Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O
debate sobre concentração de renda, uma praga tão ruim para o Brasil
quanto a saúva, saiu de moda agora no governo Lula –sempre sai, porque
enquanto Lula é presidente não existe concentração de renda, nem na
propaganda oficial e nem na mídia de consórcio.
Segundo a doutrina
oficial e os apresentadores da Rede Globo, a população do Brasil foi
riquíssima de 2003 a 2016,quando Dilma Rousseff foi posta para fora da
presidência da República. Essa mesma população, assim que o PT deixou o
governo, ficou paupérrima de uma hora para outra – culpa, segundo Lula e
a maioria da mídia, do “golpista” Michel Temer e, ainda muito mais, do
“genocida” Jair Bolsonaro. Chegamos, segundo Lula e o PT, a ter “33
milhões” de pessoas “passando fome”.
Os números do Banco Mundial,sempre
sagrados para a esquerda nacional, mostram o oposto:
- a pobreza extrema
no Brasil, aquela que realmente dá fome, caiu para 1,9% da população em
2020, o que daria umas 4 milhões de pessoas. Foi a maior redução da
miséria em toda a América Latina, mas e daí? Número que o PT não gosta
não existe.
Agora, com Lula de novo na presidência, pobreza e
concentração de renda sumiram de novo – o salário-mínimo assinado por
Lula é de 1.320 reais por mês, com o aumento de 18 reais (sim, 18 reais)
que ele deu, mas não se fala mais em pobres.
A dificuldade é que eles
continuam existindo na vida real,e tudo o que a autoridade pública faz é
para que aumentem cada vez mais.
Uma demonstração indiscutível dessa degeneração está numa reportagem que acaba de sair em O Estado de S.Paulo,
de autoria da jornalista Bianca Lima,mostrando que 25.000 magnatas do
funcionalismo público ganham acima do teto de 41.600 reais fixado para
os servidores –o que é ilegal, e coloca nos bolsos dessa casta, todo os
anos, 4 bilhões de reais tirados do pagador de impostos.
Alguns chegam a
ganhar 300.000 por mês, com o arsenal de truques legais que foram
montando ao longo dos anos, e que não param nunca de aumentar. É um
desvario integral, mesmo dentro do funcionalismo.
Os marajás representam
0,1% dos 25 milhões de funcionários públicos, federais, estaduais e
municipais que existem hoje no Brasil; seu salário médio é de 5.600
reais por mês, oito vezes menos que o teto, ou 50 vezes menos do que
ganham os gatos mais gordos – a turma dos 300.000 mensais. Ou seja: não
há apenas uma desigualdade demente em relação à renda da população
brasileira, mas em relação aos próprios funcionários públicos.
Essa mesma população, assim que o PT deixou o governo, ficou paupérrima
de uma hora para outra – culpa, segundo Lula e a maioria da mídia, do
“golpista” Michel Temer e, ainda muito mais, do “genocida” Jair
Bolsonaro
Não existe forma mais
primitiva de concentração de renda do que este sistema de remuneração
para os barões do aparelho estatal. Lembram-se do “capitalismo
selvagem”, e da sua crueldade em relação aos pobres?
Pois eis ele aí à
toda, mais selvagem do que nunca, e disfarçado de “políticas públicas de
valorização do Estado”. O pobre que era oprimido pelos“ricos”agora é
oprimido cada vez mais pelos salários alucinados do serviço público.
Que
maneira mais eficaz de concentrar renda, para o Estado, do que tirar
dinheiro de todos - a começar pelos mais pobres, que pagam imposto a
cada real gasto na sua sobrevivência –e dar para uns pouquíssimos
privilegiados a serviço do próprio Estado?
É claro que os marajás não
são apenas os 25.000 que ganham de 40.000 reais por mês para cima.
Há
todos os que vêm imediatamente abaixo, e embolsam importâncias jamais
sonhadas pelos brasileiros que pagam os salários de cada um deles. Ainda
assim, continuam sendo a minoria da minoria da minoria. É o estatismo
selvagem.
A
esquerda, quando falava do assunto, dizia que a concentração de renda
era causada pelo “capitalismo” e pelos que “ganham muito” nas suas
atividades ou empresas.
E que diabo o capitalismo tem a ver com os
salários da casta suprema da máquina pública?
A remuneração dessa gente é
fabricada por eles próprios, sobretudo pelos militantes financeiros do
Poder Judiciário. Juízes, procuradores, desembargadores e ministros
pressionam o tempo todo o Legislativo para que aprovem leis aumentando
os ganhos do judiciário.
É um bazar: os deputados trocam seus votos pela
proteção do Ministério Público e da magistratura, sobretudo a mais
alta, nos rolos que tiverem na justiça.
Para completar: os próprios
juízes, depois, julgam as causas que envolvem a sua remuneração.
Nunca,
jamais, em tempo algum, deram uma sentença contra os interesses
materiais da “classe”.
Concentração sistêmica de renda é exatamente
isso.
O Estado brasileiro, hoje, é a maior fábrica de pobres deste país.
Uma sociedade que não consegue condenar moralmente seus
criminosos jamais conseguirá condená-los judicialmente — e muito menos
puni-los.
A função principal da prisão é afastar o criminoso do convívio social,
impedindo-o de continuar a cometer crimes. A segunda função é enviar um
sinal a toda a sociedade de que a atividade criminosa não será tolerada.
A terceira função é punir o criminoso pelo crime que ele cometeu.
Foto: Shutterstock
Essa última função causa horror nos pensadores politicamente corretos. Segundo eles — a maioria sem qualquer experiência em policiamento ou criminologia —, o criminoso não deve ser punido, mas acolhido. Esse pensamento dá ao crime violento um caráter de ato de protesto contra a injustiça e a “desigualdade”, e transforma o criminoso em combatente pela causa de uma revolução.
Punir o criminoso — o combatente — seria apenas confirmar a opressão do “sistema” que, através do seu “mecanismo de concentração de riqueza”, produziu o criminoso em primeiro lugar.
Qualquer cidadão brasileiro — aquele que tenta sobreviver em meio ao crime sem fim do Brasil — reconhece nas ideias do parágrafo anterior um amontoado de bobagens. Pois bem: são essas as ideias que fazem a cabeça de um número cada vez maior de defensores públicos, promotores, juízes, desembargadores, ministros, professores de direito e — pasmem — até policiais.
São essas ideias que estão por trás da inacreditável pauta do desencarceramento.
Essa visão romantizada do criminoso e do crime, e o equívoco(ou, em muitos casos, a deliberada estratégia político-ideológica) de transferir a responsabilidade do autor do crime para a sociedade, não são apenas violações da lógica e da moral; elas ignoram a imensa massa de estudos e de literatura científica já produzida sobre o tema, aqui no Brasil e lá fora, que afirma, com base em evidências claras, que o crime é uma escolha racional que o criminoso faz depois de avaliar os riscos e os benefícios de sua ação.
Do ponto de vista da sociedade, a prisão é uma punição essencial. A sentença do criminoso é uma resposta que a Justiça dá às famílias e aos indivíduos que tiveram seus direitos violados pelo bandido.
A prisão é uma das formas mais humanas de punição. Basta lembrar que, até poucos séculos atrás, criminosos eram condenados a espancamento e torturas, ou executados de forma cruel e lenta.
Hoje, nas democracias ocidentais, até o autor do crime mais sádico e obsceno será condenado, no máximo, a uma sentença de prisão pelo resto da vida ou a uma pena de morte, executada de forma a minimizar seu sofrimento.
No Brasil, não existe nenhuma dessas duas opções.[lamentavelmente e por isso a criminalidade aumenta; além da flexibilização das punições as autoridade procuram facilitar a vida dos bandidos. Exemplos: o individuo eleito presidente da República criticou a prisão de ladrões de celulares, aos quais chamou, carinhosamente, de 'mininos';
Uma sociedade que não consegue condenar moralmente seus criminosos jamais conseguirá condená-los judicialmente — e muito menos puni-los.
No Brasil, enquanto um pai de família assassinado pode deixar sua família na miséria,a família do assassino pode ser protegida pelo “Auxílio-Reclusão”
Dizem a lógica e a moral — e o próprio conceito de Estado de Direito — que a punição do criminoso tem de ser proporcional ao crime cometido. Ou dito de outra forma: a sentença do criminoso não pode ser mais leve que a sentença da vítima.
Como se trata de punição,uma prisão jamais será uma colônia de férias paga com os impostos dos cidadãos honestos.
As condições dos presídios são ruins na maior parte dos países, inclusive nos desenvolvidos.
As únicas exceções talvez sejam alguns países nórdicos, que são exceções em quase tudo. Ir para a prisão não é a mesma coisa que ir para a escola ou para uma colônia de férias bancada pelos contribuintes. Prisão é sempre uma coisa ruim. Cadeia não é assistência técnica de pessoas. Cadeia é punição. [no Brasil, o criminoso pode ser condenado por vários crimes, por diferentes juízes e confirmação em várias instâncias, ganha o direito a cumprir pena em condições que tornam sua cadeia um 'resort', depois pode ser descondenado, SEM SER INOCENTADO, e liberado para concorrer a Presidência da República.
NÃO É ´PIADA. Aconteceu no Brasil, nas eleições de 2022.]
É evidente que todo indivíduo merece ser tratado de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Mas esses direitos precisam ser garantidos primeiro aos indivíduos cumpridores da lei, e não aos que a violam. Um criminoso não pode ter direitos que são negados a um cidadão honesto.
Mas, no Brasil, enquanto um pai de família assassinado pode deixar sua família na miséria, a família do assassino pode ser protegida pelo “Auxílio-Reclusão” (perceba a cuidadosa escolha das palavras).
Criado pela Lei nº 8.213, de 24 de junho de 1991, o Auxílio-Reclusão dá ao preso o direito de receber um benefício de até R$ 1.503,25(valor vigente no ano de 2021).
Para isso, o preso precisa apenas comprovar que exerceu atividade remunerada que o enquadre como contribuinte obrigatório da Previdência Social. Trocando em miúdos: basta o criminoso ter passado pelo período de experiência de 90 dias em um emprego antes de cometer um crime para que, ao ser preso, sua família tenha direito a receber o auxílio todo mês. Em 2012, o governo pagou R$ 434 milhões em Auxílio-Reclusão.
O Auxílio-reclusão é um deboche.Dar dinheiro do Estado para um criminoso enquanto ele cumpre sua pena é fazer piada com o sistema de Justiça Criminal e com o sofrimento das vítimas.
Quando apresento minha crítica a essa inaceitável inversão da lógica e da moral (mais uma), alguns usam o argumento — que funciona com muitas pessoas — de que o dinheiro vai para a família do preso, não para ele.
Eu pergunto: e daí?
Me perguntam:mas a família do preso vai ficar desamparada, Roberto?
Eu pergunto: e a família da vítima, vai ser amparada por quem?
Na verdade, a família da vítima, além de não receber nada, também ajuda — com seus impostos — a sustentar a família do criminoso.
Perceba a gravidade do que está acontecendo aqui: confrontados com a situação trágica de um crime —por exemplo quando um bandido, para roubar um celular, mata um pai de família —, os arquitetos da confusão jurídica que é o sistema de Justiça Criminal brasileiro fizeram a opção de ajudar a sustentar o criminoso e sua família e esqueceram a família da vítima.
É óbvio que aquele que escolhe o caminho do crime coloca o sustento de sua família em risco. Mas os legisladores brasileiros resolveram proteger o criminoso desse risco. É a moral pelo avesso. Investir no crime tem de deixar de ser um bom negócio no Brasil. Precisamos de promotores, deputados, senadores, juízes e desembargadores com a coragem de dizer isso.
Para entender melhor o problema do crime no Brasil e as alternativas que temos para resolvê-lo, é preciso também perguntar: para que servem as prisões? Elas realmente reabilitam?
“Sem punições para aqueles que as violam, as leis são ineficientes. No caso da lei criminal que proíbe homicídio, agressão, estupro, roubo e outros crimes, a punição pode tomar a forma de prisão”, diz A.C. Grayling, professor de filosofia da Universidade de Londres, em seu livro Ideias que Importam. Ele lembra que existem outras questões importantes.
Será que a punição é a resposta correta ao crime?
Não seria melhor pensar em termos de reabilitação, reparo e compensação?
Será que prendemos criminosos para proteger o público, e não para punir o criminoso?
Segundo Grayling, as teorias de punição se dividem em dois grupos. O primeiro é o da escola Utilitária, que afirma que a punição só é certa se produz boas consequências, como proteção da sociedade e reabilitação do ofensor. O segundo grupo é o da escola Retributiva, que diz que, se um erro é cometido voluntariamente e o ofensor tem consciência disso, ele merece ser punido e sofrer.
A taxa de reincidência de ex-presidiários nos Estados Unidos é de 60%. A média europeia é de 55%
Em meados do século 20, ainda havia visões otimistas sobre a possibilidade de usar o sistema penal como uma oportunidade de reabilitar criminosos e devolvê-los à sociedade como cidadãos melhores. Essa ideia foi incorporada, por exemplo, no nome usado nos Estados Unidos para o sistema penitenciário — que é chamado de sistema “correcional”.
“Mas, por uma dessas dolorosas ironias que nos ensinam as melhores lições, os Estados Unidos encarceram uma porcentagem maior de sua população que qualquer outro país”, diz Grayling. Ao mesmo tempo — ou talvez como consequência disso —, os Estados Unidos têm índices de criminalidade muito inferiores aos dos países em desenvolvimento.
Segundo Grayling, estudos sobre reincidência criminal realizados por especialistas em Direito penal, criminologistas e sociólogos nos anos 1970 demonstraram que as prisões não reabilitam:
A esses fatos empíricos juntaram-se as vozes de filósofos retornando à ideia de que a punição é, na verdade, essencialmente retributiva, e com propriedade, pois serve aos interesses da Justiça que o causador de dano e sofrimento pague o custo dos seus atos com sua liberdade e sua propriedade.
Se as prisões são incapazes de reabilitar os criminosos para uma vida em sociedade, elas ainda assim cumprem um importante papel: o de demonstrar a disposição da sociedade de punir de forma exemplar aqueles que violam seus valores mais sagrados.O sistema penitenciário não recupera criminosos. [entendemos que deve ser priorizada a punição e não a ressocialização = e a cada reincidência a penalidade agravada.] Ressocialização é um conceito ideológico usado para aliviar a culpa do criminoso e “provar” a “ineficácia” da prisão. A mídia e os “especialistas” brasileiros repetem todos os dias: não adianta prender criminosos porque nossas prisões são horríveis e não “ressocializam” os presos.
Mas a prisão não “ressocializa” nem reabilita em nenhum país do mundo. Nenhum sistema penitenciário do mundo faz isso. A taxa de reincidência de ex-presidiários nos Estados Unidos é de 60%. A média europeia é de 55%. Dois terços dos ex-presidiários da Grã-Bretanha são presos novamente em um período de 3 anos.
Apenas uma minoria dos criminosos se regenera, e a influência do Estado nesse processo é mínima. Por mais que isso ofenda os ideólogos e muitas pessoas bem-intencionadas, crime é uma escolha individual, especialmente o crime econômico, cometido pelo criminoso para ganhar uma vantagem ou benefício(que pode ou não ser material).
Os ativistas recorrem também à falácia de dizer que manter alguém preso custa caro. Na verdade, custa muito mais caro deixá-lo solto, como explica o economista Thomas Sowell em seu livro Economia Básica:
Uma das objeções levantadas contra a construção de mais penitenciárias para manter mais criminosos presos por maiores períodos é que custa ao Estado uma grande quantia mantê-los atrás das grades.
Frequentemente se faz uma comparação entre o custo de manter um criminoso preso versus o custo de manter uma pessoa na escola pelo mesmo período.
Entretanto a alternativa relevante aos custos de encarceramento incorridos pelo Estado são os custos impostos à população quando criminosos profissionais estão fora das prisões.
No início do século XXI, por exemplo, os custos totais do crime na Grã-Bretanha foram estimados em 60 bilhões de libras por ano, enquanto os custos totais das prisões são menos de 3 bilhões.
É claro que os funcionários do governo estão preocupados com os 3 bilhões de custo das prisões que são de sua responsabilidade, e não com os 60 bilhões que afetarão diretamente os cidadãos.
Nos Estados Unidos, estimou-se que o custo de manter um criminoso profissional atrás das grades é 10 mil dólares por ano MENOR que o custo de deixá-lo nas ruas.
Existe outro fator relevante para explicar o papel das prisões na preservação da segurança pública: a maior parte dos crimes é cometida por uma parcela relativamente pequena dos criminosos. O famoso estudo científico, “Revisitando os Lobos Vorazes: Uma Revisão Sistemática da Concentração de Crime”, realizado por pesquisadores da Escola de Justiça Criminal da Universidade de Cincinnati, concluiu que os 10% dos criminosos mais ativos no conjunto da população são autores de 66% dos crimes.
Diz o trabalho:
Numerosos estudos determinaram que o crime está altamente concentrado entre um pequeno grupo de criminosos. Essas descobertas orientaram o desenvolvimento de várias estratégias de prevenção ao crime. O tema comum a essas estratégias é que, ao nos concentrarmos nos poucos infratores responsáveis pela maior parte do crime, podemos prevenir a maior quantidade de crimes com o mínimo de recursos […]
Descobrimos que o crime está altamente concentrado na população e em diferentes tipos de criminosos. Existe pouca variação na concentração entre jovens e adultos ou entre infratores americanos e os de outros países […] Os 10% das pessoas mais ativas criminalmente respondem por cerca de 66% dos crimes.
Colocar esses criminosos na prisão significa reduzir significativamente o número de crimes cometidos e aumentar dramaticamente a sensação de segurança da população. Prestem atenção na consequência dessa descoberta: não é necessário prender milhões de pessoas para acabar com a crise de criminalidade do país.
Uma parcela desproporcional dos crimes é cometida por esse pequeno grupo de criminosos, já conhecidos da polícia e que, por causa da leniência da nossa lei, vive entrando e saindo da cadeia.
Esses indivíduos já fizeram sua opção pelo crime. Eles não são pobres coitados ou revolucionários tentando implantar um sistema social mais justo. Eles são criminosos por vontade própria, por vocação, ambição desmedida ou deformação do caráter.
Alguns são pobres, outros são ricos; alguns são negros, outros são brancos ou asiáticos.Há homens e mulheres, senhores de idade e garotos de 16 anos. Todos sabem o que estão fazendo e aproveitarão qualquer oportunidade para atacar a sociedade, cada um com sua forma peculiar: colocando uma pistola na cabeça de um motorista, dando uma gravata em uma senhora de idade, subornando para ganhar uma licitação ou violentando e matando crianças.
Cada processo eleitoral apresenta uma ou duas variáveis-chave, e navega mais facilmente a candidatura com imagem pública mais solidamente associada à capacidade de dar atenção a essas variáveis, e, portanto, apresente-se como mais capaz de solucioná-las.
Jair Messias Bolsonaro venceu a eleição de 2018principalmente porque sua imagem pública, construída ao longo de décadas,estava vinculada à firmeza no combate ao crime.
Isso encaixava com as duas demandas mais sensíveis do eleitorado naquele ano: atacar implacavelmente o crime de corrupção e a impunidade dos criminosos em geral.As angústias principais agora em 2022 são outras:a inflação e o desemprego, que trabalham para aprofundar a pobreza e a fome. Daí Luiz Inácio Lula da Silva enfrentar menos vento contra que o presidente, ou até ser empurrado por vento favorável.
Pois ao longo da década e meia petista no poder Lula foi acusado de muitas coisas, mas preservou intocada, e todas as pesquisas comprovam isso, a imagem de governar com especial atenção para o combate à pobreza, à fome e à desigualdade.
A missão da campanha do PT é congelar a hierarquia das preocupações da sociedade, fazer chegar outubro com a impressão disseminada de que a economia vai muito mal, especialmente a inflação e o desemprego. Portanto cabe ao governismo (tentar)inverter a equação. [optamos por destacar, suprimindo virtualmente o tentar, já que o processo de inversão da situação 'desfavorável' [sic] ao 'capitão do povo' está em pleno andamento = a causa principal das dificuldades de grande parte da população é um inicio de recessão (em escala global) consequência dos malefícios da pandemia, que começa a ceder; a inflação brasileira já inicia um processo de queda e mesmo antes do inicio da queda, era menor do que a existente em potências econômicas mundiais - temos o caso da UE, que aumentou os juros em 0,5%, situação que não ocorria desde 2011; o índice de desemprego é o menor desde 2015 - quando a 'engarrafadora de vento', - cria do descondenado, não inocentado - pedalava; o PIB, apesar da torcida contra, aumenta lentamente, mas pior é estivesse negativo; álcool, diesel e gasolina,baixaram quatro vezes, redução de até 20%, na bomba; E vários outros fatores que a mídia militante = a grande e velha imprensa = insiste em não destacar, a prioridade é maximizar o ruim e minimizar as melhoras. Perdem tempo, o 'capitão do povo', com as bênçãos de DEUS vai ganhar segunda, da série de três.]
Há dados objetivos (os fatos costumam ser teimosos) [e implacáveis com os mentirosos e narradores.] a mostrar a redução do desemprego, e as mesmas pesquisas que trazem o favoritismo de momento de Lula mostram a percepção popular sobre a inflação melhorando rapidamente.
A dúvida é se haverá tempo hábil para consolidar a sensação de um cenário econômico mudando para melhor e que não vale a pena “mexer em time que está ganhando”. Como diz o batido ditado em língua inglesa, trata-se de batalha morro acima para o situacionismo.
E sempre estará ao alcance do petismo repetir 2002. Se a situação eleitoral apertar, se a chapa esquentar, assumir o compromisso de não dar um cavalo-de-pau na economia. [será que algum compromisso de um candidato que tem raiva da polícia, da classe média, e outros pontos negativos, incluindo, sem limitar, o fato de ser um descondenado, mas que não foi inocentadoda prática dos crimes pelos quais foi condenado por nove magistrados e três instâncias?
Tal situação deixa sempre dúvidas se em um hipotético segundo turno - por Bolsonaro não ganhar já no primeiro - muitos que não votaram no presidente, optarem por não correr o risco de trazer de volta a cena do crime o descondenado e marcarem JAIR BOLSONARO.] Até agora não tem sido necessário, pois a anabolização do antibolsonarismo “de centro” tem levado votos a Lula por gravidade, sem o PT ter de fazer qualquer concessão programática.
Será necessário olhar também como vão evoluir as taxas de rejeição dos candidatos, diante da inevitável campanha negativa que vem aí. Se Lula precisa manter o diferencial favorável nesse quesito, aumentar a repulsa ao petista é um caminho óbvio para o bolsonarismo.[caminho fácil de ser percorrido pelos bolsonaristas - basta apontar fatos contra o petista; já contra Bolsonaro terão que criar 'narrativas'.]
Pois, quando um eleitor diz que não vai votar de jeito nenhum no candidato “x”, a saída intermediária para o candidato “y” é convencer esse eleitor a não votar em nenhum dos dois. Outro detalhe: nas pesquisas estimuladas, a taxa de “não voto”tem girado em torno de 10%, o que é irrealista, pois a série histórica mostra esse contingente (abstenção mais brancos mais nulos) entre 25 e 30%. Por isso é recomendável prestar atenção à evolução das pesquisas espontâneas, nas quais o “não voto” aparece mais próximo dessa tradição.
Sociedade brasileira se convenceu de que ela é uma arma essencial no combate ao racismo e à desigualdade
["CONSTITUIÇÃO FEDERAL
- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
... ."]
Em agosto, dez anos depois de aprovada, expira a lei que estabeleceu
cotas para ingresso nas universidades e institutos federais, reservando
50% das vagas a alunos de escolas públicas (metade delas aos de famílias
com renda de até 1,5 salário mínimo per capita).
Ela instaurou ainda
outro filtro: pretos, pardos, indígenas e deficientes passaram a ter,
entre esses cotistas, uma fatia proporcional à participação na
população. Antes de 2012, já havia políticas de ação afirmativa em
diversos formatos. Ao disseminar a prática no país, a Lei de Cotas foi
um marco. Agora, será missão do Congresso avaliar seus resultados — e já
tramita um projeto que posterga a expiração da lei. [COMENTÁRIO: fazemos questão de iniciar o presente comentário registrando, declarando, QUE NÃO SOMOS RACISTAS, o Blog Prontidão Total não é racista e que nossa posição contrária ao sistema de cotas, não apenas as raciais mas contra qualquer tipo de cotas, com raras exceções, é por ser nosso entendimento que o MÉRITO, a MERITOCRACIA, deve prevalecer, ressalvando situações excepcionais.
Além da necessidade e justiça da utilização do MÉRITO como regra geral, o 'caput' do artigo 5º da Carta Magna, em plena vigência, transcrito no inicio do Post, determina que todos são iguais perante a lei e proíbe distinção de qualquer natureza.
Em nosso entendimento, como é possível que no Brasil, que vive sob o 'estado democrático de direito', condição que é sempre lembrada por várias autoridades, algumas até adotando medidas antidemocráticas e inconstitucionais para preservar a Constituição, seja possível a existência de leis que contrariam a Constituição - no presente caso, o dispositivo constitucional citado?
Felizmente a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012 - Lei que afronta o disposto no 'caput' do artigo 5º, da Constituição Federal, porém, em plena vigência - oferece em seu artigo 7, oportunidade para revisão de cotas para o ensino superior, que na revisão seja abolido todo e qualquer sistema de cotas, que deverá ser feito com a revogação da lei citada e de todas as leis que concedam cotas.
O MÉRITO tem que prevalecer.
Em situações excepcionais pode ocorrer previsão de cotas para deficientes físicos, mediante Lei específica, cuja validade só se iniciará após a inclusão no texto constitucional de uma exceção para os deficientes físicos.]
O primeiro dever dos congressistas é verificar se ela cumpriu seu
objetivo principal: ampliar o acesso de grupos sub-representados ao
ensino superior. A discussão será naturalmente contaminada por paixões.
As cotas foram um dos motivos por que a sociedade brasileira se tornou
mais sensível à questão identitária. Na década anterior à lei, houve
debate intenso, sobretudo em relação às cotas baseadas em critérios
raciais. Havia dúvidas sobre sua eficácia como mecanismo de inclusão e
sobre a reação que despertariam, ao tornar mais saliente a chaga do
racismo e, indiretamente, retroalimentá-la.
Em que pesem as ressalvas, o debate de 20 anos atrás está superado. O
racismo precisa ser combatido sempre, com vigor e energia. E a sociedade
brasileira se convenceu da relevância das cotas como arma nessa luta.
Diferentes pesquisas mostram que metade dos brasileiros apoia as cotas
raciais nas universidades. Ainda que haja opositores, a maioria fez sua
escolha por meio de instituições legítimas. Cotas raciais foram
aprovadas no Congresso e referendadas em votação unânime no Supremo
Tribunal Federal (STF). Tornaram-se primordiais para trazer às melhores
universidades quem não é da elite e para enfrentar a desigualdade com a
arma mais eficaz: acesso à educação.[será que é justo QUE pessoas não escolhidas pelo critério do MÉRITO, ocupem vagas que deveriam ser concedidas às que provarem merecimento por MÉRITO?
O aumento de cotistas nas escolas superiores é normal - afinal não é preciso merecer, ter mérito, para tomar uma vaga de alguém que estudou, praticou o popular 'ralou' para passar em um vestibular, logrando classificação que sem as cotas tornaria possível ser permitira ser devida e merecidamente recompensado pelo seu esforço.]
São fartas as evidências de que elas atingiram a meta principal. Os
egressos de escolas públicas nas instituições contempladas foram de 55%
em 2012 a 63% quatro anos depois. Pretos, pardos e indígenas, de 27% a
38%. A diversidade maior entre o 1,1 milhão de graduandos nas
universidades públicas é visível a quem anda por qualquer campus. “Os
programas de ação afirmativa transformaram as universidades e tiveram
impacto profundo na vida de muitos cotistas”, afirma a economista
Fernanda Estevan, da Fundação Getulio Vargas.
Os cursos mais impactados foram os mais concorridos. Alunos de escolas
públicas começaram a sonhar alto e a prestar vestibular para carreiras
de prestígio. Uma pesquisa da Unicamp revelou aumento de 10% na escolha
por medicina e por outros quatro cursos concorridos. Isso contribuiu
para a mobilidade social, como demonstra estudo com alunos do Direito da
Uerj. Entre os cotistas, 80% completaram o ensino superior, 70%
passaram no exame da OAB e 30% foram trabalhar como advogados. Nas
federais, houve impacto positivo também nos cursos em que oriundos de
escolas públicas já eram mais da metade. O percentual cresceu, mostrando
que havia demanda reprimida. Pesquisas também demonstraram o efeito
específico das cotas raciais. “Sua adoção foi quase cinco vezes mais
eficaz para o aumento nas matrículas de estudantes pretos, pardos e
indígenas oriundos de escolas públicas que num cenário sem elas”, diz a
economista Úrsula Mello, da Barcelona School of Economics.
Em duas áreas, os congressistas deveriam promover melhorias: acesso e
retenção. Na primeira, será importante examinar a eficácia da regra que
reserva vagas aos com renda familiar per capita de até 1,5 salário
mínimo. Esse valor põe o aluno na metade superior da pirâmide social
(numa família de quatro, a renda pode chegar a R$ 7.272). Se o objetivo é
abrir portas aos pobres, o crivo precisa ser mais rígido. Nas federais,
a lei aumentou em apenas 2,4 pontos percentuais as matrículas de alunos
com renda familiar de até um salário mínimo. Outra questão relevante
está ligada às cotas raciais. A lei determina que os percentuais
destinados a pretos, pardos e indígenas sejam definidos pela proporção
de cada grupo no Censo. Como ele só ocorre de dez em dez anos, deveriam
ser levados em conta levantamentos mais frequentes.
O maior desafio dos congressistas é melhorar a retenção. Parte
considerável dos cotistas não termina o curso. Uma análise da USP revela
desistência de 25% entre pretos, pardos e indígenas (entre não cotistas
brancos, 17,6%). É possível que a realidade seja pior. Alunos ricos,
quando saem da faculdade, costumam trocar de curso. Cotistas são
obrigados a abandonar o sonho da graduação. “Atacar o problema da evasão
requer pensar nas causas da desistência”, diz o economista Michael
França, do Insper. Se a questão é financeira, é preciso ter um amplo
programa de bolsas de estudos. Se o problema é acompanhar as disciplinas
devido a deficiências no ensino médio público, o recomendável são
programas de reforço. Medir de forma sistemática o desempenho acadêmico
dos cotistas é chave para evitar o abandono.
Como as razões que levaram à criação da Lei de Cotas persistem no
Brasil, ela deveria ser prorrogada, com tais melhorias, para ser
reavaliada mais adiante. Na discussão sobre a nova lei, os parlamentares
deveriam manter o foco nas questões objetivas e evitar a contaminação
ideológica do tema. O país conta com pesquisadores sérios, dispostos a
examinar cada ponto sem paixão. São esses que o Congresso deve ouvir
para que o Brasil avance ainda mais no combate ao racismo e à
desigualdade.[Defender o MÉRITO agora passou a ser contaminação ideológica?]
Reforma administrativa é destruída por deputados que passam a vida de joelhos diante do funcionalismo público
Os múltiplos assassinatos que aCâmara de Deputadosvem cometendo contra a reforma administrativa
são a manifestação mais recente de uma das taras mais velhas da vida
pública brasileira – a compulsão permanente para decidir contra os
interesses da população e a favor dos interesses de grupos particulares
bem organizados sempre que é preciso fazer uma escolha entre os dois. O
brasileiro comum raramente ganha uma – ou é tão raro ganhar, mas tão
raro, que acaba dando na mesma.
Essa reforma é um primeiro e
moderadíssimo esforço, depois de séculos, para conter no futuro –
atenção: só no futuro – algumas das aberrações mais escandalosas que
fazem do serviço público brasileiro um espetáculo mundial em matéria de
privilégio, injustiça e desigualdade. Aos funcionários públicos se dá o
máximo, e muito mais do que um país com população tão pobre como o
Brasil tem condições de dar. Aos demais cidadãos se impõe a obrigação de
sustentar um por um, com os impostos que pagam todos os dias, cada
benefício, vantagem e extravagância exigidos por eles. Fica assim: no
Brasil não é o servidor público quem serve a população. É a população
quem serve o servidor. Como diria um procurador do MP do Trabalho, é uma
situação análoga ao estado de escravidão.
A reforma proposta
pelo governo, e destruída peça por peça por deputados que passam a vida
de joelhos diante do funcionalismo público, é uma tentativa muito
modesta, racional e realista de segurar um pouco a progressiva
privatização do Brasil em favor dos servidores, e a consequente entrega
dos recursos de todos para o desfrute de uns poucos – mais ou menos uns
5% da população, incluindo-se as três áreas da administração.
(O pior é
que a imensa maioria dos funcionários ganha muito pouco; o grosso do
dinheiro e dos privilégios vai para as castas superiores. É a
desigualdade dentro da injustiça.) [oportuno a lembrança do Guzzo, lembrança parcial, já que não foi registrado que desde antes da pandemia os servidores públicos não tiveram nenhum reajuste e tal tema sequer é cogitado.
Talvez, consigam algo no inicio do próximo ano - ao que sabemos no governo Bolsonaro nenhum servidor público teve reajuste;
Salvo eventual engano, o último reajuste recebido por servidores públicos foi no final do governo Temer, para os membros do Poder Judiciário, como compensação pela extinção do auxílio moradia.
Mesmo assim, tal reajuste foi para os MEMBROS do Poder Judiciário.
Ainda que o 'patrão' seja o mesmo, o servidor público é regido pela Lei nº 8112/90 e os MEMBROS do Poder Judiciário pela LOMAN.]
A intenção da reforma, note bem, era
deixar tudo como está para os atuais servidores; ninguém perderia um
milímetro do que já tem, daqui até o fim da vida. Tudo o que se pretende
é criar regras mais justas para os que entrarem no serviço público a
partir de agora – só a partir de agora. Nada feito, decidiram os
deputados. É proibido tocar no presente. É proibido melhorar o futuro.
Para multinacionais como a Ford, o Brasil é visto como incapaz de sair do marasmo
A saída da Ford do
Brasilnão é um veredicto contra o governo de Jair Bolsonaro. É um pouco pior. É um
veredicto desagradável sobre o Brasil na comparação internacional – não importa
quais tenham sido os erros(alguns óbvios, como produtos equivocados) da
montadora em suas estratégias de mercado.
Em
primeiro lugar, o que a postura da montadora indica é que afastados das
principais inovações somos uma grandeza negligenciável em termos de tamanho de
mercado. Ela está desmentindo a frase muito surrada, segundo a qual o Brasil
tem um tamanho (em termos de mercado) que nenhuma multinacional pode se dar ao
luxo de ignorar.
Em
segundo lugar, a saída dela apenas confirma o que o setor industrial brasileiro
vem “denunciando” há pelo menos uma década: o ambiente de negócios geral no
País está piorando ao longo dessa linha do tempo – os últimos dez anos, durante
os quais os benefícios tributários concedidos especialmente ao setor automotivo
triplicaram em relação ao PIB, sem que viessem os esperados resultados.
Esse
último aspecto é relevante para se entender qual é o “recado geral” que a saída
da Ford está dando à sociedade brasileira. Na expressão consagrada pelo
economista Marcos Lisboa, somos reféns da nossa postura da “meia-entrada”. Ela
explica como o conjunto acaba pagando por aquilo que alguns não precisam pagar.
“Meia-entrada”
– o subsídio, o incentivo, a renúncia fiscal – é entendida como um direito
adquirido inalienável. Às vezes garantido pela Justiça (o que gera insegurança
jurídica), às vezes negociado por lobbies bem-sucedidos (num Legislativo de
baixa representatividade) ou reiterados por governadores e prefeitos
engalfinhados em guerra fiscal. O resultado geral é o agravamento do estado no
qual vegetamos há mais de uma década: economia semi estagnada, atrasada em
produtividade, fechada, com baixa capacidade de competição especialmente no
setor industrial.
Esse
diagnóstico é de razoável consenso não só entre economistas, mas foi adotado também
por várias correntes políticas. É a partir dele que o governo Jair Bolsonaro
montou algumas de suas principais promessas eleitorais, traduzidas na intenção,
manifestada pelo ministro Paulo Guedes, de “salvar a indústria
contra os próprios industriais”. Ainda no começo de dezembro do ano passado
Guedes afirmava que aproveitaria o momento de reorganizar a saída da dupla
crise (econômica e sanitária) para “cortar subsídios”(ocorreu em parte quanto
aos creditícios, mas não aos tributários).
No
caso específico da Ford, informações de bastidores dão conta de que a decisão
de sair do Brasil já tinha sido tomada em 2018, e foi adiada por razões
exclusivamente políticas por parte da empresa: não queria dar a impressão de
que o fazia (abandonar nosso país) por desaprovar o vencedor das eleições
daquele ano. Se, de alguma maneira, a montadora antecipava que o ambiente de
negócios brasileiros se alteraria de maneira positiva, perdeu até aqui a aposta
e optou pelo “stop loss”.
Aqui
voltamos ao “recado geral” deixado pela saída da Ford. É a constatação de que
nossa política, não importa o partido no poder,não foi capaz de construir o
grande consenso em torno da pauta da produtividade, da competitividade, das
reformas estruturantes do Estado, do efetivo combate à desigualdade, miséria,
injustiça social.E agora, distraída por reeleição, pandemia e sufoco fiscal,
parece tão distante como sempre de criar a convergência necessária.
Evidentemente
que a Ford ou qualquer outra grande corporação não é “juiz”dos nossos destinos
nem ocupa qualquer posição “moral”para determinar o que somos ou deixamos de
ser. Ou que jamais erre nas decisões de investir ou desinvestir. Mas o que ela
acabou de fazer é um alerta gritante: lá fora estamos sendo vistos como capazes
apenas de produzir mais do mesmo – e esse mesmo não é satisfatório.
Dinheiro
destinado a isenção tributária seria suficiente para dobrar recursos do Bolsa
Família
A
política de subsídios aos produtos da cesta básica deveria ser um instrumento
para reduzir a pobreza,mas beneficia mais os ricos que os pobres. A
constatação fica clara em análises da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), da
Receita Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Tais
órgãos sugerem que seria melhor ao país se, em vez de desonerar os impostos
cobrados sobre produtos da cesta básica, os recursos do Estado fossem
destinados a programas alternativos, mais eficazes na redução da pobreza e da
desigualdade social. Citam como exemplo o Bolsa Família, que transfere renda
diretamente a cerca de 14 milhões de famílias.
Os
subsídios à cesta básica de produtos alimentícios e higiene representam R$ 32
bilhões por ano. É uma das maiores isenções tributárias federais (5,4% do
total).Supera em R$ 2 bilhões o gasto com o Bolsa Família. No
entanto, pelas contas da STN, da Receita e do TCU, tal isenção é doze vezes
menos eficiente na transferência de renda à população mais pobre que o Bolsa
Família. Isso porque, no caso da cesta básica, é impossível distinguir o
benefício tributário por nível de renda ou por tipo de produto adquirido,
embora o objetivo seja atender à população de baixa renda, mais vulnerável à
insegurança alimentar.
Avalia-se
que realocar os recursos federais hoje destinados à cesta básica alcançaria com
muito mais eficácia os mais pobres. “Estamos falando de R$ 32 bilhões”, disse
há poucos dias o secretário-adjunto da Receita, Marcelo Silva, numa audiência
pública. “Chegaríamos ao cúmulo de dobrar o valor do Bolsa Família ou de dobrar
o número de pessoas assistidas no programa. Uma política muito mais robusta,
mais ampla, muito mais eficaz que a da cesta básica.”
O
TCU resolveu agir. Intimou a Casa Civil a apresentar ainda neste mês uma
análise formal dos eventuais impedimentos do governo em promover uma revisão
dos subsídios à cesta básica e de mudar a aplicação dos recursos. Ao mesmo
tempo, encaminhou ao Congresso, onde se examina a instituição de uma política
de renda mínima, a série de estudos comparativos do gasto estatal com programas
sociais mais eficazes, mais abrangentes e mais focalizados na população de
baixa renda.Para
além da fixação eleitoreira do presidente Jair Bolsonaro em um novo programa
social, trata-se de um debate político relevante, necessário e urgente,
sobretudo numa etapa de agonia fiscal e de aumento da miséria e da
desigualdade.
Um Judiciário 100% digital é boa ideia, mas precisa de muita transparência e pouca pressa
Só na semana que vem será possível medir o impacto eleitoral do assassinato de João Alberto Silveira Freitas pela milícia formalizada da rede francesa Carrefour em Porto Alegre. No dia 9 de novembro de 1988 uma tropa do Exército matou três operários que ocupavam a usina de Volta Redonda. Seis dias depois, para surpresa geral, a petista Luiza Erundina foi eleita para a Prefeitura de São Paulo. [Dificil encontrar motivação para que a morte ocorrida no Carrefour tenha impacto eleitoral - não ocorreu durante uma greve e a classificação da morte de João Alberto como ato racista não se sustenta nos FATOS.
Já as mortes de Volta Redonda, na greve da CSN, movimento paredista com tinha forte motivação política, organizado pela CUT e PT - indiscutivelmente adeptos da bagunça e da violência. As forças policiais (Exército Brasileiro e PM) buscando restabelecer a ordem e fornecer condições para que os operários que desejavam trabalhar (a maioria) enfrentaram agressões covardes, foram compelidas ao uso da força necessária. Situação que refletiu nas eleições, especialmente na capital paulista, cuja candidata era apoiada pela CUT e PT.]
Como disse o vice-presidente, Hamilton Mourão, João Alberto, o Beto, era uma “pessoa de cor”. Seu assassinato aconteceu no mesmo dia em que o Carrefour anunciava na França sua disposição de boicotar os produtos brasileiros vindos de áreas desmatadas do cerrado. Beleza, em Paris milita-se na defesa das árvores enquanto em Porto Alegre mata-se gente. [epa !!! essa pesou... logo os dois seguranças serão enquadrados como terroristas e um conflito entre agentes de segurança e um cidadão, será considerado ato de retaliação contra o Carrefour. Os franceses, com ou sem o hipermercado, são mínimos para prejudicar o Brasil - que boicotem... Qualquer ação de estrangeiros, contra o Brasil e os brasileiros, provocará reação e começará com uma pergunta: qual o interesse para o Brasil aceitar em seu território um hipermercado que conspira contra a Nação que os hospeda? Os franceses já tem contra eles a notória intenção de invadir o nosso território.]
Esse tipo de comportamento é velho e disseminado. Em 2001 a milícia formalizada da rede Carrefour prendeu duas mulheres no Rio de Janeiro e entregou-as à milícia informal de traficantes de Cidade de Deus. Foram espancadas, mas os bandidos não cumpriram a ameaça de queimá-las vivas. Quando o caso foi denunciado, o embaixador francês era o professor Alain Rouquié, um conhecido intelectual parisiense.[se nota que ser intelectual, ao contrário do que pensam milhões de brasileiros, não é um atestado de bom caráter] Ele foi ao governador Anthony Garotinho e reclamou do noticiário que prejudicava a imagem internacional do Carrefour.
(..........)
Brincando com computadores
O presidente do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Fux, anunciou que “nós precisamos nos aprimorar em aspectos tecnológicos, principalmente porque estamos lançando, pelo CNJ, o Juízo 100% Digital”. Atrás desse nome bonito, está a ideia de colocar todos os processos do país numa rede de computadores. Coisa de sonho. Como ensina a cartilha do CNJ: “Os magistrados poderão dar vista às partes para que digam se concordam com a tramitação de ação já distribuída de acordo com o rito do ‘Juízo 100% Digital”.Entre a ficção de Brasília e a realidade de Pindorama, o projeto perfilhado por Fux equivale a uma cerimônia na qual o prefeito de Macapá anuncia um novo sistema de iluminação pública para a cidade.
O sistema foi exaltado durante a primeira Reunião do Comitê de Segurança Cibernética do Poder Judiciário, criado no dia 11 de novembro. A porta havia sido arrombada uma semana antes, quando a rede do Superior Tribunal de Justiça foi invadida, e a Corte ficou vários dias fora do ar. Quatro dias depois, o computador do Tribunal Superior Eleitoral engasgou, atrasando por algumas horas o resultado da eleição de domingo. O problema seria despiciendo se não tivesse sido precedido por promessas megalomaníacas de pontualidade que chamavam o equipamento de “supercomputador”. Investigado, o acidente revelou-se consequência de um atraso na entrega de máquinas que deveriam ter chegado em março e só vieram em agosto.
Um Judiciário 100% digital é boa ideia, mas precisa de muita transparência e pouca pressa. Essa panela está no fogão do CNJ desde o ano passado e começou a andar depressa em julho, no meio da pandemia. A iniciativa depende da utilização de um programa de integração das varas, criando um padrão que deverá ser seguido por todos os tribunais. Não se conhece o detalhamento da demanda. É coisa grande e tramita no sistema de reuniões virtuais dos ministros. Felizmente, a ministra Maria Thereza Assis Moura, corregedora nacional da Justiça, pediu que assunto fosse discutido numa reunião presencial. Ela deve se realizar na terça-feira.
O escurinho de Brasília já produziu um edital do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação que pretendia torrar R$ 3 bilhões comprando computadores, laptops e notebooks para os alunos da rede pública. A Advocacia-Geral da União mostrou que a licitação estava viciada e que os 255 alunos de uma escola mineira receberiam 30.030 laptops.[117 laptops por aluno]Até hoje não se sabe quem botou esse jabuti na árvore.
O “Juízo 100% Digital” precisará de software. Sem ameaçar a segurança da rede, o CNJ tem meios para divulgar as exigências técnicas para equipá-lo. Além disso, está embutida na ideia um discutível encanto pelo trabalho remoto.
Fux tem toda razão quando diz que “precisamos nos aprimorar em aspectos tecnológicos”. Quem já comprou um computador ou já contratou um serviço sabe que a melhor maneira para fazer isso é estudar direito as propostas, para cantar vitória depois. Em Brasília, cultiva-se outro modelo: havendo um problema, lança-se um novo projeto.
Por mais absurdo, Camargo faz sentido num governo negacionista e 'daltônico'
O
presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton
Mourão têm posições divergentes numa série de questões, inclusive
na política externa e na importância das vacinas contra a covid-19, mas em algo
eles estão perfeitamente em sintonia: ambos dizem abertamente que não
há racismo no
Brasil. [como é natural, a poeira começa a baixar sobre a morte ocorrida Porto Alegre, e os brasileiros começarão a perguntar: onde houve o racismo?
Concluirão pela ocorrência de houve uma morte violenta, talvez com abuso de força, mas nada mostra a ocorrência de racismo.
O mais curioso de tudo é que o nosso presidente Bolsonaro é malhado, desrespeitado, por ter simpatia por Trump - mas, ao mesmo tempo, milhões de brasileiros não perdem a mania, são até estimulados a tanto, de imitar os norte-americanos, até um Floyd para chamar de seu, esses milhões são manobrados para criar um.
Dizendo o óbvio: daltônico é quem não faz diferenciação de cores - o multi condenado ex-presidente petista, presidiário temporariamente em liberdade, abusa nas metáforas - Bolsonaro é criticado por usar o termo como metáfora.] Nesse caso, o negacionismo não é exclusividade do presidente.
Ao se dizer “daltônico”, Bolsonaro admite que não consegue ver
a realidade, os fatos e estatísticas, mostrando, por exemplo, que 75% das
mortes violentas no país que governa são de pretos e pardos. Para disfarçar,
tira pilhas de fotos com o deputado Hélio Negrão. E Mourão, que já chocou ao falar em “malandragem dos africanos”, voltou
à carga. Quando? No dia da Consciência Negra, quando João Alberto foi
assassinado brutalmente, como George Floyd nos EUA, por... ser negro.
“Digo com toda a tranquilidade: não existe
racismo no Brasil”, declarou Mourão, que chama negros de “pessoas de cor” e,
depois de morar nos Estados Unidos, garante que “racismo tem é lá”, aqui “a
sociedade é misturada”. Como não é ignorante, muito pelo contrário, deveria
olhar os dados oficiais sobre desigualdade, escolas, prisões, violência
policial, mercado de trabalho. O racismo é real, massacrante.
A
ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, criticou duramente a morte de
João Alberto, o Beto, mas sem usar a palavra “racismo” e sem sequer dizer que
ele era negro – aliás, como omitiu a própria ocorrência policial. E o
presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, um negro doentio que nega o
racismo, diz que a escravidão foi boa e acusa os movimentos negros de “escória
maldita”, fez ainda pior. Em vez de repúdio ao massacre do Beto por dois
seguranças brancos – o que não mereceu um gesto ou manifestação dele –, Camargo
pregou o fim do Dia da Consciência Negra, porque “não existe racismo estrutural
no País”. Partindo de brancos já é inadmissível; de um negro, é imoral. E um negro
que preside o órgão responsável pelo rico acervo da história dos
afrodescendentes no Brasil.
Por
mais absurdo que Camargo seja, porém, ele faz todo sentido num governo que
nomeia um cidadão que jamais pisara na Amazônia para o Meio Ambiente, um
embaixador júnior de textos e discursos sem nexo para o Itamaraty, uma mulher
que é contra os avanços civilizatórios para o Ministério da Mulher, Família e
Direitos Humanos.
E
na Educação? Um estrangeiro que se atrapalhava com o português, um
desqualificado que ameaçava prender os ministros do Supremo, um fraudador de
currículos e agora um pastor para quem os gays são fruto de “famílias
desajustadas”. Sem falar, claro, de um general intendente para o Ministério da
Saúde em plena pandemia e de um secretário de Cultura que usava eventos
oficiais para divulgar textos e símbolos nazistas. Camargo, portanto, está em
casa.
Uma
única palavra resume tudo isso: negacionismo. Porém, ministros e secretários
não passam de meros papagaios e executores de políticas que aterrorizam o mundo
e o novo presidente dos EUA, [já ocorreu uma decisão final sobre o esquerdista ser presidente dos Estados Unidos da América = Al Gore pensava ter levado e se ...]Joe Biden, mas vêm “de cima”. Embriagado pela
ideologia e por uma desconcertante ignorância sobre tudo, o presidente nega
racismo, pandemia, queimadas, ciência, estatística e, principalmente, bom senso
e bons modos.
[Constituição da República Federativa do Brasil
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;"(grifamos)]
Não,
Bolsonaro não é culpado pelo assassinato do Beto, mas ele precisa admitir que o
racismo existe, é imoral e criminoso e que o Dia da Consciência Negra é um
grito de alerta, de socorro e de Justiça. Mulher branca, eu jamais seria
trucidada por dois brutamontes covardes num supermercado. Beto foi por ser um
homem negro e pobre, como tantos filhos, pais, irmãos e maridos trucidados
neste País todos os dias, toda hora. É racismo, sim! Black Lives Matter!
[Atualizando:
Sua Excelência, o fato,
como bem dizia Ulysses Guimarães, sustenta a nossa opinião -
enfatizamos: nos obriga a expressar nossa opinião - considerando apenas
os FATOS apurados até o presente momento - que no caso do senhor João
Alberto não houve racismo.
Ocorreu uma morte violenta, causada por circunstâncias que não apontam para racismo.
As circunstâncias:
- a vítima que fazia compras no Carrefour se desentendeu com uma funcionária do hipermercado;
- na sequência, desferiu um soco contra um segurança;
- com a chegada de outro segurança, teve inicio uma luta corporal na qual tudo indica a vítima ficou em desvantagem.
-
dominados pela exaltação de ânimos dada as condições emocionais dos
envolvidos, os seguranças em superioridade
numérica e diante da inércia dos populares = que se limitaram a assistir a luta
= partiram para um espancamento descontrolado, resultando em óbito do
senhor João Alberto - imperioso lembrar que a condição de ter respondido
por violência doméstica e porte ilegal de armas, sustentam a
interpretação de ser o mesmo violento, índole explosiva.
Ontem, sábado, a mídia divulgou vídeo mostrando o instante em que a vítima desferiu um soco contra um dos seguranças - ação que transformou o que poderia terminar apenas em uma altercação em luta corporal. ]