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sexta-feira, 29 de maio de 2020

AI-5 DO STF? - Percival Puggina


As ações determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes na manhã desta quarta-feira 27 de maio podem entrar para a história como episódio jocoso proporcionado por um ministro no exercício de curiosa jurisdição, ou como os atos que marcaram a virada do Supremo Tribunal Federal na direção da ditadura do judiciário.


A primeira hipótese se desenhará se os demais ministros curarem os reumatismos corporativistas e se mexerem para anular as decisões do colega. Na segunda hipótese, o STF terá fechado os olhos aos fatos, silenciado perante o abuso de autoridade e instalado a ditadura do judiciário pela subversão de eminentes valores constitucionais. Há bom tempo a sociedade percebeu, pelo andar da carroça, em que direção ia o “Pretório Excelso” (para dizer como os próprios, humildemente, dizem de si mesmos). Aos poucos, e com intensidade crescente, foi moldando decisões com base numa leitura particular dos princípios da Carta de 1988, alinhada com o “progressismo” de seus padrinhos quando na presidência da República. É lá que está a causa do que agora assistimos. A esquerda recheou o STF com indicados pelos presidentes que conseguiu eleger. O PT pode ter errado ao escolher para o STF ministros que ali adiante, numa ação penal, em respeito à própria biografia, se renderiam à força das provas. Mas não cometeu o erro de indicar ministros filosoficamente contraditórios ou antagônicos ao partido. Nesse tipo de erro o PT de Lula e José Dirceu jamais incorreria. 

O Supremo ficou vedado a liberais e conservadores.  Assim, quando a sociedade se saturou de progressismo, de politicamente correto, de corrupção, de aparelhamento do Estado, as urnas de 2018 trouxeram sua manifestação de vontade numa linha que suscita enorme desapreço à atual composição do STF. O poder como tal não age como age por ser excelso, mas por terem sido, seus membros, indicados por quem com grande cautela os escolheu. E não faltam ministros tão cientes de sua intimidade com o Bem e com a Justiça para, em seus votos, lecionarem a sociedade segundo as próprias convicções. Dessa doutrinação, que migrou das salas de aula para a TV Justiça, também se saturou a nação.

Esperar que a sociedade finja não ver e não se manifeste individual e coletivamente, que molde suas expressões ao figurino do juridiquês, não faça piadas e não ria de quem as faça, é desenhar regras para o AI-5 do STF. [a propósito de piadas circulam duas:
- uma dizendo que após o atual  decano do STF se aposentar, o presidente Bolsonaro vai convidá-lo para ser seu marqueteiro - a estreia do decano na área, divulgando o vídeo o torna imbatível para o cargo;
- alguns partidecos especialistas em tentar atrapalhar o presidente Bolsonaro (tentar, já que não acertam uma manobra) vão ingressar na Justiça Eleitoral para que proíba o vídeo citado, por ser propaganda eleitoral antecipada, pró presidente Bolsonaro.] 
O desapreço ao STF não precisa de fake news. Bastam as news.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

A fila anda - Eliane Cantanhêde

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro tem crise de abstinência quando não persegue alguém. Vítima da vez é Nelson Teich

“Tratar isso como não essenci..., como... como não essen... como essencial é um passo inicial. Foi decisão do presidente... que decidiu isso aí. Saiu hoje isso? Manicure, academia... barbearia? Não... Isso aí... não é atribuição nossa.”

[já podem escolher outro para ser a 'bola da vez';
o ministro Teich não é mais ministro da Saúde.
A propósito, nunca deveria ter aceito o cargo. Teich pode ser inteligente, competente,  capaz  - provavelmente é - mas não tem o perfil, traquejo político, para sobreviver em uma posição em que ser acossado por políticos traiçoeiros, jornalistas ansiosos por assinar manchetes e por um presidente cioso da disciplina - a um nível incompatível com a atividade política.]

Foi assim, pego de surpresa, balbuciando, que Nelson Teich, ministro da Saúde, médico oncologista respeitado, com especialização em gestão em saúde, descobriu numa entrevista coletiva que não apenas não manda nada como passou a ser o novo saco de pancadas do presidente Jair Bolsonaro no governo.

Mal acabou de demitir Luiz Henrique Mandetta e de empurrar porta afora o “superministro” Sérgio Moro, o presidente já passou a desautorizar ninguém menos que o novo ministro da Saúde, justamente em meio à pandemia e com o número de mortos chegando a mil por dia. Por dia! O enredo é bem conhecido. Primeiro, o presidente dá bronca no ministro ou auxiliar em entrevistas. Depois vai minando a autonomia e a autoestima da vítima. Por fim, demite ou pressiona para a demissão. No script, falas recheadas de autoafirmação: “Eu sou o presidente, pô!”, “eu que fui eleito”, “Eu nomeio, todos têm de ser afinados comigo”, “Quem manda sou eu. Ou vou ser um presidente banana?”.

A fila das vítimas é longa. Além de Mandetta e Moro, o delegado Maurício Valeixo, da PF, o general Santos Cruz, secretário de governo, o amigão Gustavo Bebianno, secretário geral da Presidência, o economista Joaquim Levy, do BNDES, e o cientista Ricardo Galvão, do Inpe. Sem falar na secretária da Cultura, Regina Duarte, que está em banho maria, nem nos superintendentes da PF no Rio, um atrás do outro. Em compensação, Ernesto Araújo (anti-China), Weintraub (anti-STF e antiportuguês) e Ricardo Salles (desmatamento) continuam muito prestigiados.

Assim como Regina Duarte, Nelson Teich assumiu sem nunca ter assumido e é uma ilha na própria casa, provavelmente nem sabe os nomes da sua equipe. Não indicou ninguém para o Ministério, engoliu uma penca de militares que não conhecia e nunca conseguiu apresentar um programa, um modelo de combate ao coronavírus. Da última vez que tentou, acabou cancelando a entrevista minutos antes do início.

Há um muro entre Jair Bolsonaro e Nelson Teich: a ciência. Apesar de bolsonarista desde a campanha de 2018, Teich tem uma biografia a zelar. Não vai jogar isso fora para agradar ao presidente, contrariando estudos científicos do mundo inteiro e pregando o fim do isolamento social e o uso indiscriminado de cloroquina. Enquanto Teich admite até o lockdown em algumas circunstâncias e regiões, Bolsonaro mantém sua cruzada insana contra o isolamento e, portanto, para jogar mais e mais pessoas nas ruas, nas UTIs e nos túmulos. Enquanto o ministro avisa que a cloroquina não salva vidas e tem graves efeitos colaterais, o Dr. Jair “está exigindo” seu uso.

É assim, na base do achismo e centrado nele mesmo, que Bolsonaro solta uma polêmica MP livrando agentes públicos de responsabilidade por decisões durante a pandemia, define uma “guerra” contra o governador João Doria, confraterniza com o grande capital, tenta capturar eleitores pobres do PT e mantém sua relação esquizofrênica com deputado Rodrigo Maia. Ataca, depois chama em palácio e abraça.

Enquanto isso, convém ler e entender o artigo de ontem do vice Hamilton Mourão no Estadão, com múltiplos recados e puxões de orelhas no Judiciário, governadores e mídia, sem um pingo de crítica (ou autocrítica) aos graves erros do governo. “Nenhum país do mundo vem causando tanto mal a si mesmo como o Brasil”, decreta o vice. Impossível discordar. Mas faltou nomear quem efetivamente causa tanto mal assim. 

Eliane Cantanhêde, colunista - O Estado de S. Paulo



quarta-feira, 29 de abril de 2020

O fator Moro - Coluna de Alexandre Garcia

Correio Braziliense


''Moro deixa a esquerda no dilema de ter de elogiar o juiz que condenou Lula e os tesoureiros do PT. Pode ser instrumento de quem se alia até ao coronavírus para enfraquecer o presidente''

Foi uma grande perda para o governo, a saída do ex-juiz Sergio Moro, símbolo do combate à corrupção e um dos ícones do ministério. Ainda ministro, fez denúncias contra seu chefe, segundo as quais Bolsonaro queria ter “relações impróprias com a Polícia Federal”. Despediu-se oferecendo-se “à disposição do país”. Quando Mandetta estava no auge, um veterano prócer político do Paraná me disse que iria lançá-lo como imbatível candidato à Presidência da República. Alertei-o de que se tratava de um cometa. Brilhou e passou. Moro tem mais luz própria, está mais para astro e pode gravitar na política.

Perda para o governo, sim, mas sua saída pode atrapalhar a oposição, se não ficar restrita à sua perda de uma carreira de juiz e de uma cadeira no Supremo. Pode ser candidato antiBolsonaro. E aí o sonho de Moro vira pesadelo para aspirantes que se expuseram à chuva antes do tempo. Moro deixa a esquerda no dilema de ter de elogiar o juiz que condenou Lula e os tesoureiros do PT. Pode ser instrumento de quem se alia até ao coronavírus para enfraquecer o presidente. Mas, como ele disse, tem a biografia.  Que ficou arranhada com a divulgação dos prints de pessoas que nele confiaram, seu chefe e sua afilhada de casamento.

O ministro-relator Celso de Mello concedeu a abertura de investigação sobre as denúncias de Moro para apurar os interesses do presidente na PF, mas também para saber se houve denunciação caluniosa e crimes contra a honra por parte de Moro. No Supremo, Gilmar, Lewandowski e Toffoli são críticos do juiz Moro. O mesmo acontece com Rodrigo Maia, com a esquerda magoada e com investigados do Centrão, na Câmara.

Rodrigo Maia acaba de repetir que não é tempo de impeachment. Ele sabe que não há votos para isso. Só as bancadas ruralista, evangélica e da segurança já garantem que não passa. Além do que, a esquerda há de se perguntar se não seria melhor ficar desgastando Bolsonaro a ter na Presidência um duro como Mourão. O mais decisivo é que não há impeachment sem povo. 

Goulart foi derrubado porque antes o povo ocupou as ruas; 
Jânio não conseguiu voltar atrás na renúncia porque o povo não saiu por ele; 
Collor pediu o povo a seu favor, e o povo veio contra; 
e Dilma foi o que vimos. 
Moro saiu, e o presidente aproveitou para vitaminar Guedes e Tereza Cristina, encerrando incertezas do mercado e do agro. E Bolsonaro põe na polícia e no ministério gente de confiança. André Mendonça é um premiado no combate à corrupção. Ramagem fez a segurança do candidato Bolsonaro. A mudança deixa mais tranquilo o presidente. Mas, para a oposição, o fator Moro “à disposição do país” pode ser motivo de intranquilidade.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense



segunda-feira, 16 de março de 2020

‘O Jovem Hitler’ vai da formação política à vida sexual do nazista - VEJA - Brasil - Entretenimento




Na juventude, Adolf Hitler viveu situações de atração e repulsa pelo sexo oposto. Transcorria a primavera de 1906 quando o então adolescente da cidade austríaca de Linz anunciou a um amigo que estava apaixonado. A escolhida era uma garota mais velha, alta e loira. O fato de Stefanie Isak ter sobrenome judeu mostra que, aos 17 anos, o futuro condutor das atrocidades nazistas ainda não exibia nem sinal do ódio que ceifaria 6 milhões de vidas no Holocausto. Ao contrário: por quatro anos, Hitler escreveu róseas cartas de amor para sua paixão judia. Nunca, no entanto, chegou a enviá-las nem a se declarar a Stefanie: o encanto platônico se quebrou quando ela se casou com outro. Mais tarde, nos anos conturbados da I Guerra Mundial (1914-1918), o combatente Hitler revelou-se incomodado com a ideia de fazer sexo com mulheres. Na reta final da fragorosa derrota alemã, aos 29 anos, ele usou de um argumento já bem próximo de suas infames teses racistas para rechaçar o convite para uma noite de prazer em companhia de belas francesas. Deitar-se com estrangeiras no front seria, em sua visão distorcida da realidade, trair a “nacionalidade” alemã.

+ Compre o livro O Jovem Hitler, de Paul Ham

Enquanto os colegas arrasados pela experiência da guerra buscavam válvulas de escape na bebida e nas farras, Hitler era objeto de chacota por manter-se crente na vitória e inquebrantável na vontade de lutar. “Vocês ainda vão ouvir muito sobre mim”, vociferava. Os trechos de O Jovem Hitler, do jornalista e historiador australiano Paul Ham, demonstram que já era possível vislumbrar o homem que o mundo tristemente viria a conhecer nas histórias frugais sobre a descoberta do amor ou nas suas dificuldades em se iniciar sexualmente.

Poucas figuras históricas tiveram a vida tão esquadrinhada quanto o líder nazista. Além das biografias monumentais de autores como o alemão Joachim Fest e o inglês Ian Kershaw, há um sem-número de livros que abordam desde a saúde do ditador da Alemanha até a suposta influência de drogas sobre seu comportamento cruel.
Quem precisa, enfim, de mais uma biografia de Hitler? 
Paul Ham prova que vale insistir na investigação do personagem. Seu livro ilumina fatos obscuros, como a paixonite de Hitler pela moça judia. Com lances desenterrados de sua atuação na I Guerra, põe ainda em evidência uma fase bastante estudada, mas pouco valorizada: os anos de formação do político Hitler. “Nenhum biógrafo até hoje deu a merecida ênfase a seus tempos como soldado no conflito que ele próprio definia como essencial para forjar quem era”, diz Ham.

+ Compre o box Hitler, de Joachim Fest

O JOVEM HITLER,  
de Paul Ham (tradução de Leonardo Alves; Objetiva; 304 páginas; 64,90 reais e 39,90 reais na
versão digital) ./.

Para traçar um retrato de Hitler quando jovem, o autor navega em águas turvas: é preciso separar os fatos de fake news nos relatos de gente disposta a bajular ou difamar o líder nazista. A disposição feroz do Führer em dourar lances de seu passado e apagar detalhes inconvenientes — o que incluía a eliminação de testemunhas e antigos companheiros — é outro complicador. Remando nesse mar de contradições, Ham consegue extrair uma visão palpável do garoto que adorava a mãe, mas temia e desprezava os modos “cosmopolitas” do pai violento; do adolescente que sonhava em ser pintor, mas sobrevivia da venda de cartões-postais de paisagens junto com um amigo trambiqueiro; e dos obscuros dias de juventude em que Hitler, no fundo do poço, vivia como mendigo nas ruas de Viena.

(........)

Em VEJA - Entretenimento, MATÉRIA COMPLETA



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Lula revela-se o opositor dos sonhos de Bolsonaro- Blog do Josias



Com um inimigo como Lula, Bolsonaro não precisa de amigos. Tomado pelas palavras, o astro petista parece decidido a repetir em 2022 o papel de cabo eleitoral do capitão. Ao discursar no aniversário de 40 anos do PT, Lula mirou no seu desafeto. Mas acertou na sua criatura: Dilma Rousseff. "A pessoa que me pede autocrítica é porque não tem crítica a fazer para mim", declarou Lula a alturas tantas. Para ele, quem deve fazer uma boa autoanálise são os responsáveis por mazelas como os "12 milhões de desempregados". Ou a "matança da nossa juventude na periferia." Chama-se Dilma Rousseff a grande responsável pelo super-desemprego. Foi graças à economia pedalante e criativa do governo empregocida de madame que o Brasil meteu-se na maior recessão de sua história. 

Os brasileiros já conheciam o caos. Sob Dilma, foram apresentados ao pântano.
Assim como o desemprego, que se recupera lenta e penosamente, os índices de mortes violentas são declinantes no país. Começaram a cair sob Michel Temer, depois que Dilma foi deposta. Hoje, a queda bate em 22%. O mérito é mais dos Estados do que de Brasília. Mas Lula ajeita a bola para Bolsonaro chutar. Lula instou sua tropa a ganhar o asfalto. "Se não formos para a rua lutar e resistir, estaremos perdidos", afirmou, antes de atirar contra seus pés barro. "Acusam todos de corrupção e enfiam na nossa cara esse governo que enfiaram agora. Esse é um desafio para nós. Como organizamos os movimentos sindicais de novo?".

Nem todos carregam a pecha de corrupto, só os que se lambuzaram. Contra Lula, correm no Judiciário uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove processos. Adornam sua biografia duas condenações em segunda instância —uma delas já ratificada na terceira instância. Infelizmente, a cadeia não ensinou nada ao orador. No trecho em que declarou "enfiam na nossa cara esse governo que enfiaram agora", Lula injetou um ardil de gramática e um erro de história. Se aplicasse corretamente a gramática, Lula teria evitado o sujeito oculto. Diria algo assim: "O eleitorado enfia Bolsonaro na nossa cara."

Eis o erro de história: Lula deixa de mencionar sua contribuição à ascensão de Bolsonaro. Transformou o PT numa máquina coletora de fundos, levou estatais como a Petrobras ao balcão, avalizou a nomeação de gatunos... E vendeu como supergerente uma sucessora inepta. Com tudo isso, Lula conseguiu transformar o antipetismo na maior força eleitoral da sucessão de 2018. Forte o bastante para impulsionar o voo de um obscuro deputado do baixíssimo clero para o Planalto. O pronunciamento de Lula reforçou a sensação de que o PT, 40, enfrenta um processo de envelhecimento precoce. Nem Lula, famoso pela intuição política, consegue enxergar a realidade. Diz ter um "tesão de 20 anos". Mas, exibe a vista cansada ao pregar a ocupação das ruas e a reorganização do aparato sindical.

Desde 2014, quando explodiu a Lava Jato, Lula promete "percorrer o Brasil". Renovou a promessa ao deixar a cadeia. Mas não foi. Fala para plateias companheiras, em ambientes domesticados. Sem verbas públicas, o "exército do Stédile" sumiu. Sem imposto sindical, a máquina de agitação da CUT enferrujou. Lula ainda não notou. Mas tornou-se o opositor dos sonhos de Bolsonaro. Está sujo demais para criticar os mal lavados que rodeiam o capitão -do filho com a biografia rachadinha aos ministros encrencados com a lei. Com as digitais gravadas nos grandes problemas nacionais —a ruína econômica e a roubalheira—, Lula já não consegue fazer pose de solução.

Restou a Lula apenas a raiva. O diabo é que, com tantos problemas por resolver, é improvável que na sucessão de 2022 o brasileiro se anime a enviar à Presidência um poste indicado por Lula para passar quatro anos falando mal de Bolsonaro. A língua do capitão produz crises em série, conspirando contra o governo do dono. Mas para sorte de Bolsonaro a única novidade no PT é a namorada de Lula, 72, a socióloga Rosângela Silva. Chamada na intimidade de Janja, ela nasceu na mesma época em que o PT veio à luz, há 40 anos. "Eu consegui a proeza de, preso, arrumar uma namorada", costuma jactar-se Lula. A cadeia não inspirou uma autocrítica. Mas não foi de todo inútil.

[quando o multicondenado petista foi beneficiado com a liberdade provisória, decidimos evitar menção ao seu nome ou a suas atividades.
Só que esperávamos pouca movimentação do presidiário, em liberdade temporária, e fomos surpreendidos: o cara sumiu, nada se escreve sobre ele, nada de caravana, e levou o 'mst' junto.
Aí, hoje, decidimos sujar os olhos de nossos dois leitores - postar alguma coisa sobre o naufrágio, o desastre, do petista e do pt = perda total.

Sugerimos ler: Aos40, PT sente as dores de uma velhice precoce.]



 

Aos 40, PT sente as dores de uma velhice precoce... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/colunas/josias-de-souza/2020/02/08/aos-40-pt-sente-as-dores-de-uma-velhice-precoce.htm?cmpid=copiaecola


Blog do Josias - Josias de Souza, jornalista - UOL/Folha



terça-feira, 28 de maio de 2019

Presidente se reúne com desembargador que condenou Lula

Bolsonaro se reúne com desembargador que condenou Lula

Victor Laus foi eleito presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai se reunir na tarde desta terça-feira 28 com o desembargador Victor dos Santos Laus, eleito para presidir o Tribunal Regional Federal da 4ª Região a partir de 27 de junho. O encontro está marcado para as 15h.
Na 8ª Turma da corte recursal da operação Lava jato, Laus foi autor do terceiro e último voto que confirmou a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex do Guarujá, em janeiro de 2018.

Na ocasião, Laus elogiou os investigadores da Lava Jato e o então juiz federal Sergio Moro, chamado pelo desembargador de “talentoso”, “corajoso” e “qualificado”.
Ao analisar a acusação, Laus indagou: “Por que alguém faz uma reforma no imóvel se não tem qualquer interesse no imóvel?” e concluiu dizendo que as provas do processo respondem a pergunta. O magistrado também disse que o caso “deslustrou” a biografia de Lula.

Revista Veja



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Temer poderá ampliar legado e lustrar biografia

O presidente quer defender o legado do seu governo na eleição de outubro e essa intenção deverá filtrar o candidato de centro-direita que receberá apoio do Planalto na urna. Michel Temer, que conduz à sucessão o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, afastada por crime de responsabilidade, também poderá tentar a reeleição. Contudo, com a intervenção na segurança do Rio e incentivo ao consumo ele poderá ampliar seu legado e lustrar sua biografia. Com bônus.

[o tão falado Ministério da Segurança não é a 'panaceia' para resolver os graves problemas da segurança pública no Brasil, especialmente no Rio.

Da mesma forma, a intervenção em andamento - chamada de intervenção meia-sola, devido a cerrada oposição que vai encontrar durante sua realização, oposição advinda da legislação pró bandidos que vigora no Brasil, especialmente o artigo 5º da Carta Magna -    com certeza não resolverá na totalidade os problemas do Rio e muito provavelmente será necessário aumentar a meia-sola com a decretação do 'estado de sítio'.
 
Mas, somando a intervenção com a criação do Ministério da Segurança Pública, o combate à criminalidade ficará mais fácil, desde que Temer nomeie ministro da Segurança Pública um oficial-general do Exército Brasileiro.


Sob o comando de um oficial-general haverá melhoras no controle das diversas instituições de segurança: 
- tanto no que concerne às três três Forças singulares (que, obviamente continuarão sob o comando dos seus respectivos comandantes, atuando na segurança pública em estreita colaboração entre o novo ministério e os comandos da cada força - o que tornará desnecessária a intervenção em operações de segurança pública do ministro da Defesa;

- quanto as demais instituições voltadas à segurança pública, incluindo, sem limitar, na estrutura do Ministério da Segurança Pública a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária, Policia Civil e Polícia Militar de cada estado - excelente oportunidade para que as Secretarias de Segurança Pública (hoje 'premiadas' com denominações, digamos, 'politicamente corretas')  voltem a ficar sob o comando de um oficial do Exército.

Com todas as instituições policiais sob um comando único, as coisas funcionarão melhores. Haverá autonomia das policias dos estados, mas perfeito entrosamento entre o secretário de Segurança de cada ente federativo e o Ministro da Segurança.

Presidente Temer: dê preferência a um oficial-general, mas, se for tentado a escolher um civil, o atual ministro Raul Jungmann, jamais.]

Enquanto a reeleição soa tarefa solitária, proporcionar mais bem-estar aos brasileiros tende a uma mobilização capaz de integrar outras áreas do governo até agora condenadas a angariar votos para a reforma da Previdência e sem muito sucesso. Também por esse motivo, na sexta-feira a chance de aprovação dessa reforma era tida como página virada pela intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Expectativas estão sendo escoadas para a intervenção. E se a ação do Exército Brasileiro não decepcionar, uma melhora de humor sobretudo nos grandes centros urbanos poderá impulsionar um pouco mais de atividade. Chegar a esse estágio em seis meses, até às vésperas da eleição, está longe de fácil ou simples, mas se montam condições favoráveis ao mesmo tempo em que defensores da reforma previdenciária reconhecem que ela terá tratamento mais adequado no próximo governo. 


MATÉRIA COMPLETA, clique aqui


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Temer vai permanecer governando e pela mais simples das razões; RUIM COM ELE, PIOR SEM ELE

Como restaurar a pinguela


Embora estrebuche na maca e negue que renunciará ao mandato, Michel Temer ainda não teve a má ideia de dizer que só sairá do Palácio do Planalto amarrado à cadeira presidencial. Era assim que Delfim Netto, ministro da Fazenda da ditadura militar de 64, prometia fazer se um dia o derrubassem. Depois de sete anos como o todo-poderoso xerife da economia, Delfim acabou demitido, mas a cadeira ficou.

A CADEIRA PRESIDENCIAL continuará sendo ocupada por Temer
até que se entendam em torno de um nome para substituí-lo os protagonistas de sempre da cena política nacional — partidos, ministros de tribunais superiores, empresários e banqueiros. Fracassou quem havia se oferecido para unificar o país. A pinguela caiu. Mas quem irá restaurá-la para que o país consiga chegar em paz às eleições diretas de 2018?

NO PRÓXIMO DIA 6, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começará a julgar a ação do PSDB que pede a impugnação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico nas eleições de 2014. O placar, ali, estava 5 a 2 para inocentar Temer e condenar Dilma antes que o empresário Joesley Batista delatasse Temer. Hoje seria de 4 a 3. O futuro a Deus pertence, e também ao ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE.

GILMAR É AMIGO de Temer e um dos seus conselheiros mais influentes. Para escapar de grampos, os dois só se comunicam por meio de emissários. Mas Gilmar tem amigos em toda parte e não se nega a ajudá-los. Provou-o ao atender pedido de Aécio Neves para que convencesse o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) a aprovar o projeto de lei sobre abuso de autoridade. Por ora, Aécio expia seus pecados em prisão domiciliar voluntária.

A IMPUGNAÇÃO da chapa pelo TSE atenderia a uma das condições de Temer para deixar o poder:
preservar a sua biografia. Foi Dilma que cuidou das contas da campanha. Logo, a culpa fora dela. Outras condições: não ser punido; alguma proteção para os amigos encrencados na Lava-Jato; não recondução de Rodrigo Janot ao cargo de procurador-geral da República; e ser ouvido para a escolha do seu sucessor.

TEMER IMAGINA que ganhará uma sobrevida se a perícia da Polícia Federal concluir que foi adulterada a gravação de sua conversa com Batista. Quando nada, isso serviria para livrá-lo da acusação de que tentou obstruir a Justiça ao incentivar Batista a seguir pagando pelo silêncio de Eduardo Cunha. Das outras acusações — corrupção passiva e organização criminosa —, acha que se livrará facilmente. A ver.

OBSTRUÇÃO DA JUSTIÇA foi o que levou o ex-senador Delcídio Amaral para a cadeia. Por encomenda de Lula, Delcídio pagou para que Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, ficasse calado em Curitiba. Diante da Justiça, a situação de Temer é pior que a de Delcídio. Esse, pelo menos, amenizou a sua delatando. Temer poderá ser alvo de novas delações e de provas mantidas em sigilo até aqui.

HÁ UM ACORDÃO sendo costurado no Congresso capaz de beneficiar Temer, mas concebido para estancar a Lava-Jato. Um dos seus pontos é rever a posição do Supremo Tribunal Federal que, por 6 a 5, decidiu que condenado em segunda instância da Justiça será preso. Delação só para quem estivesse solto. E perdão para suspeito de ter feito caixa dois. Por esse ralo escaparia muita gente. [não há o que perdoar para os suspeitos de praticarem, ou mesmo os que praticaram,  atos que são chamados de CAIXA DOIS.

Até o presente momento, CAIXA DOIS não é crime, portanto, não há o que ser perdoado.]

ESCAPARIA LULA, que mesmo se condenado em segunda instância estaria livre e à vontade para disputar as eleições de 2018. [qualquer acordão não vai prosperar, haja vista que a saída de Temer além de atrasar a recuperação econômica do Brasil trará uma perda irreparável: a possibilidade, ainda que remotíssima, do encardido ser candidato e ganhar, o que levaria o Brasil ao CAOS ECONÔMICO e FINANCEIRO e sem chances de reparação pelos próximos CEM anos.

Apesar do sem sobre representar o que há de pior para qualquer País, existe milhões de brasileiros que ainda votariam no coisa ruim.]

Fonte: Ricardo Noblat - O Globo

domingo, 7 de agosto de 2016

Último Ato - Chega ao fim o martírio do povo brasileiro com o despejo de Dilma

O último ato

Vai chegando ao fim o martírio do povo brasileiro com a espera pelo almejado impeachment de Dilma. A poucas semanas do veredicto final, não restam mais dúvidas de que a presidente afastada perdeu qualquer condição de governar o País e ganha diariamente novos antipatizantes no âmbito parlamentar. Ninguém mais lhe dá ouvidos ou reconhece nela qualquer resquício de autoridade. Seu próprio partido, o PT, se distancia, incomodado com as pedradas que vem levando da antiga protegida. O processo segue o rito natural, com ampla margem para defesa e uso abusivo por parte de aliados (cada dia mais escassos) que ainda teimam em recorrer a ações procrastinatórias. Buscam adiar o inevitável quando melhor seria, para toda a sociedade, que esse suplício da definição fosse abreviado. 

O Brasil precisa seguir adiante. Virar a página. Investimentos aguardam pela troca definitiva da guarda. Políticas de ajuste e de incentivo ao desenvolvimento, idem. Ficou claro nesses três meses de sua retirada do poder que o País andou melhor. Ganhou ânimo e esperança. Viu avançar pautas vitais e medidas administrativas antes ignoradas por ela – que só pensava em como se manter no cargo e praticar estelionatos eleitorais.  

O substituto, Michel Temer, cresce em aprovação nas pesquisas enquanto ela se isola e faz pouco caso das acusações e evidências de irregularidades que a cercam. É notório o seu despreparo para tratar com um mínimo de respeito e hombridade os ritos constitucionais previstos na apuração dos crimes de responsabilidade já tipificados. Dilma, que só aceita as próprias deliberações e tende a desqualificar qualquer outra autoridade ou conselho, mesmo de amigos próximos, segue insistindo na surrada lenga-lenga de “golpe”. O raciocínio que leva a tal conclusão é tosco e rudimentar. Não fica de pé diante das inúmeras demonstrações de abuso. Os empréstimos maquiados para gastar além da conta estão agora provados em um relatório, de quase 500 páginas, da comissão especial do Senado, que defendeu por maioria acachapante o julgamento para a deposição da mandatária. 

Não restam dúvidas de que seus artifícios e manobras, em desacordo com a lei, penalizaram o Brasil com o caos econômico, a desconfiança dos agentes e o descrédito na comunidade internacional. Ao fazer o diabo ela ultrapassou os limites de competência. Para agravar o quadro, as declarações e atos de Dilma nesses últimos momentos evidenciam um acelerado processo de cretinismo mental. Sem medir palavras, expressando uma inegável inveja pelo apoio que seu sucessor vem angariando, a presidente afastada referiu-se a Temer na semana passada como “intruso” e “usurpador”. No seu Twitter postou que “o Brasil tem o que Temer”, trocadilho descabido, apelativo e de um terrorismo rasteiro; nada condizente com a figura de um chefe de estado que zela pela imagem da Nação. Dilma perdeu as estribeiras. Sua retirada de cena se dá de forma deprimente. Ela não se despiu da soberba nem do descaso para com os demais. No auge do devaneio, precisando justificar a confissão de seu marqueteiro que falou em caixa dois de campanha, empurrou a culpa para o PT, como se pudesse ficar livre da condição de principal beneficiária e responsável solidária pelo malfeito. 

Pegou mal. Dilma teve a pachorra de lançar reprimendas aos aliados. “O PT precisa reconhecer todos os erros que cometeu”, disse. A mesma crítica e disciplina ela não admite às próprias falhas. Sintomas da avassaladora negação da realidade que vem vivenciando. A presidente afastada se apequena. Seu retorno ao Executivo ficou relegado ao segundo plano na lista de prioridades da agremiação petista que, daqui por diante, tenta garantir a sobrevivência apostando esforços nas eleições municipais. De sua parte, Dilma lança um derradeiro e desesperado movimento. Vai divulgar uma “carta aos brasileiros” prometendo enviar ao Congresso a proposta de convocação de um plebiscito por eleições gerais antecipadas. Na prática, ela sugere retornar para depois sair, porque sabe que ninguém a quer mais naquele lugar. Ou dito de outra forma: Dilma espera liderar um movimento de suicídio político coletivo, pedindo com a medida a renúncia coletiva de deputados, senadores e governadores – como se fosse crível imaginar tal hipótese. Será mais uma lorota com a qual pretende enganar a fé popular. Um ultimo ato a manchar de vez a sua biografia.

Fonte: Editorial -  Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três

 

quarta-feira, 20 de abril de 2016

O hipotético ministério de Temer - o mais importante é que Dilma seja escarrada; o resto já vem melhor

A plantação de nomes de ministros prenuncia um governo esperto, porém com um fraco pela articulação do caos

O início da tramitação do impedimento de Dilma Rousseff ainda não completou uma semana e o entorno do vice-presidente Michel Temer conseguiu adicionar um problema a um país que tem duas epidemias, recessão, desemprego e governos estaduais quebrados. O problema novo é um ministério virtual posto em circulação. Serve como instrumento de propaganda mas agrava uma confusão que poderá se arrastar até outubro.

Já são mais de 20 os nomes que rolam na praça, alguns deles saídos de conversas no Jaburu, que de palácio não tem nada, é, quando muito, um esbanjamento de dinheiro público. Trata-se de uma lista malandra, destinada a criar expectativas individuais (no caso de quem espera ser ministro) ou esperanças coletivas (nos poucos casos de gente que se espera ver no ministério). Por isso, aqui só será mencionado um deles.

Armínio Fraga tem competência e biografia para ser ministro da Fazenda. Há um mês, a repórter Erica Fraga perguntou-lhe: “O senhor aceita participar de um governo de transição?” Sua resposta, numa entrevista concedida por e-mail, foi curta: “Não.”  Colocá-lo como conselheiro ou avalista de outra escolha é o pior caminho para começar uma administração num país quebrado que já passou pela experiência de Joaquim Levy, indicado por Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.

Em qualquer governo, em qualquer época, quando um presidente termina de armar um ministério descobre que só um terço dos escolhidos estava em sua primeira lista. O segundo terço ficava entre os prováveis e os demais não eram cogitados quando as conversas começaram. Já houve presidente que, ao ser eleito, pensou nomear um cidadão sucessivamente para três ministérios. Não conseguiu colocá-lo em qualquer um deles.

Ministério não é como boleto de Mega Sena, onde o dono pode escrever o que quiser, parece-se mais com um quebra-cabeças que adquire fisionomia na medida em que se vai formando. Temer ainda não sabe sequer quantos ministros terá. Se isso fosse pouco, formar equipe é uma coisa. Governar com ela é outra e depende do estilo e da decisão do presidente. Ser ministro de Dilma é uma coisa. Ter sido de Lula, bem outra. De Temer, a ver.

Nas listas postas em circulação há nomes que cheiram a simples especulações, outros parecem balões de ensaio e há ainda uns poucos capazes de alimentar esperanças. À primeira vista, tudo isso é coisa de jornalistas sem assunto. Falso. Mesmo quando os assuntos faltam (e não têm faltado), por trás de quase todas essas listas há sempre alguém que merece crédito pela proximidade que desfruta junto ao astro-rei.

É óbvio que se Dilma Rousseff for afastada, Temer deverá ter um ministério pronto. Outro dia o vice-presidente disse que o país precisa de governabilidade e governança. Associou a governabilidade à harmonização dos conflitos políticos e partidários. Nisso ele é um mestre. Um dos primeiros testes de uma boa governança está na capacidade de um chefe de apontar prioridades, formar uma equipe e, sobretudo, não criar confusões.


Fonte: Elio Gaspari,  jornalista - O Globo