Editorial - O Globo
O avanço estratégico de Bolsonaro sobre os redutos do lulismo
É um erro recorrente subestimar o tino político de Bolsonaro por causa da repulsa que desperta
Agora, acena com um programa de renda básica em substituição ao Bolsa Família. Também avança numa agenda de eventos nas periferias urbanas e no Nordeste. Mimetiza Lula nas cenas a cavalo com chapéu sertanejo, em inaugurações de obras já inauguradas pelos antecessores — caso recente da transposição do São Francisco — [uma obra ter sido 'inaugurada' pelo presidiário petista ou por Dilma, a "engarrafadora de vento", nada significa = Lula inaugurou a Ferrovia Transnordestina três vezes em todas as inaugurações não circulavam trens;
o multicondenado petista lançou pedra fundamental de umas 30 universidades - e nenhuma, unzinha que seja - começou a ser construída.
Já a transposição do Rio São Francisco, Bolsonaro inaugurou e está funcionando.] até no escambo de cargos por votos com o centrão, para se defender de pedidos de impeachment.
Para o PT, é desafiador lidar com a figura de um candidato anti-Lula, com privilégios de presidente. Mesmo em declínio, o lulismo se tornou um ardil para petistas e aliados. Não cicatrizaram as feridas de 2018, quando Lula liderou a derrota da prisão em Curitiba. Propostas alternativas à margem do PT, como a frente eleitoral negociada pelo PCdoB do governador maranhense Flávio Dino, dividem a esquerda por dentro.
É um erro recorrente subestimar o tino político de Bolsonaro. Trata-se de um profissional com três décadas de jogo político, que opera com lógica e estratégia, como demonstrou em 2018. Enquanto a retórica nostálgica da ditadura despertava repulsa e reações iradas, ele sedimentava a aliança com liberais em torno de reformas contrárias às ideias estatizantes que defendia na Câmara.
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