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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Anticorpos coronavírus x Reinfecção



Profissional de saúde em sala com respiradores no hospital Emílio Ribas, em São Paulo
Profissional de saúde em sala com respiradores no hospital Emílio Ribas, em São Paulo - Miguel Schincariol/AFP

Um honconguês de 33 anos, que ficara doente, se recuperara e recebera alta em abril, viajou à Espanha e, ao regressar, no início deste mês, submeteu-se a teste para a doença com resultado positivo, embora sem sintomas — nada como uma vigilância epidemiológica funcional, diga-se de passagem.

Agora que uma nova contaminação foi provada, pode-se esperar uma alta nos registros. Bélgica e Holanda já fizeram anúncios. São Paulo mantém um ambulatório para essas situações. Resta ainda saber quão frequente é o segundo contágio. Mesmo que o fenômeno se mostre bastante raro, devem-se esperar ocorrências dado que já contamos globalmente com mais de 26 milhões de casos de Covid-19 (que chegam às centenas de milhões se levarmos em conta a subnotificação).

Não termos visto multidões de asiáticos os primeiros vitimados pelo vírus voltando a adoecer é de certa forma tranquilizador, assim como o fato de que a segunda infecção do paciente honconguês tenha sido assintomática. Obviamente, seria preferível que uma infecção por Covid-19, a exemplo do que se dá em moléstias como o sarampo, proporcionasse imunidade. Esse nunca se afigurou o cenário mais provável, porém.

Muitos especialistas já apostavam que o Sars-CoV-2 acabaria por se tornar endêmico, a exemplo dos vírus das gripes sazonais e dos resfriados, que os corpos humanos aprenderam a combater. Do ponto de vista prático, a reinfecção traz algumas implicações. A ideia de passaporte da imunidade, que já andava em baixa, sai ainda mais chamuscada. Quem já teve a doença não pode se considerar protegido com certeza senão por um período muito fugaz. Quanto à vacina, fica reforçada a perspectiva de reaplicação periódica. Pacientes recuperados provavelmente também deverão entrar na fila da imunização, ainda que não como grupo prioritário.​

Opinião - Folha de S. Paulo


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