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sexta-feira, 1 de setembro de 2023

As mentiras de Lula - Revista Oeste

Silvio Navarro

De volta ao poder, o petista espalha fake news impunemente pelo mundo, é aplaudido pela imprensa velha e passa longe de qualquer investigação do Judiciário

Presidente Lula | Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock/Ricardo Stuckert/PR



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante sua última viagem internacional, que “sente vergonha” porque o Brasil não tem voos para o continente africano. 
No exterior, disse que a Operação Lava Jato jamais encontrou um centavo que o vinculasse a empreiteiras corruptas. Também afirmou que “não é frustrado por ser pobre” e que Dilma Rousseff foi inocentada, pela Justiça, do crime das pedaladas fiscais. 
Em tom irônico, elogiou o comportamento pacato da imprensa na ditadura de Angola. Tudo isso em uma semana. É a marca do seu terceiro mandato: a mentira.

Vamos aos fatos: o Brasil tem voos regulares para a África, operados pela Latam, Ethiopian Airlines e Gol, para destinos como Joanesburgo, Adis Abeba e Luanda, partindo do Aeroporto de Guarulhos (SP). 
Qualquer busca no Google mostra que a Lava Jato descobriu milhões depositados na conta da empresa de palestras do petista (L.I.L.S) por empreiteiras do esquema corrupto. Em declaração ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no ano passado, Lula informou ter patrimônio de R$ 7,4 milhões — ou seja, está longe de ser um pobre frustrado. 
 
O Tribunal Regional Federal (TRF-1) manteve o arquivamento de uma ação por improbidade administrativa contra Dilma Rousseff, mas jamais se manifestou sobre o mérito da causa ou disse que ela é “inocente” do crime fiscal. A imprensa em Angola não é livre jornalistas que criticam o governo são presos por fake news ou ataque à soberania nacional.
Desta vez, a viagem ao continente africano não chamou a atenção só pelas cifras milionárias — dinheiro dos pagadores de impostos — que o casal Lula e Janja tem torrado mundo afora. 
Nem pela velocidade no embarque: já somam um tour internacional a cada 20 dias. Foi a 12ª viagem em oito meses, para 16 destinos, um recorde até mesmo para os padrões do petista — que já chegou ao novo mandato com retrospecto de 80 países visitados, além da Antártida, Guiana Francesa e Palestina. O que mais despertou a reação nas redes sociais foi a profusão de fake news. 
 
Lula e a mulher desembarcam em São Tomé, na África | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Diz o editorial do jornal:
“fabricar desinformação”.  
Mas isso não é alvo de um inquérito — talvez mais de um — no Supremo Tribunal Federal (STF) há quatro anos? 
Por que nenhuma fala do atual presidente é enquadrada em fake news? Por que as agências de checagem, a polícia da imprensa livre, não o corrigem?

Há casos em que as bravatas do petista podem ser desmentidas simplesmente pela matemática. Por exemplo: disse que o Produto Interno Bruto (PIB) não cresceu em 2022 — o resultado positivo foi de 3%, superior ao da China —, bem como os números do desmatamento da Amazônia e do cerrado (que subiram na gestão Marina Silva neste ano). Ou que o PT erradicou a fome no Brasil. Ou, ainda, que o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) não invade nem destrói áreas privadas produtivas. indica que o MST voltou com força total. Já são 66 invasões de terras neste ano. 
 
(.....)

Nesta semana, outro golpe brasileiro contra o governo norte-americano: Lula defendeu a entrada do Irã no banco do Brics, agora comandado por Dilma Rousseff. Desde janeiro, o banco de fomento tem ganhado contornos de enfrentamento contra o G7 — o grupo das sete economias mais industrializadas do mundo.

O outro combustível para a fábrica de mentiras é a certeza da impunidade. 
 Num país que assistiu à prisão de dezenas de pessoas por fake news, à perda das redes sociais por políticos, jornalistas e influenciadores “da direita”, à censura de um documentário, Lula tem permissão para dizer o que quiser.  
Nenhum simpatizante da esquerda é investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Provavelmente, nunca será. Porque, juntos, eles “derrotaram o bolsonarismo”, como deixou escapar o ministro Luís Roberto Barroso.

Leia também “O mosaico do 8 de janeiro”
 

Colunista Silvio Navarro - Revista Oeste
 
 
 


sexta-feira, 28 de abril de 2023

O Cara nunca existiu - Augusto Nunes

 Revista Oeste

O mundo começou a enxergar a face sombria de Lula

 

Janja e Lula | Foto: Reprodução

Em 22 de janeiro deste ano, o presidente da República reassumiu o posto de Primeiro Passageiro do Aerolula para uma visita à Argentina e ao Uruguai. Nos dois países, cumprimentou-se por ter livrado o Brasil de Jair Bolsonaro e prometeu reabrir o cofre do BNDES para socorrer nações necessitadas em geral e, em particular, ditaduras amigas. 
 
Em fevereiro, Lula baixou nos Estados Unidos. Na conversa com Joe Biden, disse que “Bolsonaro se automarginalizou durante quatro anos”, louvou-se por ter afastado do poder o cúmplice do inimigo comum Donald Trump e sugeriu que ambos se unissem “para impedir que haja algo semelhante ao Capitólio nos Estados Unidos ou à Praça dos Três Poderes no 8 de Janeiro”
Na hora da foto oficial do encontro na Casa Branca, numa demonstração de amor sem precedentes, chamou a primeira-dama para ficar entre ele e Biden. Janja capricha no sorriso de quem, poucos meses depois de noivar na cadeia em Curitiba, tem ao lado o número 1 do Brasil e o governante mais poderoso do planeta. Lula, Janja e Joe Biden - Foto: Reprodução/Instagram [Observem com atenção a foto e verão que Biden apesar de octogenário não perdeu tempo = enquanto o 'boquirroto' expelia, via oral, bobagens, Biden foi mais objetivo].

Entre janeiro de 2003 e dezembro de 2010, as duas mulheres que se alternaram no posto hoje ocupado por Janja nem sonharam com tamanho privilégio. Tanto a primeira-dama Marisa Letícia (por timidez) quanto a segunda-dama Rosemary Noronha (porque até no reino de um Lula há limites para a desfaçatez) nunca deram as caras em fotos nas quais só cabem chefes de Estado. Chance é que não faltou. 
Somados os dois primeiros mandatos, Lula fez 139 viagens internacionais e zanzou por 80 países, além de instalar o palanque ambulante na Antártida, na Guiana Francesa e na Palestina. Na segunda temporada no poder, resolveu aumentar a plateia de acompanhantes
Como era gente demais para o Aerolula, um segundo avião de grande porte foi requisitado para os deslocamentos presidenciais. Neste terceiro mandato, duas aeronaves têm transportado Lula e um séquito nunca inferior a 80 cabeças. A economia brasileira vai atravessando uma zona de turbulência de dimensões portentosas, mas o patrocínio compulsório dos pagadores de impostos induz a turma da primeira classe a enxergar o tempo todo um céu de brigadeiro.

Surpreendido pelo coronavírus, Lula teve de adiar a viagem à China marcada para o fim de março. Condenado a um mês inteiro sem voos transatlânticos, ordenou ao inventivo setor de viagens do Planalto que tratasse de evitar a reprise dessa tragédia em qualquer outro mês de 2023. É quase certo que o presidente itinerante revisitará a África em maio o roteiro inclui Angola, Moçambique e África do Sul. 
Ainda em maio, estará no Japão para acompanhar a reunião de cúpula do G7 a convite do grupo que reúne as sete maiores potências econômicas do mundo. 
Em setembro, pousará na Índia para participar do G20. 
No mesmo mês, vai discursar em Nova York na sessão de abertura da assembleia geral da Organização das Nações Unidas. Não é pouca coisa. Mas o presidente itinerante é ansioso. 
 Ainda não completara a convalescença quando esticou a passagem pela China com uma escala nos Emirados Árabes. 
No começo de abril, baixou em Pequim à frente de uma comitiva de espantar a realeza saudita — e com um bom pedaço do mesmo mês reservado a incursões pela Península Ibérica.

Os delirantes discursos de improviso informam que Lula 3, embora continue fazendo bonito na modalidade bravatas & bazófias, vai se tornando uma caricatura do populista espertalhão do começo do século 
 
Nesta quinta-feira, depois das cobranças e hostilidades engolidas em Portugal, Lula enfrentava na Espanha a onda de indignação provocada pelo besteirol produzido em território chinês — a que se somou o desempenho bisonho em solo europeu. 
Na China, claro, não faltaram insultos a Bolsonaro. Mas, animado com o sorriso profissional dos anfitriões, com o sorriso subalterno da comitiva, com o sorriso de professorinha-em-lua-de-mel de Janja, o pacificador de picadeiro revelou-se em sua repulsiva inteireza
Ficou claro que Lula sonha com a vitória da Rússia na guerra que Vladimir Putin tornou inevitável ao ordenar a invasão da Ucrânia. 
De novo, recorreu a argumentos que escancararam, mais que o desprezo pela soberania dos países, a profunda estupidez geopolítica e histórica. Lula ignora, por exemplo, que a Crimeia foi parte do mapa da Ucrânia até ser brutalmente confiscada por Putin
Ele também acha que os Estados Unidos e a União Europeia se meteram no conflito não para socorrer o agredido, mas para aumentar os lucros da indústria bélica dos aliados ocidentais. 
E continua convencido de que só a entrada do Brasil vai fazer funcionar o Conselho de Segurança da ONU. 
 
Sitiado por jornalistas independentes, o mais antigo candidato sem chances ao Nobel da Paz revidou com rajadas de mentiras. 
Afirmou que nunca dissera o que disse. Jurou que jamais atribuíra à Ucrânia um único e escasso pecado. 
Garantiu que a política externa da canalhice, que montou em parceria com Celso Amorim, é uma flor de neutralidade
Murmurou que o Brasil condenou a invasão na assembleia da ONU (sem informar que isso aconteceu no governo Bolsonaro).  
Vaiado nas ruas e repreendido no Parlamento, qualificou tais manifestações de “papelão”. Em Lisboa, não entendeu (ou fingiu não entender, para fugir do tema) uma pergunta formulada em português de Portugal). Reprisou o numerito em Madri, ao ouvir uma pergunta em espanhol com tradução simultânea para o português.

"Lula tem dificuldade para entender pergunta de jornalista em Portugal"
 
 
"Mesmo com tradução simultânea, Lula não entende pergunta em Madri" 

O mais idoso brasileiro a assumir a Presidência da República tem 77 anos. Mas com tesão de 20, ressalva nosso Charles Chaplin de botequim. Tanto assim que vai muito bem o casamento com Janja, 56. Tanto assim que já anda pensando na candidatura à reeleição. 
Ele já sabe que Barack Obama, em seu livro de memórias, confessou que abandonou o time de admiradores do colega brasileiro depois de descobertas as bandalheiras em que se envolvera. 
 Falta alguém disposto a contar a Lula que não foi Obama quem o promoveu a O Cara.  
Foi o intérprete que acompanhava o governante brasileiro numa reunião de chefes de Estado.

“I love this guy”, disse Obama a assessores ao topar com Lula. Tradução correta: “Eu gosto desse rapaz”. Para lustrar o ego do chefe monoglota, o intérprete fingiu ignorar que gírias não têm correspondentes em outros idiomas e, resolvido a transformar afago em condecoração, promoveu “this guy” a “O Cara”. 
 O mundo enfim começou a ver a face sombria do rapaz que sumiu com a passagem do tempo. O Cara, esse nunca existiu.

Leia também “Dias de loucura”
 
 
 
 

terça-feira, 14 de março de 2023

Até o “progressista” papa Francisco enxerga os abusos na Nicarágua - Gazeta do Povo

Vozes - J.R. Guzzo


O Papa Francisco ao chegar à Praça da Revolução para celebrar a missa dominical em Havana, Cuba, em 20 de setembro de 2015.| Foto: EFE/Alejandro Ernesto

Não há nada de “progressista”, de “consequente” e de politicamente “correto” que o papa Francisco não apoie neste mundo de Deus
Ele gosta da Palestina, do Irã e de organizações “muçulmanas” que se dedicam ao combate ao “imperialismo” e à “reparação” das “injustiças históricas” que foram cometidas pelo cristianismo nos últimos 20 séculos. Ama a CNBB. É a favor da igualdade, da diversidade e da “reforma agrária”; é contra a fome, pobreza e os “agrotóxicos”.
 
Está convencido que os regimes de esquerda na América Latina são forças positivas na “libertação” do continente – e por aí vamos. 
É extraordinário, assim, que esse mesmo papa tenha tomado a decisão de denunciar a ditadura e o ditador da Nicarágua; deve ter achado que passaram de qualquer limite, na sua conduta como malfeitores. 
Quer dizer que até o papa está reclamando? Sim, até o papa está reclamando.

Durante a campanha, a mídia e os candidatos foram expressamente proibidos pelo TSE de dizer que Lula era a favor da ditadura da Nicarágua. Hoje isso é parte da política externa do Brasil. 

O papa Francisco denunciou a Nicarágua como uma “ditadura grosseira”. Disse que o ditador Daniel Ortega sofre de desequilíbrio. [para tudo há um limite: - até mesmo para a tolerância cristã de Sua Santidade, o Papa Francisco.] Manifestou, enfim, a sua indignação contra um dos últimos atos de delinquência da ditadura nicaraguense – a condenação do bispo Ronaldo Alvares a 26 anos de prisão pelo crime de “fake news” e por “desobedecer ao Estado”. Nem o STF, no Brasil, sonhou com tanto até agora.

O pontífice fez, ainda, uma comparação sombria. “É como trazer de volta a ditadura de Hitler em 1935”, disse Sua Santidade. 
É pesado, e é uma das piores críticas que Ortega já recebeu – mas a verdade é que ele parece mais decidido do que nunca a chutar o pau da barraca. 
Uma das suas últimas realizações é banir da Nicarágua as freiras da organização de Madre Teresa de Calcutá
Sério? Sim, é isso mesmo: nem a Madre Teresa escapou. [com todo o respeito devido a Sua Santidade, Papa Francisco, discordamos dele não ter usado como exemplo a ditadura do tirano comunista, Joseph Stalin - que matou mais de 100.000.000 de inocentes - o que o coloca na liderança de todos os genocídios.
Aliás, o trio satânico de genocidas, é formado por comunistas:
- Stalin mais de 100 milhões de vítimas;
- Mao Tse Tung, matou  entre  50 a 80 milhões de chineses;  
- Pol Pot, matou mais de 2,5 milhões no Camboja.
Oportuno lembrar para se ter atenção e cuidado, que o comunismo no Brasil, especialmente Stalin, tem admiradores, estando a comunista  Jandira Feghali entre eles, inclusive com o jargão, publicado nas redes sociais no aniversário do genocida: "“Olha pro céu, meu amor, vê como ele Stalindo”, postou a parlamentar, com uma foto de Stalin ao fundo.  
 
É um escândalo de baixa qualidade que o Brasil, enquanto isso, continue dando todo o seu apoio à ditadura – acaba de recusar-se a assinar um documento de condenação à Nicarágua subscrito por 50 das maiores democracias do mundo. 
Como rebaixar a política externa brasileira a esse grau de marginalidade e de isolamento perante o mundo democrático? 
O PT e a esquerda, até outro dia, denunciavam histericamente que o Brasil, por não se alinhar mais com ditaduras como a de Daniel Ortega, tinha se tornado um “pária na comunidade internacional”.
 
E agora? Durante a campanha, a mídia e os candidatos foram expressamente proibidos pelo TSE de dizer que Lula era a favor da ditadura da Nicarágua. 
Hoje isso é parte da política externa do Brasil. Sempre se pode reclamar ao papa, é claro – mas não vai adiantar nada.


J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

O terrorismo e a certeza do imprevisto - Revista Oeste

Paula Schmitt

Governos ampliam definição de “terrorismo” para perseguir opositores políticos 

Manchetes de jornais com o termo "terrorista", em referência aos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução
Manchetes de jornais com o termo "terrorista", em referência aos vândalos que invadiram o Palácio do Planalto, em Brasília | Foto: Montagem Revista Oeste/Reprodução 
 
De todas as sandices de uma imprensa que já deixou de fazer jornalismo há muito tempo, uma das mais vergonhosas foi a adoção do termo “terrorista” para descrever as mais de mil pessoas detidas em Brasília, no dia 8 de janeiro.  
E, de todos os poucos assuntos sobre os quais eu posso falar com suficiente autoridade, terrorismo é exatamente um deles.
 
Sou a única mulher do mundo a ter entrevistado com exclusividade Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, grupo oficialmente designado como terrorista desde 1997 por vários governos, particularmente o dos Estados Unidos
Eu entrevistei também o outro lado desse desamor mútuo: Shabtai Shavit, ex-chefe do Mossad, por sua vez acusado de “terrorismo de Estado” por vários grupos armados.
Eu também entrevistei para a mesma revista israelense a primeira mulher a sequestrar um avião de carreira, Leila Khaled, membro da Frente Popular de Libertação da Palestina
Cito esses trabalhos para dizer, com toda convicção e conhecimento, que o que aconteceu em Brasília não foi terrorismo, e dizer o contrário é de uma ignorância extrema — ou desonestidade vexaminosa.
Sayyid Hassan Nasrallah, libanês e secretário-geral do partido
 e organização armada xiita Hezbollah | Foto: Wikimedia Commons

O ator, diplomata e escritor Peter Ustinov é autor de uma frase que sintetiza o paradoxo da definição de terrorismo: “Terrorismo é a guerra dos pobres; e a guerra é o terrorismo dos ricos”. Essa questão não é menor, e eu já tive o desprazer de uma briga pública com a Folha por causa dessa e de outras definições, quando um editor do jornal se achou no direito de quebrar nosso acordo e alterar minhas palavras (o Observatório da Imprensa cobriu esta questão na época.) Mas uma definição de terrorismo que nunca vi na vida — nem como piada — é aquela descrita pela destruição de prédios públicos com hora marcada, cometida por uma turba de vândalos.

Para que não reste dúvida: quem destrói patrimônio, público ou privado deve pagar por isso. Depredação é crime, e sempre me manifestei contra ela: desde a derrubada de “estátuas terroristas” (feitas por agitadores se fazendo passar por manifestantes), quanto à depredação de lojas por arruaceiros de aluguel, que em vários lugares dos EUA destruíram o trabalho suado de microempresários negros ao se manifestar contra a “opressão branca,” como mostra essa reportagem da NPR. O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação.

Cúpula Mundial Contraterrorismo, em Herzelia, setembro de 2013 - 
 Foto: Paula Schmitt
Aqui, neste vídeo, é possível ver uma manifestante filmando o que parece ser um agitador, ou infiltrado, tentando causar um incêndio contra a vontade de quem estava à sua volta. Aqui, aqui, aqui e aqui, vídeos sem edição, feitos no calor do momento, deixam claro que a maioria das pessoas presentes não tinha intenção nenhuma de causar estrago ao patrimônio público. Alguns dos vídeos chegam a mostrar infiltrados sendo perseguidos e capturados pelos manifestantes. 
É possível ouvir alguns reclamando que, se o agitador for entregue à polícia, sua identidade jamais será revelada. Aqui, neste outro vídeo, feito por uma câmera de segurança interna, um homem vestindo uma camiseta com o rosto de Bolsonaro destrói um relógio antigo, inexplicavelmente posando para a câmera e assim garantindo que sua camiseta seja devidamente filmada.

Esse vídeo é especialmente interessante porque o vândalo está usando uma calça caída abaixo da bunda, expondo todo o seu traseiro, algo que nem nos devaneios mais delirantes eu imaginaria ver num protesto de pessoas de direita. 
Essa exposição descomedida, frequentemente vista como uma imitação de rappers ou criminosos, é uma moda inspirada nas prisões norte-americanas. 
Alguns acreditam que isso começou como uma espécie de sinalização de “disponibilidade,” uma comunicação não verbal feita por prisioneiros que se ofereciam para ser sodomizados. A teoria mais aceita, no entanto, parece ser que os uniformes na prisão às vezes são largos demais, e as calças caem porque cintos aumentam a chance de suicídio, e portanto não são distribuídos junto com o uniforme de presidiário.

[a estupidez desse 'murakawa' excede  até a capacidade ignorante do mais estúpido dos esquerdistas; sou flamenguista, odeio o Corinthians e os corintianos, mas pela ótica idiotizada do 'murakawa'  caso vista uma camisa daquele tipo viro corintiano.] 

Parece existir uma certa confusão sobre qual lei enquadraria os crimes cometidos contra o patrimônio público no dia 8 de janeiro. Em casos anteriores similares, ou até mais dramáticos e violentos, ninguém foi preso por terrorismo, e os crimes foram tratados pela imprensa como vandalismo, arruaça, baderna. [CONFIRA casos protagonizados pela esquerda, que  não geraram punições nem mesmo multas -  AQUI, MAIS UM.]

O que vimos em Brasília, contudo, é uma das coisas mais desprezíveis já cometidas por autoridades em uma democracia: a prisão de inocentes sem qualquer flagrante ou evidência de crime, e um misterioso desinteresse por quem de fato foi pego cometendo atos de vandalismo e depredação

A definição de “terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição. 
 Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”
Crianças, a mídia em geral e pessoas menos inteligentes e mais facilmente impressionáveis são alvos fáceis para esse tipo de propaganda. Existe ainda uma outra vantagem: o combate ao terrorismo justifica muita coisa, principalmente coisas injustificáveis.
No livro A Fábrica do Terror, o jornalista investigativo Trevor Aaronson conta como o FBI a força responsável pelo combate ao terrorismo em solo norte-americano — “criou e financiou mais planos terroristas nos EUA do que qualquer outro grupo”. 
Aaronson analisou todos os 508 casos federais de terrorismo nos EUA desde os ataques de 11 de setembro até 2011. Desses casos, 250 envolviam pessoas acusadas apenas de mentir ou violar regras de imigração.
Leila Khaled, em sua casa em Amã. Na parede, o famoso retrato 
dela segurando um fuzil Kalashnikov e, no sofá, uma camiseta 
feita pela Mlabbas exclusivamente para ela | Foto: Paula Schmitt
Outros 150 acusados foram pegos em arapucas policiais que, segundo o autor, foram “totalmente criadas pelo FBI ou um agente infiltrado que encontrou alvos potenciais em homens sem antecedentes criminais, frequentemente com problemas mentais ou em situação econômica desesperadora, e forneceu a eles todo o necessário para cometer o crime: os parceiros, o pagamento em dinheiro, o equipamento, e às vezes até a ideia. De fato, apenas seis das 508 pessoas processadas tinham conexão com o terrorismo ou possuíam armas adquiridas por conta própria, sem a ajuda do FBI”
O detalhe mais chocante e embaraçoso é o seguinte: nenhuma dessas seis pessoas genuinamente culpadas foi pega pelo FBI antes do ataque.
 
O terrorismo, em sua definição mais costumeira e acadêmica, requer uma coisa crucial: que o medo se espalhe. 
Para isso, é necessário que o alvo não seja conhecido de antemão. 
O que aconteceu em Brasília foi o oposto: uma manifestação anunciada, com data e local marcados, e sem uma única vítima
O terrorismo prefere alvos imprevisíveis, com datas inesperadas, porque assim qualquer um pode ser vítima, e portanto todos ficam potencialmente aterrorizados, presos pelo medo.
 
Em 2005, enquanto eu participava de uma conversa entre alunos e o professor Tarif Khalidi, na Universidade Americana de Beirute, onde fazia meu mestrado em ciências políticas, o vidro da janela da sala se estilhaçou. Naquele momento, a menos de 2 quilômetros da universidade, mais de 1 tonelada de explosivos matou o ex-primeiro-ministro Rafic Hariri e outras 22 pessoas. 
Aquilo foi assustador, e certamente amedrontou muita gente por muito tempo. 
Mas nem aquele ataque é um ato de terrorismo, na sua acepção mais exata, e sim um assassinato político. Sim, várias pessoas morreram, mas o alvo era um: Rafic Hariri.

A definição de “terrorismo” vem sendo ampliada por governos de vários países, para incluir mais alvos e restringir liberdades individuais. A ideia é englobar atos domésticos, especialmente os de cunho ideológico, porque assim é fácil controlar e perseguir a oposição. Além disso, o selo de “terrorista” ajuda a vender mais jornais do que a pecha de “arruaceiro”

Outros carros-bombas explodiram nos anos seguintes, mas esses tampouco se enquadram na definição mais estrita de ataque terrorista, porque seus alvos eram específicos. Esses crimes são conhecidos em inglês como “targeted assassinations” ou “assassinatos direcionados.”  
Por certo eles espalharam o terror, e eu mesma tive medo de que algum carro explodisse enquanto eu estivesse passando por algum alvo. 
Essa incerteza sobre o próximo ataque, e a quase certeza de vítimas ocasionais, talvez possa enquadrar esses crimes na classificação de terrorismo.
 Mas o objetivo principal desses ataques não era espalhar o terror, ou obrigar o governo a ceder a alguma demanda política — o objetivo era essencialmente matar inimigos de um certo grupo político ou inimigos de algum governo estrangeiro.
O terrorismo se vale principalmente da incerteza, e da noção de que ninguém está protegido dele. Por isso explosões em restaurantes, igrejas, prédios comerciais são ataques tipicamente terroristas: porque ninguém e todo mundo são alvo. 
A guerra de julho de 2006 entre Israel e Líbano, que eu cobri para o SBT e a Radio France Internationale, também não foi terrorismo, porque até guerra tem regras. 
O truque do terrorismo é convencer a todos que ele não segue regra nenhuma, e assim deixar todas as possibilidades abertas, e o medo devidamente espalhado em todas as dimensões.  
O terrorismo aterroriza o cidadão pela imprevisibilidade, e a certeza de que não importa o que você faz, por onde anda, com quem está: ele sempre vai poder te alcançar tipo um juiz que não cumpre mais a lei, e não tem nenhum limite legal, e assim passa a ser uma ameaça à liberdade de todos, porque todos — e qualquer um — podem ser seus alvos.

Leia também “Brasília, 8 de janeiro de 2023”


Paula Schmitt, jornalista  - Revista Oeste


sábado, 28 de agosto de 2021

O pior momento da OAB - Entidade que representa advogados [...] age como um partido político de esquerda

O Estado de S. Paulo
 
Entidade que representa advogados se transformou num grupo que age como um partido político de esquerda

Caminha para o seu lamentável final, ao se aproximar a conclusão do mandato de três anos da atual diretoria, o que foi possivelmente o pior momento da Ordem dos Advogados do Brasil em toda a era regida pela Constituição de 1988. AOrdem”, que já vinha se degenerando há muito tempo, foi definitivamente a pique, nestes últimos três anos, como a real representante profissional e legal de mais de 1 milhão de advogados brasileiros; transformou-se num grupo que age aberta e sistematicamente como um partido político de esquerda e ignora por completo, em tudo o que faz, que há no Brasil advogados de convicções políticas diferentes das que são praticadas pela sua direção.

A diretoria de hoje vai embora em 2022, mas isso não quer dizer que os advogados brasileiros terão uma OAB diferente da que vai ser deixada pela calamitosa gestão atual. O que se espera, pelo menos até o momento, é uma maciça dose de mais do mesmo – a máquina que controla a entidade está a caminho de eleger uma diretoria tão militante quanto a de hoje, em mais uma vitória da “situação”. Troca-se o Zé Mané pelo Zé Prequeté, e a OAB vai continuar igual: engajando o seu nome, as suas funções legais e os seus recursos financeiros, superiores a R$ 1 bilhão por ano, na defesa de projeto políticos totalitários. Vale tudo: a pauta de ação da OAB vai do apoio apaixonado à Cuba, à Venezuela e à “Palestina”, até o capricho mais extravagante de qualquer partideco contra o governo que há por aí. 

A OAB não respeita o princípio da alternância de poder, que exige furiosamente na vida política nacional quando o governo não é do seu agrado, por uma razão muito simples: está organizada de forma a tornar impossível a vitória de qualquer grupo de oposição, ou que pense de maneira diferente.  
O fato é que a OAB, por imposição da corrente que controla o seu comando, faz as eleições mais viciadas do Brasil; é como nesses clubes de futebol em que a situação ganha sempre. 
Não há nada mais “biônico” – como nas farsas eleitorais do regime militar, com os seus candidatos e as suas chapas que não precisavam de votos para ganhar. O advogado brasileiro que pensa de maneira oposta à atual diretoria é seu direito constitucional fazer isso tem chance zero de mudar alguma coisa; podem ser centenas de milhares, mas não influem em absolutamente nada no resultado das eleições.

A ideia de eleger a diretoria da OAB pelo voto direto e universal de 1 milhão de advogados brasileiros, que seria a única forma democrática de se escolher a sua direção a cada três anos, é a pior blasfêmia que alguém pode fazer perante a aglomeração que há anos controla a entidade. Voto direto, ali, é coisa de “extrema-direita”, “fascista”, “totalitária”, “antidemocrática” e até bolsonarista. Aceita-se tudo, na OAB – menos que os advogados brasileiros votem em quem quiserem para escolher o presidente e os demais diretores, ou que exerçam a sua liberdade de pensamento.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 17 de janeiro de 2021

Senado pode liberar vacina russa

Segundo a empresa brasileira União Química, o Senado está atualmente avaliando medida provisória,  já aprovada pela Câmara dos Deputados, que permite o uso de vacinas registradas e em uso por vários outros países, incluindo a Rússia. Isso liberaria o uso da Sputinik V  no Brasil, que ainda não conseguiu a autorização da Anvisa.
 
[A BEM DA VERDADE:
O Senado Federal não pode liberar, ou deixar de liberar, nenhuma vacina - a competência permanece com a Anvisa.
O que o Senado Federal pode fazer no presente caso, tem competência constitucional para fazer, é aprovar Medida Provisória editada pelo Presidente da República (que tem competência constitucional exclusiva para tanto) e aprovada pela Câmara que muda algumas regras na legislação, permitindo que a Anvisa libere o uso emergencial da Sputinik V - é o óbvio, mas muitas vezes  tem que ser esclarecido.]

A empresa brasileira União Química informou que irá entregar as informações técnicas  necessárias solicitadas pela Anvisa para a autorização de uso emergencial da Sputinik V. A empresa afirma que a Anvisa não negou o registro, apenas solicitou  mais informações. A Anvisa ontem (16/01) divulgou que tinha devolvido o pedido de liberação da Sputinik, porque “não atendia aos requisitos mínimos para análise”.

Em comunicado oficial, a União Química Farmacêutica Nacional e o RDIF, Fundo Russo de Investimentos, informaram hoje que  “a ANVISA solicitou informações adicionais, que serão fornecidas em breve. Este procedimento é padrão das agências reguladoras e não significa que o registro foi negado.”

A vacina Sputnik V já está registrada na Servia, Belarus, Argentina, Bolívia, Algeria, Palestina, Venezuela e Paraguai. O registro em mais dois países é aguardado para a próxima semana. [a vacina russa, a exemplo da chinesa, não tem registro e não é utilizada em nenhum país desenvolvido.]

Contrato assinado
As fábricas no DF e em Guarulhos (SP) da União Química já estão prontas para começar a produção da Sputinik. A empresa brasileira fechou contato na semana passada com a Rússia e garantiu 10 milhões de doses de vacina. No entanto, aguarda autorização da Anvisa para o uso emergencial.

Capital S/A - Correio Braziliense

 

domingo, 12 de janeiro de 2020

Execução de Soleimani já custou 236 cadáveres - Blog do Josias



Há cadáveres demais no noticiário. Concebido para matar um personagem, o ataque ordenado por Donald Trump contra o general iraniano Qassim Suleimani, resultou numa afronta a qualquer noção mínima de custo—benefício. No bombardeio ao comboio de Soleimani, em território iraquiano, morreram outras quatro pessoas. No cortejo fúnebre do general, em solo iraniano, feneceram por asfixia ou pisoteamento mais 56 pessoas. No avião civil ucraniano abatido por militares do Irã "por engano", carbonizaram-se 167 passageiros e nove tripulantes. Ao admitir por pressão o erro que omitia por opção, o governo dos aiatolásreacendeu as ruas de Teerã.
 
Tudo somado, desceram à cova, além de Soleimani, 236 pessoas. Não há vestígio de caixão com a bandeira americana em cima. Suleimani tinha sangue nas mãos. Comandava a unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Idealizava ações terroristas, terceirizando-as. Trump alega que o general tramava atacar embaixadas americanas. Ninguém é contra a ação antiterror, sobretudo depois que a turma de Osama Bin Laden enfiou um par de jatos nas torres gêmeas de Nova York. Mas Trump já asfixiava o Irã com sucesso. Fazia isso por meio de embargos que deixaram a economia do país em frangalhos.

Ah, que saudade da Guerra Fria! Naquela época, o mundo sabia que podia morrer a qualquer momento. Se acontecesse o pior, mísseis americanos cruzariam com mísseis soviéticos. E as duas potências se aniquilariam mutuamente, eliminando o resto do mundo por contaminação radioativa. Foram para o beleléu a União Soviética e a Guerra Fria. Houve grande alívio. Mas sobreveio o fantasma do terror, que também está associado ao flagelo atômico. A crise agora inclui um ingrediente perturbador: a falta de nitidez. Muitos tentam reduzir a coisa a um mero choque de civilizações. Algo como Islã versus Grande Satã. Tentativa vã de recriar a fórmula simplificadora da Guerra Fria —dessa vez com uma potência só. 

Impossível simplificar os interesses assentados no Oriente Médio. Nem só de petróleo é feita a encrenca. Não se enxerga, por exemplo, uma fronteira capaz 
de delimitar os direitos de Israel e os anseios da Palestina. 
Como satanizar o regime arbitrário dos aiatolás e conviver harmoniosamente com a autocracia saudita? 
Como defender a própria soberania e transformar o Iraque em Casa da Mãe Joana? 
Como combater o Estado Islâmico e ameaçar destruir o patrimônio cultural persa? Mesmo sem a formalidade de uma declaração de guerra, a tensão continua no ar. Além do excesso de cadáveres, há muita ambiguidade. Ninguém está livre dos efeitos colaterais do conflito. Hoje, atira-se um míssil contra um avião civil. Amanhã ...

Josias de Souza, jornalista - Blog do Josias - UOL