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terça-feira, 1 de março de 2022

Com megacomboio às portas de Kiev, Rússia avisa que atacará, bombardeia torres e tira TVs do ar

A GUERRA DE PUTIN

Fila de veículos militares e blindados tem mais de 60 km e está nas proximidades da capital ucraniana. Segunda maior cidade o país também sofre intensos bombardeios 

 Com comboio gigantesco perto de Kiev, Rússia avisa que atacará alvos na capital e tira TVs do ar

Sede do governo da segunda maior cidade do país é bombardeada em nova fase da ofensiva de Moscou, que pede que moradores se afastem de locais estratégicos na capital

Foto divulgada pelo Ministério do Interior ucraniano mostra fumaça após um ataque com mísseis contra uma torre de TV em Kiev Foto: - / AFP
Foto divulgada pelo Ministério do Interior ucraniano mostra fumaça após um ataque com mísseis contra uma torre de TV em Kiev Foto: - / AFP
Com um comboio gigantesco pronto para entrar na capital da Ucrânia, Kiev, o governo russo atacou a principal torre de rádio e TV na cidade na tarde desta terça-feira, interrompendo todas as transmissões, de acordo com o Ministério do Interior ucraniano. Cinco pessoas morreram, segundo o governo americano. Agora, forças russas se prepararam para um ataque maciço à capital, mas, que, segundo os Estados Unidos, poderia demorar ainda mais de 24 horas.

Vídeos capturaram pelo menos mais duas explosões na área próxima à torre. Em comunicado no Facebook, o Ministério do Interior confirmou que os canais de TV estão temporariamente fora do ar, "porque o hardware de transmissão da torre foi danificado". A torre, no entanto, não foi derrubada.

Apelo: Segunda rodada de negociação entre Rússia e Ucrânia é marcada para esta quarta-feira

Após o bombardeio, o Ministério das Relações Exteriores disse que a Rússia foi "bárbara". O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que um Memorial do Holocausto de Babi Yar foi atingido. O local lembra o extermínio de 30 mil judeus ucranianos durante a Segunda Guerra Mundial pelos nazistas. — Ao mundo: qual o sentido de dizer 'nunca mais' por 80 anos, se o mundo fica quieto quando uma bomba cai no local de Babi Yar? Ao menos cinco morreram [no ataque de hoje], uma história que se repete — afirmou  o presidente. [cada pronunciamento feito pelo presidente ucraniano mostra que ele arrumou a guerra confiando nos 'aliados' ocidentais.]

Kiev continua cercada há vários dias. Imagens de satélite registraram, na noite de segunda-feira, um comboio de veículos militares russos de cerca de 64 quilômetros de extensão em direção à cidade. Segundo a empresa Maxar, responsável pela imagem, podem ser vistos tanques, peças de artilharia, veículos de transporte e outros equipamentos de logística.  De acordo com a CNN, a fila se estende da área ao redor do aeroporto de Antonov, que fica a cerca de 25 quilômetros do Centro de Kiev, ao sul, até a cidade de Prybirsk, ao norte.

Mas, de acordo com um alto funcionário do Pentágono, o movimento russo para entrar em Kiev foi interrompido "porque soldados enfrentam desafios logísticos, incluindo a escassez de alimentos". Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, as forças "parecem estar reavaliando como avançar na cidade".

— Uma razão pela qual as coisas parecem estar paradas ao norte de Kiev é que os próprios russos estão se reagrupando, repensando e tentando se ajustar aos desafios que enfrentaram — disse o funcionário sob anonimato.

Polônia: Guerra na vizinhança faz país reviver traumas de invasões russas e alemãs

O Ministério da Defesa russo já havia anunciado que iria atacar locais em Kiev pertencentes ao serviço de segurança da Ucrânia, além de uma unidade de operações especiais. Os ataques, segundo nota do ministério publicada nas agências de notícias russas Tass e RIA, visam evitar "ataques de informação" contra a Rússia, para "acabar com a guerra psicológica e midiática" da Ucrânia. O comunicado também instava moradores próximos a esses locais a deixarem suas casas.

Segundo a ONU, até agora 136 civis foram mortos na ofensiva russa na Ucrânia, sendo 13 crianças, e 400 ficaram feridos. O Ministério das Relações Exteriores da Índia confirmou que um estudante indiano foi morto durante o bombardeio em Kharkiv.

Já o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu que a comunidade internacional adote mais sanções contra a Rússia, por causa do ataque "bárbaro" à cidade. "Mísseis russos bárbaros atingiram a Praça da Liberdade e bairros residenciais de Kharkiv. O mundo pode e deve fazer mais. Aumentem a pressão. Isolem a Rússia totalmente", escreveu Kuleba, em uma rede social.

Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, por sua vez, afirmou que o bombardeio russo em Kharkiv viola as "leis de guerra". Essa é a segunda vez que Kharkiv é alvo de um grande ataque russo desde o início da guerra, mas, até o momento, a cidade, com mais de 1,5 milhão de habitantes e a apenas 65 quilômetros da fronteira da Rússia, permanece nas mãos dos ucranianos.

Em O Globo, MATÉRIA COMPLETA

 


Míssil atinge prédio do governo de Kharkiv, 2ª maior cidade da Ucrânia

VEJA

Ataque aconteceu no sexto dia da invasão da Rússia ao país vizinho; foguetes também teriam atingido parte de uma área residencial

O centro de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, foi atingido por mísseis nesta terça-feira, 1º, sexto dia da invasão da Rússia ao país. Um dos alvos foi o prédio do governo, localizado na principal praça no centro da região. O anúncio foi feito pelo governador da região Oleg Synegubov e confirmado pelo comando de operações ucraniano.

 Centro da cidade de Kharkiv após ataque russo atingir prédio do governo - 01/03/2022 -

Centro da cidade de Kharkiv após ataque russo atingir prédio do governo - 01/03/2022 - Sergey BOBOK/AFP  

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky chamou a ofensiva de ‘terrorismo de Estado’ e pediu reconhecimento da comunidade internacional a isso. “O objetivo do terror é nos quebrar, é quebrar a nossa resistência”, disse em vídeo. Para ele, Kiev e Kharkiv são os principais alvos da Rússia.

 Míssil atinge prédio do governo de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia - 01/03/2022 -

 Momento da explosão no prédio do governo de Kharkiv – 01/03/2022 – twitter/DmytroKuleba/Reprodução

Segundo a agência Interfax, os ataques também teriam atingido parte de uma área residencial da cidade. Autoridades ucranianas dizem que ao menos dez pessoas morreram e vinte ficaram feridas após o bombardeio. “Esta manhã, a praça central de nossa cidade e a sede do governo local de Kharkiv foram atacadas de forma criminosa”, afirmou afirmou Synegubov. “Esses ataques são genocídio do povo ucraniano, um crime de guerra contra a população civil”, acrescentou.

 Carro destruído após ataque da Rússia ao centro de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia - 01/03/2022 -

 Carro destruído após ataque da Rússia ao centro de Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia – 01/03/2022 – SERGEY BOBOK/AFP

De acordo com o jornal inglês The Guardian, a intenção do ataque era matar o governador e sua equipe. Moradores relataram ainda disparos na noite de segunda-feira e na manhã desta terça.

No Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, publicou imagens da explosão do prédio e dos destroços. O chanceler afirmou que o mundo “pode e deve fazer mais” e pediu o “isolamento completo” do país.

Kharkiv conta com cerca de 1,4 milhão de habitantes e fica próxima da fronteira com a Rússia.

Mundo - VEJA


domingo, 27 de fevereiro de 2022

Como a economia mundial sente os efeitos do ataque de Putin à Ucrânia - Ucrânia aceita negociar cessar-fogo com a Rússia

VEJA

Invasão causa destruição e pânico, e Biden e aliados reagem com sanções. Além das lamentáveis mortes, ação traz desdobramentos econômicos pelo planeta

Às 5h40 da manhã da quinta-feira 24, o presidente russo Vladimir Putin apareceu na TV, sentado em seu gabinete com uma bateria de telefones ao lado e bandeiras da Rússia atrás, e calmamente anunciou: “Decidi pôr em marcha uma operação militar especial”.  
Seu discurso nem tinha acabado e várias cidades da Ucrânia, inclusive a capital, Kiev, amanheciam sacudidas por fortes explosões. Eram mísseis russos dando partida à invasão repetidamente prenunciada pelos Estados Unidos, intimamente desacreditada por muitos líderes e reiteradamente negada pelo próprio Putin — essa última, uma fala oca, de um indivíduo que há semanas mente para todo o planeta. 
Assim a Europa, pela primeira vez desde o fim da II Guerra, há quase oitenta anos, se defronta com um aberto conflito bélico entre dois países. O ataque, por si só deplorável, sobe na escala dos atos inaceitáveis pela franca imoralidade de uma nação poderosa avançar sobre outra infinitamente mais fraca sem pretexto nem justificativa, a não ser a intenção de vê-la ajoelhada sob seu jugo.

Como se previa, Putin invadiu usando a desculpa de defender da suposta fúria militar e governista ucraniana os moradores de Donetsk e Luhansk, duas regiões no leste da Ucrânia controladas por grupos separatistas financiados pelos russos que há poucos dias, convenientemente, declararam sua independência — um ato que só a Rússia reconhece. “Nosso objetivo é proteger pessoas submetidas a perseguição e genocídio. Lutamos pela desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”, pontificou, ameaçando quem interferir com “conse­quências jamais experimentadas na história”. Aos ataques de mísseis se seguiram tanques e tropas avançando através da fronteira com Belarus, mais ao norte — onde forças russas se concentravam havia semanas — e escaramuças no bolsão separatista, onde mercenários russos vinham se infiltrando fazia dias. Confirmada a invasão, em Kiev e outras cidades a população apavorada tentava fugir de carro, de ônibus e mesmo a pé, provocando enormes congestionamentos. As primeiras notícias falavam de dezenas de mortos, entre eles civis.

Enquanto Putin estava na TV, o Conselho de Segurança da ONU se reunia em sessão noturna justamente para tentar retomar negociações. Pegos de surpresa, os presentes partiram para o bate-boca. “Isso é invasão”, bradou o representante ucraniano. “Não, é uma operação especial”, rebateu o russo. Em Washington, Joe Biden condenou a “guerra premeditada, que resultará em catastrófica perda de vidas e sofrimento humano”. “Os Estados Unidos e seus parceiros e aliados vão responder de modo unido e decisivo”, disse — o tipo de ameaça que até agora não teve efeito algum sobre Putin. O presidente francês Emmanuel Macron foi um dos que, sentado na ponta de uma mesa de 6 metros (distância obrigatória porque se recusou a fazer teste de Covid em Moscou, para não ceder amostra de seu DNA), tentaram argumentar com Putin na outra ponta. Saiu falando que alinhavara um diálogo e foi prontamente desmentido. 

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Indo mais longe, a Alemanha cancelou a entrada em operação do gasoduto Nord Stream 2, obra de 11 bilhões de dólares com a qual Berlim sonhava garantir de vez seu suprimento de gás natural. A Gazprom, estatal russa de gás que financia a obra, entrou no rol de parceira comercial indesejável dos Estados Unidos. Do arsenal de punições, que estaria sendo preparado há meses, as mais radicais são a remoção da Rússia do sistema internacional de transações financeiras, o SWIFT, imprescindível para comprar, vender e emprestar dinheiro, e a proibição de negócios, principalmente na área de tecnologia, com empresas russas, o que afetaria a produção de computadores, veículos e uma vasta gama de itens. São medidas duras, é verdade, mas que têm uma contrapartida: trarão prejuízos para os dois lados.

Conviver com um ambiente de negócios hostil não é novidade para Putin. Em 2014, com a mesma desfaçatez e muito menos oposição, ele invadiu a Crimeia, província na ponta sul da Ucrânia, para “proteger” a população de maioria russa e, “a pedidos”, a anexou à Rússia. Na época, chegou-se a pensar que ele iria em frente com a campanha, instalaria suas tropas também na região dos separatistas e, no golpe final, derrubaria o governo — o primeiro pró-Ocidente eleito no país. A anexação da Crimeia também produziu sanções econômicas capazes de isolar a Rússia financeiramente e causar queda de 1,9% no PIB. Mas Moscou aprendeu a viver com elas e até a tirar partido da situação: a dívida externa caiu de 668,5 bilhões de dólares em 2013 para 478 bilhões no ano passado, cabendo apenas 5% ao governo, que no período acumulou uma confortável reserva monetária de 600 bilhões de dólares. Não me lembro de um único dia em que nosso país não enfrentasse restrições do mundo ocidental”, lembrou, em tom de desdém, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov. “Aprendemos a trabalhar nessas condições. Não só a sobreviver, mas a nos desenvolver.”

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Sob ataque, a Ucrânia decretou lei marcial, dispôs-se a distribuir armas aos civis e orientou a população a procurar abrigo seguro. Os Estados Unidos disseram que vão continuar abrindo ao público seus relatórios de inteligência — um dos poucos lances eficientes do lado de Biden, que à parte um confronto militar direto já descartado, não tem muito que fazer para peitar o czar todo-poderoso. A Otan informou que está enviando armas, helicópteros e equipamentos para reforçar a defesa dos países-membros próximos à zona de conflito. “Há batalhas em todo o sudeste e no centro”, informou o Ministério de Assuntos Interiores, reportando 392 bombardeios e seis pontes cortadas. Analistas acreditam que elas só vão parar quando conseguirem derrubar Zelensky e substituí-lo por dois aliados certos: o deposto oligarca Viktor Medvechuk, em prisão domiciliar e cotado para a Presidência, e o deputado Yevgeny Murayev como primeiro-­ministro. Com a casa arrumada a seu gosto, Putin encerraria a guerra do forte contra o fraco — uma ação destrambelhada que voltou a banhar de sangue o solo europeu e pode causar graves prejuízos a economia global.

Publicado em VEJA,  edição nº 2778, de 2 de março de 2022, 

MUNDO - VEJA - MATÉRIA COMPLETA

Ucrânia aceita negociar cessar-fogo com a Rússia

Encontro deve ocorrer na segunda em Belarus, país que é aliado de Vladimir Putin

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky concordou em sentar para negociar um possível cessar-fogo com a Rússia no território da vizinha Belarus.

Segundo o gabinete do presidente ucraniano, as autoridades do país toparam se reunir com uma delegação russa para discutir um possível fim das hostilidades. Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat”, disse seu gabinete.

Segundo os ucranianos, o presidente de Belarus, Aleksander Lukashenko, aliado de Vladimir Putin e da Rússia, teria dado garantias de que aviões, helicópteros e mísseis russos instalados em seu território permanecerão no chão durante a reunião com a delegação da Ucrânia. Zelensky havia dito que não teria interesse em discutir um cessar-fogo no território de Belarus. Pesados bombardeios no final de semana próximos à capital Kiev e a invasão, neste domingo pelos russos, da segunda maior cidade do país, contudo, pressionaram o presidente ucraniano a ceder.

A possibilidade de abertura das negociações foi confirmada poucas horas depois que Putin ameaçou usar armas nucleares caso os aliados da Ucrânia na Otan decidissem enviar tropas para o conflito. Putin ordenou que seus militares preparassem o arsenal nuclear do país para o pronto emprego.

'Os políticos concordaram que a delegação ucraniana se reunirá com a delegação russa sem pré-condições na fronteira ucraniana-bielorrussa, perto do rio Pripyat', disse o gabinete do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Genya Savilov/AFP 

No sábado, a comunidade europeia e os Estados Unidos anunciaram sanções econômicas contra a Rússia. Entre elas, a retirada dos bancos russos do sistema financeiro internacional. Neste domingo, a União Europeia anunciou também o fechamento do espaço aéreo para aeronaves pilotadas por russos e o banimento na região da agência oficial de notícias do governo da Rússia. [Um único comentário: Infelizmente, o presidente do território da Ucrânia, precisou do  caminho mais doloroso para aceitar , que, em uma guerra o que conta efetivamente é o que há disponível para o combate e os danos causados até o momento da decisão - as promessas dos 'aliados' a anúncios de sanções não impedem que mais edifícios sejam destruídos e mortes ocorram - e FELIZMENTE optou por negociar. ]

 Mundo - VEJA


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

China se opõe às sanções contra Rússia e chama ações dos EUA de 'imorais' - O Globo/Bloomberg

Porta-voz da Chancelaria critica governo Biden e Otan por instalarem armas ofensivas perto da Rússia: 'Já pensaram nas consequências de encurralar uma grande potência?'

Hua Chunying, porta-voz da Chancelaria chinesa: "Um pardal não entende um cisne" Foto: TINGSHU WANG / REUTERS
Hua Chunying, porta-voz da Chancelaria chinesa: "Um pardal não entende um cisne" Foto: TINGSHU WANG / REUTERS

Pequim não vê as sanções como “a melhor maneira de resolver problemas”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, em entrevista a jornalistas em Pequim nesta quarta-feira. Ela também criticou os EUA e a Otan por instalarem armas ofensivas perto da Rússia, perguntando se “eles já pensaram nas consequências de encurralar uma grande potência”.

Leia também: Ucrânia pede para cidadãos deixarem a Rússia, convoca reservistas e vai decretar estado de emergência

A crise na Ucrânia forçou a China a um delicado ato de equilíbrio, pois busca apoiar a Rússia contra os EUA, ao mesmo tempo em que se apresenta como uma potência global responsável e defensora do princípio da soberania dos países. O presidente americano, Joe Biden, impôs sanções a Moscou por reconhecer a independência das duas autoproclamadas repúblicas separatistas ucranianas e prometeu que mais viriam. Outros aliados dos EUA, como União Europeia, Japão e Reino Unido, também atingiram a Rússia com medidas econômicas punitivas.

Reação: Bolsas europeias sobem e petróleo cai, após sanções à Rússia

Hua disse que os EUA são “culpados” pela situação da Ucrânia, afirmando que o governo americano estava “colocando lenha na fogueira enquanto apontava o dedo para outras pessoas que tentavam apagar o fogo”.

Esse ato é irresponsável e imoral — disse a porta-voz sobre os movimentos dos EUA.

E mais: Mencionado por Putin, passado nuclear da Ucrânia é marcado por medidas incisivas e lamentos oficiais

A China frequentemente critica a política de sanções dos EUA, também impostas a Pequim por questões como denúncias de abusos de direitos humanos na região de Xinjiang, no extremo oeste chinês, e a prisão de ativistas pró-democracia em Hong Kong. Hua também comparou as ações dos EUA com as da China, que ela disse serem mais construtivas.— Ao contrário dos EUA, que estão enviando armas, aumentando as tensões e aumentando a possibilidade de guerra, a China tem pedido a todas as partes que respeitem e valorizem as preocupações legítimas de segurança umas das outras — disse Hua, que conduziu o briefing diário do Ministério das Relações Exteriores pela primeira vez desde setembro. — Temos feito esforços para resolver a questão por meio de negociações e consultas para proteger a paz e a estabilidade regionais.

Quando questionada se não haveria uma contradição entre sua defesa das demandas de segurança da Rússia e o apego da China aos princípios da soberania e da integridade territorial dos países, Hua disse que a posição de Pequim sobre a Ucrânia "é coerente e não mudou".

—  As declarações da China estão em linha com nossa posição de que questões regionais candentes devem ser resolvidas pelo diálogo e a consulta. A China sempre defende a objetividade e a justiça, e decide sua posição com base nos méritos da questão em foco. Nós acreditamos que todos os países devem resolver suas disputas internacionais de maneira pacífica de acordo com os objetivos e princípios da Carta da ONU.

Ela acrescentou, porém, que "razões e causas são importantes quando tentamos entender as coisas".—  Há um contexto histórico complexo na questão da Ucrânia e a situação atual é resultado da junção de muitos fatores complicadores.

[Nota de Esclarecimento:  Recebemos várias manifestações  de alguns dos nossos "leitores", talvez, mais adequados seja chamá-los de ofensores, enviados como "comentários", quando denominá-los ofensas seria o mais adequado.

Vamos ao que interessa: nos criticam por, segundo entendimento que expressam, nos colocarmos como um Blog de direita e apoiarmos a Rússia.

O Blog Prontidão Total, foi, é e sempre será um Blog de Direita - caso queiram nos chamar extrema-direita ou ultradireita vamos nos considerar elogiados e desde já agradecemos.

O Blog Prontidão Total foi, é sempre será um Blog Conservador, defensor intransigente  dos VALORES tais como: BONS COSTUMES, FAMÍLIA, MORAL, PROPRIEDADE, RELIGIÃO, TRADIÇÃO, LIBERDADE, PATRIOTISMO, (não consideraremos nos classificar como TFP - Tradição, Família e Propriedade  uma ofensa) e valores similares. 

O Blog Prontidão Total é dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. 

Os que quiserem consultar de forma investigativa o conteúdo do Blog Prontidão Total, encontrarão vários artigos contra o comunismo, cujo conteúdo ora ratificamos.  

Por oportuno, recomendamos a leitura de matéria recente, na qual está expresso claramente a rejeição ao comunismo e a tudo a que tal doutrina esteja vinculada,  incluindo, sem limitar, a maldita esquerda. Confiram, clicando aqui: Por que a extrema-esquerda ataca o catolicismo!

Não existe, ao que entendemos, comunismo bom ou ruim, comunismo menos ruim ou menos bom. Comunismo é comunismo e sempre será ruim. Nossa postura favorável ao presidente russo, Vladimir Putin, é simples,   visto que a pendenga Rússia x Ucrânia não envolve religião, não ataca valores cristãos e Putin - apesar do comunismo e a esquerda, disfarçados sob a denominação progressistas, continuarem juntos buscando à consecução do mal - é conservador, o que nos aproxima mais do que do 'progressismo' do cidadão que ocupa a presidência dos Estados Unidos da América.

Joe Biden defende a implantação do mal em todas as suas mais diabólicas formas. Exemplo: logo que assumiu  o cargo que ocupa,aquele senhor assinou 'ordens executivas' facilitando o aborto; não vacilou, por incompetência ou má-fé, ou as duas, em determinar a saída dos americanos do Afeganistão e, contrariando qualquer lógica de humanidade,autorizou que primeiro  saíssem os militares e na sequência os civis - o resultado o mundo inteiro sabe. 

Tanto que entre estar ao lado do conservador Putin e do progressista Biden (que tem como meta a destruição dos valores morais,  da Religião, da separação de gêneros, da linguagem neutra, da Família e tudo o mais que seja bom e digno = tendo como aliado a maldita esquerda) ficamos do lado do conservador Putin e dos seus ideais conservadores.

Uma palavra de consolo: calma.... não é aquela que muitos pensaram... essa confusão toda entre Rússia x Ucrânia x Otan não vai dar em absolutamente nada. Sanções não terão grande impacto e o Ocidente vai ciscar, ciscar e logo tudo se acomodará = a OTAN continuará perdendo espaço; a Rússia consolidará sua posição de potência mundial  e a Ucrânia entenderá, aceitando, que áreas que atualmente integram seu território,ao se tornar independentes manifestam vontade de se integrar ao território russo estão exercendo seu direito de nações independentes. A Rússia tem uma história peculiar no que diz respeito a ser invadida: Napoleão tentou e perdeu; Adolf Hitler, führer do IIIº Reich, também foi derrotado.

Fechando, não esqueçam que logo que assumiu, a presidência dos EUA, o senhor Biden e o senhor Macron,  em uma reunião sobre meio ambiente cogitaram em internacionalizar a Amazônia - que deixaria de pertencer ao Brasil e seria propriedade de todo o mundo = terra de ninguém. Felizmente, desistiram. Agora tentam internacionalizar a Sibéria - um pouco maior do que o Brasil  - ao tentarem impor a Rússia o que deve fazer em relação aos seus vizinhos? Mais uma desistência? Ousamos marcar SIM.]

Hua evitou, porém, se pronunciar diretamente sobre o reconhecimento das regiões separatistas por Moscou, assim como a China nunca reconheceu formalmente a anexação pela Rússia da Península da Crimeia, em 2014. A península fora cedida à Ucrânia na era soviética e sua anexação foi uma represália de Moscou à instalação de um governo pró-Ocidente em Kiev.

No sábado, na Conferência de Segurança de Munique, o chanceler chinês, Wang Yi, disse por videoconferência que a soberania de todos os países deve ser respeitada, "incluindo a da Ucrânia".

Mundo - O Globo e Bloomberg 


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Putin vê Biden como incompetente - O Globo

Guga Chacra

[Biden é incompetente]

EUA x Rússia

O governo de Barack Obama, na visão de Vladimir Putin, agiu para derrubar um presidente ucraniano aliado de Moscou em 2014 ao fomentar as manifestações do Euromaidan via a então secretária assistente de Estado Victoria Nuland, que chegou a ir a protestos. 
Ao mesmo tempo, o então presidente americano, na avaliação do autocrata russo, teria sido um “frouxo” ao impor sanções quase sem impacto depois da resposta russa com a anexação da Crimeia e do estabelecimento de duas repúblicas separatistas no Leste ucraniano — na verdade, na época, o democrata precisava da Rússia nas negociações para o acordo nuclear com o Irã, e penalizar Moscou de forma muito dura podia prejudicar essa estratégia, mas a imagem de ter sido “leve” demais prevaleceu. [esqueçamos as mancadas, ou segundo Putin a frouxidão,  do democrata Obama - seu tempo passou e já pertence ao passado e vamos citar um dos vários exemplos da incompetência do democrata que preside os Estados Unidos.
De muitas, selecionamos uma que demonstra a incompetência, também o  e descaso por vidas humanas do atual presidente norte-americano: ao "comandar" a retirada dos americanos do Afeganistão, em uma demonstração da sua genial incompetência, ou baidada, ordenou que os militares se retirassem primeiro, deixando com os civis a tarefa de apagar as luzes. Concluindo a baidada, ordenou um bombardeio que resultou na morte de vários civis, incluindo crianças.Que esperar de tanta incompetência e desprezo por vidas humanas? Em tempo ... confirmando sua predileção por tirar vidas humanas, sempre que possível,inocentes e  indefesas um dos seus primeiros decretos facilitou a vida dos defensores do aborto nos  EUA. Demonstra desprezo pelo emigrantes,tarefa na qual conjsta com o apoio de sua vice.] 
 
Com a chegada de Donald Trump ao poder, Putin não viu necessidade de alterar o status quo na Ucrânia. O então presidente americano deixava claro que não queria atrito com o líder russo. Inclusive, conforme investigação da Justiça americana, a Rússia agiu para ajudar o republicano a derrotar Hillary Clinton
Para completar, Trump adotou uma postura crítica em relação à Otan. Chegou a questionar o Artigo 5 da aliança militar, que prevê que os países-membros precisam defender um outro integrante da organização caso este seja atacado. “Por que meu filho deveria ir para Montenegro defender o país de um ataque”, disse em entrevista à Fox News. Não havia, portanto, o menor risco de expansão da Otan em direção à Ucrânia durante os anos trumpistas. [A Otan teve seu tempo e grande utilidade na época da Guerra Fria - nos tempos atuais  sua existência perdeu o sentido e para mostrar alguma serventia fica interferindo nos assuntos internos de outros países.  
A falta de serventia da Otan  se iguala a da ONU - que tem pretensões a interferir, mas quando o assunto realmente merece sua intervenção, o poder de veto dos seus 'donos' a mantém inútil.
Hoje, quando a ONU tem alguma voz ativa, usa para defender coisas  indefensáveis e que sempre conspiram contra valores essenciais, entre eles a FAMÍLIA, a MORAL, a RELIGIÃO, os BONS COSTUMES e outros.]

Leia mais:   Para Putin, base dos EUA na Polônia, a 1.300 km de Moscou, justifica aposta russa na Ucrânia

O cenário se alterou com Joe Biden. Primeiro, obviamente, não havia mais um isolacionista na Casa Branca. O novo presidente é um multilateralista em busca do fortalecimento da Otan. Em segundo lugar, o democrata tinha ligações com a Ucrânia. Seu filho, Hunter Biden, conhecido por seus enormes problemas, ocupou no passado um cargo no conselho de uma empresa de energia em Kiev (algo extremamente controverso). Terceiro, o líder russo enxerga o presidente americano e sua equipe de política externa como incompetentes, especialmente após o fiasco da retirada do Afeganistão. Para completar, a Ucrânia tem no poder um presidente que fez carreira como comediante, sem nenhum histórico político. Volodymyr Zelensky é impopular e frágil na visão do Kremlin. Mais grave, adotou uma posição forte de aproximação com a Europa e a Otan.

Diante desta nova conjuntura, Putin decidiu apostar suas fichas em uma pressão para conseguir concessões e evitar uma guinada definitiva da Ucrânia para o lado “pró-europeu”. Se por um lado o status quo não estava mais garantido sem Trump na Casa Branca, de outro, o “incompetente” Biden e o “frágil” Zelensky tornavam o momento propício para uma ação para tentar restabelecer a Ucrânia como parte da zona de influência russa ou ao menos frear a guinada para a Europa. Esta ainda é a visão do líder russo, que tenta fazer o governo americano de bobo.

O governo Biden busca alterar o cálculo de Putin ao adotar um tom duro. Basta ver as recentes declarações do presidente americano, ameaçando com fortes sanções a Rússia no caso de invasão. Quer dar o recado de que não é “frouxo” como Obama e irá agir com fortíssimas sanções se tropas russas cruzarem a fronteira. [Declarações até o Jimmy Carter fazia e não só sobre amendoins - Biden tem de sobra as qualidades negativas que Carter tinha o que garantirá ao atual ocupante da Casa Branca o primeiro lugar na lista dos incompetentes, deixando com o georgiano o merecido segundo lugar.] Basicamente, tornará Moscou pária no sistema financeiro global. Claro, não sabemos se realmente o líder russo pretende invadir ou se desde o início apenas mobilizou as tropas para ter um poder maior de barganha.

Guga Chacra, coluna O Globo


quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Biden, dá uma 'baidada' e aproxima mais China e Rússia contra os EUA - Macron recebe de Putin um sanduíche de vento - Blog Mundialista

Frustração: Macron descobre os perigos de tentar fazer acordo com Putin

Em busca de uma vitória diplomática que revertesse em ganhos eleitorais, o presidente francês sai de Moscou com sanduíche de vento na mão

Geopolítica não tem nada a ver com moralidade e tudo a ver com o uso efetivo do poder”. Assim o historiador e colunista Dominic Green definiu a palavra que está sendo ressuscitada diante dos lances dramáticos que tanto a China quanto a Rússia estão fazendo no tabuleiro mundial.

Com um cacife muitas e muitas vezes menor, a Rússia tem o destaque do momento porque parece ter ido além de suas capacidades ao colocar 130 mil soldados cercando a Ucrânia por três lados. Como sair dessa sem passar carão e sem nenhuma vantagem obtida para seu objetivo primordial, redesenhar o status quo vigente desde o fim da União Soviética?

A resposta está em em interlocutores como Emmanuel Macron. Extremamente bem preparado e inteligente, Macron avaliou que se daria bem se aparecesse como o líder político que desativou a bomba armada por Vladimir Putin na Ucrânia. Já que Putin não quer invadir a Ucrânia, mas garantir que os americanos, via Otan, fiquem longe de suas fronteiras, por que não oferecer uma porta de saída a ele, foi o raciocínio por trás da missão diplomática que levou Macron a uma reunião de emergência no Kremlin, “num salão frio como a Sibéria”, na definição de um político oposicionista, com cada um numa cabeceira de uma mesa que acomodaria metade de uma corte czarista?

Macron saiu da mesa gigantesca achando que tinha conseguido a concordância de Putin para “não empreender novas iniciativas militares” – diplomatês para não desencadear a temida invasão.  “Essencialmente, é falso”, qualificou o gélido porta-voz de Putin, Dmitri Peskov. “Moscou e Paris não puderam selar nenhum pacto. É, simplesmente, impossível”.

A faca foi revirada sem piedade. “A França ocupa a presidência da União Europeia. A França é membro da Otan, onde Paris não tem a liderança. Neste bloco, a liderança é de outro país. Que acordos podemos discutir?”.

Tapinha adicional: mal acabou o encontro do qual Macron saiu dizendo que a Rússia tinha se comprometido a congelar a situação atual e foram anunciadas novas manobras perto da fronteira com a Ucrânia.

Qual a jogada de Putin?

Nas interpretações mais pessimistas, ele está conseguindo tudo o que queria. “Os Estados Unidos foram expostos como um protetor não confiável, incapaz de defender uma posição avançada demais como a na Ucrânia, na porta de entrada da Rússia”, escreveu Dominic Green. “A Otan está dividida e enfraquecida, uma sombra da projeção imperial”.

Pode haver exagero nessa análise, mas é verdade que França e, principalmente, Alemanha fazem uma espécie de reação passiva-agressiva aos Estados Unidos na questão da Ucrânia. O novo primeiro-ministro alemão, Olaf Sholz, foi a Washington para manifestar apoio aos Estados Unidos, mas se recusou a repetir as palavras de Joe Biden. O presidente americano garantiu que o gasoduto Nord Stream 2 entrará nas sanções contra a Rússia se a Ucrânia for invadida.

A dependência alemã do gás russo é o tipo de fragilidade geoestratégica que Putin sabe explorar muito bem. Como mestres na arte da propaganda, os russos também identificam a tática americana de propalar em tom estridente todos os possíveis e até as impossíveis –  desenvolvimentos que significariam uma intervenção russa.

Um deles: uma operação de “bandeira falsa” que simularia um ataque contra ucranianos de origem russa, justificando a intervenção armada.

A armação é notavelmente parecida com um episódio infame da Alemanha nazista. Para justificar a invasão da Polônia, homens das SS simularam um ataque polonês à rádio da cidade fronteiriça de Gleiwitz. Prisioneiros do campo de trabalhos forçados de Dachau foram vestidos com fardas polonesas, mortos e mutilados (curiosidade histórica: quem forneceu os uniformes foi Oscar Schindler, colaborador da inteligência militar e depois salvador de 1 200 judeus que trabalhavam em sua fábrica). Serviram para “provar” a falsa agressão da Polônia.

A operação Gleiwitz foi no dia 30 de agosto de 1939. Em 1º de setembro, foi desfechada a invasão da Polônia – e começou a II Guerra Mundial. Os russos emulariam um episódio tão conhecido, com suas tétricas consequências?  Não é provável – mas também não é impossível. Operações assim têm por objetivo convencer a opinião pública interna, que não constitui um problema grave para Putin. A máquina de propaganda já convenceu a maioria dos

A máquina de propaganda já convenceu a maioria dos russos que a Otan é o agente agressor.  Com um Putin irredutível, Macron partiu para o lado mais fraco e foi a Kiev pressionar o mais azarado dirigente mundial, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski. As propostas de Macron implicariam, em última instância, em tirar da constituição ucraniana a cláusula que estabelece como objetivo nacional entrar para a Otan e passar a desfrutar da proteção garantida a todos os seus membros.  “Temos uma visão comum com o presidente Macron sobre as ameaças e os desafios à segurança da Ucrânia, a toda a Europa e ao mundo, de forma geral”, esquivou-se diplomaticamente o ex-comediante.

Emmanuel Macron não é bobo e sabe bem com quem está lidando. Sabe também que tem uma eleição a ganhar em abril e qualquer coisa que pareça com uma acomodação na Ucrânia poderá ser usada a seu favor. Muitas das exigências da Rússia para desarmar a bomba ucraniana são tão absurdas que foram feitas justamente para cair numa eventual mesa de negociação. Se Macron conseguiu nada ou muito pouco com sua arriscada viagem é porque Putin quer, pelo menos por enquanto, manter a pressão. E ver até onde os aliados europeus dos Estados Unidos não entram em pânico.

Blog Mundialista - Vilma  Gryzinski - VEJA


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

EUA cobram ‘resposta forte’ do Brasil contra cerco de Putin à Ucrânia

Mundo - Ernesto Neves

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, conversaram por telefone

Os Estados Unidos cobraram do Brasil nesta segunda-feira (10) uma posição firme contra uma eventual invasão da Rússia à Ucrânia. Desde 2021, o presidente russo, Vladimir Putin, posicionou 100.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia para evitar que o país se aproxime do Ocidente.

[presidente Biden! uma sugestão sensata e irrecusável: o presidente Bolsonaro foi eleito em 2018, com quase 60.000.000 de votos, para  governar o Brasil;
O senhor foi empossado em janeiro 2020 presidente dos Estados Unidos. Portanto, o senhor governa o país do qual é o presidente e o presidente Bolsonaro governa o Brasil. 
Cada um cuida dos assuntos do seu país = bom para os dois lados.]

A cobrança aconteceu durante um telefonema entre o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, nesta segunda-feira.  Blinken disse será necessário “uma resposta forte e unida” contra uma eventual ofensiva russa contra Kiev.

De acordo com o comunicado divulgado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, a crise no leste da Europa foi uma das prioridades discutidas entre os dois durante a conversa. O comunicado afirma que a diplomacia americana pretende trabalhar com o Brasil em questões regionais, como a situação calamitosa do Haiti.

Recentemente, o Brasil voltou a ter assento no Conselho de Segurança da ONU.  Também nesta segunda-feira, diplomatas enviados por Washington e Moscou a Genebra, na Suíça, discutiram uma posição distensão na fronteira ucraniana.

A reunião durou mais de oito horas em Genebra, na Suíça. Segundo o Kremlin, não existem planos de invasão. “Não há razão para temer algum tipo de cenário de escalada”, disse Sergei Ryabkov.

“As negociações foram difíceis, longas (…). Temos a sensação de que o lado americano levou as propostas russas muito a sério e as estudou profundamente”, acrescentou.

Mundo - VEJA


quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Quanto do arsenal nuclear restou à Ucrânia para “recepcionar” os russos? - Sérgio Alves de Oliveira

Tudo leva a crer que a Rússia tentará (re)incorporar a Ucrânia à sua soberania, provavelmente nos primeiros meses de 2022, segundo declarações do próprio Presidente ucraniano,Volodymyr Zelonsky, e o “alerta vermelho” nos EUA,OTAN e União Européia.
 
Na verdade a “sede” imperialista da Rússia por novos territórios não tem limites. Deve ser um “vírus” comunista qualquer. O mesmo acontece com a China,que também quer “engolir” diversos outros “vizinhos”, muito prósperos, mas que enriqueceram graças à distância que mantiveram da bandeira comunista.   
                                   
Desde 2014 o leste da Ucrânia  é palco de uma guerra entre Kiev e separatistas pró-Rússia, e que já deixou cerca de 13 mil mortos,após anexação da  (Península) Crimeia, localizada ao norte do Mar Negro, pela Rússia,que a “roubou” da Ucrânia.
 
Os “cossacos” são considerados os  fundadores da Ucrânia e o espírito guerreiro desse povo, notáveis cavaleiros, muito ajudou o Exército russo,do qual chegaram a ser uma corporação apartada,  com cerca de 150 mil integrantes. Mas apesar do espírito autodeterminista do seu povo,formado em grande parte pelos “cossacos”, bem representados no respectivo  “brasão cossaco”, a Ucrânia acabou sendo absorvida pela Rússia, em 1922, pouco após a Revolução Bolchevique, de outubro de 1917.
 
Mas mediante a “Perestroika”(reconstrução), de Mikhail Gorbatchov, a Ucrânia acabou reconquistando a sua independência, após a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,em 1991, o que foi ratificado  em 1992.
 
Porém a independência da Ucrânia acabou trazendo um enorme problema para a Rússia, já que a maior parte da infraestrutura  do arsenal nuclear da extinta URSS ficava exatamente nas terras da Ucrânia,tanto que chegou um dado momento em que após desligar-se da União Soviética, a Ucrânia chegou a ser  considerada a terceira força nuclear do Planeta.
 
Apesar da Ucrânia ter uma população de somente 44 milhões de habitantes, e um território de apenas 603.620 Km/2, contra os 143 milhões de habitantes da Rússia, e um território (o maior do mundo) de 17,09 milhões de Km/2, o seu poderio nuclear  ainda  deve ser considerado  um dos maiores do mundo,merecendo o maior respeito das grandes potências mundiais. 
 
Cuidado, portanto,”Dona” Rússia, que os estragos de um eventual conflito armado “nuclear” com a Ucrânia poderiam ser catastróficos  para ambos os  lados, com sérias consequências para o restante do mundo que nada tem a ver com essas desavenças políticas e militares regionais.
 
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

sábado, 6 de junho de 2020

A direita insana - IstoÉ

Cinco personagens expõem a miséria atual da vida política nacional e apontam para a conformação de uma nova extrema-direita com ideias sem pé nem cabeça e um desejo incontido de violência e lacração 

Seria ridículo se não fosse trágico. A manifestação noturna montada na frente do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo autodenominado grupo 300 do Brasil, liderado pela ativista bolsonarista Sara Winter, ficará marcada pelo esvaziamento [sic] e falta de importância. O protesto serviu para espernear contra o relator do inquérito das fakenews, o ministro Alexandre de Moraes, atual inimigo número 1 dos radicais, a quem Sara chamou de “arrombado”. Mas o que pretendia ser uma grande ameaça direitista parecia um teatro ordinário, cheio de jovens grã-finos carregando tochas ou usando máscaras do personagem Jason, num clima de falsa Ku Klux Klan. [O KKK apresentado como símbolo da Ku Klux Klan,nada mais é do que o indicador de gargalhada Ka Ka Ka......na internet.
Os antifas são tão desacreditados que tentam trazer para as ruas do Brasil - que atravessa uma pandemia, uma crise econômica e para completar não deixam o presidente República governar - uma crise racial que está ocorrendo nos Estados Unidos.
Os problemas do Brasil são imensos e não é bom para o Brasil e para os brasileiros,  trazer problemas de outros países para cá.] O que não surpreende porque essa nova extrema-direita brasileira é absurda e sem vergonha. Esses grupos radicais que ganham forma agora no Brasil misturam símbolos neonazistas, fascistas, supremacistas e autoritários de um modo geral, falam muito palavrão e querem se assentar no poder. O ídolo momentâneo é o ditador Benito Mussolini, citado por Bolsonaro numa postagem. É um pessoal que toma leite, precioso líquido dos extremistas, para ser afirmar ideologicamente. Apesar do leite, cultivam a aparência de malvados e o poder dissuasivo. Exibem armas e, obviamente, todos defendem um golpe militar.
[por favor, ao ler tenha em conta:
- só os temas importantes são muito falados = quanto mais falam maior é a importância do assunto;
- quanto mais eles criticam mais estão incomodados e tentam criar uma imagem falsa do que criticam;
- se falam muito e falam mal é que o assunto além de importante prejudica interesses não republicanos (tipo os da Turma Mecanismo).
Assim, leia, desconte as calúnias e aleivosias assacadas contra a direita = que atravessa um processo de crescimento incontido em todo o mundo = e conheça melhor  o que eles tanto temem.]
Sara Winter ou Sara Fernanda Giromini, 27.......... 
Convertida ao cristianismo, diz-se defensora da família tradicional brasileira, luta contra a discussão de gênero, as drogas, a doutrinação marxista, a jogatina e a prostituição.
Gosta de exibir armas e se mostrar agressiva e desbocada. Hoje é uma das apoiadoras mais ferrenhas do presidente Jair Bolsonaro, tem um cargo no governo e comanda os 300 do Brasil. Parte dos membros do grupo está alojada em Brasília num acampamento situado no núcleo rural Rajadinha, entre Paranoá e Planaltina. A propriedade foi escolhida por cumprir o objetivo de dificultar a aproximação de estranhos e evitar olhares curiosos. Sara foi um dos alvos da operação da Polícia Federal que investiga as fake news, sob ordens do ministro Alexandre de Moraes. Nas redes, Sara divulgou vários impropérios e palavrões contra o ministro e a PF e disse que se recusará a depor.



Em sua cruzada para promover torturadores e facínoras, Bolsonaro postou uma citação de Mussolini no Twitter em que convoca a população a morrer lutando pela liberdade

Tiros nos antifascistas
Outro expoente dessa onda extremista é o deputado estadual Daniel Silveira (PSL-RJ), que ao longo da semana disse, numa transmissão pelo YouTube, que estaria disposto a atirar em manifestantes antifascistas se houvesse um enfrentamento. Ex-policial, Silveira é conhecido por ter sido filmado quebrando uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL) nas eleições de 2018. Também é alvo da mesma operação da PF que atingiu Sara Winter. Nos últimos meses se tornou muito ativo no YouTube e depois dos protestos de domingo publicou vários vídeos que mostram muito bem o espírito da nova extrema direita. Em um deles chamou os participantes de um protesto antifascista que aconteceu, domingo 31, na Praia de Copacabana, de “vagabundos” e, em outro, ameaçou se dirigir ao grupo, declarando a um policial do isolamento que estava armado. “Eu vou lá. Vamos ver se eles são de verdade. O primeiro que vier eu “cato”. Aí fica a lição. Eu queria ir lá pegar um, po. Deixa eu pegar um, caralho”, disse Silveira. Mais tarde, o deputado afirmou que não estava ameaçando ninguém, mas que considerava uma “hipótese plausível, factível” a de que poderia usar uma arma para se defender de manifestantes.

A mulher do porrete [esse porrete tem incomodado bastante.]
Representante de destaque dessa nova turma da extrema-direita é Cristina Rocha Araujo, também apoiadora fervorosa de Bolsonaro. Ela ficou conhecida, no domingo 31, porque portava um taco de beisebol durante uma caminhada contra  a democracia na Avenida Paulista. Acabou retirada da manifestação pela Polícia Militar. “Senhora, por favor, vamos para lá”, disse o agente de segurança, enquanto encaminhava a bolsonarista para o grupo de simpatizantes do mandatário. “Eu não tenho medo, vim para a guerra”, responde ela. Além do porrete, no qual estava escrito Rivotril, um remédio ansiolítico, a manifestante levava no rosto uma máscara com a bandeira dos Estados Unidos, e se dizia com vontade de “enfiar o bastão nas pessoas que estavam criticando o presidente”. Ela se diz filha de um general e amiga do general Eduardo Villas-Boas, ex-comandante do Exército e um dos articuladores da campanha de Bolsonaro à Presidência. Ela trocou insultos e xingamentos com manifestantes a favor da democracia, que naquele dia estavam representados pelas torcidas organizadas dos principais times de futebol de São Paulo.


O amigo do filho 03
Também chama a atenção nessa nova extrema-direita o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Paulo Bilynskyj, 33. Ele foi baleado em 20 de maio, por sua namorada, a modelo Priscila Delgado de Bairros, 27, após discussão e briga do casal, dentro do apartamento em que viviam juntos, em São Bernardo do Campo. O delegado ficou internado durante treze dias na UTI do Hospital Mário Covas, em Santo André. Bilynskyj, que era instrutor de tiro e dava aulas a Priscila, contou que a namorada teria ficado furiosa, enciumada, após ver uma troca de mensagens entre ele e uma ex-namorada. Na versão do delegado, a modelo teria disparado seis tiros contra ele e depois se matado com um tiro no peito. 
Porém, a investigação continua correndo e nenhuma possibilidade é descartada: feminicídio, homicídio e legitima defesa. Os dois se conheceram em 2019, e desde abril estavam morando juntos. 

A bandeira ucraniana
Uma misteriosa bandeira vermelha e preta apareceu na manifestação na Avenida Paulista, em meio aos grupos bolsonaristas, no domingo. Falou-se primeiro que se tratava de uma bandeira neonazista, mas logo se descobriu que era apenas de um grupo extremista e ultranacionalista ucraniano chamado Pravyi Sektor, organização paramilitar convertida em partido político. O reconhecimento da bandeira, inclusive, teria sido o estopim do entrevero entre bolsonaristas e torcidas organizadas que houve naquele dia. Quem portava a bandeira era o brasileiro Alex Silva, 46, instrutor de segurança que mora na Ucrânia desde 2014. Ele trabalha em uma academia de tiro e táticas militares em Kiev, capital do país, e, diante do clima propício às armas e ao conflito, veio abrir uma filial no Brasil. Ficou impedido de voltar para casa por causa da pandemia. Enquanto isso passa seu tempo em manifestações pró-Bolsonaro e contra a democracia. “A gente sempre vai de uma maneira ordeira, pacífica, sem quebra-quebra, sem vandalismo. O máximo que a gente faz é vaiar os caras que nos chamam de gado”, disse Silva.Eles são terroristas, não são pró-democracia coisa nenhuma”. Sua polêmica bandeira, porém, causou revolta e teve um efeito provocativo. Os novos extremistas dão a sensação de que podem manejar qualquer símbolo autoritário impunemente. Para eles, o importante é lacrar e se preparar para a briga, que pode eclodir a qualquer momento.

Em IstoÉ, MATÉRIA COMPLETA




quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Irã diz que não entregará as caixas-pretas de avião que caiu para os EUA - Folha de S. Paulo

AFP/Reuters

Boeing 737-800 seguia para a Ucrânia, mas caiu pouco após a decolagem e matou 176 pessoas 

A autoridade de aviação do Irã disse que não entregará aos Estados Unidos as caixas-pretas do avião que caiu em Teerã na manhã desta quarta-feira (8). O voo PS752, da companhia UIA (Ukraine International Airlines) decolou às 6h12 na hora local (23h42 de terça em Brasília) e seguia para Kiev. Ele caiu cinco minutos após deixar o aeroporto de Teerã e percorrer cerca de 45 km. As 176 pessoas a bordo morreram. "Não daremos as caixas-pretas ao fabricante [Boeing] nem aos norte-americanos", disse  Ali Abedzadeh, diretor da autoridade de aviação iraniana, citado pela agência Mehr.

O avião acidentado era um Boeing 737-800, um dos modelos mais usados na aviação global. É praxe que o fabricante de uma aeronave acidentada participe das investigações, como modo de buscar meios de prevenir novos acidentes. A Boeing tem sede nos EUA, e a autoridade de aviação civil norte-americana costuma participar das investigações de acidentes aéreos em outros países. O piloto não chegou a declarar emergência nem pedir ajuda à torre de controle, segundo a autoridade de aviação civil do Irã. A mídia do país divulgou relatos de que o acidente foi causado por problemas técnicos.  O Irã é alvo de fortes sanções dos EUA, que impedem negócios e parcerias entre os dois países em diversas áreas. 

A queda do avião ocorreu cerca de cinco horas depois que o Irã disparou mísseis contra bases americanas no Iraque, em resposta à um ataque dos EUA que matou o general Qassim Suleimani, principal autoridade militar iraniana.  As autoridades da Ucrânia e do Irã disseram que investigam as causas do acidente. A embaixada da Ucrânia descartou a possibilidade de terrorismo e inicialmente informou que teria ocorrido uma falha no motor do avião. No entanto, depois apagou a mensagem e disse que é preciso esperar as investigações para poder dizer, de modo oficial, quais foram as razões da queda.

Na Folha de S. Paulo - MATÉRIA COMPLETA

 


 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O mundo é redondo - Nas entrelinhas

“As exportações pelos estados setentrionais do Brasil tendem a crescer regularmente, com a ferrovia norte-sul e o chamado Arco Norte, incluindo portos da Bahia, de Pernambuco, do Maranhão e do Amazonas”

Em 12 de abril de 1961, a bordo da Vostok 1, Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem a ser lançado no espaço. A nave media apenas 4,4 metros de comprimento por 2,4m de diâmetro, e pesava 4.725 quilos, com dois módulos, um para acomodar os equipamentos e tanque de combustível, e o outro era a cápsula onde o cosmonauta realizou a proeza de ser o primeiro humano a ver que o nosso planeta é redondo: “A Terra é azul! Como é maravilhosa. Ela é incrível!”, exclamou Gagarin, durante a única volta que deu em órbita. Aos 27 anos, ele havia sido selecionado entre 19 pilotos submetidos a testes físicos e psicológicos rigorosíssimos. Tinha somente 1,57m de altura e pesava 69kg, ou seja, seu porte físico acabou sendo um diferencial para a seleção, como acontece com submarinistas e jóqueis.

Quando entrou na nave, fez um comentário como se fosse o último: “Em poucos minutos, possivelmente, uma nave espacial irá me levar para o espaço sideral. O que posso dizer sobre estes últimos minutos? Toda a minha vida parece se condensar neste momento único e belo. Tudo o que eu fiz e vivi foi para isso!” Naquele mesmo ano, ainda criança, levado por minha mãe ao Monumento dos Pracinhas, no Rio de Janeiro, tive a oportunidade de ver o Gagarin. A imagem que trago na memória não é a do seu porte físico, é a da multidão, e não a do seu sorriso cativante, que aparece em todas as fotos, classificado pelo poeta russo Evguêni Evtuchenko (1932-2017) como o mais bonito do mundo.

Isso é conversa de comunista, dirão os terraplanistas, numa dupla demonstração de ignorância: Evtuchenko e o então presidente da Rússia, Boris Yeltsin, lideraram os protestos que resultaram no fim da União Soviética e do chamado “socialismo real” no Leste Europeu. Não morra antes de morrer, seu livro em prosa publicado no Brasil pela Record, em 1999, relata a crise que levou ao colapso o sistema soviético, depois do sequestro de Mikhail Gorbatchov pelos militares, que tentaram dar um golpe de Estado contra a perestroica. Foi um tiro pela culatra. Seu poema Babi Yar, nome de um desfiladeiro nas imediações de Kiev, que relata o massacre de 35 mil judeus peCazaquistãolos nazistas, em setembro de 1941, serviu de inspiração para a 13ª Sinfonia de Chostakóvitch, cuja força lírica também foi uma crítica ao antissemitismo soviético.

O voo de Gagarin durou exatos 108 minutos, a uma altura de 315km a partir da superfície, em uma velocidade de 28 mil km/h. O cosmonauta se manteve em contato com a Terra por rádio e telégrafo. Na volta ao planeta, os cientistas soviéticos erraram o cálculo da trajetória de aterrissagem da nave, fazendo com que Gagarin caísse no Cazaquistão — a mais de 320km do local previsto. Depois da aterrissagem, sozinho, precisou esperar que a equipe o resgatasse. O erro acabou sendo mais uma prova do sucesso pleno da primeira missão espacial humana.

Lembrei-me de Gagarin por causa de um vídeo do físico norte-americano Carl Sagan, que circulou nas redes às vésperas do ano novo, numa dessas recidivas virais da internet, pois trata-se de um programa de tevê de 1980, de divulgação científica, intitulado Cosmos. O físico morreu em 1996, aos 62 anos. Nele, explica como alguns gregos antigos já haviam descoberto, através da simples observação, que a Terra é uma esfera. Eratóstenes, um estudioso grego, que dirigiu a famosa Biblioteca de Alexandria, viveu entre os anos de 276 a.C. e 195 a.C. Utilizando apenas “varas, olhos, pés, cérebro e o prazer de experimentar”, observou a sombra de duas colunas, uma colocada em Siena e outra em Alexandria, ambas no Egito.

Complexidade
Ele notou que em Siena, no dia do solstício de verão, ao meio-dia, o Sol ficava em seu ponto mais alto e a coluna lá instalada não projetava nenhuma sombra. Diferente daquela de Alexandria, que produzia uma pequena mancha no chão. Sagan explica então que, se a Terra fosse achatada, ambas estruturas produziriam sombras iguais. Mas, como o planeta é esférico, o sombreamento varia. Sagan mostra como o estudioso descobriu a angulagem entre as duas colunas a partir de suas sombras. O valor aproximado foi de sete graus. Com esse valor em mãos, o matemático fez um cálculo de equivalência, já que sabia a distância entre as duas cidades: quase 800 quilômetros. Fazendo as contas, ele chegou à medida de 40 mil quilômetros como a circunferência do planeta. Errou aproximadamente por 75 quilômetros, distância 4,4 vezes menor do que o erro de cálculo sobre o local de aterrissagem de Gagarin.


Ontem, ao se despedir como comentarista da Folha de S. Paulo, o historiador Luiz Felipe de Alencastro, professor da Universidade de Paris — Sorbonne e da Fundação Getulio Vargas, chamava a atenção para a força gravitacional da economia chinesa sobre os eixos de logística e territoriais brasileiros. Ao reduzir de 48 para 35 dias a viagem entre os portos do nordeste da China e Roterdã, a navegação comercial entre a Europa e o Extremo Oriente pelo Oceano Ártico, iniciada em 2013, levou à modernização do Canal de Suez (2015) e do Canal do Panamá (2016). Por essa razão, as exportações pelos estados setentrionais do Brasil tendem a crescer regularmente, sobretudo quando for concluída a ferrovia norte-sul e o chamado Arco Norte, incluindo portos fluviais e marítimos da Bahia, de Pernambuco, do Maranhão e do Amazonas.

“Pela primeira vez, desde a criação do Estado do Grão Pará e Maranhão, concebido em 1621 como entidade autônoma da América Portuguesa, no contexto da política filipina envolvendo as quatro partes do mundo, o comércio externo, e, essencialmente, o comércio marítimo, rearticula a geografia econômica da totalidade do território nacional”, destaca Alencastro. Detalhe: desde a circunavegação do globo por Fernão de Magalhães, já se sabia que a Terra é redonda e interligada pelos oceanos. Há duas consequências práticas do deslocamento do eixo do nosso comércio do Ocidente para o Oriente: primeiro, a relação comercial do Brasil com a China, que já é o nosso principal parceiro comercial, aumentará ainda mais de importância; segundo, como resultado, pode haver mais apreciação do câmbio, aumento das importações de bens industriais e desindustrialização. Ou seja, o Brasil precisa de uma política de comércio exterior que aumente a complexidade da nossa economia, isto é, a diversidade e a sofisticação da estrutura produtiva brasileira.

 Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense