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segunda-feira, 24 de abril de 2023

O que aconteceu no 8 de janeiro - Revista Oeste

Silvio Navarro

Imagens vazadas colocam o governo Lula no centro dos atos de vandalismo, levantam suspeita de cumplicidade e tornam a CPMI no Congresso inevitável

Foto: Reprodução

Às 14h55 do dia 8 de janeiro, os carros da Polícia Militar do Distrito Federal que atuavam na segurança da Praça dos Três Poderes, já sob ataque de um bando de vândalos, deixaram uma das principais vias de acesso à chamada Esplanada dos Ministérios.
 Ao fundo, em meio à fumaça de bombas de efeito moral, uma multidão avançava em direção ao Palácio do Planalto. 
Imediatamente, os oficiais alinhados em um cordão com escudos recuaram, permitindo a entrada do grupo no estacionamento do prédio. Neste momento, a porta principal da sede da Presidência da República em Brasília estava aberta. Por quê?
 
Um enorme arquivo com 160 horas de filmagens, captadas por 22 câmeras, foi obtido pela emissora CNN.  
A edição, com pouco mais de cinco minutos, foi divulgada na quarta-feira, 19. 
Há meses a Câmara dos Deputados, parlamentares individualmente e veículos da imprensa, por meio da Lei de Acesso à Informação, buscavam acesso ao material. O governo Lula guardava o conteúdo a sete chaves. Por quê?Foto: Reprodução MetrópolesFoto: Reprodução Metrópoles
 
Os vídeos provocaram um terremoto no Congresso Nacional como não se via desde os escândalos conhecidos pelos aumentativos Mensalão e Petrolão. Na mesma quarta-feira, coincidentemente, estava marcada a audiência do general Marco Edson Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na Câmara para falar sobre o dia trágico. Às 13 horas, contudo, ele enviou um atestado médico à comissão que não diz absolutamente nada: apresentava um “quadro clínico agudo que requer medicação”. Não há sequer o CID (classificação internacional de doenças), obrigatório em atestados médicos. Duas horas depois, “GDias”, como é chamado pelo Batalhão de Infantaria do Exército, estava com Lula na reunião que selou sua demissão
Foi o primeiro ministro do governo demitido em 120 dias de mandato, um recorde em qualquer governo do PT nem ministros enroscados em denúncias, como o das Comunicações e a do Turismo, foram despejados até hoje. Por que Gonçalves Dias deixou o posto tão rápido?
 
Horas antes do cancelamento da audiência na Câmara, o general aparece nas imagens do circuito interno do Palácio do Planalto circulando, à paisana, entre os invasores. 
Ele checa portas, visita a antessala do gabinete de Lula e interage com os baderneiros — as falas são inaudíveis. 
Em nenhum momento, o militar atuou como um agente de segurança nem tentou evitar a depredação. Que general permite que o inimigo ataque sua fortaleza? 

Atestado Utilizado por Gonçalves Dias | Foto: Reprodução

Já demitido, Gonçalves Dias disse em entrevista à GloboNews que sua atuação naquela tarde se limitou a direcionar os invasores para a planta baixa do prédio, onde a Polícia Militar os aguardava. Ele conversou com jornalistas, mas não foi ouvido até agora pela Polícia Federal, como os milhares de manifestantes que terminaram presos a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Por quê?

Acuado, Lula mandou sua base escolher quem serão os integrantes da CPMI. A leitura do pedido de abertura da comissão será no dia 26

Lula sacou a velha carta de que não sabia de nada
Fez chegar aos articulistas na mídia que foi traído pelo general. É uma tese que não para em pé nem nas redações apaixonadas por ele
Dias é uma das pessoas mais próximas do petista há anos. 
Na Presidência, Lula usava um botão de emergência que acionava o general imediatamente. O jornalista Ricardo Kotscho, assessor do próprio Lula no passado, escreveu nesta semana no portal UOL. “Ele se tornou conselheiro do presidente, porque é um cara preparado. Lembro que, nas viagens de avião para a China e a Índia, ele passava o tempo todo lendo. Não consigo entender como isso foi acontecer com ele agora.”Foto: Reprodução UOL


Diante de tamanha proximidade, com Lula a quilômetros de distância de Brasília — estava em Araraquara, no interior paulista —, não é crível que o chefe do GSI tenha deixado de comunicar o presidente que o Palácio do Planalto fora invadido. O senador Marcos do Val (Podemos-ES), um dos que acompanham mais de perto os episódios de janeiro, afirmou que Lula teria dito na véspera ao general: “Deixe acontecer”.
Quer água mineral?

Outros membros do GSI também aparecem nas novas cenas: um deles, capitão do Exército, pode ser visto dez vezes. Numa das imagens mais bizarras, ele abre uma porta e oferece água mineral aos manifestantes. Em outra, depara-se com um vândalo mascarado prestes a arremessar um extintor de incêndio contra uma vidraça.  
Nem ele nem outros oficiais fazem nada para deter o quebra-quebra. Pelo contrário, quando o relógio do sistema de câmeras crava 15h19, os guardas deixam a sala, apenas dois minutos antes de os arruaceiros chegarem com uma marreta. Por quê?
 
Na sequência exibida pela CNN, é possível perceber uma novidade em relação às imagens divulgadas anteriormente pelo programa Fantástico, da Rede Globo: as pessoas que invadiram o prédio têm perfis distintos. Isso fica nítido na destruição do relógio do século 17
A cena estúpida foi explorada à exaustão para sustentar a narrativa de que o país estava diante de um golpe de Estado, sem tanques nem soldados, mas liderado por uma turba anônima de “bolsonaristas” organizada pelo WhatsApp. 
A imagem da TV Globo mostra um criminoso trajando uma camiseta preta com a estampa do rosto do presidente Jair Bolsonaro. Ele faz questão de encarar a câmera de segurança. É como se dissesse: “O Bolsonaro me mandou vir aqui”. Essa narrativa caiu na última quarta-feira.


"Exclusivo: Imagens mostram ação do GSI em ataque aos Três Poderes em 8 de janeiro | CNN NOVO DIA"

 
Agora, é possível ver que outros manifestantes, que usam camisas e bandeiras com as cores verde e amarela que tampouco deveriam estar dentro do prédio, é verdade — tentam recolocar no lugar o relógio francês trazido ao Brasil por Dom João VI. O que acontece depois?    O objeto é arremessado novamente contra o chão por outra pessoa mascarada. 

O conflito entre os próprios invasores está nítido: há uma tentativa vã de alguns deles em conter alguns solitários ensandecidos.                        Havia infiltrados ali?
Quem sabia dessas imagens? [COMENTÁRIO MOSTRANDO UMA CURIOSIDADE: A TV Funerária ontem, em seu programa dominical,  que já foi famoso, líder em audiência e credibilidade, entrevistava o "Cappellii, atual interino do GSI, que dizia ser correto o procedimento de 'empurrar' a multidão do 3º e 4º andares, para o segundo andar onde seriam presos; o repórter, talvez por estar  cumprindo pauta, não pode destacar que minutos antes ele havia apresentado imagens de pessoas circulando livremente pelo segundo andar e até comentado que as pessoas não estavam sendo incomodadas pela segurança.]

As imagens que jogam luz nos episódios de 8 de janeiro foram divulgadas por um canal de televisão. 
Numa nota oficial vazia, o GSI disse que o material é secreto e somente as autoridades que conduzem o inquérito têm acesso a ele — ou seja, a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Passados 120 dias, por que nenhum membro do GSI, principalmente o chefe, Gonçalves Dias, foi indiciado ou preso?
 
Por muito menos e com extrema celeridade, o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres está encarcerado há três meses. Ele estava nos Estados Unidos no dia dos ataques
É acusado de ter rascunhado uma minuta [rascunho, esboço de ideias para uma possível apreciação, discussão, sem nenhum valor legal.] que, para o ministro Alexandre de Moraes, seria usada para chancelar o golpe de Estado preparado por 1,5 mil pessoas desconhecidas — entre eles, idosos, com crianças e cachorros que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército. [sendo que o provável beneficiário do golpe - ex-presidente Jair Bolsonaro, estava há 10 dias nos Estados Unidos e sem nenhuma intenção de voltar ao Brasil para assumir o produto do golpe.] Anderson Torres | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
O papel golpista foi encontrado na casa de Torres numa operação de busca e apreensão
Ele já perdeu 12 quilos e a família segue com complicações — as três filhas com idade escolar estão abaladas, e a mãe faz tratamento contra um câncer
Nesta semana, o deputado Eduardo Bolsonaro sugeriu que o quadro de depressão de Torres é grave e que ele flerta com a ideia de suicídio na prisão.

Paralelamente, o governador do DF, Ibaneis Rocha, permaneceu afastado do cargo por mais de dois meses. Na época, Lula nomeou um interventor federal: o jornalista Ricardo Capelli, assessor do ministro Flávio Dino. Como precisou rifar o seu general do GSI nesta semana, Lula Capelli foi convocado novamente. Ele assumiu o posto e vai comandar todo o setor de inteligência do governo federal — leia-se: Dino vai centralizar todas as informações a partir de agora.

Existiam menores nas imagens? 
Por que rostos borrados? 
Quem vazou? 
Com qual interesse? O fascismo tenta confundir e dividir. Buscam fraudar a história. Unir nossa tropa e marchar pela democracia. Vamos reconstruir o Brasil.— Ricardo Cappelli (@RicardoCappelli) April 19, 2023
 
Diante da crise em Brasília, Lula antecipou o embarque para Portugal, o sexto país que visita desde que voltou ao poder. O Congresso travou: somente na quarta-feira, dia do vazamento das imagens, a oposição apresentou 150 requerimentos para suspender os trabalhos das comissões temáticas.  
Os plenários da Câmara e do Senado não funcionam por outro motivo: o governo não tem votos para aprovar nenhum projeto.
 
Acuado, Lula mandou sua base escolher quem serão os integrantes da CPMI. A leitura do pedido de abertura da comissão será no dia 26. 
O governo vai brigar pela relatoria ou a presidência da comissão. No Senado, os nomes já foram escalados: Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Humberto Costa (PT-PE) e Omar Aziz (PSD-AM), o quarteto que atuou na CPI da Pandemia. Na Câmara, o PT vai enviar o casal Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ). André Janones (Avante-MG) também quer participar.
 
A tropa lulista tem uma missão clara a partir de agora: impedir que outras imagens e informações sobre decisões tomadas pelo governo no dia 8 de janeiro — ou na véspera — sejam descortinadas.  
O principal temor são as quebras de sigilos telefônicos. 
As trocas de mensagens e o circuito interno de câmeras dos prédios públicos podem responder às perguntas que ficaram pelo caminho.
 
Uma conclusão, contudo, já pode ser tirada. Lula não aprendeu nada com o seu passado, cujo fim da linha foi a prisão — a esta altura da vida, nem vai mais aprender. 
Mais uma vez fica a lição de John Adams, o segundo presidente dos Estados Unidos, cuja biografia ele provavelmente nunca leu. “Os fatos são coisas teimosas. Independentemente dos nossos desejos, das nossas inclinações ou dos ditames de nossas paixões, eles não podem alterar o estado de fatos e evidências.” A verdade começou a aparecer.

Leia também “Dias de loucura”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 20 de abril de 2023

A soja fecha o verão e entra em seu lar - Revista Oeste

Evaristo de Miranda
 
Para onde irão os 153 milhões de toneladas de soja da safra brasileira? Cerca de 60% serão exportados. Os outros 40% você encontrará em produtos como pastas de dentes ou chocolates
Grãos de soja | Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock
Águas de março e colheita da soja fecharam o verão. Neste outono, o país colherá uma safra recorde: 153 milhões de toneladas, 20% acima da anterior. Houve recuperação na produtividade das lavouras, prejudicadas por condições climáticas adversas na safra 2021/22
Esta safra de soja alimentará o mundo e os brasileiros, moverá veículos (biodiesel) e será a base de produtos, consumidos e usados no cotidiano, fabricados por indústrias agroalimentares, farmacêuticas, químicas, cosméticas e da construção civil. Em todas essas indústrias, há soja.
 
O grão de soja tem muitas virtudes. Em média, possui 40% de proteínas, 20% de lipídios (óleo), 5% de minerais e 34% de carboidratos (açúcares, como glicose, frutose, sacarose, fibras e oligossacarídeos). 
soja não tem amido, nem glúten.  
O feijão, outra leguminosa, não possui as isoflavonas, substâncias benéficas à saúde presentes na soja, em particular no controle de doenças crônicas, como câncer, diabetes mellitus, osteoporose e cardiovasculares.
 
Para onde irão os 153 milhões de toneladas de soja da safra brasileira? 
Cerca de 60% serão exportados. 
Alimentarão a humanidade e suas criações. 
Os outros 40%, você encontrará direta ou indiretamente em seu cotidiano. A soja (Glycina max Merr.) está presente em pastas de dentes, barras de chocolate e achocolatados. 
Confira a embalagem dos mais sofisticados chocolates suíços, belgas, italianos e brasileiros: contém lecitina de soja
Consumiu chocolate, comeu soja. 
lecitina de soja é utilizada em centenas de produtos da indústria agroalimentar como emulsificante, estabilizante, antioxidante, agente contra o salpiqueio e até na composição das cápsulas de medicamentos.
Foto: Ivan Kislitsin/Shutterstock
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Os pneus de seu carro podem ter soja. Na produção de pneus, o óleo de soja funciona como elemento reativo de processamento de borracha. Compostos de borracha, feitos com óleo de soja, misturam-se mais facilmente com a sílica usada na banda de rodagem. O óleo de soja utilizado pela Goodyear no pneu Wrangler Workhorse AT proporciona melhor desempenho em diferentes temperaturas, maior aderência à pista e melhora o seu desempenho
Agora no Brasil, esse pneu já está disponível no mercado norte-americano em 40 tamanhos, para mais de 70% dos modelos de carros, minivans e SUVs.
Pneu Wrangler Workhorse AT, da Goodyear | Foto: Divulgação
 
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Foto: Alf Ribeiro/Shutterstock

Leia também “Sobre punks, PANCs e beldroegas”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 1 de março de 2023

Eu sou uma médica pró-vida. Veja como vencer o debate sobre o aborto - The Daily Signal - Gazeta do Povo

Kathryn Carnahan -The Daily Signal

 

A comunidade pró-vida não pode permitir que mentiras tomem conta do debate. Deve explicar o que defende e o que não defende e definir claramente o que é o aborto e o que não é.| Foto: Pixabay
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Na decisão de Dobbs v. Jackson Women's Health Organization de junho passado, a Suprema Corte anulou Roe v. Wade. Em resposta, ativistas pró-aborto e legisladores, auxiliados e incentivados por seus aliados da mídia, iniciaram uma campanha de desinformação.

Os americanos agora estão ouvindo que, sem acesso ao aborto, as mulheres correm risco de saúde ou morte devido a complicações na gravidez que nada têm a ver com o aborto.

Por exemplo, as mulheres são levadas a acreditar que podem ser negados cuidados para uma gravidez ectópica, aborto espontâneo ou gravidez ameaçada por uma infecção com risco de vida. Mas isso nunca foi verdade e nunca será.  Ao mesmo tempo, na segunda metade de 2022, os conservadores em vários estados encontraram reveses na forma de nova legislação pró-aborto, referendos eleitorais e contestações legais às leis pró-vida.

Como obstetra-ginecologista praticante, fico consternada ao ver isso acontecendo. Temos boa ciência e boa medicina do nosso lado, mas muitos americanos não sabem disso. A comunidade pró-vida não pode permitir que mentiras tomem conta do debate. Devemos explicar o que defendemos e o que não defendemos e definir claramente o que é o aborto e o que não é.

 Ao defender o aborto, os legisladores precisam estar armados com argumentos sérios, compassivos e medicamente precisos.

Primeiro, os americanos devem definir claramente o que é aborto e o que não é: 

O  aborto não é feito devido a um diagnóstico médico materno.  
Sim, muitos dos mesmos medicamentos e procedimentos podem ser usados para realizar um aborto ou tratar aborto espontâneo ou gravidez ectópica. 
No caso de um aborto, porém, acabar com a vida do bebê é intencional, não espontâneo ou o resultado não intencional de eventos naturais inevitáveis. 
Os pró-aborto misturam essas situações para confundir os americanos.
 
Em toda a medicina, a ética de uma intervenção médica depende de seu uso. Por exemplo, um médico pode remover as trompas de falópio de uma mulher para tratar o câncer.  
Ou o médico poderia fazer o mesmo para esterilizá-la contra sua vontade. O mesmo procedimento é bom e salva vidas no primeiro caso, mas abominável no último.

A intervenção em si não define sua moralidade.

Uma maneira simples de descobrir se um ato é um aborto é olhar para o diagnóstico que justifica o ato. 
 Se não houver diagnóstico da mãe além de “gravidez intrauterina viável” ou “gravidez indesejada”, a intenção é interromper a gravidez. Isso é um aborto.

Se houver um diagnóstico médico materno, como aborto espontâneo, gravidez ectópica ou infecção, não há tal intenção e, portanto, não há aborto.

  • A intenção de um aborto é acabar com a vida do feto. Quando um médico está tratando uma gravidez ectópica ou aborto espontâneo, a intenção nunca é acabar com a vida do feto. Em ambos os casos, o feto tem chance zero de sobrevivência ou já morreu. Aqui, a tomada de decisão se concentra exclusivamente no que é melhor para a mãe. Isso não é um aborto.
  • Não há justificativa médica para o aborto após o ponto de viabilidade fetal. O aborto nunca é necessário para proteger a vida da mãe por complicações na gravidez que ocorrem após a viabilidade.
De fato, em circunstâncias que exigem um parto de emergência, atrasar a realização de procedimentos ou a administração de medicamentos com a intenção de acabar com a vida da criança pode prejudicar a mãe. 
Se a vida da mãe estiver em risco devido à gravidez além da viabilidade, o médico deve induzir o parto ou realizar uma cesariana, dependendo do cenário. Ambos resultam no nascimento de uma criança viva, ao contrário do aborto.
 
Uma revisão completa das diretrizes do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas deixa isso claro. 
Condições com risco de vida incluem sepse devido à ruptura prematura de membranas pré-parto; hemorragia devido a descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, síndrome da placenta acreta; e inúmeros outros. 
Em sua orientação sobre o manejo dessas complicações, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas nunca cita o aborto antes do parto como intervenção necessária.

Para que serve

Em segundo lugar, o movimento pró-vida e os legisladores podem adotar alguns fundamentos universais e não controversos.

As leis que limitam o aborto devem incluir definições e exclusões claras para que não haja desculpa para um médico negar a um paciente o atendimento médico padrão. 
Não deve haver confusão. 
Em ambientes onde o aborto nunca foi tolerado, como sistemas de saúde baseados na fé, os médicos sempre forneceram tratamento adequado para gestações com risco de vida. 
Não importa a localização geográfica ou o ambiente de atendimento à saúde, deve ser óbvio para as mulheres, seus médicos e o público que nenhuma lei limitaria os cuidados que salvam vidas.

As leis que limitam o aborto devem declarar claramente que os medicamentos ou procedimentos usados para fins não relacionados ao aborto ainda estarão disponíveis. Os médicos sempre estarão livres para tratar complicações na gravidez, gravidez ectópica e aborto espontâneo.

Após a viabilidade, os médicos devem prosseguir com a indução do parto ou realizar uma cesariana se precisarem interromper a gravidez para proteger a mãe. 
Não há praticamente nenhuma circunstância após a viabilidade em que um médico deva acabar intencionalmente com a vida do feto para salvar a vida da mãe. 
Assim, as leis podem e devem proteger a vida dos fetos viáveis.
Este conselho é fundamentado na literatura médica e consistente com a prática padrão de obstetrícia e ginecologia.  
A ciência está do lado da vida, e a maior parte do público também estará, uma vez munido dos fatos.

Por causa da confusão intencional, será necessário muito trabalho para ajudar o público a entender novamente o que é e o que não é o aborto, mas, ao fazê-lo, os candidatos e legisladores pró-vida podem fazer muito mais para proteger na lei os seres humanos não nascidos.

Kathryn Nix Carnahan, M.D., é obstetra-ginecologista praticante e certificada em Milwaukee. Ela é atualmente uma pesquisadora associada do Charlotte Lozier Institute e ex-analista de políticas de saúde e pós-graduada da The Heritage Foundation.

Ideias - Gazeta do Povo

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Até quando toleraremos tamanha injustiça? - Marcel van Hattem

Gazeta do Povo -VOZES


Manifestantes detidos na Academia Nacional de Polícia em Brasília. Imagem do local na terça-feira (10)| Foto: Reprodução / Redes sociais

Visitei na semana passada os presídios do Distrito Federal, tanto o feminino da Colmeia como o masculino da Papuda
Voltei de lá com muitos relatos do ocorrido no dia 8 de janeiro, pedidos de ajuda, dezenas de bilhetes a serem encaminhados a familiares e uma inelutável convicção: não há dúvida nenhuma de que os terríveis atos de vandalismo realizados aos Três Poderes em Brasília precisam ser investigados e os responsáveis punidos, mas as prisões efetuadas supostamente em decorrência das depredações são, senão todas, quase todas ilegais, inconstitucionais e abusivas. 
São quase mil presos hoje, praticamente nenhum com passagem anterior na polícia
São quase mil pessoas que provavelmente nunca pisaram em uma delegacia (a não ser, talvez, como vítimas da violência endêmica no Brasil) com suas vidas paradas, seus familiares e amigos aos prantos, seus empregos e negócios perdidos.

Sob o ponto de vista jurídico, é simplesmente inadmissível o que está acontecendo nesse momento no Brasil: no dia em que visitei a Colmeia, também esteve presente no presídio o oficial de Justiça para citar as detentas. Todas as citações que vi, sigilosas e de difícil acesso até mesmo para advogados, eram praticamente idênticas, um copia e cola de argumentos e narrativas sem provas da participação individual da pessoa citada.  

A individualização da conduta, característica básica do processo penal, inexiste por completo. As audiências de custódia, feitas anteriormente e que levaram um total de nove dias em lugar das 24h previstas em lei, foram apenas para dar verniz de processualidade. 
Os juízes escalados para realizá-las não tinham sequer o poder de decidir sobre a manutenção das prisões, pois o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é o único com poderes para, com sua caneta, definir o futuro de cada um dos detentos.

    O Congresso Nacional precisa agir, esclarecer tudo, fazer justiça a quem deve e corrigir as injustiças feitas a quem não deve.

Também assusta que o flagrante, tão necessário para que se efetue uma prisão naquelas circunstâncias, é duvidoso, quando não incerto, distorcido apenas para justificar as detenções ilegais. 
 Não se pode atestar, com base nas prisões realizadas na área dos Três Poderes, se as pessoas detidas ali e agora aprisionadas de fato concorreram para a depredação ou se, pelo contrário, tentavam impedir quem ali estivesse para quebrar tudo ou, até mesmo como alguns alegam, buscavam refúgio em lugar seguro, no interior dos recintos, no momento mais crítico da necessária ação das forças de segurança para conter a depredação.

Já as prisões realizadas no Quartel General do Exército, na manhã do dia 9 de janeiro, nas palavras do meu colega deputado federal Sanderson (PL-RS), foram todas ilegais. Todas. Não havia flagrante e, pior ainda, muitos dos que até hoje estão presos chegaram ao acampamento apenas na noite do dia 8, horas depois de terminados os atos de vandalismo. 

Conforme relato que escutei, até um motorista de aplicativo, que teria deixado um passageiro naquela noite de domingo no QG, ao descer do carro para observar como o acampamento teria ficado, foi impedido de sair como todos os demais que lá estavam. No dia seguinte, foi encaminhado, preso juntamente com os demais, incluindo crianças e idosos, em ônibus à Academia da Polícia Federal.

    No entanto, a falta de devido processo e a injustiça cometidas contra quem apenas protestava por um país melhor, ainda que discordemos das pautas defendidas, são inaceitáveis.

“Disseram-nos que nos levariam a um lugar seguro, ninguém anunciou prisão. Fomos enganados”, relatou-me um detento. Depois da triagem na Polícia Federal, que chegou a durar 72 horas em condições improvisadas e degradantes, em um ginásio sem as condições de receber presos, muito menos centenas deles, as mulheres que não foram liberadas foram levadas gradativamente à Colmeia; os homens, à Papuda. Registre-se: as prisões em massa determinadas pelo STF geraram um enorme excedente nos presídios. 
Na Papuda, passaram de 1,2 mil para mais de 2 mil presos. 
Na Colmeia liberaram presas por crimes comuns para cumprir pena domiciliar para dar lugar às detentas dos dias 8 e 9.

Na Papuda encontrei um “vendedor itinerante”, como ele próprio se intitula. Perguntei-lhe se viajou a Brasília de graça: “Não, paguei R$ 580 na passagem”. Ao lhe questionar se teria, financeiramente, valido a pena, retirou do bolso do uniforme branco fornecido pelo presídio maços de dinheiro. “Está aqui, R$ 4 mil”. O vendedor de bandeiras alega que veio a Brasília trabalhar e vender seus produtos a quem estava no QG. Agora, está preso. Várias foram às vezes em que externei minha opinião de que protestar diante de quartéis não era adequado. Contudo, jamais poderia imaginar que, no Brasil, simplesmente estar diante do principal prédio do Exército Brasileiro, protestando ou mesmo trabalhando, um dia poderia dar cadeia.

Durante minhas diligências,
em que pese a boa vontade das administrações e funcionários de ambas as penitenciárias em atender com a dignidade possível quem lá está, vi e colhi depoimentos de aberrações inexplicáveis. Na Colmeia, uma esposa de policial militar, visivelmente atordoada pelo uso de remédios, havia tentado poucos dias antes o suicídio; outra senhora, de 70 anos, pedia com os olhos cheios de lágrimas que intercedêssemos para desfazer o suposto mal entendido que a teria levado àquele lugar; uma professora, mãe de um filho de 7 e outro de 10 anos, pedia também ajuda para que saísse logo, pois, ainda por cima, era responsável pelo pai doente com quem, obviamente, agora não tem mais contato.

    O Supremo Tribunal Federal age como se a defesa da democracia no Brasil dependesse de ações coletivas de perseguição política e amedrontamento.

Um homem circulava na Papuda com bolsa de colostomia, vitimado por um câncer; outro, com quem conversei, é aposentado por invalidez, disse-me onde poderia encontrar seu laudo médico atestando a deficiência mental e me questionava se o seu auxílio-doença continuaria a ser pago. Na própria conversa foi fácil perceber que falava a verdade
Difícil mesmo era compreender como segue preso provisoriamente um senhor perto dos seus 60 anos que cuida na fronteira gaúcha do seu pai, de 84, portador de marca-passo, e que foi a Brasília numa “excursão" acompanhado de um amigo. “Por Deus, quero perder minhas duas vistas, não mereço estar aqui”, dizia com olhos marejados, em meio a soluços esparsos que dava enquanto ouvia outro preso, ao seu lado, relatando seu caso. A equipe de saúde local, resumida a um único médico acompanhado de uma equipe mínima em cada um dos presídios, claramente não dá conta das novas demandas surgidas com tantos presos a mais nas unidades, ainda mais considerando a idade média mais avançada das detentas e dos detentos dos dias 8 e 9 de janeiro em comparação com os criminosos que já estavam encarcerados antes de chegarem os novos hóspedes.
 
Repito: àqueles que depredaram, vandalizaram, profanaram com violência os palácios da nossa democracia, os rigores da lei e as premissas da nossa Constituição. No entanto, a falta de devido processo e a injustiça cometidas contra quem apenas protestava por um país melhor, ainda que discordemos das pautas defendidas, são inaceitáveis. 
 
O mesmo Supremo Tribunal Federal que por vezes tem sido brando, para dizer o mínimo, com a corrupção e a criminalidade, que solta bandidos condenados e concede habeas corpus a traficantes perigosos, agora age como se a defesa da democracia no Brasil dependesse de ações coletivas de perseguição política e amedrontamento. Age fora da lei, fora da Constituição. 
Com a complacência da maior parte da mídia brasileira e o silêncio obsequioso de instituições como a OAB, os abusos de autoridade se multiplicam. Até quando toleraremos tamanha injustiça?
Veja Também:


    Lula Ódio e Rancor
    Banco Central independente protege o governo Lula de si mesmo
    Secos e molhados


Diante de tantas irregularidades,
um grupo de parlamentares incluindo o deputado Sanderson (PL-RS), Adriana Ventura (NOVO-SP) – que também visitou os presídios – e eu, está atuando para que a lei seja respeitada. Ainda nesta semana apresentaremos ofícios à Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública para que todos os presos possam ter seu direito à defesa garantido. Já para a Procuradoria-Geral da República solicitaremos a individualização das condutas, conforme determina a legislação penal. Também estamos em contato com o Conselho Federal de Medicina e com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal para avaliar a possibilidade de atendimento dos presos com comorbidades por médicos voluntários já dispostos a auxiliar.

O Congresso Nacional precisa se posicionar em defesa do seu povo, da Justiça e da nossa Constituição
A instalação da CPI do Abuso de Autoridade do STF e do TSE, bem como a CPMI dos atos de 8 de janeiro, demonstram-se a cada dia mais importantes. 
A decisão do governo Lula de impor sigilo sobre as imagens das câmeras de segurança no Palácio do Planalto é, no mínimo, suspeita. 
Um dos pedidos mais vocais que me foi feito por muitos detentos presos ainda no dia 8 era de que todas as imagens de todas as câmeras nos Três Poderes fossem liberadas o quanto antes, pois, quem não deve, também quer ver esse pesadelo ter fim o quanto antes.  
O Congresso Nacional precisa agir e as Comissões Parlamentares de Inquérito, na falta de outro poder, esclarecer tudo, fazer justiça a quem deve e corrigir as injustiças feitas a quem não deve.

Marcel van Hattem, deputado federal - Gazeta do Povo - VOZES

 

sábado, 28 de janeiro de 2023

Três saídas - Dagoberto Lima Godoy

Os célebres 10 mil “Imortais” da Pérsia sustentaram por mais de dois séculos o poder imperial Aquemênida, até a sua queda perante Alexandre, o Grande. Ao longo da história, muitos outros regimes autoritários se mantiveram incólumes, por certo tempo, valendo-se da couraça de suas guardas palacianas, fortemente armadas e bem remuneradas (com o dinheiro dos impostos extorquidos do povo). 
Por algum tempo, mas não para sempre. Alguns deles terminaram caindo por forças externas, como o de Dario III, mas a maioria acabou se destruindo internamente, tal como o câncer acaba corroendo os organismos mais fortes. 
Somente depois de enfraquecidos pela incompetência na gestão econômica; de incapacitados para manter políticas de pão e circo, na forma de programas assistencialistas; de dilacerados pelas disputas viscerais pelo poder; e de imersos na corrupção foi que a população oprimida pode encontrar formas e meios para derrubá-los, sendo comum que a própria guarda pretoriana se juntasse à revolta (ou até a encabeçasse).
 
Diante dessa retrospectiva histórica, como decifrar o quadro kafkiano da nossa situação política? 
Estamos diante de um governo recém-empossado, detentor de um mandato com roupagem democrática, obtido em pleito validado pelo Poder Judiciário, endossado pelo Poder Legislativo e protegido pelas Forças Armadas. 
Tudo indica que estão postas as condições para a longevidade do regime, não importa a multitudinária inconformidade de metade (no mínimo) da população brasileira, assombrada pela avalanche do socialismo “bolivariano” que ameaça afogar nosso continente.  

Afasto, decididamente, a hipótese de esperarmos que um outro grande Alexandre, travestido de paladino da democracia, venha impedir a consolidação do projeto neocomunista anunciado e proclamado pelo presidente, dito vitorioso nas urnas vulneráveis.  

E, na minha despretensiosa perspectiva, vejo três saídas para impedir que se prolonguem estes tempos de arbítrio, corrupção e dissolução dos costumes mais caros aos brasileiros.

Primeira (ardentemente desejada e de vigência imediata): o novo Congresso Nacional, a empossar-se em fevereiro, assume com patriotismo sua missão perante o povo e, como Poder legítimo, impõe aos demais poderes o restabelecimento do estado de direito, o respeito à lei e a garantia dos direitos individuais consagrados na Constituição Federal.

Segunda (técnica e logicamente previsível, a resultar das diretrizes anunciadas pelo governo): gastos públicos incontrolados, programas sociais e culturais assistencialistas, associados à insegurança jurídica, levam a inflação, aversão a investimentos, falta de crescimento econômico sustentável, crescente insatisfação popular.

Terceira (inevitável, a se manterem a degradação ética da política nacional e a disposição dos atuais governantes de “fazer qualquer coisa” para conservar o poder e concluir a proclamada revolução socialista, neocomunista ou bolivariana): a progressiva consolidação de um sistema cleptocrático, no qual a disputa pelo poder e pelos potins do saque contra o patrimônio público provoque a canibalização das lideranças espúrias.

Desperdiçada a primeira saída, qualquer das duas outras levará, cedo ou tarde, a uma nova oportunidade para que se desmonte - tomara que de uma vez por todas o pervertido sistema político atual, de modo que o poder seja entregue às mãos do povo e aos que melhor o sirvam, com honestidade, lealdade e a devida competência.

Qualquer que seja das três saídas a que ocorra, o que se impõe à cidadania é que se mantenha mobilizada e firme na luta pela liberdade, pela restauração dos direitos constitucionais e pela prevalência da dignidade na vida nacional.

Percival Puggina -  Dagoberto Lima Godoy


quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Boa gestão das estatais está sendo jogada no lixo antes mesmo de Lula assumir - O Estado de S.Paulo

J. R. Guzzo

Mudanças na legislação abrem a porteira para dezenas de figuras iguais a Mercadante, ou piores ainda, assumirem o comando das empresas brasileiras

As empresas estatais brasileiras, uma peça crítica no conjunto das finanças públicas do país, estão voltando velozmente à situação de calamidade que viveram nos governos Lula-Dilma quando deram os maiores prejuízos de suas histórias, foram arrastadas para a beira da falência e se viram assaltadas por uma onda de corrupção sem precedentes em qualquer época. 
Agora, antes mesmo de Lula assumir de novo a Presidência, todo o valioso trabalho de recuperação feito nos últimos anos em benefício das estatais e dos seus donos legítimos, a população brasileira, está sendo jogado no lixo
Como resultado direto da Operação Lava Jato, da nova Lei das Estatais aprovada no governo Michel Temer, e da boa gestão que tiveram nos quatro anos do governo Bolsonaro, as estatais deixaram de ser um câncer e passaram a ser uma fonte de recursos para a sociedade brasileira. Estão voltando, porém, a ser a desgraça que foram durante os governos do PT.
 
A Câmara de Deputados, que aderiu imediatamente a Lula depois da eleição, e já está funcionando hoje como um serviço de despachantes do novo governo, acaba de aprovar, sem qualquer motivo sério e sem nenhuma discussão, mudanças doentias na Lei das Estatais.  
Era proibida a nomeação de diretores que tivessem exercido funções políticas nos três anos anteriores; o prazo passou a ser de 30 dias, unicamente para permitir que o dirigente petista Aloisio Mercadante assumisse a presidência do BNDES e do seu caixa bilionário
O problema não é só Mercadante – um dos grandes mestres-salas da ruína econômica da era Lula-Dilma, e promessa viva de novos desastres antes mesmo de assumir seu cargo
As mudanças abrem a porteira para dezenas de figuras iguais a ele, ou piores ainda, assumirem o comando das estatais. 
A presidência da Petrobras, por exemplo, pode ser entregue a um deputado do PT; não há, nem sequer, uma tentativa de disfarçar a imediata transformação das empresas públicas em propriedade privada de Lula, do seu partido e dos seus amigos.
 

J.R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo


quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

“A Globo escondeu a verdade sobre a pandemia” - Revista Oeste

Redação Oeste

A jornalista Giovanna Mel foi a convidada do programa As Liberais desta semana 

 
Giovana Mel é a convidada do programa <i>As Liberais</i> | Foto: Márcio Komura/Revista Oeste

Giovana Mel é a convidada do programa As Liberais | Foto: Márcio Komura/Revista Oeste

Especialista em comunicação e oratória, a jornalista Giovanna Mel ganhou ainda mais evidência há algumas semanas, quando resolveu escancarar uma realidade que muitos desconfiavam: na época da pandemia, a Rede Globo impedia a divulgação de notícias verdadeiras sobre o coronavírus. “Recebi diversas denúncias de pessoas que estavam recebendo diagnóstico de covid, mas que haviam morrido de câncer, de acidente de carro”, contou Giovanna, ao programa As Liberais desta semana. “Eu mandava para amigos  da Globo, e eles diziam que não podiam publicar aquilo.”

Na entrevista, Giovanna contou, entre outras coisas, episódios vividos durante o período em que trabalhou na emissora e também dos motivos que a levaram a sair. “Não podia aguentar meus editores comemorando quando acontecia uma desgraça, porque teriam um factual para abrir o telejornal”, conta. Hoje empresária super bem-sucedida, ela conta o que é mais importante para quem quer aprender a se comunicar em frente às câmeras.

Apresentado pelas jornalistas Branca Nunes e Paula Leal, o programa As Liberais vai ao ar toda terça-feira, às 20h30. Semanalmente, a dupla conversa com mulheres de destaque no cenário nacional. Aproveitem este espaço para sugerir nomes de entrevistadas que vocês gostariam de ver por aqui. E não deixem de se inscrever no nosso canal.

Revista Oeste


quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Biden volta a se perder em palco depois de discursar

É a quarta vez, em apenas duas semanas, que a cena se repete 

Joe Biden voltou a se perder depois de discursar

 Joe Biden voltou a se perder depois de discursar | Foto: Reprodução/Twitter

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se perdeu depois de discursar na Sétima Conferência de Reabastecimento do Fundo Global, realizada na quarta-feira 21. É a quarta vez, apenas duas semanas, que a cena se repete.

Na semana passada, Biden se perdeu depois de discursar na 45ª Gala Anual do Congressional Hispanic Caucus Institute, em Washington DC.

No início da semana, Biden se perdeu no palco de um show de carros em Detroit.

Antes disso, o democrata se perdeu, depois de dizer a pacientes com câncer para não pularem de uma varanda.

A mão invisível de Biden

No mês passado, depois de ouvir um discurso do líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, o democrata cumprimentou o orador e, segundos depois, estendeu a mão novamente para saudá-lo.

Não foi a primeira vez que o presidente dos EUA protagonizou uma cena que envolve aperto de mãos. Em abril, depois de discursar na Universidade Estadual Agrícola e Técnica da Carolina do Norte, o democrata desceu do púlpito, virou-se para o lado direito e estendeu a mão, como para cumprimentar uma pessoa. Mas não havia ninguém ali.

Em julho, depois de um discurso em Tel-Aviv, Israel, o presidente norte-americano repetiu a dose.

Redação -  Revista Oeste

 


sábado, 17 de setembro de 2022

Prioridade é impedir volta do lulismo - Antilulistas do todo o mundo, uni-vos! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O movimento conservador ainda é muito incipiente em nosso país. Precisamos não só reeleger o único candidato à Presidência mais alinhado com o conservadorismo, como aumentar – e muito a presença da direita no Congresso. Pela primeira vez em muito tempo o eleitor de direita passa a ter mais de uma boa opção como deputado estadual, federal ou mesmo senador. Nomes que já demonstraram firmeza na defesa desses valores.

Mas há alguns casos delicados, que exigem reflexão pragmática. O voto ideal pode ser inimigo do voto necessário. Tudo vai depender de qual a prioridade, qual a meta mais importante. 
Do meu ponto de vista, isso não poderia estar mais claro: é impedir que lulistas cheguem ao poder. O lulismo é o maior câncer da política nacional, pois junta a corrupção com a ideologia totalitária
 Evitar que a casa seja tomada por cupins é mais importante do que decidir a decoração dos cômodos.
 
Isso vai demandar um grau de espírito público raro na política. Cada um tem seu projeto pessoal, seus interesses, seu ego. Mas a direita precisa estar unida, inclusive com o centro, se o intuito for mesmo barrar a volta do ladrão e seus comparsas à cena do crime. 
Claro que não dá para confiar num típico “centrista moderado”, de perfil tucano. Mas se a escolha é entre isso e PT, não resta muita dúvida do que fazer.
 
Vejamos o caso do Amazonas. Segundo pesquisas, Omar Azis, aquele da CPI circense que virou palanque lulista, lidera com cerca de 30%, enquanto Arthur Virgílio do PSDB e o Coronel Menezes do PL disputam o segundo lugar com cerca de 20% cada.  
Não seria melhor se um deles declarasse apoio no outro para impedir a vitória do lulista? 
Não é fácil chegar a tal acordo, claro, mas sem dúvida seria melhor para o povo.

O mesmo cenário se repete na Bahia. Otto Alencar, o lulista da mesma CPI patética, lidera com quase 40%, enquanto Cacá Leão do PP tem pouco mais de 15% e Raissa Soares do PL tem quase 10%. Derrotar aquele que foi elogiado por Lula por ter “humilhado aquela médica japonesa” na CPI não deveria ser a prioridade aqui?

No meu querido Rio temos um caso complicado:
Romário não é nada confiável para conservadores, mas Daniel Silveira nem sabe se poderá ser mesmo senador caso eleito, [se a Constituição Federal tiver valor, Daniel Silveira pode, se eleito, ser empossado = a pena principal absorve as acessórias e ele foi perdoado da pena principal.]  enquanto o lulista Molon avança. Romário é ruim, mas Molon é muito pior!

Se o centro e a direita não se unirem, aqueles que trabalhavam para Lula na CPI continuarão no Senado, criando inúmeros obstáculos e boicotando o governo no caso de reeleição de Bolsonaro. Nunca é trivial abandonar uma disputa em prol de quem está na frente e tem mais chances de derrotar o inimigo comum, mas é algo crucial se essa for mesmo a prioridade. E creio que deveria ser...

Antilulistas do todo o mundo, uni-vos!

Rodrigo Constantino,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 24 de julho de 2022

Coleção de gafes de Biden coloca idade do presidente dos EUA em discussão - Folha de S. Pauloo/UOL

 Nas últimas semanas, democrata caiu de bicicleta, errou leitura de teleprompter e disse ter câncer 

"É por isso que eu e muitas pessoas com quem cresci tem câncer", disse o presidente Joe Biden, no meio de um discurso sobre a crise climática, na quarta (20). Pouco depois, já havia questionamentos nas redes: o presidente admitiu que está com câncer? Foi um ato falho? Ou só mais uma confusão feita por ele? 
 A Casa Branca logo esclareceu que o democrata falava sobre o passado: ele teve câncer de pele há alguns anos, já curado, e não está mais com a doença. Mas a história viralizou e chegou aos programas de TV. "Joe Biden chocou o mundo ao anunciar, sem aviso algum, que tem uma doença potencialmente fatal", disse Tucker Carlson, no canal Fox News, na quinta (21). "Tem sido uma semana difícil. Na quarta, câncer. Na quinta, coronavírus. Amanhã será a varíola dos macacos", ironizou o apresentador conservador, misturando as informações reais --o presidente americano contraiu Covid-- com o falso alerta de câncer.

Desde a campanha de 2020, republicanos puxados por Donald Trump caracterizam Biden, 79, como senil e confuso, ou seja, inapto ao cargo. Assim, gafes e falhas do democrata viram munição para reforçar essa narrativa, num ambiente de desinformação no qual a distância entre fatos e distorções é cada vez menor.

Nas últimas semanas, Biden registrou escorregões em ao menos outras duas oportunidades. No dia 18 de junho, um sábado ensolarado, o presidente saiu para pedalar. Ao ver um grupo de pessoas, desacelerou e, ao tentar parar a bicicleta de vez para falar com elas, desequilibrou-se e caiu em frente às câmeras. A queda fez muitas pessoas postarem fotos e vídeos caindo de forma parecida, com a hashtag #Bidening.

Em 8 de julho, Biden fez um discurso na Casa Branca sobre o direito ao aborto. Ao ler um teleprompter, disse: "Fim da frase. Repita a linha", uma orientação que obviamente não era para ser dita em voz alta. 

Assim como no caso do câncer já curado, a Casa Branca teve de correr para corrigir declarações fortes do presidente, como quando foi à Polônia e disse que o líder russo, Vladimir Putin, "não pode continuar no poder". No Japão, prometeu uma resposta militar à China no caso de uma invasão à ilha de Taiwan.

Há também situações deturpadas. Em um vídeo, o presidente aparece, após um discurso, estendendo a mão para cumprimentar uma pessoa --mas não há alguém ali. A gravação, na verdade, é fruto de edição de um registro do democrata na Carolina do Norte, num palco com apoiadores. Vídeos de outros ângulos mostram Biden estendendo a mão para saudar a plateia --ele repetiu o gesto em outras direções.

Durante a viagem a Israel, há duas semanas, a situação se repetiu: ele termina o discurso e aponta para a cadeira onde iria se sentar, mas um corte rápido gera a impressão de que ele tenta cumprimentar o vazio.Em outro vídeo, nem edição há. Capturada a certa distância, a cena exibe Biden homenageando um veterano de guerra com a Medalha de Honra. Na narrativa falsa, em vez de o presidente colocar a láurea no peito do ex-militar, ele teria colocado ao contrário, nas costas. Fotos desmentem o suposto erro.

A oposição busca associar as falhas à idade de Biden, o presidente mais velho a assumir o país em um primeiro mandato. Ele fará 80 anos em novembro e não descarta concorrer à reeleição em 2024. Caso reeleito, pode terminar o segundo mandato aos 86. Pesquisa publicada no início de julho pelo New York Times com o Siena College mostra que, para 33% dos eleitores democratas, a idade é a principal razão para preferir um outro candidato daqui a dois anos. O desempenho no cargo vem em seguida, com 32%. 

 Pior: 94% dos democratas com menos de 30 anos dizem querer outro nome para disputar a Presidência, sinal de que a preocupação não está só no campo da saúde, mas abarca também a renovação do partido.

Defensores também lembram que ele foi gago quando jovem, o que o faz cometer alguns erros ao falar, e que, ao longo da carreira política, o líder americano ganhou fama de cometer gafes por dizer coisas sem pensar. Em um comício em 2008, por exemplo, pediu a um senador cadeirante que se levantasse.

José Eduardo Pompeu, doutor em neurologia e professor da USP, lembra que a perda de agilidade e de capacidades físicas é natural conforme a pessoa envelhece. "Não há fórmula mágica para impedir essas perdas, mas elas podem ser reduzidas. E cada pessoa envelhece de um jeito. Tem idosos de 60 anos já muito debilitados, e outros perto dos cem que continuam bastante ativos", afirma. "Isso depende de muitos fatores: genética, alimentação e como a pessoa se comportou ao longo de toda a vida."

Ele explica que uma das formas de avaliar se a velhice está comprometendo as atividades é a ocorrência de problemas frequentes: caso as quedas, falhas de memória ou de fala se tornarem corriqueiras, é um sinal de alerta. "Também é importante analisar o contexto das falhas. Biden estava pedalando, algo que exige grande coordenação motora, e de repente parou para falar com as pessoas e responder perguntas. Isso pode ter gerado uma sobrecarga cognitiva naquele momento, que levou à queda", diz Pompeu. 

Embora a agenda cheia e o excesso de tarefas possam gerar estresse e mais falhas, as atividades da Presidência podem ajudar a retardar o envelhecimento. "A maior proteção contra as perdas relacionadas ao envelhecimento é o engajamento ativo com a vida, como o envolvimento social e a atividade física."

A Casa Branca divulga os resultados dos exames anuais do presidente. O último relatório, de novembro, aponta que o democrata "permanece apto para o dever, plenamente capaz de executar todas as suas responsabilidades sem qualquer exceção ou adaptação". O documento registra que Biden tem uma tosse seca corriqueira ao falar por longos períodos e que isso ocorre há anos e deve ser consequência de refluxo gástrico. O democrata faz tratamento para arritmia cardíaca, controle do colesterol, artrite e alergias. Segundo o documento, Biden não bebe nem fuma e se exercita ao menos cinco vezes por semana.

Seja como for, a coleção de gafes acaba imprimindo ao democrata a imagem de homem velho. Pesquisa de junho realizada pelo Centro de Estudos da Política Americana, ligado à Universidade Harvard, mostrou que 60% dos americanos têm dúvidas sobre a aptidão de Biden para o cargo. Na outra ponta, 40% afirmam acreditar que ele está mentalmente apto para servir como presidente dos EUA. Em maio, eram 48%.

Em outro tópico, 64% responderam que Biden está mostrando que é muito velho para ser presidente, contra 36% que o enxergam como apto para o cargo. Nos dois casos, cerca de um terço dos democratas entrevistados concorda com a opção desabonadora para Biden, prenunciando um caminho difícil para a reeleição e, mais urgente, o risco de que sua imagem seja um fardo nas eleições de novembro.

Para coroar a semana em que disse por engano ter câncer, Biden recebeu o diagnóstico de Covid na última quinta (21). Já vacinado com duas doses de reforço, o presidente teve apenas sintomas leves da doença e, no último boletim, neste domingo, apresentava dor de garganta como incômodo principal. 

Gafes recentes de Biden

18.jun
Queda de bicicleta
O presidente caiu de bicicleta ao tentar parar para falar com um grupo de pessoas. Mas seu pé ficou preso no pedal, e ele caiu para o lado junto. Não foi preciso ir ao médico depois da queda. 
 
8.jul
'Repita a linha'
Ao discursar sobre o direito ao aborto com ajuda de um teleprompter, Biden leu: "Fim da frase. Repita a linha", trecho que na verdade era uma orientação, não parte do texto para ser lido em voz alta. 
 
20.jul
Câncer
Em um discurso sobre a crise climática, Biden disse que cresceu em uma área onde havia poluição. "É por isso que eu e muitas pessoas com quem cresci tem câncer", afirmou. A Casa Branca disse depois que o comentário se referia a um câncer de pele ocorrido no passado e que o presidente não tem a doença hoje.
 

 Mundo - Folha de S. Paulo/UOL