocrisia.

Os vigilantes da democracia estão querendo, no mundo das realidades, liquidar direitos das pessoas. O deputado Daniel Silveira, após nove meses de prisão ilegal, não pode falar à imprensa, por ordem do ministro Alexandre de Moraes; segundo ele, o direito de dar entrevistas tem “limites”. Uma emissora de televisão foi condenada recentemente por passar dos “limites” ao levar ao ar uma reportagem em que todos os fatos estavam corretos, mas em que havia, segundo o juiz, “abuso no direito de informação”.

O jornalista Allan dos Santos, nos Estados Unidos, está com um pedido de extradição nas costas por ter ultrapassado, segundo o STF, os “limites” da liberdade de expressão. Há gente na cadeia, como o ex-deputado Roberto Jefferson, pelas mesmas razões. Limites” eis a palavra mágica que justifica hoje todas as agressões à lei e à liberdade praticadas pela autoridade pública e pela polícia nacional de repressão ao “racismo”, à “homofobia” e ao direito de abrir a boca. [o jornalista Allan dos Santos está, felizmente, protegido da extradição, visto que nos 'States' os limites da liberdade de expressão são bem menos restritivos do que os impostos aqui no Brasil.
Dificilmente, o pedido de extradição será atendido.]
 
 J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo