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quarta-feira, 28 de abril de 2021

A largada da CPI - Alon Feuerwerker

Análise Política

E a Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado instalou-se com uma missão definida pela maioria de seus participantes: 
apontar a culpa do governo federal pelo alto volume de mortes na pandemia. 
Na inauguração, ouviram-se declarações de princípio sobre a isenção nos trabalhos. Mas é apenas retórica. Conclusões de CPIs são modeladas não tanto pelos fatos, mas pela correlação de forças.

O Brasil vive uma situação política curiosa, porém habitual. Uma certa bipolaridade espiritual. 
No Senado, o foco é apontar os canhões da CPI para o Palácio do Planalto. 
Na Câmara, o presidente da casa legislativa engata a marcha das reformas administrativa e tributária. O que vai prevalecer? A agenda negativa ou a positiva? Naturalmente, cada um mira 2022.

Bem, a correlação de forças na largada da CPI é desfavorável ao Planalto. Mas o desenho que vale mesmo é o a ser observado nas hora das conclusões. Ou seja, um governo que aparentemente perdeu a maioria política no Senado, apesar de manter certa maioria programática, especialmente quando se trata de assuntos relacionados à economia, vai ter de encontrar uma saída do labirinto. Não será fácil.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

Extremismo - STF se comporta como uma ditadura de terceiro mundo

 J.R. Guzzo

Decisões recentes de ministros do STF se assemelham a arroubos autoritários de ditadores do terceiro mundo

O STF, o único governo de fato que existe no Brasil de hoje, assume cada vez mais a cara, corpo e alma de uma dessas ditaduras africanas (a América Latina já está numa outra fase) nas quais um ato extremista puxa outro e os ditadores, nos seus arranques de despotismo, vão perdendo o contato com a realidade. Acontece o tempo todo: 
os ministros, colocados diante de uma decisão radical, tomam outra ainda mais radical. Aconteceu de novo.

Sem razão nenhuma, apenas usando a petição de um partido-anão para satisfazer os seus desejos políticos (e os do resto do STF), o ministro Luís Roberto Barroso impôs ao Senado uma humilhação espetacular: mandou o presidente da Casa abrir uma CPI que ele, no pleno uso dos seus direitos constitucionais, não queria abrir. Logo depois de ter feito a Câmara engolir a prisão ilegal de um deputado, o STF dobra a aposta, enfiando goela abaixo do Senado uma CPI sem pé nem cabeça, integralmente facciosa, e sem nenhum outro objetivo que não seja agredir o Executivo.

A comissão, como se sabe, é para investigar a conduta do governo federal durante a pandemia de Covid-19. Só a dele, é claro, e não as ações dos estados e municípios que receberam do mesmo STF, há mais de um ano, autonomia completa para gerir a epidemia e só produziram até agora 360 mil mortos e uma devastação sem precedentes na economia do país.

Não saiu bem como queriam; na forma final, ficou aberta uma brecha para perguntas sobre a maciça roubalheira de verbas federais por parte das “autoridades locais”, um escândalo em moto contínuo que já provocou mais de 70 investigações da Polícia Federal. Mas o propósito de atacar o governo e, especialmente, a Presidência da República, permanece intacto: junto com a CPI, para completar o serviço, o STF deu curso a um prodigioso processo para julgar Jair Bolsonaro por “genocídio” — pelo que deu para entender, o presidente está sendo acusado de não fornecer água potável às “populações indígenas”. Acredite se quiser.

Como tinha acontecido na Câmara, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, cedeu miseravelmente a mais uma intromissão do STF em questões internas do Congresso Nacional. Durante os últimos 63 dias, Pacheco vinha argumentando que não abria a CPI pedida pelo partido nanico porque o momento, no meio de uma tragédia absoluta, não era apropriado. Não aconteceu nada de novo até agora — mas o “momento”, assim que Barroso falou, passou a ser ótimo. O ministro mandou, Pacheco obedeceu no ato; ao que parece, estão se acostumando a apanhar e gostar. É isso, hoje, o Parlamento brasileiro.

Como acaba de escrever a Gazeta do Povo, o Supremo cometeu um suicídio moral ao anular todas as ações penais contra Lula por corrupção e lavagem de dinheiro, inclusive a sua condenação em terceira e última instância por nove juízes diferentes. Suicidou-se outra vez, logo em seguida, ao julgar o juiz Sergio Moro “suspeito” de agir com parcialidade — com base em informações obtidas através de crime e cuja autenticidade está em dúvida.

Com os seus repetidos surtos na área política, o STF está operando, a cada dia que passa, como uma das ditaduras mais extravagante e subdesenvolvidas que há por aí.

J. R. Guzzo, jornalista - VOZES - Gazeta do Povo 

 

Marco Aurélio Mello, do STF, manda governo fazer Censo - VEJA

Decisão do ministro atende a um pedido feito pelo Maranhão; Pesquisa havia sido cancelada pelo Ministério da Economia

[para aquele governador do Maranhão, o que vale é aparecer; 
tentou convencer Lewandowski a autorizar comprar a Sputinik, sem autorização da Anvisa e o ministro do STF optou pela 'suprema prudência' do muro.
Agora, ele quer que Bolsonaro realize um senso sem recursos e no meio de uma pandemia = certamente ele quer aproveitar o momento para mostrar a miséria de um dos estados mais pobres do Brasil. 
Também já tentou criar um sistema de ônibus que seriam utilizados para encontros íntimos entre presos.]

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ao governo federal “a adoção de medidas voltadas à realização do censo” realizado pelo IBGE. A decisão foi dada em uma ação apresentada pelo estado do Maranhão. “O direito à informação é basilar para o Poder Público formular e implementar políticas públicas. Por meio de dados e estudos, governantes podem analisar a realidade do País. A extensão do território e o pluralismo, consideradas as diversidades regionais, impõem medidas específicas”, disse o ministro na decisão. 

Na semana passada, o ministério da Economia havia anunciado o cancelamento da sondagem  prevista para ocorrer neste ano — já com atraso, uma vez que inicialmente ocorreria em 2020, mas acabou adiado pela pandemia. Segundo Marco Aurélio, o censo permite mapear as condições socioeconômicas de cada parte do Brasil. E, então, o Executivo e o Legislativo elaboram, no âmbito do ente federado, políticas públicas visando implementar direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.Como combater desigualdades, instituir programas de transferência de renda, construir escolas e hospitais sem prévio conhecimento das necessidades locais?”, questionou.

Na avaliação do decano da Corte, a União e o IBGE, “ao deixarem de realizar o estudo no corrente ano, em razão de corte de verbas, descumpriram o dever específico de organizar e manter os serviços oficiais de  de alcance nacional”.

Blog Radar - VEJA


Senadores entram no STF contra Renan Calheiros na relatoria de CPI da Covid

Os senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Jorginho Mello (PL-SC) entraram no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a indicação de Renan Calheiros (MDB-AL) para ser relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19.  O colegiado foi instalado na 3ª e quer investigar ações e omissões do governo federal e o mau uso de recursos federais por governadores e prefeitos no combate à pandemia.

A informação foi confirmada pela assessoria de Marcos Rogério, que defendeu a tese de suspeição de Renan na reunião de instalação do colegiado, mas teve o pedido indeferido pelo recém eleito presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). Jorginho Mello disse que só divulgará a íntegra do mandato de segurança quando houver decisão para “não dar armas” para adversários, que saberiam os argumentos usados no documento. O Poder360 teve acesso ao documento. Eis a íntegra (1,2 MB).

Ainda assim, ele declarou que aguarda uma decisão favorável até esta 5ª feira (29.abr). Seu pedido é o mesmo que fez durante a instalação da CPI, para que se afaste do colegiado senadores que tenham laços sanguíneos com possíveis investigados. A ação atingiria Renan Calheiros e Jader Barbalho (MDB-PA), ambos pais de governadores. “A mesma coisa que eu tentei dizer na CPI que o Renan não pode ser relator porque o filho dele poderá ser investigado e aí ninguém pode ser relator pela metade, ninguém pode estar na CPI pela metade…Quem tem ligação sanguínea a lei é clara, não pode participar.” 

Senadores com mais proximidade do Planalto tentaram impedir a instalação da CPI nesta 3ª feira (27.abr). Foram indeferidos todos os pedidos para que a reunião fosse interrompida ou que os senadores que têm filhos como governadores, caso de Renan e de Jader, fossem declarados suspeitos. Ainda assim, Marcos Rogério tentou argumentar que, apesar de Renan não ser suspeito por ser apenas pai de um governador, ele deveria ser impedido por já ter adiantado juízo de valor sobre a investigação em relação a Alagoas.“Antecipar juízo de valor sobre aquilo que vai se investigar acarretar suspeição. É preciso ter cautela! Se antes de investigar, um relator já declara o presidente genocida, que tipo de isenção tem para investigar? Os fatos devem falar mais alto do que as paixões políticas”, escreveu em publicação no Twitter.

O pedido irritou o presidente da CPI, que questionou: Nós estamos há 2h30 aqui, 3 ou 4 senadores aqui querendo não instalar. Qual o medo da CPI? É o medo da CPI ou medo do senador Renan? Me diga você, é medo da CPI ou medo do senador Renan?”

Poder 360º


Anvisa diz não à Sputnik V e Pilatos lava as mãos

Anvisa

Ministro do STF, Ricardo Lewandowski, havia dado 30 dias para a Anvisa se pronunciar sobra a vacina russa, mas a agência precisava de mais tempo.

A CPI da Covid foi instalada nesta terça-feira (27) e já está feita a pauta. A gente já sabe o que eles desejam provar e qual é o objetivo
É o medo do resultado da eleição do ano que vem. Então, é preciso enfraquecer o presidente Jair Bolsonaro. O primeiro a depor vai ser o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e todos sabemos o que ele pensa do governo também.
O presidente da comissão é o senador Omar Aziz (PSD), do Amazonas, que teve a mulher presa duas vezes e os três irmãos presos por desvios na saúde. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), que todo mundo conhece, vai ser o relator da CPI. Renan, aliás, disse uma coisa muito importante. Disse que a CPI é para punir os responsáveis pelas mortes. Eu acho isso maravilhoso. Agora tem que separar, não é? 
Tirar política e tirar a eleição do ano que vem, e analisar por que as pessoas morreram e quem provocou isso. Porque não foi um só, foi um conjunto. E por quê?

Se a CPI conseguisse revelar esse óbvio, seria uma maravilha. E, claro, encaminhar para a Justiça para apurar as responsabilidades no Código Penal.

STF apressa o que não pode ser apressado
O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, havia dado 30 dias para a Anvisa se pronunciar sobre a vacina russa Sputnik V e liberar a importação aos estados que se prontificaram a comprar. A ação havia sido interposta pelo governo do Maranhão. Se a agência não desse um parecer dentro desse prazo, Lewandowski liberava os estados para importar a vacina. A Anvisa mandou técnicos para a Rússia e Bolsonaro tentou ajudar ligando para o presidente russo Vladimir Putin para apressar as coisas. Mas não resolveu muito.

O Instituto Gamaleya, que fabrica a Sputnik V, não deu acesso a nada, segundo a Anvisa. Faltou transparência. Está lá no relatório da agência dizendo que o adenovírus, que é o vetor que leva o coronavírus enfraquecido, pode se replicar no corpo da pessoa vacinada, podendo causar uma virose, o que é grave. E que na produção havia a presença de impurezas e contaminações, ou seja, são coisas graves.

Mas a Anvisa queria mais tempo para ir mais a fundo, poder ouvir e estudar mais a questão. Mas como o prazo de 30 dias acabava na noite de segunda-feira (26), eles tiveram que dizer “não aprovamos” a Sputnik V por unanimidade — foi cinco a zero. Bom lembrar que a Anvisa é um órgão independente do governo, tanto que Bolsonaro apoiou a compra da Sputnik V, mas a agência teve que dizer não.

Só que agora Lewandowski lava as mãos como Pilatos quando entregou Jesus para subir o calvário. Disse para o governo do Maranhão o seguinte: olha, pode comprar, mas sobre sua “exclusiva responsabilidade”. E mais: desde que “observadas cautelas e recomendações do fabricante, e das autoridades médicas”.[o ministro Lewandowski, MD do STF,  e demais ministros daquela Suprema Corte,o STF, devem ter em  conta que na medicina os prazos não são contados como na Justiça e assim, carimbar no processo exigindo uma resposta em cinco dias, dois dias, não funciona.

Para evitar enganos, equívocos, devem ser lembrados que toda e qualquer pessoa, que de alguma forma se envolver no uso em território brasileiro de medicamentos não aprovados no Brasil, pelas autoridades competentes, está cometendo crime CONTRA a Saúde Pública e sujeito as sanções penais.

Neste caso, vale o correto entendimento que quanto mais poderosa a autoridade infratora for, maior sua punição.]

Mas quem são as autoridades médicas?  
Oras, a Anvisa. E como faz agora? Agora “Pilatos” vai ter que resolver com o governador do Maranhão essa história. Ficou muito estranho isso.

Acreditando nos fatos e não nos factoides
Conversei com um grupo grande de especialistas de grandes entidades estatais e privadas, financeiras e de produção, que andam atrás da reforma tributária e administrativa que a Câmara dos Deputados está tocando.
Eles me disseram o seguinte: primeiro lugar, a gente não confia mais no noticiário tradicional. Já perceberam que as notícias são deturpadas e que não dá para confiar mais nas grandes organizações de mídia.
Em segundo lugar, hoje o grande herói deles é o presidente Arthur Lira (PP-AL), que está tocando as reformas na Câmara. E o sujeito que está transformando o país, dando uma aceleração ao país, segundo eles, é o ministro Tarcísio Freitas, da Infraestrutura.

A propósito, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que a indústria brasileira está reagindo. A capacidade ociosa já está menos da metade. Houve uma demanda de 50% de crescimento do consumo de aço no mês de março. A indústria da construção também.
Então está aí o milagre brasileiro. Nós somos resilientes. E quando querem nos enrolar, a gente deixa que eles se enrolem, porque nós acreditamos nos fatos e não nos factoides.

 Alexandre Garcia, VOZES - Gazeta do Povo 

 

Sinfonia em meio à barbárie - O Estado de S. Paulo

Livro de Aldo Rebelo transforma releitura da história política em instantâneo da atualidade.

No capítulo 12 do seu livro O Quinto Movimento – propostas para uma construção inacabada, a ser lançado nos próximos dias, o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo transforma o que seria uma releitura da história política brasileira em um instantâneo da atualidade. Sua visão sobre os desafios impostos à democracia revela que não tem sido fácil mantê-la sob Jair Bolsonaro.

[a colunista não esclarece, o ex-ministro da Defesa não se alinha entre bons escritores, ou mesmo entre escritores, sua produção literária é a expressão do atraso, o que justifica perguntar:

- o livro O Quinto Movimento é aquele que Rebelo, quando ministro, propunha a venda dos computadores do Serviço Público e sua substituição por máquinas de datilografia (manuais) para gerar mais empregos? Não é fake, em algum lugar Aldo Rebelo escreveu tal asneira - até com o 'mouse' ele implicou.

Rosangela Bittar, O Estado de S. Paulo

"O objetivo real é tentar evitar que Bolsonaro seja reeleito" - Alexandre Garcia

"A pauta da CPI já estabeleceu que devem comprovar que o presidente é um genocida que matou gente, empregos e empresas. A tese já está pronta; só falta convencer o povo"

[mais uma vez o ilustre colunista se supera ao usar de forma magistral o TENTAR EVITAR  que somado ao DEVEM COMPROVAR, será mais uma derrota para eles - afinal, sempre perdem.
um pouco de humor: Bastou um rumor - não chega nem a fake news, é mais mentira, gozação sacana - de que GENOCÍDIO é punível com a decapitação, para que pescoços ilustres de Brasilia procurassem alfaiates para criarem uma proteção para pescoços.
Tem alguns querendo tocar fogo no circo - esquecem que quando o circo pega fogo a maior parte dos mortos estão palco e nos camarotes.

Enfim, temos a CPI para investigar o presidente
Renan Calheiros é o relator; 
Jader Barbalho, o primeiro suplente; 
o presidente é Omar Aziz. Insuspeitos vão investigar o grande suspeito.  [para que não pairem dúvidas sobre a isenção das investigações da CPI, Renan Calheiros comandará as investigações que envolvam o governo do ParáJader Barbalho comandará as que se envolvam os alagoanos.]
Entre os gerontes do Senado, houve o cuidado de escolher os de passado ilibado. [quanto a escolher os gerontes a tarefa foi árdua e ainda pendente = encontrar no Senado da República senadores honestos, com idade avançada = sinônimo de profícua carreira política = e que não se tornem ridículos ao defenderem teses que não se sustentam, é praticamente impossível.] 
O objetivo real é tentar evitar que Bolsonaro seja reeleito. 
A pauta já estabeleceu que devem comprovar que o presidente é um genocida que matou gente, empregos e empresas. A tese já está pronta; só falta convencer o povo. Afinal, provas nem são necessárias. Com o aval do Supremo, até provas ilícitas podem, se forem amplamente divulgadas e não forem contestadas, como ensinou a Barroso o ministro Lewandowski. [o perigo do uso de provas que nada provam é que os julgadores, que validam tais provas,  podem também ser julgados com provas que nada provam. Aí o negócio bagunça.
A propósito: a aula do ministro Lewandowski, na qual ele com a sapiência que considera possuir, ensinou ao ilustre colega Barroso sobre a CF decretar: "LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;" 
teve força para revogar, ou adaptar,  o inciso da CF que a sustenta? se afirmativo será uma revogação monocrática? virtual?  colegiada?]

A CPI se instala depois de uma semana de novas agressões à Constituição. Depois de o Supremo, governadores e prefeitos passarem um rolo compressor em direitos fundamentais do pétreo art. 5, 24 governadores ignoraram o art. 84 e propuseram acordos com o presidente Biden. Os Estados Unidos já tiveram 13 colônias, agora se ofereceram 24. [presidente Bolsonaro, o senhor está sendo conivente com ofensa grave à Constituição Federal?  governadores incompetentes e antipatrióticos mudam o 'caput' do artigo 1º da CF e o senhor aceita? não denuncia?  e o seu ministro da Justiça? o mais grave é que podem pedir seu impeachment por concordar a com a mudança de um artigo da CF? = genocídio constitucional?]

Também na semana passada, Fachin prorrogou por 60 dias a investigação de que Renan teria recebido 32 milhões, e Jader, 4,3 milhões, segundo depoimento do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado(MDB). Esta semana, o presidente inaugurou asfalto novo na Bahia, e era um pavimento muito espesso — não havia sido retirada a maior parte para propina.  
Aí, cai a ficha: fechado o propinoduto, é preciso livrar-se de quem fechou a cornucópia. Afinal, na tese de Lewandowski a Barroso, combater a corrupção dá mais prejuízo ao país do que o dinheiro público que se recupera.
Na véspera da CPI, a PGR ofereceu denúncia contra o governador do Amazonas, Wilson Lima, e mais 17 pessoas. 
Desvios em contratos de respiradores. 
Aí se entende que “ficar em casa até ficar com falta de ar” é para justificar contratos de respiradores
Tratamento imediato deve ser combatido, porque não gera respiradores
O remédio é baratinho e tão antigo que já nem paga patentes, por isso a narrativa ganha a companhia de laboratórios. 
Taí um bom tema para a CPI, se decidir rejeitar palanque eleitoral e respeitar a memória dos que foram sacrificados.
 
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense
 
 

terça-feira, 27 de abril de 2021

Sputnik V: os 5 pontos que fizeram Anvisa negar importação da vacina russa - Revista Oeste

Dados não confiáveis e falhas no monitoramento de efeitos adversos e no controle de qualidade da fabricação estão entre os motivos; Rússia vê decisão 'política'

Vacina russa não teve autorização emergencial para importação concedida pela Anvisa

Vacina russa não teve autorização emergencial para importação concedida pela Anvisa | Foto: Kevin David/A7 Press/Estadão Conteúdo

Mesmo diante das dificuldades do Brasil em obter vacinas contra a covid-19 o país, até o momento, aplica efetivamente apenas a CoronaVac e o imunizante da Universidade de Oxford/AstraZeneca —, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negou, de forma unânime, o pedido de autorização emergencial para a importação da vacina russa Sputnik V (clique aqui para acessar os votos dos diretores da agência). A solicitação havia sido apresentada por dez governos estaduais: Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Piauí, Ceará, Sergipe, Pernambuco e Rondônia.

[nossa opinião: não há o que se discutir - pela legislação brasileira, em plena vigência, a Anvisa tem a responsabilidade, a competência legal e técnica de liberar medicamentos, o que inclui TODAS as vacinas contra a covid-19.

Um produto rejeitado pela Anvisa pode, se autorizado por agências de renome como FDA, NHS, EMA,  a do Canadá, ser utilizado no Brasil.   

Se rejeitado não pode ser usado e persistindo  o interesse recomeça todo o processo.

A Sputinik V desde sua primeira apresentação tem apresentado lacunas na documentação e nas explicações fornecidas. FIM DE PAPO: É DEVER da Anvisa NEGAR e assunto encerrado, constituindo grave crime contra a Saúde Pública que o produto seja utilizado, sem autorização,  em qualquer ponto do território nacional.

Com o respeito devido e no interesse de que fique tudo claro é até conveniente que o STF - que ultimamente tem interferido com frequência inadequada em assuntos de Saúde Pública - seja notificado de que qualquer decisão monocrática ou coletiva da Suprema Corte do Brasil, com repercussões sobre Saúde Pública, notadamente imunizantes, autorizando o uso de produtos reprovados pela Anvisa, constitui GRAVE CRIME contra a Saúde Pública, implicando na responsabilização civil e criminal do STF e de qualquer outra autoridade.

Apenas um mero lembrete que a LEI VALE PARA TODOS.]

A equipe técnica da Anvisa entendeu que a Sputnik V não demonstrou segurança e eficácia contra a doença causada pelo novo coronavírus. Como registramos, nos lotes analisados, os pesquisadores identificaram a presença de adenovírus replicante (com capacidade de reprodução no corpo humano), que traz riscos à saúde. Segundo a Anvisa, o patógeno pode levar desde infecções variadas até a exacerbação da resposta imunológica.

Leia mais: confira o resultado da deliberação e os votos dos diretores da Anvisa

Havia uma enorme expectativa em torno da possível liberação do imunizante. Em Brasília, o lobby pró-Sputnik V envolvia parlamentares de diversas correntes políticas, além dos próprios governadores dos Estados que apresentaram o pedido de liberação da importação das doses da vacina. De acordo com o Instituto Gamaleya, da Rússia, a Sputnik V já obteve aprovação para uso emergencial em 61 países até o momento. A Anvisa, por sua vez, pondera que, entre 51 países consultados, apenas 14 confirmaram o uso efetivo do imunizante.

Leia também: “Governador do Ceará critica decisão da Anvisa e afirma que continuará ‘lutando’ por vacina russa”

A agência também terá de analisar um segundo pedido de uso emergencial da Sputnik V, feito pela farmacêutica União Química, que fechou um acordo com o Gamaleya para a fabricação da vacina russa no Brasil. A Anvisa cobra da empresa informações que, segundo o órgão, não foram fornecidas quando o primeiro pedido foi apresentado.

Confira cinco pontos principais que levaram a Anvisa e não liberar a importação da vacina russa:

1 — Adenovírus se replica
A tecnologia utilizada na Sputnik V é conhecida como vetor viral não replicante. A técnica, pesquisada há décadas pela indústria farmacêutica, é semelhante à da vacina da Oxford. Esse tipo de imunizante usa outros vírus inofensivos para “enganar” o organismo, simulando uma ameaça mais perigosa e provocando uma resposta imune. 
No caso da vacina russa, isso é feito por meio do adenovírus (o mesmo que causa resfriados comuns em humanos). Eles foram modificados para que não sejam capazes de se replicar depois de entrar nas células. Este é um dos problemas apontados pela Anvisa: os adenovírus usados na Sputnik V conseguem se replicar, o que oferece um risco real ao organismo. “Verificamos a presença de adenovírus replicante em todos os lotes. Isso é uma não-conformidade grave e está em desacordo com o desenvolvimento de qualquer vacina de vetor viral. A presença de um adenovírus pode ter impacto na nossa segurança quando utilizamos a vacina”, explicou o gerente-geral de medicamentos e produtos biológicos da agência, Gustavo Mendes. De acordo com a Anvisa, o Gamaleya deveria ter feito estudos para avaliar o potencial impacto disso no corpo humano, mas nenhuma informação nesse sentido foi apresentada.

“O adenovírus tem que ser só um transportador daquele material genético que eu preciso apresentar ao corpo, para eu criar anticorpos contra a sequência viral do coronavírus”, diz a Oeste a médica infectologista e mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Patrícia Rady Muller. “Ele não pode estar replicando muito. A gente pode criar anticorpos contra o próprio adenovírus, e ele nem conseguir apresentar esse material genético para o nosso corpo formar anticorpos. Ou ele pode também causar doença no ser humano”, alerta. “O vírus tem que ser neutro. Se ele começar a se multiplicar, pode ficar alojado em alguns órgãos, como os rins, por exemplo. Pelo controle de qualidade, temos que deixar esse adenovírus menos replicável.”

2 — Dados não confiáveis
Segundo as pesquisas desenvolvidas na Rússia, a Sputnik V gera uma resposta do sistema imunológico — mas ela não foi mapeada adequadamente pelos cientistas. A Anvisa aponta “sérias limitações” na análise feita pelos russos. “A forma como os anticorpos são quantificados tem que seguir uma metodologia científica. Se o método usado pelo equipamento estiver errado, pode-se chegar a uma conclusão equivocada”, afirma Mendes. A Anvisa não conseguiu validar a metodologia utilizada pelo Gamaleya.
 
3 — Falhas no monitoramento de efeitos adversos
O Instituto Gamaleya apresentou dados que apontam eventos adversos graves em 68 participantes dos estudos relacionados à vacina russa, em um universo de mais de 21 mil. Houve quatro mortes, que, de acordo com os cientistas russos, não tiveram relação com a aplicação da Sputnik V. 
Segundo a Anvisa, também esse monitoramento apresentou falhas. 
Os técnicos da agência brasileira não conseguiram identificar se os participantes do estudo foram devidamente orientados sobre como relatar os efeitos adversos. Como muitos casos foram descritos de forma evasiva ou incorreta, a credibilidade dessa etapa das pesquisas foi comprometida. Para a Anvisa, isso faz com que “a atenção que foi dada à segurança dessa vacina traga sérios problemas regulatórios”.
 
4 — Falhas na análise de eficácia
O índice de eficácia apresentado nos testes da Sputnik V na Rússia foi de 91,6%, mas a Anvisa identificou problemas nessa medição. O órgão regulador sanitário brasileiro toma como base os guias do Conselho Internacional de Harmonização de Requisitos Técnicos para Produtos Farmacêuticos para Uso Humano (ICH, na sigla em inglês) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Nenhum deles foi seguido, em todas as suas etapas, pelo laboratório russo. Sem esse método-padrão para a coleta das amostras, a Anvisa não teve condições de atestar a segurança dos testes.
 
5 — Falhas no controle de qualidade da fabricação
De acordo com o corpo técnico da Anvisa, “não se caracterizou a realização de testes fundamentais para garantir a qualidade dos lotes” da vacina russa. Os estudos clínicos conduzidos pelo Instituto Gamaleya foram realizados com doses fabricadas em laboratório, e não com vacinas produzidas nas instalações utilizadas para fabricar o imunizante que é aplicado na população. A agência brasileira entende que isso pode afetar a qualidade final do produto. “Não dá para saber se os lotes usados no estudo têm a mesma eficácia dos lotes que serão enviados ao Brasil”, afirmou Mendes. “Não adianta ter um processo de fabricação validado que gere um produto fora do padrão de qualidade requerido. A empresa precisaria adotar medidas de mitigação de risco de forma imediata”, complementou a gerente-geral de inspeção e fiscalização sanitária, Ana Carolina Araújo.
 
Rússia reage
Após a decisão da Anvisa,o Fundo Soberano da Rússia, responsável pela coordenação do desenvolvimento da Sputnik V, classificou como “política e tendenciosa” a manifestação da agência sanitária brasileira. “Quando falo de política, não é nossa opinião, é fato. Os Estados Unidos disseram que queriam convencer o Brasil a não usar a vacina russa”, afirmou o CEO do fundo, Kirill Dmitriev, em entrevista ao Valor Econômico.

“Poderíamos fornecer ao Brasil doses para 80 milhões de pessoas neste ano. Mas a posição da Anvisa não pode ser explicada pela ciência”, prosseguiu Dmitriev. “A Anvisa tem sido tendenciosa, e não profissional. Para nós, usam exigência dupla ou tripla, mais sujeita a escrutínio e ataque. É muito estranho. Ao mesmo tempo, autorizam vacina no Brasil que tem casos de trombose severa, enquanto no caso da Sputnik o risco é zero.”

Dmitriev afirmou ainda: “Fizemos nossa tarefa no Brasil. Mas não vamos mais insistir por nossa vacina. Temos produção de 700 milhões de doses para este ano e as encomendas chegam a 1,3 bilhão de doses. Não somos brasileiros, não entendemos política do Brasil. Vamos deixar para os governadores e instituições brasileiras tomarem providências.”

Revista Oeste

Com informações da BBC Brasil e agências internacionais


Senadores - “Juízes” da CPI da Covid têm passado nebuloso - Gazeta do Povo

CPI da Covid

Uma coisa que os políticos brasileiros aprenderam há muito tempo, com curso de pós-graduação fornecido pelo Supremo Tribunal Federal, é virar juiz de alguma coisa, em todas as oportunidades que lhes aparecem pela frente. É automático, ou pelo menos é assim que raciocinam: o melhor jeito de escapar da polícia é sair gritando “pega ladrão”. Como se sabe, pelo menos um terço de todo o Congresso brasileiro tem problemas com o Código Penal — possivelmente, a maior concentração per capita de gente enrolada com a Justiça, num ambiente só, que existe fora das penitenciárias em todo o território brasileiro.

É natural que utilizem as suas “imunidades parlamentares” para ficarem fora da cadeia — e que, além disso, vivam brigando para fazer o papel de julgadores. Enquanto estão julgando os outros, com pose de justiceiros, eles próprios não são julgados. Estão nessa vida há anos, ou até décadas. Já se viu aí todo o tipo de absurdo, mas poucas vezes exageraram tanto como nessa “CPI da Covid” que o Senado inventou para apurar incompetência, corrupção e outras coisas horríveis na administração da covid, e que começa nesta terça-feira (26) a sua atividade. 

Veja só quem participa da CPI, no papel de polícia correndo atrás de bandido — e acredite se quiser.

Está lá, na primeira fila, ninguém menos que o senador Renan Calheiros (MDB-AL), dono de uma das mais prodigiosas folhas corridas da história penal do Brasil; 
nem os seus advogados sabem ao certo quantos processos ele tem hoje nas costas. 
Há 30 anos vive fugindo, através de truques diversos, do seu encontro com a lei – trata-se de um verdadeiro maratonista, como descreveu o jornalista Augusto Nunes. Sua medalha de ouro é a participação na lista de políticos comprados que a empreiteira Odebrecht mantinha nos computadores do seu "departamento de corrupção". Seu apelido (cada um tinha o seu apelido, ali) é “Atleta”.
 
Pode parecer uma piada macabra, mas não é: 
uma das condições mais importantes para alguém ser juiz na CPI da Covid é fazer parte da lista de codinomes registrados no "departamento de corrupção" da Odebrecht. 
Ao lado de Renan, estão ali gigantes como Humberto Costa (o “Drácula”, por seu envolvimento na máfia dos ladrões de sangue quando era ministro da Saúde de Lula), ou Jader Barbalho (o “Wiskey”, pelos motivos que se pode imaginar; seu filho, o atual governador do Pará, Helder Barbalho, é o “Cavanhaque”). Detalhe: o Pará é um dos estados onde mais se roubou dinheiro público destinado ao combate da epidemia, segundo as denúncias correntes.[importante: chegaram ao ponto de comprar com superfaturamento de 340%, respiradores em uma adega, o que justifica o “Whiskey”.
Mesmo assim, muitos dos respiradores não foram entregues e outros só tinham a carcaça. Agora Renan investiga seu  filho e o Barbalho o seu pupilo dos respiradores.]
Não é preciso ser um nenhum doutor em ciência política para ver o que muitos membros da CPI estão fazendo lá. 
Desde o aparecimento da Covid, um ano e pouco atrás, cerca de R$ 60 bilhões de em verbas federais foram entregues aos estados — e uma grande parte dessa pilha de dinheiro, por conta da situação oficial de “emergência”, foi gasta sem licitação pública e outros controles legais. Como foi fartamente noticiado, as ”autoridades locais” roubaram de tudo: respiradores, máscaras, luvas, aventais cirúrgicos, diárias de UTI, desinfetante, o diabo. [o emergencial, que no Brasil equivale a permissão para roubar, pode ter consequências profundas. VEJA AQUI.]

Por que não? No governo Lula roubaram até sangue e o ministro da Saúde de então é um dos juízes da ladroagem de hoje. É assim que funcionam as sagradas “instituições democráticas” do Brasil.
 

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STF se comporta como ditadura de terceiro mundo



Confusão no Reino Unido - o primeiro-ministro e sua mulher - Vilma Gryzinski

 

Bafafá à inglesa: o premier, a mulher dele, o ex-amigo e o ‘rato falante’

Boris Johnson está na posição altamente desconfortável de enfrentar escândalo que envolve sua companheira e ex-aliado que virou inimigo

[Nota do Blog Prontidão Total: avaliamos a importância desta notícia e de outras resultantes de tudo que foi dito na Senado Federal em função da  CPI Renan Calheiros e, decidimos, sem medo de ser feliz, que esta matéria é mais importante.]

Mantenha os amigos por perto e os inimigos mais perto ainda, aconselhavam Sun Tzu e Michael Corleone. Mas o que um político pode fazer quando os amigos e potenciais inimigos se envolvem em disputa pelo poder com a própria mulher?  Como qualquer marido sensato, Boris Johnson optou pela mulher, Carrie Symonds, quando ela travou uma guerra de bastidores com seu mais importante assessor político, o genial e mercurial Dominic Cummings.

Mente brilhante por trás da campanha vitoriosa do Brexit, Cummings foi para casa em novembro do ano passado, com um pote até aqui de mágoa, e Carrie emplacou o assessor que queria como chefe de gabinete. Agora, Cummings está mandando a conta. E não é pequena. Vingança que se come fria tem mais poder.

Em posts inflamados que foram comparados a bombas nucleares, detonando Boris e Carrie, que antes de fingir que é uma cordata e silenciosa companheira trabalhava na assessoria de imprensa do Partido Conservador, conhece todo mundo e, como o caso acontece na terra de Shakespeare, merece ser chamada de Lady McSymonds.

Foi na época de assessora que conheceu Boris, sugou-o da esposa com quem tinha quatro filhos e acabou morando na ala residencial do sobrado número 10 de Downing Street, com o filhinho nascido em fim de abril do ano passado quando o pai ainda se recuperava de uma Covid das bravas. Uma reforma no apartamento oficial no célebre endereço provocou uma das maiores encrencas de Boris. Cummings relata ter apontado que seria não só antiético como potencialmente criminoso sondar milionários que fazem doações polpudas aos conservadores para saber se poderiam bancar os custos da reforma.

 Boris Johnson e Carrie Symonds


 

As obras foram feitas de qualquer maneira, ao custo de 200 mil libras, irrisório pelos padrões brasileiros de suntuosidade com dinheiro dos outros, mas potencialmente explosivos para Boris. Outra bomba: segundo Cummings, Boris disse que preferiria ver “os corpos se empilharem” a decretar um novo lockdown, em outubro, o que acabou fazendo de qualquer maneira. O primeiro-ministro e companhia negaram veementemente. “Estamos entrando no capítulo farsesco dessa história, com fontes anônimas, assessores anônimos, eventos anônimos. Nada disso é sério”, disse o secretário da Defesa, Ben Wallace.

Problema: apesar do aspecto novelesco, os assuntos são sérios e ninguém sabe o que mais Dominic Cummings tem em seu saco de maldades.  Entre outros detalhes que o primeiro-ministro preferiria esquecer, está a discussão sobre quem seria o integrante do governo que vazava assuntos sigilosos com tanta frequência que foi apelidado de “rato falante”. O maior suspeito, por incrível coincidência, era o melhor amigo de Carrie no governo, Harry Newman. 

Diz Dominic Cummings que quando o caso começou a ganhar corpo, Boris Johnson  ficou aborrecido e sugeriu que a investigação interna fosse suspensa. “Se for confirmado que Newman é o informante, então vou precisar demiti-lo e isso me causará problemas muito sérios com Carrie (pausa). Talvez pudéssemos suspender a investigação sobre o vazamento”, disse o primeiro-ministro, segundo Cummings.  Resposta do ex-assessor: “Disse que seria uma loucura e totalmente antiético. Ele não poderia cancelar uma investigação que afetava milhões de pessoas só porque poderia implicar amigos da sua namorada”.

Partidários de Carrie partiram para a defesa com o argumento clássico: ela está sendo alvo de ataques sexistas, provenientes de intrigantes que adoram atribuir interferências à clássica figura da mulher mandona. Eles pintam um quadro em que Cummings – apelidado de “Demonic” pela esquerda revoltada com o Brexit, mas agora tratado com entusiasmo pela mesma turma por causa dos estragos que está causando no governo conservador – e seu grupo formavam um “time dos meninos”, hostil a mulheres em geral e a Carrie em particular.

Foram eles, supostamente, que vazaram o apelido dado a Carrie, “Princess Nut Nuts” – palavra usada nos dois sentidos, como sinônimo de maluca e também no sentido estrito, nozes, uma referência ao que chamavam de seu rosto de esquilo. Carrie Symonds tem 33 anos, 23 a menos do que o futuro marido – eles iam se casar na Grécia no ano passado, mas a festa foi adiada por motivos óbvios. Foi criada só pela mãe, advogada que trabalhava no Independent e teve um caso com um dos fundadores do jornal, desinteressado em se envolver com a filha.

Em junho de 2019, a polícia foi chamada por causa de uma briga de casal no apartamento dela, onde Boris estava morando provisoriamente. Depois, ficou claro que o vizinho responsável pelo chamado tinha planejado conseguir um flagrante por antipatia política.  Motivo aparente da briga: uma taça de vinho derrubada num sofá branco. Apesar da gravidade do delito, o casal superou tudo e Carrie toma o cuidado de aparecer pouco em público, embora seja considerada, em particular, especialmente influente no quesito causas ambientais. 

E, como ficou comprovado, em assuntos políticos também, uma garantia de que, como tudo na carreira de Boris Johnson, o futuro reserva uns bons solavancos. Detalhe relevante: o primeiro-ministro tomou um empréstimo do comitê conservador e está ressarcindo as boas almas que bancaram a reforma em Downing Street. Os percalços de Boris coincidem com notícias excepcionalmente boas. Na prática, a epidemia já acabou, graças à combinação de lockdowns parciais e a brilhante campanha de vacinação. O número diário de novos casos caiu para menos de 2 000 e as mortes estão na casa das poucas dezenas.

O Goldman Sachs previu que a economia este ano vai crescer espetaculares 7,8%, mais do que as projeções para os Estados Unidos. O Brexit causou um soluço no começo do ano, mas já está sendo absorvido sem traumas. É claro que quando tudo está indo muito bem, um perigo inesperado ataca. Atualmente, o nome dele, para Boris Johnson, é Dominic Cummings.

Vilma Gryzinski - Blog Mundialista - VEJA


REUNIÃO DA CÚPULA DO CLIMA. REUNIÃO? - Éricoh Mórbiz

NOTA DO EDITOR: O autor, que enviou o artigo ao site, é de esquerda, como se verá. Isso torna ainda mais significativa sua divergência em relação às esquerdas nesse tema.

Preliminar: não viso a defender o Presidente Bolsonaro.

Ate 20 de janeiro, menos de 100 dias atrás, o presidente americano não apoiava o acordo de Paris, não agredia a Amazônia brasileira.  
Uma eleição, novo presidente e passados, 100 dias, o homem quer ser o líder mundial do meio ambiente. 
Em ano que já tem pautada reunião oficial de organismo mundialmente reconhecido para discutir isso.
 
Convida 49 presidentes/dirigentes para tal reunião digital.E se julga no direito de dizer quem ou qual pais está fazendo a coisa certa. 
Mal educadamente, anfitrião, se ausenta, evita ouvir alguns de seus convidados.
Antes disso, ate 20 de janeiro, ninguém condenou os Estados Unidos, propôs represálias, fez manifestos, até a garota silenciou. Sobre o meio ambiente. Em 100 dias, querem tudo diferente! Pesos e medidas ao gosto!

Antes dessa reunião, 24 de nossos governadores, assinam um documento, criticando nosso Governo, nosso País. A meu ver, clara ação ilegal, ferindo nossa CF. Deviam ser punidos, responsabilizados! [o Brasil possui duas CF, sendo uma para ser usada contra os apoiadores do presidente Bolsonaro e outra para uso dos que apoiam os  outros - ainda que tal apoio seja uma traição  hedionda.]

E pior, entregam oficialmente tal carta ao Embaixador americano, que a recebe e oficialmente diz que entregará ao seu Presidente. Crime internacional. Embaixador não se envolve em atos do país anfitrião! Devia ser expulso de imediato.

Imaginemos o contrário! Nós, que militamos lá no fim de 60, década de 70, contra o regime de exceção (com maior respeito in memoriam aos que ficaram no caminho!) queríamos o retorno da liberdade plena. O que temos agora (bem, menos criticar o STF. Aí dá cadeia.) Que bom que temos isso.

Critiquemos, polemizemos, mostremos nossa revolta, nosso descontentamento. E pelo voto, se escolhemos mal, vamos corrigir na próxima. Não aprovamos a política de meio ambiente? Façamos algo! Nosso território é nosso. Muitos lutaram, morreram, para que ele fosse nosso!  Nós, brasileiros, acertando, errando, é que devemos decidir o que fazer com nossas riquezas (e nossas pobrezas)!

Parcerias, projetos bem intencionados de ajuda, doações,  claro que devemos aceitar. Transparentemente. Pragmaticamente. Sem ameaças! Índios do Brasil devem morar no mato, na selva, na Amazonia. Lá nos Estados Unidos, operam na bolsa de W.Street, possuem ricos cassinos e ricos fundos de investimentos.

Não foram convidados para essa reunião.Daqui foi. Pra falar mal de nós. Afinal, que se passa conosco? 
Perdemos o senso de patriotismo? 
Preferimos nos socorrer da liberdade alheia? 
Há organismos mundiais, Instituições sólidas, que ajudamos a criar,construir. 
Ali devemos atuar, se preciso, talvez, até se submeter a normas coletivas.

Temos Instituições funcionando. Somos livres para votar, escolher, usar nossos representantes para que façam leis, cuidem de nossas matas, rios, minérios. Meu Deus, fiquei velho, veio a Covid e não conheço, não ouço mais   o que aprendi a respeitar!  Defender!

 Em 24/04/2021

Enviado pelo autor, Éricoh Mórbiz ao site Puggina.org

[parabenizamos o autor pela Dignidade e Justiça  demonstrada na apresentação de suas posições - o que mostra que ainda existe esquerdistas dignos.

E o que expõe é uma brilhante defesa das posições que nós, orgulhosamente da extrema-direita, defendemos hoje e sempre.] 

 

PRONTO SOCORRO PARA CORRUPTOS AFLITOS - Percival Puggina

PRONTO SOCORRO PARA CORRUPTOS AFLITOS

Cumprisse o parlamento seu dever, o Supremo Tribunal Federal teria outra fisionomia e não seria esse pronto socorro dos corruptos aflitos.

Li certa vez que, na democracia, para que a submissão às leis não seja conduta servil, mas forma de auto-obediência, elas são aprovadas por representantes políticos eleitos pelo povo. Gostei do conceito, tanto sob o ponto de vista ético quanto estético. Estético, sim, porque o bem é belo.

O Congresso Nacional, contudo, pela maioria de seus membros, por ação ou omissão, contraria o sentido do mandato parlamentar e se conduz ao arrepio da vontade de seus eleitores. 
Cumprisse o parlamento seu dever, o Supremo Tribunal Federal teria outra fisionomia e não seria esse pronto socorro dos corruptos aflitos. 
Não seria essa corte sem espelhos onde ministros beneficiam o padrinho Lula decretando a “suspeição” de Moro e não reconhecem o próprio impedimento nessa votação. Cumprisse o parlamento seu dever, a figura literária da soberania popular não se estaria transformando em pura, muda, indefesa e real vassalagem.

Nas últimas semanas, nossa dignidade perdeu ainda mais substância em decisões tomadas por ampla maioria do STF que não se contenta com ser o principal protagonista da cena política brasileira. Não! Nosso Supremo passa a atuar como Casa-Grande emitindo determinações à senzala nacional. Certo, Gilberto Freyre?

Lembrei-me de uma frase do presidente equatoriano proferida no transcurso do escândalo que ficou conhecido naquele país como Escândalo Subornos. Disse Lenín Moreno, cujo mandato se encerra no mês que vem: “Os chamados socialistas do século XXI saquearam a América Latina”. Referia-se ao período áureo do Foro de São Paulo e aos esquemas de corrupção instalados por empreiteiras, muitas das quais brasileiras, com particular privilégio à Odebrecht. Melhor do que qualquer latino-americano nós, brasileiros, conhecemos essa história e pagamos essa conta.

No ano passado, a justiça equatoriana condenou o ex-presidente Rafael Correa a 8 anos de prisão. Ele, porém, vive na Bélgica desde 2017 sem poder retornar ao país. 
Cerca de uma dezena de ex-servidores e dirigentes políticos, igualmente sentenciados, vivem no exterior. 
Enquanto isso, aqui no Brasil, os saqueadores nacionais levam a vida regalada pela qual Fausto vendeu a alma ao diabo e têm futuro político promissor.
 
Já somos roubados como pagadores de maus impostos. 
Já somos roubados como cidadãos de uma democracia inepta e mal costurada. 
Já fomos roubados pela corrupção que tão ativamente operou em nosso país. 
Já nos roubaram a esperança de dias melhores porque precisamos de dias piores para que os piores retornem ao poder
Roubaram-nos, agora, o mínimo senso de justiça e respeito ao que no Brasil opera com esse nobre rótulo.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


"Se não querem ajudar, que não atrapalhem", diz general

Morei algumas vezes na cidade do Rio de Janeiro — a maravilhosa — e tenho ótimas recordações desses períodos que a vida profissional concedeu a mim e a minha família. Gostávamos de ir ao teatro. Quando o tempo permitia, elegíamos uma peça em cartaz e fazíamos o programa cultural de fim de semana. O da Gávea estava entre os preferidos. Apreciávamos o trabalho dos artistas que subiam ao palco solitariamente e se submetiam ao crivo da atenta plateia daqueles espetáculos. Monólogos exigem muito dos intérpretes. Demanda atenção redobrada nos ensaios e na execução do texto. Os sucesso ou fracasso está ligado à capacidade de entrar, sem pedir licença, na mente e no coração de seus ouvintes. Alcançar isso é uma arte. Se um indivíduo possui esse dom e se propõe a usá-lo em benefício da sociedade, emoldure-o, eis um líder inspirador.

Essa liderança pode abarcar vários setores da vida humana (artistas, empresários, religiosos, militares, cientistas, professores ... e até políticos). Diante do que se assiste pela imprensa, tratar do comportamento dos políticos passa a ser uma catarse. O desafortunado momento de crise sanitária aguda, a lembrança afetiva de monólogos teatrais e a leitura de um pequeno trabalho do Yuval Harari: “Na batalha contra o coronavírus, faltam líderes à humanidade” me fizeram retomar o tema liderança.

A propósito, hoje (27 de abril), após lamentável crise de liderança e gestão dos governantes, inicia-se a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, sob a batuta do Senado Federal. A sociedade espera efetividade! Para a sorte da humanidade, alguns países com habilidosos “condottieres” estão enxergando a planície além do cimo da montanha. A vastidão plana e descortinada à frente está semeada de boas expectativas.

Outros países, lastimosamente, não. Nesses rincões, a complexidade da pandemia transformou os detentores do poder em vigias sonolentos de faróis marítimos apagados durante uma tempestade bravia. Para esses mandatários, o poder afrodisíaco (expressão cunhada por Henry Kissinger) parece ter-lhes inebriado a ponto de escancarar suas insensibilidades morais. Serão responsabilizados pelo naufrágio dos navios que se chocarem nos arrecifes pontiagudos durante a borrasca.

No texto, Harari defende que o verdadeiro antídoto para epidemias é a cooperação e que a melhor defesa contra os patógenos é a informação. Informação que precisa ser gerada por especialistas confiáveis e difundida por atores qualificados.  Atores que, como em um monólogo de sucesso, precisam entrar sem pedir licença no imaginário de seus ouvintes, seguidores ou não. O público, mesmo o mais humilde, consegue entender nuances se apresentadas com honestidade.

Em seu livro Dez lições para o mundo pós-pandemia (Intrínseca, 2020), o jornalista Fareed Zakaria cita o Brasil como antiexemplo de combate à pandemia. A razão, alega ele, alguns de seus dirigentes questionarem abusivamente as recomendações dos agentes de saúde e, em alguns casos, se recusarem a acatá-las. Uma questão de mau exemplo. Isso dificultou o enfrentamento do assombroso desafio que teima em não ceder.

Com os números de mortes e infecções crescendo e gritando impiedosamente nos ouvidos da população, vamos precisar envolver mais especialistas para administrarem as questões pandêmicas sem viés ideológico. [até o trecho destacado a matéria era uma leitura agradável e recomendável. Mas, quando trouxe  ao tema a palavra 'especialistas', que no Brasil são em esmagadora maioria especialistas em nada, sempre prontos a expelir o que o entrevistador mandar, optamos, por encerrar a transcrição.

Chega de ouvir bobagens e profecias sobre fatos de ontem. Alguém se surpreendeu com a opinião dos especialistas que opinaram sobre o encontro virtual do Biden? A surpresa, surpreendente, foi determinada emissora de TV - talvez em busca da credibilidade perdida na contagem de cadáveres - apresentar reportagem, em horário nobre, mostrando que a situação ambiental na Amazônia não é o que pintam. 

...

Por Otávio Santana do Rêgo Barros — General de Divisão do Exército 

Paz e Bem!