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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Sonho de Lula é uma campanha sem falar de corrupção - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

É duro para o ex-presidente convencer alguém de sua inocência dizendo que ‘o processo foi resolvido pelo STF’

O ex-presidente Lula não quer que seja assim, e tem nisso o apoio de muita gente, mas vai ser dessa forma: daqui até a eleição de outubro, ele será obrigado a ficar rolando na calçada numa briga corpo a corpo com a corrupção. É, entre todos, o assunto do qual Lula quer falar menos.

Seu sonho dourado é uma campanha eleitoral inteira, toda ela, igual à “sabatina” que recebeu de presente dos apresentadores da Rede Globo. Não teve, ali, de responder à nenhuma pergunta de verdade; em vez disso, recebeu uma homenagem. “O senhor não deve nada à Justiça”, declarou o entrevistador, antes de mais nada e acima de tudo.

Foi tão bom para Lula, mas tão bom, que a frase de absolvição da Globo passou a fazer parte da propaganda oficial do PT na televisão
é difícil que se consiga chegar de novo a tal ponto. 
Mas esse paraíso não existe na vida real. Já no debate entre os candidatos, logo a seguir, não havia mais apresentadores como os que houve na “sabatina”, e a vida ficou dura.

Apareceram na ocasião, é claro, os militantes mais agitados do “antibolsonarismo”só que isso não melhorou a vida de Lula. Na maior parte do tempo, teve de ouvir dos outros candidatos que o seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil – e não conseguiu dar nenhuma resposta coerente para nada disso.

O problema central de Lula, nesta campanha eleitoral, é que não são os adversários que estão dizendo que ele é ladrão – quem diz isso é a Justiça brasileira, que o condenou pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes.

 

 

 

 

 

 

 

Primeiro debate dos candidatos à Presidente promovido na TV Bandeirantes (Band) teve a presença dos candidatos: Luiz Felipe D’Avila (Novo), Soraya Thronicke (União Brasil), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT). Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

É uma questão de prontuário; não há o que se possa fazer a respeito. Houve, é claro, o número de vassalagem da “sabatina”, mas provavelmente não dará para fazer de novo. De mais a mais, o que é que adianta esse tipo de bajulação explícita? É o exato contrário: Lula continua devendo tudo à Justiça.  
Não foi absolvido de absolutamente nadaganhou de presente do STF a anulação dos seus processos penais, mas nosso tribunal supremo não disse uma sílaba sobre culpa, provas e fatos.  
Houve apenas um erro de endereço quanto ao lugar de julgamento, segundo decidiu o ministro que fez a “descondenação”. Que coisa, não?
 
É duro para Lula, ou para qualquer um, convencer alguém de sua inocência dizendo que “o processo foi resolvido pelo STF”. 
Que moral tem hoje essa gente para decidir alguma coisa sobre corrupção? 
Ganhar uma decisão favorável desse STF que está aí, aos olhos da maioria do público, equivale a receber um atestado de boa conduta do PCC. 
 O que adianta, então, Lula ficar falando que foi “inocentado pelo STF”? Melhor, talvez, não dizer nada.

A dificuldade é que não dá para chegar ao dia da eleição só ouvindo hinos de honra ao mérito como os que recebeu na “sabatina”. Não poderia haver demonstração melhor de que as coisas não vão bem do que o pedido do PT para mudar as regras dos próximos debates. Só time que perde, como é bem sabido, parte para cima do juiz no fim do jogo para reclamar.

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


terça-feira, 30 de agosto de 2022

Lula fracassou em enterrar o tema da corrupção e seus adversários notaram - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo - VOZES

O primeiro debate entre os candidatos à presidência na Band teve pelo uma grande utilidade além, é claro, de ser um verdadeiro programa de jornalismo, em vez do interrogatório enfurecido feito contra um dos candidatos, o presidente da República, e o bondoso comercial de margarina feito a favor do outro, o ex-presidente Lula, na “sabatina” da Rede Globo. 
O assunto corrupção, essencial nesta campanha, e mantido como um segredo de Estado pela Globo, surgiu, enfim, aos olhos do público no debate. 
Na “sabatina”, o apresentador agiu como um assessor de imprensa ou o advogado criminal de Lula; em vez de perguntar sobre aquele que foi o maior surto de corrupção da história do Brasil, fez um manifesto a nação dizendo que “o senhor não deve nada à justiça”
Até Lula parece ter ficado surpreso. Mas no programa da Band não houve esta parceria. 
Lula, enfim, foi colocado diante da necessidade de falar sobre a incomparável roubalheira do seu governo – e deu-se muito mal, o que prenuncia problemas complicados para resto da campanha que tem ele frente.
 
Sem a indulgência plenária que ganhou na “sabatina”, Lula teve de responder sobre a desesperada, maciça e indiscutível corrupção na Petrobras ou nas delações premiadas, nas provas materiais da ladroagem, no dinheiro roubado que foi devolvido e por aí afora.  
Não explicou nada, é claro, pois é impossível explicar. Como faz automaticamente, em todas as ocasiões em que não pode dizer nada em seu favor, fugiu do assunto. 
Perguntavam de corrupção, e ele respondia dizendo que abriu “dezessete universidades”.  
Falavam na delação do seu ministro Antônio Palloci, e ele diz que “acabou com a fome” no Brasil etc. etc. 
À uma certa altura, disse que foi “absolvido até pela ONU”, como se isso valesse alguma coisa. É claro que garantiu, também, que foi “absolvido por todos os tribunais” deste país. Trata-se de uma dessas mentiras com teor de 100% de pureza – Lula não foi absolvido de absolutamente nada. Foi apenas “descondenado” na decisão mais desvairada da história da justiça brasileira, por um ministro que foi advogado do MST, militou na campanha presidencial de Dilma Rousseff e ganhou dela o seu cargo no STF.

Lula, enfim, foi colocado diante da necessidade de falar sobre a incomparável roubalheira do seu governo – e deu-se muito mal, o que prenuncia problemas complicados para resto da campanha que tem ele frente

Lula quer passar essa campanha sem falar de corrupção; fora umas moles e vagas tentativas de mencionar uma hipótese de propina levantada na CPI da Covid, e que não rendeu até hoje um único e miserável inquérito policial (nem Alexandre de Moraes se interessou pelo caso), o candidato do PT fala de outras coisas. 
Diz que o agronegócio é “fascista”, por exemplo, que a classe média “gasta demais” e que vai trazer de volta o imposto sindical – mas de ladroagem, mesmo, nem um pio. 
 Alguém já viu num candidato da oposição passar uma campanha inteira sem dizer o tempo todo que o candidato do governo é ladrão? Só mesmo no Brasil de hoje. 
Aqui a roubalheira não é problema da situação; quem quer enterrar o assunto é justamente o candidato que deveria estar deitando e rolando nas denúncias de corrupção. 
O problema, pelo que mostrou o debate na Band, é que ele pode ficar em silêncio – mas os outros vão falar.
Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
 
J R Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

sábado, 20 de agosto de 2022

Petistas alvos de escândalos de corrupção voltam à cena política na esteira de Lula - O Globo

[eles estão voltando à cena do crime]

Agnelo Queiroz e Fernando Pimentel vão concorrer à Câmara, e José Sérgio Gabrielli é colaborador da campanha petista

Nomes importantes do PT que protagonizaram escândalos de corrupção trabalham para voltar à cena na esteira da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto. 

Os ex-governadores Agnelo Queiroz (Distrito Federal) e Fernando Pimentel (Minas Gerais) vão concorrer à Câmara dos Deputados, enquanto o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli já atua como um dos colaboradores para a área de energia da campanha do petista. 

Assim como Lula, os aliados enfrentaram investigações que se arrastaram por anos e, agora, são vistos pelo partido como peças estratégicas para um eventual futuro governo. O próprio ex-presidente conclamou antigos aliados, como Pimentel e Agnelo, a disputarem cadeiras no Congresso. A ideia é contar com políticos experientes para formar uma base capaz de garantir a governabilidade. Gabrielli, por sua vez, já entrou em ação, contribuindo com a elaboração de propostas.

(...)  

O ex-governador foi acusado de receber propina em mais de uma delação premiada, entre elas uma firmada por um amigo seu, Benedito Rodrigues de Oliveira. Ele disse que ambos integravam um esquema de corrupção. Pimentel ainda é réu numa outra ação em curso.

A situação de Agnelo é mais delicada. Ele foi condenado por improbidade administrativa e pode ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa, o que o impediria de concorrer. O processo foi aberto após o petista ter inaugurado um centro administrativo, no último dia de seu governo, que nunca foi ocupado. A Procuradoria Regional Eleitoral no DF já pediu a impugnação da candidatura de Agnelo. 

(...)

Elogios do chefe
Já Gabrielli enfrentou problemas na esfera administrativa. Ele foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por prejuízos provocados à Petrobras na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, mas tem recebido apoio de Lula, inclusive durante atos públicos. Procurada, a defesa do ex-presidente da Petrobras disse ao GLOBO que ele sofre perseguição e que jamais foi denunciado criminalmente em qualquer instância ou tribunal. Pimentel diz que é inocente de todas as acusações. O ex-governador acrescentou que, "neste cenário", foi "convocado por Lula para concorrer a uma vaga de deputado federal por Minas Gerais" e que sua experiência será importante "no futuro governo Lula". Agnelo não retornou aos contatos. 
 
Em Política - O Globo - MATÉRIA COMPLETA 


quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Os eleitos para fazer leis têm sido lenientes com criminosos - Alexandre Garcia

Os que elegemos para fazer leis têm sido lenientes com os criminosos. As leis penais brasileiras não desestimulam o assalto, a corrupção. No próximo dia 2 de outubro é o momento de escolher legisladores que mudem isso 

A 16ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo acaba de confirmar a condenação de uma funcionária com 20 anos de empresa, por fraudar vale-alimentação, como gerente desse benefício. Aproveitando-se da confiança dos patrões, fez 117 operações fraudadas, totalizando 2,7 milhões de reais. A condenação é de 3 anos, 10 meses e 21 dias… em regime aberto! Ou seja, é apenas um registro de que foi condenada. O resto da pena é "prestação de serviços à comunidade" e perda de bens e valores — isto é, valores que restam, de que ela ainda não desfrutou e bens que ela talvez tenha deixado em nome dela. Um estímulo a quem deseje se aproveitar de cargos de confiança, tendo o mesmo desvio de caráter daquela mulher.

No mesmo dia, em Brasília, o juiz da 10ª Vara Federal mandou para o arquivo processo contra Lula, Dilma e Mercadante, acusados de obstrução à Justiça evitar a colaboração premiada do líder do PT, senador Delcídio do Amaral. 
Ocorre que Lula e Dilma têm mais de 70 anos, e a prescrição cai para a metade. Aí, o Ministério Público oficiou ao juiz sobre o prazo vencido. 
O juiz, diferente de Alexandre de Moraes, arquivou. Já havia ocorrido isso com outros processos contra Lula que, pelo Supremo, estariam erradamente em Curitiba. Como se vê, até o CEP e o calendário contribuem para que a Justiça não seja consumada.

No sábado, morreu de câncer o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, aos 68 anos. Estava condenado a 70 anos, mas, como colaborou com a Justiça, estava "cumprindo" pena em casa. Foi o primeiro a contar como funcionava o esquema de corrupção institucionalizada, envolvendo Petrobras, empreiteiras e partidos políticos.

Também na semana passada, os que revelaram o organograma da corrupção foram punidos pelo Tribunal de Contas. 
A pessoa que estava no centro do organograma virou ficha limpa e é candidata a voltar ao cargo que ocupava. 
Os então integrantes do Ministério Público, o chefe Rodrigo Janot e o coordenador da Lava-jato, Deltan Dallagnol, foram condenados pelo TCU a pagar 2,8 milhões por gastos no inquérito. Jornais mostram que ministros do TCU gastam bem mais do que isso em viagens a Paris, Londres, Roma, Viena, Dubai, Aruba, Argel e Maldivas.

Na noite de domingo, Abílio de Brito estava sentado em frente à sua modesta casa, na zona norte de Teresina. Um assaltante chegou de moto e exigiu o celular. Abílio não tem, não saberia usá-lo por uma deficiência mental. Levou dois tiros na cabeça. O jovem criminoso roubou-lhe a vida, em vez do celular. O crime é banalizado.

Acabo de ouvir de novo o vídeo em que um ex-presidente da República menciona que, por falta de perspectiva, jovens são presos roubando  celular.  
Todos os dias se vê assaltante preso ser devolvido às ruas na audiência de custódia, para desespero da polícia. 
Como dizer a uma criança que o crime não compensa, se as novas gerações estão vendo esses maus exemplos? 
Os que elegemos para fazer leis têm sido lenientes com os criminosos. 
As leis penais brasileiras não desestimulam o assalto, a corrupção.

No próximo dia 2 de outubro é o momento de escolher legisladores que mudem isso.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 

Aproveitando o espaço

De volta

Eles estão tentando voltar ao poder: os ex-deputados distritais Benício Tavares (Patriota), Berinaldo (Pros), Bispo Renato (PL), Brunelli (PTB), Cristiano Araújo (MDB), Edimar Pireneus (Avante), Olair Francisco (União), Patrício (PT), Paulo Roriz (PTB), Ricardo Vale (PT), Sandra Faraj (União), Wasny (PV) e Wellington Luiz (MDB) registraram candidatura.


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Eles defendem a “democracia”, MAS adoram Fidel Castro! - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

O escárnio tomou conta da velha imprensa. Os militantes tucanopetistas não conseguem mais esconder seu viés ideológico, sua histeria antibolsonarista, e para tentar atingir o presidente estão dispostos a tudo, inclusive a fingir que bajuladores de tiranos assassinos são ícones da democracia.

A esquerda quer usurpar a palavra democracia, sem qualquer compromisso real com a essência da coisa. Basta ver o caso de Lula: ele sempre foi companheiro ideológico de Fidel Castro, o maior tirano que o continente já teve. Certa vez, Lula chegou a dizer que Fidel era o líder mais importante das Américas. Democrata?

Lula apoia até hoje o regime venezuelano, e chegou a pedir votos para Nicolás Maduro. Na era Chávez, Lula afirmou que a Venezuela tinha "excesso de democracia", isso quando o regime opressor já perseguia, prendia e matava adversários políticos do socialista.

Bem recentemente, Lula saiu em defesa de seu companheiro da Nicarágua, o ditador Daniel Ortega, que chegou a ser comparado a Merkel pelo petista, justificando sua longa permanência no poder e ignorando as diferenças básicas entre a Alemanha democrática e o modelo autoritário nicaraguense. Democrata?

Não obstante, com todo o seu cinismo que cheira a psicopatia, Lula escreveu: "Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo".

Eis aí a tirania da visão, o monopólio dos fins nobres, a interdição do debate sério e adulto. Democracia é sobre meios, não fins. 
Você "defende" mais comida e emprego para os pobres? Então é um "democrata", diz Lula. 

Em qual manual ele tirou essa definição tosca?
Defender a democracia é defender a ditadura cubana, a ditadura venezuelana ou a ditadura da Nicarágua, como Lula faz? 

Defender a democracia é comandar o mensalão petista, que usurpou a representatividade ao comprar o apoio dos parlamentares eleitos?

Nada disso importa. Os "respeitados" tucanos assinaram a cartinha patética "em defesa da democracia", e nem com a assinatura do próprio Lula desistem de insistir na farsa. "Perfis bolsonaristas menosprezam carta pró-democracia, diz estudo", segundo o site Poder360. Claro que devem menosprezar esse troço: só otário acredita mesmo que é pró-democracia, e não pró-Lula, o que é diametralmente oposto!

Um procurador signatário da cartinha foi ao jornal nesta quarta "explicar" a necessidade de uma defesa da democracia neste momento
O sujeito disse que a carta não era contra ninguém em especial, e logo em seguida passou a detonar Bolsonaro e falar de ameaças imaginárias ao nosso sistema democrático. Fala mansa, é verdade, mas como disfarça mal!
 
Quando o apresentador - já que os comentaristas não puderam participar da entrevista - questionou sobre a corrupção, o procurador disse que a carta era específica sobre democracia, e corrupção é outro assunto, tal como desigualdade social.  
Ele ignorou que a corrupção do mensalão petista corroeu a própria democracia!

Em seguida, o militante petista chamou as manifestações patrióticas pacíficas de "golpistas", e mencionou um pensador esquerdista gringo qualquer para dizer que a preocupação com nossa democracia era "científica". Tão "científica" quanto a "ciência" da esquerda na pandemia. Uma farsa que já veio abaixo também, inclusive com um professor de educação física tratado como especialista pela imprensa toda e que agora já se filiou ao PT para encerrar o teatro.

Tudo no Brasil anda farsesco demais quando se trata de oposição ao governo Bolsonaro. E eis o que temos na prática:  
- o Brasil apresenta os melhores indicadores econômicos da região, enquanto os países vizinhos mergulham no caos inflacionário, na recessão e em escândalos infindáveis de corrupção.
Para piorar, a Argentina lulista passou a considerar a Venezuela e a Nicarágua "países democráticos". Isso sim é virar pária mundial, motivo de chacota e vergonha no mundo todo. [o que se aproveita da Argentina de hoje: Sua Santidade Papa Francisco e Leonel Messi. Claro, também,  o povo argentino - povão -  que são vítimas da esquerda maldita.]
 
Eis aí a "democracia" que os signatários da tal cartinha tucana pregam...
Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

sábado, 30 de julho de 2022

'Carta aos Brasileiros' omite mal que corrupção faz à democracia - Carlos Alberto Sardenberg

Apontar o dedo para essa prática danosa não é embaraçoso apenas para o PT. Atinge um amplo espectro de lideranças

Num de seus últimos votos antes de se aposentar do Supremo Tribunal Federal, Celso de Mello escreveu:— O fato inquestionável é que a corrupção deforma o sentido republicano da prática política, afeta a integridade dos valores que informam e dão significado à própria ideia de República, frustra a consolidação das instituições, compromete a execução de políticas públicas em áreas sensíveis como as da saúde, da educação, da segurança pública e do próprio desenvolvimento do país, além de vulnerar o princípio democrático.

Entretanto não há uma palavra sequer sobre corrupção na nova “Carta aos Brasileiros”, a ser lida no dia 11 de agosto na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. Celso de Mello, que se formou naquela escola, deverá ser o porta-voz do documento.Se ele está certo no seu voto, como acreditamos que está, há aí uma contradição. A corrupção não é “apenas” uma questão moral, mas política, social e econômica. Sua prática destrói fundamentos da democracia. Logo, a condenação à roubalheira do dinheiro público deveria constar num manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito. [importante lembrar o interesse maior de grande parte - não a totalidade devido alguns terem assinado por impulso, por teres sido  - é trazer o maior corrupto do Brasil, em todos os tempos, de volta a cena do crime (a frase é de autoria do candidato a vice do maior corrupto, assim deve saber o que fala) = ele foi descondenado, NÃO FOI inocentado.]

Há, entretanto, argumentos para que esse tema não apareça. O principal: a defesa da democracia e do sistema eleitoral é universal e, portanto, não partidária. Logo, um documento centrado nesse princípio pode receber o apoio das diversas correntes políticas, como está ocorrendo.

Na prática, porém, a Carta é contra o presidente Bolsonaro. Óbvio. É ele que vem ameaçando a democracia, no geral, e o sistema eleitoral brasileiro, em particular. Por isso, mesmo que o nome de Bolsonaro não tenha sido citado na Carta, parece claro que nenhum bolsonarista vai assiná-la. O autoritarismo, o pleito pró-ditadura está na essência do bolsonarismo.[no Brasil é fácil acusar o presidente Bolsonaro e seu milhões e milhões de apoiadores (e eleitores) de atos antidemocráticos = qualquer comentário que não se enquadre no maldito politicamente correto do establishment, especialmente quando proferido por um bolsonarista,  é ato antidemocrático. 
A propósito,  o Brasil além das jabuticabas,  das justiças eleitoral e trabalhista, da prisão preventiva com características de perpétua, possui também uma democracia ímpar, que para ser  preservada precisa ser destruída, pois no processo de preservação, principios democráticos são violados.]

Vai daí que o documento favorece Lula — tanto que já foi assinado por partidários do ex-presidente. [inclusive o Alckmin, candidato a vice do Lula,  que proferiu a já famosa frase em relação aos que votarem em Lula: querem trazer o criminoso de volta à cena do crime.] E que não o fariam se ali constassem menções, ainda que indiretas, sobre os dois maiores episódios de corrupção que abalaram a democracia: o mensalão e o petrolão.

De novo, faz sentido argumentar que a questão do momento é defesa da eleição e das urnas. Está certo, e é importante essa ampla movimentação da sociedade civil. Então, por que estamos colocando o tema da corrupção? Não é para estragar a festa, mas para tentar deixar em evidência uma questão que parece banalizada.

A última pesquisa Datafolha registra que 73% dos entrevistados acham que há corrupção no governo Bolsonaro. [vamos aguardar pesquisas amplas e o inicio para valer da campanha.  
Não esqueçamos que antes mesmo de tomar posse no cargo máximo do Brasil, que tentam - sem sucesso - impor a pecha de corrupto, de ladrão em Bolsonaro, seus familiares e até auxiliares.  
Alguém em sã consciência acredita que se houvesse provas de corrupção praticada por Bolsonaro, seus familiares e auxiliares diretos, Bolsonaro já teria sido impedido, derrubado, preso e seus auxiliares estariam encarcerados.] apontar o dedo para essa prática danosa não é embaraçoso apenas para o PT. Atinge um amplo espectro de lideranças políticas — a maioria absoluta das quais tem escapado da cadeia com incrível facilidade.[o que além de embaraçar os petistas tem impedido o descondenado de ir as ruas, por estar sendo obrigado a evitar o povo - exceto em plateia selecionadas e formadas por convertidos.É ele quem mais embaraça o 'perda total'.].

O problema está aí. Na mesma pesquisa Datafolha, a corrupção aparece, digamos, como um problema menor, atrás de saúde, economia, desemprego, fome, inflação. De novo, faz sentido: estão aí os problemas que afligem o dia a dia da população.

Outras pesquisas mostram que os brasileiros, na maioria, sabem da Operação Lava-Jato, sabem que Lula foi preso e que suas condenações foram anuladas. No mínimo, há dúvidas quanto a sua inocência.

Mas isso não parece ser argumento para tirar votos do ex-presidente. Como os bolsonaristas não se afastam de seu líder quando percebem a corrupção no atual governo.

Banalizou. Se todo mundo rouba, qual é o problema? Nesse ponto, os lulistas dizem mesmo que seu líder foi especialmente perseguido. Por que só ele foi em cana?
Lembram-se de um personagem de Jô Soares que era sempre apanhado pela Receita?
Tentava se defender com os argumentos mais ridículos, e engraçados, mas sempre terminando com o mesmo mote: “Só eu? E os outros?”.
Assim caímos no “rouba, mas faz”, da velha política.

Trata-se de enorme equívoco. Como mostram estudos coordenados pela professora Maria Cristina Pinotti, a corrupção reduz a eficiência da economia, tolhe o crescimento, aumenta a desigualdade e bloqueia as boas políticas sociais. [a volta do descondenado à cena do crime trará de volta todas as mazelas destacadas e outras não citadas.] Acrescente aí o voto de Celso de Mello, e temos a conclusão completa: a corrupção mata a economia e derruba a democracia.

É essencial compreender isso, se queremos um país desenvolvido.

 Carlos Alberto Sardenberg, jornalista

Coluna publicada em O Globo -
30 de julho de 2022

 


terça-feira, 19 de julho de 2022

Moraes já decidiu: só quem vota em Bolsonaro é capaz de odiar - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo
 
Quem ver a imagem abaixo  pergunta: que haveria se a simulação de morte fosse de outra autoridade, um parlamentar, um ministro do Supremo, ou mesmo de um simples candidato a candidato à presidente da República. No mínimo,  seria considerado ato antidemocrático, porém, sendo Bolsonaro, nada acontece.]



Gravação de imagens simulando a morte do presidente Jair Bolsonaro (PL) seria de um filme do cineasta Ruy Guerra chamado “A Fúria”.| Foto: Reprodução/Redes sociais


Anote os seguintes fatos e,
em seguida, forme a sua opinião sobre os responsáveis pelo caráter cada vez mais perverso das eleições presidenciais de outubro próximo:

1 – Circulam nas redes sociais cenas de um filme que mostra o presidente Jair Bolsonaro assassinado durante uma passeata de motocicletas – seu corpo, representado por um boneco, está jogado no chão, coberto de sangue e uma bandeira do Brasil. É sabido por todo mundo que o diretor do filme é o cineasta Ruy Guerra. Os produtores são conhecidos; a Rede Globo, aliás, é uma das financiadoras do filme, através de uma pequena participação, e sem interferência no roteiro.

2 - Circulou antes disso, também com autores conhecidos publicamente, um vídeo em que uma moça rouba de um tumulo de cemitério a cabeça do presidente Bolsonaro. Em seguida, um grupo de pessoas, em clima de festa, passa a jogar uma partida de futebol com a cabeça roubada.

3 – Um colaborador do jornal Folha de S. Paulo escreveu em julho de 2020 um artigo com o seguinte título: “Por que torço para que Bolsonaro morra”.

4 - Durante a campanha eleitoral de 2018 o presidente levou uma facada no estômago, fato ocorrida numa manifestação em Juiz de Fora, e ficou entre a vida e a morte. O autor do crime foi um militante do Psol.

5 – Uma deputada do PT declarou em público, no ano anterior, que “sem derramamento de sangue” não haverá solução para os problemas do Brasil.

6 – O ex-presidente Lula, por sua livre e espontânea vontade, acaba de fazer elogios públicos a um militante do PT processado por tentativa de homicídio; empurrou contra um ônibus que passava na rua, e quase matou, um empresário que protestava diante do “Instituo Lula”, por ocasião da sua prisão pelos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro. A vítima ficou 20 das na UTI.

A lista pode continuar, mas o que está aí já é suficiente para se ter uma ideia do que a esquerda, o PT e Lula estão fazendo na vida real. Diante disso, a pergunta é: “Quem está agindo com ódio na política e na campanha eleitoral?” 
 É realmente algo extraordinário que em nenhum momento, até agora, as autoridades da justiça, a mídia ou as classes intelectuais tenham considerado que qualquer dos episódios citados acima faça parte do “discurso do ódio” que tanto os horroriza
Em vez disso, o ministro Alexandre Moraes, atendendo a mais um pedido do habitual consórcio de partidecos de esquerda que vivem no STF, acaba de cobrar “explicações” do presidente Bolsonaro – acredite se quiser, mas é ele quem está sendo acusado de “discurso do ódio, porque suas “falas se configuram em estímulos psicológicos que vão construindo no imaginário de seus apoiadores e seguidores a desumanização do opositor”. [esperamos que o ministro não tenha fixado os habituais dois ou cinco dias para uma resposta - o presidente da República não terá como cumprir prazo explicar algo que não fez, nem mandou fazer e nem tem interesse em que seja feito.]

Não é toda hora que se encontra tanta cretinice exposta em tão poucas palavras. “Estímulos psicológicos?” “Imaginário” dos apoiadores? Que raio quer dizer essa conversa toda? 
 Desde quando uma alucinação como essa pode ser recebida oficialmente e levada a sério pela corte suprema do país? 
Mas o problema não é o que a esquerda diz ou pensa. 
O problema é o ministro Moraes aliar-se a ela e mostrar que está participando da atual campanha eleitoral como um inimigo declarado da candidatura do presidente da República. 
Honestamente: qual a imparcialidade que se pode esperar de um magistrado que age assim? 
É ele que preside, justamente, a repartição pública que cuida das eleições, o TSE. 
Não há hipótese de que Moraes e os colegas de STF achem que qualquer dos fatos relacionados no início deste artigo tenha algo a ver com ódio. Para eles, só quem vota em Bolsonaro é capaz de odiar.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

domingo, 3 de julho de 2022

"Ninguém mais honesto" - Por que a relação de Lula com a corrupção é bipolar - J. R. Guzzo

Gazeta do Povo - VOZES

O ex-presidente Lula, candidato a voltar ao cargo nas eleições de 2022, [o vice do Lula, Geraldo Alckmin, declarou que o descondenado quer voltar à cena do crime.] é um homem rigorosamente bipolar quando se trata de corrupção. 
Numa parte do tempo, garante que nunca foi roubado um tostão em seus oito anos de passagem pela presidência. 
Em seus momentos de maior agitação, diz até que não existe no Brasil “ninguém mais honesto” do que ele - o que realmente não seria pouca coisa. Como essa afirmação costuma ser recebida com risadas gerais, Lula, em outra parte do tempo, diz que “foi traído” pelos companheiros, que levou uma punhalada “nas costas” e que não sabia nada da roubalheira espetacular que aconteceu em seus dois mandatos – foi, simplesmente, a maior de toda a história mundial da ladroagem, mas ele nunca chegou a perceber nada.
 
Em sua última manifestação pública de campanha, Lula acionou a “fase 2”. No primeiro momento, fez, sem que lhe tivessem perguntado nada a respeito, uma revelação interessante: contou que em sua estadia na presidência foi avisado com 12 horas de antecedência de uma operação de busca da Polícia Federal na casa de um irmão. 
Pelo que deu para entender, ele quis dizer que não interferiu no trabalho policial, mesmo sabendo das coisas. 
Pelo que dá para uma criança de 10 anos concluir, doze horas são tempo suficiente para o mais distraído dos irmãos preparar a melhor recepção possível para a polícia.  
Em seguida, fez um desafio ao radialista que o entrevistava: “Você sabe tudo o que acontece na sua casa? Você sabe o que o seu filho está fazendo”? Então: ele, Lula, também não poderia saber tudo o que acontece num governo com “1 milhão de pessoas”.

Uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra, é claro. É impossível para o radialista, ou para qualquer dos 8 bilhões de seres vivos no mundo, saber tudo o que acontece em suas casas – a menos que fiquem 24 por dia trancados, ou que não tenham casa nenhuma. 

Com a autoridade pública, sobretudo a que pediu para ser eleita, é o contrário: o sujeito tem, sim senhor, a obrigação de saber que diabo estão fazendo em seu nome e em seu governo, o tempo todo. 
O sujeito é o presidente da República ou é um otário? 
No primeiro caso, o combate aos atos de corrupção é imediato e eficaz – faz, basicamente, que se roube pouco. No segundo caso, essa atitude de “não dá para saber” leva à maior roubalheira da história.

Com a autoridade pública, sobretudo a que pediu para ser eleita, é o contrário: o sujeito tem, sim senhor, a obrigação de saber que diabo estão fazendo em seu nome e em seu governo, o tempo todo

Os governos Lula têm a maior prova da prática de corrupção que se pode esperar de uma investigação criminal: os corruptores e os corruptos confessaram de livre e espontânea vontade os crimes que cometeram, em acordos oficiais com a procuradoria.  
Mais: devolveram o dinheiro roubado, ou pelo menos parte dele, no valor de bilhões de reais.  
Por que um sujeito haveria de devolver dinheiro se não roubou nada? 
Só para agradar o juiz e o promotor? Para isso Lula nunca deu uma explicação, em nenhum dos seus dois polos.
 

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES 

 

O dia em que a corrupção foi redimida - Percival Puggina

Rápida leitura do passado recente permitiria antever o final da operação Lava Jato. Eu fiz essa leitura, mas não aceitei, nem como hipótese, entregar minha esperança de um país lavado e enxaguado à imundice dos fatos. Não adiantou coisa alguma. Fizeram tudo outra vez.

 A corrupção foi redimida na quinta-feira 27 de fevereiro de 2014. Naquele dia, valendo-se da nova composição com o ingresso do ministro Roberto Barroso, o STF, por seis votos contra cinco, acolheu recurso em embargos infringentes e decidiu ora vejam só! que no mensalão não houve crime de formação de quadrilha.

No mesmo dia, na capital federal, contam alguns estudiosos das ciências da natureza, a grama deixou de ser verde e choveu para cima.

Toda a Ação Penal 470 foi organizada sobre três núcleos: o político, o bancário e o publicitário
Um precisava do outro, mas os dois últimos não existiram sem o interesse dos políticos. 
O núcleo formado por estes recebia os recursos e os fracionava entre parlamentares recompensando generosamente sua fidelidade ao governo petista; o núcleo publicitário provia os meios e o bancário os fazia chegar ao destino. Mas, segundo o Supremo, não havia nenhuma organização e mente criminosa alguma coordenara aquela intrincada operação.

O relógio dava a hora certa e o dinheiro caía pontualmente nas contas ou nos bolsos, mas as peças do relógio não conversavam entre si.

Ao acolher os embargos infringentes apresentados com essa estapafúrdia leitura dos fatos, o então decano Celso de Mello disse que “a corte não pode se deixar influenciar pelo clamor popular, nem pela pressão das multidões, sob pena de abalar direitos e garantias individuais”. Tem ouvido falar isso por aí?

Joaquim Barbosa pensava diferente e encerrou a sessão lamentando “a tarde triste” e aquela “maioria de circunstância”. 
Os políticos corruptos tiveram suas penas reduzidas e puderam cumpri-las em liberdade. 
O publicitário Marcos Valério, porém, envelheceu na cadeia!

Por essas e outras eu digo que Império da Lei, no Brasil, parece nome de escola de samba.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


sexta-feira, 3 de junho de 2022

No Brasil, ladrão tem o "direito de trabalhar" - Gazeta do Povo

J.R. Guzzo

Num país em que um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes, é candidato à Presidência da República, é possível esperar tudo

Inversão de valores

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Professor de Roraima quis fazer crer em sala de aula que um assaltante está exercendo o seu trabalho - Foto: Pixabay

A notícia saiu na Gazeta do Povo, e foi confirmada pelas autoridades competentes: um professor de escola secundária de Roraima afirmou, em plena sala de aula, que um assaltante tem o direito de roubar as pessoas porque está apenas “trabalhando”. 
Ele é um cidadão injustiçado e carente que, em seu entender, precisa ganhar a vida, etc, etc, etc; não há nada de errado, nem de anormal, em sair por aí metendo um revólver na cara dos outros para roubar o que precisa, etc, etc, etc.
 
Qual é o problema? Ele tem o direito de prover o seu sustento como todo mundo, não é mesmo?  
Um aluno perguntou se estaria certo ele trabalhar dez anos seguidos para comprar um carro, por exemplo, e ter de entregar o seu carro para o ladrão. Tudo o que o professor fez foi dizer que “ninguém” consegue comprar um carro no Brasil com dez anos de trabalho, diante de toda essa injustiça social que, segundo ele, está aí. Fora isso, deu uma bronca no aluno.
 
É possível fazer todo tipo de comentário diante de um despropósito desses, mas, com certeza, há um que estará errado: dizer que isso só acontece em Roraima ou em algum outro fim de mundo desse "brasilzão" atrasado. Falso. Pode acontecer em São Paulo, no Rio de Janeiro ou em Brasília, em qualquer escola e em qualquer dia do ano letivo.
 
Na verdade, o manifesto social do professor de Roraima é tão parecido com a posição semioficial da esquerda brasileira sobre crime e criminosos, mas tão parecido, que não dá para ver bem qual é a diferença. Afinal das contas, gente muitíssimo mais conhecida do que ele diz basicamente a mesma coisa – e é considerada a quinta essência do progressismo nacional. O professor está apenas repetindo o que ouve falarem nestas cumeeiras de sabedoria.
 
Como esperar outra coisa? Um dos peixes mais graúdos da advocacia criminal brasileira, devoto fervoroso da candidatura Lula à Presidência, não disse recentemente, na frente de todo mundo, que os crimes pelos quais a Justiça brasileira condenou o ex-presidente deveriam ser esquecidos?Já aconteceu”, disse ele. “O que adianta punir?”
 
Ou seja: o sujeito mata a mãe, mas já que a mãe está morta mesmo, não adianta nada punir o filho, certo? O advogado em questão julgou oportuno, também, dar uma lição de ciência penal ao público. “Não se ache que a punição irá combater a corrupção”, afirmou. 
Na sua opinião, segundo se pode deduzir, o corrupto está apenas "trabalhando" para assegurar o próprio sustento – algo mais ou menos na mesma linha de raciocínio exibida pelo professor que defende os assaltantes. Qual é a grande diferença?
 
Num país em que um condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, em três instâncias e por nove juízes diferentes, é candidato à Presidência da República, é possível esperar tudo – a começar pela defesa do crime nas salas de aula. Essa indulgência plenária para os delinquentes vale, até mesmo, quando as suas vítimas estão dentro dos círculos mais elevados da esquerda lulista.
 
Como se noticiou amplamente, um filho do ex-presidente foi assaltado há pouco no centro de São Paulo e, automaticamente, absolveu os bandidos. De quem é a culpa, então? Segundo o filho de Lula, o culpado é “o Bolsonaro” – ele “não adota políticas sociais” e, em consequência disso, os cidadãos saem por aí assaltando os outros. 
O professor de Roraima, como se vê, poderia ser um consultor valioso da campanha de Lula.
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Corrupção na Petrobras jamais será esquecida - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

Estatal

Tem aquele ditado que diz "pau que bate em Chico, bate em Francisco". Mas para o Supremo Tribunal Federal, e até para Câmara dos Deputados, parece que não é assim
Algumas coisas da Constituição valem para uns e não valem para outros.

Por exemplo, a inviolabilidade de deputados e senadores por quaisquer palavras não valeu para o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Nem no Supremo nem na própria Câmara. Mas, agora, a queixa de um senador contra uma deputada foi arquivada com base nisso.

Síndrome Pós-Covid atinge metade das pessoas que tiveram Covid, mas tem tratamento 

O que diz a comissão do TSE sobre as tentativas de “hackear” as urnas

O caso envolve o senador pernambucano Humberto Costa, que foi ministro da Saúde no governo do PT. Ele moveu uma ação no Conselho de Ética da Câmara contra a deputada Soraya Manato, do PTB do Espírito Santo. Ela escreveu nas redes sociais que Costa estava envolvido na Lava Jato. E depois o chamou de vampiro da saúde, porque ele era ex-ministro da Saúde.
Então, Costa acionou Soraya no Conselho de Ética, achando um absurdo e falta de decoro. O relator da representação, claro, mandou para o arquivo, dizendo que a deputada é inviolável por quaisquer palavras. Só que isso não valeu para Daniel Silveira
E aí eu fico me perguntando: tem uma Constituição para uns e uma Constituição para outros? [exatamente exato; para os conservadores, os de direita e apoiadores do presidente Bolsonaro a Constituição usada é a mesma que condenou Daniel Silveira (beneficiado por decreto de graça, concedido pelo presidente Bolsonaro); 
para a turma da esquerda, os inimigos do Brasil = inimigos do presidente e os da turma do establishment é usada a outra.]

Chefões estão livres

Estou no Rio Grande do Sul e agora mesmo fico sabendo que Lula também está por aqui.   
Chegou por Porto Alegre, que é a sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, a segunda instância dos processos da Lava Jato, que revisou os dois processos de Lula: do triplex no Guarujá e do sítio de Atibaia.                                                                                                          O tribunal não só confirmou as condenações como aumentou as penas contra o ex-presidente
E ainda seguiu recurso lá no Superior Tribunal de Justiça, que confirmou de novo a condenação. 
E, no entanto, o Supremo Tribunal Federal foi lá e anulou tudo.
 
Por que estou dizendo isso? Porque, nesta quarta-feira (1º), o Tribunal de Contas da União mandou um ex-diretor da Petrobras nomeado por Lula, o Renato Duque, devolver R$ 975 milhões à empresa
Por causa das obras de duas refinarias que foram abandonadas no governo Dilma Rousseff. Duque ficou durante todo o governo petista na Petrobras e dizem que era o homem de José Dirceu dentro da empresa.
 
Renato Duque já tinha sido condenado a 57 anos de prisão, fez acordo de delação premiada e entregou mais gente. Aí eu lembro também do Pedro Barusco, outro ex-gerente da Petrobras, que, de uma hora para outra, devolveu R$ 182 milhões que estavam na conta dele na Suíça. 
E ainda prometeu devolver mais R$ 121 milhões.
 
Ao todo já foram devolvidos mais de R$ 6 bilhões desviados da Petrobras pela corrupção. Os corruptos devolveram, confessaram o crime e, no entanto, os poderosos chefões foram liberados pelo Supremo. 
Não faz sentido. É querer tapar o sol com a peneira, querer imaginar que nós vamos acreditar nessas decisões do Supremo, de gente que foi condenada.

Alexandre Garcia,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Afinal, Lula é inocente? - Gazeta do Povo

Thaméa Danelon

Um olhar sobre a corrupção - Ex-presidente

Todos os dias nos deparamos com informações paradoxais: por um lado, alguns jornalistas, políticos e “influencers” afirmam que o ex-presidente Lula foi inocentado pelo STF; de outra sorte, indivíduos afirmam que ele não foi absolvido pela Suprema Corte, logo, ele não seria inocente. Mas qual lado estaria com a razão?

Vamos recapitular os fatos: o ex-presidente foi processado criminalmente pelo MPF, em setembro de 2016, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, envolvendo o caso do tríplex do Guarujá. Em julho de 2017, ele foi condenado pelo ex-juiz Sergio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão. Em janeiro de 2018, a condenação foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e sua pena foi elevada para 12 anos e um mês.

Posteriormente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a condenação, em abril de 2019. Um novo processo criminal foi aberto em maio de 2017, no caso do sitio de Atibaia, e Lula também foi condenado pela juíza Gabriela Hardt, em maio de 2019, a uma pena de 12 anos e 11 meses de prisão, sendo que essa condenação também foi mantida pelo TRF-4. Mais duas ações penais foram abertas contra o ex-presidente, e diziam respeito ao Instituto Lula.

O primeiro processo, do tríplex do Guarujá, galgou os quatro degraus de julgamento chegando ao Supremo e, em abril de 2021, o STF anulou esse caso e os outros três. Contudo, o STF não absolveu o ex-presidente Lula, ou seja, a Suprema Corte não afirmou que ele era inocente. Apenas desconsiderou o processo por supostas irregularidades formais ao entender que a Justiça da 13ª Vara de Curitiba não tinha competência (territorial) [tipo CEP errado.] para julgar os casos e também que Sergio Moro não seria um juiz imparcial.

Desta forma, constata-se que não houve a declaração de inocência do ex-presidente, logo não se pode afirmar que ele foi absolvido e nem que ele é inocente. 
Assim, a qualificação jurídica dele seria alguém que teve seus processos anulados por questões formais, e não a de um absolvido pelo sistema. Quem afirma que Lula foi inocentado se distancia da verdade, pois ocorreram condenações em três instâncias no caso do tríplex e em duas instâncias de julgamento no caso sítio de Atibaia.

Para entendermos melhor essa questão é necessário analisarmos o princípio da presunção de inocência. A nossa Constituição dispõe em seu artigo 5º, inciso LVII, que somente será considerado culpado aquele indivíduo que for condenado em última instância, ou seja, desde que haja o chamado trânsito em julgado. E o que seria isso? Significa que formalmente e juridicamente falando uma pessoa será considerada culpada quando houver uma condenação contra ela e não restar a possibilidade de oferecimentos de recursos no processo.

Contudo, eu entendo que esse princípio não é o mais adequado, e deveria ser reclassificado para “princípio da presunção de não culpabilidade”.  
Embora o nome seja um pouco mais complexo e por vezes incompreensível, vamos traduzi-lo. 
Imagine a seguinte situação hipotética: um policial presencia um indivíduo empunhando uma arma de fogo para uma senhora de 75 anos, exigindo que ela lhe entregue seu celular. 
Suponha que após a entrega do aparelho, o indivíduo armado desfira coronhadas na cabeça dessa senhora e ela, ao cair ao chão, é alvejada pelo mesmo agressor com três tiros vindo a falecer.
 
Ao testemunhar esse crime, o policial realiza a prisão em flagrante do indivíduo.  
Diante disso, eu formulo a seguinte questão: esse agressor é um inocente? Evidentemente que não!  
Embora ainda não haja uma investigação contra ele, nem um processo, nem mesmo uma condenação transitada em julgado, não se pode afirmar que é um inocente. 
Caso fosse inocente, não seria justo que ele fosse preso em flagrante, certo?

Por outro lado, também não podemos afirmar categoricamente que ele é formalmente um culpado, pois, de acordo com a Constituição, somente o seria após a existência de uma condenação transitada em julgado. Porém, sem dúvida, não é um inocente.

Em relação ao ex-presidente Lula, embora seus quatro processos tenham sido anulados, ainda que no meu entendimento não haja base legal para essas anulações, as provas da prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro não desapareceram.  
A anulação decretada pelo STF não apagou essas evidências. Os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados pelo ex-presidente não deixaram de existir, pois de fato eles ocorreram no passado.

A prova disso é que o ex-presidente foi  novamente processado na Justiça do DF pelos mesmos fatos. Contudo, o processo não teve início diante da ocorrência da prescrição desses crimes e não por conta de eventual não cometimento dos mesmos. 

 Assim, sendo esclarecida a questão, eu respondo ao título dessa coluna: não, Lula não foi inocentado.

Thaméa Danelon - Procuradora da República (MPF), coluna na Gazeta do Povo - VOZES