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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

A destruição da democracia - Revista Oeste

J. R. Guzzo

Ninguém poderia imaginar, quando foi dada a primeira ordem de #FiqueEmCasa, que tão pouco tempo depois a tirania legalizada estaria querendo tirar os filhos dos pais

Estão de volta ao mundo e ao Brasil, que até hoje vinha conseguindo evitar com relativo sucesso os surtos de tirania mais dementes dos últimos 150 anos, a estrela amarela e o pijama listado que denunciavam em público, na Alemanha nazista, o grande crime da época: “Você é judeu”. Vão dizer, é claro, que não é assim, e que a marca da maldição de 2022 é indispensável para salvar a humanidade — mas na verdade é assim mesmo que está sendo, e com viés de ficar pior. Esperar o que, se muitos dos próprios judeus, em Israel ou outros lugares — a maioria, talvez —, são os primeiros a ficarem a favor da perseguição? Não é especificamente contra eles, desta vez. A estrela e o pijama, neste retorno triunfal do nazismo da Alemanha de Hitler, ou da ditadura da Rússia comunista de Stalin, estão destinados a denunciar outro crime: “Você não tomou vacina”.

Abismo entre pessoas | Ilustração: Oeste/Shutterstock
Abismo entre pessoas | Ilustração: Oeste/Shutterstock 

O não vacinado de hoje, por aqui e no resto do mundo, é o judeu da Berlim de 1935. O Brasil, como todos sabemos, foi largamente poupado do crime de perseguir judeus — talvez pelo seu próprio subdesenvolvimento, talvez por ficar na periferia do mundo, onde as ideias superiores da Europa civilizada, como campos de concentração ou fornos crematórios, demoram a chegar, ou não chegam nunca. Mas as “autoridades locais”, com o apoio desesperado das elites, da mídia e de tudo o que pode ter descrito como “de esquerda”, parecem obcecadas num esforço sem precedentes para tirar o atraso — perdemos nossa chance com o judeu, lá atrás, mas dessa vez nós temos pela frente o “não vacinado”. É ele a desgraça do mundo atual, aqui ou na Cochinchina. Para cima dele, então. Temos de liquidar essa raça. Não vamos perder a oportunidade — ou a gente acaba com eles, ou eles acabam com a gente. Basta olhar um jornal ou ouvir dois minutos de rádio ou televisão. O ataque, cada vez mais fanático, está lá, o tempo todo.

Os perseguidores não contam hoje em dia, para caçar não vacinados, com os meios materiais de Hitler ou de Stalin, sua cópia comunista da mesma época. Não têm sua Gestapo, nem a sua KGB, e nem outras facilidades. Vivem em democracias cada vez mais loucas para se comportarem como ditaduras, é verdade — mas é gente mole, medrosa e incapaz de ir para o pau como fazem os ditadores de verdade que gostariam de ser. Você acha que um prefeitinho desses, ou um governadorzinho meia-boca, ou um bucrocratinha com um talão de multa numa mão e carteirinha de procurador público na outra têm coragem para mostrar a sua verdadeira cara? Não têm. 

Eles descobriram o quanto é bom, para eles próprios, agirem como agem as autoridades fascistas mas não têm energia moral para serem fascistas de verdade. É por isso que a polícia do governador Zé Mané ainda não está prendendo não vacinado, nem o Supremo Tribunal Federal reinventou a pena de morte e mandou alguém para a câmara de gás, ou coisa parecida. Mas, enquanto isso, fazem todo o tipo de perseguição que conseguem fazer impunemente — e que não ameace, segundo calculam, a sua própria segurança no emprego, no seu mundinho social e em tudo o mais que lhes interessa.

É tudo de uma desonestidade fundamental — com doses gigantes de hipocrisia, mentira e má intenção

A aberração mais recente, e mais sinistra, é a ameaça, por parte dessas autoridades que estão aí, de retirar dos pais a guarda dos filhos que não forem vacinados. Jamais, em 522 anos de história do Brasil, alguém propôs uma violência tão estúpida quanto essa. De novo, a lembrança é dos momentos mais negros da humanidade — as ditaduras comunistas na Rússia de Stalin ou na China de Mao Tse-tung, onde a autoridade pública se dava o direto de roubar as crianças de suas famílias para punir os pais por motivos políticos. 

Um despacho insano do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, dentro do progressivo processo de demência que vem marcando as sentenças da alta e baixa justiça brasileiras, abriu a porta para esse delírio de o passado voltar ao Brasil de hoje. 
É óbvio, quando as “instituições” permitem que a lei seja rasgada, que o instinto ruim das ditaduras vai sair correndo de dentro do armário, onde fica escondido até não haver mais risco em vir para fora; é o que aconteceu, na hora.

Para ficar apenas num exemplo, o procurador-geral da Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, já ameaçou tirar dos pais que não tiverem vacinado seus filhos a “guarda temporária” das crianças. Vamos ver, agora, o que ele faz na vida real. Na teoria, ao que parece, as escolas deveriam entregar ao Ministério Público suas listas negras, delatando os pais de alunos que não apresentarem atestados de vacinação. Presumivelmente, a partir daí, o MP de São Paulo vai exigir que as famílias lhe entreguem as crianças não vacinadas. 

E o que o procurador Sarrubbo vai fazer com as elas, a partir daí? Podem ser 1.000, ou 10.000, ou 100.000, ou mais — ninguém, a começar pelo MP e pelos juízes, tem a menor ideia de quantos sejam. Falam em entregar a guarda para “os avós”. E as crianças que não tiverem avós, ou cujos avós não puderem cuidar delas?  
Sugere-se, vagamente, que a meninada seja entregue “ao Estado”um horror absoluto, que só pode passar pela cabeça dos militantes mais histéricos da caça aos “não vacinados”, e assim mesmo se eles não ficarem com o trabalho de se ocupar das crianças. O “Estado”? O Estado brasileiro não tem competência para cuidar nem das crianças abandonadas que, às dezenas de milhares, ocupam a paisagem das cidades — não consegue cuidar nem dos seus presidiários. 
 
O que o procurador Sarrubbo e seus colegas de MP vão fazer, por exemplo, com 1 milhão de crianças não vacinadas, ou seja lá quantas forem, em São Paulo e no resto do Brasil? 
Vão desmanchar famílias que estão perfeitamente constituídas, para criar uma multidão de crianças que não terão mais pai nem mãe? 
A Justiça vai ter de decidir, caso a caso, como ficam as coisas? 
Ou haverá cassações em massa da guarda paternal, por ordem do MP, do ministro Lewandowski ou do inspetor de quarteirão da prefeitura? É uma alucinação.

Esse mesmo procurador-geral, anos atrás, foi contra a reabertura das investigações sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel, o crime que vai assombrar para sempre o PT, Lula e a esquerda brasileira. Mas agora, no caso das crianças não vacinadas, ele quer lançar contra milhares de cidadãos indefesos, que não praticaram absolutamente nenhum delito, toda a fúria da máquina de repressão do Estado — a mesma que foi proibida de incomodar os mandantes de um crime abjeto. 

Que sentido faz um negócio desses? Ninguém poderia imaginar, quando foi dada a primeira ordem de “#FiqueEmCasa” ou ponha máscara, use gel, não trabalhe e cale a boca —, que tão pouco tempo depois a tirania legalizada de quem ocupa um emprego público estaria querendo tirar os filhos dos pais. É onde estamos no momento. Quais serão os próximos passos do STF, do MP e da prefeitada que se apaixonou pelo nazifascismo que está aí? 
Campos de reeducação para as crianças? 
Colônias penais infantis? 
Cadeia para os pais? Na verdade, é tudo de uma desonestidade fundamental — com doses gigantes de hipocrisia, mentira e má intenção.  
 
As autoridades, essas que não conseguem nem manter em funcionamento os sinais de trânsito, querem assumir a guarda familiar das crianças, num país de 200 milhões de habitantes, sem esgoto para metade da população e com sua miséria maciça exposta na cara, do Oiapoque ao Chuí. É óbvio que não vão fazer coisa nenhuma; é óbvio que estão mentindo. Mas, com certeza, estão aproveitando o pânico criado pela mídia, seus “cientistas” e seus fiscais para criar, eles próprios, o seu pânico particular — e exibir o quanto podem mandar na vida das pessoas. 
É uma oportunidade única para a demagogia, e sem assumir risco nenhum; afinal, quanto mais estúpida a decisão, mais palmas ela recebe no Jornal Nacional e no resto da imprensa. Ninguém vai perder a chance, é claro.

É assim que o prefeito de São Bernardo, para ficar estritamente em exemplos paulistas nesta onda de boçalidade agressiva levantada para impor a vacina, tomou a prodigiosa decisão de segregar em classes separadas, nas escolas municipais, os alunos que não estiverem vacinados. Seu despacho a respeito é uma declaração de guerra à inteligência comum. Ele admite que a lei não obriga ninguém a se vacinar, e que que as crianças de São Bernardo não podem ser impedidas de frequentar a escola por não estarem vacinadas. Na mesma folha de papel, porém, o prefeito diz que vai denunciar ao MP os pais de alunos não vacinados — enquanto promete, também, criar classes separadas para a população infantil do município. 

Os que não tiverem tomado a vacina ficarão em salas isoladas; não poderão estudar junto com os colegas, nem brincar juntos no recreio. É como se fazia, antigamente, com os alunos negros nas escolas americanas ou da África do Sul; fiquem para lá, naquele canto, separados dos brancos. Receberão o selo de párias da prefeitura de São Bernardo “não vacinados”, filhos de inimigos da pátria, negacionistas, impuros, ameaça à saúde alheia, criminosos em potencial, direitistas, bolsonaristas. 

Quem deu esses poderes extraordinários ao prefeito? 
Que lei o autoriza a tratar desse jeito infame crianças de 8 anos de idade? Seu colega de Osasco, no mesmo tipo de depravação, criou um “Certificado de Coragem” para as crianças vacinadas — exatamente como os diplomas de “herói” que a Rússia de Stalin dava a crianças que denunciavam os próprios pais por falarem mal do governo, ou prestavam outros serviços destacados ao regime. (Coisa parecida acontecia com a juventude nazista na Alemanha, ou a juventude fascista na Itália.) As crianças viravam estrelas da juventude comunista; os pais iam para o campo de concentração na Sibéria.
A lista de aberrações como essas poderia continuar por páginas e mais páginas — publicações digitais, como se sabe, não têm os limites físicos de publicações feitas em papel, nem dos programas que precisam obedecer ao tempo marcado no relógio. 
Mas quem vê o procurador de São Paulo e os prefeitos de São Bernardo e de Osasco não precisa ver mais nada, não é mesmo? 
É o que dá para ter, num país em que o ministro Barroso, encantado pela insensatez irresponsável que faz do STF essa delegacia de polícia de república bananeira que temos aí, proíbe os cidadãos brasileiros “não vacinados” de entrarem em seu próprio país. Foi mais um absurdo que não deu em nada, e nem poderia dar, mas sua decisão foi aplaudida pela imprensa brasileira como uma sentença do Rei Salomão.  
É o mesmo aplauso que os jornalistas reservam para as aberrações dos prefeitos de São Bernardo, Osasco e dezenas de outros — que contam, também, com a admiração encantada de uma parte importante da população, feliz de viver submetida a uma das maiores lavagens cerebrais já praticadas na história humana. O prefeito propõe que se volte à época da Rússia de Stalin. Recebe uma salva de palmas da imprensa, dos professores da USP e dos banqueiros de esquerda.
Rogério Lins, prefeito de Osasco | Foto: Divulgação

Nada disso tem a ver, realmente, com a saúde pública — embora tenha muito a ver com a covardia terminal diante da morte demonstrada por tanta gente hoje em dia. O que se pode querer num mundo onde o sujeito pega uma gripe, não vai nem ao pronto-socorro, e acha que está correndo risco de vida? É o ambiente ideal para os falsários políticos. A guerra suja para impor a vacina, e todo o resto do arsenal de repressão que se montou em nome do combate à covid, é, na verdade, uma agressão direta e já sem disfarces à democracia. Não é, obviamente, algo que está acontecendo só na Grande São Paulo. Trata-se de um assalto mundial às liberdades. Não querem proteger a sua saúde — querem roubar os seus direitos. Não estão interessados em saber se a vacina funciona mais ou menos como proteção contra o vírus, da mesma forma como nunca estiveram interessados em saber se uma máscara de pano pode salvar a sua vida —, o que querem é controlar a sociedade. Querem um mundo de funcionários, de fiscais, de comitês médicos, de cientistas que não admitem discutir questões de ciência, de protocolos, de quem cria segregação de classes nas escolas.

Os direitos individuais estão sendo destruídos ativamente, num arco que vai do ministro Barroso ao prefeito de Osasco

Está acontecendo não apenas no Brasilzão primitivo, mas em lugares considerados até pouco tempo atrás como as mais exemplares democracias do mundo. Na Austrália, um ministro de terceira categoria tranca o tenista Novak Djokovic num hotel-presídio, impede que participe de um dos mais prestigiados torneios de tênis do circuito profissional e o expulsa do país como um criminoso vulgar — tudo porque ele não toma vacina anticovid e é um adepto da medicina alternativa. O que a Austrália vai fazer agora? 

Prender quem se trata com homeopatia? 
O Canadá proíbe os não vacinados de comprar bebida — ou maconha. Quer se chapar? 
O governo canadense exige que você mostre o seu passaporte vacinal. Na França, o presidente da República declara em público que seu objetivo é “irritar” os não vacinados. Nas mais formosas democracias europeias, essas que dão lições permanentes de conduta ao Brasil “dos militares”, da “direita” e da “destruição a Amazônia”, tocam a polícia em cima da população e criam multas ruinosas para quem não se vacina — ou querem que eles sejam processados na Justiça criminal.

É mundo cada vez mais escuro. A democracia, a liberdade e os direitos individuais estão sendo destruídos ativamente, todos os dias, num arco que vai do ministro Barroso ao prefeito de Osasco, dos burocratas da Austrália ao jornalista militante, da empresa que descobriu a “questão social” aos cartórios de combate ao racismo, à desigualdade e ao aquecimento da calota polar. Não vão deixar que a covid passe. E, se ela passar, não têm a menor intenção de devolver as liberdades que estão destruindo agora.

Leia também “Covid para sempre”

J.R. Guzzo, colunista -  Revista Oeste


quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

SOBRE VACINAS. DATA VÊNIA, SOU LIVRE PARA DECIDIR - Valterlucio Bessa Campelo

Observando a movimentação recente em torno da vacinação de crianças e a exigência do passaporte sanitário, inclusive com audiência pública realizada pelo MS - Ministério da Saúde, na OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde nesta terça-feira 04/01, além de manifestações de rua em todo o Brasil, resolvi dedicar esta primeira coluna de 2022 a um tema subjacente a tudo isso - a liberdade.

Pediria ao leitor que observasse a si mesmo e a sociedade comparando com 2019. Do que efetivamente sente falta? Sim, meu caro, embora trate-se de algo maior e de origem anterior, os dois últimos anos foram de aguda perda de liberdade. A peste deu pretexto a que, com nosso consentimento, diga-se, parte importante do nosso livre arbítrio fosse amputado e colocado à disposição do Estado. De tal modo, que seria quase um desvario dizer que vivemos ainda em uma sociedade livre.

Por que chegamos a este ponto? Basicamente porque sob ataque ou ameaça, somos naturalmente inclinados a trocar fatias de liberdade por alguma segurança e conforto. Eles sabem disso. À medida que cresce a ameaça, cresce também a nossa disposição a ceder. Ao ponto de entregarmos tudo e, voluntariamente, oferecermos nossa liberdade. O jovem Étienne de La Boétie tratou brilhantemente desse tema em seu livro publicado 1563, chamando-o de servidão voluntária. Algo que muito tempo depois, em 1930, o pai da psicanálise, Sigmund Freud, constatou: “a maioria das pessoas não quer realmente liberdade, porque liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade”.

No século passado, aconteceu profusamente durante a segunda guerra mundial, quando sob invasão nazista, em vários países, europeus se dividiram em colaboradores e colaboracionistas. Os primeiros demonstraram uma espécie de acovardamento simples, de consentimento envergonhado desde que seu habitual modo de vida fosse minimamente preservado. Intelectuais e artistas serviram à opressão, fazendo  movimentar a indústria cultural. No livro “Paris – a festa continuou”, (2012), Alan Riding deixa isso claro.

Os segundos, encontraram na colaboração ostensiva uma chance de promoção de suas fraquezas morais às custas da própria nacionalidade e passaram a exercer, como se dominadores  fossem, toda ordem de crueldade, perseguição, roubo, assassinato, estupro e deportações de judeus e opositores. Na França, por exemplo, existiram casos em que nacionais chegaram a postos do oficialato das SS e membros graduados da Gestapo. Muitos franceses, especialmente policiais e burocratas, atuaram como agentes do governo nazista que esfolou o país após a rendição covarde do General Petáin.

Em certa medida, é como vejo os dias de hoje. Diante do pavor disseminado a partir da peste chinesa, no Brasil, assim como nos outros países (nisto não há grande diferença), foram gerados colaboradores e colaboracionistas. Aqueles que normalizam a realidade cruel e agem porque não se importam com a perda de liberdade, desde que se sintam seguros e com baixas taxas de responsabilidade, e aqueles que servem incisivamente porque lucram e se promovem, seja financeira ou politicamente. Trocam de bom grado a própria liberdade por um punhado de poder ou dinheiro que lhes possibilitem os que realmente os possuem. 

Algo necessário e que se impôs neste processo foi a anulação ou minimização da oportunidade ao dissenso
Disso cuidou a velha mídia através de um turbilhão incessante de notícias terríveis e da emblematização pejorativa dos contrários. 
Adjetivos do tipo “negacionista”, “terraplanista” e outros são títulos com que propositalmente encerram a discussão. 
Como uma estrela amarela pregada no peito de um judeu na Polônia em 1940, o termo fecha as portas ao debate. 
Ouvi recentemente de um deles: “não discuto com eleitor de Bolsonaro, é tudo negacionista”.  
Pensei imediatamente que se estivéssemos na França em 1942 ele não hesitaria em fuzilar-me. 
Como alterar pelo argumento lógico uma mente que se tranca?  
Como entrar naquela mente com uma verdade objetiva se foram eliminadas as condições do diálogo? Cria-se assim, uma sociedade mouca, cega, escrava e desumana, capaz de tudo.

Ocorre que liberdade não é uma mera abstração filosófica, um luxo do qual as pessoas se utilizam ocasionalmente. Ela diz respeito à ação e ao pensamento. É a forma como você decide sobre a sua vida, com quem se relaciona, o que faz, o que lê, aonde vai, o que possui. Liberdade são suas escolhas. Em última instância é o que você pensa, é o que você é. Entregaremos isso também em troca de uma suposta segurança provida pelos que criaram a insegurança?

Do meu canto longínquo, olho o mundo e vejo em todos os lugares fantasmas dos cães de Pavlov (1849-1936), babando a cada estímulo que recebem, este determinado de fora pra dentro por interesses globalistas de controle, aliás, amplamente confessados no Forum Econômico Mundial, nos livros de Klaus Schwab seu presidente e já experimentados na China. Jornalistas, articulistas, partidos políticos, juízes, artistas, médicos, universidades, associações etc., aceitaram vergonhosamente o papel de colaboracionistas de um sistema que viola frontalmente as nossas liberdades. Como se houvessem passado por uma lobotomia repetem à exaustão uma carga de mensagens cuja profundidade não se deram o trabalho de examinar.

Há, contudo, os que não se rendem. Independentemente do tamanho do engodo, é apenas um engodo e, como bem lembrou Étienne de La Boétie, basta não entregar o que eles querem e cai a tirania. 
As inúmeras audiências públicas havidas em estados, no distrito federal e em muitos municípios, demonstram que assim como colaboradores e colaboracionistas, nesta guerra há a resistência. [em algum momento uma ordem será dada e ninguém irá cumpri-la = será a queda deles.]

Refiro-me, por exemplo, a médicos da estirpe da Dra. Maria Emilia Gadelha, Dr. Roberto Zeballos,  Dr. José Augusto Nasser, Dra. Roberta Lacerda e muitos outros contados aos milhares, que abdicando da frondosa árvore do politicamente correto, vão ao sol, expõem à luz seu entendimento e suas experiências. Sabem que enquanto a mão direita estende a agulha, a mão esquerda maneja um bisturi nos amputando a liberdade e instalando o controle social. Escudados em comitês, os colaboracionistas, muitas vezes associados e comissionados das big pharmas, se defendem desqualificando seus opositores, acusando-os de adotarem teorias conspiratórias.

A propósito, embora (por motivos óbvios) a mídia não propague, o sistema oficial americano VAERS, comunica que apenas nos EUA foram relatados mais de 1,5 milhões de efeitos adversos após a vacinação, com 14.817 eventos morte. São dados investigados e provados. Não, não são, nem serão. Não foram devidamente investigados. Por lá também o governo está de braços dados com as big pharmas. Mas deveriam ser suficientes para autorizar que cada cidadão faça a própria escolha ao invés de ser submetido e submeter suas crianças à vacinação forçada que, de modo cínico, aparece disfarçada de mero constrangimento documental.

Considero, pessoalmente, que ela pode ser adotada, propagada e recomendada massivamente, se for o caso, porém, em hipótese alguma, sob nenhum argumento, pode ser imposta direta ou indiretamente, pois nestes termos sempre constituirá flagrante ataque à liberdade do indivíduo nos termos da nossa lei maior e tantas outras. Este é o ponto.

 Valterlucio Bessa Campelo escreve ensaios, crônicas e contos eventualmente em seu BLOG e é colaborador do site Conservadores e Liberais.

 

 

domingo, 14 de novembro de 2021

A Polícia Progressista On-Line está de olho em você - Revista Oeste

Pedro Henrique Alves
 

Quem gosta de unanimidade vigilante e harmonia forçada são os ditadores

Assistimos recentemente a mais um cancelamento público orquestrado pelo que pode ser chamada PPO (Polícia Progressista On-Line). É como uma versão atualizada da Gestapo, só que agora com purpurinas, arco-íris, linguagens neutras e engajamento no TikTok, Twitter e Instagram.
Maurício Souza | Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação Maurício Souza | Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação

O jogador de vôlei Maurício Souza vejam só que ousadia expôs a sua opinião acerca do novo Superman da DC. O super-herói agora também virou um superambientalista, e superbissexual. Ao que tudo indica, além desse crime terrível de ter opiniões divergentes e de criticar pautas à esquerda, o jogador também cometeu a atrocidade imperdoável de ser um antigo apoiador do presidente Jair Bolsonaro e um confesso defensor de certas ideias tradicionais.

Ou seja: não houve crime algum. E nem com muito esforço retórico e má vontade jurídica seria possível tipificá-lo como “homofóbico” por discordar da instrumentalização do personagem da DC. Sinto muito dizer isso, mas, se você acha que criticar a instrumentalização do Superman pela patrulha ideológica ou não concordar com a linguagem neutra são atos criminosos, o autoritário aqui é você.

Essa situação está se tornando tão bizarra e ilógica que até comentaristas do espectro à esquerda, como Kirsten Powers, da CNN americana, estão ficando assustados. Em seu livro The Silencing: How the Left Is Killing Free Speech, ela diz: [Olhando] pelas lentes estreitas e intolerantes [dos militantes] da esquerda radical, discordância é violência. Ofendê-los se assemelha a uma agressão física” (tradução livre, p. 70).

Liberdade de expressão significa justamente ter de conviver com opiniões diversas, muitas das quais até mesmo ofensivas. Se formos opinar apenas com palavras que não ofendam absolutamente ninguém, então acabaremos todos mudos. Se só formos dialogar com quem pensa estreitamente dentro de um limite ideológico preestabelecido, então acabaremos sozinhos em nossos porões existenciais. Quem gosta de unanimidade vigilante e harmonia forçada são os ditadores. Fica, então, o spoiler para os tiranetes de marshmallows: autoritário mesmo é calar a boca de opositores para não ter de conviver com ideias contrárias.

Cada vez mais, atitudes autoritárias ganham ares e contornos de normalidade social

Como diz o filósofo americano Jonah Goldberg em O Suicídio do Ocidente: “De fato, a liberdade de expressão não é apenas emocionalmente dolorosa; ela é uma ameaça à hegemonia ideológica. A política identitária sempre esteve relacionada à política e à psicologia do poder. Ao insistir em que algumas perguntas não podem ser feitas e algumas ideias não podem ser contempladas, o novo clero está exibindo seu poder. Toda noção de criar ‘espaços seguros’ deve ser entendida como esforço para controlar certos campos da batalha na guerra cultural” (p. 234).

Quem acredita que criticar uma ideologia seja um crime é um ditadorzinho enrustido. Não se trata aqui de achar que a liberdade de expressão seja irrestrita, sem limites jurídicos nem criminais. Cada um é responsável pelo que diz. Se danos forem causados pela exposição de uma crítica, a análise e o julgamento devem ser submetidos a uma apreciação legal, e não ao tribunal de exceção no Twitter.

Cada vez mais, atitudes autoritárias ganham ares e contornos de normalidade social. Por exemplo, na terça-feira 2 de novembro, o perfil do Instagram da Revista Oeste compartilhou meu ensaio da Edição 84, Pequenos ditadores. Nele, desenvolvo uma reflexão crítica sobre a prostituição da ciência patrocinada pelos politiqueiros de carreira e jornalistas engajados. Lá, mostro como a ciência, quando transformada em uma religião inerrante, acaba se tornando a desculpa fundamental para abissais desumanidades políticas.

Quando fui compartilhar o post, o Instagram mostrou-me uma placa de alerta de radioatividade de opiniões contrárias que dizia: “Verifique se as informações são confiáveis antes de compartilhar”. Ao que parece, minha opinião não estava naquele hall de ideias boas e “confiáveis”. Pior ainda, eu havia falado de vacinas sem a permissão expressa da PPO, do governador João Doria e da Rede Globo.

Neste ano, quando ainda tinha um perfil no Facebook, a rede social me notificou por uma antiga postagem. Nela, eu tinha colocado a imagem de um aborto real, com algumas tarjas para encobrir o assassinato ali exposto. De fato, era chocante, e essa era exatamente a ideia: chocar com a própria realidade. No aviso da rede, os moderadores me falavam que aquela imagem feria as políticas do Facebook, pois era extremamente exposta, e que minha conta sofreria sanções e emudecimentos a partir daquele instante. Achei melhor pedir para sair daquela rede.

O duplo padrão é óbvio, e o cerceamento, evidente. A plaquinha do Instagram pode parecer algo inofensivo. Mas no fundo é uma tomada de espaço social e político do indivíduo, uma espécie de adiantamento de interpretação. Um pop-up de ideias “possivelmente erradas” já é uma tomada de lado. Tal julgamento, em sociedades maduras e livres, é uma atitude individual inalienável. A mentalidade profunda que jaz em uma plaquinha de “alerta para verificação de conteúdo” é que você pode ser lerdo demais ou não suficientemente maduro para filtrar as ideias que receberá naquele artigo, ou vídeo, etc. O que são os “checadores de notícia” se não a terceirização do julgamento individual, além de um atestado coletivo de incapacidade intelectual para interpretação e percepção da realidade?

O que deve ficar claro, entretanto, é que o problema não é exatamente o conteúdo compartilhado em si, mas, sim, as ideias políticas que sustentam tais postagens, bem como quem as vocaliza. Se você for progressista e um radical “do lado certo”, tipo o José de Abreu, você pode cuspir no rosto de uma mulher, pode até ameaçar de espancamento uma deputada. Nada irá acontecer no tribunal do Twitter. A PPO ficará imóvel.

Mas, se você for conservador, então basta criticar a sanha ideológica militante da DC Comics e a linguagem neutra, basta expor uma ideia que diverge da liturgia oficial para que sua carreira profissional, vida pessoal e sustento financeiro sejam completamente arruinados diante dos aplausos efusivos das mídias e redes sociais. Peter J. Hasson, em Os Manipuladores: a Guerra do Facebook, Google, Twitter e das Big Techs Contra a Direita, resumiu bem esse anacronismo de José de Abreu: “Quando você acredita que o discurso contrário ao seu ponto de vista é uma forma de violência, você pode justificar a violência real, ou a censura, como uma questão de autodefesa” (p. 25).

O mesmo autoritarismo de outrora
O pós-modernismo é o renascimento da velha tirania. Como dizem Helen Pluckrose e James Lindsay (liberals sinceros, isto é, progressistas raiz) em Teorias Cínicas: “Dependendo do ponto de vista, o pós-modernismo se tornou ou deu origem a uma das ideologias menos tolerantes e mais autoritárias com que o mundo tem tido de lidar desde o declínio generalizado do comunismo e os colapsos da supremacia branca e do colonialismo” (p. 8).

Após um século de ditaduras sanguinárias e genocídios dantescos, todos eles iniciados unilateralmente a partir da supressão de ideias opositoras, da criminalização de pensamentos e pontos de vista diversos, voltamos a praticar tais atos antiliberais com uma roupagem nova, glitters retóricos, novos salvadores sociais e discursos políticos de inclusão. Mas o que realmente está por trás dessa maquiagem altruísta são os filhos remanescentes das ideias tirânicas e atitudes autoritárias do século 20.

Aqueles que deviam guardar o acervo de liberdade do Ocidente resolveram ser meretrizes do poder. Em troca da liberdade de seus netos, escolheram os louvores dos abutres do momento. É tão vergonhoso quanto assustador assistir à derrocada das liberdades fundamentais dos indivíduos e testemunhar a olho nu o esfolamento público da liberdade de expressão em todos os seus níveis. Piora muito ainda se pensarmos que tudo está seguindo esse curso funesto sob a bênção da Suprema Corte, e diante dos olhos impassíveis dos homens das redações.

O absurdo, o socialmente inaceitável se verteu em abnegação progressista, em heroísmo moderno. Excluem do debate em nome do diálogo, calam opositores em nome da liberdade, cancelam divergentes em nome da inclusão. O progressismo é o mesmo autoritarismo de outrora. Mudaram os discursos, as cores dos uniformes e bandeiras, as marchas e até as justificativas. Mas a mentalidade ditatorial se mantém a mesma.

Os cancelamentos promovidos pelos militantes progressistas, assistidos e catequeticamente seguidos pelas grandes empresas (tais como Fiat e Gerdau), são cada vez mais radicais.  
O que antes era isolamento e exclusão das redes, agora começa a ser linchamento virtual e pressões públicas para demissões. 
Em suma, involuímos, para a real inviabilização do sustento daqueles que expõem ideias que não se encaixam no index político-religioso dos novos salvadores sociais.

É bizarro assistir, de novo, ao início de tais ideias, políticas e leis antiliberais, principalmente porque sabemos aonde tudo isso vai findar. Não se trata de ter pensamentos apocalípticos, ser conspiracionista ou qualquer coisa do tipo. Mas, se tivermos o mínimo de senso histórico, e a capacidade razoável de entender o conceito de causa e efeito, perceberemos que o que se desenha hoje em nosso horizonte é a semente daquilo que colocou a sensatez política e a humanidade de quatro no século passado. Estamos realmente preparados para enfrentar de novo os fantasmas do século 20?

Leia também “A repressão identitária”

Pedro Henrique Alves, colunista - Revista Oeste

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Julgamento de homem de 100 anos acusado de crimes nazistas começa na Alemanha

O julgamento acontece em Brandenburg an der Havel, no leste da Alemanha, com a presença do acusado, que utiliza um andador e está em liberdade

Um ex-guarda de um campo de concentração de 100 anos começou a ser julgado nesta quinta-feira (7), na Alemanha, e se tornou a pessoa de mais idade a ter de responder em um tribunal por supostos crimes nazistas.
Josef S., ex-cabo da divisão "Totenkopf" das SS, é acusado de "cumplicidade na morte" de 3.518 prisioneiros no campo de concentração de Sachsenhausen, perto de Berlim, entre 1942 e 1945.

O julgamento acontece em Brandenburg an der Havel, no leste da Alemanha, com a presença do acusado, que utiliza um andador e está em liberdade.  O advogado Stefan Waterkamp anunciou que o cliente não vai falar sobre as acusações. "O acusado não falará. Apenas dará informações sobre sua situação pessoal", disse.

Josef S. tinha 21 anos quando começaram os atos, pelos quais é julgado. Ele é suspeito de fuzilar prisioneiros soviéticos e "de ajuda e cumplicidade em mortes por gás".  De sua abertura, em 1936, até a libertação, por parte dos soviéticos, em 22 de abril de 1945, o campo Sachsenhausen recebeu quase 200.000 prisioneiros. A maioria era composta de opositores políticos, judeus e homossexuais. Dezenas de milhares morreram de exaustão, devido aos trabalhos forçados e às cruéis condições de detenção.

[qual o sentido de submeter a julgamento um homem de 100 anos  pela suposta prática de crimes ocorridos, no mínimo, há mais de 75 anos?
Além do mais que na época da suposta prática dos crimes o acusado era cabo das SS, graduação que não lhe permitir influir em nada - ainda que integrante de uma divisão da SS, era apenas um cabo obrigado a cumprir ordens.
Caso condenado a pena será em torno de 2 a 3 anos com cumprimento em liberdade.]

Severidade tardia
Christoffel Heijer, de 84 anos, está presente no julgamento. Seu pai integrou a resistência holandesa e foi detido em 1941 pela Gestapo. Em maio de 1942, ele foi fuzilado no campo. "Minha mãe recebeu uma carta dele de 3 de maio de 1942. Quando soube, dias depois, que ele estava morto, chorou muito, e todo seu cabelo ficou grisalhos de repente", lembra. O julgamento acontece uma semana depois da audiência frustrada de Irmgard Furchner, de 96 anos, uma ex-secretária de outro campo de concentração nazista. A primeira audiência do julgamento de Furchner foi adiada para 19 de outubro, depois que a idosa tentou fugir e passou algumas horas foragida, no dia do início do processo.

Nos últimos dez anos, a Alemanha julgou e condenou quatro ex-membros das SS, ao ampliar para os guardas dos campos e para outros executores das ordens nazistas a acusação de cumplicidade por assassinato. O objetivo com isso é demonstrar a severidade da justiça, considerada, no entanto, tardia pelas vítimas.   Josef S. "não é acusado de atirar contra alguém em particular, e sim de ter contribuído para estes atos por seu trabalho como guarda e por ter conhecimento de que os assassinatos aconteciam nos campos", explicou a porta-voz do Ministério Público de Neuruppin, Iris le Claire. 

Memória
O acusado pode ser condenado ao mínimo de três anos de prisão, mas a sentença seria simbólica por sua idade avançada.  Em agosto, um médico declarou o réu apto para comparecer ao julgamento, com a condição de limitar as 22 audiências previstas até janeiro ao máximo de duas horas.  "Ele está bem e não mostra nenhum sinal de demência incipiente. Pode-se afirmar que ele está mental e espiritualmente muito saudável", disse à AFP Thomas Walther, advogado de 11 das 16 partes civis neste processo, incluindo sete sobreviventes.

Para Stephanie Bohra, pesquisadora do museu berlinense Topografia do Terror, dedicado aos crimes nazistas, "estes processos são particularmente importantes para os sobreviventes e seus descendentes. Eles desejam justiça e que os crimes sejam solucionados". Outros historiadores e analistas ressaltam que são julgamentos em que o essencial é resgatar a memória. "Trata-se de confirmar que a Alemanha unificada está decidida a chegar ao fundo do passado nazista, em um contexto em que, desde o início dos anos 2000, a recordação do genocídio dos judeus passou para o centro da identidade nacional", disse.

Em julho de 2020, um tribunal condenou a dois anos de prisão com suspensão condicional da pena um ex-guarda do campo de Stutthof, Bruno Dey, de 93 anos. Outros oito casos de ex-membros das SS são examinados por diferentes tribunais do país.

Mundo - Correio Braziliense


sábado, 3 de julho de 2021

Calheiros, o relator, o honesto, é indiciado pelo PF por suposta propina da Odebrecht; senador vê retaliação por atuação em CPI

 O Globo

Senador é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro em troca de apoiar projeto de interesse da empreiteira
[relator Calheiros reclama de ter sido indiciado pela Polícia Federal  - alega 'falta de provas'.
Só que na CPI Covidão - CPI da impunidade das 'autoridades locais' - ele é o campeão em acusações sem provas. 
Agora reclama do uso contra ele do seu próprio veneno -  esquece  que seus antecedentes fortalecem as razões para o indiciamento.]
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
Relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
A Polícia Federal indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro sob acusação do recebimento de R$ 1 milhão da Odebrecht em troca do apoio a um projeto do interesse da empreiteira no Senado, na época em que ele era presidente da Casa. Renan, que atualmente é relator da CPI da Covid e se tornou adversário do presidente Jair Bolsonaro, negou ter recebido pagamentos e vê retaliação por sua atuação contra o governo "em uma acusação sem prova referente a 2012". A defesa diz que "jamais foi encontrado qualquer indício de ilicitude" sobre o senador.

O relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira e deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a apresentação de denúncia contra o parlamentar. A PF apontou a existência de "indícios suficientes de autoria e materialidade" contra o senador envolvendo a aprovação, no Senado, de um projeto de resolução sobre alíquota de ICMS.

A propina teria sido paga em 2012, em dinheiro vivo, para o motorista de um suposto operador de Renan, de acordo com a PF. A acusação tem como base os registros internos do sistema de pagamentos de propina da Odebrecht, que atribuiu o codinome "Justiça" ao repasse a Renan. O sistema registrou uma ordem de pagamento em dinheiro vivo ao motorista, no dia 31 de maio de 2012. Entretanto, o motorista foi ouvido em depoimento pela PF e negou ter recebido dinheiro ou malas.

O indiciamento ocorre em um momento no qual Renan se tornou uma das principais vozes contrárias ao governo dentro do Senado, por ser o relator da CPI da Covid, que tem levantado suspeitas de corrupção na compra de vacinas e de falhas na gestão do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia. Esse inquérito foi aberto em março de 2017, com base na delação da Odebrecht, e só foi concluído agora.  "Durante o inquérito identificou-se que o pagamento de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) ocorreu em contrapartida pelo apoio político fornecido para a aprovação ao Projeto de Resolução do Senado n. 72/2010, convertido na Resolução do Senado Federal n. 13/2012, o qual beneficiou o GRUPO ODEBRECHT, e especialmente a BRASKEM SA, na medida em que limitou a capacidade dos Estados para concessão de benefícios fiscais a produtos importados, evitando a continuidade da 'Guerra dos Portos' ", escreveu o delegado Vinicius Venturini, do Serviço de Inquéritos (Sinq) da Polícia Federal, unidade em Brasília que investiga os políticos com foro privilegiado.

Ouvido pelos investigadores, Renan afirmou que apoiou esse projeto, mas negou ter recebido pagamentos indevidos. "Disse que atuou na discussão do projeto de resolução do Senado Federal, assim como trabalhou em diversos outros projetos. Negou ter recebido recursos indevidos no contexto da aprovação da referida resolução. Explicou que o projeto beneficiou diversas empresas da indústria nacional, inclusive a Braskem", diz o termo de depoimento do senador.

Em nota, Renan afirmou que o indiciamento era uma retaliação por sua atuação na CPI e disse que a Polícia Federal não tem competência para indiciar um senador. "Essa investigação está aberta desde março de 2017 e, como não encontraram prova alguma, pediram prorrogação. Estou surpreso que justamente agora, quando a CPI mostra todas as digitais do governo na corrupção da vacina, a parte politizada da Gestapo (referência à polícia secreta do estado nazista) enxerga indícios em uma acusação sem prova referente a 2012. Mas não irei me intimidar. Os culpados pelas mortes, pelo atraso das vacinas, pela cloroquina e pela propina irão pagar", afirmou.

Seu advogado, Luís Henrique Machado, disse que Renan "é investigado desde 2009 pela Procuradoria-Geral da República" e que "jamais foi encontrado qualquer indício de ilicitude sobre seus atos". "Nunca tratou, tampouco autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome. Por fim, importante salientar que aproximadamente dois terços das investigações contra o senador já foram arquivadas por falta de provas", afirmou.


quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Bêbado a uma hora dessa? - Nas Entrelinhas

Apesar de todo o seu poder, Góis Monteiro não escapou da gozação, até mesmo entre os colegas de farda, no auge da luta para o Brasil entrar na guerra contra o nazifascismo

Desculpem-me a analogia. Tem certas coisas no Brasil que não escapam da gozação, mesmo quando são muito sérias e preocupantes. Por exemplo, o namoro de Getúlio Vargas com o fascismo de Benito Mussolini, o ditador da Itália, e o nazismo de Adolf Hitler, da Alemanha, cujo ponto alto foi a entrega da judia alemã Olga Benário, a esposa do líder comunista Luís Carlos Prestes, grávida de sua filha Anita Prestes, à Gestapo. [antes que lágrimas sejam derramadas por compaixão da 'santa' Olga, vale a pena ler sobre o assunto no livro 'Olga! de Fernando de Morais, editado pelo Círculo do Livro. Já no inicio comprovarão que antes de vir para o Brasil a 'santinha' já era uma condenada e fugitiva da Alemanha - condenação proferida por tribunal e  anterior ao nazismo; antes de vir para o Brasil, fez um 'estágio' em Moscou.] Olga foi morta na câmera de gás do campo de extermínio de Bernburg, mas sua filha foi resgatada antes disso, depois de uma grande campanha internacional. Hoje é professora de História da Universidade Federal Fluminense (UFF). 

Nessa época, em plena ditadura Vargas, havia uma luta surda entre o ministro da Guerra, Góis Monteiro, e o chefe de Polícia do Distrito Federal, Filinto Muller, que defendiam uma aliança com o Eixo, de um lado, e o chanceler Oswaldo Aranha e o almirante Amaral Peixoto, genro de Vargas, que articulavam a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Estados Unidos e seus aliados da Europa, de outro.

(.....) 

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense



quarta-feira, 10 de junho de 2020

Adesão da esquerda ao globalismo capitalista da nova ordem mundial - Sérgio Alves de Oliveira


Com quase certeza, Karl Marx deve estar dando cambalhotas dentro da sua tumba, em  vista do que a nova esquerda (nex left) fez com a ideia central da sua “obra prima”, DAS KAPITAL (O Capital).  

Enquanto o filósofo alemão, criador do socialismo científico, do “comunismo”, “demonizou” o capital num primeiro plano, que  segundo ele seria o grande  instrumento opressor   dos trabalhadores, os “esquerdistas”  do Século 21 passaram a “endeusá-lo”, formando um grande  exército para protegê-lo contra eventuais “invasores”. Em troca, o “das kapital” concederia à esquerda o privilégio de comandar a política e todas as organizações públicas dos países, com as divisões de competências bem demarcadas e recíproca proteção.

Nesse “acordo”, a parte que representa “o capital” trata-se da NOVA ORDEM MUNDIAL, uma espécie de sociedade secreta, que “evoluiu” a partir da  “Ordem dos Illuminati”, fundada,  em 1776, pelo bávaro Adam Weishaupt (1748-1830),e que defendia princípios muito parecidos com o socialismo, demonstrando hostilidade feroz com as religiões, notadamente o cristianismo.  Ademais,as lideranças da NOM têm sabedoria suficiente para perceberem que a população esquerdista mundial geralmente possui verdadeira aversão à atividade produtiva privada,seja como trabalhador, empreendedor ,ou empresário,preferindo sempre ficar sentada no “colo” do Estado, com alguma “boquinha”, seja como político, servidor público, agente político, ou mesmo “aspone”. Nesse projeto macabro e globalista, ficam as partes perfeitamente “acomodadas”. E quem paga toda essa “lambança” é unicamente a sociedade civil produtiva, que não integra a esquerda, nem a NOM,e que é a grande vítima desse acordo espúrio.

Weishaupt considerava a monarquia e a Igreja obstáculos ao livre pensamento, tendo sido leitor fiel dos iluministas franceses. Defendia a criação de uma nova sociedade (“Novos Ordo Seclorum”), que abandonaria todos os vínculos religiosos,inclusive cristãos. O paradoxal é que “antes” ele era um religioso jesuíta, tornando-se depois um amargo inimigo. A exemplo de “Lúcifer”,Weishaupt se posicionou como “opositor” a Deus e à tradição cristã. Primeiro considerando-se um “perfeccionista”, passou depois a chamar-se de “iluminado”,”portador da luz”.

Mas esse genial “maluco” tinha a seu lado pessoas importantes. Um  era o  filósofo  Goethe. Outro era Mayer Rothschild (1744-1812), o banqueiro  fundador de um dos maiores impérios econômicos do mundo, e que teria sido o “patrocinador” inicial dos “Illuminati”,segundo uns,ou mesmo o autor da ideia da “Ordem”. E essa teria sido a primeira aproximação entre a elite  econômica do mundo e os ideais socialistas.
O criador dos “Illuminati” defendia não só uma “nova ordem mundial”, mas também a abolição dos governos nacionais, do patriotismo, da vida familiar, da soberania nacional, da propriedade e das religiões. Seu ideal, sua “utopia”, ”coincidentemente ” deram presença no “Manifesto Comunista”, de Marx (1848). Aí já está a “Nova Ordem Mundial”.

Apesar da “Ordem dos Illuminati” ter sido formalmente extinta em 1787,seus propósitos se espalharam pelo mundo, especialmente na França, garantido alguns que tenham inspirado a “Revolução Francesa”(1789-1799),outros a própria Revolução Bolchevique e o próprio nazismo. Dizem alguns que todos os documentos originais da “Ordem dos Illuminati” teriam sido apreendidos pela Gestapo, nos anos 30.

Portanto a principal raiz da “Nova Ordem Mundial” está lá no Século 18.
Um dos “donos” da “Nova Ordem Mundial”, David Rockffeller afirmou: “ Estamos diante da oportunidade para uma transformação global. Tudo o que precisamos é a grande crise certa para as nações não só aceitarem a Nova Ordem Mundial,mas implorarem por ela”. Essa afirmação não estaria cabendo como uma “luva” na recente pandemia do Covid-19?
Uma das lideranças da NOM é o multibilionário George Soros. A “Fundação George Soros” financia ONGs, ”Coletivos” (essa “mania” do PT),movimentos da “nova esquerda”(new left), feminismo, ideologia de gênero, gaysismo, abortismo, legalização das drogas, livre imigração, desarmamentismo, e descrimininalização da pedofilia. [alerta: o pt = perda total = continua defendendo essas esquisitices.]  E não são exatamente esses os valores defendidos pela nova esquerda?

E “interessante” é observar que tanto as familas  “Rotschild”e “Soros”,antes citadas,quanto as famílias “Rockfeller”, e “Ford”, dentre outras, participam não só da sociedade secreta “Nova Ordem Mundial”,mas também do ”Clube (ou Grupo) de Bilderberg”,outra sociedade secreta, paralela à NOM, que anualmente se reúne  nos Alpes Suiços  para acertar a “divisão do mundo”. Sobre o “Clube de Bilderberg”, a sua força pode ser medida pelo simples  fato de  ter saído dessa sociedade secreta  um candidato que acabou sendo eleito em 2009  Presidente dos Estados Unidos Unidos,Barack Obama,um reconhecido  esquerdista. Portanto, Obama foi produto de “laboratório”.

A manipulação do espírito americano para consumir como  Presidente a “ novidade” criada nos “laboratórios” do Clube de  Bilderberg, deu-se  através de uma série de filmes de cinema, sempre estrelados por grandes atores negros,interpretando  presidentes dos Estados Unidos. Um desses filmes foi “Impacto Profundo”,versando choques  de asteroides com  a Terra, onde o ator Morgan Freeman  era o “mocinho”, interpretando o “heroico” Presidente dos Estados Unidos.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo




domingo, 17 de novembro de 2019

Toffoli quer pegar a “gestapo”? - Alerta Total

Além dos jogos de futebol e do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, o domingão é dia de mais uma onda interminável de protestos contra alguns ministros do Supremo Tribunal Federal. O alvo preferencial é Gilmar Mendes. A galera vai para a rua cobrar o impeachment do “Dart Vader(como é chamado nos bastidores do próprio STF e do Conselho Nacional de Justiça).

Dose para mamute é ouvir Gilmar botar a culpa nos “robôs do Twitter”, segundo ele “fabricantes de fake news”, e ainda afirmar: “Eu estou de bem com a vida, sou reconhecido na academia, seja aqui, onde for, na Alemanha, Portugal, Espanha, Estados Unidos, e seu do meu papel no Supremo Tribunal Federal”. Definitivamente, o ministro Gilmar parece que atua em outra dimensão. A robozada vai pra rua contra quem liberta quem roubou...

Quem também entra na mira dos críticos, principalmente depois da libertação do companheiro $talinácio, é José Dias Toffoli. O presidente da Corte Suprema ficou ainda mais na berlinda, sobretudo a midiática, depois que pediu ao Banco Central a cópia de todos os relatórios de inteligência financeira nos últimos três anos. No fundo, Toffoli queria informações sobre quem foram os servidores que promoveram as investigações da Receita Federal e do antigo COAF, na prática quebrando o sigilo bancário e fiscal de 600 mil pessoas. Nem um contra-pedido do Procurador-Geral Augusto Aras convenceu Toffoli do contrário. Só que isso não é o fato mais relevante do momento...

O advogado Raphael Panichi fez uma interpretação interessante dos ataques mais violentos contra Toffoli: “Acredito que a mídia e as forças não tão ocultas estão tentando nos pautar com as notícias e irregularidades do Toffoli; estão requentando matérias para enfraquecer o Fora Gilmar. Os isentões estão engasgados com a narrativa conspiratória – Toffoli, Acórdão, Flávio”. O sábio cidadão e ativista digital Panichi recomenda: “Foco”...     

Em meio a uma guerra de todos contra todos os poderes que tende a se aprofundar, é recomendável entender o que está por trás do objetivo estratégico de cada envolvido. Desgastadíssimo perante a opinião pública, o Supremo Tribunal Federal parte para a ofensiva contra um inimigo nem tão explícito dentro da mafiosa máquina estatal brasileira: os responsáveis diretos pela pratica hedionda do “rigor seletivo”. Eles obedecem ao “Mecanismo” do Crime Institucionalizado.

Tocados por alguns ministros e pela “inteligência” interna da Corte Suprema, devidamente protegidos por segredos judiciais, os polêmicos inquéritos do STF têm como alvo o que se chama de “gestapo tupiniquim”. Tratam-se dos operadores do Mecanismo que colhem dados, investigam sem autorização judicial, processam e perseguem alvos específicos. Tais personagens agem à sombra da lei. Atendem a interesses pessoais ou servem a esquemas organizados para ferrar alguém ou um grupo definido. Eles são a face sombria das fiscalizações e processos administrativos, policiais ou judiciais.

As “gestapos tupiniquins” estão aí, aparelhando diversos órgãos estatais, para quem quiser enxergar. Seus alvos podem ser o cidadão comum, empreendedores e empresários, mas também membros do Executivo, Legislativo, Judiciário e Militar. Agindo fora de controle da sociedade, as “gestapos” promovem horrores contra seus inimigos de ocasião. As “gestapos” usam o regramento excessivo para ferrar qualquer um. Basta que haja “interesse” (político) para a onda (visível ou quase sempre invisível) de perseguição.

Por isso, o Estado brasileiro precisa ser reinventado em bases democráticas e absolutamente transparentes, submetidas a um controle e fiscalização direta por cidadãos eleitos para tal finalidade e com mandato definido. O jurista Antônio José Ribas Paiva sugere a criação de corregedorias compostas por eleitores, sorteados, para um trabalho de três anos. Afinal, a contrapartida da outorga do poder é a fiscalização de seu exercício. Precisamos, urgentemente, de pesos e contrapesos democráticos.

Resumindo: As “gestapos” estão aí... Combatê-las não é fácil. Aliás, o Estado-Ladrão não quer acabar com elas... Muito pelo contrário, deseja mantê-las operando, porque elas servem aos esquemas de rigor seletivo... As “gestapos” operam em ritmo de pragmatismo cínico... Quando detonam seu inimigo, elas servem como instrumento “justiceiro”... Mas e quando ela arrasa com você ou seus amigos, aliados ou parceiros? Aí o bicho pega...

O Brasil precisa de Justiça e Punição democrática aos infratores e criminosos. O sistema Judiciário e os órgãos de fiscalização e controle precisam funcionar democraticamente, e não na base do rigor ou da impunidade seletiva. A guerra de todos contra todos tende a expor e criar as pré-condições para o desmonte das “gestapos”. Até lá, continuamos alvos (quase sempre secretos) de escutas ilegais, invasões de computadores e outras perseguições promovidas pela maquina estatal e seus comparsas privados... O jogo é jogado...

Nosso foco tem de ser nas reformas para mudanças estruturais: Projeto Estratégico de Nação, Nova Constituição e Capitalismo Democrático... Foco... Porque a "gestapo" não está de brincadeira...

Transcrito do Alerta Total - Jorge Serrão, jornalista

sábado, 3 de agosto de 2019

Moraes obedece a Toffoli, instaura Ditadura do Supremo e blinda os ministros e suas mulheres- O Estado de S. Paulo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira, 1º, a suspensão imediata de todos os procedimentos investigatórios instaurados na Receita Federal envolvendo 133 contribuintes que entraram na mira do órgão por indícios de irregularidades, informou a assessoria da Corte. Alexandre também decidiu afastar temporariamente dois servidores da Receita por ‘indevida quebra de sigilo’. Os nomes deles não foram divulgados pelo STF.

Conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo em fevereiro deste ano, a Receita Federal incluiu a advogada Roberta Maria Rangel, mulher do ministro Dias Toffoli, presidente do STF, e a ministra Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça, entre contribuintes alvo de apuração preliminar por indícios de irregularidades tributárias. Foi a mesma investigação que atingiu o ministro do STF Gilmar Mendes e sua mulher, Guiomar Feitosa.


GESTAPO 
Na época, Gilmar disse que a Receita ‘não pode ser convertida numa Gestapo’, em referência à polícia do regime nazista que investigava e torturava opositores de Adolf Hitler.
“São claros os indícios de desvio de finalidade na apuração da Receita Federal, que, sem critérios objetivos de seleção, pretendeu, de forma oblíqua e ilegal investigar diversos agentes públicos, inclusive autoridades do Poder Judiciário, incluídos ministros do Supremo Tribunal Federal, sem que houvesse, repita-se, qualquer indicio de irregularidade por parte desses contribuintes”, observou Alexandre de Moraes, em decisão assinada nesta quinta-feira.

Em 2018, como revelou o Estado, a Receita criou a Equipe Especial de Programação de Combate a Fraudes Tributárias (EEP Fraude) com o objetivo de fazer uma devassa em dados fiscais, tributários e bancários de agentes públicos ou relacionados a eles. A partir de critérios predefinidos, o grupo chegou a mais de cem nomes. Da relação constam ainda Blairo Maggi, ex-senador e ex-ministro da Agricultura no governo Michel Temer, o desembargador Luiz Zveiter e o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Marcelo Ribeiro.

AMEAÇAS
A decisão de Alexandre foi tomada no âmbito do inquérito instaurado pelo STF para investigar ofensas, ameaças e ‘fake newsdisparadas contra integrantes da Corte e seus familiares, que foi prorrogado por mais 180 dias, conforme antecipou o Estado nesta quinta-feira. O prazo das investigações terminou em 18 de julho, em pleno recesso do tribunal – e agora se estenderão para meados de janeiro de 2020.

O inquérito entrou na mira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Procuradoria-Geral da República (PGR), da cúpula dos militares e de integrantes do Congresso Nacional após levar à censura de reportagem publicada na revista digital ‘Crusoé’ e no site ‘O Antagonista’ e à operação de busca e apreensão em endereços de pessoas que já criticaram o STF – entre elas o general da reserva Paulo Chagas, candidato ao governo do Distrito Federal pelo PRP que chegou a ter o computador apreendido.

INFORMAÇÕES
Em sua decisão assinada nesta quinta-feira, 1º, Alexandre Moraes também pediu informações detalhadas sobre ‘constatação da CGU de indícios de irregularidades tributárias e participação de agentes públicos em esquemas escusos’, bem como quais os ‘subsídios apresentados pelo Tribunal de Contas da União; ainda em 2016 (…) apontando indícios de incompatibilidade entre a variação patrimonial e as receitas informadas por agentes públicos em declaração anual de bens e rendas’, que levaram à escolha de fiscalização de 133 contribuintes. [além das comunicações do Coaf, dados de outras fontes oficiais, indícios de fraude, omissões de ganhos na DIRF, a Receita também realiza auditorias por amostragem.]
O ministro também solicitou esclarecimentos a respeito do compartilhamento dessas informações com outros órgãos.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG Em tradução simultânea, pode-se constatar que Moraes atendeu com maestria ao pedido de Dias Toffoli e Gilmar Mendes, pois conseguiu instaurar a Ditadura do Supremo, um órgão público cujos integrantes julgam estar acima, muito acima das leis, e não podem sequer ser fiscalizados. 

Na reportagem, os autores esqueceram de mencionar que tudo isso começou quando foi descoberto que Toffoli recebia uma mesada mensal de sua atual mulher, Roberta Maria Rangel, no valor de R$ 100 mil, e repassava R$ 50 mil para sua primeira mulher, Mônica Ortega, através de uma conta no Banco Mercantil do Brasil, operada por um funcionário de seu gabinete no Supremo. O slogan do Brasil de hoje precisa ser mudado. Ao invés de “Deus acima de todos”, deve-se adotar “O Supremo acima de tudo”. (C.N.)  

O Estado de S. Paulo Transcrito da Tribuna da Internet, pelo Blog Prontidão Total